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31 DE MAIO DE 2011

053ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, DONISETE BRAGA e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: EDSON FERRARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Retoma discussão sobre os problemas do transporte público da Capital. Enfatiza a demora sofrida por passageiros à espera de táxi no Aeroporto de Cumbica. Informa convocação da Comissão de Transportes ao presidente do Metrô. Explica que a finalidade é a de prestar esclarecimentos sobre o processo licitatório da Linha 5. Questiona a retomada das obras em detrimento aos indícios de irregularidades.

 

003 - EDSON FERRARINI

Informa a instalação de novos radares em São Paulo. Repudia declaração do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, ao Fantástico, em favor da regulamentação da maconha. Indigna-se com o número de telespectadores alcançados. Fala de sua luta contra as drogas. Incentiva o diálogo entre pais e filhos, com respeito aos perigos decorrentes do vício. Discorre sobre a forma como a Europa trata o assunto.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Comenta a paralisação de professores das Etecs e Fatecs. Comunica a vinda de representantes à Assembleia para reivindicar reajustes salariais para a categoria. Anuncia possível greve metroviária e ferroviária, a partir de amanhã. Fala de paralisação de funcionários da Sabesp e do Tribunal de Justiça. Conclui que a falta de investimento do Executivo resulta em crise generalizada dos servidores de São Paulo.

 

005 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença de alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, de Valinhos, acompanhados da professora Ivanise Rodrigues Maldonadi, a convite da Deputada Célia Leão.

 

006 - JOÃO ANTONIO

Tece comentários sobre a tentativa de ato público em favor da maconha. Considera pequena a influência dos participantes do evento, cerca de 500, diante da declaração do ex-Presidente tucano, que atingiu milhões de brasileiros. Defende a repressão ao tráfico. Manifesta-se contra a criminalização do usuário de droga. Relembra proposta apresentada pela Presidente Dilma, quanto à multiplicação de unidades de tratamento de dependentes químicos.

 

007 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita dos Vereadores da Câmara de Itariri, Toninho Ribeiro e Luiz Antonio Quinho, a convite do Deputado José Zico Prado.

 

008 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, anuncia a visita do prefeito de Santo Antonio do Aracanguá, Luiz Carlos dos Reis Nonato, a quem cumprimenta.

 

009 - JOSÉ CÂNDIDO

Fala sobre o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado hoje. Cita as principais doenças causadas pelo uso do cigarro. Fala dos malefícios provocados à saúde dos fumantes passivos. Ressalta lei que obriga as indústrias a colocar fotos de alerta nos maços de cigarro. Destaca seu ponto de vista a respeito de fumantes. Tece críticas à declaração de FHC sobre a descriminalização da maconha.

 

010 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença de alunos da Escola Estadual Coronel João Ernesto Figueiredo, de Joanópolis, acompanhados dos professores Luiz Alexandre Ferraz e Roseli Campiotiti, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

011 - FERNANDO CAPEZ

Faz considerações constitucionais sobre o uso de drogas. Afirma que o tráfico ilícito é o mercado mais rentável que existe. Alerta quanto aos perigos do uso nocivo de entorpecentes. Defende campanhas para aumentar o número de vagas em clínicas de reabilitação. Esclarece que a Marcha da Maconha foi proibida pelo Tribunal de Justiça. Acrescenta que a atuação da polícia se deu com a finalidade de se cumprir a ordem judicial. Posiciona-se contrário às drogas e favorável à liberdade de expressão.

 

012 - DONISETE BRAGA

Agradece os Deputados que compareceram ao lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack". Afirma objetivo da Frente, o de chamar a atenção das autoridades paulistas para o problema. Ressalta a importância da iniciativa da Assembleia em debater o tema. Argumenta que a droga atinge todas as classes sociais. Faz referência às "cracolândias" de São Paulo e do Rio de Janeiro. Cita relatórios apresentados por Prefeituras, com dados oficiais sobre o "crack".

 

013 - TELMA DE SOUZA

Dá continuidade ao discurso do Deputado Donisete Braga. Informa que em sua cidade o uso do "crack" já foi ultrapassado pelo do "oxi". Cita componentes tóxicos usados na mistura da nova droga. Fala dos riscos à saúde de quem inala o "oxi". Comenta a falta de estrutura do Estado e a ausência de políticas públicas que combatam as drogas. Ressalta a gravidade da dependência à heroína. Repudia o uso de cigarro e de maconha.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência.

 

015 - LUIS CARLOS GONDIM

Para comunicação, defende política séria de combate às drogas no Estado de São Paulo. Destaca a importância de atividades de lazer para a juventude a fim de prevenir o consumo destas substâncias.

 

016 - Presidente DONISETE BRAGA

Endossa o pronunciamento do Deputado Luis Carlos Gondim.

 

017 - JOOJI HATO

Informa sua presença na inauguração da Frente Parlamentar Anti-Drogas. Destaca o músico Bono Vox como exemplo de ídolo da juventude que é contrário ao uso de drogas. Combate a posição do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso a respeito da maconha.

 

018 - GERALDO CRUZ

Para comunicação, elogia o posicionamento do Deputado Donisete Braga, em favor do combate às drogas. Agradece ao mesmo Parlamentar por PEC, de sua autoria, que permite aos municípios alterar seus nomes através de plebiscitos. Defende a aprovação de projeto de resolução que trata da alteração do nome do município de Embu das Artes.

 

019 – Presidente DONISETE BRAGA

Endossa a fala do Deputado Geraldo Cruz. Enfatiza a necessidade da aprovação de projeto que trata de Embu "das Artes".

 

020 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

021 - JOSÉ BITTENCOURT

Defende a aprovação de PL 644/08, que declara de utilidade pública os templos religiosos estabelecidos no Estado de São Paulo. Considera fundamental para a sociedade o trabalho social desenvolvido pelas igrejas. Informa que o Deputado Fernando Capez interpôs recurso para que o projeto, depois de apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça, seja deliberado pelo Plenário.

 

022 - ED THOMAS

Parabeniza o Dr. Luis Miguel Ferreira, representante do Ministério Público, oriundo de Presidente Prudente, por sua indicação ao Conselho da Fundação Abrinq. Informa que submeteu ao Colégio de Líderes três projetos de sua autoria. Defende a aprovação de matéria sobre a realização de exames de ecocardiograma aos recém-nascidos portadores de Síndrome de Down. Solicita discussão sobre propositura que propõe a instalação de clínicas públicas de tratamento aos usuários de drogas.

