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23 DE ABRIL DE 2012

046ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, CARLOS GIANNAZI e DONISETE BRAGA

 

Secretário: ITAMAR BORGES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Comenta os movimentos contra a corrupção, ocorridos dia 21/04, em todo o País. Destaca a importância de atos como esses. Ressalta a participação da sociedade civil nesse evento. Recorda que a manifestação pelo passe livre dos estudantes também foi organizada sem participação de entidades políticas. Comenta o requerimento de CPI, solicitando investigação do contraventor Carlos Cachoeira. Registra a indicação do Senador Randolfe Rodrigues, de seu partido, para compor a CPMI desse caso. Critica a obstrução, por parte do Governo, para a formação de CPIs nesta Assembleia. Questiona a relevância dos assuntos investigados por duas novas Comissões de Inquérito desta Casa.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Questiona as regras adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral quanto às prioridades de voto. Solicita providências para que os policiais em trânsito possam votar. Cita as adaptações feitas pelo TSE para que presidiários tenham acesso ao processo eleitoral. Propõe a utilização de cédulas de papel para que os policiais possam exercer o seu direito a voto.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Lamenta a morte de Fernando Dini Neto. Destaca os trabalhos sociais realizados pelo fundador do "Céu Sagrado", em Sorocaba. Ressalta suas ações no combate ao uso de entorpecentes. Solicita à TV Alesp que reprise entrevista com o líder comunitário.

 

006 - DONISETE BRAGA

Comenta a visita à Prefeitura do Rio de Janeiro da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Destaca as políticas de combate às drogas naquele município. Ressalta a importância da troca de experiências com a capital fluminense. Registra o compromisso da frente parlamentar de produzir relatório de orientação para o trabalho integrado com os municípios do Estado de São Paulo.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Parabeniza o trabalho realizado pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Comenta a lei estadual que tinha declarado extinta a Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp. Comemora decisão de Adins do STF, que julgou inconstitucional dois parágrafos dessa lei estadual. Critica a não regulamentação, pelo Ipesp, dessa decisão. Celebra a decisão, da Fazenda Pública, de antecipação de ação promovida pelo advogado João Salem.

 

009 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência.

 

010 - JOOJI HATO

Destaca a importância de visita da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack ao Rio de Janeiro. Ressalta as mudanças ocorridas na capital fluminense, em decorrência de políticas de combate às drogas. Fala sobre a importância do "toque de acolher" como programa de combate a drogas. Sugere a divisão do município de São Paulo em regiões, a fim de garantir maior eficácia dessa medida.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, destaca a realização de assembleia, na semana passada, em favor dos servidores da Saúde. Acrescenta que a categoria encontra-se em greve em função de más condições de trabalho, o que causa transtornos, também, à população. Cita problemas do funcionalismo, como o não cumprimento da data-base salarial, de 1º de março, e o valor do vale-refeição, de 4 reais. Sugere a definição de critérios para o reajuste do benefício, tendo o salário mínimo como referência. Pede pela aprovação do PL 134, de sua autoria, que, a seu ver, solucionaria a questão.

 

012 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, discorre sobre visita realizada a unidades terapêuticas de Guaratiba, no Rio de Janeiro. Enfatiza a acolhida por parte de adolescentes cariocas. Clama pelo resgate de jovens paulistas, envolvidos em drogas, nos moldes adotados pelo Governo do Rio de Janeiro. Defende o toque de acolher.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, informa que foi protocolada representação, junto ao Ministério Público Estadual, para investigar os trâmites de processos de servidores públicos. Cita possíveis irregularidades no Departamento de Perícias Médicas. Menciona o atraso em liberações de aposentadorias. Fala da precariedade no quadro de funcionários de Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo.

 

014 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

015 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, lamenta transtornos sofridos por usuários do sistema de transporte público devido às panes em trens e Metrô. Ressalta a urgência na busca de soluções para melhorar o serviço. Cita problema causado pela alteração do ponto final na Linha Turquesa, que atende a Região do ABC. Sugere a integração entre ônibus, trens e Metrô. Faz críticas voltadas à falta de gestão e de política de transportes, que resultem em uma prestação de serviços mais eficiente.

 

016 - DONISETE BRAGA

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 24/04, à hora regimental, com a ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Itamar Borges para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ITAMAR BORGES - PMDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Gianazzi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, no dia 21, feriado, assistimos a uma grande movimentação em várias capitais dos Estados brasileiros, contra a corrupção. Aqui em São Paulo também tivemos uma manifestação contra a corrupção, assim como no Rio de Janeiro e em Brasília.

Esses movimentos foram organizados pela sociedade civil, não tiveram a presença dos partidos políticos e também das entidades tradicionais, como os sindicatos. É um movimento organizado basicamente por setores da sociedade civil, através das redes sociais, através da Internet. São setores que não acreditam mais nessas instituições que citei - partidos, parlamentares, sindicatos. Há uma mudança de rumo na forma de organização de movimentos da nossa sociedade, e na forma de organização de lutas sociais.

É um dado importante, em que teremos que prestar muita atenção, de agora em diante. Temos algumas experiências nesse sentido. Em São Paulo o movimento pelo passe livre de estudantes, de setores da juventude, já é um movimento organizado dessa maneira, sem as entidades inclusive representativas do movimento estudantil.

Esses movimentos são importantes porque questionam o processo de corrupção na sociedade brasileira. Estamos assistindo a mais um triste episódio de corrupção, que é o caso do bicheiro Carlos Cachoeira que, através das suas ações e dos tentáculos que ele tem no mundo político, no Congresso Nacional, no poder Judiciário e no poder Legislativo, há um grande processo de corrupção nesse sentido.

