20 DE SETEMBRO DE 2002

49ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO 20º ANIVERSÁRIO DA Avape - ASSOCIAÇÃO DE VALORIZAÇÃO E PROMOÇÃO DOS EXCEPCIONAIS

 

Presidência: NEWTON BRANDÃO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 20/09/2002 - Sessão 49ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: NEWTON BRANDÃO

 

HOMENAGEM AOS 20 ANOS DA AVAPE - ASSOCIAÇÃO PARA VALORIZAÇÃO E PROMOÇÃO DE EXCEPCIONAIS

 

001 - NEWTON BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar os 20 anos da Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais - Avape. Convida a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar.

 

002 - MARCOS ANTONIO GONÇALVES

Presidente da Avape, discorre sobre os 20 anos de existência da entidade, que atende a crianças com qualquer tipo de deficiência.

 

003 - Presidente NEWTON BRANDÃO

Conduz cerimônia de premiação dos homenageados da noite.

 

004 - ARISTIDES JOSÉ OLIANE

Vice-presidente da Avape, agradece a homenagem e a participação dos colaboradores nestes 20 anos de existência.

 

005 - Presidente NEWTON BRANDÃO

Anuncia a audição de números musicais. Recebe homenagem por parte do Sr. Marcos Antônio Gonçalves, presidente da Avape.

 

006 - Presidente NEWTON BRANDÃO

Elogia o trabalho da Avape. Enaltece o crescimento de organizações não-governamentais por sua capacidade de atuação. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, nobre Deputado Walter Feldman, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o aniversário da Avape, Associação para a Valorização e Promoção dos Excepcionais. Anunciamos a presença das seguintes autoridades: Sr. Marcos Antônio Gonçalves, ilustre Presidente da Avape, Presidente da Febiex, vice-Presidente da Rebraf, Rede Brasileira de Entidades Assistenciais e Filantrópicas, Conselheiro do CNAS, Sr. Aristides José Oliane, vice-Presidente da Avape, Sr. Paulo Silva Freitas, Sra. Ana Luisa Howard e Castilho, Luiz Marcelo de Souza Guimarães Filho, Sr. Lauro Gilmar Teixeira, Presidente do Volkswagen Clube, Sra. Vera Filipi, coordenadora dos voluntários da Avape, senhoras e senhores, membros do conselho da Avape e demais autoridades presentes, convido a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, pela Banda da Polícia Militar.

 

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-  É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar e o maestro, 2º Tenente, músico e PM, Sr. Sérgio Rodrigues. Neste momento concedemos a palavra ao Sr. Marcos Antônio Gonçalves, Presidente da Avape e das entidades por nós mencionadas.

 

O SR. MARCOS ANTÔNIO GONÇALVES - Boa noite a todos. Nestes vinte anos que estamos comemorando hoje, temos um pouquinho da história. Então, vamos rapidamente sobre a história da entidade e da história dos portadores de deficiência. Há não muito tempo, nas pessoas que eram portadoras de deficiência eram atiradas pedras. E não há muito tempo, em busca da raça pura, da raça ariana, ceifávamos a vida de muitos portadores de deficiência. Mas há pouco tempo a mulher também não votava, em 1932 a mulher não votava nem podia usar calça cumprida; enfim, essas minorias foram ganhando espaço na comunidade e foram se tornando maiorias.

E aí vêm as entidades. A Avape surgiu há 20 anos atrás. Mas não foi só a Avape, Deputado. Setenta por cento das 250 mil entidades do país surgiram nos últimos 20 anos. É um movimento novo. E, apesar dela existir há 20 anos, começamos há 25 anos. Já havia muitas pessoas lutando para que a Avape existisse. Um deles vai ser homenageado hoje, já falecido, o Sr. Crispin. Ele já tinha 10 anos de luta, antes da minha entrada há 25 anos atrás. Como a Avape então já é velha; dá a impressão que tem 20 anos, mas são muito mais que 20 anos.

Foi da angústia desses pais, foi do sofrimento deles que a Avape surgiu; não era nem muito pelo amor. Hoje, já são mais de 50 mil pessoas atendidas, oito mil pessoas atendidas por ano. É a primeira entidade do mundo a ter ISO 9002 para nossa alegria. Estamos em um processo de crescimento muito grande em uma taxa de 20 a 30% ao ano, graças a esses milhares de colaboradores, milhares de funcionários, milhares de pessoas que são atendidas.

Uma curiosidade, Brandão: quando começamos a Avape, havia diversos tipos de deficiência dentre os pais que participavam. Pelo menos no número de problemas já começamos grande. Então, fomos obrigados a fazer uma entidade grande para atender tanta demanda que tínhamos. Vemos algumas entidades que só atendem deficientes físicos, outras só deficientes visual, mas a única entidade do país que atende todos os tipos de deficiência é a nossa.

