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19 DE MAIO DE 2011

045ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: EDSON FERRARINI, JOOJI HATO e WELSON GASPARINI

 

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

003 - EDSON FERRARINI

Relata a realização de audiência com o Comandante Geral da Polícia Militar. Considera a Polícia Militar de São Paulo um modelo para o País. Solicita ao Governador Geraldo Alckmin reajuste salarial para os profissionais da Segurança Pública. Combate a política de aumento através de abonos. Comunica que haverá concurso para contratação de quinhentos soldados da Polícia Militar, em São Paulo, e constata que a procura pela profissão é alta.

 

004 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Lê e comenta matéria do jornal "Folha de S. Paulo" sobre a operação "cavalo de aço" da Polícia Militar que visa combater as motos utilizadas em crimes. Reflete sobre os riscos do uso das motocicletas pelos criminosos. Defende a aprovação de projeto de lei, de sua autoria, conhecido como "moto sem garupa".

 

006 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

007 - WELSON GASPARINI

Informa dados da Secretaria Municipal da Administração Penitenciária de Ribeirão Preto que constatam falta de vagas na penitenciária local. Anuncia que o Supremo Tribunal Federal determinou que os presos condenados ao regime semi-aberto cumpram sua pena em regime aberto até o surgimento de  vagas. Lamenta a superlotação dos presídios no Estado. Considera fundamental a elaboração de estratégia para combater o uso de drogas e a violência urbana. Condena as verbas investidas nas construções de estádios para a Copa do Mundo de 2014.

 

008 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a presença de alunos do Colégio Porto Seguro, de Valinhos, acompanhados do professor Edmar Moreira, a convite da Deputada Célia Leão.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Comenta caso de estudante executado no estacionamento da Faculdade de Economia e Administração da USP. Informa que os salários dos profissionais da Segurança Pública no Estado de São Paulo são os mais baixos do País. Comunica a diminuição de salários dos oficiais da Polícia Militar em 50% desde 1995, quando Mário Covas assumiu o Governo de São Paulo. Defende a parceria público-privada na administração das penitenciárias do Estado. Informa a urgência de reajuste salarial para os policiais militares, em cumprimento a data-base.

 

010 - SEBASTIÃO SANTOS

Informa problemas ambientais na região de São José do Rio Preto. Apresenta imagens da foz do Rio Preto e do Rio Turvo, onde usinas hidrelétricas deverão ser construídas, causando danos ambientais para a região. Defende movimento popular a fim de proteger e conservar a área.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Reflete sobre a discussão acerca da reforma política no País. Lê e comenta artigo de Luiz Carlos Bresser Pereira publicado no jornal "Folha de S. Paulo", no qual o articulista informa seu desligamento do PSDB.

 

012 - MARCOS MARTINS

Comenta a realização, no dia de hoje, de audiência pública sobre a aplicação das leis específicas das represas Guarapiranga e Billing. Explica lei de sua autoria que proíbe o uso da substância química amianto. Relata casos de não-aplicação da lei. Defende que o Estado de São Paulo fiscalize sua aplicação. Propõe alternativas para o maior controle no uso da substância.

 

013 - LECI BRANDÃO

Comenta o "Dia do Estadual do Combate a Homofobia", comemorado em 17 de maio. Defende o dever desta Casa e da população em combater o preconceito, a discriminação e o ódio racial. Destaca episódio de preconceito racial ocorrido em empresa na cidade de São Paulo. Agradece aos Deputados que tem auxiliado seu mandato, independentemente de sigla partidária.

 

014 - ISAC REIS

Defende medidas de valorização dos profissionais da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Manifesta-se a favor do reajuste salarial dos policiais militares. Condena medidas paliativas a fim de combater o problema da violência urbana. Propõe maior debate das questões sociais como instrumento de luta em prol da pacificação da sociedade.

 

GRANDE EXPEDIENTE

015 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, apóia o pronunciamento da Deputada Leci Brandão, no que tange o combate à discriminação. Questiona motivações de Deputados Federais que combatem cartilha contra a homofobia, a ser distribuída nas escolas. Cita dados da violência contra homossexuais no Brasil.

 

016 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, informa que cerca de 40 famílias que ocupam fazenda improdutiva em São Paulo devem sofrer reintegração de posse. Lamenta o número de terras devolutas em mãos de particulares.

 

017 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta a instalação das quinze Comissões temáticas desta Casa. Informa que fará parte da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e da de Administração Pública e Relações de Trabalho. Explica áreas de atuação de ambas. Critica governos do PSDB pela venda do Banespa e da Nossa Caixa. Afirma que o Governo Estadual não destina a verba necessária à construção de moradias. Cita reivindicações defendidas por seu partido.

 

018 - ISAC REIS

Para comunicação, faz menção aos pronunciamentos dos Deputados Marcos Martins e Luiz Cláudio Marcolino sobre o tema das moradias. Combate a existência de latifúndios improdutivos.

 

019 - CARLOS CEZAR

Agradece aos Deputados que auxiliaram na instalação da Frente Parlamentar Evangélica. Reflete acerca dos limites impostos por nossos códigos de lei. Combate marcha favorável à descriminalização da maconha, que deve ocorrer nesta semana, na região da Avenida Paulista. Parabeniza o Deputado Adilson Rossi, que pretende realizar ato contrário à manifestação. Comenta males causados pela utilização de entorpecentes (aparteado pelo Deputado Adriano Diogo).

 

020 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

021 - JOOJI HATO

Comenta assassinato de aluno da USP, ocorrido dentro da Universidade. Lamenta a perda da família. Faz histórico da vida do rapaz. Menciona número de armas ilegais existentes no Estado. Defende prática de "tolerância zero" contra pequenos delitos. Posiciona-se favoravelmente ao desarmamento da população civil. Pede por políticas de investimento em prevenção.

 

022 - EDINHO SILVA

Parabeniza o Deputado Luiz Cláudio Marcolino por seu histórico de lutas. Discorre acerca de depoimento do ministro Orlando Silva, que declarou-se preocupado com o andamento das obras para a Copa do Mundo no Estado de São Paulo. Cita matéria jornalística que traz depoimento anônimo sobre a afirmação do ministro. Critica o Governo Estadual por delegar a um clube de futebol a tarefa de construir estádio para a competição.

 

023 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

024 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita do Presidente da Câmara de São José do Rio Preto, Oscarzinho Pimentel, acompanhado dos Deputados Sebastião Santos e Orlando Bolçone.

 

025 - ADRIANO DIOGO

Pelo Art.82, saúda os estudantes presentes. Questiona dificuldades para uso de painel e de Internet deste Legislativo. Comenta lançamento da candidatura de Eduardo Jorge, Secretário Municipal de Meio Ambiente de São Paulo, com apoio do prefeito Gilberto Kassab. Fala da morte de estudante assassinado na USP. Pede explicações para os problemas do sistema telefônico da Casa. Combate as obras, sistema de informatização e os totens instalados nos corredores. Lamenta a falta de funcionários na Taquigrafia.

 

026 - EDSON FERRARINI

Para comunicação, protesta contra a "Marcha da Maconha", considerada apologia ao consumo de drogas. Critica a decisão do juiz que autorizou a organização do evento. Repudia a defesa do uso da maconha, feita pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

027 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, combate a construção de pequenas centrais hidrelétricas no Rio Turvo. Mostra imagens do projeto. Cita manifestações de autoridades e da população local contra a obra. Questiona os benefícios da instalação, uma vez que gerará poucos empregos e impactará, negativamente, o meio ambiente.

 

028 - ISAC REIS

Pelo art. 82, fala de visita realizada a escolas de Carapicuíba. Relata dados referentes à densidade demográfica do município. Relembra temas abordados em audiências públicas para debater os problemas da Região Metropolitana de São Paulo. Reivindica melhorias na infraestrutura urbana de Carapicuíba, incluindo aterro sanitário. Informa que a cidade não possui recursos para arcar com o fundo para os municípios. Apela para que, na criação da Região Metropolitana de São Paulo, sejam atendidas as questões mencionadas.

 

029 - CELSO GIGLIO

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

030 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 20/05, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene no mesmo dia, às 10 horas, pelos "50 anos da Apae São Paulo". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Edson Ferrarini. 

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE – EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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-          Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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            - Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem, tivemos a oportunidade de participar de uma entrevista com o comandante-geral da Polícia Militar.

            Pudemos abordar os mais variados temas, como por exemplo, a situação atual da Polícia Militar no contexto estadual e no contexto nacional. O Coronel Álvaro Camilo é o Presidente do Conselho Nacional dos Comandantes Gerais das Polícias do Brasil. Pudemos constatar o alto conceito que a Polícia Militar de São Paulo tem em nível nacional. É o modelo. A Polícia Militar de São Paulo sai na frente e as demais polícias acompanham.

            Abordamos também a questão do aumento salarial. Temos conversado e estamos atentos, buscando dentro do Palácio a melhor forma para solucionar o problema, porque a melhor polícia do Brasil não tem o melhor salário do Brasil.

            Aproveito esta oportunidade para cobrar do Sr. Governador que o aumento, que está em estudo no Palácio, venha para esta Casa o mais rápido possível e, que seja um aumento digno e justo. De uma coisa temos certeza: o aumento não virá sob a forma de abono, porque o abono não atendia ao aposentado e ao pensionista. Aquele abono odioso, como era o Auxílio Localidade, nós ajudamos a derrubar aqui. No próximo aumento certamente essa prática horrível de aumento sob abono não acontecerá. O comandante-geral está preocupado com a situação e já acionou o Palácio, buscando a melhor solução.

            A Polícia Militar de São Paulo tem 100 mil homens, 93 mil homens na ativa e seis a sete mil soldados temporários. Para termos uma ideia do quão alto é o conceito da Polícia Militar de São Paulo, só faltam 500 vagas para serem preenchidas. Normalmente chegamos a ter de duas a três mil vagas. E foram abertas inscrições para 500 policiais militares. E para 500 vagas nós já temos 50 mil candidatos, o que mostra que é uma das corporações mais procuradas, mais respeitadas e está em alta no conceito do povo.

            Serão abertas vagas para soldados masculinos e femininos. Os quadros foram unificados e sem dúvida a Polícia Militar continuará atendendo a população.

            Os índices de criminalidade baixaram, em estatística que não é feita pela Polícia Militar, mas pela imprensa: 9,75 é o índice de homicídios. A ONU considera que acima de 10 não é satisfatório - epidêmico. Em termos de Brasil, são 25 homicídios por 100 mil habitantes. São Paulo está abaixo de 10, índice que a ONU quer.

            Essa é a sua Polícia Militar, para você se orgulhar da sua corporação.

            O curso feminino, por exemplo, na Academia do Barro Branco, é um dos mais procurados. O comando da corporação, o comandante-geral e eu, como Deputado estadual, ao seu lado, seu representante, estamos indo buscar a solução mais correta e a melhor possível.

            São Paulo tem a melhor polícia do Brasil, mas o salário está longe desse parâmetro. Esperamos que o reajuste que vier para esta Casa não passe por nenhum outro empecilho. Que o Secretário da Fazenda entenda que em Segurança Pública o maior bem a ser cuidado é o homem. Para isso, precisamos de salários dignos, à altura da melhor Polícia do Brasil. Ontem, houve uma entrevista com o comandante-geral Coronel Batista Camilo, que foi um sucesso. Na sequência, foram formados mais 45 oficiais bombeiros, três de Alagoas. A polícia de São Paulo é o modelo do Brasil.

Passo a ler o boletim do comandante na Escola de Bombeiros, em Franco da Rocha.

“Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública

Polícia Militar do Estado de São Paulo

Corpo de Bombeiros

Escola Superior de Bombeiros

“Coronel PM Paulo Marques Pereira”

Boletim alusivo à solenidade de encerramento do curso de especialização de oficiais bombeiros – II/09

Senhoras e senhores,

É com grande alegria e satisfação que a Escola Superior de Bombeiros entrega hoje à comunidade paulista e alagoana, quarenta e cinco jovens oficiais do Corpo de Bombeiros, homens e mulheres prontos após uma vasta carga horária de aulas, práticas e teóricas, a desempenhar as funções atinentes a seus postos.

