047ª SESSÃO
SOLENE
RESUMO
001 - CARLINHOS ALMEIDA
Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes.
Informa que a presente sessão solene foi convocada pelo Presidente Barros
Munhoz, a requerimento do Deputado Carlinhos Almeida, ora na direção dos
trabalhos, com a finalidade de comemorar o Quinquagésimo Aniversário do
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região. Convida o público presente a
ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Comunica que o Presidente Barros
Munhoz havia transmitido a sua saudação a esta sessão solene e registra
correspondências que recebeu.
002 - EDSON ALVES
Professor e representante da reitora da Unitau - Universidade de Taubaté,
cumprimenta as autoridades presentes. Fala da responsabilidade de estar
participando desta data. Destaca o trabalho desenvolvido pelo Sindicato dos
Metalúrgicos de Taubaté, na área social, sobretudo na gestão de seu atual
presidente, Isaac Jarbas Mascarenhas do Carmo. Diz que a Universidade de
Taubaté e o Sindicato dos Metalúrgicos trabalham juntos para formar cidadãos
mais qualificados para o desenvolvimento do País.
003 - RAQUEL RIBEIRO CARVAJAL
Vereadora e presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio do Pinhal,
agradece o convite do Deputado Carlinhos Almeida. Manifesta a alegria por estar
participando desta solenidade, que constitui um marco na história de São Paulo.
Parabeniza o Sindicato dos Metalúrgicos pelo aniversário e diz que estes são
trabalhadores que lutam por seus direitos.
004 - ALFREDINHO
Vereador da Câmara Municipal de São Paulo, lembra as lutas e dificuldades
do Sindicato, que representa a Região do Vale do Paraíba, onde estão colocadas
várias fábricas importantes. Parabeniza a todos e deseja que o Sindicato
continue lutando em defesa da classe trabalhadora.
005 - ADI DOS SANTOS LIMA
Presidente da CUT estadual, agradece o convite feito pelo Sindicato dos
Metalúrgicos à Central Única dos Trabalhadores. Cumprimenta o Deputado
Carlinhos Almeida pelo seu reconhecimento a um Sindicato combativo, que luta,
negocia e dialoga. Afirma que a história dos metalúrgicos e da CUT constitui a
história da construção da democracia no País.
006 - VICENTE PAULO DA SILVA
Deputado Federal, cumprimenta a todos pelo trabalho de luta sindical e
saúda o professor Edson Alves, representante da reitora da Unitau. Saúda o
Deputado Carlinhos Almeida pela iniciativa e pelo gesto de solidariedade de
trazer a esta Casa de Leis, a homenagem ao Sindicato dos Metalúrgicos de
Taubaté. Diz que um Sindicato como este é um sindicato cidadão, preocupado com
os direitos dos trabalhadores.
007 - ISAAC JARBAS MASCARENHAS DO CARMO
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, cumprimenta
as autoridades presentes e a todos os dirigentes sindicais. Lembra que este era
o momento de fazer uma reflexão sobre tudo o que o Sindicato viveu nesses 50
anos. Informa que estiveram presentes ao lançamento do marco regulatório do
pré-sal. Afirma que o Sindicato dos Metalúrgicos é um sindicato cidadão, que,
além de defender os interesses da categoria, pensa na sociedade como um todo.
008 - Presidente CARLINHOS ALMEIDA
Fala da honra de ter proposto esta sessão solene e ressalta que o
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté estava comemorando 50 anos em um momento
em que se consolida como referência nacional e constitui um exemplo para todas
as outras categorias, pela renovação, por sua organização de base, pela capacidade
de mobilização, equilíbrio e defesa da cidadania. Agradece a todos que
colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Carlinhos Almeida.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos.
Com
base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência
dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da
Ata.
* * *
- É dada como lida a Ata da sessão anterior.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Quero agradecer a presença de todos
os senhores e registrar, com alegria, a presença
Agradecemos a presença
também do Sr. Keffin Gracher, representando, neste ato, o Senador Aloizio
Mercadante, da Vereadora Raquel Ribeiro Carvajal, Presidente da Câmara de Santo
Antônio do Pinhal; dos Vereadores José Roberto dos Santos, Edmilson Demétrio,
José Antônio Marcondes da Silva, todos de Santo Antônio do Pinhal, e do Sr.
Joalve Vasconcelos, que representa aqui o Sindalesp, Sindicato dos Servidores
da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Convido todos os
presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela
Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Subtenente
PM Edson, Maestro da Seção da Banda da Polícia Militar.
* * *
- É executado o Hino
Nacional Brasileiro.
* **
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Esta Presidência agradece à Banda da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, na pessoa do Subtenente Edson, pela
competência e qualidade na execução do Hino que une a todos nós brasileiros,
nesta terra tão maravilhosa e tão cheia de desafios. A presença dos senhores
abrilhanta bastante esta Sessão Solene.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo
Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação deste
Deputado, com a finalidade de comemorar o Quinquagésimo Aniversário do
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região.
Infelizmente, o
Presidente Barros Munhoz não pôde comparecer a esta Sessão Solene como
gostaria, porque se encontra internado há praticamente um mês com problema de
saúde, mas pediu que transmitisse sua saudação a todos. Esperamos que o Presidente possa retornar
brevemente.