E está sendo instalada a CPI no Congresso Nacional, para investigar. Nossa bancada do PSOL assinou o pedido para a instalação da CPI. Foi o PSOL também que entrou com o primeiro pedido na Comissão de Ética, para que houvesse uma profunda e rigorosa investigação. Teremos nessa CPI um membro do nosso partido, o Senador Randolfe Rodrigues, que estará participando dessa CPI para que ela não acabe em pizza, para que não haja um acordo por cima. É uma investigação que tem que ser profunda.

As denúncias feitas até agora envolvem vários partidos políticos - PT, PSDB, DEM e outros partidos que estão hoje na base de sustentação do Governo, que também representam uma oposição de direita ao atual Governo da Presidente Dilma. Vários partidos estão, portanto, envolvidos nesse caso do Carlos Cachoeira, que representa o crime organizado em Brasília.

Em São Paulo as denúncias continuam sendo feitas e as investigações não são realizadas. Na semana passada, através da tribuna, denunciei que os nossos requerimentos convocando Secretários e representantes do Governo estão sendo obstruídos nas Comissões Permanentes, não só os nossos, mas de vários outros Deputados, pois o Governo não quer ser investigado pela Assembleia Legislativa.

Citei inclusive o caso das CPIs cosméticas, “CPIs para inglês ver.” Não tem uma única CPI aqui na Assembleia Legislativa funcionando para valer, investigando as denúncias de superfaturamento de obras e de corrupção do Governo Alckmin. Todas as CPIs instaladas até agora são totalmente supérfluas, investigam temas que não condizem com o propósito desta Casa e do Governo Estadual. Elas existem para desviar o foco das investigações. Há alguns dias, a Assembleia Legislativa instalou mais duas CPIs cosméticas, estéreis e que não servem para nada, do ponto de vista da investigação do Parlamento paulista.

É necessário que o nosso telespectador da TV Alesp saiba que esta Casa implantou agora a CPI da Reprodução Assistida, tudo a ver com a investigação e o trabalho de um Deputado Estadual. Ainda temos outra Comissão Parlamentar de Inquérito mais patética e bizarra que vai investigar as lojas que vendem a prazo e sem juros. O contribuinte, telespectador da TV Alesp, que paga impostos deve estar horrorizado pensando: “O que a Assembleia Legislativa tem a ver com isso, quando ela deveria fiscalizar o Governo Estadual, as secretarias, as autarquias, as estatais e a aplicação dos recursos públicos e da legislação aqui no nosso Estado?” Essa é a função do Deputado sob o ponto de vista da fiscalização. Agora aprovar e instalar CPIs bizarras, cosméticas e estéreis não tem nada a ver com o real propósito desta Casa de Leis.

Enquanto isso, Sr. Presidente, acompanhamos as denúncias de corrupção e de superfaturamento de FDE, inclusive já assinamos um pedido de CPI que está na fila; e um pedido de requerimento convocando o Presidente de FDE aqui na Comissão de Fiscalização, mas até agora o ele não compareceu para depor e explicar as várias irregularidades em relação ao dinheiro da Educação pública do Estado de São Paulo.

Essa autarquia é da Secretaria Estadual de Educação, responsável pela gestão de quase 3 bilhões, Sr. Presidente, e até agora a CPI não foi aprovada, ainda não tivemos a vinda do Presidente de FDE, entre outras, Comissões Parlamentares de Inquérito que estamos tentando instalar acerca da investigação do Dersa, da farra dos pedágios no Estado de São Paulo, do metrô e da CPTM, mas não estamos obtendo sucesso porque o Governo obstrui. São inúmeras denúncias nesse sentido e não se apura nada no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira . (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e público que nos acompanha, parece-me que o mundo virou de ponta cabeça mesmo. Estamos mais uma vez em uma demanda junto ao Superior Tribunal Eleitoral e aos Tribunais Regionais, Sr. Presidente, pois quem está preso pode votar no dia da eleição, mas um policial militar que está em serviço fora do seu domicílio eleitoral não pode votar, isso parece brincadeira.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Nas últimas eleições, o Tribunal Superior Eleitoral foi provocado pelo meu amigo advogado de Brasília Milton Córdoba, que, a partir de uma pretensão da Associação de Praças da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, ingressou no TSE. Hoje, temos um questionamento no Supremo Tribunal Federal, que está com o Ministro Toffoli, como relator. Queremos uma solução para essas eleições.

Acabei propondo uma moção, que a Assembleia Legislativa acolheu nas últimas eleições. Mandamos também para o Superior Tribunal Eleitoral e para o Supremo Tribunal Federal. Acabei oficiando e solicitando ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo que tomasse as providências para que o policial pudesse votar em trânsito. Recebi uma resposta muito bonita do TRE, dizendo que a pretensão era legítima, entretanto, não tinha as condições materiais.

Novamente estamos nessa batalha, pedindo ao TRE, pedindo ao TSE. Naquele momento, a Justiça eleitoral disse que não daria para o policial militar votar em trânsito porque as urnas eletrônicas assim não permitiam. Mas, pode votar o policial pela exceção. Quando há falha na urna eletrônica e não é possível a substituição, há a previsão legal no nosso País da cédula em papel.

Peço a mobilização da sociedade para que os nossos policiais possam votar. Se até o preso pôde... Gastou-se uma fortuna para a adaptação das urnas eletrônicas para que o preso votasse porque é politicamente correto, é bacana. No entanto, o policial que fez a escolta do preso e o trouxe, na véspera das eleições, de Presidente Venceslau para São Paulo, não vai poder exercer o seu direito de cidadão de votar. Ele já não pode participar de partido político, pelo Art. 14 da Constituição. Se tiver menos de dez anos de serviço e for disputar as eleições, é exonerado ex-officio. E não pode votar!