 

023 - Presidente JOOJI HATO

Afirma que, na reunião da Frente Parlamentar de Combate às Drogas, o Deputado Federal Rogério Lopes informou que haja apenas uma clínica pública para usuários de drogas no Brasil, localizada no Rio Grande do Sul, e lamenta o fato.

 

024 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, informa que o Deputado Adilson Rossi cancelou reunião da Comissão de Segurança Pública desta Casa, que preside, na qual deveria estar presente o Secretário Estadual de Segurança Pública. Comunica que a bancada do PT tinha um seminário pré-agendado, no qual deixou de comparecer por conta desta reunião. Requer esclarecimentos sobre a questão.

 

025 - Presidente JOOJI HATO

Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Redação, de Administração Pública, de Relações do Trabalho, de Finanças e Orçamento e de Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 20 minutos; e reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Redação, de Administração Pública e de Relações do Trabalho, a realizar-se hoje, às 16 horas e 25 minutos.

 

026 - JOSÉ CÂNDIDO

Debate o tema da liberdade de imprensa. Critica o jornal "Diário do Alto Tietê", que, segundo o Parlamentar, realiza um jornalismo atrelado à politicagem. Apresenta matérias do jornal e considera as manchetes mentirosas e difamatórias.

 

027 - CARLOS GRANA

Para comunicação, informa que o jornal "Diário do Grande ABC" anunciou que foi concedido um canal de televisão para a "Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho", por intermédio da Presidência da República. Esclarece que não faz parte da diretoria da fundação desde o ano passado, embora seu nome ainda conste no Ministério das Telecomunicações, devido a razões burocráticas.

 

028 - ISAC REIS

Pelo artigo 82, informa que o material retirado do Rio Tietê, em operação de desassoreamento, deverá ser realocado na Lagoa de Carapicuíba. Lamenta problemas ambientais e de saúde pública que o município tem sofrido devido aos aterros ilegais. Questiona o Secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos. Indaga quais providências serão tomadas a fim de recompensar as famílias prejudicadas pelo transtorno ambiental, fato que deveria ocorrer antes das obras.

 

029 - ROBERTO MORAIS

Para reclamação, comemora a promoção de Capitã da Polícia Militar de Piracicaba ao cargo de Major. Dá conhecimento do trabalho realizado pela policial na cidade. Lamenta a morte do Vereador Bira, do município de Piracicaba.

 

030 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, retoma denúncia contra site da Polícia Militar que, segundo o Deputado, faz alusão ao Golpe Militar de 1964 e ao massacre de Canudos. Condena atitude do Governador Geraldo Alckmin, que nomeia interventores para negociar em seu nome com os funcionários grevistas do Centro Paula Souza. Critica atitude do Deputado Campos Machado, que pretende controlar o uso do painel eletrônico. Apoia projeto de lei que reajusta o salário dos Defensores Públicos Estaduais.

 

031 - Presidente JOOJI HATO

Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

032 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, apoia a possível aprovação de projeto que reajusta o valor do salário dos Defensores Públicos Estaduais. Considera insuficiente o número destes profissionais em atividade no Estado de São Paulo. Ressalta o trabalho realizado pela classe. Pede maiores negociações do Governo com os funcionários do Centro Paula Souza. Comenta plebiscito que aprova a mudança de nome da cidade de Embu, que passa a chamar-se Embu das Artes.

 

033 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, combate pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi. Explica sua posição sobre a utilização do painel eletrônico. Critica o modo como os Deputados o utilizam.

 

034 - CARLOS GIANNAZI

Para reclamação, atribui o incômodo expressado pelo Deputado Campos Machado com a utilização do painel eletrônico ao seu posicionamento político. Considera o posicionamento do Deputado antidemocrático.

 

035 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, rebate pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi. Fala sobre o surgimento do PSOL.

 

036 – Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

037 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, explica motivos que o levaram a sair do PT. Justifica a utilização que faz do painel eletrônico. Questiona posicionamento político do Deputado Campos Machado.

 

038 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, afirma que o Deputado Carlos Giannazi foi eleito vereador pelo PT. Comenta a saída do Deputado de seu partido de origem.

 

039 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, apoia a utilização do painel eletrônico feita pelos Deputados Carlos Giannazi e Adriano Diogo. Pede pela criação de critérios para a o uso do instrumento.

 

040 - PEDRO BIGARDI

Pelo art. 82, demonstra preocupação com a possibilidade de que o Estado de São Paulo seja excluído da abertura da Copa do Mundo no País. Destaca as competições esportivas realizadas no Estado. Questiona a perda do Centro de Imprensa para o Rio de Janeiro. Solicita providências ao Governo do Estado sobre o tema.

 

041 - GILMACI SANTOS

Para comunicação, censura depoimento do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que demonstrou-se favorável à comercialização da maconha. Defende valores familiares.

 

042 - ADRIANO DIOGO

Para reclamação, justifica sua utilização do painel eletrônico. Destaca o papel da ferramenta durante as sessões plenárias.

 

043 - VINÍCIUS CAMARINHA

Pelo art. 82, destaca investimentos do Executivo Estadual para garantir a realização de jogos da Copa do Mundo no Estado. Lê declaração do Governador Geraldo Alckmin sobre o tema. Cita investimentos do Estado em infra-estrutura.

 

044 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, combate posicionamento do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, favorável à comercialização da maconha. Parabeniza alunos do Colégio Salesiano, de Araçatuba, que criaram cartilha contra o bullying. Informa que a Prefeitura de Araçatuba decretou que, entre 23 e 31 de Maio, será realizada a semana contra o bullying na cidade.

 

045 - CARLOS CEZAR DA SILVA

Pelo art. 82, apoia pronunciamento do Deputado Sebastião Santos sobre o consumo de drogas. Combate opinião do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o consumo da maconha. Discorre sobre os efeitos do Oxi. Cita projeto, de sua autoria enquanto vereador de Sorocaba, de alerta aos jovens quanto ao uso de drogas.

 

046 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, cita problemas envolvendo a "Marcha da Maconha", na região da avenida Paulista. Comenta a realização de outra marcha, esta pela liberdade de expressão, no mesmo local e que, segundo o Deputado, foi pacífica. Parabeniza a Vereadora Soninha Francine pelo apoio a organização das duas marchas. Concorda com o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a descriminalização do consumo da maconha.