Quero registrar as
manifestações que recebemos de pessoas que não puderam comparecer a esta
sessão. O Deputado estadual Pedro Bigardi, Líder do PCdoB encaminha um
telegrama saudando esta Sessão Solene. A Sra. Silvia Motta, do Cerimonial da
Unicamp, Universidade de Campinas, saúda a Assembleia Legislativa pela
realização desta sessão e cumprimenta o Sindicato pelo seu aniversário.
O Presidente da Câmara
Municipal de São Paulo, Vereador Antonio Carlos Rodrigues, envia correspondência
no mesmo sentido, assim como o Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo,
Sr. Mauro Ricardo Machado Costa, o Secretário da Cultura de São Paulo, Sr. João
Sayad, o Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Sr.
João Sampaio, o Secretário de Estado e Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, o
Delegado-Geral de Polícia, Domingos Paulo Neto, o Secretário de Comunicação do
Estado, Bruno Caetano, a Vereadora do Município de Taubaté Pollyana Gama, do
PPS.
Convido para fazer uso da
palavra o Professor Edson Alves, que representa nesta Sessão a Reitora da
Unitau, Universidade de Taubaté.
O SR. EDSON ALVES - Deputado Carlinhos Almeida, Presidente desta Sessão Solene,
meu amigo Deputado Federal Vicentinho, Sr. Isaac, Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos – homenageado no dia de hoje -, companheiro Presidente da CUT, Adi
Santos Lima, demais autoridades da Mesa, senhoras e senhores, para nós é uma
responsabilidade muito grande participar da Mesa dos trabalhos em uma data tão
importante como esta.
Cinquenta anos
representam um período de maturidade para todos, sobretudo para uma
instituição, como o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. A responsabilidade
ainda é redobrada por estar aqui representando a Universidade de Taubaté,
também uma jovem instituição comemorando 50 anos, atravessando um período de
bastante responsabilidade na cidade e região, que encontrou junto ao Sindicato
dos Metalúrgicos, nas suas últimas gestões, sobretudo na gestão do jovem Isaac,
um grande parceiro.
Quero ressaltar que Isaac
é um jovem dirigente sindical, reconhecido nacionalmente no movimento sindical,
orgulhosamente lapidado na nossa cidade. Não tenho a menor dúvida em apostar
que outras pessoas de outras cidades, de outros Estados acabarão conhecendo o Isaac
pelo trabalho que desenvolve na área sindical, não apenas em Taubaté e região,
mas, com seus reflexos, no País todo.
Quero dizer da minha
felicidade em estar aqui vivendo este momento histórico e também ressaltar que
a relação institucional entre a Universidade de Taubaté e o Sindicato vem em
uma velocidade crescente. Essa integração facilitará a evolução e o
desenvolvimento da categoria dos metalúrgicos na Cidade de Taubaté e região e,
certamente, participará do desenvolvimento regional e nacional com as políticas
do Governo Federal, do Presidente Lula em toda a região.
Com essas palavras, quero
deixar registrado que a Universidade de Taubaté e o Sindicato dos Metalúrgicos
trabalham com uma só ação. Com isso, conseguiremos formar cidadãos mais qualificados
para o desenvolvimento do nosso País.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Gostaria de convidar também para
compor a Mesa o companheiro Valmir Marques, Biro Biro, Presidente da FEM,
Federação Estadual dos Metalúrgicos, que também faz parte da galeria de
Presidentes deste glorioso Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
Quero convidar ainda o
Vereador Alfredinho, da Câmara Municipal de São Paulo, para fazer parte da
nossa Mesa.
Percebi que tínhamos no
nosso roteiro apenas homens para fazer uso da palavra. Pensei que isso não
poderia acontecer.
Convidei, então, a
Presidente da Câmara de Santo Antônio do Pinhal, Vereadora Raquel Ribeiro
Carvajal, para fazer uso da palavra.
A SRA. RAQUEL RIBEIRO CARVAJAL - Quero cumprimentar o Sr. Isaac Jarbas
Mascarenhas do Carmo, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e
Região, o Deputado Federal Vicente de Paulo da Silva, Vicentinho, o Sr. Adi
Santos Lima, Presidente da CUT, e fazer um cumprimento muito especial ao
Deputado Carlinhos Almeida, que nos convidou para esta Sessão Solene. Por causa
do Deputado Carlinhos Almeida, que mora em nosso coração, estão aqui três
vereadores da Câmara Municipal de Santo Antônio do Pinhal.
É realmente um prazer
estarmos aqui, porque uma solenidade tão importante como a de hoje é um marco
na história de São Paulo. Sei que os metalúrgicos são pessoas batalhadoras, que
dão tudo de si, porque querem melhor qualidade de vida; lutam pelos seus
direitos, e isso merece o aplauso de todos que os conhecem.
Sinto não termos aqui o
Deputado Barros Munhoz, que não pôde comparecer por motivo de saúde. Ainda não
o conheço, mas quero ter o prazer de conhecê-lo.
Quero deixar um beijo no
rosto de todos vocês, porque há uma felicidade interior, um ânimo muito grande.
Vocês são homens de luta, são guerreiros, homens de fibra. Mas não posso deixar
de falar das mulheres.