Observem que na Cidade de São Paulo existem 30 mil policiais, entre o policiamento da Capital, o policiamento de choque, as especializadas, a administração. Desses, estatisticamente, 25% moram fora da Cidade de São Paulo, pela dificuldade financeira, pelos vínculos com a terra natal. No dia da eleição, esses policiais estão todos de prontidão e vão trabalhar um turno de serviço na Capital, e aí não podem se deslocar, não podem votar.

Não estou defendendo causa própria, até porque não vou participar das eleições municipais. Mas é um absurdo o posicionamento da Justiça eleitoral, até então, de não fazer a devida adaptação no que a lei já estabelece. Fez para os presos, a um custo altíssimo, para a adaptação das urnas eletrônicas. Para o policial militar, não dá. Para o policial civil - que também está nas mesmas circunstâncias - também não dá.

Olhem o tamanho do absurdo! Escalamos o policial para ficar numa escola, fazendo a guarda das urnas e a segurança ostensiva para que nada aconteça durante as eleições. E ele está ao lado de centenas de urnas eletrônicas, guardando a população, garantindo a eleição com legitimidade, mas não pode ser cidadão. Pode ser tudo, só não pode ser cidadão. Se tiver qualquer problema de ordem pública vai até morrer ali na defesa das pessoas. Mas não pode ser cidadão.

Será que voltamos a um passado em que o cabo e soldado de Polícia das Forças Armadas não podiam nem votar? Foi uma conquista da nova Constituição, mas não pode manifestar o seu desejo de cidadão. É muito difícil. Como é que a organização vai adequar escala de serviço quando o policial poderia exercer o seu direito de cidadão? É impossível, são milhares e milhares de locais de votação. A Polícia Militar tem de adequar o seu planejamento à necessidade da população. “Então vota na urna eletrônica”, não é isso. Se bem que já seria possível isso sim, mas quando se fala nos custos para isso... Pela exceção, se cada policial que está de serviço numa escola, no policiamento ostensivo de um setor pudesse votar neste setor, e com a cédula de papel - que ainda existe sim na legislação brasileira -, alguns milhares de cidadãos, que são tidos como cidadãos de segunda classe, que são os policiais militares, poderiam exercer a sua cidadania. Neste final de semana, os jornais falavam de candidaturas de policiais militares. Mas como falar em candidatura de defensores da categoria profissional se não pode nem exercer o seu direito de cidadão?

Peço então ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, como já manifestei por documento ao seu Presidente, peço a todos os deputados da Casa que se mobilizem também para que os policiais militares em serviço possam exercer o seu direito de cidadão e escolher os seus dirigentes e os seus representantes.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, eu acabo de chegar da cidade de Sorocaba, que cresceu muito. Mas hoje esta cidade está de luto e triste porque perdeu um dos seus filhos: Fernando Dini Neto. Foi uma das pessoas que mais se preocupou com os mais carentes e com os viciados em drogas. Enviamos nossas condolências aos seus familiares neste momento de muita dor. Fernando Dini Neto foi vítima de um AVC, no último sábado e infelizmente veio a falecer aos 64 anos, um homem extremamente espiritualizado e que desde tenra idade já demonstrava sua liderança e seu caráter empreendedor.

Em 1989 teve contato com os cursilhos da Igreja Católica, movimento que despertava os jovens para o reencontro com Deus. Mas com sua liderança e seu empreendedorismo não tardaria a buscar seu próprio caminho espiritual.

Nessa busca Fernando Dini conheceu o Santo Daime e mais recentemente o Kambô. Seus novos caminhos abriram-lhe notável dedicação ao próximo e às causas sociais.

Em 1996 fundou o Centro Eclético Céu Sagrado, local com cerca de mil metros quadrados na Cidade de Sorocaba, onde utilizava o Santo Daime para a cura dos vícios da droga, alcoolismo e outras dependências químicas e enfermidades. Como o local era pequeno, ele estava com projeto de ampliar.

Há 12 anos realizava a distribuição de mais de 400 marmitex a moradores carentes da região, além de oferecer-lhes roupa e higiene pessoal. Quem conhece Fernando Dini sabe quão estimado era na região.

Como dirigente do templo Santo Daime militou 16 anos libertando as pessoas do domínio dos entorpecentes e nunca parou de ajudar o próximo.

Que Deus o recebe em sua imensa misericórdia e amor. Fernando Dini, percebendo a pobreza de oito amigos, emprestou-lhes as casas sem cobrar um centavo de aluguel. Essas famílias lhe devem essa graça de poder ter um teto.

Fernando Dini procurou ajudar sempre os menos favorecidos. Quantos adolescentes, quantos adultos até que enveredaram para o caminho da droga e ele não trouxe de volta para o caminho do bem!

Fernando Dini merece todo nosso carinho, todo nosso respeito e toda nossa gratidão. Ele estará sempre no nosso coração e na nossa mente, principalmente daqueles que resgatou das drogas e do alcoolismo, doenças que acometem o ser humano.

Fernando Dini nunca se preocupou em receber alguma coisa. Era um empresário abastado e nunca cobrou nada pelos serviços, oferecia sempre de forma gratuita e amigável.

Fernando Dini era amigo de todos e eu, como coordenador da Frente Parlamentar de enfrentamento ao Crack e outras Drogas, quero render nossas homenagens dizendo que a nossa luta perdeu um grande guerreiro, que ajudava as pessoas a buscarem o resgate daquilo que é o mais importante: o resgate moral de um cidadão, o resgate à vida.

