26 DE SETEMBRO DE 2008

044ª SESSÃO SOLENE COM A FINALIDADE DE COMEMORAR “O 70º ANIVERSÁRIO DO SINDICATO DOS QUÍMICOS DO ABC”

 

Presidente: RUI FALCÃO

 

RESUMO

001 - RUI FALCÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente Vaz de Lima, por solicitação do Deputado Rui Falcão, ora na direção dos trabalhos, com a finalidade de homenagear o "70º aniversário do Sindicato dos Químicos do ABC". Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional  Brasileiro.

 

002 - ADRIANO DIOGO

Deputado Estadual, cumprimenta as autoridades presentes e todos os sindicalistas brasileiros. Comenta que, no Brasil, a história dos trabalhadores ainda não foi devidamente escrita e que prevalece a visão dos poderosos, embora um trabalhador tenha conseguido chegar à Presidência da República. Diz que os metalúrgicos e os químicos do ABC e de São Paulo tiveram enorme participação na luta do povo brasileiro pela democracia e na formação do PT. Lembra que existiam indústrias químicas multinacionais, onde era difícil exercer a luta sindical em defesa dos trabalhadores, que produziam riquezas, viviam em condições miseráveis e eram expostos à periculosidade em seu trabalho, pois ainda não havia restrições ambientais. Homenageia os companheiros que deram a vida na luta pela indústria química.

 

003 - EDILSON DE PAULA

Presidente da CUT estadual, manifesta a satisfação de estar presente a este ato e fala da importância do sindicato na luta dos trabalhadores. Parabeniza o Deputado Rui Falcão pela iniciativa de homenagear o sindicato dos químicos do ABC. Lembra que esta Casa tem de estar sempre aberta a esses momentos importantes, mostrando a luta dos trabalhadores neste País, há muitos anos. Elogia o Presidente Lula, que tornou o Brasil respeitado internacionalmente.

 

004 - FRANCISCO CHAGAS

Vereador, agradece ao Deputado Rui Falcão pela iniciativa de homenagear o sindicato dos químicos do ABC. Diz que essa categoria, ao contrário do que muita gente possa imaginar, é protagonista do novo sindicalismo transformador, responsável por tudo aquilo que o Brasil está fazendo hoje, sob a Presidência de Luís Inácio Lula da Silva, que assumiu compromisso com a sua origem.

 

005 - ÍTALO CARDOSO

Ex-deputado estadual, cumprimenta o Sr. Presidente pela iniciativa de comemorar os 70 anos dessa categoria, que é linha de frente na luta dos trabalhadores. Lembra as lutas dos químicos do ABC desde 1982. Manifesta o seu orgulho por ter sido parte dessa história. Refere-se às lideranças sindicais que hoje estão ajudando o Presidente Lula a governar o País.

 

006 - REMÍGIO TODESCHINI

Diretor do Departamento de Políticas de Segurança e Saúde Ocupacional da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, cumprimenta a todos em nome do Ministro da Previdência, José Pimentel. Afirma que quem constrói a história social de um país deve também estar presente nas Câmaras Municipais, nas Assembléias Legislativas e principalmente em Brasília, na Câmara Federal. Diz que hoje o Presidente Lula é o símbolo máximo de todas as lutas sociais. Ressalta que os 70 anos do sindicato dos químicos do ABC mostram que construímos leis federais que reforçaram a questão do trabalho, da sociedade, da educação e da segurança no trabalho.

 

007 - PAULO ANTONIO LAGE

Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, saúda o Deputado Rui Falcão, em nome da diretoria do Sindicato e da categoria dos químicos do ABC. Diz que nenhum dos presentes se imaginou sentado no Plenário desta Casa de Leis, homenageando uma instituição que é referência na região, mas também reconhecida em todo o mundo. Diz que o sindicato transformou a vida dos trabalhadores. Manifesta a honra de participar dessa instituição.

 

008 - Presidente RUI FALCÃO

Faz entrega de placa comemorativa dos 70 anos da fundação do Sindicato dos Químicos do ABC ao Sr. Paulo Antonio Lage. Anuncia entrega de diplomas aos membros do Sindicato dos Químicos do ABC, pelos senhores Paulo Antonio Lage e Remígio Todeschini. Cumprimenta as autoridades presentes e as lideranças sindicais. Refere-se à importância do papel dos sindicatos na construção de um novo País. Diz que os sindicatos estiveram presentes à história do País, na conquista da democracia e na afirmação dos direitos e garantias dos trabalhadores. Ressalta que ainda existe um longo caminho a palmilhar. Lembra o protagonismo dos sindicatos na luta contra o regime militar, ajudando a construir um novo Brasil e culminando com a eleição de um trabalhador fabril para Presidente da República. Manifesta o orgulho de ter uma parcela do seu mandato originária dos votos dos químicos do ABC. Parabeniza o Sindicato dos Químicos do ABC. Agradece a todos pela presença. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rui Falcão.