O que seria dos homens
sem as mulheres? Por isso, temos de destacar o papel das mulheres, que tão são
valorosas, batalhadores, esteios dos maridos. Nós, mulheres, sempre estamos
fortalecendo nossos companheiros, nossos filhos e aqueles que lutam por um
Brasil melhor, por uma qualidade de vida melhor.
Entre os vereadores de
Santo Antônio do Pinhal, temos o Vereador José Roberto de Oliveira, também
metalúrgico, o que é um prazer para nós, porque podemos acompanhar seu
trabalho, sua luta pelos direitos do cidadão.
Quero cumprimentá-los
pelo Quinquagésimo Aniversário. Quantas pessoas lutaram, desde o começo para se
chegar ao dia de hoje! Parabéns a todos vocês, lutadores, homens e mulheres.
Muito obrigada e um
abraço muito querido para todos. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - A Presidência concede a palavra ao
Vereador Alfredinho da Câmara Municipal de São Paulo, que também é metalúrgico.
O SR. ALFREDINHO - Cumprimento, primeiramente, nosso Deputado Carlinhos Almeida,
que propôs esta Sessão Solene e a preside, nosso companheiro Adi Santos Lima,
Presidente da CUT Estadual, companheiro Isaac Jarbas Mascarenhas do Carmo, que
preside este Sindicato, Deputado Federal Vicentinho, pessoas que compõem a
Mesa, vereadores de Santo Antônio do Pinhal.
Não poderia deixar de
comparecer a esta Sessão Solene, a convite de Natal e de toda Diretoria, para
participar da homenagem a um Sindicato que tem uma grande história Afinal, são
50 anos de luta, de dificuldades.
Tive oportunidade de
conviver com alguns companheiros que aqui estão, quando trabalhava na Ford.
Passamos por momentos difíceis, como a crise da Ford
Os companheiros da
direção do Sindicato daquela época – alguns estão aqui – tiveram coragem e
convenceram a categoria sobre a necessidade de alguns companheiros de São
Bernardo irem para Taubaté, por causa da crise estabelecida na fábrica de São
Bernardo. Deixaram claro que todos somos irmãos e tínhamos de ajudar uns aos
outros. Foi um gesto bonito desses companheiros da direção do Sindicato.
Lembro-me das lutas que
travamos juntos desde quando este Sindicato veio para a CUT. Visitei a fábrica
da Ford e da Volkswagen de Taubaté algumas vezes e hoje, nesta homenagem muito
justa de 50 Anos feita por esta Casa, tenho de dizer que todos vocês da
categoria de Taubaté estão de parabéns.
Que este Sindicato
continue forte, lutando em defesa da categoria e da classe trabalhadora. Um
Sindicato como este não defende apenas os metalúrgicos; cada conquista serve de
parâmetro para outras categorias também alcançarem seus objetivos.
Parabéns a todos vocês.
Com certeza, este Sindicato continuará forte e sendo referência na Região do
Vale do Paraíba.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Convido o Presidente da CUT Estadual,
companheiro Adi dos Santos Lima, para fazer uso da palavra.
O SR. ADI DOS SANTOS LIMA - Boa-noite a todos os companheiros e companheiras.
Quero agradecer o convite feito por este Sindicato à nossa Central Sindical,
Central Única dos Trabalhadores, e cumprimentar o companheiro Carlinhos
Almeida, Deputado Estadual, que, com este gesto homenageia um sindicato que não
é apenas mais um entre os quase 20 mil que temos no Brasil. Reconhece também
sua história de 50 anos e a sua vida de sindicato combativo, de luta, que
organiza, mobiliza, negocia, dialoga. Portanto, para a CUT é um orgulho muito
grande ter um sindicato como o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
Cumprimento o companheiro
Isaac e, na sua pessoa, toda a diretoria que, para a CUT, é um exemplo. Este é
um sindicato que desafia a própria estrutura sindical brasileira, que defende a
organização dos trabalhadores, a partir do local de trabalho. Isso nos dá muita
energia para continuar no caminho que estamos.
Quero cumprimentar o
companheiro Vicentinho, que já conheço há algum tempo. Tivemos oportunidade de
trabalhar na mesma empresa. Eu ainda continuo na Mercedes-Benz do Brasil
Penso que a nossa participação
na história do Brasil não seria a mesma sem a Central Única dos Trabalhadores,
fundada no dia 28 de agosto de 1983 – na última sexta-feira, completou 26 anos
de vida. Quero cumprimentar os demais membros, os vereadores, a Vereadora
Raquel Ribeiro Carvajal – cujo tom de voz massageia nossos ouvidos, pois é
muito agradável – e cada militante aqui presente.
A história do Sindicato
se faz com essa militância. O Brasil tem aproximadamente 20 mil sindicatos,
mas, em sua grande maioria, não existe negociação, não existe militante, não
existe “cipeiro”, não existe comissão de fábrica. Ou seja, a maioria dos
sindicatos age de maneira totalmente diferente de vocês.
Para nós, metalúrgicos,
este sindicato é um orgulho muito grande. O meu Sindicato, Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, também está completando 50 anos este ano. Cinquenta anos
na vida e história do Brasil é muito pouco pelo que vivemos. Mas, ao traduzir
em luta, 50 anos nos deixam muito orgulhosos.