Meu caro Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. que sempre está junto dos professores, V. Exa. que é um incansável guerreiro em prol da Educação, em prol dos professores, sabe do que estou falando, porque temos muitos problemas nas escolas. Os professores não conseguem nem dar aula porque nossos adolescentes estão no caminho do álcool, essa droga oficializada, que abre caminho para o crack. Precisamos impedir isso. Fernando Dini foi um guerreiro, um grande lutador nessa luta de todos os deputados da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. Termino nossa fala rendendo nossas sinceras homenagens, nosso preito de respeito e gratidão a Fernando Dini. Como ele esteve na TV Alesp fazendo uma entrevista, gostaria de pedir que no dia de hoje passasse essa entrevista. Ficaria muito grato. Perdemos um grande companheiro na luta antidrogas que é Fernando Dini, de Sorocaba.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo regimental.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Alesp, gostaria de fazer um agradecimento.

Na última quinta-feira estivemos no Rio de Janeiro - deputados Jooji Hato, Antonio Mentor, Geraldo Cruz, Orlando Bolçone e este deputado - representando a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. Visitamos a prefeitura municipal do Rio de Janeiro, onde fizemos uma agenda importante com o Secretário Municipal de Assistência Social, Dr. Rodrigo Bethlem, com a Secretária-Adjunta Dra. Mônica Blum, e com a Coordenadora de Projetos, Maura Cristina. Eles fizeram um importante relato sobre os projetos relacionados às políticas de combate às drogas na prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, visitamos o município de Guaratiba, no Rio de Janeiro, onde algumas comunidades terapêuticas realizam um trabalho excepcional na política de recuperação de dependentes químicos.

Foi importante essa visita ao Rio de Janeiro não só porque é fundamental a troca de experiências, ações, projetos e programas bem sucedidos, mas também foi importante saber quanto a prefeitura do Rio de Janeiro e o governo do Estado do Rio de Janeiro têm priorizado as políticas de investimentos e prevenção com relação a esse tema fundamental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Sr. Presidente, queremos ressaltar que esse é um tema que o Brasil tem discutido. Deputado Carlos Giannazi, sei que V.Exa. é candidato a prefeito pelo PSOL e sei que esse é um tema que seguramente estará sendo debatido nos programas de governo de todos os partidos em todo o Brasil e especialmente aqui no Estado de São Paulo. Essa é uma política pública que tem a ver muito não só com a criança e o adolescente. Tem a ver com os investimentos das políticas públicas em Esporte, Cultura e Lazer. Políticas para com as famílias que hoje penam com a questão das drogas. A Assembleia Legislativa vai, até o mês de junho, estabelecer meta, para produzir um relatório dando subsídio para os nossos candidatos a prefeitos, dos 645 municípios, poderem estabelecer programas de Governo, as questões das drogas enquanto saúde pública, mas, acima de tudo, enquanto uma política de estado, uma política que tem que ser integrada, envolvendo os municípios, o Governo do Estado e o Governo Federal.

Entendemos que a partir daí estaremos, sem dúvida alguma, buscando uma alternativa, não só para que possamos recuperar as pessoas que hoje procuram uma clínica de recuperação, pro curam um município, mas acima de tudo, querem salvar suas vidas.

Portanto, entendemos que o debate que a Frente Parlamentar tem realizado hoje na Assembleia Legislativa, através de audiências públicas realizadas em várias regiões do Estado de São Paulo, poderá, indubitavelmente, buscar um mecanismo para solucionar essa questão.

Sabemos que aqui no Estado de São Paulo tudo que se propõe e se debate - enquanto políticas públicas - é copiado pelos demais estados da federação; portanto, nós deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, temos esse compromisso com as demais unidades federativas.

Se o Estado do Rio de Janeiro era conhecido por ter uma política negativa na questão da Segurança Pública, podemos destacar que hoje, Deputado Jooji Hato, que o Estado do Rio de Janeiro, especialmente a Prefeitura do Rio de Janeiro, tem proposto políticas públicas na questão de combater as drogas no nosso Brasil, e temos que seguir os exemplos bem sucedidos.

Sr. Presidente, não poderia deixar de registrar que a iniciativa da Frente Parlamentar, na quinta-feira, não só conheceu programas e projetos, e sem dúvida alguma, trará as experiências bem sucedidas, nesse setor, para o Estado de São Paulo. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Donisete Braga, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, primeiramente gostaria de parabenizar o Deputado Donisete Braga, que lidera a frente parlamentar sobre o crack, e Deputado Jooji Hato, que também participa dessa frente parlamentar, no sentido de confeccionar, de elaborar uma espécie de cartilha para municiar os prefeitos, os candidatos a prefeitos do Estado de São Paulo nessa área de combate ao crack. Esta é uma proposta importante, nobre Deputado Donisete Braga, que parabenizamos aqui porque, como V. Exa. muito bem disse, temos que ter uma política de Estado para enfrentar essa questão das drogas no nosso País, nos Estados e, sobretudo nos municípios.

Sr. Presidente, gostaria de voltar aqui ao tema que tanto tenho debatido e denunciado aqui na Assembleia Legislativa, em relação à Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp e dos cartorários também.

Recentemente, conseguimos uma vitória do Supremo Tribunal Federal com o julgamento de duas Adins: uma nossa, do PSOL e dos advogados, da Associação de Defesa dos Direitos dos Advogados do Ipesp, e outra Adin protocolada, nove ou dez meses após o ingresso da nossa Adin no Supremo Tribunal Federal, elaborada pela OAB Federal.

A partir desse julgamento, Sr. Presidente, tivemos aqui uma decisão importante. O julgamento determinou a inconstitucionalidade de dois parágrafos importantes da Lei 13.549, que foi aprovada aqui na Assembleia Legislativa. Logicamente que nós votamos contra essa lei, porque ela colocou em processo de extinção a Carteira Previdenciária dos Advogados, prejudicando 40 mil trabalhadores dessa área. Eles foram penalizados com a aprovação dessa lei, que tem artigos inconstitucionais.