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

     

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          O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

               Estamos compondo a Mesa aqui com o Sr. Paulo Antonio Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, e com o Sr. Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Política de Segurança e Saúde Ocupacional da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência Social.

Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Vaz de Lima, atendendo solicitação deste Deputado com a finalidade de homenagear o septuagésimo aniversário do Sindicato dos Químicos do ABC.

Quero registrar a presença do Deputado Adriano Diogo; Sr. Edilson de Paula, presidente da CUT estadual; Sr. Thomaz Ferreira Jensen, assessor técnico do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico -; Sr. Níveo Gomes Ornellas, diretor da CUT dos Aposentados; Sr. Udine Verardi, representante do Deputado Antonio Salim Curiati, e, também, do vereador do PT, aqui da Capital, Francisco Chagas.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro, 2º tenente Davi Serino da Cruz.

                               

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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  O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

  Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Bom-dia, Sr. Presidente no exercício da Presidência, Deputado Rui Falcão; meu companheiro, meu irmão Remígio de muitas lutas; vereador Francisco Chagas, sindicalista desta Capital; companheiros sindicalistas da CUT nesta cerimônia em homenagem ao Sindicato dos Químicos do ABC.

Outro dia, os sindicalistas brasileiros tiveram uma cerimônia em Brasília em que o grupo de metalúrgicos, companheiros do Lula, teve os seus direitos reconhecidos. Mas ainda no Brasil a história dos trabalhadores não foi devidamente escrita, ainda prevalece a visão da história dos poderosos.

Embora pela primeira vez na história do Brasil um trabalhador do chão de fábrica conseguiu chegar à condição de Presidente da República, a história dos trabalhadores ainda não foi devidamente escrita. Por que não dizer da tragetória porque muito se fala da história dos metalúrgicos, mas de outras categorias como o dos químicos do ABC, químicos de São Paulo que tiveram a participação enorme na luta do povo brasileiro na organização da CUT e na formação do PT?

Eu estava olhando, enquanto tocava o Hino Nacional, para a feição das pessoas. Temos um número grande de companheiros jovens, de novos sindicalistas numa época em que se diz que não existem mais operários, nem luta de classes, nem exploração da mão-de-obra.

Companheiro Rui Falcão, parabenizo-o porque são poucas as vezes que este plenário da Assembléia Legislativa, este plenário de tal importância na história é aberto para falar da vida do povo mais simples, dos trabalhadores e do Sindicato dos Químicos do ABC.

Teve um período muito grande na nossa história onde havia enorme número de indústrias químicas no Brasil, que produziram riquezas fantásticas através de laboratórios e outras coisas, onde a resistência dos trabalhadores, a insalubridade dos trabalhadores eram muito grandes, e, além de serem indústrias poderosíssimas, multinacionais, era muito difícil exercer a luta sindical, a luta da defesa dos trabalhadores. 

Lembro-me quando Chagas ainda era um jovem dirigente do Sindicato dos Plásticos, e que, junto com o Sindicato dos Químicos, andávamos naquelas empresas da Moóca. Imaginem vocês o pessoal da Zona Sul lá no ABC, naquelas grandes empresas. A condição de vida dos trabalhadores que produziam milhões em riquezas viviam nas condições mais miseráveis possíveis na questão da moradia, da saúde e da organização. Isso foi importante.

Companheiro Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, quero homenageá-lo na figura de todos os companheiros que deram a vida na luta. Acho que não tem uma trajetória mais dura do que a luta e a vida de um trabalhador de uma indústria química.

Hoje em que se fala de poluição, de efeito estufa, disso e daquilo é que se começa a reconhecer a vida, o martírio que era nas condições de fábrica porque antigamente não tinha as restrições ambientais de hoje e os trabalhadores eram expostos a produtos químicos da maior periculosidade.

Parabéns, companheiro Presidente do Sindicato dos Químicos, meu irmão Remígio, por tudo que me ensinou na luta da resistência na ditadura, na luta dos trabalhadores.

Parabéns, Deputado Rui Falcão, esse, sim, um Deputado que temos orgulho em conviver na Assembléia Legislativa porque nunca abre mão da luta, da resistência e da firmeza na luta do povo brasileiro.

Viva, Sindicato dos Químicos do ABC! Viva, CUT! Viva, povo brasileiro! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Quero registrar a presença do sempre Deputado Ítalo Cardoso, Químico de profissão.

Tem a palavra o Sr. Edilson de Paula, Presidente da CUT estadual e também Químico.

 

O SR. EDILSON DE PAULA - Bom-dia Deputado Rui, Paulo Lage, Remigio,  meus queridos companheiros do sindicato e do co-irmão Sindicato dos Químicos do ABC, é um orgulho muito grande estar presente neste merecido ato que esta Casa faz no dia de hoje, tendo em vista a importância que o sindicato teve e continua tendo na luta dos trabalhadores não só no Grande ABC, mas no Estado de São Paulo e nacionalmente.