Isaac, vocês têm
produzido para a CUT exemplos reconhecidos dentro da nossa Central como algo
que indicamos a ser seguido. É um sindicato representativo, democrático, que
tem como princípio não apenas dialogar com sua base. Vai além. É gratificante
ouvir aqui o representante da Universidade dizer sobre a importância do diálogo
deste Sindicato com a Unitau. Esse gesto mostra que um sindicato que extrapola
sua base, que dialoga com a sociedade, é um sindicato moderno.
Quero cumprimentar todos
e desejar que façam mais 50, e mais 50 anos de vida, e muito mais, juntamente
com os 293 sindicatos que temos no Estado de São Paulo - são 16 ramos de
atividades.
Temos certeza de que, ao
voltar para casa, todos se sentirão orgulhosos por ter comemorado estes 50 anos
de sindicância, no dia de hoje, 31 de agosto, nesta Casa.
Muito obrigado e
felicidade para toda a categoria metalúrgica de Taubaté e região. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - A Presidência concede a palavra ao
nosso companheiro Deputado Federal Vicente Paulo da Silva, Vicentinho.
O SR. VICENTE PAULO DA SILVA - Boa-noite, senhoras, senhores.
Companheiros presentes, como é impossível citar cada um nominalmente pela luta,
por esse trabalho guerreiro de militância guerreira, de um sindicato realmente
forte, quero que se sintam todos saudados.
Saúdo nosso Professor
Edson Alves, representando a Reitora da Unitau, Dra. Maria Lucila Junqueira
Barbosa, que tem feito uma parceria belíssima com os operários, por meio do
Sindicato dos Metalúrgicos; Sr. Joalve Vasconcelos, representando o Sindalesp,
Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo; Vereadora Raquel Ribeiro Carvajal, Presidente da Câmara de
Santo Antônio do Pinhal, que tive a honra de conhecer hoje, e os nobres colegas
companheiros Vereadores José Antônio Marcondes da Silva, José Roberto dos
Santos e Edmilson Demétrio, também daquela cidade; companheiro Keffin Gracher,
representando o Senador Aloizio Mercadante – transmita a ele o nosso abraço
pelo trabalho sério que tem desenvolvido no Senado.
Saúdo o companheiro Adi
Santos Lima, Presidente da CUT estadual. Começamos a trabalhar no ABC em 1978,
os dois juntos. Eu vim do Rio Grande do Norte, ele, de Minas. Fiquei lá 25 anos
e o companheiro ainda continua - lutador, guerreiro. Parabéns pelo trabalho
nesse pouco tempo que você está na CUT como Presidente. Quero saudar nosso
companheiro Vereador Alfredinho; nosso irmão, nosso Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Taubaté, Isaac Vargas Mascarenhas do Carmo.
Quero saudar e
cumprimentar de modo especial nosso companheiro Deputado Carlinhos Almeida,
pela iniciativa, pelo gesto de solidariedade, que trouxe à tona a importância
do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté a esta Casa de Leis. Isso não é
qualquer coisa.
Esta Casa, com certeza, deve
ter elogiado muitos fazendeiros, muitos intelectuais, muita gente rica. Mas,
homenagear operários, não é comum. O Deputado Carlinhos Almeida merece uma
salva de palmas de toda a Assembleia. (Palmas.) Tenho certeza de que a
aprovação para esta homenagem foi por unanimidade.
Quero trazer o abraço da
nossa Bancada Federal e dizer que tentei, companheiro Isaac, propor uma sessão
solene na Câmara Federal, mas, infelizmente, o calendário não permitiu. O
Presidente da Câmara, que mandou um abraço a você, propôs que a sessão fosse
realizada em novembro ou dezembro, mas, como o aniversário é agora, não achei
conveniente.
Quero dizer ao nosso
telespectador que, muitas vezes, não compreende a história da luta dos
trabalhadores, que aqui está um sindicato construtor da paz neste País. Aqui
está um sindicato com alguns princípios que, se fossem seguidos pelos demais
sindicatos brasileiros, a situação do Brasil seria outra há muito tempo. A
imagem do movimento sindical seria outra há muito tempo. Não existiria a palavra
“corrupção” no movimento sindical, não existiria a palavra “peleguismo” no
movimento sindical. Existiria, sim, muita solidariedade.
Homenagear este Sindicato
é um estímulo à luta da classe trabalhadora. O Sindicato dos Metalúrgicos de
Taubaté, sobretudo no último período, foi dirigido por pessoas bastante
qualificadas, como meu irmão Biro Biro, que, além de presidir o Sindicato, hoje
tem a grande tarefa de dirigir a Federação Estadual dos Metalúrgicos, FEM. Na
pessoa de Biro Biro, quero saudar todos os ex-Presidentes de sindicato que por
aqui passaram.
Este sindicato mostra que
efetivamente está cumprindo a deliberação e orientação originada de um
congresso realizado nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 1983, quando nos juntamos
– operários do campo e da cidade, homens e mulheres – e fundamos a primeira
central sindical do Brasil. Por mais modernos que vocês sejam hoje, algumas
coisas daquela época permanecem ainda de pé Vocês são um sindicato de base,
portanto, não é a cúpula que está aqui. Vocês estão aqui porque consolidaram um
trabalho junto às fábricas.