Esta solenidade marca o coroamento de uma longa e árdua jornada, na qual conheceram, aprenderam e treinaram. Foram atividades modernas envolvendo técnicas de salvamento, resgate, combate a incêndios, engenharia de prevenção de incêndios e de matérias ligadas às ciências exatas como cálculo estrutural, resistência de materiais, hidráulica, química e física, dentre outras. A caminhada foi longa e muitos percalços foram superados, mas creiam que todas as atividades desenvolvidas tiveram o objetivo maior de transformá-los em profissionais ainda mais capacitados. A partir de hoje, cada um dos senhores passará a assumir o comando de uma fração operacional dos Serviços de Bombeiros, prerrogativa esta que conquistaram com seu próprio esforço.

Lembrem-se que vocês trabalham para e em função da população e também, da responsabilidade redobrada que terão, ao repassar os conhecimentos aqui adquiridos a seus colaboradores. Zelem pela conservação de seus quartéis, viaturas e equipamentos e pela excelência no atendimento das emergências. Sempre, enquanto comandantes, caberá a vocês a tomada de decisões no atendimento das ocorrências, e então, é fundamental aplicar com oportunidade e sabedoria tudo aquilo que aprenderam durante o Curso.

O símbolo metálico ou bordado, carinhosamente chamado de “caranguejo”, que a partir de hoje carregarão no peito, não se resume em mero enfeite ou simples adorno. Mais que isso, é o símbolo do conhecimento de que são possuidores, é o símbolo de uma conquista, de uma vitória. Ostentem sempre este símbolo em todos os uniformes que utilizarem, assim como estão fazendo hoje, pela primeira vez e, permitam que de suas fardas ele permeie também suas almas.

Tenham certeza que, apesar de todas as dificuldades, a Escola proporcionou que todos vocês tivessem a melhor formação de Oficiais Bombeiros do mundo.

Desde a formação do Soldado PM do Bombeiro, passando pelo Sargento PM aqui especializado e, chegando ao nosso Comandante do Corpo de Bombeiros, na Escola todos despenderam 100% de sua capacidade e de sua dedicação para a consecução deste curso. A rigorosa seleção dos professores e instrutores, deu-lhes uma enorme bagagem de conhecimentos atualizados e adequados à nossa realidade, conhecimentos estes, baseados na doutrina de bombeiros por meio dos Manuais Técnicos e dos Procedimentos Operacionais Padrão, portanto, a partir de hoje, os senhores serão multiplicadores destes conhecimentos em suas unidades onde servirão à comunidade.

Nossos sinceros agradecimentos ao:

Exmo. Dr. Antonio Ferreira Pinto, nosso Secretário de Segurança Pública, notável homem, devotado à causa da comunidade paulista há mais de 40 anos e que sempre apoiou o Corpo de Bombeiros da Força Pública;

Exmo. Dr. Arnaldo Hossepian Salles Júnior, nosso Secretário Adjunto de Segurança Pública que sempre apoiou a Escola, extremamente comprometido com suas atividades profissionais de homem público, assim propiciando que hoje a Escola Superior de Bombeiros possua a totalidade de sua área de 110 hectares totalmente sob a responsabilidade do Estado;

Exmo. Cel. PM Alvaro Batista Camilo, Comandante Geral da PMESP, oficial oriundo do Corpo de Bombeiros que, não obstante a imensa gama de atividades frente à instituição tem demonstrado grande apreço e contribuído de maneira destacada e decisiva para o progresso da nossa Escola e do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar;

Ilmo. Dr. Gustavo Ungaro, Presidente da Corregedoria Geral da Administração, que por sua intercessão direta quando no Instituto de Terras do Estado de São Paulo - ITESP, propiciou que na data de hoje a Escola Superior de Bombeiros possua a totalidade de sua área de 110 hectares totalmente sob a responsabilidade do Estado;

Ilma. Dra. Márcia Ungaretti, Chefe de Gabinete da SSP, pois seu apoio ao Corpo de Bombeiros e por suas diversas visitas à Escola, o que contribui para que fortaleçamos ainda mais nossa vontade de bem servir a comunidade paulista;

Ilmo. Cel. PM Luiz Humberto Navarro, Comandante do Corpo de Bombeiros, sabiamente escolhido paraninfo da turma que hoje se forma, por seu destacado merecimento a frente de nossa instituição e que sempre nos prestigia com sua presença em nossos diversos eventos, demonstrando seu comprometimento no esforço para a melhoria das condições logísticas e de recursos humanos na área de ensino de bombeiros;

Ilmo. Cel. PM Cláudio Antonio Rissotto, Diretor de Ensino e Cultura da Polícia Militar do Estado de São Paulo, pelo apreço e auxílio prestados em todas as questões atinentes à melhoria da formação e especialização dos profissionais da Polícia Militar, principalmente no atendimento aos anseios da Escola Superior de Bombeiros;

A todos os docentes da UNICSUL – Universidade Cruzeiro do Sul, por meio do Professor Dr. Jaime da Veiga, coordenador de cursos e, em especial ao Professor Ms. Lincoln Nascimento Ribeiro, professor dessa reconhecida e admirada instituição de ensino público, cuja parceria com o Corpo de Bombeiros, por demais profícua, complementa a formação tecnológica de nossos oficiais;

Aos docentes e demais colaboradores da Escola Superior de Bombeiros “Coronel PM Paulo Marques Pereira” e de outras unidades do Corpo de Bombeiros que contribuíram pela qualidade e profissionalismo demonstrado durante a realização do curso.

Não poderíamos deixar de consignar os nossos agradecimentos aos familiares e amigos que, por vários momentos, se privaram da companhia dos seus entes queridos, mas que pacientemente compreenderam a necessidade da ausência, a fim de que houvesse uma dedicação, quase que exclusiva, destes jovens oficiais aos estudos.

Eternizando tão sublime momento em vossa carreira, quero lembrar as sábias e atuais palavras do patrono de nossa Escola, o Comandante Paulo Marques, aos seus comandados do Corpo de Bombeiros durante a década de 1960:

“Se não tens o olhar da águia,

Se não tens a sagacidade da raposa,

Se não tens a coragem do tigre,

Para trás companheiro,

Esta não é a tua casa.”

Que Deus os guie nessa nova jornada, pois vocês terão, diuturnamente, o destino de vidas, do meio ambiente e de bens sob suas responsabilidades, nos restando apenas, em nossas preces, pedir para que a sua labuta seja sempre coroada de êxito.

Parabéns e felicidades a todos.

Quartel em Franco da Rocha, 18 de maio de 2010.

Antonio Carlos Martins

Ten.Cel.PM - Comandante Interino


Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 

* * *

 

           

            - Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

                                                                       * * *

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, os jornais de hoje noticiam uma operação chamada Cavalo de Aço, da Polícia Militar, que declara guerra às motos ilegais. Cerca de 60% dos crimes contra o patrimônio são cometidos com a ajuda de motocicletas. Essa operação começou na segunda-feira. O jornal “Diário de S. Paulo” publica em suas páginas fatos dessa operação.

Em março, a Polícia Militar decidiu realizar essas operações, que certamente vão ajudar a todos nós, vão ajudar inclusive aos marginais e suas mães. As mães dos marginais sofrem com as mortes dos filhos. Muitos marginais são jovens que morrem durante os assaltos. A moto é um veículo muito rápido. Até tenho uma moto, mas não a uso em São Paulo, pois aqui temos em média três mortes por dia.

A moto é muito rápida e a polícia não consegue pegar. Os motociclistas usam o capacete, que para eles se torna uma máscara, mas na verdade é um equipamento de segurança. Temos muitos politraumatizados devido a quedas de motos sem o capacete. Vão parar no pronto-socorro, inclusive na Santa Casa. Recebia muitos motoqueiros acidentados. Aliás, aquele pronto-socorro, um dos maiores do mundo, com mais de 3.000 metros quadrados, está para fechar. Espero que a Assembleia Legislativa possa ajudar a Santa Casa, intercedendo com a Presidente da República, com o Governador, com o Prefeito, com os órgãos competentes para que a Santa Casa continue salvando vidas, inclusive vítimas de acidentes de moto. Esses acidentes oneram muito os cofres públicos, o SUS.

A operação Cavalo de Aço, da Polícia Militar, vai ser muito profícua. O Dr. Aldo Galeano Júnior esteve conosco participando de uma entrevista na TV Assembleia e afirmou que 61,5% dos assaltos em saída de bancos são feitos por garupa de moto. Este deputado foi vereador na Capital durante 28 anos e saiu daquela Casa um pouco constrangido por não ter promulgado essa lei. Aprovamos a lei que proibia a garupa de moto nos dias úteis, na Câmara Municipal de São Paulo, há oito anos. Tiramos os sábados, domingos e feriados para que as pessoas pudessem levar a namorada, a esposa, o filho para passear. Nesses dias, há uma diminuição no trânsito, no número de acidentes e também há uma diminuição de dinheiro circulando. Nos dias úteis, os bancos, os comércios estão abertos e há mais assaltos. Eles assaltam até no Aeroporto de Congonhas. Assaltaram o filho do Governador Geraldo Alckmin. Assaltaram um ministro que desembarcou em Congonhas, o Ministro Mello. Assassinaram o irmão do Deputado Murad, desta Casa, e também o irmão do Deputado Federal Walter Hiroshi. Essa operação vai ser muito importante.

Aprovamos essa lei na Câmara Municipal de São Paulo, mas não conseguimos promulgar, pois foi vetada. Teríamos de derrubar o veto. Houve até vereadores que tiveram seus filhos assaltados, mas infelizmente não me ajudaram e não consegui derrubar o veto. Uma vereadora me ligou da Rua Vergueiro para me dizer que era contra a lei, mas iria votar favoravelmente. Ela me falou que queria ajudar na derrubada do veto da moto sem garupa, pois seu primo, que havia sido ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso, havia sido assaltado na Rua Vergueiro e deixaram-no de joelhos, em plena luz do dia.

Já protocolizei esse projeto nesta Casa, espero o apoio de todos os Srs. Deputados para que possamos diminuir esses acidentes, essa violência - que aumenta os gastos no SUS, sobrecarrega o Judiciário, sobrecarrega o IML e entristece todas as famílias.

Sr. Presidente, peço o apoio de todos os Srs. Deputados para que possamos aprovar esse projeto que vai beneficiar todos nós no Estado de São Paulo.

Muito obrigado.

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

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O SR. PRESIDENTEJOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados:

O Jornal “A Cidade”, de Ribeirão Preto” divulga,  que a Secretaria de Atendimento Penitenciário assumiu um déficit de 60 mil vagas em penitenciárias de todo o Estado de São Paulo.

            A capacidade permitida na Penitenciária de Ribeirão Preto é de 792 presos, porém há 1.304 internos. Ou seja: 512 presos a mais do permitido. Por causa do excesso de presos na Penitenciária de Ribeirão Preto, no último dia 10, o Supremo Tribunal Federal concedeu a um preso do regime semi-aberto o direito de cumprir pena em regime aberto até a existência de vaga. A Secretaria de Atendimento Penitenciário informou estar construindo novas unidades para suprir a demanda.

            É uma pena; mas essa é a realidade que estamos vivendo. Todos os presídios estão superlotados. E ainda: o Judiciário não tem recursos para julgar rapidamente os casos.  Recentemente, a imprensa divulgou que uma pessoa matou duas pessoas há 12 anos e não foi sequer a julgamento. Pelo que tem sido noticiado, também existem milhões de processos tramitando na Justiça e, tendo bons advogados, vão até a última instância e ainda têm mais recursos.

            Lutamos - e temos pedido - para que se melhore o Poder Judiciário e se dê melhores salários aos policiais, promovendo-se a informatização dos processos. Mas, fico pensando: se houvessem mais policiais nas ruas, mais juízes e mais funcionários no Judiciário e se os processos estivessem informatizados onde iríamos colocar todos os bandidos soltos nas ruas?

            É triste falar, mas a realidade, em determinado momento, faz pensarmos que não pode ser melhorado todo esse sistema, principalmente o de punição, porque não tem como punir as pessoas. Nas festas de Natal, Ano Novo, Dia das Mães, entre outras datas, muitos presos recebem a permissão para passar o dia nas suas casas e, geralmente, cerca de dois mil presos não retornam à penitenciária. De novo, a Polícia precisa prender e é necessário novo processo.