O Sindicato dos Químicos do ABC foi a primeira categoria que acolheu a Central Única dos Trabalhadores. A primeira sede da nossa CUT foi naquela casinha do lado do Sindicato, que hoje é um espaço respeitado por todos os trabalhadores do Brasil e do ABC. Lá hoje funciona a Associação dos Aposentados, que também dá continuidade a nossa luta.

Quero agradecer ao Deputado Rui pela iniciativa, bem como a todos os deputados que acataram o seu pedido no sentido de prestar esta homenagem mais do que justa. Esta Casa tem de estar aberta a estes momentos de reflexão da luta que tivemos no País nos últimos anos.

Os trabalhadores tiveram capacidade de levar um operário a governar este país. É um orgulho ver um trabalhador colocando o País nos trilhos e dando o exemplo para o mundo de como respeitar a luta de um povo e a soberania nacional. O Brasil hoje é respeitado internacionalmente.

Quando Lula assumiu a Presidência da República, em janeiro de 2003, o nosso País estava desacreditado internacionalmente. O índice de inflação e de desemprego no País eram muito altos e hoje podemos nos orgulhar do nosso Presidente.

Esta semana saiu mais uma pesquisa dando conta de que o índice de desemprego hoje no Brasil é de sete por cento. Estamos chegando quase aos índices da Europa e Estados Unidos. O nosso país está sendo governado por um operário que junto com a gente teve capacidade de construir duas ferramentas importantes para o trabalhador brasileiro: o Partido dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores, que sempre estará do lado daqueles que defendem o interesse do conjunto dos trabalhadores.

Por isso quero dar os parabéns ao Paulo Lage e diretoria, a todos os companheiros de comissões de fábrica, cipeiros, que constróem o dia-a-dia deste sindicato combativo voltado para a cidadania; um sindicato que sempre esteve à frente da construção da luta dos trabalhadores.

Parabéns, Sindicato dos Químicos do ABC. Parabéns, Deputado Rui, pela iniciativa de prestar esta homenagem tão justa e correta ao Sindicato dos Químicos do ABC. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o Vereador Francisco Chagas.

 

O SR. FRANCISCO CHAGAS - Bom-dia a todos. Quero inicialmente cumprimentar o Deputado Rui pela iniciativa, quero cumprimentar o meu companheiro Remigio Todeschini - o Remi de longas lutas - o companheiro Paulo Lage, Presidente do Sindicato, o companheiro Edilson de Paulo, o Deputado Adriano Diogo, o nosso sempre Deputado Ítalo Cardoso, a diretoria do Sindicato, os cipeiros, as comissões de fábrica e os companheiros químicos do ABC.

Fico extremamente feliz e satisfeito pela sua iniciativa, Rui, você que inclusive compareceu a homenagem que fizemos aos químicos de São Paulo. Aqui ninguém dá um passo sem que a perna do outro esteja amarrada. O diálogo aqui é permanente, os passos são conjuntos. A linha é absolutamente articulada. Na condição de Vereador eu não poderia tomar esta iniciativa e fico feliz de ver você, Rui, prestar esta homenagem. Aliás, os nossos mandatos têm feito grandes parcerias aqui na Cidade de São Paulo. Fico muito orgulhoso disso.

Quero dizer mais uma coisa que julgo importante.

Esta categoria, ao contrário do que muita gente pode imaginar, é protagonista do novo sindicalismo. É protagonista de um sindicalismo combativo, de um sindicalismo  transformador e que nunca pensou que o limite da luta sindical fosse meramente a relação emprego/salário/condições de trabalho. Esta categoria, para além daquilo que é o foco da luta sindical, sempre se envolveu no processo político transformador da sociedade brasileira de tal forma que ela é responsável por tudo aquilo que o Brasil está vivendo hoje sob a liderança do Presidente Lula, que, aliás, foi um operário, mais especificamente um metalúrgico. Mas antes de ser metalúrgico, foi um retirante, um vendedor de sorvete, um cidadão comum como todos nós e que se tornou o nosso Presidente com muito orgulho.

Hoje, os químicos de São Paulo, os químicos do ABC, todas as categorias profissionais, aliás, hoje a sociedade brasileira o aprova porque está demonstrando que tem visão de mundo e principalmente sensibilidade social e compromisso com a sua origem. Ajudou a fortalecer a classe trabalhadora, ajudou na formação da CUT, na formação do Partido dos Trabalhadores especialmente na luta pela inclusão de milhões de pessoas à renda e à cidadania.

O protagonismo dos químicos do ABC percebe a importância deste momento, desta homenagem apresentada pelo companheiro Rui, que os coloca na condição de protagonistas do futuro. O setor químico e petroquímico deriva fundamentalmente da exploração, extração e refinamento do petróleo e o Brasil hoje, sob a liderança do Presidente Lula, começa a crescer substancialmente, a encontrar jazidas. O Presidente Lula começa a implantar refinarias em todo o Brasil. Isso significa uma ampliação substancial desse setor e aqui estamos para homenagear a percepção de futuro dessa categoria.