Criamos um círculo virtuoso, que é amparar desde favelas, desde centros de reabilitação, centros de pré-profissionalização, centros de colocação no mercado de trabalho. Por isso, já colocamos mais de cinco mil portadores no mercado de trabalho, quer dizer, é uma forma diferente de ver as pessoas portadoras de deficiência. Enxergamos que eles têm muitas eficiências além das deficiências e é nisso que tocamos. Tocamos as eficiências desses indivíduos. Por isso geramos, podemos assim dizer, uma nova tendência onde as entidades começam a não só cuidar das deficiências desses indivíduos, mas pensar também nas eficiências.

Pensar em prepará-los porque muitos podem levar uma vida normal. Há determinadas profissões que as pessoas passam 12, 13 horas em uma cadeira. Uma cadeira e uma cadeira de rodas não faz muita diferença; vai trabalhar sentado mesmo. E, desses cinco mil portadores de deficiência que colocamos no mercado de trabalho, 90% deles está no primeiro emprego. Então, eles entram mordendo a mesa, no jargão popular. Por isso é que são melhores profissionais até do que nós “normais”. Esse talvez seja o grande diferencial na entidade.

A entidade hoje pertence a um terceiro setor que vem crescendo não só no Brasil, mas no mundo inteiro, mesmo em países altamente desenvolvidos. Precisaríamos conceituar rapidamente o que é o terceiro setor. O primeiro setor é o tradicionalmente chamado de governo: poder legislativo, poder executivo e poder judiciário, que se encontra em crise no mundo todo, não só no Brasil. Vimos que nos últimos 10 anos dois terços do planeta era comunista. E, já não está acontecendo mais isso. Estamos com mudança de governo e diversos “ismos” ainda cairão, porque neste primeiro setor temos uma mudança muito grande.

O segundo setor é o tradicionalmente chamado de mercado: empresas, comércio, serviços, que também vem mudando. Vemos que a questão da responsabilidade social, a responsabilidade ambiental, a questão da parceria que as empresas vêm fazendo com as entidades, com a comunidade, vêm transformando radicalmente a própria sociedade como as próprias empresas. Esse segundo setor vem com uma mudança muito grande.

O terceiro setor são as entidades da sociedade civil que se organizam para resolver o problema da própria sociedade, que é isso que vem explodindo no mundo para nossa felicidade, porque esse setor são pessoas que vão trabalhar sem ganhar nada, sem nenhum interesse nessas milhares de entidades no país. São elas que fazem a diferença, porque são pessoas idealistas que dão as suas vidas por uma causa. Lutam pela causa e não por causa.

Poderíamos até ir mais além, já que estamos em época de campanha política, onde muitos políticos na televisão vêm falando que vão ajudar os necessitados. Podem ajudar antes de se elegerem; acho que não precisam se eleger para ajudar. Estamos na frente de um grande estadista, o nosso Dr. Brandão, uma pessoa que admiramos muito, uma pessoa que luta pelas causas e não por causa. Por isso, acho que não é uma pessoa tão abastada hoje, muito pelo contrário. Ficamos até muito à vontade para falar isso. Nosso grande Deputado, já foi Prefeito três vezes, não? Ainda dá tempo de ser a quarta vez, se Deus quiser.

Então, esse é o terceiro setor. E temos, também, o quarto setor, derrubando torres, tomando conta de Estados. O quarto setor, que é o terrorismo. Portanto, quanto mais forte for o terceiro setor, mais cedo iremos curar as feridas dessa nossa sociedade. Ficamos um pouco tristes porque muitos dos nossos companheiros estão passando deste plano para outros. Inclusive, temos até alguns que estão tendo homenagens póstumas, que já faleceram. Mas, essas pessoas sempre vão estar presentes conosco.

O Luiz Antônio, talvez o seu filho não saiba, ajudou-me muito na Avape, no início da Avape. Porque, na época, eu trancava meu irmão para poder ir trabalhar. E conversava muito com o Luiz Antônio, que me ajudou demais. Ajudou-me até demais quando o setor não entendia bem o que eu fazia, porque eu trabalhava em área de ferramentaria, não em área social. E, o pessoal falava: “Você vai trabalhar na área social, você não é ferramenteiro”. E, Luiz Antônio entendia. Não só fez parte da fundação da Avape, como ajudava aqueles que tinham problemas, como era o meu caso.