            Se, efetivamente, pudessem a Polícia e o Poder Judiciário  ter mais recursos, o que adiantaria se não terminarmos com a fábrica de bandidos? Gostaria de alertar as nossas autoridades. É fundamental haver uma estratégia!

Que tristeza vermos, na televisão, os chamados pontos de drogas em São Paulo, a capital mais rica do País. Antigamente, eram rapazes. Agora, tem morador de rua, jovem, moça, mulher fumando drogas à vontade. O que poderia ser feito? Onde levar essa gente para recuperação? Não existem lugares, essa é a verdade.

            Gostaria de finalizar minhas palavras fazendo a seguinte observação: gosto muito de futebol e acho uma beleza termos a Copa do Mundo no Brasil. Criticam o Governador Geraldo Alckmin por ele estar com as mãos fechadas e não querer abri-las para construir mais estádios de futebol e ampliar os já existentes; só em um estádio - por exemplo, o Maracanã, no Rio de Janeiro - serão investidos um bilhão de reais.

Ora: se não existe dinheiro para construir presídios em maior escala, para dar aumento aos policiais militares, para informatizar o Poder Judiciário e para recuperar as vítimas do consumo de drogas como é que aparece dinheiro para os estádios e para as obras em seu redor?

            O esporte tem de ser prestigiado, mas, pelo amor de Deus, isso se assemelha a uma casa de família na qual falta dinheiro para comprar arroz, feijão, remédios e, de repente, o cidadão compra um automóvel. É bom que se tenha tudo isso, mas é preciso estabelecer prioridades. Os poderes públicos também têm de fazer o mesmo.

            Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Esta Presidência deseja boas-vindas aos alunos e alunas do Colégio Porto Seguro de Valinhos, no Estado de São Paulo, sob a responsabilidade do professor Dimar Moreira, a convite da nobre Deputada Célia Leão. Sejam bem-vindos! (Palmas.)

            Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, um rapaz de 25 anos de idade, aluno da Faculdade de Economia da USP, foi executado no campus da USP da zona oeste de São Paulo. Ele levou um tiro na cabeça, quando saia da faculdade. Isso porque a mídia e a média governamental dizem que temos um total controle da Segurança Pública no Estado.

Esse é só um exemplo da mentira que é a Segurança Pública no Estado. Palavras ufanistas do Comandante da Polícia Militar, que parece que está no Reino da Etiópia. Tapete vermelho no QG é uma maravilha, e os súditos morrendo de fome.

            Não dá para compactuar com hipocrisia. É bom que os jovens que estão aqui saibam que temos os soldados piores pagos, os escrivães piores pagos, os investigadores piores pagos, os oficiais piores pagos, os delegados de Polícia piores pagos do País. É uma vergonha o que o Governo faz com a Polícia e com a população.

            Transformei em Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) quanto ganhava um soldado de Polícia em 1º de janeiro de 1995 - quando Mário Covas, do PSDB, assumiu o Governo do Estado - e quanto ele ganha hoje. Quanto ganhava um oficial em 1º de janeiro de 95 e quanto ganha hoje? Quanto ganhava um Delegado de Polícia e quanto ganha hoje? Cinquenta por cento a menos. Em 16 anos, o padrão do salário do Soldado da Polícia Militar, que está aí se matando e se arrebentando pela população, é ignorado pelo Comando que só faz média com o Governo que, por sua vez, só massacra. Somos ótimos para fazer festas, solenidades, entrega de viaturas em praças públicas, formaturas de policiais para ser gravado e ir ao horário nobre, em matéria paga de imprensa.

E mais: os dados estatísticos de roubos e furtos caíram? Ou caiu o número de comunicações? Porque o cidadão hoje recebe um desincentivo para não fazer registro criminal. Isso é horrível. O Deputado Gasparini falava com muita propriedade do Sistema Prisional. Mas temos 170 mil presos hoje para 98 mil vagas carcerárias, e temos mais de 300 mil mandados de prisão não cumpridos no Estado de São Paulo. Neste aspecto, V. Exa. tem razão. Graças à incompetência da Segurança Pública não virou caos total o Sistema Prisional. Mas tem de ter um investimento de recurso, tem de buscar novas parcerias. São Paulo vai ser o último a ir para Parceria Público-Privada, com presídios. Minas Gerais, com Aécio Neves, já adotou a participação da iniciativa privada. É necessário. Não adianta dizermos “Graças a Deus, a Segurança Pública é incompetente”, porque o cidadão está nas ruas sofrendo exatamente tragédias, como a da família desse moço, que foi à faculdade e a família recebeu um cadáver.

            Responsável por isso é o Governo do Estado de São Paulo, pois deputado não pode fazer projeto criando salários, ou criando despesa. O Governador tem a obrigação de mandar a esta Casa projeto de lei que estabeleça dignidade para a família policial. Oitenta por cento da PM, hoje, fazem bico; outros 20% estão procurando um para fazer. Essa é a realidade! Os coronéis estão todos dobrados de joelhos, esperando carguinho que vem para a prefeitura, e o soldado vai, 12 horas em pé, para a Operação Delegada. Para uns, casa grande, para outros, senzala. Esta é a realidade que temos no Estado de São Paulo. O resto é hipocrisia.

            Nós vamos continuar cobrando. Está em ebulição um grande movimento salarial da Polícia de São Paulo. O Governador já está em atraso. Data-base de reajuste é 1º de março, e já estamos entrando em junho; vamos votar a LDO, vamos para as nossas merecidas férias, e a polícia e o povo na agonia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, munícipes presentes, alunos presentes nas galerias, funcionários, imprensa, o que me traz a esta tribuna é que, infelizmente, o meio ambiente pede socorro no nosso Estado. Desta vez, por causa da construção de duas usinas de pequeno porte, justamente em um rio – que tem nas suas encostas um terreno arenoso, não pedreira –, que é o rio Turvo. Tenho aqui a foto de uma das únicas cachoeiras da nossa região, muito procurada por visitantes e, que daqui a dois anos não existirá mais. Será uma barragem hidrelétrica, com duas turbinas apenas. E nesse rio já estão sendo feito medições.

Espero que o meio ambiente comece a desenvolver uma ação rápida contra essa usina. Temos a Usina de Marimbondo, e temos também a Usina de Formiga, que há 30 anos está em funcionamento na região e tem dado sustento para termos a energia elétrica. Estamos agora no Senado, com impasse, para pagarmos 300 milhões para Paraguai e Uruguai ficarem lá apenas nos vendendo resto da energia. E temos de destruir a nossa fauna e flora do nosso meio ambiente para construirmos apenas duas usinas no rio, com quatro turbinas. Uma delas será na Foz do Rio Preto, e a obra – acho que deve ter alguém com interesses aqui – vai custar 96 milhões. Ela será terceirizada e vai atender a uma média de 120 mil pessoas, com duas turbinas Kaplan, numa queda de 16 metros e num terreno arenoso. Isso vai causar uma destruição, e será irrecuperável.

Queremos convocar o pessoal do meio ambiente, a vocês que nos assistem através da TV Assembleia, que se agrupem, e vamos dar as mãos para que essas usinas não sejam construídas. Nem na Foz do Rio Preto, como também não deixar destruir essa cachoeira, do Talhadão, uma das únicas que sobrou na região noroeste do Estado, no rio Turvo.

É uma bela paisagem e os pescadores vão ali para fazer a pesca de dourados, de porte grande, até de 20 quilos. Eles vão sumir. Depois vão colocar corvina, tucunaré, porquinho, peixes que não são nativos da região. Já chega o bagre africano, que está tomando conta desse rio e o Meio Ambiente não faz pesquisa alguma. Temos de lutar pelos pesquisados, pois entre Mirassol e Rio Preto fica o Instituto da Pesca. Mas que incentivo eles têm se não têm nem combustível para ir ao rio. Ficam apenas as salas e não veem o que está acontecendo. É um rio que corta praticamente o Estado de São Paulo, mas que estamos perdendo por causa de pessoas como o Ministro, de Minas e Energia, que fala: “Talhadão mesmo vai virar mini-usina.”

Seria bom eles pensarem em não pagar a energia que está sobrando lá em Furnas. Peguem esses 300 milhões e invistam no social no Estado de São Paulo, que vamos agradecer. E muito.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar um pouco toda essa discussão polêmica que existe no Brasil em torno da Reforma Política, que está sendo discutida no Congresso Nacional, pelo Senado, pela Câmara dos Deputados. E me parece que aqui será instalada também uma frente parlamentar pela reforma política. Enfim, esse tem sido um assunto da pauta de várias Casas Legislativas e dos partidos políticos. Eu gostaria de fazer alguns comentários utilizando em primeiro lugar um artigo publicado, ontem, no jornal “Folha de S. Paulo”, em Tendências e Debates, do Luiz Carlos Bresser Pereira, que já foi Ministro do Governo Sarney, foi Ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso, é um dos intelectuais do PSDB, um dos fundadores do PSDB. Esse artigo é muito importante porque ele é professor da Fundação Getúlio Vargas, professor universitário, tem produção acadêmica nessa área.

E o artigo do Luiz Carlos Bresser é muito interessante porque ele diz adeus à vida partidária. O seu artigo é um desligamento público do PSDB, partido que ele ajudou a fundar. Ele disse que está desencantado com a política partidária e que não acredita mais no PSDB, porque o PSDB se tornou um partido de centro-direita. São palavras dele. Então, ele diz o seguinte: “Nesses últimos dez anos, eu mudei, e o partido político que eu ajudei a criar, o PSDB, também mudou. A mudança foi tão grande, que chegou a hora de dizer adeus a esse partido e mais amplamente à política partidária.” Ele diz que o Partido do PSDB virou um partido de centro-direita, foi isso que aconteceu como agravante. O Partido PSDB também não se identificou com o nacionalismo econômico, essencial para que o Brasil alcance os níveis de bem estar dos países mais ricos. É um artigo interessante que eu sugiro a leitura para todos os parlamentares desta Casa, para o telespectador que está nos assistindo. Trata-se do artigo de ontem, cujo título é Adeus à Política Partidária, o desligamento público e o desencanto do Luiz Carlos Bresser Pereira com o PSDB, partido que ele ajudou a fundar.

            Esse é um artigo que eu trago para a nossa reflexão, dizendo que o Bresser Pereira está se desligando do PSDB, está desencantado com a política partidária, afirmando, repito, que o PSDB se tornou um partido de centro-direita.

            E ao mesmo tempo, eu gostaria de comentar uma entrevista de um dos maiores intelectuais desse País, o sociólogo, cientista social, da Universidade de São Paulo, Francisco de Oliveira, que por sinal é filiado ao nosso partido, ao PSOL. Mas ele também em uma entrevista dada a um jornal francês do ano passado, falou sobre a falência dos partidos políticos no Brasil, de uma forma generalizada, afirmando na sua entrevista ao jornal francês, que os partidos políticos no Brasil estão em crise, os partidos políticos perderam toda a sua representatividade. Os partidos políticos no Brasil não passam de oligarquias, de cartórios, que eles não fazem mais a mediação entre a população e o estado; entre a população e a política. Eles perderam a credibilidade. Os partidos políticos perderam a ideologia, a filosofia, então, há um desencanto nesse sentido.

            Ele aborda ainda nesse artigo que a história da representatividade política e partidária é a nova no Brasil. Começou a cair praticamente a partir 1945, foi até 1964, quando tivemos o golpe militar, a quartelada no nosso País, que pôs fim a um processo de redemocratização que vinha ocorrendo após o estado Novo de Vargas, a ditadura Vargas. E o Brasil começou a crescer. Muitos autores, muitos sociólogos e historiadores colocam claramente que o único momento que o Brasil viveu a possibilidade de uma democracia plena foi de 1946 a 1964. E o golpe militar veio justamente para acabar com essa redemocratização.  O golpe militar colocou um freio no processo de redemocratização do Brasil para ajudar no processo de acumulação capitalista. O sociólogo Francisco de Oliveira aborda isso de uma forma muito interessante e diz que a retomada desse movimento de representação política partidária só se dá com o fim da ditadura militar em 1984, 85, com movimento pelas diretas já.

