14 DE DEZEMBRO DE 2001

49ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 170 ANOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Presidência: WALTER FELDMAN, WILSON MORAIS e EDSON FERRARINI

 

Secretário: EDSON FERRARINI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 14/12/2001 - Sessão 49ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: WALTER FELDMAN/WILSON MORAIS/EDSON FERRARINI

COMEMORAÇÃO DO 170º ANIVERSÁRIO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO

 

001 - Presidente WALTER FELDMAN

Abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi por ele convocada atendendo às solicitações dos Deputados Wilson Morais e Edson Ferrarini, com a finalidade de se comemorar os 170 anos de fundação da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro. Saúda os presentes e discursa sobre os serviços prestados pela Polícia Militar no Estado.

 

002 - WILSON MORAIS

Assume a Presidência.

 

003 - ROSMARY CORRÊA

Em nome do PMDB, cumprimenta o Deputado Wilson Morais, Presidente em exercício, e as demais autoridades. Disserta sobre o trabalho da Polícia Militar no Estado.

 

004 - CELSO TANAUI

Em nome do PTB, saúda as autoridades. Louva o trabalho da Polícia Militar e a maneira como deu a volta por cima ao enfrentar os mais variados problemas durante o ano que está terminando.

 

005 - CONTE LOPES

Em nome do PPB, saúda as autoridades. Fala de seu programa diário, na rádio, noticiando atividades da Polícia Militar. Narra sua carreira na Polícia Militar e defende os policiais em seu trabalho da defesa da sociedade.

 

006 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência.

 

007 - WILSON MORAIS

Em nome do PSDB, saúda todas as autoridades. Volta-se contra as críticas das atividades policiais ruins que são, no seu modo de ver, muito desproporcionais às que são executadas bem e com abnegação. Relata traços biográficos como policial e como parlamentar.

 

008 - CICERO DE FREITAS

Pelo PTB, saúda as autoridades. Parabeniza a Polícia Militar pelo seu 170º aniversário. Faz críticas ao Secretário de Segurança Pública, Sr. Marco Vinício Petrelluzzi.

 

009 - RUI CÉSAR DE MELO

Na condição de comandante da Polícia Militar do Estado, cumprimenta deputados da Casa, e outras autoridades. Homenageia a Polícia Militar pelo seu 170º aniversário. Enaltece seu trabalho de segurança para que haja produção. Analisa o trabalho da Polícia Militar em 2001 e faz um balanço de suas atividades. Lembra projetos da instituição de polícia comunitária. Agradece a oportunidade e a homenagem.

 

010 - VANDERLEI SIRAQUE

Em nome do PT faz uma saudação à Polícia Militar.

 

011 - Presidente EDSON FERRARINI

Fala de sua emoção ao presidir esta sessão e de seu carinho pela Polícia Militar, discorrendo sobre as realizações da corporação junto à população, principalmente a mais carente. Convida todos a ouvirem a canção da Polícia Militar. Agradece aos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

                           

O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Esta presidência passa a nominar as autoridades presentes: Exmo. Sr. Deputado Federal Hélio Cesar Rosas; Exmo Sr. Coronel da PM, Rui César Melo, nosso comandante; Sr. Coronel da PM, João Francisco Dione da Rocha, subcomandante; a Coronel PM Laudinéia Peçan de Oliveira e o Coronel da Assembléia Legislativa, que comanda a nossa tropa, Nevoral Alves Buqueroni.

Quero cumprimentar os Exmos. Srs. Deputados, colegas, companheiros e amigos, Pedro Tobias; delegada Rose; ex-presidente Vanderlei Macris ; Celso Tanaui; capitão Conte Lopes; delegado Gilberto Nascimento.

Como os senhores vêem há muitos representantes dos policiais civis e militares aqui na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Quero excepcionalmente cumprimentar a presença da minha filha, Elis, que nunca me acompanha, mas hoje excepcionalmente, para homenagearmos a PM, aceitou nos acompanhar.

Gostaria neste momento de ressaltar aos senhores que esta sessão solene foi convocada por esta Presidência, atendendo a solicitação dos nobres Deputados cabo Wilson Morais e Edson Ferrarini, com a finalidade de comemorar os 170 anos de fundação da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Gostaria de convidar a todos para que, em pé, ouçamos e cantemos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Queria agradecer à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Queria na sua frente, Comandante Rui César, dizer que a banda da polícia tem contribuído muito para as nossas atividades, nossas solenidades, impreterivelmente, eles estão aqui presentes, para dar essa extraordinária contribuição cívica.

Antes de passar a presidência dos trabalhos, tanto ao coronel Edson Ferrarini, quanto ao cabo Wilson Morais, dois dignos representantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nesta Casa de leis, queria dizer ao Comandante Rui César e a todos os membros componentes da Polícia Militar de São Paulo, em primeiro lugar, que 17 é o meu número, por incrível que pareça. Parece coincidência, mas não é. Dez vezes 17 é muito tempo. São muitos anos de vida. Poucas instituições brasileiras têm essa longevidade. A longevidade por si já é uma característica de qualidade. Não poderia ser diferente. Não é fácil nós mantermos no Brasil a longevidade de uma instituição, um país até pouco tempo atrás, muito instável, do ponto de vista institucional das suas relações políticas, democráticas, econômicas, é muito difícil com a nossa recente história, termos instituições tão antigas.

Portanto, essa característica de tempo já dá um pouco a forma e o conteúdo da qualidade que vem tendo a corporação militar, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, desses quase dois séculos aqui no Estado de São Paulo.

Mas, independente do tempo, nós sabemos que existem características específicas de trabalho, de reconhecimento, de postura, de qualificação progressiva da atividade que realiza, nos últimos anos particularmente, de profunda e intensa integração comunitária.

Hoje, sabemos do esforço que o governo do Estado, inicialmente, o Sr. Governador Mário Covas, depois o Geraldo Alckmin, vem realizando, e eu não posso deixar de registrar aqui, aos senhores membros da Polícia Militar, o trabalho excepcional da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, no sentido de ser a grande parceira do Poder Executivo, na sua visão de mundo, nas suas diferenças, no seu aperfeiçoamento necessário em relação às medidas adotadas pelo Poder Executivo, mas sempre no sentido de dar a sua contribuição, para que pudéssemos nesse período, não apenas dar os recursos necessários para que essa qualificação pudesse acontecer, mas também darmos as nossas idéias, darmos as nossas opiniões, nossas sugestões, nossas iniciativas, para que essa corporação, muito mais do que centenária, pudesse nos últimos anos dar passos acelerados no sentido de ser a instituição dos nossos sonhos.

Recentemente, estivemos reinaugurando, retomando as obras do Hospital da Polícia Militar, uma instituição que já tem um valor agregado e acumulado de tantos anos, mas que com essa retomada construirá as características necessárias dos novos tempos.

Logo em seguida, juntamente com o Sr. Governador Geraldo Alckmin, sobrevoamos o Centro de Formação de Oficiais, que lutaremos para que seja a nova iniciativa, a nova retomada, mesmo porque temos clareza que a questão educativa, pedagógica é fundamental para que os nossos policiais tenham cada vez mais algo que já têm, mas vivemos num mundo de intensas transformações, mas que tenham os dados, os elementos para poder enfrentar essa dura realidade, o dia-a-dia das ruas, particularmente dos grandes centros metropolitanos, mas de todo o interior do Estado de São Paulo.

Queria muito, Coronel Rui César, senhores coronéis, senhores oficiais, senhores praças, agradecer e cumprimentar os Deputados que representam a corporação aqui na Assembléia Legislativa, os Deputados que também representam a Polícia Civil, mas dizer que aqui quase tem um grupo grande, eu diria, majoritário, que a todo momento está sintonizado com os problemas, as dificuldades e as medidas que o governo deve adotar, para que as dificuldades possam ser superadas.

Nós, nesses oito meses de mandato aqui à frente da Assembléia Legislativa de São Paulo, temos recebido muitas homenagens, muito além do que eu efetivamente mereço. Mas, nenhuma instituição tem-se aproximado tanto da nossa vida, do nosso mandato, como a Polícia Militar de São Paulo.

Eu preciso, de público, reconhecer essa condição e essa característica e, na nossa Casa de Leis, no espaço onde presido os trabalhos, queria cumprimentar e agradecer aquilo que os senhores vêm fazendo em benefício da redução da criminalidade e da melhoria da segurança pública no Estado de São Paulo. Muito Obrigado a todos os senhores, e nós estaremos sempre presentes. ( Palmas.)

Eu gostaria de solicitar, até por que faz conta da nossa homenagem, que o Deputado cabo Wilson Morais, neste momento, passasse a presidir os nossos trabalhos. Muito Obrigado e bom dia a todos.

 

* * *

-         Assume a Presidência o Sr. Wilson Morais.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WILSON MORAIS - PSDB - Assumindo os trabalhos desta sessão solene, em homenagem aos 170 anos da nossa gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, quero agradecer a todos os presentes, oficiais, praças e convidados, e esclarecer que foi convocada esta Sessão Solene por este Deputado e pelo nosso Deputado da corporação, Edson Ferrarini. E até o próximo aniversário, vamos fazer um requerimento de união da Polícia Militar e da Polícia Civil, pedindo a todos os Deputados que compõem a bancada da segurança pública, que assinem o requerimento. Nós temos aqui quatro Deputados da Polícia Militar - cabo Wilson Morais, Deputado Edson Ferrarini, Conte Lopes e Celso Tanaui -, e a nossa Deputada Rosmary Corrêa e o Deputado Gilberto Nascimento que compõem a bancada da segurança pública. Há outros Deputados que defendem a segurança, mas que não fazem parte efetivamente das duas corporações.