O Sr. Crispin, pai do Paulo, dez anos antes de começarmos - como é o caso de muitos pais que vejo aqui hoje - já estava lutando para fundar a Avape. Então, só temos que render muitas homenagens ao Sr. Crispin. O Sr. Castilho também foi outro que batalhou muito, mas muito, para fundar a Avape, para que a Avape fosse grande. Foi fundador, foi o primeiro conselheiro, esteve no Conselho há muito pouco tempo. Ficamos muito felizes e só temos que agradecer a homenagem do Sr. Brandão. Lembrar que vamos espalhar a Avape pelo país. Vamos começar por São Paulo, mas já estamos em outros Estados. Claro, se o quarto setor espalha tanto terrorismo, por que não temos que espalhar coisas boas?

E, há horas em que achamos que o Brasil não está bem. Porque é tanta gente falando que o Brasil está ruim que o pessoal lá fora acaba acreditando, não? Por isso é que há tanta fuga de capitais. Os nossos principais postulantes à Presidência mais criticam do que falam bem. Acho que a coisa que fazemos muito bem na Avape é falar bem dela. É acreditar que hoje ela é a maior entidade do país. Ficamos muito felizes. É a primeira entidade em tamanho que cuida de pessoas portadoras de deficiência, mas começamos muito pequenos. Começamos com meia dúzia.

Para concluir, gosto de uma frase, que repetimos muito: “Ação sem visão não passa de um passatempo. Visão sem ação não passa de um sonho. Visão com ação, você muda o mundo”. E é isso que pretendemos fazer.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Antes de prosseguirmos com a nossa programação, temos a grande satisfação de cumprimentar Dona Dorina Nowill, Presidente da Fundação Dorina Nowill. (Palmas.) Parabéns à Dona Dorina.

Convido o Sr. Paulo Santos Freitas para receber um troféu, como homenagem póstuma ao seu querido pai, Sr. Crispin Xavier de Freitas, um dos fundadores da Avape. (Palmas.)

 

O SR. PAULO SANTOS FREITAS - Boa noite a todos. Agradeço pela oportunidade. Agradeço à Direção da Avape por essa simbólica homenagem. E em nome de meu pai, gostaria apenas de dizer que a maior lição de vida que ele me deixou, e a nós todos também, foi o que um dia falou: “Filho, nunca desista dos seus sonhos e nunca se esqueça de que ninguém chega a lugar nenhum sozinho. A união faz a força”. E hoje, eu vejo que ele realmente, naquela época era menor, eu não tinha a visão que talvez hoje eu tenha dele, eu gostaria de dizer para vocês o seguinte: que hoje, tudo aquilo que ele me dizia, ele me provou nessa homenagem que Avape veio a nos fazer.

Para terminar, eu gostaria de parabenizar a Avape pelos 20 anos de fundação, agradeço ao Aristides, ao Sr. Marcos aqui presente, obrigado de coração, e desejo que a Avape, não que um dia, talvez a Avape não espalhe somente pelo Brasil, e sim, pelo mundo afora. Tá bom? Muito Obrigado. Obrigado pela atenção, e que Deus abençoe a todos.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Convidamos a Sra. Ana Luisa Howard e Castilho para receber homenagem póstuma a seu pai, Sr. Luedy Teixeira de Castilho, entregue pelo Sr. Marcos Antônio Gonçalves. (Palmas.)

 

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- A Sra. Ana Luíza Howard e Castilho recebe homenagem póstuma em memória de seu pai, Sr. Luedy Teixeira de Castilho.

 

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A SRA. ANA LUÍSA HOWARD E CASTILHO - Boa noite a todos, eu venho agradecer a vocês por homenagear meu pai, que sempre pensou muito e trabalhou muito pela causa das pessoas que naquele momento ainda eram muito discriminadas, e que hoje, graças aos bons céus, estão bem mais inseridas na sociedade e é o que nós desejamos que continuem sendo inseridas na sociedade.

E a Avape faz o seu grande papel, eu acho realmente que é uma iniciativa fantástica, continuamos seguindo as outras instituições, de maneira que todas cresçam. Muito Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Convidamos o Sr. Luiz Marcelo de Souza Guimarães Filho, que receberá uma homenagem em memória a seu pai, Sr. Luiz Antônio Guimarães Silva, um dos fundadores da Avape.

Este troféu está sendo entregue pelo nosso querido amigo e um dos ilustres batalhadores da Avape, Sr. Aristides José Oliane, que nos deu a honra de passar às mãos este troféu.

 

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- O Sr. Luiz Marcelo de Souza Guimarães Filho recebe homenagem póstuma em memória de seu pai, Sr. Luiz Antônio Guimarães Silva. (Palmas.)