 

047 - VINÍCIUS CAMARINHA

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

048 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 01/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, com início às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Edson Ferrarini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - EDSON FERRARINI - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, funcionários da Casa, estudantes presentes nas nossas galerias, semana passada falei do tema mas volto a ele porque amanhã este requerimento estará em pauta na Comissão de Transportes e espero contar com o apoio dos colegas para a sua aprovação. Refiro-me à presença do Secretário dos Transportes na Casa para o debate sobre o transporte no Estado de São Paulo, especificamente sobre a licitação da Linha 5 do Metrô.

Todos sabem da importância do transporte ferroviário. Aliás, no “Estadão” saiu uma matéria intitulada “Acesso difícil aos aeroportos” e a TV Bandeirantes foi até a Cidade de Guarulhos fazer matéria sobre o tempo de espera de um táxi no aeroporto. As pessoas que procuram por um táxi chegam a esperar mais de 20 minutos. Este problema não está afeto ao táxi, mas ao tipo de transporte que temos para chegar até o aeroporto.

A população da Capital, a população que vive na Grande São Paulo e se locomove até os aeroportos, seja o de Congonhas, na Cidade de São Paulo, seja o de Cumbica, na Cidade de Guarulhos, sofre muito com a espera de um táxi. As grandes cidades do mundo têm em seus aeroportos uma estação ferroviária e o maior aeroporto da América do Sul não tem. Faz-se necessária a ligação ferroviária até a Cidade de Guarulhos, bem como em toda a malha ferroviária da região metropolitana. Mas amanhã, estará em pauta a convocação do Presidente do Metrô para falar do processo licitatório da Linha 5, porque a "Folha de S.Paulo" no ano passado fez matéria, gravou um vídeo e registrou documento em cartório dando conhecimento, com antecedência, de quem seriam os vencedores dessa licitação. Aliás, na próxima oportunidade trarei o vídeo que mostra quem seriam os vencedores dos Lotes 3 a 8. Aberto o processo licitatório, os vencedores anunciados com antecedência pela reportagem da "Folha de S.Paulo" de fato ganharam a licitação para as obras dos Lotes 3 a 8.

O processo foi suspenso pelo então Governador Goldman. Havia um processo de apuração no interior do governo do estado em que indícios de irregularidades foram apurados. O Governador Alckmin disse que não ia levar adiante a licitação e estranhamente, passados alguns meses, diz que vai levar adiante, como se nada tivesse ocorrido, como se nenhuma irregularidade houvesse, como se o próprio governo não tivesse apontado irregularidades.

Pedimos, então, que o presidente venha à Comissão de Transportes prestar esclarecimentos. Não podemos permitir que irregularidade como essa venha a público por um jornal de nosso estado e esta Casa não se pronuncie, a Comissão de Transportes não tome medidas. Queremos primeiramente ouvir, fazer nossas indagações, tirar nossas dúvidas e que ela diga, aqui, o que ocorreu, se tem irregularidade ou não, se houve combinação anterior e qual a responsabilidade do Metrô e do governo do estado nessa questão. Por isso pedimos o apoio dos nobres colegas, em especial dos que fazem parte da Comissão de Transportes, para garantirmos a presença do presidente do Metrô nesta Casa. Um de nossos papéis nesta Casa é fiscalizar, o que estamos fazendo solicitando a presença do presidente do Metrô aqui. Isso diz respeito a você, telespectador, que nos acompanha, afinal de contas o transporte ferroviário beneficiará a população da grande São Paulo e do Estado como um todo. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente nobre Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Assembleia, temos boas notícias. A Polícia Militar está instalando radares inteligentes e eficientes, com isso vai diminuir muito o número de acidentes nas estradas. Todavia, é muito complicado o que assisti no “Fantástico”, domingo, com relação ao ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Há alunos neste plenário cujos pais estão preocupados com que esses rapazes não usem drogas. Porque, se eles usarem, todos os seus sonhos irão por água abaixo. Há 40 anos que trabalho recuperando pessoas, e 90% delas começaram com a maconha. No entanto ela é defendida pelo ex-Presidente Fernando Henrique, de 80 anos de idade e em quem votei para ser presidente e hoje não voto mais nem para síndico do meu prédio.

No domingo, às 10 horas da manhã, eu fazia uma palestra a convite do Instituto Brasil de Desenvolvimento Cultural Social, presente o professor Moacir Forte, presidente e curador de uma entidade representativa de jovens e estudantes do curso para militar, com cujos pais eu falava. Todos os dias eu falo contra as drogas. Lá estavam 100 pais. Hoje, na Frente Parlamentar, tinha 150 pessoas. E o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso disse para milhões de pessoas que quer regulamentar o uso da maconha. Meu Deus do céu! Temos é que falar para nossos filhos não entrarem nisso, não experimentar. Um pai dizia que a maconha arrumou um garoto propaganda para divulgá-la. Para o jovem isso será como um rastilho de pólvora. Eles são tão hipócritas que comparam o Brasil com a Holanda. Primeiro que conversando com o povo holandês ele me dizia: Ferrarini, nós temos vergonha do governo holandês que autorizou o maior de 18 anos a fumar 2 gramas de maconha após as 21 horas. Isso está para ser revertido, porque a União Européia descobriu que a porta de entrada da droga na Europa é a Holanda. Estive 2 vezes em Amsterdã observando isso. E citam a Holanda sem dizer que esse país é um pouco maior do que o Estado do Espírito Santo, que cabe 14 vezes dentro do Estado de Minas Gerais, 7 vezes dentro do Piauí, 208 vezes dentro do Brasil.

Sr. Presidente Jooji Hato, V.Exa. que é médico e esteve hoje na Frente Parlamentar contra o crack, fazendo seu depoimento, e da qual sou membro, com muito orgulho, eu falo numa televisão cuja audiência é um traço, mas o presidente Fernando Henrique falou para milhões de pessoas na Rede Globo. Não vão me ouvir nunca.

Peço aos jovens que aqui estão que entendam uma coisa. Eu nunca vi uma pessoa ser viciada por um traficante. Pegou o revólver, colocou na cabeça e disse usa senão você morre. Não. A droga vem pela mão do seu melhor amigo. Ele vai falar 5 mentiras para você: entra nessa; experimente uma vez só; isso está na moda; não seja careta. Nessa hora tenha orgulho de dizer ‘estou fora’, ‘não quero’, ‘isso me prejudica’! Isso que temos de ensinar. Agora, dizer que tem que regulamentar o uso?! Ora, presidente Fernando Henrique! E ele se juntou a mais dois presidentes que não se elegem para mais nada, Gabeira e outro que também não está com nada.