Está aqui o Deputado Edson Ferrarini, que fez o requerimento junto comigo, mas já fica essa proposta para os Deputados da bancada da segurança pública, para o próximo ano, festejarmos os 171 anos da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Dando prosseguimento a esta solenidade, convido a nobre Deputada Rosmary Corrêa, para fazer uso da palavra.

 

A SRA. ROSMARY CORRÊA - PMDB - Sr. Presidente, Deputado Wilson Morais, gostaria de cumprimentar o Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Rui César Melo; Subcomandante João Francisco Júnior da Rocha; cumprimentar, e na pessoa dela, a todas as oficiais e praças da Polícia Militar, Coronel Laudinéia Peçan de Oliveira, pedindo licença a todos os senhores oficiais e praças, para cumprimentá-los na pessoa do meu marido, Tenente-coronel Benedito Bizarrias Dias, senhores presidentes de associações e entidades ligadas à Polícia Militar, Deputado Celso Tanaui, Deputado Conte Lopes, senhores e senhoras aqui presentes, eu tenho muito prazer em poder estar mais uma vez nesta tribuna, em mais um aniversário da Polícia Militar, em mais um ano de trabalho da Polícia Militar. Um ano de trabalho que percebemos profícuo. Um ano em que tivemos capacitação, onde tivemos um aprimoramento dos trabalhos de atendimento à população do nosso Estado de São Paulo.

Um ano em que, me permitam, a nossa Polícia Militar conseguiu estar nos cenários do nosso estado e do nosso Brasil, pelo seu trabalho, pela sua competência, pela sua maneira de trabalhar, pela sua forma de agir, recebendo inúmeros elogios.

Dificuldades, sem dúvida, elas acontecem e acontecem em todas as polícias, podemos falar isso também pela nossa Polícia Civil. Sabemos das dificuldades a nível salarial. Sabemos das dificuldades, às vezes, de falta de estrutura, mas tudo isso é compensado por esse amor e por essa tenacidade que cada um dos senhores tem ao desempenhar o seu trabalho, ao desempenhar as suas funções, no atendimento das pessoas mais necessitadas.

Hoje, vinha lendo “O Estado de S. Paulo”, e num dos editoriais, de um dos articulistas do jornal, vi uma matéria que mostra muito bem como é o trabalho da Polícia Militar, desde aquele que começa ali na rua, do atendimento primário até o atendimento do comandante-geral da Polícia Militar.

Contava o autor da matéria que teve o filho assaltado, e pelo trabalho, pela presteza do atendimento da Polícia Militar rapidamente os marginais foram presos, e foram conduzidos - vítima e marginais -, ao distrito policial.

No distrito policial, o filho do autor da matéria, pediu para telefonar e falou com o pai, perguntando a ele: “pai, eu registro a ocorrência?” Por quê? Claro que pelo medo de, ao registrar a ocorrência, e sendo os marginais menores, havia todo um medo de que não ficando muito tempo presos, e ele tinha sido assaltado ali na porta da escola onde ele estudava, esses marginais na rua, pudessem vir a praticar alguma vingança contra ele. E o pai, o autor dessa matéria, pede para falar com o cabo que estava conduzindo a ocorrência, para dizer o que é que o cabo achava, se devia, porque ele estava preocupado, porque o filho poderia sofrer represálias, e o cabo diz a ele: “doutor, nós arriscamos a nossa vida para prender esse bandido. Se o senhor não registrar a queixa, que motivação teremos nós para continuar trabalhando e como nós vamos conseguir proteger possíveis e futuras vítimas desses marginais, se o seu filho não registrar queixa?”

O autor da matéria disse que não pensou duas vezes. Chamou o filho de volta ao telefone e recomendou ao filho: “registre a ocorrência”.

Então, vejam os senhores as dificuldades que a polícia tem até quando ela no exercício do seu trabalho, ela prende um marginal, ela leva o marginal para a delegacia e, muitas vezes, as vítimas temerosas de represálias, acabam não querendo registrar essas ocorrências e, novamente, sabemos que dali a 15 minutos, a meia hora, talvez essa mesma guarnição vai estar prendendo esses mesmos menores assaltando uma nova vítima.

Apesar de todas as dificuldades, vejam ainda o empenho que o cabo da Polícia Militar teve, falando, solicitando e esclarecendo ao pai desse garoto, da importância que era registrar a queixa. Ele podia não ter feito nada. “A vítima não quer registrar, a minha missão foi cumprida, estou entregando aqui na delegacia e vou embora”.

Mas, não é assim como a Polícia Militar do Estado age. A Polícia Militar efetivamente trabalha para prender o criminoso, e trabalha também para fazer com que esse criminoso responda pelo seu ato, apresentado ao distrito policial, apresentado para que o registro da ocorrência seja feita, para que isso possa acontecer.

Com certeza, lendo essa matéria hoje, quando me dirigia para esta Casa, sabendo que iria participar desta sessão solene, achei que eu não devia deixar de comentá-la. Achei que não devia deixar de falar sobre ela, porque ela representa, e representa muito todo esse trabalho diuturno que é realizado por essa gloriosa corporação da Polícia Militar, muitas vezes, arriscando a sua própria vida.

Quero dizer que certamente não se trata de um simples compromisso que os senhores têm, mas de uma busca incessante da prestação desse serviço, e da qualidade do atendimento da nossa população.

Quantas vidas de policiais já foram imoladas por esse trabalho, por essa defesa da vida dos cidadãos brasileiros, principalmente nos dias de hoje, quando grassa na nossa sociedade a falta de credibilidade nas instituições, a polícia, sem dúvida, é o único braço visível do poder governamental, que atua de pronto nas necessidades do nosso povo, dando atenção, apoio e segurança, levando a mensagem de que ainda existem homens e mulheres comprometidos com a dignidade e com o desenvolvimento do ser humano. Muitas felicidades a cada um dos senhores.

Que Deus os proteja sempre, em todas as atividades que vierem a desenvolver. Que Deus os proteja e que proteja a família dos senhores, e que os senhores possam estar sempre bem, fortes, convictos e protegidos para dar proteção a essa população, que tanto necessita do trabalho de cada um de vocês. Parabéns pelos 170 anos. Muito Obrigada. ( Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - WILSON MORAIS - PSDB - Ouviremos a palavra agora do nobre Deputado Celso Tanaui. Antes, porém, queremos anunciar a presença do nobre Deputado Cicero de Freitas.

 

O SR. CELSO TANAUI - PTB - Sr. Presidente dos trabalhos, Deputado cabo Wilson Morais, nobre Deputado Edson Ferrarini, também subscritor da convocação deste ato, nobre Deputado Conte Lopes, grande batalhador da PM, Deputado Cicero de Freitas, outro batalhador, para não falar também da nossa querida Rosmary Corrêa, que é a mulher que representa com muita dignidade as mulheres paulistas, Deputado Vanderlei Macris, Sr. Coronel Rui César de Melo, nosso Comandante-geral, Sr. Subcomandante, Coronel Juni, Coronel Laudinéia, nosso Deputado, sempre Deputado Federal, Hélio Cesar Rosas, representantes das entidades de classe, companheiros da banda musical, senhores oficiais, praças, convidados, mais uma vez a Assembléia Legislativa abre as portas parar render a mais justa homenagem a esta gloriosa corporação de Tobias de Aguiar.

Passou-se mais um ano de trabalho, trabalho muito difícil, num período muito difícil, em que segmentos da nossa sociedade política e civil lutam para denegrir a imagem da nossa corporação. E fazem de tudo para desmerecer esse trabalho profícuo, realizado pelos componentes da nossa gloriosa corporação, oferecendo realmente as suas vidas.

E durante esse ano que passou, nós realmente lembramos muitos fatos em que realmente a Polícia Militar deu a volta por cima. Deu a volta por cima com trabalho, com realizações. Os comandantes empenhando arduamente para dar a resposta positiva a todas essas manobras.

Ontem, estive com vários oficiais aqui presentes, lá em Santo André, onde a Associação dos Amigos da Polícia Militar, uma das mais dinâmicas do Estado de São Paulo, deu uma demonstração de satisfação e apoiar a nossa Polícia Militar, homenageando soldados, oficiais e civis, que se destacaram em ocorrências atendidas pelos policiais militares.

Foi uma noite de muitas emoções, realmente, que merece esse destaque, porque não foi a Polícia Militar que ficou, foi homenagear os policiais militares e, sim, a sociedade civil. A sociedade civil que ombreia essa responsabilidade junto com a Polícia Militar.

Portanto, nunca vi tal entusiasmo das instituições civis, em reconhecer esse trabalho maravilhoso realizado pelo Polícia Militar.