 

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O SR. LUIS MARCELO DE SOUZA GUIMARÃES FILHO - Obrigado, boa-noite, é uma satisfação muito grande para mim estar aqui, podendo receber este prêmio em nome de meu pai, e também um orgulho muito grande de ver como a instituição cresceu nesse período, nesses 20 anos, e mesmo não acompanhando toda essa evolução muito perto, era muito pequeno na época, mas ultimamente tenho procurado acompanhar sempre como está a evolução da entidade, como é que estão sendo os acompanhamentos, de todas as atividades que a entidade faz, isso me causa uma grande satisfação, um grande orgulho.

Então, eu queria somente dizer que realmente a entidade está de parabéns, é uma coisa muito bonita o que é feito. Nós temos um longo caminho, sabemos que a sociedade brasileira ainda não é a sociedade mais adequada em termos de justiça social e justiça para todo mundo, igualdade, mas estamos crescendo muito no caminho, e precisamos de instituições como essa, entidades como essa, que ajudem a fazer isso a se tornar uma realidade. Sinto-me cada vez mais orgulhoso, e cada vez que venho a um evento da Avape, sinto mais satisfação em estar aqui presente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Convidamos a Da. Yara para entregar às conselheiras Da. Inês Fujimoto Silva, Da. Olívia Maria Silva e a Sra. Silvia Helena Gonçalves, superintendente da Avape. Pela ordem, Da. Inês Fujimoto. (Palmas.)

 

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- A Sra. Iara entrega ramalhetes de flores às Sras. Inês Fugimoto Silva, Olívia Maria Silva e Silvia Helena Gonçalves. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Temos o prazer de convidar D. Olívia Maria Silva para receber também um ramalhete de flores. (Palmas).

Temos a satisfação de convidar D. Sílvia Helena Gonçalves para receber um cesto de flores de D. Yara. (Palmas).

Tenho a grata satisfação em cumprimentar e de passar às mãos de D. Dorina de Gouveia Nowill uma corbelha de flores. Fico muito feliz em ter a oportunidade de prestar esta merecida homenagem. (Palmas).

 

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- A Sra. Yara entregue ramalhetes de flores às Sras. Olívia Maria Silva e Sílvia Helena Gonçalves. (Palmas.)

 

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A SRA. DORINA DE GOUVEIA NOWILL - Pensei que tinha escapado desta, mas o Marcos não deixa. Tive uma sensação muito interessante agora: quando eu chegava atrasada, eu ficava de castigo, e chegando agora bem atrasada - não por culpa minha - até bateram palmas! Isto quer dizer que o mundo melhorou, há menos preconceito, mas São Paulo parou esta noite. Quero agradecer a todos os senhores da Avape pois sinto-me feliz e muito honrada pelo pouco que pude fazer. Tive a satisfação em trabalhar com o pessoal da Avape, com o Marcos e com todos aqueles que têm feito este trabalho maravilhoso.

Não nos cansamos de mostrara importância dele e esta é uma grande obra da comunidade, que tem procurado resolver aqueles problemas que muitos fazem muitas elucubrações, mas pouco resolvem. E uma organização como a Avape tem dado uma construção maravilhosa.

O meu maior contato com a Avape foi na época em que todos nós ficamos um pouco desesperados devido a uma lei que o governo resolveu fazer e que nos tirava a possibilidade de um desconto em relação à quota patronal e isto iria prejudicar muito todas as obras. Naquela época, vi muita gente que diziam: “O que vamos fazer? Como vou fazer para comprar leite para as crianças? O que podemos fazer?”

Nós todos então nos reunimos. O Marcos, sem dúvida, foi um grande líder. Ele conseguiu fazer com que eu subisse num caminhão e falassem em frente ao Municipal - minha família ficou horrorizada quando viu no jornal. O nosso desespero foi tal - e a vida é assim mesmo - que surgiu a Rebraf, que é hoje uma organização grande, uma expressão importante da sociedade civil, que certamente terá influência no futuro para que não sejamos mais surpreendidos com leis ou determinações que estão longe de poder colaborar conosco, para que possamos resolver os problemas que a nossa comunidade enfrenta.

Eu aprendi a conhecer a Avape nessa época de luta. Trabalhamos todos juntos. Acho que fomos bem sucedidos. Ainda estou na presidência da mesa do conselho gestor, da qual o Marcos é também membro - aliás muito merecidamente, dado seu esforço e entusiasmo, sem falar na sua idade, pois é bem mais jovem, e nessas horas ele age com mais entusiasmo. Para mim é uma honra muito grande.

Nós levamos uma hora e meia para fazer um percurso de 10 minutos. Senti-me como naquele filme "Uma vez no passado", e até achei bonito: pensava que estava chegando de carruagem, pois para levar tanto tempo para chegar de Pinheiros até aqui, só mesmo "uma vez no passado”. No momento mais progressista do mundo, quando a informática nos resolve tudo, quando a ciência nos transporta voando de um lado para outro, temos de cair em nós mesmos. Mas, ainda precisamos de uma hora e meia para fazer um percurso de 10 minutos.