Presidente Fernando Henrique, eu votei no senhor e me arrependo. O senhor não merece o meu voto. Respeito o senhor democraticamente, mas sua opinião com relação à maconha é uma das coisas mais tristes para um homem de 80 anos. O senhor precisa defender a juventude, as crianças abandonadas, lutar pelos hospitais. Dizer que o senhor não fez nada quando era presidente da República em matéria de prevenção. Respeitosamente, não concordo com uma palavra dita por V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, dentro de alguns instantes terá início a reunião do Colégio de Líderes, que acontece todas as terças-feiras às 14 horas e 30 minutos, e que hoje terá a presença de uma comissão de representantes das Etecs e Fatecs que se encontram em greve.

Na semana passada realizamos aqui uma grande audiência pública com mais de 700 pessoas: professores, funcionários, alunos e pais de alunos das nossas escolas técnicas e tecnológicas. E marcamos a vinda dessa comissão de representantes dos professores, funcionários dos alunos para discutir e pedir apoio ao Colégio de Líderes para pressionar o governo estadual a atender as reivindicações dos professores do Centro Paula Souza, que tem um dos piores salários da federação. O salário atual de um professor desse centro é 10 reais a hora/aula. É um dos salários mais baixos dessa modalidade de ensino em todo o território nacional. Não foi à toa que na última avaliação do Saresp houve uma queda do nível de aproveitamento nas escolas técnicas na área do ensino médio. O mesmo vem acontecendo com a educação básica.

Estou me referindo a esse fato, Sr. Presidente, porque já temos categoria em greve no Estado de São Paulo. A partir de amanhã vamos ter greve no metrô porque os trabalhadores do metrô fizeram uma assembleia, o governo não atendeu as reivindicações de reajuste dos salários, nem para repor as perdas inflacionarias. O mesmo vai acontecer com a Sabesp, porque seus trabalhadores vão realizar uma grande paralisação no Estado de São Paulo. E para completar os trabalhadores da CPTM vão fazer uma paralisação; não vai ter trem amanha no Estado de São Paulo. Sabesp, com, Metrô, professores das Etecs e Fatecs; há uma crise generalizada no Estado de São Paulo por conta do arrocho salarial que foi imposto e é mantido pelo PSDB há muitos anos neste estado. Desde o primeiro governo do PSDB aqui no Estado de São Paulo, em 1995, até os dias de hoje, a política salarial do tucanato, do PSDB para os servidores do Estado de São Paulo tem sido o arrocho salarial. Houve uma queda vertiginosa dos salários de 1995 até os dias de hoje. Os servidores do Estado de São Paulo tiveram uma redução de 50% dos seus salários por conta desses governos perversos do PSDB aqui no nosso estado.

A crise continua porque o governo não investe, não respeita a data base salarial e quando concede algum tipo de reajuste o faz muito aquém da reposição das perdas inflacionarias. É o que está acontecendo agora com todas essas categorias que citei. Sem contar ainda que também estão em greve os servidores do Judiciário que não tiveram as suas reivindicações minimamente atendidas. O Tribunal de Justiça reclama que o Governador Geraldo Alckmin não faz a suplementação orçamentária prometida pelo próprio governador no final do ano passado. E com isso os servidores do Judiciário estão praticamente sem reajuste salarial. Só agora o presidente do Tribunal de Justiça anunciou um ínfimo e insignificante reajuste de 6%, que nem cobre a perda inflacionária.

O mesmo vem acontecendo com os servidores da rede estadual de ensino, que estão sendo praticamente enganados pelo governo estadual. O governo anunciou um reajuste de 42% parcelado em quatro anos. Isso não vai repor nem as perdas da inflação desse período. Um verdadeiro absurdo. Por isso estamos tendo toda essa crise dos servidores do nosso estado.

Sabemos que tem dinheiro, tem excesso de arrecadação. No final do ano passado tivemos um excesso de arrecadação de dez bilhões de reais. Só nesses quatro primeiros meses tivemos um excesso de arrecadação superior a dois bilhões de reais. Sem contar ainda 1,5 bilhão que o Governador Geraldo Alckmin congelou no dia em que assumiu o governo do estado. Então, tem dinheiro para dar um reajuste digno para todos os servidores do Estado de São Paulo e acabar com essa crise. Quem paga a conta é a população, porque se o governo estadual não investe nos servidores, não há oferta de qualidade dos serviços públicos para os nossos 42 milhões de habitantes. Toda a política do estado, em cada área, é efetivada, é colocada em prática pelos servidores do estado - professores, médicos, servidores da Segurança Pública. Se não há investimento nos servidores, logicamente não haverá oferta de qualidade dos serviços por mais boa vontade e determinação que tenham os nossos servidores. Há um sucateamento dos serviços públicos no Estado de São Paulo por falta desse investimento.

Fica aqui nosso apelo. Rogamos ao Governador Geraldo Alckmin para que atenda as reivindicações dos servidores do Estado de São Paulo para que a população não seja penalizada, muito menos nossos servidores estaduais. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, de Valinhos, acompanhados da professora Ivanise Rodrigues Maldonade, a convite da nobre Deputada Célia Leão. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, meu colega Deputado Carlos Bezerra, meu colega de tanto tempo de parlamento, na Câmara Municipal de São Paulo, colegas que estão no plenário, alunos que nos visitam nessa tarde, coronel Ferrarini, de maneira franca digo que tem sido um verdadeiro professor para mim, pela sua experiência e pela dedicação a este parlamento, por quem tenho muito respeito, recentemente tivemos uma manifestação de 500 pessoas na minha opinião de maneira equivocada porque não faço apologia ao uso da droga - a favor do uso da maconha. Houve uma repressão brutal contra esses 500 manifestantes. Foi impressionante porque era algo desproporcional à repercussão do ato. Nada contra os policiais que ali estavam, mesmo porque cumpriam ordens superiores. O que dá para presumir, inferir, é que havia pelo menos a conivência do Governador Geraldo Alckmin. Apenas 500 manifestantes. Em termos comparativos, qual a maior repercussão? Os 500 manifestantes? Ou a declaração do ex-Presidente tucano fazendo apologia ao uso da droga? O que repercute mais na sociedade? Onde está o posicionamento dos tucanos aqui no Estado de São Paulo? Onde está o posicionamento do Sr. Governador do Estado a respeito dessa matéria? Por que colocou a Polícia para reprimir os 500 manifestantes e nada falou até agora contra as declarações de Fernando Henrique Cardoso?