            Mas agora, nós vivemos uma outra crise, que é a crise da falta de representatividade e de coerência dos partidos políticos.

            Por isso, Sr. Presidente,  nós temos que imediatamente aprovar uma reforma política e, que tem de ser construída por toda a sociedade, não só pelos partidos políticos. Porque os partidos políticos, o próprio congresso nacional, não vai cortar na própria carne. A sociedade civil organizada tem que dar o tom da reforma política no Brasil e não os partidos, principalmente os partidos da ordem, que não tem nenhum interesse em mudar essa situação.

            Nós queremos uma reforma política, mas que atenda às necessidades da população e não desses partidos políticos pressão cartoriais, que são verdadeiras e oligarquias. Não existe mais fidelidade partidária; não existe mais coerência; não existe mais programa, filosofia, ideologia. Os partidos se tornaram basicamente buscadores de cargos. Temos mais partidos que não tem mais ideologia. Partidos que apoiam a Presidente Dilma, no Congresso Nacional.  Aqui na Assembleia Legislativa, o mesmo partido que apoia a Presidente Dilma, no Congresso Nacional, apoia Alckmin, e aqui na Prefeitura de São Paulo, apoia o Governo Kassab. São partidos sem coloração. São os partidos mornos, que não têm ideologia alguma, que se agarram aos cargos. São os famosos partidos da boquinha e isso acaba com a credibilidade dos partidos políticos. Então, temos que romper com esse tipo de comportamento político. E agora será criado mais um partido como esse, que é o PSD, o partido do Governo Kassab, Prefeito da Cidade de São Paulo, que se propõe a ser o novo PMDB, mais um partido para se agarrar aos cargos, sem ideologia.  E o próprio manifesto do prefeito Governo Kassab diz claramente isso, que o partido não é de direita, não é de centro, não é de esquerda, não é nada. É o partido dos cargos. É o partido que vai apoiar quem der mais.

            Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO – PMDB – Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. 

 

            O SR. MARCOS MARTINS - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, está sendo realizada nesta Casa uma audiência sobre a aplicação das leis nas Represas Billings e Guarapiranga.

            E é importante que seja aplicado para que seja garantida a moradia e preservado o meio ambiente, a água. Sabemos que 30% aproximadamente da água usada pela população em São Paulo, provem dessa região. E eu tenho uma lei que proíbe o uso do amianto, mas que a fiscalização não funciona direito, porque permite que os caminhões que vêm de outros estados, desrespeitem a lei e forneçam produtos cancerígenos com amianto.

            Então, estamos insistindo para que a fiscalização seja mais eficaz. Recentemente, foi descoberto, eventualmente, um veículo carregando amianto dentro de um caminhão baú, da Bauducco. Imaginem, a Bauducco fornece alimentos para a população – carregando amianto. Não podemos aceitar esse tipo de coisas, esses subterfúgios. Fogem escondidos e clandestinamente; burlando a lei, vem de outros estados para cá. A maioria das empresas já fez a transição. Praticamente todas, trazendo o produto de fora. Então, queremos que seja intensificada a fiscalização.

Quero, também, fazer outro registro. Tem um córrego em Osasco que o Governo do Estado ficou de realizar uma obra. É a canalização do córrego que liga o Piscinão do Anhanguera. O Governo Federal já fez sua parte, a Prefeitura de Osasco fez sua parte, só falta o Estado. A obra será concluída para conter as enchentes que normalmente castigam essa cidade.

Esperamos que o Governo do Estado assuma sua responsabilidade. O Governo Federal já fez a sua parte e também a Prefeitura de Osasco.

Gostaríamos de ver a obra concluída porque um dos objetivos desse piscinão, próximo a Anhanguera, era de evitar que as águas de Pirituba e região fossem para a cidade de Osasco. É preciso que essa obra seja concluída o mais rápido possível.

Precisamos fazer com que o Governo do Estado cumpra a sua obrigação, a sua tarefa de consertar porque os municípios vizinhos aqui da Capital também são penalizados não só pela divisa, pelo trânsito, pedágios que desviam das rodovias e vão para o centro da cidade, trazendo transtornos, congestionamentos enormes e mais gastos com a saúde.  o projeto cidade limpa. O que as empresas de publicidade fazem? Fogem para cidade vizinha. Ainda bem que o Prefeito Emídio, da cidade de Osasco, esteve aqui e também conseguiu aprovar, com a Câmara Municipal, esse projeto Cidade Limpa para fazer frente a essa quantidade de publicidade que vão para lá. Nas Escolas Estaduais têm tanta publicidade que não se sabe se são escolas ou se são apenas tapumes. Agora a Secretaria da Educação precisa fazer os muros nas escolas porque elas não têm, são apenas tapumes. Fazer com grades para que tenham visibilidade.

            Muito obrigado, Sr. Presidente

 

            O SR. PRESIDENTE – JOOJI HATO – PMDB – Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigues Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.)

            Esgotada a lista de oradores, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão.

 

            A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, público que nos assiste pela TV Assembleia, com muito constrangimento que mais uma vez venho a esta tribuna para falar sobre um assunto delicado, que é a questão do preconceito. São dois tipos de preconceitos que quero falar.

  “Nesta semana, em que se comemorou o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia é importante lembrar que é uma data marcada por decisão histórica. Há 21 anos, a OMS (Organização Mundial da Saúde), retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, o CID. Portanto, com  essa  decisão, se reconhece que toda orientação sexual é saudável.

Fiz questão de vir a esta tribuna para refletir com meus colegas sobre o presente e o futuro que desejamos. Queremos uma sociedade verdadeiramente justa, democrática no qual todas as pessoas sejam respeitadas em sua condição humana, tenham seus direitos fundamentais garantidos, resguardados e vivam com a certeza de que a felicidade é um direito inegociável.

Com a parceria dos movimentos sociais em geral e, neste caso específico o movimento LGBT, o Estado brasileiro tem investido em ações antidiscriminação, iniciativas afirmativas para respeitar a nossa diversidade. É nosso dever promover a igualdade e combater o preconceito, a discriminação e o ódio. A cor da pele, orientação sexual, origem ou credo religioso devem ser celebrados como as diferenças que contribuem para um sociedade plural.

Fico feliz de saber que recentemente a Assembleia aprovou Projeto de Lei, de autoria do Deputado Gianazzi, que institui o 17 de maio como Dia Estadual de Luta contra a homofobia e agora aguarda a sanção do Governador

Quando entrei nesta casa eu me comprometi a dialogar com todos que, com serenidade, buscassem a melhoria nas condições de vida daqueles menos favorecidos, excluídos e discriminados.”

Neste mês, encontrei-me com pessoas ligadas ao Movimento da Religião de Matriz Africana, do Movimento Negro, do Movimento LGBT, de todas as entidades não só de São Paulo, como nacionais também, e reafirmei o meu compromisso no mandato.

Da mesma forma, eu o fiz com o movimento que busca a igualdade racial. A propósito, quero destacar aqui episódio relatado, ontem, na imprensa em que uma empresa de São Paulo usou o critério da cor da pele para apresentar candidatos a empregadores. O nosso mandato repudia veementemente qualquer ato de discriminação e exclusão. A nossa assessoria, inclusive, foi procurar a dona da empresa para esclarecer esses procedimentos. Ela foi orientada pelos seus advogados para não comparecer, mas a nossa equipe vai voltar lá para saber o porquê da cor da pele para ser empregado.

É uma vergonha isso acontecer em 2011 no Estado mais importante da nação brasileira, que é o Estado de São Paulo.

Quero deixar aqui o meu apoio a toda sociedade. Quero contar com os queridos parlamentares desta Casa para dialogarmos serenamente para chegar ao bem comum.        

Coloco o nosso mandato à disposição das ações de combate a preconceito, seja ele de qualquer ordem.

Agradeço a atenção, mais uma vez, reafirmando o meu agradecimento aos deputados de diversos partidos desta Casa que têm nos orientado, ajudado e contribuído para fazermos o mandato com muita dignidade.

É a primeira vez que estou no universo parlamentar. São dois meses e alguns dias que estamos neste mandato, mas sou muito grata pelo tratamento, pela acolhida que tenho recebido, acima da sigla partidária.

Nós, do PCdoB, estamos aqui para fazer uma agenda afirmativa, positiva. Não temos que discordar pelo simples fato de discordar pela diferença de sigla. Não é esse o nosso caminho. O nosso caminho é o do diálogo, da compreensão, para que possamos definitivamente atender as reivindicações do povo de São Paulo. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

            O SR. PRESIDENTE – JOOJI HATO – PMDB – Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis.

 

O SR. ISAC REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, funcionários deste Legislativo, quero falar de um tema que tem sido abordado por alguns deputados: segurança, uma preocupação de todos e que realmente tem de estar na pauta de todos os Parlamentos. Evidentemente que algumas ações devem ser tomadas, mas não ações paliativas para fingir que está se buscando o melhor. Quero dar um exemplo e, é uma opinião pessoal e provem- me o contrário se eu estiver errado.

Vamos pegar essa campanha do desarmamento.

Vejo ações de entidades civis imbuídas da maior boa vontade, mas uma pergunta fica no ar: quem vai entregar a arma? Será que é o bandido que vai lá com a sua AR-15 e diz ‘vim entregar a arma’? Ou será que é aquela pessoa que tem uma garrucha do tempo do avô? Em que pese a boa vontade, não tem a eficácia necessária. E assim vai-se enganando as pessoas. De concreto mesmo não há nada nesse tipo de campanha por parte dos poderes constituídos.

Falei um dia desta tribuna: o grande passo que poderíamos ter dado para diminuir - acabar não acaba - essa violência exacerbada já tivemos em nossas mãos: quando o então Deputado Federal Luiz Eduardo Greenhalgh apresentou a proposta do desarmamento em Brasília. Mas o “lobby” da indústria bélica falou mais alto. Foram para os meios de comunicação e colocaram na cabeça do cidadão comum que ele tinha de estar armado para se defender. E sabemos que uma pessoa de bem armada é mais uma arma na mão do bandido amanhã. Não é este o caminho que temos de tomar.

Temos de adotar medidas concretas, como foi dito pelo Deputado Olímpio Gomes: primeiro, valorizar o corpo da guarda que temos no Estado de São Paulo, que é superdesvalorizado.

É humanamente impossível que um cidadão que tenha um salário-base de 540 reais possa pôr sua vida em risco todos os dias. É impossível a Polícia combater o crime com os carros que tem se comparado aos carros que os meliantes usam. Os coletes à prova de balas não seguram as balas das armas que os bandidos têm. São estas ações que devem ser tomadas e não medidas paliativas para fingir que estão fazendo alguma coisa.

Posso falar que fui mal-interpretado quando vereador em Carapicuíba ao ser contra a lei seca no município. O único vereador contrário à lei seca em Carapicuíba. E por quê? Porque o prefeito queria tirar essa responsabilidade dos seus ombros. Ele não investia em área de lazer, ele não asfaltava as ruas, ele não colocava iluminação nas ruas. Ele dizia que o problema eram os donos de bares. O Poder Executivo local não tinha nada a ver com aquilo, que o fechamento de bares resolveria o problema.

Ora, ações conjuntas devem ser tomadas com vontade de fazer. Não tínhamos uma guarda municipal. Nessas condições é humanamente impossível você dar uma resposta a algum problema. Eu inclusive lancei um desafio: é esta, então, a mentalidade que devemos ter? No bar temos a presença do traficante. Então tem de fechar o bar? O tráfico de drogas corre solto na porta das escolas. Isso está presente em noventa e nove por cento das escolas do Estado de São Paulo. Então tem de fechar as escolas também?! Será que não temos de inverter as coisas dando garantias para que educadores e estudantes possam ir à escola com tranquilidade?

Enquanto tivermos esse déficit grande de policiais no Estado de São Paulo, enquanto tivermos um dos piores salários do Brasil pagos a esta corporação, viveremos esse impasse.

É hora de agir.

Outro dia o Deputado Jooji Hato falou que deveríamos pensar essa questão do desarmamento para valer.

De fato, temos de enfrentar essa situação, mas temos de pensar também no social. Temos, sim, de punir hoje pensando no futuro. Dou um exemplo.