Parabéns para todos. Achei uma beleza, quando entrei, constatar a delicadeza desta organização, homenageando aqueles que no passado plantaram para que ela pudesse existir. Em geral, o mundo de hoje se esquece que tudo que se faz tem base nos alicerces que outros empreenderam e plantaram, e que hoje nos permitem levar avante todas essas obras.

Parabéns, muito obrigada, muito honrada, e desculpem-me pelo meu atraso, mas não foi muito bem minha culpa. Assim mesmo, eu não merecia palmas por ter chegado atrasada. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Senhoras e senhores, peço licença para entregar ao Sr. Marco Antônio Gonçalves, presidente da Avape, esta modesta lembrança que a Assembléia Legislativa lhe presta em homenagem aos 20 anos de trabalho e dedicação que a Avape vem desenvolvendo, visando sobretudo a inclusão social do portador de necessidades especiais.

 

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- É prestada a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MARCO ANTÔNIO GONÇALVES - Nós da família Avape gostaríamos muito de agradecer o Dr. Brandão por esta homenagem na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Estávamos lembrando hoje de alguns fundadores que inclusive já faleceram. Temos aqui muitos portadores - vejo-os desta tribuna - que foram recuperados pela Avape e colocados no mercado de trabalho, vivendo hoje uma vida mais digna. O que a Norina falou é muito importante. Há muitos anos atrás não tínhamos esse conceito de cidadania com que convivemos hoje.

Pouca gente conhece a história da Norina Nowill. Estamos lembrando da Avape, essa grande entidade. Aliás, hoje é a maior do País no segmento de portadores de deficiência. Mas, a Dorina também é uma grande entidade. Acredito que foi inspirado nessas pessoas que nós fundamos a Avape. Não podemos nos esquecer disso, Brandão. Porque existem muitas pessoas, como a D. Jô Clemente e a Dorina, que estão vivas e desejamos que vivam por muito tempo ainda, e que são lendas vivas desse terceiro setor.

Talvez não estivéssemos nesse estágio que estamos hoje se não existissem pessoas como a Dorina no passado. Ela dedicou sua vida por uma causa. A Dorina talvez seja um exemplo dessas 250 mil entidades, cuja maioria foi fundada por pais de portadores ou por pessoas que vivem ou se identificam com o problema. Mas a grande maioria acaba sendo aquelas pessoas que vivenciam o problema. Que, aliás, são pessoas que não fazem parte do problema. Fazem parte da solução. Esse é o grande diferencial. Assim, tenho certeza que a homenagem da Dorina foi muito bem recebida por ela.

Hoje ela preside a maior entidade brasileira, que é a Rebraf, a qual tivemos a felicidade de ajudar a construir. Demos os primeiros telefonemas e fizemos as primeiras reuniões. E hoje ela é a maior entidade brasileira. Estão também no Conselho Nacional de Assistência Social, onde são 18 pessoas que definem a assistência social do País. Fico muito honrado e muito feliz por isso. Tenho estado até muito longe da minha família, o que é muito difícil, mas acredito que temos que perder um pouco da nossa qualidade de vida para ajudarmos a qualidade de vida de 17 milhões pessoas que estão à margem da margem.

A mulher já chegou na margem, assim como o negro e o índio também já chegaram na margem. Mas essas 17 milhões de pessoas no País estão à margem da margem. Ainda nem chegaram na margem. Estão trancados nas suas casas, não têm escolas públicas adaptadas para eles, não têm atendimento médico, não têm próteses, enfim, não têm uma série de coisas. Acho que é por esses que lutamos tanto, não é mesmo Dorina? Acredito que seja por esses que vamos deixar o exemplo da Avape, da Dorina e de muitas outras entidades. A coisa vai acontecer muito rápido.

Brandão, fizemos aqui um abraço na Assembléia Legislativa há pouco tempo atrás, na semana do excepcional, no dia 28. Vieram aqui mais de três mil portadores de deficiência. Vieram aqui mais de mil pessoas ligadas às pessoas portadoras de deficiência. Infelizmente não tivemos um Deputado para nos receber. Até entendemos que os Deputados estão em campanha. Mas começamos a sair de casa. Fiquei muito emocionado quando vi três mil portadores de deficiência abraçando a Assembléia.