Ora, nobre Deputados, essa incoerência é que não aceito. Como dizem na minha terra, usando um palavreado popular, “desce o sarrafo” nos manifestantes e nada fala contra as declarações do ex-Presidente da República do seu partido. Temos um posicionamento claro a esse respeito. Achamos que o que tem que ser reprimido é o tráfico, os traficantes. E achamos que temos que fazer uma campanha cotidiana nas escolas, na família, na sociedade em geral contra o uso da droga, qualquer que seja ela. O que não concordamos é com a criminalização do uso. O usuário é vítima, tanto quanto a sociedade. Temos um posicionamento coeso, de dizer o seguinte: drogas, não! Faz mal a quem usa e também à coletividade. Portanto não temos que ter tolerância. Aos usuários temos que dar outro tipo de tratamento.

Espero que com essa nova campanha a Presidente Dilma possa, de fato, levar às últimas consequências a sua proposta de campanha, que é multiplicar as clínicas para o tratamento de usuários de drogas. E nós vamos fazer isso. E a Presidente Dilma vai fazer isso. Infelizmente - não sou daquele que fica só criticando - nesses 16 anos de tucanato no Estado de São Paulo nada foi feito, a não ser poucas clínicas que atendem apenas 300 usuários do Estado de São Paulo. É isso que criticamos.

Sr. Presidente, termino minha fala dizendo que a repercussão da declaração de Fernando Henrique Cardoso foi muito maior, e com muito mais consequência na sociedade do que os 500 manifestantes. Por que reprimi-los então, se não ouvi nenhuma palavra dos tucanos contra a declaração de Fernando Henrique Cardoso? Descriminalizar o uso da droga e o Estado brasileiro entrar pesado: o Governo da União, do Estado e Prefeituras no sentido de darmos amparo aos usuários, tão vítimas quanto o conjunto da sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar as presenças do Vereador Toninho Ribeiro, da Câmara Municipal de Itariri, de Luiz Antonio, Huguinho e outros assessores, acompanhados do nobre Deputado José Zico Prado. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, aproveito o ensejo para saudar o nosso companheiro de partido e Prefeito de Santo Antônio de Aracanguá, Luizão, presente neste plenário. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência endossa as palavras do nobre Deputado.

Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que hoje prestigia esta Casa nas galerias, amigos assíduos da TV Assembleia, hoje o assunto que predomina nesta tribuna é sobre vícios, o uso de drogas.

“Dia Mundial sem Tabaco

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado no dia 31 de maio, pelos 191 países membros da organização. Ela pretende sensibilizar a comunidade em geral sobre os malefícios do consumo dos produtos derivados do tabaco, divulgar e reforçar as leis que restringem o uso do tabaco em ambientes fechados, estimular os principais empregadores a converterem suas empresas em ambientes livres de tabaco, promover e divulgar o Programa Nacional para o Controle do Tabagismo, divulgar e apoiar o desenvolvimento e adoção da Convenção Quadro Internacional para o Controle do Tabaco, proposta pela Assembleia Mundial de Saúde.

Após anos de consumo, o tabaco vem perdendo suas características “positivas”, e mostrando seu verdadeiro perfil. Hoje não há mais muita dúvida sobre os malefícios do uso de seus derivados para a saúde do fumante e de todos que vivem ao seu redor. O tabagismo, segundo vários estudos, é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora), e quase 50 doenças diferentes.

Principais malefícios do cigarro

As doenças cardiovasculares e o câncer são as principais causas de morte por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer. Apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não está relacionado ao cigarro, pois 90% ocorre em fumantes, e 3,3% em fumantes passivos (pessoas que apenas convivem com a fumaça do cigarro).

Na maioria das vezes, o cigarro leva à morte por doença coronariana (obstrução das artérias do coração), bronquite e enfisema, câncer no pulmão, outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero), e doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral e obstrução na circulação das pernas). Mesmo não levando à morte, este hábito pode causar impotência sexual no homem, complicações maternas e fetais na gravidez, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, e trombose vascular; podendo culminar com amputação de extremidades e membros inferiores.

Fumante passivo

O cigarro não afeta apenas as pessoas que optam por este hábito sabidamente prejudicial. Os não-fumantes expostos à sua fumaça absorvem nicotina, monóxido de carbono e outras substâncias contidas no cigarro, charuto ou cachimbo, da mesma forma que os fumantes. A quantidade de tóxicos absorvidos passivamente depende da extensão e da intensidade da exposição, além da qualidade da ventilação do ambiente. Os fumantes passivos sofrem os efeitos imediatos da poluição tabágica ambiental, tais como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, dor de cabeça, exacerbação de problemas alérgicos e cardíacos - principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória, aumento do risco de aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.

Avanços na legislação

No Brasil progressivamente surgem leis em nível estadual e municipal preservando os direitos dos não-fumantes. A propaganda e publicidade dos derivados do tabaco em revistas, jornais, televisão, rádio e outdoors está proibida, assim como o patrocínio de eventos esportivos nacionais e culturais pela indústria tabaqueira; o uso desses produtos nos veículos de transporte coletivo; a venda por via postal; a distribuição de amostra ou brinde; a propaganda por meio eletrônico, inclusive Internet; e a comercialização em estabelecimentos de ensino e de saúde. Também foi determinada a veiculação de advertências sobre os malefícios do tabagismo nas embalagens e qualquer tipo de propaganda sobre o produto; além da proibição do fumo em ambientes públicos fechados, exceto em áreas reservadas aos fumantes.

Fonte: Boa Saúde.”

Os Deputados Edson Ferrarini, João Antonio e outros abordaram esse tema. Nunca houve proibição para essa droga, mas ela também é uma droga e mata. O vício do cigarro é tão avassalador que foi criada a Lei de Alerta: todos os maços de cigarro estampam fotografias assustadoras e diz que aquilo é consequência do uso do cigarro. Os viciados em cigarro são tão doentes, sabem que podem morrer em conseqüência do fumo, mas uns brincam, falam que querem morrer devagarinho, outros protestam e dizem que para eles não faz mal, mas comprovadamente o cigarro é prejudicial à saúde. Quando eu era vereador na Cidade de Suzano, aprovamos uma lei que proibia o fumo do cigarro no recinto da Câmara Municipal. Usei a tribuna nesse dia e fui um pouco exagerado, a meu ver. Falei que todos os fumantes eram pouco inteligentes.