Na época da aprovação, em 2009, denunciamos exaustivamente que a lei era inconstitucional, que ela era eivada de aspectos inconstitucionais. Alertamos a base do Governo, alertamos o Governo, tudo fizemos aqui para que aquele projeto não fosse aprovado e se transformasse nessa Lei 13.549. Agora, o julgamento das Adins deixa claro que nós estávamos certos, nós e os advogados que se mobilizaram aqui na Assembleia Legislativa, mesmo fazendo movimento por fora da OAB estadual. A OAB do Estado de São Paulo tomou outra posição, que não foi a dos advogados contribuintes da Carteira.

O fato é que tivemos uma grande vitória, que foi consolidada não só pela aprovação dessas duas Adins - da nossa, do PSOL, em primeiro lugar, e depois da OAB federal -, mas depois com a publicação dos embargos, que confirmaram essa vitória. E agora temos praticamente uma terceira vitória, que gostaria de mencionar aqui, que é em relação a uma antecipação de tutela, que foi promovida pela 12ª Vara da Fazenda Pública. O autor dessa ação é o advogado João Salem, um senhor aposentado com mais de 80 anos, que virou símbolo da luta desse movimento aqui na Assembleia Legislativa. Inclusive teve até um acampamento de advogados do Ipesp na frente da Assembleia Legislativa, lutando contra a aprovação da lei. E o Dr. João Salem, que estava correndo um sério risco de perder a sua aposentadoria, de ser um desaposentado, ganhou agora essa ação, essa antecipação de tutela, em 18 de abril, garantindo a ele, em primeiro lugar, que haja uma redução do desconto dos seus proventos, de 20 para 5 por cento.

A legislação aprovada aqui na Assembleia Legislativa pela base do Governo, do PSDB e dos seus aliados, por orientação do ex-Governador José Serra, determinou um aumento de descontos nos proventos dos aposentados e dos contribuintes, que ainda não estão aposentados, de 20 por cento. Ou seja, havia um desconto de 5% até então; com a aprovação da lei, todos os advogados foram obrigados a contribuir com 20 por cento. Então essa antecipação de tutela determina a volta ao que era antes. Ao mesmo tempo, essa ação também obriga o Estado a reajustar os proventos dos advogados do Ipesp a partir do reajuste do salário mínimo, que era a situação que existia antes da aprovação dessa malfadada Lei 13.549, que colocou em processo de extinção a Carteira dos Advogados do Ipesp.

E por fim, a ação ainda determina o estorno, o reembolso para o Dr. João Salem de todos os descontos irregulares que foram feitos, ou seja, a diferença dos 20 e dos 5 por cento. Ele será reembolsado porque teve descontos indevidos.

Agora, Sr. Presidente, estou dizendo tudo isso não só para anunciar a vitória desse movimento, demonstrando aqui que a Assembleia Legislativa cometeu uma verdadeira afronta à Constituição Federal, ao direito adquirido e ao direito a aposentadoria, colocando em risco todo o ordenamento jurídico do nosso Estado e, sobretudo o Estado Democrático de Direito com a aprovação dessa lei. É um absurdo que ela tenha sido aprovada aqui na Assembleia Legislativa.

Estou dizendo também, Sr. Presidente, que até agora o Ipesp não tomou nenhuma providência sobre o julgamento das duas Adins. Já foi comunicado pelo Supremo Tribunal Federal, já tem conhecimento dos embargos, mas até agora não regulamentou a situação dos advogados e advogadas aposentados nem dos advogados que continuam contribuindo com a Carteira da Previdência e continuam sendo penalizados.

Então gostaria de tornar público que este é um Governo fora da lei. Que não respeita a Lei 11.738, da jornada do piso dos professores, não respeita a data-base salarial dos servidores públicos do Estado de São Paulo, não respeita o Supremo Tribunal Federal e tampouco respeita a sentença da 12ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, passo a ler sobre a antecipação de tutela:

“Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Comarca de São Paulo

12ª Vara de Fazenda Pública

Decisão

Processo: 0014083-42.2012.8.26.0053 - Procedimento Ordinário

Requerente: João Salem

Requerido: Instituto de Previdência do Estado de São Paulo - Ipesp e outro

Em 18 de abril de 2012,

Eu, Ahmad El Badaqui Nachabe Neto, faço estes autos conclusos ao (à) MM. Juiz (a) de Direito: Silvia Maria Meirelles Novaes de Andrade

Vistos.

Diante dos documentos juntados com a inicial, em uma análise preliminar e perfunctória, verifico que, presentes os requisitos legais do fumus boni iuris, posto que a instituição do desconto em valor superior ao anterior fere o direito adquirido do autor, assim como a alteração do critério de atualização, e, por outro lado, é claro o periculum in mora, posto cuidar-se de verba alimentar devida a pensionista.

Assim sendo, concedo a antecipação de tutela para que o réu se abstenha de efetuar o desconto de 20% (vinte por cento) incidente sobre o benefício, estornando o valor em caso de processamento de tal desconto, bem como para que o reajuste seja mantido com base no salário mínimo, na mesma proporção da alteração do salário mínimo regional até o julgamento desta ação, expedindo-se o necessário.

Cite-se.

Int.

São Paulo, 18 de abril de 2012.

Silvia Maria Meirelles Novaes de Andrade

Juíza de Direito

Data

Em 18 de abril de 2012 recebi estes autos em cartório com o r. Despacho supra. Eu, ______, escr. Subs.