Sei que a diretoria que
está aqui, estes jovens diretores, todos os dias, acordam de madrugada, vão às
fábricas, com chuva ou sol, ouvir críticas e sugestões dos trabalhadores,
procurando organizá-los. Isso é muito importante, porque temos muito
sindicalismo de cúpula, que não sabe o que é uma base, um chão de fábrica. E
isso tem de ser combatido cotidianamente.
Sindicato democrático.
Participei recentemente de seu último congresso; foram quatro já realizados..
Para os nossos telespectadores terem conhecimento, o congresso dos
trabalhadores é o momento em que o sindicato se reúne com seus afiliados
eleitos na fábrica e analisam o que foi feito de certo ou de errado. A
diretoria se coloca diante daqueles trabalhadores para ouvir críticas,
sugestões e planejar os anos seguintes da sua atuação. Isso é democracia.
É um sindicato que não
decide nada sem chamar os trabalhadores. Sei que dá trabalho, mas é muito mais
seguro tomar uma decisão juntamente com os trabalhadores, que comparecem e têm
direito de falar, de protestar. Essa é a democracia do movimento sindical. É
por esse motivo que o sindicato é forte.
É um sindicato classista.
Por mais que o Isaac e os dirigentes se sentem à mesa de negociação para conquistar,
dialogar, evoluir, sabem que representam uma classe, a classe dos metalúrgicos.
Sabem também que não estão isolados na corporação metalúrgica, que participam
das lutas da classe trabalhadora brasileira, solidários aos trabalhadores
rurais sem terra, ao lado dos servidores públicos, quando se preparam para
enfrentar os desafios.
Agora, por exemplo, temos
a luta pelas 40 horas semanais. É um dos sindicatos que mais arrecadou
abaixo-assinado, que mais fez manifestação.
Recentemente esteve em Brasília para acompanhar a votação do meu
relatório das 40 horas semanais. Eles sabem que isso vai ajudar a gerar emprego
para a categoria e também no Brasil. Sabem que o trabalhador precisa trabalhar
menos para ficar mais próximo da família, ter menos acidente e mais lazer. Esse
é o sindicato de classe, é o sindicato da classe trabalhadora.
É um sindicato que tem
também a perspectiva cidadã. Sabe que o irmão do movimento popular que luta por
terra, por saúde, em defesa de um ambiente mais saudável, faz parte da luta do
sindicato, que não vê o operário da mesma forma que o patrão, ou seja, apenas
um ser produtivo; que, por trás de cada operário, tem a esposa, os filhos, a
necessidade de uma moradia digna, segura.
Um sindicato como este é
um sindicato cidadão. Hoje, este sindicato, que está recebendo uma homenagem, é
capaz de pegar o seu povo, lotar ônibus e ir até ao Presidente Lula cobrar os
direitos dos trabalhadores. Este é um sindicato cidadão.
Este sindicato se
preocupa com a caminhada tão negativa da terceirização, que hoje tem reduzido
os direitos dos trabalhadores. É um sindicato, pessoal, que luta por direitos
iguais, que não aceita que as mulheres sejam discriminadas pela condição de
mulher. É um sindicato que promove atividades e reage contra a discriminação
racial, para que ninguém seja julgado pela cor da pele, mas sim pelo seu
caráter e pela sua competência.
Este sindicato sabe que
temos o direito ao prazer, ao lazer, e desenvolve atitudes culturais,
recreativas, unindo as famílias. Como seria bom se todos os sindicatos fossem
como o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e tivessem a capacidade de
valorizar o coletivo,.
Temos este jovem
Presidente Isaac, que, toda vez que me procura em Brasília para um problema ou
procura as empresas, faz questão de dizer que está falando em nome da
diretoria. É um sindicato que não se preocupa com o trabalhador somente na
fábrica. É um sindicato que zela pelos companheiros que construíram a riqueza
desse Brasil no passado, preocupando-se com os irmãos e irmãs aposentados e
pensionistas.
Pessoal, este sindicato
merece uma salva de palmas, de pé. (Palmas.)
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Representando todos os companheiros e
companheiras da diretoria do Sindicato, todos os metalúrgicos, todos os que
participaram desta luta nestes 50 anos, chamo o nosso companheiro Isaac para
fazer uso da palavra.
O SR. ISAAC JARBAS MASCARENHAS DO CARMO - Gostaria de, inicialmente,
cumprimentar nossos companheiros metalúrgicos de Monte Alto, na pessoa do
Presidente Vanderlei, nosso companheiro Renato, dirigente sindical dos
metalúrgicos de Matão, companheiro Verdinho, metalúrgico de Sorocaba, e demais
entidades sindicais.
Quero cumprimentar o
companheiro Biro Biro, Presidente da Federação dos Metalúrgicos da CUT, companheiro
Vereador Alfredinho de São Paulo, nosso companheiro militante do Partido dos
Trabalhadores em Taubaté e ex- Prefeito de Taubaté Salvador Khuriyeh;
Presidenta da Câmara Municipal de Santo Antônio do Pinhal, Vereadora Raquel
Ribeiro Carvajal, Vereadores de Santo Antônio do Pinhal José Roberto dos
Santos, Edmilson Demétrio, José Antônio Marcondes da Silva, companheiro Keffin
Gracher, assessor do Senador Aloizio Mercadante, todas as entidades
assistenciais de Taubaté e região presentes nesta solenidade.