O Presidente da Câmara era médico e assim que terminei o meu pronunciamento, ele pediu para o vice assumir e pediu a palavra. Eu esperava que ele viesse fazer uma defesa e contestar o meu discurso. E ele falou: "Quero dizer ao Vereador Candido que tenho dois defeitos: sou pouco inteligente e sou burro, porque sou médico, mas não posso parar de fumar."

As pessoas têm dificuldade quando se viciam. Imaginem, então, os viciados em crack, que é oriundo do uso da maconha. Todos os viciados, é comprovado, começam com a maconha e não param nunca mais.

Portanto, concordo com todas as palavras ditas aqui, até agora, porque nosso ex-Presidente da República, Fernando Henrique, foi covarde, porque não teve a coragem, pelos oitos anos em que foi Presidente de levantar essa polêmica e agora, para virar notícia, para ficar na mídia, comete essa barbaridade e defende a liberação da maconha.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos da Escola Estadual Coronel João Ernesto Figueiredo, da Cidade de Joanópolis, acompanhados dos professores Luiz Alexandre Ferraz e Roseli Campiotiti, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, professores e alunos presentes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tivemos uma entrevista com o Deputado Ferrarini, no mesmo espaço, no jornal "O Estado de S.Paulo".

Gostaria de fazer algumas manifestações a respeito da questão das drogas, da legalização ou não. A atual lei de drogas, a Lei Federal 11.343/06, criminaliza o tráfico ilícito de entorpecentes no seu Artigo 33, e criminaliza a aquisição da droga para consumo no seu Artigo 28. É somente uma pequena correção. A nossa legislação não criminaliza o uso da droga, ela criminaliza a detenção da droga para uso e consumo posterior.

Em matéria de drogas, temos que ser absolutamente intolerantes. Se existe uma matéria que não comporte flexibilidade, essa matéria é a questão de compactuar com qualquer forma de legalização do uso de substâncias entorpecentes, de psicotrópicos em geral.

As drogas, e é fato notório, estão se disseminando não só pelo território nacional, mas criando raízes em torno do mundo, mantidas por organizações criminosas poderosíssimas. Logo depois do tráfico ilícito de armas, o tráfico de drogas é o mercado criminoso mais rentável do planeta.

Temos apresentado inúmeras sugestões, como por exemplo, a capacitação dos docentes da rede pública, para que em todos os momentos em suas aulas, não importa a matéria, contextualizem essa questão e falem sobre os perigos do uso nocivo das drogas. Estamos fazendo também campanhas para aumentar o número de vagas nas clínicas regionais para tratamento de dependentes químicos.

Temos que somar esforços nesta questão. O terreno em que se ganha a batalha contra as drogas é a mente do jovem, seja na escola, seja trazendo a família para a escola, fixando o aluno na sala de aula e posteriormente em atividades esportivas, educacionais, artísticas, profissionalizantes. Temos que realmente não compactuar, em absoluto, com essa questão.

Fui indagado a respeito da Marcha da Liberdade e da postura da Polícia Militar, quando houve a Marcha da Maconha. Vamos separar as questões. Na Marcha da Maconha o Tribunal de Justiça de São Paulo havia dado uma ordem judicial para que não ocorresse aquela manifestação. Portanto, quando se deu a manifestação, ela se deu em descumprimento a uma ordem judicial. E a Polícia Militar fora ali chamada para dar cumprimento à ordem judicial, emanada do Poder Judiciário.

A polícia, no cumprimento dessa ordem, reprimiu a manifestação. Houve excessos? Para mim, visualmente, foram claros. Houve. A polícia tem que usar força, energia, e não violência. Mas foram excessos episódicos, ocasionais. Estava claro que a manifestação ali se dava para impedir uma passeata que estava proibida por ordem judicial. Se nós não concordamos com a ordem judicial, devemos contestá-la, dentro da hierarquia do Poder Judiciário, mas não violar completamente, porque aí estaríamos afrontando o próprio sistema.

Posteriormente, quando houve uma segunda manifestação, indagado, fui claro ao dizer: não se pode estabelecer censura prévia à liberdade de manifestação do pensamento. Evidentemente, se há uma ordem judicial, a Polícia Militar tem que cumprir essa ordem judicial e garantir o estado democrático de direito, mas não cabe à instituição fazer uma censura administrativa à realização desta ou daquela passeata.

Penso, sim, que devemos aceitar o debate. O Presidente Fernando Henrique Cardoso se manifestou pela legalização da maconha. Sou completamente contra essa posição, terminantemente, radicalmente contra essa posição. Posso não concordar com o ponto de vista, mas defendo até o fim o direito de a pessoa dizê-lo.

E assim, não devemos ter medo desta manifestação. Devemos, sim, procurar conversar com esses jovens que, lamentavelmente, são dependentes da maconha, dependência psicológica ou dependência física, e temos que chamá-los para o debate. Não é simplesmente reprimindo que vamos resolver esta situação.

Portanto, no mérito, totalmente contra as drogas. Mas, como já dizia Voltaire, "posso não concordar com nenhuma das bobagens que você disse, mas defendo até o fim o direito de dizê-las". Vamos debater e vamos procurar trabalhar a mente do jovem nessa grave questão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Helio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Chico Sardelli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero agradecer aos deputados Jooji Hato, Edson Ferrarini e Telma de Souza por terem  acompanhado o lançamento da Frente Parlamentar contra o Crack e outras drogas. São 25 parlamentares que fazem parte dessa frente. Hoje, a Assembleia Legislativa cumpriu um papel exemplar para o Estado de São Paulo ao tomar a iniciativa de discutir um tema que tem sido a tristeza de muitos pais e mães. Todos que somos pais estamos sujeitos a isso. O crack deixou de ser um tema específico das classes C, D e E. Hoje, o crack está em todas as classes sociais.

Hoje lançamos a frente parlamentar. Contamos com a presença de pessoas que têm debatido esse tema no Estado de São Paulo. Estava presente o Deputado Federal de Minas Gerais pelo Partido dos Trabalhadores, Deputado Reginaldo Lopes, que coordena a comissão que discute esse tema no País. O deputado deu uma grande contribuição. Essa frente parlamentar vai chamar a atenção das autoridades públicas, da sociedade civil, dos prefeitos, do governador. Contamos com a presença da Dra. Eloisa de Souza Arruda, Secretária da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. Contamos com a presença do Dr. Wladimir Taborda, médico da Secretaria da Saúde; Dr. Mauro Aranha, presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas; Sr. Milton Lucas, que expressou uma experiência significativa do Município de Piratininga; Clarissa Homsi, coordenadora jurídica da Aliança de Controle do Tabagismo e Marylin Tatton, diretora da Associação de Parceria contra as Drogas.