Então, Dorina, não é só você que subiu num caminhão de som para gritar, não. Não somos só nós hoje. Hoje estou vendo aqui o José Sílvio, que é dirigente da Avape e que é um portador de deficiência. Certamente o colocaremos na próxima gestão, certo Aristides? Mais portadores de deficiência na gestão da Avape. Acho que eles têm que começar a dirigir a Avape. Esperamos que em alguns anos os próprios portadores de deficiência dirijam a entidade. Esperamos que não dirijam só a entidade, mas que comecem a dirigir também o País. Acredito que quanto mais pessoas do terceiro setor participarem, maior a possibilidade de mudarmos esse planeta água.

Vivemos num mundo de grandes transformações. Transformações no meio ambiente e nas tecnologias. É impressionante mas estamos na iminência de começarmos uma nova guerra. Temos facilidade para construir mais pessoas deficientes e mais desgraça. Tem um livro do John Nasbw, Megatendências, que vale a pena ser lido ainda hoje. Ele escreveu o livro em 1990, e ele fala que na virada do milênio o mundo será das mulheres. Oitenta e três e meio por cento das entidades administradas no País são regidas por mulheres, viu Dorina! Não é só você que administra, não! Repito que 83% das entidades do País hoje são administradas por mulheres. Sinal que as mulheres estão saindo de casa, das panelas e certamente ajudarão a transformar esse planeta água também. Assim, vivemos num mundo de grandes tendências e ficamos muito felizes de estarmos fazendo essa história.

Temos aqui hoje muitos pais. Mas não vou citar o nome de nenhum porque posso me esquecer de alguns e fazer injustiça. Mas muitos portadores, muitos pais, muitos técnicos, muitos simpatizantes, muitos conselheiros, muitos funcionários. Concluindo, acreditamos que estamos num grande passo agora, com a Avape de maneira bastante agressiva, a partir do segundo semestre e para o ano que vem.

De novo, Dorina, acredito que temos um grande desafio de espalhar o bem. Tem muita gente espalhando o mal. Talvez o mundo esteja como está porque tem pouca gente que tem uma força terrível de espalhar o mal. Acredito que temos que tentar espalhar o bem. Esse tem que ser o nosso grande papel na virada desse século, desse milênio.

Desculpe-me Brandão, pois me estendi, mas fico sempre muito emocionado até porque participei dessa história. Estou já há duas décadas e meia ou mais de três décadas cuidando do irmão portador de deficiência e cuidarei dele enquanto eu puder estar vivo e puder cuidar dele. Acho que se cada um de nós fizermos um pouquinho só que seja, será tanta gente fazendo esse pouquinho que isso vai virar um montão e vamos acabar mudando um pouquinho esse planeta água. Que Deus nos ilumine. Muito obrigado pela homenagem. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Teremos o prazer de ouvir também o Sr. Aristides José Oliane, vice-presidente da Avape. (Palmas)

 

O SR. ARISTIDES JOSÉ OLIANE - Boa noite a todos, depois de ouvir as palavras do nosso presidente, nosso grande líder, é difícil acrescentar mais em termos de todo esse trabalho e o posicionamento da Avape no nosso cenário de São Paulo, do Brasil e também internacional - temos vários convênios e parcerias com entidades do exterior.

Lembro no início, “vamos nos ajudar a fazer acontecer uma entidade”. Em cima desse ideal, não tinha pessoas portadoras na minha família mas abracei essa idéia juntamente com o Luiz Antônio, que também nos ajudou bastante nesse começo. Alguns fundadores que aqui estão, abraçamos esse ideal e o tocamos. No começo, fazíamos tudo.

Não poderia deixar de agradecer nesses 20 anos, em primeiro, a ajuda, o entendimento de nossos familiares, de todos nós, que dedicávamos aquele horário, aquela hora que tirávamos de estarmos juntos no lar para estarmos tocando uma entidade. E também a Avape não seria como é hoje sem termos uma colaboração de todos esses membros, nesses anos todos que participaram do conselho, alguns desde o início, e também dos nossos, vamos chamar assim, idealistas, colaboradores.

A Avape é um motorzinho que toca. Todo nosso corpo de funcionários, nossos dirigentes, nossos gerentes, cada um na sua atividade, nossos parceiros que hoje abriram este espaço para que aceitasse essa mão-de-obra especial, abriram o coração para que dessem uma oportunidade de exercer sua cidadania. Não podemos deixar de esquecer as autoridades que entenderam essa nossa idéia e nossa missão. Não poderia deixar de passar nessa oportunidade também de agradecer a todas essas pessoas que nesses 20 anos nos ajudaram a chegarmos onde estamos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Ouviremos, em CD, o Hino do Voluntário da Avape, música hino do Ano Internacional do Voluntário, letra de Vera Filipi, coordenadora dos voluntários da Avape.

 

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- É feita apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Com a palavra o nosso querido amigo Marcos Antônio Gonçalves.