Em terceiro lugar quero dizer ao Paulo: ‘prossiga nesse caminho que você tem conduzido a categoria. Você é um líder da nova geração.’ Estão aqui a antiga geração, na pessoa do Remigio, e a nova geração, representada por você, Paulo. E com você vejo que se juntam novas lideranças, grandes líderes que hoje dirigem a CUT. Muitos são candidatos nas suas regiões - estou vendo o Tijolinho, tem o Banhara, em Santo André. Acho que esse protagonismo político é que temos de estimular porque a vida do trabalhador não é só produção de mercadorias. É ser principalmente agente transformador e promotor da cidadania.

Nesse sentido, Paulo, você e a categoria estão de parabéns.

Rui, pessoalmente quero manifestar a minha satisfação e orgulho de ter você, além de tantos outros bons deputados que o PT tem - já falou o Deputado Adriano Diogo que militou conosco muito tempo na região da Moóca junto às empresas da nossa categoria - como colega nas parcerias que temos feito, principalmente me orgulho da sensibilidade, da visão que você tem em relação ao trabalho, à organização do trabalho. Digo com toda franqueza, e de coração, que como nós hoje temos tempo extremamente curto, minha referência é a leitura do blog e do site do Rui, que é um sujeito observador, um companheiro atento, um analista arguto e com uma invejável percepção da política. Então, orgulha-me muito ter um deputado como você e quero mais uma vez parabenizá-lo, desejar-lhe sucesso. Aliás, o sucesso já é muito grande na sua legislatura e espero muito mais. Parabéns e muito obrigado pelo convite. Obrigado a todos. (Palmas.)

 

  O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o sempre Deputado Ítalo Cardoso.

 

  O SR. ÍTALO CARDOSO - Bom-dia, companheiros e companheiras. Quero saudar o Deputado Rui Falcão, pela brilhante iniciativa de comemorar aqui os 70 anos dessa categoria que é com certeza linha de frente na luta dos trabalhadores. Quero saudar o jovem presidente Paulo Lage e também a velha guarda, na figura do Remígio.

  Não tem como não falar de história aqui, porque, em 1982 eu estava na creche ainda, mas fazia parte da diretoria da chapa de oposição dos químicos aqui em São Paulo e sabíamos que tinha um bando de doidos lá no ABC liderado por um velho chamado Agenor. E precisamos ganhar a eleição três vezes aqui para poder levar. Enfrentava a Polícia Federal, enfrentava o Exército, enfrentava todo tipo de coisa. Mas ganhamos aqui. Foi ganhar aqui e o tijolo desabar lá no ABC também. Lembro que no dia da eleição o Luizão, e acho que o Lino, que era fraquinho também, arrancaram um cara de dentro de um fusca e com ele saíram três revólveres, três porretes e dois facões. Acho que foi isso que mostrou que aquele era o caminho certo. Isso em 1982. 

  Então, quando vemos aqui o Remígio, de barba branca, mas com uma história no cenário recente da política nacional e tantos outros companheiros que saíram dessas categorias, nos enchemos de orgulho, de satisfação, por termos contribuído um pouquinho para essa história, por ter sido parte dessa história até porque, em 85, foi a vez de ganharmos o Sindicato dos Plásticos de São Paulo. Está aqui o Chagas que falou em nome da categoria, depois veio a Cléo, outra jovem dirigente também, e foi daí que surgiu o Sindicato dos Químicos de São Paulo, hoje parceiro inseparável dos químicos do ABC, peça fundamental na construção da CUT, que tem tantas lideranças que hoje estão não só na CUT mas em todo movimento sindical ajudam o presidente Lula a governar o país e a criar novos passos e novos movimentos para o Movimento Sindical Brasileiro.

  Então, comemorar 70 anos dessa categoria é dizer que demos um pequeno passo na história da luta da classe trabalhadora e, com certeza, vocês estão na frente nesse processo. É para mim motivo de muito orgulho, de muito prazer falar um pouco dessa história de que somos parte, pois fui diretor do Sindicato dos Químicos em 82, quando ganhamos também os químicos do ABC. Por isso é muito justa essa homenagem a todos vocês, a essa categoria e ninguém melhor do que o Deputado Rui Falcão que naquela época era nosso parceiro como jornalista, como ativista político. Foi dali que nos juntamos e construímos essa história que contamos hoje.

  Parabéns, companheiros e companheiras. Parabéns, Paulo Lage, Rui, um grande abraço, Remígio, parabéns pela luta de vocês.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - A Presidência concede a palavra ao Sr. Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Políticas de Segurança e Saúde Ocupacional da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência Social.

 

O SR. REMÍGIO TODESCHINI - Bom-dia a todos os companheiros e companheiras. Precisamos fazer uma caminhada em que se perde até o fôlego para chegar aqui.