E para encerrar a minha fala, eu gostaria também de ver os meus projetos e os projetos dos outros Deputados, companheiros, voltados para a melhoria da Polícia Militar, para a carreira da Polícia Militar, também da Polícia Civil. Eu gostaria de ver aprovados todos os projetos, assim como anteontem foi aprovado um projeto meu, que autoriza os policiais civis e militares a utilizarem armas de fogo apreendidas do narcotráfico, de toda a prática delituosa, e que estejam à disposição da Justiça.

O estado que não tem condições de suprir as necessidades da nossa corporação - porque o policial militar, ao terminar o trabalho, tem que passar a sua arma, tem que passar o seu colete -, realmente precisava de um apoio da Assembléia Legislativa, e através de uma lei, autorizasse o uso de centenas de milhares de armas, que ficam estragando, enferrujando, para depois serem destruídas. Esta foi a nossa intenção de procurar ajudar ainda mais a nossa corporação. Eu pedi para aprovar outro projeto, que também já está pronto, que é o de obrigar o estado a fazer seguro de todas as viaturas, para que o policial militar nunca mais pague os acidentes que causam danos às viaturas. Mas, infelizmente, não consegui aprovar essa lei.

Portanto, quero aproveitar neste momento, parabenizar todos os componentes da Polícia Militar, pelo excelente trabalho que realizaram neste ano, e desejar a todos que continuem trabalhando dessa forma, porque a nossa Polícia Militar sempre se pautou com dignidade, praticando um trabalho sério, responsável, e por isso nós não podemos deixar de participar desta solenidade, e desejar a todos os senhores um feliz Natal e feliz Ano Novo. Muito Obrigado. ( Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - WILSON MORAIS - PSDB - Ouviremos agora as palavras do Deputado Conte Lopes, que é também da nossa corporação.

 

O SR. CONTE LOPES - PPB - Sr. Presidente, Cabo Wilson Morais, Coronel Edson Ferrarini, Deputada Rosmary Corrêa, que realmente representa a polícia de São Paulo, a mulher que representa a polícia, sempre batalhando e sempre lutando pela polícia e principalmente pela segurança do povo de São Paulo, que acho que é o nosso objetivo, da mesma forma que o Deputado Celso Tanaui; Sr. Comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Rui César Melo; Coronel Laudinéia; Coronel João, outros companheiros que vemos por aqui, companheiros de turma, como o João, amigos da Polícia Militar, Coronel José Roberto, que comanda a ROTA, Airson que trabalhou conosco na ROTA, foi aluno nosso, e vários, se for falar o nome de todos, vou me alongar muito; Coronel Reginaldo, que está conosco em Osasco, de onde venho agora, onde faço um programa diariamente, das 8 às 9 horas, e por isso eu posso dizer que acompanho, acho que como poucos, o trabalho da Polícia Militar. Porque a partir das 6 horas - a minha equipe está às 5 horas, mas eu a partir das 6:30 já começo a ligar para batalhão, destacamento, companhias, para saber o que a Polícia Militar ou a Polícia Civil fez, para poder falar para os nossos ouvintes. E principalmente quando o policial fala. Ele relata o que ele fez, as vidas que ele salva, porque nós temos um defeito, nós da Polícia Militar temos um defeito desgraçado: nós não falamos nada do que nós fazemos. E os outros falam tudo.

Com a guarda civil metropolitana vai melhorar o policiamento. Eu não sou contra. Acho que cada um tem o seu campo. Acho que o trabalho da Polícia Militar tem que ser enaltecido. E à medida que o trabalho da Polícia Militar for enaltecido e houver ação, evidentemente que a população não vai precisar de polícia alguma, não. Juntamente com o trabalho dela e da civil, como sempre foi, vai dar segurança ao povo e vai combater o crime que é o trabalho da polícia.

Eu posso falar, porque dos 170 anos da Polícia Militar, cinqüenta e tantos, minha família está nela. Eu iniciei a minha carreira como soldado da Polícia Militar, em 1967; fui cabo da Polícia Militar, em 68; em 70, fui freqüentar a Academia do Barro Branco, de que me orgulho muito, estive lá por cinco anos. Fui para a ROTA, lá tive duas promoções por bravura, lá tive todas as honrarias da Polícia Militar, depois fui para o tático móvel, na zona leste, e depois por brigas políticas contra a minha ROTA e contra a minha polícia, criada pelo Sr. Franco Montoro, eu fui parar no Hospital Militar, e o Hospital Militar me trouxe à Assembléia Legislativa, porque eu não quis ficar no Hospital Militar, apesar de nunca ter feito política na minha vida, e até hoje é meio difícil fazer política. Até hoje dificilmente eu faço política, apesar de estar há quase 16 anos nesta Casa.

Então, estamos aqui, representando uma parcela da sociedade que nos coloca aqui. Vota em nós. Para ter votos, não adianta ter currículo. Para ter votos, não adianta ter diploma. Voto é voto. É o povo que vota. O soldado, o cabo, o sargento, o tenente, o coronel, e principalmente o voto do povo, que estamos aqui para trabalhar pelo povo.

Como falava o Deputado Celso Tanaui, apresentamos vários projetos aqui, que talvez não cheguem aos senhores. Não adianta eu pedir aumento para os senhores, porque quem tem que dar aumento para os senhores é o Sr. Governador. Nós chiamos pelo aumento.

Sete anos sem aumento. Viemos aqui e brigamos, para ver se sai. É lógico, nós temos a situação e a oposição. Algumas coisas que falamos aqui, às vezes somos mal interpretados. Não é o comandante da Polícia Militar, que comanda muito bem a Polícia Militar, mas brigamos contra o Sr. Governador, contra o secretário. É o nosso trabalho.

Mas, na hora de defender a polícia, o bom policial, não resta a menor dúvida de que vamos contra todo mundo. Defendemos a polícia.

Só para dar um exemplo, outro dia estava indo para casa, um dia chuvoso, recebi um telefonema da produção do Ratinho, dizendo: “Ô Conte, dá para você vir para cá?” De graça, até injeção na veia. Vamos lá. Chego lá, entrei, sentei numa salinha: “sobre o quê?” “Sobre uma ocorrência do ABC, em São Bernardo”. Fiquei na minha. “Oh! Você viu o que aconteceu aí? Os policiais executando o cara”. Fiquei na minha. “O cara filmou, cinegrafista amador”. Eu nem sabia de nada. Estava lá, fiquei aguardando e raciocinando - ‘bom, o que é que eu vou ver? O que o cinegrafista amador filmou e o que é que eu vou falar”.

Então, veio a história. Os quatro reféns, os bandidos lá, matam todo mundo, dão tiro, mato e morro, para mim, tanto faz. O desfecho foi o tiroteio, ação bonita do pessoal da polícia, do Gate, os dois bandidos mortos.

Todo mundo viu. Eu cheguei e fui ver o que o cinegrafista gravou. Eu poderia chegar lá e acompanhar a produção do programa. E já sair num discurso: “Olha, realmente, por que atirou? Executou”, como todo mundo faz. É muito fácil. Quem não está, analisa a ocorrência como quer. Até o juiz e o promotor. “Ora, por que você deu o tiro de baixo para cima, e de lado para a esquerda?” Mas, na hora em que você está tomando tiro e dando tiro, você não sabe para onde está indo a bala, e nem a que vai te atingir, começa por aí.

Até onde eu estava, que eu fiquei do lado, não participei direto do programa, é o link que se chama, eu não consegui ver quase nada. Aliás, eu não via nada. Não via nem o revólver do bandido, nem o da polícia, não via nada.

Mas, tudo bem, me abriu o microfone, eu poderia fazer um discurso, até contra o Sr. Governador, que não é do meu partido: “Olha a política atual do governo, do Geraldo Alckmin, executou, matou”. Mas, não! Saí para outro discurso, porque é a favor ou contra. Tanto é que quando você assoma à tribuna, o presidente pergunta: você vai discursar a favor ou contra? Se eu discuto a favor ou contra o projeto. Certo? A partir daí, o que é que eu fiz? Já saí de cara, em defesa da Polícia Militar, dos policiais que lá estiveram. Que realmente, primeiro a sair da linha “olha, Sr. Ratinho, ao contrário do que aconteceu no Rio de Janeiro, onde todo o Brasil e o mundo criticou a polícia do Rio de Janeiro, num salvamento de refém, em que mataram a refém, e o povo quase mata os policiais, num erro da polícia, aqui em São Paulo quem morreu foram os bandidos, pela beleza da ação dos policiais”. “É, mas o tiro que deu!” Mas, que tiro? Enquanto o bandido estiver com a arma na mão, o policial tem o direito de atirar nele para salvar a vida do próprio policial ou de alguém que estiver ali. Enquanto ele estiver caído, ou com a arma na mão, fogo nele, porque está em legítima defesa, e quem fala não sou eu. Está em legítima defesa quem, usando moderadamente os meios, repele justa agressão em defesa de direito seu ou de outro.

Num debate, eu ganhei de 85 a 15. Oitenta e cinco por cento da população ligou, apoiando a Polícia Militar, e 15 contra.

Às vezes, realmente, temos que defender a instituição Polícia Militar. Talvez, os senhores não saibam, mas defendemos. Nós brigamos, tem gente aqui que não gosta da polícia. Tem gente que pensa na Revolução de 64, e não suporta a polícia. Então, o cara traz o ranço de 64, e pensa que o soldado da PM é o Castelo Branco. Ele carrega com ele e não vai trocar nunca isso. Ele vê um soldado como o Castelo Branco. “O cara foi da ditadura, e tal...”.