Enfim, foi uma mesa extremamente competente, que tem discutido muito esse tema no Estado de São Paulo e no nosso País. Não queremos que a cracolândia seja o cartão-postal da maior capital da América Latina. Temos uma cracolândia no Rio de Janeiro. O Governador Sérgio Cabral tem estabelecido políticas para o perfil do Estado do Rio de Janeiro. Temos a cracolândia de São Paulo. Lamentavelmente, faltam muitas iniciativas, seja da Prefeitura, seja do Governo do Estado, para que possamos estabelecer um resgate dos nossos jovens.

Segundo pesquisa apresentada pelo Dr. Eduardo Stranz, que representou, no evento de hoje, a Confederação Nacional de Municípios, 80% da faixa etária entre nove e 20 anos está envolvida com o crack no Estado de São Paulo. É um caminho sem volta.

Queremos estabelecer um marco de políticas que envolvam o Governo Federal e o Governo do Estado. Pedimos um relatório sobre drogas para os 645 municípios do nosso Estado. Para a nossa surpresa, em apenas uma semana 50 prefeituras já apresentaram relatórios a respeito dos investimentos do orçamento. A partir daí, poderemos travar um grande debate no Orçamento do Estado de São Paulo, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias para discutir investimentos com relação às políticas públicas do Estado de São Paulo.

Hoje, demos um passo extraordinário para refletir sobre o crack no Estado de São Paulo e criar políticas afirmativas fundamentais sobre esse tema tão terrível. Voltarei a essa tribuna para continuar minha manifestação. Hoje, a Assembleia Legislativa lançou a frente parlamentar que apresentará contribuições importantes para Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de dividir minha intervenção em dois momentos. Primeiramente, quero continuar o discurso do nobre Deputado Donisete Braga. Hoje, com a presença de vários deputados, sob a coordenação do Deputado Donisete Braga, tivemos a instalação da Frente Parlamentar de Combate ao Crack.

Venho de uma região onde o crack já está ultrapassado pelo oxi. Ontem, na mídia, tivemos algumas informações extremamente dolorosas sobre os solventes e os componentes líquidos que fazem parte da transformação da cocaína em pasta. É lamentável que isso aconteça. Vou falar uma heresia: nem sequer uma cocaína pura é aspirada pelos nossos jovens. Foram encontrados, pelos dados estudados: gasolina, solvente, água poluída e uma série de outros derivados líquidos que dão uma situação extremamente dolorosa e piorada para o dependente da cocaína, e pior ainda, para o dependente do crack.

Mas já estamos chegando ao oxi, que ainda é mais barato do que o crack e que se instala nos bolsões onde a falta de estrutura e de política de estado deixa em aberto uma situação para que a dependência se estabeleça rapidamente. A heroína se torna dependência após o primeiro uso. Mas a heroína é uma droga cara. Então, não tem um acesso popular como sabemos que ocorre em países de Primeiro Mundo.

Estive na ONU no meu último ano de deputada federal, em 2006. A subsede da ONU que fica em Bangcoc, na Tailândia, demonstrou um flagelo internacional: a dependência por heroína. A dependência por esse tipo de droga só pode ser tratada, primeiramente, com redução de risco, troca de seringas, acompanhamento do usuário, o que ainda é extremamente progressista para muitas mentes conservadoras.

Falo isso porque quando fui deputada federal constituímos uma frente de combate às doenças sexualmente transmissíveis e havia uma integração com a questão das drogas, drogas chamadas mais leves e drogas chamadas mais pesadas.

Queria que o Deputado Capez estivesse aqui porque é arbitrário, anticientífico e leviano colocar a maconha no mesmo patamar dessas outras drogas. Não faço apologia à maconha, sequer cigarro fumo. Tenho horror ao tabagismo e a qualquer tipo de intoxicação que venha do já poluído universo em que vivemos. No entanto, é preciso saber que uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. Aquilo que é fatal em poucas vezes de uso não pode ser atribuído aos diversos tipos de drogas. Isso é puritanismo, é moralismo, é ausência de conhecimento científico sobre essas questões. Penso que teremos um debate aprofundado sobre isso.

Finalizo dizendo que hoje a Casa inicia um trabalho consistente, robusto, na luta contra a pior mazela que pode afligir o ser humano na sua solidão, na sua impotência e principalmente na ausência de cuidados públicos e, diria também, de solidariedade de cada um de nós. Muito obrigada.

 

O Sr. Presidente - Donisete Braga - PT - Agradeço à nobre Deputada Telma de Souza pela referência e pela manifestação tão contundente e importante para este Parlamento.

Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. Luis Carlos Gondim - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, estava ouvindo a Deputada Telma, assim como ouvi os outros deputados no meu gabinete. Penso que temos que levantar o problema das drogas de uma maneira geral.

Neste momento, no qual se tenta restringir o tabagismo e o alcoolismo, principalmente o uso por menores de idade, liberar uma droga, como é o caso da maconha, também é muito sério. Somos contra porque seria mais uma droga, mais uma porta de entrada liberal para a juventude e população. Temos também a chegada do oxi; já temos o crack, que domina a juventude e pessoas adultas.

É preciso fazer uma política séria de combate às drogas no Estado de São Paulo, oferecendo cultura, esporte, cinema, rádio, televisão, enfim, oferecendo lazer à juventude, ocupando o espaço que a juventude merece, divulgando o primeiro emprego - e dando o primeiro emprego, também.

Tudo o que fizemos no sentido da prevenção terciária, que é quando a pessoa já está dependente, foi um fracasso. Temos que fazer a prevenção primária e secundária, antes da dependência. Se não fizermos isso com os adolescentes, dando-lhes condições para que possam se empenhar na música, na cultura, no esporte, como já disse, não vamos resolver esse problema: vamos perder a guerra e ficar correndo atrás do rabo. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Donisete Braga - PT - Obrigado pela manifestação de Vossa Excelência. Inclusive, esse tema foi debatido muito bem pela manhã e a colocação de V. Exa., sem dúvida alguma, reforça ainda mais a discussão.

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, pelo prazo remanescente de cinco minutos.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro Presidente da sessão, Deputado Donisete Braga, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, estive hoje no lançamento da Frente Parlamentar Antidroga que V. Exa. presidiu, nobre Deputado Donisete Braga. Recebemos a visita do Deputado Federal da Comissão Antidroga da Câmara Federal. Foi realmente muito benéfica e profícua essa reunião, que tem que ganhar força.