Inicialmente quero saudar, em nome do ministro da Previdência José Pimentel a você, Rui Falcão, ao Ítalo, ao Adriano, deputados estaduais desta Casa, ao nosso companheiro Chagas, ao Edílson, presidente da CUT estadual, toda a diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC presente, toda a diretoria dos aposentados dos químicos do ABC e demais categorias profissionais. Saudação especial aos nossos sucessores no Sindicato.

Fiz também parte dessa história dos 70 anos em que hoje o Paulo Lage está presidindo. O Adriano colocou aqui uma questão muito importante; quem constrói a história social de um país também deve estar presente nas câmaras municipais, nas assembléias legislativas e principalmente em Brasília, na Câmara Federal. E hoje também temos o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva que é o símbolo máximo de todas as lutas sociais.

Quero aqui recordar uma questão muito importante que está colocada na nossa Constituição Federal, que é uma obrigação nossa reforçar o valor social do trabalho. Claro que a Constituição estabelece um equilíbrio com a livre iniciativa, mas a construção do valor social do trabalho se dá por todo movimento social e principalmente o de Sindicato de Trabalhador.

Então, os 79 anos dos químicos do ABC, que estão inseridos nessas várias lutas sociais - depois o Paulo Lage vai anunciar o que vai acontecer na semana que vem na comemoração dos 70 anos em Santo André -, mostram que construímos leis federais que reforçaram a questão dos direitos sociais do trabalho. Construímos leis federais que reforçaram a questão da saúde, da educação, da saúde e segurança do trabalho. E também, Rui Falcão, recordo que após a Constituição de 88, quando foi feita nesta Casa a Constituição de 89, a Constituição do Estado de São Paulo, os químicos de São Paulo, os do ABC, representantes da Apeoesp e demais categorias inseriram na Constituição proteções importantes no âmbito de saúde e trabalho. Por exemplo, no Estado de São Paulo está colocado o direito de recusa ao trabalho frente ao risco grave iminente. Essa é uma questão importante construída elo Sindicato, feita nessa luta dos últimos 30 anos pelos químicos do ABC.

Então, acho que é uma comemoração justa em que todos os movimentos sociais devem ser recordados, reavivados para continuarmos a aperfeiçoar a nossa legislação estadual, municipal e federal e sem dúvida termos mais qualidade de vida.

Parabéns aos químicos do ABC pelos 70 anos! Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - A Presidência concede a palavra ao Sr. Paulo Antonio Lage, Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC.

 

O SR. PAULO ANTONIO LAGE - Quero saudar o Deputado Estadual Rui Falcão, ao qual desde já, em nome da diretoria do Sindicato e da categoria dos Químicos do ABC, agradeço esta homenagem; meu companheiro, amigo e sempre presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Remígio Todeschini; deputado estadual Adriano Diogo e o sempre Deputado Ítalo Cardoso; companheiro, irmão, presidente da CUT/São Paulo, Edilson de Paula; companheiro Ari, da Executiva Estadual da CUT/São Paulo; companheiro Toneloto, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas, em nome do qual saúdo todos os aposentados e pensionistas presentes; companheiro Chagas, nosso nobre vereador, amigo; minha diretoria aqui presente; nossos militantes, comissão de fábrica; delegados sindicais; “cipeiros”; funcionários e assessores do Sindicato presentes; imprensa; funcionários da Casa, estendendo também à assessoria do companheiro Rui Falcão que nesse período todo tem nos ajudado; convidados e convidadas; Banda da Polícia Militar, que tocou o Hino Nacional aqui no início; Cláudio Martinez, aqui neste ato representando a empresa Basf; Marquinhos do projeto Meninos e Meninas de Rua; Carioca, também representando a Macro PT na região do ABC; senhoras e senhores presentes; estava lá em cima olhando o plenário, pensando que nenhum de nós, homens e mulheres presentes, se imaginou aqui sentado neste plenário. Acho que nenhum de nós. E lá em cima fiquei pensando sobre a importância da democracia, a importância de nós, depois de muitos anos, podermos estar num espaço democrático, numa Casa de Leis, homenageando uma instituição que era referência apenas para uma região e que agora é para o Estado, para o País e até para o mundo.

Essa instituição se chama Químicos do ABC, instituição que nasceu com o nome de Químicos de São Bernardo, em 8 de outubro de 1938, quando ainda não existia a região do Grande ABC. Quando mudou a divisão geográfica da região ele passou a chamar Sindicato dos Químicos de Santo André, mesmo continuando no mesmo espaço. Depois vieram as cidades de São Caetano, Diadema, que deixou de ser um bairro, uma vila em São Bernardo do Campo para se tornar município; Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Aí veio a mudança do sindicato para Químicos do ABC, ou seja, esse sindicato  nasceu antes da própria região onde habitamos e de lá, até hoje, transformou a vida dos trabalhadores.