A ONU definiu Parelheiros como uma das cidades mais violentas do mundo.

A Marta, quando Prefeita, levou o projeto CEU para dentro da violência, deu dignidade àquelas pessoas carentes. Resultado: a violência diminuiu em 50 por cento. O que leva a pessoa para o crime, para o banditismo não é a pobreza. É a falta de perspectiva de um futuro melhor. É nisto que temos de pensar: no social.

Vamos pegar outro exemplo: o rodoanel.

Quando queremos discutir o social nesse tema temos de pensar naquelas famílias que serão jogadas na rua. É uma violência brutal o que se faz com essas famílias. E as consequências sabemos quais são. Violência gera violência.

Enquanto não houver ações concretas visando diminuir essa violência, não adianta ir à televisão e falar que vai fazer isso e aquilo, que é enganação.

Infelizmente os meios de comunicação que têm os maiores índices de audiência são aqueles que tratam da violência. É esse tipo de coisa que temos de mudar para vivermos mais tranquilamente e inverter a situação, porque o que vemos hoje é a pessoa presa dentro de sua casa.

Gostaria de ver esta Casa propor uma ação mais concreta nesse sentido como uma resposta à nossa sociedade.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Encerrado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

***

- Passa-se ao

GRANDE EXPEDIENTE

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, inicialmente gostaria de parabenizar a Deputada Leci Brandão e me associar ao seu pronunciamento e a sua posição de luta contra a homofobia, contra o racismo, contra qualquer forma de discriminação, de preconceito e de intolerância.

Ao mesmo tempo, dentro deste contexto, quero registrar a posição da Bancada do PSOL em relação a um movimento que está sendo organizado no Congresso Nacional por uma bancada de deputados, que eu chamo de bancada das trevas, de bancada da morte, contra a distribuição de um material pedagógico às escolas públicas do Brasil contra a homofobia. O projeto chama-se Escola sem Homofobia, um projeto aprovado pela Unesco, um órgão da ONU.

A Unesco deu parecer favorável a este programa, um programa que visa banir da nossa sociedade, de uma vez por todas, o preconceito em relação aos homossexuais, que no Brasil são espancados, esquartejados e mortos. O Brasil é considerado um dos países mais homofóbicos do Planeta Terra. Trezentos homossexuais são exterminados no Brasil, vítimas de crime de ódio, são mortos violentamente. Esta é a estatística, mas sabemos que os números são bem superiores aos dados como oficiais, sem contar a violência simbólica que talvez seja muito pior do que a física. Não sei qual é a pior: a violência física ou a simbólica, psicológica e emocional.

O Estado brasileiro tem de tomar uma atitude.

É lamentável que o Deputado Garotinho, do Rio de Janeiro, um falso moralista, uma pessoa que se diz evangélica - eu duvido que seja de fato evangélico, eu acho que ele utiliza a igreja para se eleger - venha com o seu falso moralismo organizar um movimento contra esse material pedagógico. É um absurdo isso.

Nós, do PSOL, defendemos o conteúdo do material e apelamos ao Ministro da Educação Fernando Haddad para que não ceda a este “lobby”, que é o “lobby” da morte, é o “lobby” das trevas, é o “lobby” da Idade Média, é o “lobby” do fundamentalismo.

A bancada se diz evangélica, mas tendo dúvida de que seja de fato. Ser cristão não é para qualquer um.  Cristo era exemplo de tolerância e respeito à diversidade. Então, questiono muito esses mercadores da fé que utilizam a religião do ponto de vista econômico e do ponto de vista eleitoral. Ousam se dizer moralistas, mas na verdade são falsos moralistas. Muitos deles respondem vários processos na justiça por improbidade administrativa e malversação do dinheiro público. Então, não podemos retroceder na construção da civilização brasileira. Avançamos nesses dias com a decisão do Supremo Tribunal Federal interpretando corretamente um artigo do Código Civil em relação à união estável. Avançamos aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em relação à aprovação da lei que criou o Dia de Combate à Homofobia. Agora, estamos retrocedendo porque uma bancada que se diz evangélica quer impedir um movimento contra a homofobia nas nossas escolas. Um verdadeiro absurdo, Sr. Presidente. Fica aqui manifestada a posição da bancada do PSOL.

           

            O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acabamos de ser informados por uma pessoa que está no local, que está havendo a reintegração de posse numa fazenda improdutiva, Fazenda Tropical, cidade de Paulistana, próximo à Cabrália, onde estavam assentadas 40 famílias. Acabamos de falar com o Major Artur, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que nos informou que não houve nenhum tipo de incidente. Esperamos realmente que não haja incidentes. Lamentamos o processo de reforma agrária no país e aqui no Estado de São Paulo. Temos conhecimento de que na região do Pontal do Paranapanema há muitas terras devolutas em mãos de particulares. Tem um projeto aqui para se fazer o reconhecimento do latifúndio com 500 hectares. Esperamos que isso nunca seja aprovado. Por outro lado, pessoas que querem trabalhar e produzir são desalojadas e jogadas em beiras de estradas. Esperamos que esse processo seja reconhecido e a reforma agrária realmente aconteça no Estado de São Paulo.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

            O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas,  telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, pela segunda vez uso o tempo no Grande Expediente. Após dois meses de trabalho, estamos consolidando a nossa orientação pelo trabalho desenvolvido durante a campanha eleitoral e, agora, como deputado nesta Casa.

            Por definição, todos os deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo têm de participar de 15 comissões que estão instaladas. A partir da bancada de cada um dos partidos é feita a definição de qual comissão é mais adequada para cada deputado a partir da qualificação profissional ou atuação em algum segmento. O objetivo é não só fortalecer o debate interno dos partidos como o também o diálogo com os diversos segmentos da sociedade visando fortalecer a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Como representante do Partido dos Trabalhadores nesta Casa e também como representante de uma parcela considerável do funcionalismo público do Estado de São Paulo fui designado para assumir duas comissões nesta Casa, por um período de dois anos.

A primeira, a Comissão de Finanças e Orçamento e Planejamento, cujo presidente já foi eleito e já realizou uma reunião nessa semana para debater sobre projetos que serão apresentados nos próximos dias nesta Casa.

A segunda, a Comissão de Administração Pública e Relações de Trabalho, importante para os servidores públicos do Estado de São Paulo, porque nos últimos dias foram indicados alguns projetos que serão discutidos na Assembleia. Um deles, sobre a correção dos salários dos professores, tanto da ativa como os aposentados; outro sobre os membros da Polícia Militar do Estado de São Paulo; no próximo dia 31 será debatida a correção salarial dos defensores públicos. Mas até agora não ouvimos nada em relação aos trabalhadores da Saúde. Hoje, tivemos a visita do Hélcio, que é um dirigente do Sindsaúde - Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo, que tem tido algumas tratativas, algum dialogo com o governo do Estado de São Paulo, mas até agora não tem nenhuma proposta a ser apresentada a esses trabalhadores.

Essa Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho, da qual sou membro, vai tratar, não só da correção salarial dos trabalhadores, como também de uma política salarial perene para todos os servidores públicos do Estado de São Paulo. Isso está determinado pelo orçamento, mas não podemos ficar vinculados apenas ao orçamento estadual. É preciso ter uma política salarial permanente. Os trabalhadores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que têm data base em 1º de março, normalmente têm uma definição de salário no final do primeiro semestre ou no começo do segundo semestre. É preciso ter uma data exata para as correções salariais.

Portanto, assumirei as duas comissões citadas que têm muito trabalho a executar.

Também farei parte da Frente Parlamentar pela Moradia de Interesse Social e da frente Parlamentar pelo fortalecimento das micro e pequenas empresas, economia solidaria e crédito direcionado.

Por que é importante discutir a questão do crédito no Estado de São Paulo? Tínhamos até alguns anos atrás dois grandes bancos fortes no Estado de São Paulo: o Banespa, banco que desenvolvia o estado; a nossa Caixa que era o banco forte na agricultura e na área da habitação. A partir das gestões tucanas do PSDB nos últimos oito anos, perdemos dois grandes patrimônios, dois grandes bancos. Então é necessário discutir a questão do financiamento do estado, tendo em vista que não temos mais esses dois bancos. Se você vai desenvolver políticas para fortalecer a pequena empresa, para fortalecer o pequeno agricultor e o pequeno produtor de leite.

Qual é o agente financeiro do Estado de São Paulo? Não existe. Então, é necessário pensar em instrumentos de crédito direcionado para fortalecer o pequeno produtor, o pequeno agricultor, o pequeno empresário e o trabalhador que hoje está na informalidade e pode se formalizar, mas para isso precisa de crédito.

Essas duas comissões e essas duas frentes parlamentares são mecanismos que além de fiscalizar o governo, além de apresentar uma legislação para fortalecer o nosso estado, são espaços que podemos utilizar juntamente com todos os cidadãos para fortalecer o legislativo paulista.

Outras questões que tenho tratado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo são a mudança do traçado do trecho Norte do Rodoanel, o fortalecimento da habitação no Estado de São Paulo. O estado deveria gastar no mínimo 1% do orçamento do estado e não gasta. Nos últimos anos, não tem gasto pelo menos 01% do orçamento para a construção de moradias no Estado de São Paulo.

            Essa é uma Frente que estaremos encampando na Assembleia Legislativa. É necessário não só a moradia; nós queremos uma moradia digna, com infraestrutura, com transporte, com saúde, com posto de saúde, creche e escolas. Não adianta ser feito como foi feito, aqui na Cidade de São Paulo. Muitas das famílias que moravam em área de risco, ou moravam em favelas na zona Sul de São Paulo, ou na zona Leste, próximos à Marginal, saíram dessas áreas nobres e hoje moram no fundo da zona Oeste e da zona Leste. Muitos moram à beira da Billings ou da Guarapiranga, porque foram expulsos de suas casas, pelas consecutivas prefeituras que passaram pelo município de São Paulo.

            É necessário pensarmos em uma proposta de moradia popular, de moradia digna, que seja uma moradia integral. É necessário, como foi feito, hoje, várias ocupações, para chamar a atenção do Poder Público do município de São Paulo, do Estado de São Paulo e da União. Basta uma estrutura de moradia para o nosso Estado e para o nosso País, que seja apenas uma moradia, como propõe a prefeitura de São Paulo, agora na operação Água Branca, na operação Lapa-Brás e na operação Nova Luz.

            Ali, a partir da AMA Luz temos acompanhado o movimento da moradia. Estão propondo apartamento de 38 , sem estacionamento. Qual é a lógica da prefeitura? Se é uma moradia popular, o trabalhador não tem direito a ter um automóvel. Essa é a concepção da prefeitura de São Paulo, da CDHU, para as moradias do Estado de São Paulo.

            Essa é uma Frente ampla, a qual estaremos trabalhando também, para a construção de  moradias no Estado de São Paulo. Já acompanhamos a moradia na zona Oeste, na zona Sul, principalmente na região da Billings e Guarapiranga, onde tem acontecido um processo de retirada das casas sem uma contrapartida da construção das moradias populares.

            E na zona Sul estamos ainda debatendo a necessidade da construção da terceira ponte ligando a região da Capela do Socorro à Marginal do Pinheiros, o hospital da região de Parelheiros: quase um milhão de famílias sem atendimento hospitalar. Estamos discutindo a Universidade em Santo Amaro, que atende a região do M'Boi Mirim, do Campo Limpo, a Cidade Ademar e a Capela do Socorro, e por isso a importância da Universidade na zona Sul de São Paulo.

            É importante também a Fatec do Grajaú, a duplicação da Belmiro Marinho, que é um trabalho em conjunto com o vereador Alfredinho, na região da Capela do Socorro, e o trem da CPTM, para que vá até a região de Varginha, em Parelheiros. São algumas das bandeiras que estamos trabalhando na zona Sul de São Paulo.

            E, ainda na zona Oeste, o Hospital Sorocabano, o Hospital Itatiaia e a modernização da estação Lapa e Leopoldina, da CPTM, que precisam ser modernizadas, precisam ser revitalizadas. Temos acompanhado permanentemente em audiências, em debates com a população.

            É importante fazermos que o nosso Estado cresça e se fortaleça, mas tem que estar voltado para os trabalhadores e para a população que mais precisa.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

            O SR. ISAC REIS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje, comemoramos o Dia da Moradia.