Tem gente que vem a esta tribuna e defende o Carlos Lamarca, que matou o meu tenente Mendes Júnior, defende aqui que é herói, que é guerreiro. Defende aqui! Não é fácil, não! Da mesma forma, viemos e falamos o contrário: que é bandido, assassino, e hoje, herói, como até alguns ministros, que foram seqüestradores, e hoje estão aí como ministros. Grave! Se tem um erro meu, eu falo a verdade, goste quem gostar. Agora, não acho coerente, se a pessoa foi seqüestradora, vai determinar leis. Ora, se eu sou seqüestrador, eu vou ser seqüestrador. Se sou traficante, vou ser traficante.

Então, brigamos aqui, sim, em defesa da polícia, de melhores salários, de condições de vida. Aliás, eu pareço o Gil Gomes. Todo dia venho a esta tribuna, a Deputada Rosmary Corrêa, outros Deputados, trazendo ocorrências da própria polícia. Quando eu tenho ciência daquela ocorrência, eu trago aqui no meu programa, eu trago para cá e falo. Falo na TV Assembléia, que entra em mais locais, valorizando o trabalho da Polícia Militar que é a nossa briga aqui, que é a nossa luta, por um trabalho melhor.

Sempre comparam a polícia, que agora tem colete à prova de balas! Ora, na minha época não tinha colete. Primeiro, que para o bandido dar um tiro em nós, ele pensava mil vezes. Ele sabia que íamos buscá-lo em baixo da saia da mãe dele. Hoje, é diferente. Eu saí da polícia. Hoje, eu poderia ser comandante-geral, poderia estar no comando do Coronel Rui César, ou poderia estar no Romão Gomes, em cana. Poderia estar em vários lugares, a vida é assim. Hoje, estamos aqui, e vamos continuar lutando por uma polícia melhor, porque acho que na polícia é uma questão de ação, de trabalhar, de dar condições de trabalho. Quer melhorar a polícia, dá um salário justo, digno, para que o policial não tenha que ir embora, porque o Estado tem que treinar, preparar o homem, e depois esse policial pede baixa, dez, vinte, cinqüenta, são tantos os pedidos de baixa, por quê? Porque na empresa privada ele ganha mais do que na polícia. Então, é isso que o governo tem que fazer. Não adianta nos comparar com Nova Iorque, com o Canadá, se o salário, enquanto lá é quatro, cinco mil dólares, aqui é mil reais. Então, ele ganha doze mil lá, nós ganhamos mil aqui e queremos que o nosso policial seja igual ao de lá. É isso o que temos que analisar.

E temos que dar valor ao policial. Por que é que um delegado de polícia federal ganha sete mil inicialmente, e o nosso delegado, o nosso tenente, dois mil inicial? Se o delegado inclusive tem a mesma função que o outro tem lá? E um agente da polícia federal, cinco mil? Quer dizer, pode pagar para um federal, não estou falando que ele ganha muito, não. Estou falando que tinha que pagar bem aqui também, para o policial não precisar viver de bico.

Estou dizendo, na oposição nós temos que fazer as nossas brigas, e os nossos projetos também não andam, ninguém vota, ninguém aprova.

Fiz projeto que todo aquele policial que foi indiciado em inquérito, se retire imediatamente dele uma carteira de polícia, a arma, a farda e que ele não entre mais numa viatura da Polícia Militar e Civil. Fiz o projeto. Talvez não tivesse acontecido o que aconteceu na cracolândia, como sabemos da dificuldade que os senhores têm de mandar um policial bandido, policial, coronel, capitão, como foi o Cleudir, que eu tive que ‘bater’ nele três anos, até ele ser expulso, e quase não vai! Eu tive que prometer até acabar com a Justiça Militar para expulsar o cara da polícia. E o ladrão é tão ladrão, que foi preso com um carro roubado esses dias, de tão ladrão que é, e que veio aqui falar: “olha, Deputado, eu sou capitão da PM, só que eu sou um homem rico, onde eu ponho a mão, vira ouro”.

Sr. Presidente, se eu me alastrar, o senhor me chama que eu vou embora.

“Onde eu ponho a mão, vira ouro”, e eu fui levantar, ele tinha 12 carros importados, e ele mesmo roubava os carros dele, que ele levava o caminhão para o 2º Batalhão de Choque, roubado. Entrava o caminhão lá dentro. E depois, emplacava o caminhão no seguro de choque. Estou criticando a ação do capitão, até talvez que se estivesse lá, que é cabeçudo e não viu, azar o dele, eu procuro ver. Eu procuro ver e provamos tudo isso, só que para tirá-lo da polícia, com todas essas provas, demorou três anos, e eu fiz aqui para tirar de imediato, aquele que é indiciado por corrupção. Fiz projeto também aqui para todo aquele que cometer crime hediondo, não tenha direito à prisão especial na Polícia Civil e nem na Polícia Militar. Quem tem que ir para presídio especial é quem comete um erro em serviço. Agora, o cara que trafica, que seqüestra, que assalta, que atira contra os nossos próprios companheiros, tem direito à prisão especial? Então, fazemos. Fiz um projeto e aprovei, que todo aquele que entrar na Polícia Civil e Militar, seja submetido a um exame toxocológico, um fio de cabelo. Aprovei o projeto, e o Covas vetou.

Porque é evidente, se o cara entra na polícia, e como me falava hoje uma mãe, no programa de rádio, entrei no ar e falei sobre drogas e a cracolândia, e ela falou: “meu filho é policial militar, Deputado, e fica cheirando cocaína, chorando, e eu não sei nem mais o que faço com ele dentro de casa”.

Ora, então aquele que entra na polícia é viciado, ele não vai servir à sociedade. Ele vai servir ao traficante.

A nossa luta existe sim. Estamos aqui, estamos batalhando, é o nosso trabalho.

Nesses 170 anos, queria cumprimentar a todos, os soldados, os alunos oficiais, os sargentos, oficiais da Polícia Militar, o comando. Para os senhores terem uma idéia de que a polícia de São Paulo é boa, nós temos aqui um cabo da Polícia Militar, o cabo Wilson Morais; temos um sargento da Polícia Militar, tenente Celso Tanaui, mas que representa os sargentos; nós somos capitão da Polícia Militar, sou capitão; o coronel Edson Ferrarini, a delegada Rose, Gilberto Nascimento que é delegado de polícia.

Vejam, o povo confia em nós. O povo confia na polícia que ele tem. Agora, do que precisaríamos mais é apresentar o nosso trabalho, e não ser tão usados por políticos. Não sermos tão usados por políticos, e que neste 170 anos, a Polícia Militar entender que é a Polícia Militar, ela é a Polícia Militar, que ela não é a Polícia Militar do Covas, não é a Polícia Militar do Geraldo Alckmin, não é a Polícia Militar do Paulo Maluf, não é a Polícia Militar do Fleury, e que não é a Polícia Militar do Quércia. Ela é a Polícia Militar do Estado de São Paulo, que tem 170 anos, e que todo mundo passa e ela fica. Fiquem com Deus e boa sorte a todos. Muito Obrigado. ( Palmas.)

           

O SR. PRESIDENTE - WILSON MORAIS - PSDB - Peço ao Deputado Edson Ferrarini, para assumir os trabalhos até o encerramento.

 

* * *

           

- Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Por ter sido esta sessão solene solicitada em conjunto - este Deputado e o cabo Wilson Morais -, com o apoio de todos os demais Deputados, que compõem a bancada da Polícia Militar, Polícia Civil, neste momento, eu assumo a Presidência dos trabalhos com muita honra, e concedo a palavra ao cabo Wilson Morais, que vai falar a todos os senhores presentes.

 

O SR. WILSON MORAIS - PSDB - Nobre Deputado Edson Ferrarini, Presidente desta sessão solene, nobre Deputado Conte Lopes, Deputada Rose, Deputado Celso Tanaui, Deputado Gilberto Nascimento, nosso comandante-geral, Coronel Rui Cesar Melo, no qual eu cumprimento a todos os oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Senhores sargentos, subtenentes, soldado Oséias, do 27º Batalhão, em cuja pessoa cumprimento a todos os cabos e soldados presentes, as entidades de classe da Polícia Militar, da Polícia Civil, companheiros das entidades do interior, que vieram prestigiar esta solenidade, os policiais femininos, na pessoa da Coronel Laudinéia, quero cumprimentar também os abnegados policiais da Amal, que 24 horas por dia prestam serviço aqui nesta Assembléia Legislativa, protegendo os Deputados, os funcionários, e aos companheiros civis, senhores e senhoras presentes, para mim, é uma honra e um privilégio estar aqui hoje, comemorando nesta sessão solene, que foi requerida por este Deputado e o Deputado Edson Ferrarini, estar junto a todos os senhores e senhoras, comemorando mais um ano de vida da nossa gloriosa Polícia Militar.