Nós, dessa categoria, estamos vivendo um momento mágico. Vivemos momentos difíceis, como vários companheiros que aqui me antecederam relataram, quando nasceu o sindicato, que era uma associação de trabalhadores. Depois vivemos o regime militar e através da gestão do Agenor Narciso transformou em uma direção combativa.

Assumi a minha primeira gestão quando o companheiro Remígio assumiu a presidência do Sindicato. Em seguida veio a gestão do Sérgio Novaes. Hoje nesta gestão tenho a honra de representar essa instituição, respeitando figuras como essas que citei, que me antecederam no Sindicato, que construíram a maior parte da história dessa instituição. Tenho dito que nós que estamos na diretoria estamos apenas mantendo o que já foi conquistado. Essa categoria em algum momento da História quase deixou de existir na gestão anterior à do Presidente Lula. Saímos de 41 mil trabalhadores e chegamos a 25 mil; passamos de 12 mil para oito mil associados. Mas fomos resgatando o que perdemos. Hoje temos 40 mil trabalhadores na base e 20 mil e 500 afiliados, graças à luta dessa diretoria e à luta e à garra dos militantes que construíram a cada dia esse sindicato. E é a vocês que estão presentes hoje que temos de homenagear. É a vocês que dou uma salva de palmas por este dia importante, o dia de hoje. (Palmas.)

  Quando pensamos esse projeto pensamos em um projeto pequeno, talvez até subestimando a nossa capacidade. Tenho que dizer que o companheiro Remi tem sido um dos que mais nos têm incentivado na construção desse projeto. Era talvez a construção de um livro; talvez algumas sessões solenes. Não; ele incentivou e construímos talvez um dos maiores projetos em homenagem a uma categoria tão importante como esta. Fizemos um dia de ação social em que atendemos mais de 20 mil pessoas carentes em Santo André. Lançamos um selo comemorativo. Não sei se na história da CUT há um sindicato que tenha lançado um selo comemorativo. Foi o segundo selo comemorativo da História do ABC. O primeiro foi há 50 anos. Realizamos no Sindicato de Santo André um dia em que apresentamos a luta do sindicato na questão da saúde e segurança no local de trabalho.

Foi esse sindicato - e o Remi lembra muito bem - que fez no Brasil a primeira greve na história da classe trabalhadora que não reivindicava aumento de salário. Reivindicava saúde e segurança no local de trabalho. Foram os trabalhadores da Ferro Enamel. Lá havia contaminação por chumbo, por cádmio, uma condição precária de trabalho.

Fizemos também um concurso de grafitagem na nossa subsede, em Diadema, subsede própria que entregamos um ano antes, um presente para nossa categoria e para a cidade de Diadema. Fizemos várias outras ações na Câmara de Diadema, na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo, na Câmara Municipal de Santo André e hoje na Assembléia, talvez a que mais nos marca porque nesta Casa, como disse no início, muitos de nós não sonhávamos em ser homenageados.

  E vamos encerrar o evento no dia 3 com a entrega do livro, talvez o marco mais importante, que conta a história dos 70 anos, e um álbum, que foi chamado de revista no início, mas que de tão bonito, de tão marcante, estamos chamando de álbum de história. São dois materiais que vamos entregar lá: o livro e o álbum.

  E aí vocês vão ter a dimensão do que estou falando, dessa história tão importante. O dia de hoje é orgulho não só para mim. Tem que ser de orgulho de todos nós. Tenho dito, por onde ando, que essa categoria, essa diretoria aqui presente, tem história. Ela luta, ela batalha. Tem falhas, sim. Quem de nós não falha? Mas se você pegar na história, essa categoria, juntamente com os Químicos e Plásticos de São Paulo - aliás, não sei até hoje por que estamos separados, já tentamos várias vezes debater a questão da unificação desses dois sindicatos - essas duas categorias no Estado de São Paulo zeraram todas as perdas salariais.

  Essas categorias, do setor farmacêutico, já debateram a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a questão dos portadores de necessidades especiais, a questão da mulher trabalhadora, da organização do local de trabalho, da democracia interna, e às vezes a democracia, para muitos, tem que ser do jeito que a pessoa quer, mas a democracia é quando a maioria decide em nome da categoria.

  E assim é que temos construído um sindicato cidadão, um sindicato que debate na sociedade o que é importante para a classe trabalhadora, não só no local de trabalho, porque o cidadão, antes de ser trabalhador numa indústria, vive numa comunidade, tem necessidade, tem carências no seu bairro. E o Sindicato tem debatido na região do Grande ABCD essa questão da cidadania da classe trabalhadora.

  É por isso que eu digo, companheiros, que o encerramento desse evento no dia três representa um ciclo para gerações futuras, para construir as próximas gerações a partir dos 70 anos; que nós, trabalhadores da indústria química do ABCD temos orgulho e motivo de sobra para andarmos de cabeça erguida e com dignidade, porque nós ajudamos a construir essa história.