            Ouvimos essas manifestações, primeiro o Deputado Marcos Martins dizendo que 40 famílias em Cabrália sofreram uma ação de despejo, e agora o nobre Deputado Marcolino retratando a situação das pessoas em vista do Rodoanel.

            Essas questões nos deixam chateados e indignados, e a questionar: será que vale a pena ocupar um cargo desse e ficar parado, de braços cruzados, vendo essas questões acontecerem? Quem foi que inventou a cerca nesse Brasil, para fazer o maior apartheid social habitacional que existe? Não está na Escritura Sagrada que o terreno é de todos?

            E, de repente, um cidadão sozinho, através da força, da truculência, compra tudo quanto é autoridade e cerca quilômetros e quilômetros, e fala que aquela terra é dele. E passa a ser o maior latifundiário, sem ser capaz de gerar um grão, qualquer alimento para poder ajudar o município, o Estado ou a nação. Pessoas que não têm nem onde morar querem ter o direito de produzir e de serem pessoas ativas. E sofrem uma ação de despejo, se não têm esse direito.

            Vamos levantar muitas ações centenárias, para ver de quem era realmente aquela terra, se aquele cidadão é dono realmente, aquele que está dizendo que é o dono, que é o latifundiário. Vamos ver realmente no Estado essas terras que são improdutivas e dar uma resposta para essas pessoas, para poder dar o direito, dar dignidade para essas pessoas.

            E logicamente nós só podemos entender que um projeto é bom quando contempla todas as questões, principalmente a vida. Não posso entender que esse trecho do Rodoanel Norte é mais importante do que cinco mil pessoas que vão perder suas casas. Se o Governador não mandar antecipadamente e falar: "está aqui, sua casa está aqui, sua chave está aqui, nós vamos tirar, mas você tem um lugar para ir", podem ter certeza de que esse Rodoanel, para mim, não valeu nada.

            Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, inicialmente, agradeço aos meus colegas que assinaram a nossa Frente Parlamentar Evangélica da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que foi publicada, hoje.

            Não poderia deixar de citar que o estado que vivemos, o estado democrático de direito, dá liberdade a todas as pessoas. Aqui temos, neste Parlamento, e na maioria dos Parlamentos    municipais, estaduais ou federais - representantes das diversas camadas da sociedade. E o Estado existe para isso, para impor limites, porque precisamos de limites.

            As leis existem para serem cumpridas: “dura lex sed lex”, a lei é dura mas é a lei, devemos cumpri-la. A lei nasce para impor limites, para dizer ao cidadão: "não passe dessa velocidade; se você passar, cometerá uma infração de trânsito e será punido; e se cometer será um delito; se agir desta forma, você será punido". A lei impõe limites. O Estado impõe limites para que nós possamos conviver da melhor e da forma mais harmônica possível.

            E o Estado impõe essas leis pelos seus representantes, que foram eleitos pela maioria da população. Logo, nós expressamos a vontade popular. Aquilo que é votado aqui, que é aprovado neste Parlamento expressa a vontade da maioria, que todos devem seguir. Ainda que uma minoria não concorde, ela também está sujeita a essa norma. Funciona desta maneira. Pessoas são condenadas ou são absolvidas porque um corpo de jurados votou e houve consenso e o resultado desta eleição foi aprovado.

            Pastor que sou, representante da sociedade, não posso ficar indiferente a algumas situações que estão acontecendo. Quero aqui deixar claro o meu posicionamento.

            Recentemente, 17 integrantes do movimento pela legalização da maconha conseguiram na Justiça a autorização preventiva para realizar uma marcha, no próximo sábado, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo. “Isto é um espanto, isto é uma vergonha”, como dizia o bordão de um jornalista de televisão.

            Com a autorização judicial, o objetivo do referido movimento foi evitar o enquadramento nos delitos de apologia ao crime e indução ao uso de drogas. Sobre este item, não há o que discutir. Primeiramente, por que o juiz negou o pedido para estender a decisão aos outros manifestantes que forem à marcha? É óbvio que o sentido da tal marcha é de pregação do uso de entorpecentes. Se não fosse assim, por que realizar um ato dessa natureza em local público e de passagem de milhares de pessoas por dia, na avenida que é o coração de São Paulo? Trata-se, em nosso ver, de uma irresponsabilidade dos organizadores da marcha.

            Como pastor evangélico, formado nos princípios cristãos e de fé em Deus, sou radicalmente contra qualquer manifestação de apologia e indução ao uso de drogas.

Quem utiliza essa prática está prestando um desserviço à população. Todos sabemos que as drogas causam todo tipo de calamidade, toda espécie de deterioração social, familiar, pessoal. Não se pode admitir uma iniciativa como a marcha programada para este sábado. E, da mesma forma, não é possível ficar indiferente.

Tenho certeza de que a maioria dos deputados são procurados, diariamente, por famílias que estão perdendo entes queridos por conta das drogas.

Alguém já disse, aqui, que Cristo era tolerante. Realmente, pregou o amor. Jesus se assentou com cobradores de impostos, com beberrões, com glutões e com prostitutas. Mas todas essas pessoas eram transformadas ao se encontrar com Jesus, mudavam sua prática de vida. Jesus amava essas pessoas, como também amamos. Não achamos que as pessoas têm de ser banidas. Falamos de vidas e vidas são preciosas, não importa a classe social, a cor ou a orientação. Não importa. As pessoas devem ser amadas e respeitadas. Mas, falamos também de princípios e normas, que devem ser cumpridas e respeitadas por todos, indistintamente. Se vivemos em uma democracia em que todas as pessoas têm liberdade para se posicionar, nós também devemos respeitar as pessoas que pensam diferentemente.

É revoltante imaginar que em pleno século 20, depois do histórico acumulado de catástrofes provocadas pelo tráfico de drogas, no Brasil e no mundo, um pequeno segmento da sociedade ainda tenha o despropósito de querer influenciar os nossos jovens com um movimento em defesa da maconha.

Os índices oficiais de segurança comprovam que as drogas têm grande participação nas causas da violência e na desestruturação familiar. Jovens roubam, matam e morrem em nome das drogas. Vítimas inocentes sofrem as consequências, mães desesperadas não sabem o que fazer para curar os filhos do vício desenfreado e até mesmo uma parte dos próprios viciados pede socorro em clínicas de recuperação para se livrarem das drogas. Faltam clínicas de reabilitação no nosso Estado e no nosso País.

Diante de tudo isso, um pequeno grupo de 17 pessoas quer fazer a tal marcha. Será que eles não sabem o que fazem? Sabem, sim. São adultos e deveriam ter a consciência de que, agindo dessa forma, não se tornarão exemplos para ninguém - ou apenas para uma minoria que pensa como eles e tem as mesmas práticas. Deveriam, se tivessem alguma dose de sensatez, suspender a marcha.

Quero exaltar o posicionamento do nobre Deputado Adilson Rossi, Presidente da Comissão de Segurança, que fará um ato no Tribunal de Justiça, tentando impedir tal prática. Vivemos em um país livre, todos têm direito de fazer o que quiser, mas quando uma pessoa está se prejudicando, o Estado tem de intervir, pois é o Estado que vai cuidar daquela viúva, daquela pessoa que vai ficar na cama no hospital, das pessoas envolvidas em um acidente de trânsito que não tinham nada a ver com o uso da droga. Então, o Estado deve intervir. Como deputado, dou o meu posicionamento contrário.

Cedo um aparte ao nobre deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Nobre Deputado Carlos Cezar, primeiramente quero parabenizá-lo pelo pronunciamento. Queria fazer uma pergunta. Aqui, evidentemente, não é uma universidade, onde podemos falar livremente sobre as teses sem saber a origem. São 17 pessoas organizando. Vossa Excelência sabe quem está organizando?

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Não tenho conhecimento.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Vossa Excelência não conhece nenhuma pessoa ligada ao Governo Estadual que está organizando?

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Não conheço.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Se V. Exa. puder ir a fundo, vai descobrir que há pessoas ligadas à estrutura e ao comando do Governo do Estado, principalmente do governo anterior, na organização dessa marcha.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - É lamentável. Eu tinha total desconhecimento disso e lamento. Quero crer na sensibilidade do Governo do Estado.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Inclusive, houve um seminário na Câmara Municipal pela legalização da maconha organizado por essa pessoa que estou dizendo. Essa pessoa é um dos organizadores da marcha da maconha, figura pública de muita importância no cenário político da situação.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSC - Acho triste, compartilho com o pensamento de V. Exa. que exaltou o posicionamento contrário a uma atitude como essa. Lamento que no Governo do Estado existam pessoas com esse pensamento retrógrado que em nada contribui para uma sociedade justa, que busca lutar por educação, por creches. Temos tantas coisas por que lutar e há muitos outros valores pelos quais as pessoas podem fazer atos públicos nas grandes cidades como São Paulo. Podemos ter vários exemplos para imitar, são aqueles que lutam por creches, por emprego, por habitação, por transporte público e pelo desenvolvimento econômico e social.

Essas são as bandeiras que, verdadeiramente, promovem o bem-estar, buscam a qualidade de vida e elevam homens e mulheres à condição de protagonistas da história.

Sr. Presidente, aquilo que uma geração tolera, a outra adota como estilo de vida. Foi assim no passado recente quando toda uma geração tolerou o uso de drogas. A geração seguinte adotou isso. Hoje o número de pessoas que utilizam o cigarro está diminuindo porque o Estado concluiu que o tabagismo é prejudicial à saúde e à estrutura do Estado. As pessoas estão comprando essa ideia. Elas querem viver mais, querem ter mais saúde. Não é possível ficarmos indiferentes a uma situação dessas.

Quero registrar meu posicionamento, mais uma vez agradecer a todos os Parlamentares que contribuíram para que a Frente Parlamentar Evangélica fosse instituída na Assembleia Legislativa. Quero crer que continuaremos mantendo o nosso posicionamento. Para isso fomos eleitos e para isso vamos estar aqui bradando, reclamando, dizendo aquilo que pensamos e acreditamos, os princípios que temos para a estrutura da família.

Muito obrigado.

 

* * *

 

-              Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta com o nobre Deputado Beto Trícoli.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna com indignação, mas com esperança de que possamos restabelecer a ordem pública no nosso País. Um aluno morreu na USP, uma universidade respeitada no mundo inteiro, por onde já passaram senadores, presidentes e muitas personalidades. Nessa noite, foi assassinado um jovem de apenas 24 anos, o estudante Felipe Ramos de Paiva, no estacionamento da faculdade. Foi morto por uma arma de fogo, assassinado barbaramente, deixa uma família entristecida. Ouvi hoje, na televisão, uma mãe desesperada, chorando a morte do filho de 24 anos. Em termos cronológicos, não é a mãe que tem que sepultar um filho. Teoricamente, é o filho. Estavam os pais chorando e a família toda pela perda do jovem.

            Ele era um estudante de Economia que sonhava em ser piloto de avião. Morava em Pirituba e trabalhava para custear as despesas da universidade. Esse sonho acabou. Infelizmente, na nossa Cidade, no nosso Estado, no nosso País, ceifam milhares de vidas de jovens, principalmente na faixa etária de 15 a 30 anos. Jovens que sonham em ajudar este País são ceifados pela violência.

            Existem mais de 16 milhões de armas no País: 14 milhões estão nas mãos de civis; dois milhões estão nas mãos de policiais militares, policiais civis, policiais federais, nas mãos do Estado. Mais de oito milhões de armas ilegais, contrabandeadas, de numeração raspada, roubadas. Que País é este? Será que não podemos dar esperança aos jovens de terem direito à vida, esse bem maior que Deus nos deu, ceifada desse jovem universitário, na USP, uma das universidades mais respeitadas do mundo?

            O que podemos fazer? Gastamos mais de 40 bilhões só no Estado de São Paulo em Segurança Pública, fora as despesas geradas pela violência nos hospitais, dando trabalho para Polícia, sobrecarregando o Poder Judiciário e sobrecarregando os médicos. Quanto prejuízo causa a violência! Não só os gastos com pagamentos a militares, delegados e escrivães, mas a maior perda é a vida! E o pior: vida de jovens.