Vejo aqui vários ex-comandantes, que foram meus comandantes, em várias unidades por onde passei, não vou nominá-los, porque posso esquecer alguns, mas já vi vários comandantes onde estivemos juntos no 11º Batalhão, no 8º Batalhão, no regimento de cavalaria, e até mesmo aqui na Amal, na Assistência Militar da Assembléia Legislativa, que eu passei por aqui durante três anos. É um prazer estarmos juntos com todos os senhores e senhoras. Mas, não poderia deixar de fazer uso da palavra, neste momento em que se comemora 170 anos da nossa Polícia Militar.

Como foi dito por alguns que me antecederam, a Polícia Militar fica, nós passamos. Nós, policiais, os governos passam, mas a Polícia Militar vai ficar eternamente. Outros comandantes virão, outros policiais, e é assim a nossa gloriosa Polícia Militar.

E quando falamos em Polícia Militar aqui nesta Casa, como bem disseram alguns companheiros, nós temos assim que criticam o trabalho da Polícia Militar, como a imprensa e a população criticam. Aqueles críticos de plantão, de que nós falamos, só sabem criticar as poucas ocorrências, que atendidas de maneira irregular, que não é a orientação, pois que é a de atender todo mundo bem, mas de milhares de ocorrências, algumas ocorrências que não são atendidas como diz o nosso regulamento. E se aproveitam dessas poucas ocorrências para criticar o trabalho desses abnegados policiais militares, principalmente aqueles que estão nas ruas do Estado de São Paulo.

Não vejo, exceto aqueles que compõem a bancada da segurança, e alguns companheiros, como o Deputado Cicero de Freitas, e os companheiros que sempre defendem a corporação, não vejo aqui elogiar o belíssimo trabalho que a Polícia Militar faz, não só na questão da diminuição da criminalidade, mas na questão social. Pois sabemos que, quando se liga para o 190, a viatura vai na favela, vai em qualquer lugar pegar ali uma parturiente, pegar uma pessoa acidentada e levá-la até o hospital. E quando se liga para a ambulância, nós sabemos que nunca chega.

Não vemos ninguém elogiar as dez mil prisões que os policiais militares fazem mês a mês, a cada dia, ou a cada mês, batendo um recorde de prisões. As cadeias não têm mais lugar para pôr os presos. Foram construídos 23 presídios, tem mais sete sendo construídos, foram construídos vários centros de detenção provisórias, tem mais seis sendo construídos, e cada dia está mais cheio. A cada dia, a Polícia Militar e a Polícia Civil prendem mais. E a cada dia também morrem mais policiais militares, a cada dia morrem mais policiais civis, porque estão trabalhando, porque se estivessem só dentro dos quartéis, dentro das delegacias, não estaria morrendo ninguém. Morrem porque estão no combate contra a criminalidade.

Não podemos esquecer desses companheiros de rua, que são os que fazem a atividade-fim, da corporação, e que muitas vezes são injustiçados pela mídia, pelos próprios Deputados e pela sociedade.

Sabemos que a profissão de policial é uma profissão de alto risco, perigosa. Quando entramos na Polícia Militar, dia 12 de março de 1975, no Regimento de Cavalaria, tinha consciência de que era um policial, estava entrando para ser um policial, e teria uma carreira dentro da Polícia Militar, se quisesse, aberta a todos os soldados que entram na Polícia Militar, e sabia também que não estava entrando na Polícia Militar para ser rico, porque a polícia nunca pagou bem, nunca pagou merecidamente o que merece ganhar do soldado ao coronel da Polícia Militar, do carcereiro ao delegado de classe especial. Nenhum governo pagou um salário digno que mereça o policial ganhar.

Estamos lutando aqui nesta Casa, junto com a bancada da segurança e outros Deputados, aquilo que é o mínimo necessário, e que tem o apoio do coronel Rui, que fala que até dez salários mínimos é pouco. Teria que ser 15. Até concordo, mas se fosse pelo menos, dez, já estaríamos satisfeitos para início de carreira, para os soldados de segunda classe, do carcereiro da Polícia Civil. Dez salários mínimos já seria um começo.

Essa foi a nossa luta, durante quase três anos, como Deputado, e conseguimos a duras penas, numa campanha de quase seis meses, uma campanha salarial, conseguimos o piso que era de 730 ir para mil reais, no mínimo, até 1.150. Já foi um avanço, sim. Tem muita gente que critica, mas foi um avanço, de 730 chega até 1.150. Conseguimos o plano de carreira do soldado e do cabo, está em estudo, o do sargento e do subtenente, uma comissão está estudando, e para o próximo ano, encaminhar para esta Casa. Está em estudo também, a ampliação dos quadros dos praças, dos oficiais. Foi determinado pelo Sr. Governador, o nosso comandante Rui Cesar nomeou, junto com o secretário de segurança, alguns policiais, para integrarem essa comissão que está estudando essas melhorias para os policiais militares.

Fizemos nos últimos três anos, com apoio do governo do estado, do comando da corporação, e das associações de classe, principalmente, os cabos e soldados que acreditaram, construímos 3.022 unidades habitacionais. Nunca havia se construído uma casa para o policial. São 3.022 policiais militares e familiares que estão morando na sua casa própria.

Então, podemos comemorar, sim, alguns avanços, durante este ano de 2001. E temos grandes esperanças de que o ano de 2002 seja bem melhor para os nossos policiais militares, e vamos rogar ao nosso Deus, que morrer, nós sabemos que vamos morrer, sabemos que teremos mortes, no ano de 2002, mas vamos orar e pedir para que Deus proteja esses policiais de rua, que morrem em defesa da sociedade, e que juraram, com o sacrifício da própria vida, defender a sociedade. E morrem realmente em defesa da sociedade.

Vamos rogar a Deus para que em 2002 tenhamos menos mortes de policiais militares e de policiais civis, não só no Estado de São Paulo, mas em todo o nosso Brasil. Muito Obrigado. Que Deus proteja a todos os policiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e parabéns, Comandante Rui Cesar, pelo trabalho e a coragem com que o senhor vem tocando o comando. Liderar 84 mil homens da ativa, e mais 37 mil homens inativos, que também estão sob o seu comando, não é fácil, e V. Exa. tem demonstrado equilíbrio, sensatez no comando de nossa gloriosa Polícia Militar. Muito Obrigado. Que Deus proteja a todos vocês. ( Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Além dos Deputados presentes, também queria registrar a presença do Deputado Vanderlei Siraque, e a Presidência concede a palavra ao Deputado Cicero de Freitas.

 

O SR. CICERO DE FREITAS - PTB - Sr. Presidente, Coronel Edson Ferrarini, Comandante-Geral Rui Cesar, na figura de quem cumprimento a todos os praças e oficiais aqui presentes, demais autoridades civis e militares, vou ser breve, meus amigos.

No ano passado, estive nesta tribuna e eu disse que talvez não voltaríamos este ano a chorar o mesmo ‘leite derramado’. Mas, por ironia do destino ou de alguns, o leite não derramou, por mais que fervesse. Não conseguiu chegar sequer à metade da panela.

Mas, quero fazer uma comparação e parabenizar a Polícia Militar, pelos 170 anos, pelo trabalho brilhante que vem realizando a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Eu falo isso porque acompanho de perto e, desta tribuna, tenho defendido realmente a Polícia Militar e também a Polícia Civil, salvo algumas coisinhas que existem, em todas as profissões. Aqui mesmo, tem Deputado que não deveria estar aqui, mas está. O povo elegeu, temos que respeitar.

Quero fazer uma pequena análise da nossa Polícia Militar, como ela vem trabalhando nesses 170 anos. Quero fazer uma comparação: em 1970, eu vi pela primeira vez, eu era garoto, 16, 14 anos, eu acompanhei a seleção brasileira jogando. E na minha opinião, foi a melhor seleção brasileira, de 70 até hoje. E comparo a nossa Polícia Militar com aquele time de 1970, apenas com uma desvantagem: a seleção brasileira entrou em campo com 11 jogadores. Vamos dizer, dez atacantes e um goleiro muito forte. Vencemos todas as batalhas, todas as barreiras.

O que ocorre hoje com a nossa Polícia Militar, nós temos atacantes, mas o goleiro é de quinta categoria, ou mais, que é o nosso secretário de segurança pública, Sr. Marco Vinicio Petrelluzzi, que não gosta da Polícia Militar, nem da Polícia Civil, depois que ouvi uma frase dele ontem aqui, em uma audiência. É claro que em todos os lugares tem gente que não gosta do Cicero de Freitas, mas gosta do João, do Pedro, do Paulo. Que seria do verde, do amarelo, se todos gostassem de uma cor só.

Ele dizia ontem, meio nervosinho, que “é claro, eu sei que eu tenho inimigos na Polícia Militar e na Polícia Civi. Não são todos que gostam”...