  Muito obrigado e até o dia três de outubro. (Palmas.)

 

  O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Neste momento vamos iniciar a entrega dos diplomas aos homenageados, os membros presentes da Diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC. Peço ao Paulo Lage e ao Remígio, alternadamente, entregarem os diplomas, na medida em que as pessoas são chamadas, recebem os diplomas, são fotografadas e descem.

  Gostaria, Paulo Lage, para registrar esta data histórica, de entregar a você, representando toda a Diretoria e toda a história, uma placa que homenageia os 70 anos da fundação do Sindicato dos Químicos do ABC. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Iniciamos agora, por ordem alfabética, a chamada dos homenageados para receberem os seus diplomas: Adriano Soares da Silva, Antonio Odésio Vieira Diniz, Aparecido Doniseti da Silva, Armando Sousa Cruz, Cláudio Marcelo dos Santos, Ednea Sena da Silva, Eliane Maria Santana, Elias do Carmo Nascimento, Francisco Sales Vieira, Gerson Luiz dos Santos, Heli Vieira Alves, Ionara Carvalho Cruz, José Antonio Gomes Ferreira, José Carlos Passoni, José Evandro da Silva, José Freire da Silva, Juvenil Nunes da Costa, Lucimar Rodrigues da Silva, Luiz Carlos Theobald, Maria da Penha Agazzi Fumagalli, Maria Ferreira da Silva, Milton Nunes de Brito, diretor licenciado, Otávio dos Santos, Pasquale Musciacchio, Paulo Antonio Lage, Paulo Sérgio da Silva Lima, Raimundo Souza Suzart Lima, Rodolfo Morette, Ronaldo de Oliveira, Rubens Oliveira do Nascimento e Sérgio Ferrari. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega dos diplomas.

                                                                                                    

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  O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Bom dia a todos. Quero agradecer a presença e saudar aqui o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, em nome de quem saúdo toda a diretoria e toda a diretoria dos aposentados também. Também quero saudar aqui o Remígio Todeschini, que representa neste ato o Ministro da Previdência Social, Deputado José Pimentel. Quero saudar o presidente da CUT estadual, Edilson de Paula; o Deputado Adriano Diogo, deputado sempre presente e combativo nesta Casa; o Deputado Ítalo Cardoso, que exerceu quatro mandatos como vereador aqui na cidade; o Deputado Said Mourad, que esteve aqui entre nós trazendo a sua solidariedade; o Vereador Francisco Chagas, as demais autoridades presentes, lideranças sindicais, representantes de empresas, meus senhores e minhas senhoras, estou no exercício do terceiro mandato de deputado estadual e quase todas as semanas temos uma Sessão Solene nesta Casa, ou para entidades, ou para datas, ou para personalidades.

Ao longo desses três mandatos, pelo que eu me recordo, esta é a terceira Sessão Solene que tenho a honra de convocar. Não gosto de banalizar as Sessões Solenes. Lembro-me que convoquei uma sessão pela independência do Timor Leste, porque era uma causa meritória e que depois se concretizou.

Hoje, vemos o Timor um país independente, recuperando sua cultura, sua língua, sua tradição, que haviam sido exterminadas pelo invasor da Indonésia. O Brasil inclusive trabalha e ajuda nesse esforço de recuperação.

  A segunda Sessão Solene foi uma homenagem ao aniversário do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, a qual sou filiado e pago as mensalidades. E a terceira Sessão Solene foi em homenagem ao septuagésimo aniversário do Sindicato dos Químicos do ABC.

  Considero de extrema importância o papel de todos os sindicatos - o Sindicato dos Químicos, dos Metalúrgicos, dos Bancários, Apeoesp - na construção de um novo país. Sempre tivemos os sindicatos presentes na história do País. No início, os primeiros movimentos anarquistas; depois, o partido comunista, a igreja e os sindicatos, que tiveram um papel na organização dos trabalhadores brasileiros na conquista da democracia e na afirmação de direitos e garantias dos trabalhadores. Ainda temos um longo caminho a percorrer, que tem sido palmilhado com muita energia e disposição, geração após geração.

  Não é por acaso que vários ressaltaram o encontro de duas gerações: a geração do Remígio e a geração do Paulo Lage. Idades diferentes, mas uma perspectiva comum, que é a luta pela afirmação dos trabalhadores, não só nas suas profissões, nas suas garantias, nos seus direitos. Os trabalhadores tiveram antes um papel protagonista na luta contra a ditadura do Estado Novo, e a partir do final dos anos 70 foram protagonistas na luta contra o regime militar, ajudando a construir a democracia no Brasil.

  Esse estágio tem seu cume na eleição de um trabalhador fabril para a Presidência da República, vencendo toda série de preconceitos, discriminações, ódio, e a força de uma elite que insiste em tentar excluir os trabalhadores a cada momento.