Certidão

Certifico que os autos foram encaminhados para a Imprensa em __/__/__. Eu, _____, certiquei.”

Tenho dito que esse Governo do PSDB é um fora da lei. Que só cumpre a lei quando é para prejudicar a população como, por exemplo, os moradores do Pinheirinho.  Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Meu caríssimo Presidente desta sessão Deputado Donisete Braga, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores, quero me irmanar à fala do nosso Coordenador da Frente Parlamentar Anticrack, o Deputado Donisete Braga. Estivemos no Rio de Janeiro e quero dizer que a nossa ida foi profícua e acredito muito importante.

Fomos recebidos com muita hospitalidade pelo Secretário Rodrigo Bethlem, que esteve aqui em nossa Casa trazendo suas contribuições e informações, pela Secretária Mônica Valéria Blum e também pela senhora Maura Cristina que nos acompanhou pelo Rio de Janeiro, enfrentando o trânsito quando fomos para Guaratiba.

Saímos pela manhã para cumprir a agenda carregada que nosso coordenador fez para um tempo pequeno, mas conseguimos voltar para São Paulo sem perder o vôo da tarde. O que vimos lá foi um exemplo a ser seguido. O Rio de Janeiro está melhorando, o que vi na semana passada está muito diferente do que eu conheci antes.

Ninguém queria ir lá porque o Rio de Janeiro está mergulhado em um grau de violência muito grande: o crime organizado; a Polícia ocupando o Morro do Alemão, com 2.500 homens, fora os outros morros. Mas o que vimos foi uma cidade limpa e organizada. Nos locais que passamos não vimos adolescentes nas ruas porque estão acolhidos em unidades terapêuticas como, por exemplo, em Guaratiba, lugar que todos eles devem ficar e não nas ruas.

Talvez meu caro Coordenador Donisete Braga ache graça do que vou dizer, mas eu trouxe algo muito importante do Rio de Janeiro: o apoio do Secretário Rodrigo Bethlem.

Eu disse ao Secretário que temos um projeto na Assembleia Legislativa, o toque de acolher aos adolescentes, e o que ele achava disso. O Secretário disse que essa lei vai ser muito boa, mas acredito que será boa para cidades menores, e São Paulo é uma cidade enorme, assim como o Rio de Janeiro.

Estivemos juntos o Deputado Antonio Mentor, Orlando Bolçone, Geraldo Cruz e o Deputado Donisete Braga. Eu disse: então, vamos dividir São Paulo em várias fatias, para que o apoio de nosso Secretário do Governo do Rio de Janeiro seja viável, porque ele disse que é melhor para comunidades menores. Se nós fatiarmos por bairro talvez possamos aplicar esse toque de acolher. Temos que acolher os adolescentes que estão nos pontos vulneráveis, de risco, os botecos, antros de prostituição, locais inadequados para crianças.

Esse toque de acolher foi uma lei aplicada em Fernandópolis, não pelo Poder Legislativo, não pelo Executivo, mas pelo Poder Judiciário. O Juiz Pelarin aplicou em Fernandópolis e trouxe grandes contribuições para a cidade, acabando com o consumo de bebida alcoólica e drogas na cidade.

No Rio de Janeiro, o Secretário Rodrigo e o Governo estão acolhendo esses adolescentes e colocando em unidades terapêuticas. É isso que preconizamos. Nosso projeto é exatamente esse, acolher, retirar essas crianças e adolescentes dos locais de risco e levar ao Conselho Tutelar e à família, onde as crianças devem ficar.

Foi muito importante a ida desse grupo de Deputados, do qual fiz parte, ao Rio de Janeiro, para podermos, pelo menos, sonhar que na nossa Capital possamos resgatar esses adolescentes que estão nas ruas, para podermos tirá-los das drogas.

Os dados recentes colhidos pela Frente Parlamentar demonstram que o consumo do crack está em toda a cidade, empatando com o número de usuários de bebida alcoólica. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, participamos, na última sexta-feira, de uma assembleia realizada em São Paulo pelos servidores da Saúde, que estão num grande movimento, denunciando o abandono do investimento na Saúde pública do Estado.

Essa importante categoria profissional está em greve, porque os salários são aviltantes, a data-base salarial não é respeitada, o SUS está sendo destruído no nosso Estado, a Saúde pública está sendo privatizada, terceirizada. A situação é muito grave, e quem paga a conta é a população.

Os servidores públicos sofrem muito com o arrocho salarial, com a falta do cumprimento da data-base salarial e tantas outras mazelas que nós constantemente denunciamos aqui. E a população também sofre, porque fica sem acesso a uma Saúde pública de qualidade. A população do Estado de São Paulo que utiliza os nossos hospitais públicos, o serviço público de Saúde, fica refém da demora para a marcação de consultas, para a realização de exames e cirurgias. Temos pessoas esperando na fila para a realização de um procedimento cirúrgico por um período de até três anos, Sr. Presidente, tamanha a dificuldade nessa área. E participamos dessa manifestação apoiando a pauta com as reivindicações dos trabalhadores da Saúde.

Notei que existem dois temas quase que transversais, que atravessam praticamente todas as manifestações e reivindicações das categorias profissionais do Estado de São Paulo, um deles é sem dúvida o descumprimento da data-base salarial que prejudica os professores, os servidores da Segurança Pública, do Sistema Prisional e da Saúde pública. A data-base salarial venceu no dia 1º de março e até agora o Governo não apresentou uma proposta concreta para reajustar os salários dos servidores, ou seja, o Governo está descumprindo mais uma vez a legislação, a Lei Estadual e o Art. 37 da Constituição Federal que garante e obriga o Estado a fazer pelo menos um reajuste e repor as perdas salariais. Isso não é nenhum favor, está na lei federal e estadual aprovada aqui na Assembleia Legislativa. Esse é um dos temas e que versa sobre a falta de respeito à data-base salarial. O outro tema, Sr. Presidente, que permeia e que é também um tema transversal a essas categorias que eu citei, é a questão do vale-refeição que é uma afronta a dignidade dos nossos servidores. O vale-refeição, hoje, dos servidores do Estado de São Paulo é de apenas R$ 4,00 e não é à toa que ele é conhecido como vale-coxinha.