Cumprimento o companheiro
Vicentinho, nosso Deputado Federal, companheiro Edson Alves, representando a
reitora da Unitau, Presidente da CUT Estadual, Adi Santos Lima e nosso
companheiro Carlinhos Almeida, que está homenageando nossa direção nesta solenidade,
e todos os dirigentes sindicais, familiares, companheiros da comissão de
fábrica da Volks e da Ford, companheiros da Cipa e os companheiros do Comitê
Sindical dos Aposentados, da União dos Aposentados.
Para nós, é motivo de
muito orgulho estar aqui contando com a presença de todos vocês. Este é um
momento especial. Para nós, dirigentes sindicais e metalúrgicos, estar nesta
Casa no dia de hoje, sem dúvida nenhuma, representa o momento de fazer uma
grande reflexão sobre tudo aquilo que nossos companheiros viveram ao longo dos
50 anos da história do nosso Sindicato, como a luta contra a ditadura militar,
a luta por melhores condições de trabalho para os companheiros.
Se nós, como
metalúrgicos, se todos esses companheiros que lutaram ao longo desse período
não tivessem, por exemplo, derrubado a ditadura militar, não estaríamos hoje
nesta Casa, não teríamos eleito um metalúrgico para Presidente da República -
que vem fazendo uma grande revolução e transformação
Tudo isso é motivo de
grande satisfação. Hoje participamos de um momento histórico do nosso País
representando a nossa categoria: o lançamento oficial do marco regulatório do
pré-sal, que, sem dúvida, vai mudar a história econômica da exploração do
petróleo no Brasil. Isso tudo demonstra a importância que tem hoje o Sindicato
inserido não apenas nas questões da sua organização no local de trabalho, nas
suas obrigações por melhores condições de salário. Acima de tudo, é um
sindicato cidadão que, além de defender os interesses da sua categoria, pensa
também na sociedade como um todo.
Voltando de Brasília,
tivemos oportunidade de escrever algumas linhas, mas antes gostaria de saudar
uma pessoa muito especial na minha vida que está presente aqui hoje: minha mãe,
dona Lusivane. (Palmas.) Sem dúvida, é a pessoa mais especial na minha vida.
Em nome da direção do
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, temos grande prazer e emoção de estar
nesta Casa, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta solenidade
de 50 Anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté consagra definitivamente o
papel do sindicato que está além de organizar os trabalhadores no seu local de
trabalho. Não podemos ter dúvida de que somos fundamentais no processo de
desenvolvimento econômico e social de Taubaté, do Vale do Paraíba, do Estado de
São Paulo e do Brasil.
Por isso, é fundamental
que o movimento sindical amplie seu espaço além das fábricas e atue na
sociedade como sindicato cidadão, discutindo e propondo demandas de interesse
de toda sociedade. Estar aqui representa um grande marco, uma grande conquista,
pois, para isso, foi preciso lutar contra a ditadura militar e derrubá-la. Se
essa ainda existisse, com certeza, não estaríamos aqui e nem teríamos eleito um
companheiro metalúrgico, oriundo de um movimento sindical operário, para
governar tão brilhantemente este País: Presidente Lula.
Não nos teríamos
organizado para construir há 26 anos a maior central sindical da América Latina
e a quinta maior central sindical do mundo - Central Única dos Trabalhadores –,
à qual temos orgulho de estar filiados. Gostaria de pedir uma salva de palmas à
nossa Central Sindical que completou 26 anos de lutas e conquistas. (Palmas.)
Nesse sentido, os
metalúrgicos de Taubaté combateram de forma organizada, na unidade de nossa
categoria, a crise econômica atual. Se não criamos essa crise, não poderíamos
ter pagado a conta com nossos salários e nossos empregos. Fizemos acordos
fundamentais que garantiram emprego e a renda dos trabalhadores. Por exemplo,
foram injetados neste primeiro semestre mais de 40 milhões de reais na economia
do município, fruto das nossas negociações de PLR.
Conquistamos a
contratação de mais de mil trabalhadores da Volkswagen ainda este ano. Em meio
à crise econômica, mais um exemplo de um sindicato que negocia e garante o
emprego e futuro dos trabalhadores. Conquistamos acordos e investimentos, como,
por exemplo, o acordo da Ford, o investimento de mais de 600 milhões de reais,
em uma nova linha de motores na unidade em Taubaté, que irá garantir, sem
dúvida alguma, mais de 15 anos de produção e emprego nessa unidade.
Essas conquistas só foram
possíveis porque resolvemos romper com a estrutura sindical vigente no país
desde 1943. Criamos os comitês sindicais de empresa, a exemplo dos metalúrgicos
do ABC, Salto e Sorocaba. Saímos de 35 dirigentes para sermos hoje 105
dirigentes eleitos na base com o objetivo de organizar os trabalhadores no
local de trabalho. Assim, pudemos nos preparar para enfrentar os desafios da
globalização, como a atual crise econômica, que, não apenas superamos, mas
vencemos, garantindo emprego e renda por conta dessa organização fundamental
para a classe trabalhadora.