            Temos que sair dessa epidemia. Assaltam-se shoppings, bancos, caixas eletrônicos, panificadoras, lojas, estudantes, médicos, engenheiros, advogados, comerciantes e empresários. Ficamos pensando o que fazer. Qual é a solução? Aumentar mais os gastos? Já temos problemas na Educação e problemas na Saúde. Não temos recursos para os transportes; não temos recursos para o meio ambiente. Vamos gastar mais? Será que é essa a saída?

            É por isso que bato na tecla da tolerância zero. Temos que punir os pequenos delitos para não termos os grandes delitos. É aquela teoria do vidro quebrado de Rudolph Giuliani, ex-Prefeito de Nova Iorque, aplicada no mundo inteiro, não só nos Estados Unidos. Em Roma, em Paris, em todos os grandes centros desenvolvidos aplica-se a tolerância zero.

            Controlam-se os dois pilares que sustentam a violência: o álcool e a arma. No tocante à arma, temos que fazer blitz para o desarmamento em pontos estratégicos, inclusive nas fronteiras. Tomar essas armas ilegais, roubadas, contrabandeadas, de numeração raspada, que somam mais de oito milhões no Brasil. Temos que fazer algo, sim, para quebrar esses dois pilares. Temos que apostar no esporte, na educação, na geração de empregos. Temos que apostar na religião, quem tem Deus no coração não mata e não comete delitos; temos que apostar na cultura; temos que investir nos jovens e temos que orientar.

            Como disse, ontem, um juiz de Fernandópolis dá o toque de acolher o jovem. Não é toque de recolher, mas acolher o jovem que burla a aula, que fica nos botecos, que fica em locais perigosos. Os pais estão em casa, pensando que os filhos estão em segurança e acabam recebendo notícias que entristecem toda a família.

            É por isso que peço a todos os juízes que façam como o juiz de Fernandópolis, para que busquemos a tolerância zero, a qualidade de vida, a segurança e, o mais importante, o direito à vida, que não é assegurado nem em São Paulo, a Capital da maior cidade do País, tampouco em outras cidades.

            É com esse sentimento que assomo à Tribuna. Felipe Ramos de Paiva é mais uma vítima que, hoje, está na mídia. Outro dia, perto da minha casa, na Av. do Cursino, mataram dois policiais militares. Utilizaram um fuzil com mira a laser. Quanto custa esse fuzil? Foi roubado de onde? Como veio? Bandidos armados com fuzil de mira, com metralhadora AR-15. O que a Polícia pode fazer? Tem que tomar essa arma antes de eles engatilharem.

Se você for assaltado e estiver armado - o que não recomendo -, até puxar essa arma, engatilhar e apontar são 15 segundos. Nesse meio tempo, o marginal já terá ceifado sua vida. Temos que fazer a prevenção na área de Segurança porque ela é eficaz.

            Acho que esta Casa pode ajudar na aplicação das leis que aprovamos na Câmara. O conjunto dessas leis representa a tolerância zero:

- Retirar o menor dos cruzamentos, dos semáforos. Esse menor acabará indo para a Fundação Casa ou para a penitenciária, se a Polícia não matá-lo antes, se não cuidarmos dele antes;

-A lei da moto sem garupa. Hoje, a PM está fazendo blitz. Só em três dias, na Operação Cavalo de Aço, foram retiradas de circulação 500 motos irregulares, com chassis adulterados.

Resta, sim, uma esperança de eu estar nesta Casa e poder aprovar leis que busquem a tolerância zero, por exemplo, proibir a venda de bebida alcoólica em postos de combustível e lojas de conveniência. Essa lei foi vetada há dez anos em São Paulo, mas aprovada no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. E um prefeito do PT - Oswaldo Dias, de Mauá - aplica essa lei. Isso vai ajudar muito no combate à violência, nos acidentes de trânsito, economizando recursos como no SUS e outros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Luiz Moura, o nobre Deputado Edinho Silva.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, primeiro, antes de entrar na temática da minha fala, quero dizer que é uma imensa honra poder utilizar esta tribuna do Grande Expediente em uma sessão presidida por Vossa Excelência, Deputado Luiz Claudio Marcolino, que tem uma trajetória de vida que se confunde com a trajetória de organização dos trabalhadores desta cidade, deste Estado. Tenho, então, Deputado Marcolino, uma imensa alegria neste momento de, como parlamentar, ocupar esta tribuna. Muito obrigado por me dar essa honra que, certamente é a de toda nossa bancada, do nosso partido.

Quero mais uma vez tratar de um assunto que julgo da maior relevância. Quero, mais uma vez, chamar a atenção das lideranças desta Casa. Hoje o jornal “Folha de São Paulo” mostra a preocupação levantada pelo Ministro Orlando Silva, filiado ao PCdoB e do Governo da Presidente Dilma, sobre o fato de São Paulo ficar de fora da abertura da Copa do Mundo. Infelizmente, uma fonte não identificada, integrando do Governo Alckmin e que se esconde numa prerrogativa da imprensa - de preservar a fonte da informação -, diz que a crítica ou o alerta do Ministro Orlando Silva, de São Paulo correr risco de não sediar a Copa do Mundo, seja uma questão de disputa eleitoral.

Primeiro, o autor da crítica não pode se omitir como uma simples fonte da informação. Se alguém do Governo afronta uma posição de um Ministro de Estado, esse alguém tem de vir a público e fazer o debate de forma aberta, corajosa e não se esconder no anonimato da preservação da fonte da informação ao jornalista. E não é uma informação qualquer. É alguém do Governo que procura desqualificar um Ministro de Estado em um alerta, que não é só do Ministro Orlando Silva, mas de todos os veículos de comunicação e autoridades que acompanham o debate sobre a Copa do Mundo. A Fifa alertou que São Paulo pode ficar sem a abertura da Copa do Mundo. Então, por que o Governo Alckmin não vem a público criticar a Fifa? Vai dizer o quê? Que a Fifa tem interesse eleitoral em 2012, que ela quer fazer disputa eleitoral?

Faço um alerta a todos os líderes desta Casa. Quero fazer um alerta ao Deputado Samuel Moreira, Líder do Governo na Assembleia. A questão de São Paulo ficar de fora da Copa do Mundo em 2014 é um fato concreto, não é disputa eleitoral. Não é um Ministro de Estado querendo fazer disputa eleitoral. Porque todos estão alertando que São Paulo vai ficar de fora da Copa do Mundo em 2014 se, efetivamente, o Governo de São Paulo não assumir o seu papel de líder. O Governo tem de assumir o seu papel de líder, tem de liderar o processo. Como podemos entregar a solução de um problema na mão de um clube de futebol ou da iniciativa privada? É evidente que a solução do problema não será construída na superação de contradições entre um clube, que é o contratante de uma obra, e a iniciativa privada. A contradição está na origem: um é contratante, outro é contratado. Um é pagador, outro é recebedor.

Quero dizer aos líderes das bancadas governistas, ao Líder do Governo, Deputado Samuel Moreira, que não tem objetivo nenhum de disputa eleitoral. Protocolamos, hoje, nesta Casa requerendo informações junto ao Governo de São Paulo, para que a Assembleia Legislativa não seja amanhã acusada de omissão quando a abertura da Copa do Mundo for para outro estado. Quando São Paulo, a cidade mais importante do Brasil, ficar de fora do calendário da Copa do Mundo, a Assembleia Legislativa não pode ser acusada de omissão. Por isso, nós estamos requerendo informações junto ao Governo. É um requerimento assinado por mim e pelos demais integrantes da minha bancada que fazem parte da Comissão de Desportos, e por outros deputados de outras bancadas, como o Deputado Pedro Bigardi que também mostra preocupação, e de outras bancadas com as quais estamos dialogando.

Portanto, é importante que se diga que a Fifa não veio atrás do Estado de São Paulo implorando que este Estado se credenciasse para sediar a Copa do Mundo. São Paulo se inscreveu para sediar a Copa do Mundo e foi iniciativa do Governo de São Paulo.

Estamos diante de uma situação muito grave. Hoje, todos os principais jornais trazem aqui editoriais ou matérias alertando para o fato de São Paulo ficar de fora da abertura da Copa, pelo fato de São Paulo correr o risco de não ter aqui a Copa do Mundo organizada.

            E não é só uma questão de prejuízo financeiro para o Estado de São Paulo. Evidente que vamos deixar de fomentar o nosso turismo, a nossa rede hoteleira. Deixaremos de gerar empregos, deixaremos de dar mais potencial econômico a Cidade de São Paulo e ao Estado.

            Mas, efetivamente, será uma derrota política do Estado de São Paulo perante o Brasil e o mundo: o fato de o Estado mais importante desta nação ficar de fora da Copa do Mundo.

             Faço esse alerta, Sr. Presidente, que está oficiado, registrado por meio do requerimento que nós protocolamos. E volto a dizer, nós não queremos dinheiro público, do Governo de São Paulo, não. Penso que o Governo de São Paulo já ofereceu como aporte tudo aquilo que poderia oferecer. O que nós queremos é liderança política do Governo de São Paulo. Nós queremos que o Governo de São Paulo assuma o seu papel de liderança política, que faça efetivamente um estudo no orçamento da construção do estádio em Itaquera. Que verifique se o orçamento é esse mesmo. E se São Paulo tem capacidade de mobilizar as forças financeiras para que o nosso Estado não fique de fora da Copa do Mundo.

            Muito obrigado.

 

* * *

 

-              Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO – PMDB – Sras. Deputadas e Srs. Deputados, está encerrado o tempo destinado ao Grande Expediente.

Esta Presidência registra a presença do nosso Presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto, Oscarzinho Pimentel, acompanhado do nobre Deputado Sebastião Santos e do nobre Deputado Orlando Bolçone. Seja bem-vindo. (Palmas.)

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT – PELO ART. 82 – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, estudantes que nos visitam, acompanhados pela Deputada Célia Leão.

Deputado Edinho Silva, não fique chateado. Eles não gostam de futebol. Vejam os nossos estudantes no telão. Que beleza! Sejam bem-vindos. São alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, de Valinhos. Parabéns, Deputada Célia Leão.

            Eu havia preparado uma notícia para ser reproduzida em áudio, mas aqui nesta Assembleia Legislativa nós não temos a liberdade de usar o Google no horário de trabalho, no horário de expediente.

            Nem tendo um modem próprio conseguimos acessar. Por que a Assembleia Legislativa faz essas reformas faraônicas, ridículas, enche com esses vídeos no corredor, e nós, Deputados, não podemos acessar o Google para trabalhar? E não tem um Cristo que nos dê essa resposta. Temos que agir clandestinamente e tentar conseguir as imagens para poder trabalhar.

            Eu me esforcei. Vou tentar colocar no telão uma entrevista que o Sr. Gilberto Dimenstein deu na CBN, a pedido do Prefeito Gilberto Kassab, que lançou um candidato a prefeito. Estou desde as 14 horas tentando conseguir esse áudio. E agora, vamos por no ar. É possível? Não é possível, mais uma vez.

            Hoje, pela manhã, o Sr. Gilberto Dimenstein, em entrevista à Rádio CBN, disse que o Sr. Gilberto Kassab, que é um porta-voz político exclusivo, lançou para candidato a prefeito, o Sr. Eduardo Jorge Martins Sobrinho, Secretário do Verde e do Meio Ambiente da Cidade de São Paulo.

            Eu gostaria de fazer a reprodução da entrevista, mas, infelizmente, não é possível.

            Eu também trouxe uma matéria sobre a USP que, hoje, pela manhã, o Deputado Jooji Hato já falou. Por favor, a imagem. Pelo menos a imagem. Ontem, à noite, no pátio da Escola de Economia, embora os portões estivessem fechados, a pedido da Polícia Militar, por favor, a imagem, da USP. O título, por favor. “Polícia investiga se o estudante morto na USP foi abordado por mais de um. A equipe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa Humana está investigando se o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, assassinado na noite de quarta-feira, 18, no estacionamento da USP, foi abordado por uma ou duas pessoas.”

            Isso é uma coisa terrível. O pai contou que Paiva morava com a família em Pirituba, enfim, uma coisa terrível que ocorreu na Universidade de São Paulo.