Já apresentamos inclusive dois projetos de lei estipulando um critério de reajuste desse vale-refeição para os nossos servidores. Um desses projetos foi apresentado na legislatura de 2007, e na atual legislatura de 2011, apresentamos o Projeto de Lei nº 134, que tramita aqui na Assembleia Legislativa. Pedimos a urgência da aprovação desse projeto e rogamos que esta Casa de Leis tome uma posição em defesa dos servidores aprovando o nosso PL nº 134, que reajusta o valor do vale-refeição de acordo com o reajuste do salário mínimo. É inconcebível que um servidor tenha um vale-refeição de quatro reais, que foi criado em 1998 e que até hoje não foi reajustado.

Um policial militar, um policial civil, um professor, um médico, um enfermeiro, o servidor do sistema prisional, todos, recebem R$4,00 para se alimentar diariamente. É um absurdo que isso aconteça.

Por isso, fazemos esse apelo à Assembleia Legislativa para que haja a aprovação do nosso projeto de lei, pois diante disso poderemos fazer o mínimo de justiça aos nossos servidores que têm salários baixos, aviltantes e que são vítimas de um verdadeiro arrocho salarial. Lutamos para que pelo menos eles tenham um vale-refeição digno e que possam se alimentar decentemente. Essa é a reivindicação que fazemos e a ajuda que pedimos à Assembleia Legislativa, aos 94 Deputados, para que possamos votar o nosso Projeto de Lei nº 134, que foi protocolado por nós e cria critérios para o reajuste do vale-refeição dos servidores públicos do Estado de São Paulo.

Novamente manifestamos o nosso total apoio ao movimento dos servidores da Saúde, que estão denunciando o sucateamento, a privatização, a terceirização e a destruição da Saúde pública do Estado de São Paulo. A entrega dos leitos hospitalares, de consultas médicas para os convênios médicos, lei aprovada aqui na Casa pela base governista e que nós votamos contra. Essa é uma das grandes denúncias feitas também pelos servidores que estão em greve na Saúde do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Donisete Braga, caríssimas Deputadas, caríssimos Deputados, telespectadores da TV Alesp, quero voltar ao tema Rio de Janeiro, complementando o que acabamos de dizer anteriormente.

Quando visitamos as unidades terapêuticas em Guaratiba, Rio de Janeiro, fomos recebidos de uma forma tão carinhosa pelos adolescentes. Havia adolescentes do sexo masculino numa unidade terapêutica. Visitamos outras duas unidades, que eram femininas. Visitamos três unidades mais a parte da recepção, que fica no Centro da cidade. Em todos esses locais, a acolhida dos adolescentes foi de uma forma inesquecível, abraçando todos os deputados, com carinho. Percebíamos que aqueles adolescentes tinham uma carência afetiva muito grande.

Diferentemente, Deputado Donisete Braga, do momento em que acolhem os adolescentes das ruas, quando vão para o centro onde se inicia a internação. Nesse momento, os adolescentes estão revoltados, indignados. Vimos até um adolescente que não queria nem tomar banho. Na unidade terapêutica, vimos um carinho todo especial. Queriam tirar fotos conosco, vinham nos abraçar. Como é importante resgatar os jovens das ruas deste País!

Por que negar isso aos adolescentes de São Paulo, da Capital, do Interior? Por que negar isso aos adolescentes, aos jovens, às crianças que estão pelas ruas dos 645 municípios do nosso Estado? Por que não seguir o que o Juiz Pelarin fez em Fernandópolis? É por isso que gostaria de aprovar um projeto de minha autoria, para que não ficássemos em Fernandópolis ou Ilha Solteira, que também tem essa lei. Por que negar a outros adolescentes o que o Rio de Janeiro já tem? Os jovens são recolhidos dos locais de risco, das ruas, onde só se aprende o que não presta.

No Rio, os jovens vão para unidades terapêuticas, com o acolhimento do Governo do Estado. É isso que temos que fazer: acolher os jovens que estão sendo vítimas do tráfico de drogas; acolher para a vida; dar amor.

Repito, quando chegamos nessas unidades, fomos abraçados por todos os adolescentes, com carinho. Sentíamos que aqueles jovens tinham uma carência afetiva muito grande. Talvez, sem famílias, sem amigos, abandonados pelas ruas do Rio.

Temos esses adolescentes aqui também! Por que negarmos isso a eles e aprovarmos o que o Meritíssimo Juiz Peralin aplicou em Fernandópolis, e deu certo? Por que criticar dizendo que feriram o direito da criança? Feriram o direito de uma criança à meia-noite, duas horas, três horas da madrugada em antros de prostituição, em botecos da vida com os alcoólatras, com drogados, arriscando a sua vida? Por que não resgatarmos esses adolescentes para a vida, inclusive para a unidade terapêutica que nós temos? Ou trazer para as famílias?

É esse o bojo, objetivo principal deste projeto de lei que está tramitando nesta Casa, como foi em Fernandópolis, em Ilha Solteira e outras cidades. Não podemos negar isso, temos de lutar muito. Perdemos hoje um grande guerreiro: Fernando Dini Neto, de Sorocaba. Dei apoio a ele porque ele foi uma pessoa que trouxe resultados positivos usando a sua técnica, a sua sabedoria, resgatando adolescentes, inclusive adultos.