 

O SR. MARCOS ANTÔNIO GONÇALVES - Como todos estão ganhando presente, vamos também oferecer um ao Deputado Newton Brandão, um exemplo de homem público. O Deputado Brandão foi prefeito da nossa cidade, onde temos nossa sede, durante três mandatos, e fez muito por nós, isso porque é médico. Eu sempre digo que o pessoal que faz medicina, especialização em psiquiatria, psicologia, serviço social são pessoas diferentes. Eu fiz tecnologia, sociologia, administração, depois, fiz marketing, e dediquei grande parte da minha vida a diversas entidades; sou fundador de uma dúzia de entidades.

Sempre valorizo muito a pessoa da Avape, que é dessa área, e quero, na pessoa da Silvia, fazer uma homenagem a toda equipe, pessoas que fizeram psicologia, especialização e se dedicam a uma causa que nem têm na família. A grande maioria dos nossos técnicos, como o Gilberto, nosso primeiro médico, que está conosco há 20 anos, não têm na família, ou seja, dedicam a vida inteira por uma causa. Por isso, acredito que tenham muito mais mérito do que nós.

Faço uma homenagem ao Deputado Newton Brandão como médico, como grande Prefeito, sempre preocupado com as causa sociais do nosso município. Assistimos, também aqui na Assembléia, a sua pujança, seu carisma. Quem dera eu ter metade do seu carisma! Ficamos muito felizes em prestar-lhe esta homenagem, uma grande pessoa, um grande homem. Espero que V.Exa. guarde essa pequena recordação da Avape, pois realmente nós da família Avape acreditamos naquilo que está escrito nesta homenagem: “Um exemplo de homem público”. Obrigado, Deputado Brandão. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - NEWTON BRANDÃO - PTB - Meus senhores, minhas senhoras, Sr. Presidente da Avape, Marcos, nosso amigo Oliani, Vice-Presidente, nossa simpaticíssima Dona Dorina, todos aqueles aqui homenageados e muitos outros que o serão no futuro em época oportuna, pois também merecem, queremos cumprimentá-los e prestar nossa homenagem.

Antes de encerrar esta sessão, quero dizer aquilo que meu coração manda. As pessoas, muitas vezes, não percebem, mas estamos passando por grandes transformações no mundo, e o Brasil, São Paulo, não pode ficar longe dessa realidade. A nossa Assembléia, em passado até recente, tinha a finalidade de só fazer leis, muitas vezes, fiscalizar o poder público estadual, as autarquias, etc.

Hoje, essa realidade mudou e muito. Não temos mais uma democracia só representativa. Temos uma democracia participativa. Todos os organismos sérios da sociedade, da comunidade, têm de ter uma participação nesse poder, porque ele não pode ser pessoal. Tem de ser um poder da comunidade, que, por determinados períodos, o outorga a um grupo pequeno de cidadãos, na expectativa de serem aqueles que tenham mérito para representá-la.

Há dois anos o meu querido amigo, Presidente desta Casa, Deputado Vanderlei Macris fez o Fórum São Paulo Século XXI, quando fizemos um retrospecto de toda nossa realidade no Estado. Um grupo de Deputados falou sobre saúde, outro grupo falou sobre educação e um outro sobre transporte. Eu participei relatando sobre o Terceiro Setor. Quanto mais eu fui me aprofundando na análise do Terceiro Setor, fui tendo uma consciência clara, muito objetiva, de que a nossa sociedade se transformará muito através de homens bons, como os que estão sendo homenageados hoje nesta Casa. Eles têm como instrumento de trabalho aquilo que num passado recente nós chamamos de organizações filantrópicas, algumas de cunho religioso, seja católico, seja evangélico, sejam os espiritualistas.

Esta Casa tem que ser uma Casa que receba a todos, porque ela tem que ser a síntese da nossa sociedade. Aqui nós somos 94 Deputados. Muitos pensam que é normal que assim seja. Nós pensamos muitas vezes um diferente do outro. Mas isso é muito bom, porque nessa gama de divergências não há conflitos, mas um debate democrático, uma exposição de idéia, de pensamento e muitas vezes de filosofia. Dessas idéias, desses encontros, surgem coisas oportunas, e é o que nós estamos vivenciando. Entidades como a Avape têm que merecer desta Casa um respeito e uma admiração muito grandes.

Não podemos deixar somente por conta do poder público, Eu já fui prefeito da minha cidade por três vezes. Elegemos também o meu vice-prefeito, que foi um grande homem, e o Sr. Zampol, a quem eu sucedi, foi também um grande prefeito. Tivemos a felicidade de termos uma gama muito grande de prefeitos ilustres e por isso nós podemos dizer que a Prefeitura, que é uma das melhores de São Paulo, não está preparada para oferecer o que a Avape oferece - um intercâmbio junto com algumas empresas e a diversificação de seu atendimento.