Tenho inimigos na Polícia Militar e na Polícia Civil. Então, se ele fizer uma pesquisa talvez quatro ou cinco amigos por consideração, mas como profissional estou cansado de falar nesta tribuna que o Secretário de Segurança Pública vem deixando a desejar e é por isso que a nossa polícia hoje não tem em campo os 11 jogadores, temos 10 atacantes, mas um goleiro de péssima categoria. Estou passando como goleiro o Secretário, porque é ele que dizem que segura todas as barras da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Já indaguei ao nosso governador várias vezes por que não veio reunir os 14 partidos políticos junto com a cúpula da Polícia Militar, com o Secretário e com o governo para discutirmos melhores condições para a nossa polícia. Já falei isso várias vezes e ninguém nos deu ouvidos, mas um dia isso vai acontecer, tenho certeza disso. Cito esse exemplo porque outros secretários fazem isso: reúnem todas as bancadas de todos os partidos desta Casa para esclarecer e mostrar os projetos. É claro que vamos levar algumas idéias para ele, ou vamos discordar de idéias, ele também vão discordar de nossas idéias, mas temos de chegar a um denominador comum. Todos nós teremos de estar engajados especialmente na questão da segurança pública do estado de São Paulo.

Deputado Cabo Wilson, dizem que é um salário razoável. Não é razoável coisa nenhuma. Um policial ganhar R$ 1.050,00 é o cúmulo dos cúmulos, é um absurdo. Estávamos discutindo em oito ou dez Deputados no Palácio do Governo - Ferrarini, Conte Lopes, Tanaui e outros Deputados - em várias reuniões com o governador além de 36 associações civis e militares. O que me recordo daquela data é que 30 das associações ficaram contra a proposta do governo. Por que não fomos mais avante? Não é estar contra o governo, porque defendo Geraldo Alckmin em qualquer lugar e desde já digo que vou ser cabo eleitoral dele e por que não? Não posso negar. Mas a verdade tem de ser dita, eu disse ao governador que isso não é reajuste para uma polícia combatente, todos os funcionários públicos estão há sete anos sem reajuste de salários. Para que possamos conseguir alguma coisa, tem de ser sob pressão. É claro que vocês têm o regimento de vocês, mas tem de haver alguma pressão, porque sem pressão neste país não se consegue nada. O que fazem os grandes empresários e grandes latifundiários quando querem conseguir alguma coisa do governo federal? Eles fazem revoada, vão de avião e em caravanas a Brasília, pressionam o governo federal e conseguem. Para conseguirmos também o nosso objetivo e para mostrar aos nossos familiares e aos nossos filhos que amanhã vamos deixar um estado bom para eles, um país com desenvolvimento à altura, temos de lutar juntos respeitando o direito de cada um, mas na hora de pressionarmos temos de nos unirmos sim e pressionar porque conseguiremos alguma coisa sim. Sem pressão não se consegue nada neste país.

Nestes últimos 10 ou 12 dias está ocorrendo uma loucura porque não sabemos até quando vamos. É uma briga por aprovação de contas, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, por projetos importantes e os Deputados estão pressionando e pressionando para que? Para que o governo ajude a aprovar alguns projetos que venham a favorecer a população como um todo. Então, todos os Deputados de todos os partidos estão se unindo tentando enxergar na frente um dia melhor para a população de São Paulo. Assim, todos os Deputados também se unem pressionando o governo dizendo: “ Olha, isso não vai dar certo para a população, queremos isso.” E este trabalho vem dando resultado.

É esta a mensagem que tinha para deixar aos senhores praças e oficiais. Perdoem-me se saí fora de alguma questão, mas sou muito franco e tenho de cobrar sim. Sou aliado do governo, mas não serei aliado daquele que não está trabalhando em defesa do povo. Não serei aliado do Secretário de Segurança Pública em hipótese alguma. Depois que ele baixou uma ordem que qualquer pedido deste Deputado tem de ser indeferido, ele não é um bom profissional, pode ser um bom cidadão, mas não nesta função que ele exerce hoje. Ainda ontem ele disse uma frase contestando diretamente o nosso Deputado Vanderlei Siraque: “Deputado, desta área eu entendo muito.” E eu esqueci de perguntar: “Qual a área? Será a área esquerda do gol, ou será a área direita do gol que ele estava tentando segurar duas, ou três, ou 10 bolas ao mesmo tempo?”

Para encerrar, aquele time de 1970 prevalece, mas prevalecemos hoje com 10 homens em campo, com 10 atacantes, porque o goleiro que seria o Secretário de Segurança Pública nós não temos.

Muito obrigado e parabéns a todos! Contem com o apoio deste Deputado para o que der e vier. Nasci um dia para partir num outro e é só o Papai do Céu é quem vai saber.

Boa sorte a todos vocês e muito obrigado!(Palmas).

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Esta corporação que completa com muito orgulho os seus 170 anos, teve ao longo de sua trajetória muitos comandantes e o atual comandante Rui César Melo, embora com esta missão difícil, ele está sabendo desempenhar esta função com muita galhardia e com muito entusiasmo.

Todos nós temos orgulho de tê-lo como comandante e é por isso que neste momento com muito prazer, concedo a palavra ao comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cel. Rui César Melo. Gostaria que todos aplaudissem o nosso comandante.(Palmas).

 

O SR. RUI CÉSAR MELO - Gostaria inicialmente de cumprimentar o Exmo. Deputado estadual Walter Feldman, Presidente desta Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; o Deputado Federal Hélio César Rosa, companheiro de tantas lutas e que tanto fez pelas polícias militares do Brasil; o Exmo. Deputado Estadual Vanderlei Macris, ex-Presidente desta Assembléia e também amigo da Polícia Militar; o Deputado Estadual Edson Ferrarini, que ora preside esta sessão; os Srs. Deputados estaduais Wilson de Oliveira, Rosmary Corrêa, Conte Lopes, Celso Tanaui, Pedro Tobias, Cícero de Freitas e Vanderlei Siraque; o ilustre Cel. PM. João Francisco Júnior da Rocha, meu digno subcomandante da Polícia Militar e em nome dele cumprimentar todos os senhores oficiais e praças da ativa e da reserva; senhores representantes de clubes e associações, convidados, senhoras e senhores, é um motivo de muita alegria e de muita honra em poder estar presente nesta sessão solene que homenageia uma instituição perene de nosso estado, a Polícia Militar, que no próximo dia 15 estará completando 170 anos de existência.

É uma história longa, como disse o nosso Presidente da Assembléia, poucas instituições no país têm a longevidade da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A Polícia Militar do Estado de São Paulo que ao longo de sua história, participando de inúmeras revoluções, de guerras, ajudou juntamente com as tropas de primeira linha do nosso Exército Brasileiro a constituir este imenso país e a garantir o funcionamento das instituições democráticas que hoje tanto nos orgulham e que tanta segurança nos traz como política de comportamento de um país. Mas os desafios são grandes, o país é enorme, a população é de 170 milhões de brasileiros e o desafio maior é exatamente transformar o grande país numa grande nação, uma nação aonde o respeito impere, especialmente pela dignidade das pessoas; uma nação aonde todos tem o direito de viver com tranqüilidade, com segurança, de maneira produtiva, e enfim, tenham uma convivência harmoniosa, pacífica e cercada de toda qualidade de vida que bem merecem as pessoas que convivem numa mesma comunidade.

Este é o desafio maior das polícias militares do Brasil e a nossa particular aqui em São Paulo que através do seu trabalho não só zelar pela segurança da população - no nosso caso 37 milhões de paulistas - mas sobretudo garantir a esta população e estimulá-la a descobrir caminhos melhores para conquistar essa qualidade de vida que passa necessariamente pela segurança.

A Polícia Militar de São Paulo ao longo desta história com certeza foi um dos baluartes que garantiu ao estado de São Paulo ser durante um longo tempo e ainda hoje o estado líder da nação que contribui com quase 40% de quase tudo que se produz na Nação. Como um estado pode ser tão produtivo sem que haja segurança? Os mais críticos das instituições policiais, civil ou militar, têm que considerar que nada se conseguiria do estado de tamanha expressão sem uma ação forte e determinante de suas polícias civil e militar.

É claro que uma instituição composta hoje por 84 mil pessoas na ativa, homens e mulheres, e outras 40 mil pessoas em sua reserva, terá alguns que se desviam neste cumprimento de missão, mas são pequenos casos que são tratados de forma rigorosa mercê da regulamentação e das normas existentes em nossa instituição que garantem a saúde e moral de toda a massa de policiais militares da ativa e da reserva. Disso com certeza todos os nossos representantes nesta Assembléia Legislativa e todos os amigos da Polícia Militar e da Polícia Civil poderão se orgulhar e defender com intransigência estas instituições que são constituídas por mais de 120 mil almas e não podem ficar de maneira nenhuma sob pena de prejudicar o seu trabalho a mercê de críticas sobre fatos isolados

Policiais militares e policiais civis são profissionais dedicados, são profissionais que se arriscam, que se expõem dia-a-dia e nas 24 horas do dia e bastaria a existência de um único policial honesto para se defender toda uma instituição. Mas o que temos na verdade são alguns poucos que a denigrem e que são imediatamente afastados das funções e pelo sistema legal atual expulsos, demitidos e afastados em definitivo do convívio salutar que deve existir em instituições como as instituições policiais.

Estamos fechando o ano e a Polícia Militar neste ano teve uma atuação muito intensa. Logo no início do ano, vimo-nos na contingência de sufocar 29 rebeliões neste estado. Pergunto: “Estas rebeliões foram causadas por omissão, ou por qualquer deslize de algum policial do Estado?” Não. Foram causadas pelas próprias deficiências de outros setores da Segurança Pública. Quero lembrar aqui e insisto que a segurança pública deve ser pesada como um sistema em que a polícia é uma das partes, é um dos subsistemas, mas a Justiça tem papel fundamental e o sistema prisional sem dúvida nenhuma também tem papel fundamental e qualquer um destes subsistemas que tenha problema acaba prejudicando todos os demais. A polícia é a parte mais visível de todo o sistema e normalmente é ela que é escolhida como alvo de toda a crítica por aquilo que não dá certo. Aquilo que não dá certo até por um ingrediente, o combustível, que são as próprias leis, que fazem este sistema funcionar.