  Hoje, estamos festejando os 70 anos de um sindicato que tem uma história de lutas no Brasil, em plena democracia, saudando o crescimento do País, os avanços, o salário mínimo sendo reajustado acima da inflação, todas as categorias firmando acordos salariais acima da inflação. Mas no passado recente, vamos recordar, a elite dominante tentou derrubar o Presidente Lula, e tentou proscrever os sindicatos vistos como anárquicos, a favor de práticas contrárias a boas políticas públicas. Felizmente, a democracia imperou, e o Presidente Lula pôde conquistar nas urnas o seu segundo mandato, porque a classe trabalhadora mais uma vez saiu às ruas em defesa da democracia.

E os químicos tiveram papel importante nessa luta. Há três anos os trabalhadores tiveram que voltar às ruas para dizer que o Presidente Lula foi eleito, e que não ia ser um grupo de golpistas que em nome de denúncias não comprovadas iriam tirar o Presidente Lula do poder. Ele foi para o embate eleitoral e conquistou a vitória eleitoral no segundo turno.

  Relembro isso porque hoje todo mundo é Lula. Em plena campanha eleitoral, há adversário nosso que diz: “O Presidente Lula, tudo bem. Mas, o PT, não.” Como se o PT não fosse Lula e Lula não fosse o PT na sua acepção mais ampla. Não o PT exclusivista, hegemonista, mas o PT representado pelo Presidente Lula, que abarca em torno de si vários partidos, vários setores, e governa para todos os brasileiros, embora não renegue a sua origem operária, fazendo um governo com olhar mais acentuado para aqueles que mais precisam, aqueles em que a presença do Estado até então era inexistente, justamente para que a elite mantivesse sua dominação.

  Tudo isso faz parte da história do Sindicato dos Químicos. Tudo isso faz parte da nossa história.

E vocês - que são homenageados em várias Câmaras Municipais do ABC - são hoje homenageados de forma muito justa nesta Assembléia Legislativa, que é a Casa do Povo do Estado de São Paulo. Este Parlamento cada vez mais deve ser a Casa do Povo de São Paulo, fazendo um orçamento participativo no estado, regionalizando o Orçamento para que o ABC, inclusive, possa ter mais participação na discussão da aplicação dos recursos públicos. Isso já existe em Santa Catarina mas, aqui, os sucessivos governos dos tucanos se recusam a admitir que tudo isso faz parte da luta e da tradição do Sindicato dos Químicos.

Tenho orgulho e quero deixar esse reconhecimento público de também ter uma parcela do meu mandato originário do voto dos químicos do ABC. Sou representante de todo o povo de São Paulo, mas sou representante também dos trabalhadores químicos do ABC, que confiaram nas propostas e têm apoiado o meu mandato, Paulo Lage.

Aprendi a conhecer mais de perto a luta de vocês, trabalhadores preparadíssimos, formados, preparados para negociação, para apresentar propostas e influir no plano institucional, como foi o debate para ampliação do pólo do ABC e o debate atual de benefícios inconclusos da redução do ICMS, não com o intuito de beneficiar apenas empresas e prover desenvolvimento, mas para ter mais emprego, mais participação nos resultados, melhores salários, melhores condições de trabalho. É preciso estender o acordo que foi feito até a terceira geração, aos termoplásticos, porque ainda é um acordo inconcluso.

Vocês têm tido capacidade para formular e nos subsidiar, inclusive, nesse debate. A capacidade de negociação e articulação não cede passo à combatividade. Não há oposição nos químicos entre negociar, articular habilidade e abrir mão, quando necessário, da luta, da mobilização, do combate. Porque, afinal, nasceu em 1938, no início da Segunda Guerra Mundial, e talvez daí tenha surgido esse espírito guerreiro de vocês.

  Eu diria que esse espírito guerreiro está a serviço não só do pré-sal que vem aí. “Preparem-se!” - já disse o Vereador Chagas, porque haverá muita produção, muito emprego com o pré-sal. Mas também estejamos preparados para que possamos ter em 2010 a continuidade desse amplo processo de mudanças que se iniciou em nosso País a partir de 2002. Não podemos deixar que esse projeto seja interrompido, não por qualquer desejo corporativo ou partidário, mas porque o Brasil precisa dessa continuidade.

  Então, que esse espírito guerreiro sirva também para que possamos construir no Brasil uma sociedade de paz. E paz no Brasil tem que significar fim da desigualdade, fim da exclusão, fim do preconceito, e uma sociedade democrática justa, igualitária e fraterna.

Parabéns, Paulo Lage, parabéns químicos do ABC por essa trajetória, por essa história maravilhosa, que nós queremos eternizar hoje nos Anais da Assembléia Legislativa. Muito obrigado e felicidades.

  Temos um vídeo com a história do sindicato que poderemos assisti-lo durante o coquetel no Hall Monumental.

  Senhoras e senhores, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, agradece as autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidadeall Monumental.

. Muito obrigado.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 40 minutos.

 

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