            Nós, que estamos na Comissão de Segurança Pública, não conseguimos até agora falar com o Sr. Secretário. “Estudante da USP foi assassinado”.

            Eu gostaria de me referir, além desse triste ocorrido, eu trouxe outro dia essa denúncia: são 30 celulares frios que ligam do PABX da Assembleia para os Srs. Deputados.

Agora, Sr. Presidente, senhores assessores do Presidente, por que os Deputados estaduais de São Paulo, por que  o Departamento de Informática da Assembleia Legislativa não nos franqueia - nem que tenhamos que ir ao departamento - os arquivos, a abertura da possibilidade do site da Youtube, para recuperarmos entrevistas, imagens? Qual é a censura que a TV Assembleia, os jornalistas, não podem trabalhar acessando sites, acessando memórias técnicas, para que possamos trabalhar? Para que esse faraonismo ridículo dessas obras inconcebíveis, que ninguém sabe por que encheram esses corredores desses vídeos, desses equipamentos caríssimos, que não servem para nada? Que não têm utilização? E nós, Deputados, não podemos acessar o site Youtube?

            Qual é a explicação? Sei que vocês nos tratam como pessoas doentes mentais. Eu sei. Esse é o tratamento. Tenho que contratar uma empresa fora para fazer a reprodução das notas taquigráficas do material, porque não são contratados taquígrafos.

            Tudo bem que os senhores fazem do exercício da política uma corrida de obstáculos. Mas, não temos acesso à rede livre da internet, para poder trabalhar. Isso é coisa de cadeia! É coisa de prisão! Já não chega os celulares frios, que os senhores não puseram nem no papel a explicação, por que licitaram essa firma de celulares frios? É ridículo. A Assembleia Legislativa, nós Deputados, temos que receber telefonemas de celulares frios, como se fosse cadeia, e não podemos acessar a rede da internet.

Sei que os senhores não aprovam nem um projeto de lei de minha iniciativa. Nada, nada, nada. Quero ser marginalizado, sim. Mas, me digam por que não podemos acessar a rede da internet? Por que pelo menos o Departamento de Informática da Assembleia Legislativa não nos franqueia o direito de trabalhar decentemente?  Então proíbam de uma vez o uso do telão, já que a TV Assembleia só entra no horário da madrugada ou quando tem grandes eventos em que ela é instada a transmitir ao vivo.

Sinto muito. Qualquer Câmara Municipal, de qualquer cidade de médio porte, tem melhores condições de trabalho que esta douta Assembleia Legislativa.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - PARA COMUNICAÇÃO – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero deixar registrado aqui o meu protesto a essa Marcha da Maconha. É minha luta, há 39 anos, recuperando pessoas, salvando vidas e defendendo os nossos filhos.

A Marcha da Maconha, que foi autorizada para 17 pessoas nesse sábado, vinha sempre sendo negada. A decisão do juiz não foi feliz, na minha opinião, com todo respeito, porque, ao autorizar 17 pessoas a usarem a palavra maconha nos seus adesivos, essa marcha é apologia da droga.

O que é terrível é que o juiz no seu arrazoado cita o Presidente Fernando Henrique Cardoso. O magistrado cita como exemplo a defesa pública da descriminalização das drogas feita pelo Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em nenhum momento se cogitou instaurar um inquérito policial para apuração de eventual apologia ao crime. A próxima vez que o Presidente Fernando Henrique Cardoso a fizer, alguém vai pedir e quero estar junto pedindo a abertura de inquérito contra o Presidente.

Presidente Fernando Henrique Cardoso, há tanta coisa para o senhor defender. Olha o mau exemplo que o senhor deu. Olha o mau que o senhor está fazendo para a nossa juventude. Olha o mau que o senhor está fazendo para as famílias cada vez que fala a favor da maconha. Agora já é sentença de um juiz altamente negativa. Ele é o Presidente de honra do PSDB. De repente, é por isso que ele não é citado em nenhum lugar e o PSDB está aí caindo pelas tabelas.

Recebo 150 viciados toda terça-feira, na Av. Jabaquara, 2669, em São Paulo, e mantenho um dos maiores Centros de Recuperação do Brasil. Noventa e nove por cento dos meus pacientes estão estourados no crack, e iniciaram com a maconha. Os jovens estão entrando nas drogas dizendo que o Ex-Presidente defendeu a maconha.

Foi autorizado por um juiz para 17 pessoas falarem a favor da maconha. Ainda bem que o juiz colocou na sentença que não é autorizado o porte da maconha.

Famílias, pais, mães temos que nos unir mais ainda porque esses que querem a legalização da maconha não têm nada a ver com nossos filhos, nada a ver com Deus, nada a ver com a saúde.

Essa Marcha da Maconha já foi negada várias vezes e agora 17 pessoas tiveram essa autorização. Essa sentença é altamente negativa. Esta é minha opinião, Sr. Juiz. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, mais uma vez venho a esta tribuna, nesta tarde, para falar um pouco mais sobre essa situação que está acontecendo  na Região de São José do Rio Preto, Noroeste paulista, que é a construção de pequenas Centrais Hidroelétricas no Rio Turvo.

Gostaria que colocasse a imagem da usina que se pretende construir naquela localidade.

Sr. Presidente, V. Exa. pode ver aí um rio de pequeno porte com a extensão, no máximo, de 600 a 800 metros. Infelizmente, dois mil metros do meio ambiente vai se acabar, o rio vai se acabar.

Nós temos, aqui, posição contrária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Turvo e do Rio Grande, assinada pelo seu Presidente, Prefeito de Olímpia; também, pelo colegiado composto de 66 municípios; pelos componentes do Governo do Estado; pelas entidades sociais civis; pelo Presidente Eugênio José Juliani, Prefeito de Olímpia; pelo Secretário Executivo, Sr. Tokio Hirata, do DAEE, e pelo Secretário Adjunto Hélio César, também do DAEE.  

Eles dizem aqui: “Considerando os impactos ambientais das pequenas centrais hidroelétricas irreversíveis com a construção e operação desses empreendimentos, com a perda do habitat em decorrência do desmatamento das áreas dos seus reservatórios em formação do trecho de vazão reduzida, bem como impactos cumulativos e sinergéticos relevantes desencadeados pela implantação das pequenas Centrais Hidroelétricas”.

Temos um posicionamento também técnico de que uma pequena hidroelétrica típica normalmente opera com fio d’água. Isto é, o reservatório não permite a regularização do fluxo da água. Com isso, em ocasião da estiagem, a vazão disponível não poderá girar as turbinas, causando ociosidade.

Vejam que projeto magnífico para o rio que corta o Estado de São Paulo, o rio que está trazendo benefício a pescadores, a família que no seu entretenimento vai à Cachoeira do Talhadão.

Temos aqui, o posicionamento também de uma pessoa da Palestina que diz: “Isso seria uma realidade daqui a dois anos”.

Essa pequena usina no Talhadão gerará cerca de 200 empregos. Nós já temos a posição aqui da comissão de que só vai gerar 12 empregos. Serão 12 empregos apenas em cada usina. Isso não trará benefício nenhum aos moradores do entorno.

Diz aqui: “Empregos diretos durante a obra e oito empregos fixos após a construção. Não tem fundamento impedir o acesso da população, sendo a única área de lazer da região por uma produtividade tão pequena de energia e com número limitado de emprego”.

Temos aqui, também, a posição do advogado Wilson Romano Calil: “Existe cachoeira sem água?” Esta a pergunta que quero deixar aos Srs. Deputados, a Sras. Deputadas, à população, aos ambientalistas, a vocês meus amigos do PV, que já se posicionaram contra construção dessa usina.

É claro que não podemos aceitar que essa obra venha a fazer parte do nosso convívio, pois já temos duas usinas em pleno andamento há 19 anos. Temos a certeza que não é uma nova usina que vai destruir o meio ambiente, que vai trazer grande acúmulo de benefício para a nossa região.

Quero me posicionar contra essa construção no Rio Turvo. Quero convocar, mais uma vez, todos que querem continuar vendo o meio ambiente preservado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Isac Reis para falar pelo Art. 82, pela Liderança do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia e funcionários do Legislativo, hoje, visitei representantes da FDE na cidade de Carapicuíba percorrendo, prioritariamente, oito escolas para tratar de reformas e ampliação. Isso vem ao encontro do que representa a reorganização da região metropolitana, equipamentos que o governo construiu 20 anos atrás e continuam como foram feitos. E a população crescendo.

Carapicuíba está entre as três cidades com maior densidade demográfica do Estado de São Paulo. Trinta e três quilômetros quadrados para 500 mil habitantes. A demanda é muito grande.

Tive oportunidade de falar para o Governador, dois meses atrás, quando esteve na cidade para liberar recursos do Fumef para ampliação da Fatec e Etec. Conhecemos a importância desse investimento porque sabemos que, por ser um ensino qualificado, 90% dos alunos já saem com emprego garantido. Mas, era contraditório estarmos a 20 quilômetros do maior centro financeiro da América Latina, a Avenida Paulista, e não termos Ensino Fundamental na cidade. Há 13 anos que não se faz uma sala de aula na Cidade de Carapicuíba. E hoje, para minha felicidade, teremos a ampliação de algumas escolas e a construção de outras.

Este é o reflexo que se terá com a criação da região metropolitana de São Paulo porque os problemas se avolumaram.

Fala-se do saturamento do tráfego aéreo, mas ninguém diz que hoje onze milhões de pessoas estão tendo acesso ao direito de andar de avião, o que não se verificava antes do Governo Lula. Nas audiências públicas falou-se do congestionamento. Por quê? Porque hoje o cidadão, que antigamente não tinha acesso e esse bem de consumo, pode ter o seu carro, só que a estrutura continua a mesma. A criação da região metropolitana será uma resposta a esses problemas.

Consome-se muito mais. Posso falar da minha cidade.

Carapicuíba produzia 250 toneladas/lixo por dia. Hoje está em 300 toneladas e não temos aterro sanitário. A criação da região metropolitana será a resposta para esse tipo de problema e não só para Carapicuíba, mas para todas as regiões circunscritas a ela, porque daqui 10, 15 anos não teremos mais onde jogar os resíduos sólidos. Temos de criar usinas, como se faz na Europa, para gerar energia elétrica através do lixo. Temos de praticar a reciclagem. Muitos municípios ganhariam com isso.  Sei o quanto impacta no orçamento do município a questão do lixo e do transporte para sua destinação final. Isto seria fundamental para a região metropolitana.

Que as audiências públicas não sejam vistas como formalidades. Aqueles líderes comunitários que deram sugestões devem ser ouvidos, devem ter acatadas suas propostas. Aí acertaremos muito mais. Nem o Governo, nem este Parlamento é dono da verdade. Temos de ter a grandeza de ouvir as pessoas mais humildes, pois são elas que sofrem o problema na pele e por isso participaram das audiências dando a sua contribuição.

Tivemos oportunidade de apresentar algumas reivindicações e gostaríamos de vê-las contempladas, do contrário - falo pela minha cidade - seremos penalizados.

Carapicuíba hoje não tem condições de financeiramente arcar com recursos para a constituição desse fundo. Se a região metropolitana for criada pelo Governo do Estado, é ele que tem de gerir. Não dá para Carapicuíba arcar com a mesma contrapartida da oitava economia do Estado que é Osasco e da quinta economia do Estado que é Barueri. Você está tratando desiguais como se fossem iguais. Nós não temos condições para isso.

Por isso quero ver, com a constituição da região metropolitana, contempladas as reivindicações feitas não só por mim, mas pelos prefeitos pois eles é que vão sentir na pele os problemas da cidade. A realidade de Paulínia não é a mesma de Francisco Morato, Franco da Rocha ou Carapicuíba. São realidades distintas.

Estou com muita esperança de que com a criação da região metropolitana teremos uma resposta a muitos problemas crônicos da região.

Logicamente todos são favoráveis à criação da região metropolitana de São Paulo, desde que atendidas essas questões que para nós são fundamentais. 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da sessão.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Antes, porém, de levantar a sessão por acordo de lideranças, a Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se às 10 horas com a finalidade de homenagear os 50 anos da APAE/São Paulo solicitada pelo nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

Está levantada a sessão.

 

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            - Levanta-se a sessão às 16 horas e 57 minutos. 

 

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