Meus caros Deputados presentes, lembro-me que as leis é o próprio combustível do funcionamento de qualquer instituição do Estado. É absurdo que hoje quando se prende alguém com uma arma de fogo - e ela ainda adulterada e que nos leva a crer firmemente que se trata de um bandido- ver este bandido sair do distrito policial pagando uma módica fiança de R$ 60,00 antes do próprio policial. E é este bandido que está infernizando a nossa vida, roubando, matando, seqüestrando. Temos identificado muito claramente a falha legal, mas felizmente as nossas costas são largas e nós temos um princípio na nossa polícia : “Não abaixamos a cabeça.” Seguimos cumprindo a nossa missão dentro do espírito e do parâmetro legal em respeito à democracia existente no país, dentro do respeito à dignidade que deve ser dada a todas as pessoas indistintamente, mas cumprindo com muita firmeza a nossa missão. Daí, cerca de nove mil prisões todos os meses e nos assusta porque quase um terço delas se referem a menores de 18 anos. Daí, cerca de 26 mil armas de fogo que foram apreendidas ao longo deste ano. Mais de 120 mil armas de fogo ao longo destes quase três anos que estou no comando. Daí, 17 mil resgates que são feitos mensalmente neste estado de São Paulo. Daí, 25% das quase oito mil ocorrências atendidas mensalmente, ocorrências em que o policial militar está socorrendo uma pessoa que normalmente é carente, é necessitada e não é atendida por nenhum outro órgão do governo.

Alguns ainda arriscam em dizer que a polícia só existe para fazer segurança da elite. É uma mentira deslavada porque os números existentes desmentem, mas poucos daqueles que criticam acessam esses números e eles estão totalmente abertos. É este o nosso policial militar e o governo reconhece inclusive que o salário não condiz inteiramente e não está inteiramente à altura do trabalho que ele desenvolve, da responsabilidade dele, do risco que corre, do estresse em que é submetido, mas ele está ali firme, ele não abaixa a cabeça, ele cumpre a sua missão e a sua missão é servir e servir bem.

Lembramos aí projetos da instituição de polícia comunitária, aquela polícia de proximidade com as pessoas. Lembramos do programa de qualidade para que este serviço seja cada vez melhor e que se reduza ao mínimo possível aquelas ocorrências que acabam não dando certo. Tudo isso é feito com muito carinho e com muita dedicação.

Meditem um pouquinho: cada policial militar que está nas ruas das cidades, das 645 cidades do estado, ele está lá uniformizado, armado, equipado, instruído, preparado, orientado e fiscalizado. Imaginem toda a infra-estrutura de logística para colocar este homem nas 24 horas do dia à disposição da população, produzindo números, meganúmeros como esse que acabei de citar, procurando fazer prevenção de delitos sim, mas é sempre bom lembrar que a prevenção de delitos é feita em primeiro lugar por políticas públicas consentâneas que pelo menos permitam que a criança desde tenra idade, passando pelo adolescente e até o jovem fiquem em período integral numa escola, trabalhando não só a parte de intelecto e de conhecimento, mas também a parte cultural e a parte de saúde física. Mas não, as políticas públicas falham clamorosamente neste sentido e as leis colocando 30% de recursos orçamentários à disposição da educação não conseguem segurar essas crianças em escolas. Os pais estão batalhando renda e a criança está abandonada nas ruas, ou trancada dentro de um barraco, e quando o barraco pega fogo, ela morre lá dentro quando não socorrida por um policial militar.

Esta é a nossa realidade, é a realidade que poucos querem enxergar e é duro lermos, escutarmos, ouvirmos aqueles que deveriam ser os primeiros a defender este profissional a desdenhar do profissional semelhantemente ao que se fez com os professores, semelhantemente ao que se fez com os aposentados, aqueles que deram a sua vida, o seu sangue, o seu suor trabalhando pelo país. E falam-me ainda de um policial que ao receber um recurso se põe a roubar. Isso são fatos isoladíssimos e não poderíamos nunca concordar com afirmações como essas, que procuram antes de tudo transferir a responsabilidade para outros daquilo que necessariamente deveria ser feito. São três anos que compareço à esta Casa do Povo para comemorar o aniversário da Polícia Militar. Gostaria que todos os setores da sociedade se comportassem como o senhores fazem aqui na Assembléia Legislativa: reúnem os policiais, e a Polícia Civil também é reunida no seu dia, para dar uma injeção de ânimo, levantar a moral, levantar a auto-estima destes profissionais que dão as suas próprias vidas por esta população. Qual a outra maneira de se obter qualidade do serviço senão elevando a auto-estima destes profissionais? Qual seria?

A crítica fácil que vem de jornais, vende audiência de televisão e de rádio e não constrói nada. Para que tenhamos um movimento positivo de construção neste nosso estado, neste nosso país no campo da segurança pública é necessário que nós que temos esta responsabilidade invertamos essa tendência e procuremos criar um movimento positivo de respaldo a todos esses profissionais - policiais militares e civis, professores, profissionais de saúde - as principais áreas de atuação do Estado para que eles possam realmente cumprir o seu papel de forma cabal, eficaz, mais do que eficaz, efetiva com o próprio reconhecimento da população. Mas isso só conseguiremos a partir do momento em que abandonemos a linha da crítica fácil, da crítica pela crítica e passemos a construir realmente um novo estado, um novo país e uma grande nação.

 Esta é a nossa expectativa e é para isso que nós trabalhamos. Nós, policiais militares não nos curvaremos diante de críticas fáceis, ao contrário, aproveitaremos aquelas construtivas para melhorarmos cada vez mais o nosso padrão de trabalho e de bem servir a população de São Paulo.

Muito obrigado pela oportunidade e pela homenagem. Quero desejar aqui a todos os Srs. Parlamentares; a todos os senhores, amigos da Polícia Militar; a todos os policiais militares e os que representam as diversas unidades da Polícia Militar aqui presentes um Feliz e Santo Natal e que o ano 2002 marque quem sabe, esta retomada para alguma coisa mais construtiva e que leve realmente a nossa população e os nossos profissionais a uma vida mais feliz.

Muito obrigado. (Palmas).

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Parabéns ao Cel. Rui César Melo por estas palavras vibrantes saindo do seu coração.

Também quero registrar a presença da Deputada Mariângela Duarte. Concedo a palavra ao Deputado Vanderlei Siraque para fazer uma saudação à Polícia Militar.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - Sr. Presidente e Srs. Deputados, quero cumprimentar toda a Polícia Militar do Estado de São Paulo através do seu comandante e nosso amigo, Cel. Rui César Melo.

Gostei muito das palavras ditas pelo representante máximo da Polícia Militar do Estado de São Paulo em que demonstra um grande conhecimento daquilo que é segurança pública. Do nosso ponto de vista a segurança pública existe para garantir os direitos constitucionais dos cidadãos do Brasil e no caso aqui da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Não podemos enxergar a segurança pública apenas como sendo a Polícia Civil ou a Polícia Militar, mas também lembrar que existe o Poder Judiciário, existe o Ministério Público, existe as políticas de inclusão social e o sistema educacional que tanto almejamos no Brasil. Lembramos das palavras do Comandante Rui César Melo que não temos no Brasil um sistema de segurança de verdade, temos de ter um sistema nacional de segurança para que os estados possam ter também os seus sistemas, porque é impossível que a Polícia Civil e a Polícia Militar continuem enxugando gelo. De cada 100 pessoas que são presas em flagrante, aqui no estado de São Paulo algumas estatísticas dizem que apenas 2% vão ser julgados pelo Poder Judiciário. Então, alguma coisa está errada porque não temos um sistema que está funcionando. Algo está errado e precisamos refletir.

Não vou alongar-me neste debate, pois deveria ter falado antes do coronel mas cheguei depois. Quero parabenizar os 170 anos de história da Polícia Militar e que é mais do que a história da República do Brasil. De fato, precisamos para reforçar cada vez mais as nossas instituições tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional. Todas as vezes que alguém não estiver cumprindo com a lei, todas as vezes que alguém não estiver cumprindo com as determinações como ocorreu, por exemplo, na Cracolândia, tem de ser extirpado, porque todas as vezes que extirpamos alguém que não está de acordo das nossas instituições estamos valorizando a instituição. Aqui mesmo na Assembléia Legislativa tivemos a oportunidade de cassar o mandato de um Deputado. No Senado Federal cassaram dois presidentes desta instituição e na Câmara dos Deputados também fizeram a mesma coisa. Então, é assim que fortalecemos as nossas instituições: cumprindo a Constituição Federal e tirando o ruim para sempre brotar o novo.