Agradeço a todos com a fé em Deus, acreditando em todos os deputados desta Casa para que este projeto seja votado para resgatar, principalmente, adolescentes que são órfãos, que estão abandonados pelas ruas. Eles morrerão se não os cuidarmos. Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de informar a todos que o nosso mandato protocolou na semana retrasada uma representação no Ministério Público estadual, para que haja uma profunda investigação em relação ao Estado de São Paulo, que vem atrasando muito os pedidos dos servidores públicos. Por exemplo, alguns departamentos não publicam perícias médicas com o Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo.

Temos várias denúncias contra este departamento, da falta de publicação, de atraso, de perda de documentos. Isso penaliza imensamente os servidores públicos do Estado de São Paulo. O mesmo acontece com SPPrev, que tem milhares de pedidos paralisados de aposentadoria. Pessoas que já deveriam estar aposentados há um, dois, três anos estão ainda na lista esperando um parecer porque não tem funcionários, não tem estrutura. É um absurdo. O mesmo acontece com as Diretorias de Ensino do Estado de São Paulo, que também não tem estrutura, não tem funcionários. Há Diretorias de Ensino trabalhando com apenas um funcionário para emitir todos esses documentos e certidões.

É um verdadeiro acinte, abandono do Estado com a vida funcional dos seus servidores. Eles sofrem, são penalizados imensamente por essa leviandade e irresponsabilidade do Governo estadual, que não contrata funcionários em número suficiente e não faz a reforma desses departamentos. Cito aqui a SPPrev, que está nessa situação. Não estou aqui acusando os funcionários, que estão lá trabalhando heroicamente. Estou questionando o Governo, que não investe na infraestrutura e não contrata novos funcionários para fazer esse trabalho.

Temos de fazer uma grande reforma desses departamentos: SPPrev, DRU, que pertence à Secretaria Estadual de Educação, um dos departamentos mais criticados pela demora e pela incompetência em relação à emissão de certidão de tempo de serviço e tantos outros documentos importantes que deveria emitir para os professores e funcionários da Rede Estadual de Ensino.

Esperamos que o Ministério Público estadual faça uma verdadeira investigação, uma verdadeira devassa nestes departamentos e responsabilize até criminalmente o Governo do Estado de São Paulo por esse tipo de comportamento administrativo contra os servidores públicos do Estado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem V. Exa. a palavra para falar pelo Art. 82 pela Liderança da Minoria.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, quero fazer um registro não só em função do grande noticiário que a nossa imprensa vem dando, mas também por constatação.

Hoje, lamentavelmente, milhares e milhares de usuários do sistema de transportes metropolitanos têm sofrido com as panes que têm ocorrido seja no metrô, seja na CPTM. Pelos noticiários que li neste final de semana o Secretário de Transportes Metropolitanos - a propósito, esteve aqui na Assembleia Legislativa semana passada - reitera que há um processo de sabotagem nas linhas da CPTM e do metrô.

Eu não quero acreditar nesta informação, nada contra o que pensa o Secretário, mas este é um tema que temos tratado e seguramente todos os parlamentares têm abordado o caótico sistema de transportes na Região Metropolitana do Estado de São Paulo. Tenho falado de um diálogo que estabelecemos algum tempo atrás quando o Secretário e especialmente a Presidência da CPTM alterou o terminal final da Linha Turquesa, que atende a região do ABC, da Estação Luz para a Estação do Brás. Isso causou um grande transtorno para os usuários. Quase 400 mil usuários utilizam a Linha Turquesa e constatamos hoje outros problemas relacionados a essa questão das panes que temos verificado no metrô e CPTM, bem como na promessa do Governo do Estado para que até 2015 se construam aproximadamente 90 quilômetros do sistema da CPTM e do metrô.

Nós, que temos debatido o conceito das regiões metropolitanas, não podemos aceitar que o Estado de São Paulo, em pleno Século XXI, não tenha uma política de segurança, uma política de gestão, uma política de planejamento e ao mesmo tempo uma política de integração dos ônibus, com o trem e o metrô para facilitar a vida desses usuários que dependem desse sistema de locomoção.

Hoje, o tema da mobilidade urbana e da acessibilidade é crucial no País e lamentavelmente o que se constata é falta de gestão nesse tema.

Nesse sentido quero não só ressaltar como criticar a falta de uma política que possa oferecer aos usuários do sistema de transportes metropolitanos eficiência, competência, agilidade e conforto.

Nós não queremos apenas uma tarifa justa. Queremos também um transporte de qualidade para os usuários, porque hoje não se tem mais o que inventar na questão das principais vias da nossa capital. Temos viadutos saturados, temos vias, rodovias e avenidas totalmente tomadas. Antigamente tínhamos picos de tráfego na parte da manhã ou no final da tarde. Atualmente, não. Isso pode acontecer a qualquer a hora do dia. O paulistano sofre com o transtorno do trânsito caótico e saturado da capital e da região metropolitana.

Então, não poderia deixar de fazer esse registro. Esse tem sido um fato recorrente não só nos noticiários, mas especialmente nas críticas da população que utiliza esse sistema de transporte no Estado de São Paulo.

Quero ressaltar, mais uma vez, a urgência de uma política a ser estabelecida pelo governo para que o usuário possa ter um horizonte. Espero que a luz no final do túnel não seja um trem na contramão, mas a esperança de ter um transporte de boa qualidade para o próximo período.

 

            O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, cumprindo disposição constitucional adita à Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã o Projeto de lei nº 927, de 2011, vetado. Esta presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma do dia 19 de abril e o aditamento ora anunciado.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 52 minutos.

 

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