Essa diversificação muitas vezes nasce da própria compreensão da necessidade de seus membros, que são aqueles que participam, aqueles que são atendidos pela Avape. Li com muita satisfação a revista da Avape e vi o número expressivo de pessoas que já foram atendidas. Tivemos pessoas aqui na Assembléia, que vieram falar comigo, porque a Avape já as tinha indicado para algum lugar e depois de certo tempo disseram que gostariam de mudar para um emprego melhor. Achei isso muito importante, porque devemos mesmo agir assim, perseguir um emprego. Se as circunstâncias indicarem que aquele é o emprego, nós o aceitamos, mas ficamos sempre na perspectiva de uma colocação melhor. Temos essa consciência hoje.

Muitos Deputados e Vereadores pensam que é mais cômodo ter uma Organização Não-Governamental para eles trabalharem, do que a própria Assembléia, como Deputado. É interessante isso. Eu mesmo, quando comecei a estudar este tema, constatei haver uma profundidade imensa, e comecei a acompanhar com detalhes aquilo que acontece no mundo todo.

Foi lembrado aqui. Muitas vezes os Ministros de Estado representam o poder Federal, mas não representam o povo. Parece que há uma contradição nisso, mas não é. Tenho visto em muitos lugares do mundo que essas entidades - as ONGs - vão às ruas, vão à luta. E eu - que muitos me consideram conservador, o que não me ofende, é até bom - achava engraçado. Até falei, neste microfone que eu chego a usar três vezes no dia, para azucrinar a paciência de eventuais adversários: “Jamais imaginei que eu estaria de braços dados na rua, com esses jovens que têm uma fita no cabelo e de cara pintada, nós juntos, lutando pelas mesmas coisas”. O poder em si às vezes é castrador. Você é limitado.

E essas entidades podem merecidamente ter um vôo melhor, um destino grandioso. É evidente que o Estado precisa ser instrumentalizado legalmente. Precisamos ter estrutura, porque não se pode fugir a isso. Nós observamos que na dinâmica dos fatos essas entidades são extraordinárias.

Nós saudamos a Avape e as pessoas aqui mencionadas. Desejamos a todos que Deus abençoe com muito sucesso. O sucesso que nós sempre almejamos é por aquilo que é possível de ser feito, para podermos sentir a consciência tranqüila pelo serviço realizado.

Fizemos algumas entidades, como a Apae, em Santo André. Fizemos um prédio muito bonito - sou meio vaidoso das obras que fizemos, e é um pecado que carrego comigo. E temos outras que precisam sofrer muito, como é o caso dos autistas, que tenho uma casa muito modesta e que precisa ser ampliada.

Mas não quero ficar discorrendo sobre essas coisas, porque hoje, a nossa finalidade primeira e única é cumprimentar a Avape, o seu Presidente, o seu Vice-Presidente, os homenageados que aqui estão conosco, e a todos os senhores e as senhoras. O meu abraço - esse abraço não é um abraço pessoal. É um abraço de toda a Assembléia, e somos 94 Deputados. Mas quero que os senhores saibam que não há um único Deputado que não esteja de acordo com aquilo que a Avape se propõe a realizar.

Aqui nesta Casa há muitas divergências de outras ordens, mas não no domínio social. Portanto, quando estamos ao lado dos senhores, podemos dizer com tranqüilidade: a Assembléia e os 94 Deputados estão felizes por estar ao lado dos senhores e poder aplaudir o trabalho que realiza. Parabéns aos senhores.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de dá-la por encerrada, agradecemos a presença de todos os senhores, as autoridades, a nossa banda de música que vem alegrar-nos. Tivemos um Hino tão bonito - eu gosto muito de música. E gosto de ouvir cantar, é muito bom. Até eu, que sou desafinado, canto muito. Os vizinhos devem ficar por conta, mas é um dos poucos pecados que tenho.

Quero cumprimentar e agradecer a presença daqueles que colaboraram para o êxito desta nossa reunião. Cumprimentar a todos os funcionários desta Casa que, com tão boa vontade, vieram aqui participar. Alguns vieram até voluntariamente, embora não seja seu dia de plantão. Querem, com a sua presença, homenagear a todos.

Antes de encerrar, cumpre a mim, com prazer, convidar a todos para assistir a uma apresentação de dança no Hall Monumental.

Está encerrada a nossa sessão e parabéns a todos que estão aqui conosco.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

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-  Encerra-se a sessão às 21 horas e 50 minutos.

 

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