Parabéns a vocês pelos 170 anos! Um Feliz Natal a todos e um Ano Novo com muita esperança para o nosso estado e para o nosso país. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Quero registrar a presença do Deputado Luiz Gonzaga Vieira, homenageando a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Nesta homenagem, aqui na Casa do Povo, é a sociedade que agradece à Polícia Militar do Estado de São Paulo e ao Comandante Rui César Melo, que demonstrou muito bem que enquanto não se discutir, enquanto não tiver política de segurança, enquanto algumas pessoas não nos compreendem, não faz mal, ninguém destrói o nosso ideal.

O que nos marca são estas 8 mil ocorrências por dia, o que nos marca é o telefone 190 tocar 140 mil vezes por dia, o que nos marca é 9 mil flagrantes por mês, é mais do que faz a polícia de Nova York, de Tóquio e da onde eles quiserem e a Polícia Militar do Estado de São Paulo aí está.. Ninguém destrói o nosso ideal.

É a polícia que está mais próxima do povo, é a polícia comunitária. O Cel. Rui César Melo foi fazer o curso de polícia comunitária lá no Japão e empregou e adaptou às necessidades de São Paulo. Ninguém destrói o nosso ideal.

Quando sairmos desta reunião, sairemos com a nossa energia e com a nossa fé redobradas. O Cel. Rui César Melo disse muito bem: “Não abaixamos a cabeça.” Não interessa se o governante nos entende, ou se ele não nos entende. A Polícia Militar de São Paulo é o pronto-socorro de todas as falências do Estado, nada funciona, o hospital não tem vagas, mas não faz mal, o nosso serviço é desburocratizado. Passa a viatura na qual está o soldado, ele estendeu a mão e ele está cara a cara, ele atende e não interessa se vai ter vagas, ele vai com aquele caso e vai buscar a solução.

A Polícia Militar é maior do que qualquer abismo que queiram jogá-la, ela é o pronto-socorro de tudo o que falha no estado de São Paulo. Os nossos índices de corrupção são os mais baixos do Brasil, é a polícia que tem um batalhão inteiro para apurar as falcatruas, algum elemento seu que falhe, que é uma minoria e ela coloca na rua e publica. Esta é a Polícia Militar de São Paulo.

Se têm 27 rebeliões ao mesmo tempo, não faz mal. Falhou o sistema penitenciário, falhou o sistema judiciário aonde não podemos atuar. O coronel disse que se você prendeu em flagrante o cidadão com uma arma de fogo, ele paga R$ 60,00, ele sai imediatamente e volta para o crime de novo. Mas sufocamos 27 rebeliões e isso é um recorde mundial, que pertence à Polícia Militar.

Estamos aqui renovando a nossa esperança e a nossa fé. Temos uma unidade que recebe pela primeira vez o ISO 9000, é o Centro de Defesa Pessoal, que cuida de 84 mil homens na ativa e 40 mil na reserva. É esta a Polícia Militar fantástica que neste ano apreendeu 25 mil armas de fogo.

 Não nos interessa se estão nos compreendendo, não interessa se a imprensa faz sensacionalismo sobre nós, que nada constrói. Mas estamos ali, é o nosso Copom.

Amanhã, 182 cadetes vão receber a sua espada. São novos aspirantes e eles sairão daquela academia quando o locutor anunciar as gentis madrinhas para que elas se dirijam aos seus afilhados. Eles vão fazer o juramento de bem servir a sociedade com o sacrifício da própria vida e eles cumprirão. Este ano enterramos 40 heróis. Ninguém destrói o ideal da nossa Polícia Militar. Para nós, esta farda é um compromisso.

Sem dúvida alguma, esperamos para o ano que vem o resgate do nosso próprio amor, além das casas que o governo deve ceder através da CDHU para os nossos policiais. O nosso salário de R$ 1.000,00 é nada para quem ficou sete anos sem aumento. Hoje, precisaríamos, no mínimo, de 10 salários mínimos, no mínimo R$ 2.000,00 para o policial. No ano que vem, vamos lutar até o fim para que este resgate seja feito. Vamos lutar.

No ano que vem, vamos continuar através do Proerd que a Cel. Laodinéia comanda e é a diretora de assuntos municipais comunitários, atingirmos 1 milhão de crianças. Ninguém fala de drogas no estado, todos os projetos são um fracasso e a nível federal, nada. Se não fosse a Polícia Militar, quem falaria com os nossos filhos sobre drogas nas portas das escolas seria a boca maldita do traficante. Mas ninguém destrói o nosso ideal, ninguém consegue nos abater.

Amanhã, quando aqueles cadetes receberem as suas espadas, quando os policiais saírem nas suas viaturas eles vão atender as ocorrências: só o Corpo de Bombeiros atende 4 mil ocorrências por mês e 3.400 salvamentos. A Polícia Ambiental está lá defendendo a Mata Atlântica. Sem dúvida alguma a Polícia Militar de São Paulo é uma das melhores do mundo e ninguém nos consegue abater.

Cel. Rui César Melo, cujo pai tenente conhece bem a nossa história. Ele faleceu no Hospital Militar e fundou o Pró-PM. Quero homenagear o Cel. Rui César Melo nesta dificuldade toda porque ele conseguiu dar equilíbrio a esta corporação que completa 170 anos. Não estamos preocupados com a incompreensão, estamos preocupados em bem servir. Ao colocarmos esta farda no corpo, que para mim é a minha segunda pele, queremos servir a nossa população. Os que não gostam de nós, eles passam, eles caminham.

O Cel. Rui César Melo cuidou muito da integração com a Polícia Civil e valorizou o ensino, a parte operacional com o Cel. Vasconcelos na Corregedoria. Quero homenageá-lo, a sua firmeza, a sua energia, mas não posso esquecer do seu coração. Um homem que criou e recebe mensalmente no quartel - general e ele pessoalmente coloca a láurea do mérito pessoal no nosso policial. Cel. Rui César Melo, parabéns por comandar esta polícia, esta polícia da qual tenho muito orgulho.

Lembrei-me ainda nesta semana que fui fazer uma palestra e quando o cidadão foi ler o meu curriculum, rabisquei um trecho e escrevi. Ele disse: “ O senhor rabiscou aqui?” Respondi: “Rabisquei porque o senhor escreveu Deputado Edson Ferrarini. Sou Deputado, mas por favor, quero que coloque Cel. Edson Ferrarini, da Polícia Militar. Deputado eu estou, coronel eu sou e serei até a morte.”

Ninguém consegue destruir o nosso ideal. Estamos aqui mas sairemos daqui fortalecidos, sairemos daqui dispostos e não nos interessa o que está escrito na imprensa. A imprensa esquece, deixa ela, ela quer vender jornal. Ela entende de jornal, nós entendemos de povo, entendemos de ocorrência, entendemos de vida, entendemos de salvamento. Somos o pronto-socorro de todas as incompetências do Estado.

Quero saudar todos os oficiais, praças, policiais feminino, os cadetes que aqui estão, o diretor de ensino, o Cel. Pettinato; o diretor de apoio logístico; Cel. Santos; Cel. Felizardo; Cel Laodinéia; Cel. Oliveira; Cel. Leopoldo; Cel. Régis; Cel. Ferrari e Cel. Vasconcelos e ao saudá-los quero saudar todos os seus comandados. E nos comandos de policiamentos de área, Coronéis Paes de Lira, Gianoni, Melli, Clivelaro, Cangerena, Crisóstomo, Belchior e Jeovair. Quero saudar o Cel. Casado que comanda a Academia; Cel. Élsio, do Caes; Cel. Santinon, do curso de formação. Quero saudar o Deputado Hélio César Rosas.

Senhores, ninguém destrói o nosso ideal. Podem escrever o que quiserem, o nosso ideal, o nosso coração, a nossa fé são inquebrantáveis e é por isso que o Cel. Rui César Melo disse que não abaixamos a cabeça.

Com que emoção estou dirigindo esta sessão! Imaginem, senhores, que mexi em meu bolso e encontrei este papel no meu bolso, que é a certidão de óbito do meu pai, que pediu-me para ser levado ao Mausoléu de 32 para cremá-lo. Ninguém destrói o nosso ideal.

Parabéns Polícia Militar e meu companheiros!(Palmas).

 

 O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI -PTB - Agora, ouviremos “ A canção da PM” com a Banda da Polícia Militar.

Com muito orgulho posso dizer que sou Deputado e assim como outros represento a Polícia Militar, mas eu a represento com este entusiasmo e com esta fé. No ano que vem, se Deus quiser, vou pedir o voto dos senhores junto com os demais Deputados. Mas eu a defenderei com o meu coração e com a minha alma.

Fiquemos todos de pé para ouvirmos “ A canção da PM”.

 

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-         É entoada “ A canção da PM” pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Vou levar esta certidão de óbito do meu pai para cremá-lo ainda hoje no Mausoléu. Meu Deus do Céu! Meu pai foi combatente de 32 e coronel da Polícia Militar. Quando nasci ele era soldado e por isso esta minha emoção, os senhores me desculpem.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece as autoridades e aqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade. Convido a todos para o coquetel no Espaço do Servidor, no andar térreo.

Está encerrada a presente sessão que comemora os 170 anos de uma das maiores organizações policiais militares do mundo.

Parabéns aos senhores!(Palmas).

Está encerrada a sessão.

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-         Encerra-se a sessão às 22 horas e 17 minutos.

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