Assim, podemos afirmar
que somos exemplo para o Brasil, pois somos 19 mil metalúrgicos e metalúrgicas,
temos um índice de sindicalização de 90% da nossa base, enquanto no Brasil a
média é um pouco mais do que 30 por cento.
No dia 12 de junho, na
comemoração dos 50 Anos dos Metalúrgicos do ABC, tivemos oportunidade de
entregar ao Presidente Lula um projeto de lei reivindicando a legitimidade dos
comitês sindicais de empresa, pois essa realidade já é exemplo de avanço na
relação capital e trabalho no Brasil, como existe em Taubaté, Sorocaba, Salto e
ABC.
Diante de toda essa
conjuntura, temos a certeza de que a nossa responsabilidade é cada vez maior,
não apenas na organização no local de trabalho, mas em mudar a sociedade em que
vivemos, discutindo as questões da regionalidade, do desenvolvimento econômico,
a política industrial que queremos, ajudando, assim, a construir uma sociedade
cada vez mais justa e igualitária.
A comemoração dos 50 Anos
do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região tem sido fundamental para
reafirmar o compromisso com a nossa categoria. Temos obrigação de deixar um
legado ainda maior, para as futuras gerações, de ampliação de direitos e
conquistas, rompendo com barreiras, mantendo a ética, a responsabilidade para
sermos reconhecidos como atores fundamentais no processo de transformação no
mundo do trabalho e da sociedade.
Em nome da direção do
Sindicato dos Metalúrgicos, agradeço a todos os familiares presentes. Muitas
vezes, abdicamos de nossas famílias na luta para construir uma sociedade mais
justa, fraterna e igualitária.
Que Deus possa continuar
abençoando a todos nós para que possamos avançar, cada vez mais, e garantir
conquistas não apenas para os metalúrgicos de Taubaté e região, mas também para
todo o Brasil.
Gostaria de pedir uma
salva de palmas ao nosso companheiro Carlinhos Almeida, que propôs esta
homenagem à nossa categoria e ao movimento sindical. (Palmas.)
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Antes do encerramento desta sessão,
quero, mais uma vez, agradecer a presença da Vereadora Raquel Ribeiro Carvajal,
na pessoa de quem também agradeço a presença dos vereadores de Taubaté, na
pessoa do Keffin Gracher, agradeço ao Senador Aloizio Mercadante.
Quero saudar o Biro Biro,
da FEM, o Vereador Alfredinho e agradecer a presença do Adi, nosso Presidente,
do Vicentinho, nosso Deputado, do Edson, representando a Unitau.
Quero dizer, Isaac e
companheiros, que, para mim, é uma honra ter proposto esta sessão e presidi-la,
porque 50 anos é um marco para qualquer pessoa ou qualquer instituição,
principalmente em um país novo como o nosso. Nunca podemos esquecer isso,
Vicentinho. O Brasil é um país que, somente há 120 anos, teve coragem de tirar
a escravidão da sua lei; algo predominante nas relações de trabalho no nosso
país, que constava da lei como algo correto, algo legítimo. Às vezes, não nos
damos conta, mas faz pouco mais de um século que o Brasil tirou da sua lei a
escravidão. Sabemos que, até hoje, vivemos não apenas os resquícios, mas também
a escravidão propriamente dita: todo mês o Ministério do Trabalho, a Polícia
Federal, o Governo do Presidente Lula identificam trabalho escravo neste País.
Para que os senhores
tenham noção, a Assembleia Legislativa vai completar, no próximo ano, 175 anos.
É uma das instituições mais antigas. Quando esta Casa, que hoje homenageia os
metalúrgicos, surgiu, o país ainda vivia na escravidão.
Para que os senhores
possam ter noção clara da importância de completar 50 anos, nosso glorioso
Sindicato dos Funcionários da Assembleia Legislativa, Sindalesp, tem apenas 15
anos. É um adolescente. Isso mostra como é importante o marco de 50 anos do
Sindicato.
Apenas por comemorarmos
50 anos, já justifica esta sessão. Mas quero ressaltar outra coisa. Nós
comemoramos 50 anos de uma instituição de luta dos trabalhadores. Isso
demonstra uma capacidade de organização e de luta que não é uma coisa qualquer.
Completar 50 anos, 100 anos de uma instituição do Estado, das classes
dominantes, do empresariado – com todo respeito -, é fácil. Mas 50 anos de uma
instituição que sofre perseguição, discriminação, que é a parte fraca da
relação capital/trabalho, não é uma coisa qualquer. Precisamos fazer não apenas
esta sessão, mas muitas outras atividades para lembrar este marco, porque é um
exemplo para muitas outras categorias.
Quero ressaltar que o
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté está comemorando 50 anos em um momento
muito especial: no momento em que se consolida como uma entidade que é
referência na nossa região, no Estado e no País; no momento em que tem uma
diretoria que é modelo para muita gente.
O Vicentinho e o Adi
falaram aqui um pouco sobre como ainda estamos engatinhando na organização
sindical, como ainda existem problemas. Na semana passada, um amigo me contou
que foi acompanhar uma oposição sindical, que conseguiu cancelar na Justiça uma
assembleia, na qual três pessoas iriam prorrogar o mandato de uma diretoria por
quatro anos. O sindicato deve ter uma meia dúzia de sócios, no máximo.
Neste momento em que o
sindicato tem uma diretoria que é exemplo, é também um momento especial para
esta comemoração. Escrevi aqui cinco palavras, que, em minha opinião, definem o
que é esta diretoria, o que é este sindicato.
A primeira delas, Isaac,
é renovação. É um sindicato que não tem medo de renovar, não apenas de renovar
as pessoas. Tivemos um trabalho brilhante da Diretoria sob o comando do Biro,
agora sob sua diretoria, Isaac. Mas o sindicato renova também na prática. Na
última eleição, teve uma atitude corajosa em fazer a proporcionalidade, numa demonstração
de maturidade de que, realmente, não tem medo de estar se atualizando a todo
momento.
A segunda palavra é
organização de base, é democracia. Aquilo que já foi ressaltado por outros
companheiros. Participei de pelo menos três congressos, e, a cada congresso,
pudemos perceber que a participação foi ampliando com a organização no chão de
fábrica, os comitês. Vemos com frequência sindicato que bate no peito e diz que
é combativo, de luta, mas não tem coragem de fazer essa organização no chão da
fábrica. Como foi falado aqui pelo Isaac,
90% da categoria sindicalizada.
A terceira palavra –
depois de renovação, de organização de base, da democracia – é combatividade. É
um sindicato combativo, corajoso, que, quando tem demissão, não espera o
problema acontecer para ir atrás. Vai à luta, sai às ruas, chama a categoria.
Não tem medo de cara feia. Tem coragem de mobilizar.
A quarta palavra é
equilíbrio e capacidade de diálogo. É um sindicato que não tem medo de sentar à
mesa de negociação, defender o interesse dos trabalhadores e procurar construir
o melhor para eles. Faz isso com mobilização.
A quinta palavra é defesa
da cidadania, algo que o sindicato pratica. Ao mesmo tempo em que luta pelas
legítimas reivindicações da categoria, pelo aumento de salário, pela melhoria
da condição de trabalho, é capaz de ver que, lá fora, tem uma cidade com
problemas, uma região que precisa de um projeto de desenvolvimento, um país em
processo de mudança. O sindicato tem essa intervenção cidadã na vida das
pessoas.
Essas cinco palavras –
coragem de renovar, coragem de fazer um trabalho de base, caráter combativo,
equilíbrio, capacidade de diálogo e a cidadania -, para mim, resumem o que é
essa diretoria e como ela é exemplo.
Peço aos companheiros da
direção dos sindicatos que aqui estão fiquem de pé, para receber uma salva de
palma de todos nós. (Palmas.)
Quero me associar às
palavras do Isaac quando manifestou seu reconhecimento às famílias de todos os
companheiros que fazem parte desta diretoria e das diretorias de sindicatos
combativos e de luta.
A mãe do Isaac está aqui
presente. Sabemos como o coração de uma mãe fica apertado com a falta do filho,
como fica a família com a ausência do marido, do pai, porque são reuniões,
mobilizações, são madrugadas nas portas de fábricas. Ninguém faz isso para ter
aumento de salário - claro que isso faz parte e é fundamental. Todos vão para a
porta da fábrica de manhã, fazem todo esse trabalho, porque acreditam e querem
uma sociedade mais justa. Tanto que tivemos capacidade para eleger pela
primeira vez um operário como Presidente do Brasil.
Às vezes, somos exigentes
conosco – e temos de ser, porque temos que procurar melhorar, ter autocrítica
-, mas não podemos também deixar de levantar a cabeça, estufar o peito e ver o
que construímos neste período.
Um detalhe interessante é
que o Presidente Lula foi para o segundo turno da eleição exatamente cem anos
após a abolição da escravatura. E sofreu naquela eleição – todos nós lembramos
– a carga do preconceito, da discriminação. Foi como se a “casa grande”
dissesse que lugar de trabalhador não é na Presidência da República. Sofremos,
choramos, aquela derrota.
Todo dia na nossa vida
temos vitórias e derrotas, mas aquela derrota foi fundamental para construirmos
não apenas a vitória do Presidente Lula, mas as bases de um novo Brasil, que
tem projeto de crescimento, desenvolvimento – o Isaac falou bem aqui sobre o
pré-sal -, um novo Brasil construído na base da solidariedade, do respeito às
pessoas. A construção de uma sociedade mais justa.
Vamos comemorar muito
estes 50 anos do Sindicato até o final do ano, pois é uma data muito
importante. Merecemos esta comemoração. E esta celebração fortalecerá cada vez
mais a nossa capacidade de luta.
Que daqui a 50 anos, se
Deus quiser, Isaac, estejamos todos aqui para comemorar um século de luta deste
Sindicato. Parabéns a todos os companheiros metalúrgicos. Vamos em frente nesta
luta. (Palmas.)
Esgotado o objeto da
presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos
funcionários do Serviço de Som, da Taquigrafia, do Serviço de Atas, do
Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV
Legislativa e das Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que,
com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade e convida a todos
para um Coquetel no Hall Monumental.
Está encerrada a sessão.
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- Encerra-se a sessão às
21 horas e 50 minutos.
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