Nós, parlamentares, os médicos, as pessoas de bem sabem como é difícil essa luta desigual. Temos a sensação de que estamos perdendo uma batalha, mas não vamos perder a guerra. Haveremos de vencê-la porque se trata do futuro dos herdeiros do País.

Por isso, temos que lutar, embora existam pessoas que fiquem falando, incentivando, fazendo até a Marcha da Maconha na Av. Paulista, na maior cidade do Hemisfério Sul, São Paulo. Essas coisas não deveriam ser aceitas de forma alguma. Já parabenizamos publicamente o desembargador que vetou essa marcha, que seria tão prejudicial aos nossos jovens. Só quem tem um drogado na família sabe como é o malefício que a droga causa.

Nós, que somos médicos, homens públicos, temos uma tarefa muito importante. Imaginem, por exemplo, o Papa. Logicamente, ele não irá dizer isso, mas se o Papa dissesse: “A maconha é boa, a heroína é boa, a cocaína é boa. Vamos todos juntos na balada.” Imaginem Bill Clinton, John Kennedy ou Indira Gandhi dizerem que a maconha é boa. Imaginem o líder de cada país dizer que a droga é boa: “Vamos regulamentar, vamos legalizar, vamos liberar.” Imaginem Ulysses Guimarães, que foi do meu partido, ou Tancredo Neves. Imaginem Pelé no seu auge, quando os jovens o seguiam e admiravam, como também o Messi. Só não dá para dizer isso do Maradona, que foi usuário de drogas.

Os homens públicos, os líderes, têm que seguir exemplos como o do Papa, de John Kennedy, principalmente daquele que esteve no Morumbi, trazendo milhares de jovens, abarrotando o estádio: Bono Vox, do grupo U2. Ele é um exemplo, um líder dos adolescentes do mundo inteiro. Ele não fala para usar maconha, para levar os jovens a um caminho que não interessa. Pelo contrário, ele luta contra as drogas, é um símbolo. Não se pode dizer isso, desculpem, do John Lennon. Mas o Bono é o símbolo da luta antidroga, é aquele que quando tem uma catástrofe, um acidente natural, faz show, arrecada fundos para socorrer as pessoas que necessitam. Esse é o exemplo.

Precisamos endurecer mais. Tem que fiscalizar. Os jovens que estão nesse caminho não sabem para onde ir. Eles vão para a droga porque parece que não têm outro caminho. E chegam aqueles que são ex-Presidentes da República incentivando, querendo legalizar a droga. Um homem público - aquele que foi Presidente de um País - não pode dizer isso. Ele deve dar o exemplo.

Quero então dizer que não concordo com Fernando Henrique Cardoso. Ele está enganado, mas penso que ele pode ainda mudar de opinião e socorrer os nossos adolescentes. Temos uma esperança muito grande, pois a droga não serve. O que serve é religião, esporte, educação aos jovens, dando oportunidades como cultura e outras coisas. Mas jamais incentivar o uso da droga, que traz infelicidade, causa acidentes e crimes. Esta Casa precisa reconstruir essa juventude fazendo leis. No Rio de Janeiro, por exemplo, está internando e acolhendo os viciados em crack, maconha e, agora, oxi, o último degrau da droga, que é produzida misturando-se cocaína com cal virgem, e benzeno, tolueno e xileno que contêm no querosene ou na gasolina. É um absurdo.

 

O SR. GERALDO CRUZ - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Donisete Braga, quero cumprimentar pela sua fala sobre a questão das drogas. Foi muito importante o encontro realizado hoje nesta Casa. Quero falar sobre a Emenda Constitucional, de sua iniciativa, Sr. Presidente, que permite aos municípios a realização de plebiscito para alterar ou criar nomes. Esteve hoje nesta Casa o Prefeito de Embu das Artes, Chico Brito. Ele foi recebido no nosso gabinete e no Colégio de Líderes, onde o prefeito fez um apelo em relação a este projeto, de nº 13, que regulamenta o Regimento Interno e que tramita nesta Casa, de autoria também de Vossa Excelência. Tive a honra de ser um dos signatários. Fomos recebidos por todos os líderes no Colégio de Líderes na pessoa do Presidente da Casa para que pudesse encaminhar a votação o mais rápido possível. Este plebiscito que aconteceu em Embu as Artes foi muito importante. Se esta Casa não cumprir o seu papel, embora dentro dos trâmites normais, fica essa ansiedade: foi aprovado. Então quando podemos usar, ou não?

Agradeço a V. Exa., inclusive ao Presidente desta Casa que recebeu o Prefeito Chico Brito, e a todos os deputados pelo empenho em relação a este tema, que já foi pauta na Assembleia Legislativa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Nobre Deputado Geraldo Cruz, esta Presidência providenciará a manifestação de Vossa Excelência. A Assembleia Legislativa deve agora cumprir o que foi referendado pela população no plebiscito realizado no Embu das Artes. É o que precisamos para dar sequência jurídica de Segurança e aprovarmos um projeto de resolução para referendar a vontade popular e democrática do povo de Embu. Quando apresentei a PEC, V. Exa. era prefeito daquela cidade. Agora, como Deputado Estadual, cumpre uma missão nobre. E hoje o Prefeito Chico Brito aqui esteve para pedir aos 94 Deputados que aprovem este projeto de resolução para dar vazão à decisão da população de Embu das Artes.

Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Rogério Nogueira, o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Donisete Braga da nossa bonita Mauá, agradeço o nobre Deputado Rogério Nogueira, Líder da nossa bancada que está no Colégio de Líderes agora, utilizamos este tempo para refletir com os senhores sobre o Projeto de lei de nossa autoria, de nº 644, de 2008. Este projeto declara de utilidade pública os templos religiosos, de qualquer culto e religião, estabelecidos e constituídos legalmente no Estado de São Paulo. Qual é o nosso objetivo? É justamente dar a estes templos religiosos no Estado de São Paulo, que estejam legalmente constituídos, esta declaração de utilidade pública, fundamental para a interlocução desta ou daquela denominação religiosa junto a autoridades competentes. O projeto foi desenvolvido inspirado numa lei já existente hoje em Brasília. Há uma lei no Distrito Federal que reconhece os templos religiosos, de qualquer culto, como de utilidade pública. Elaboramos o projeto em 2008, o projeto foi à Comissão de Constituição e Justiça e o parecer foi favorável. Portanto, deliberado conclusivamente.

O Deputado Fernando Capez, talvez motivado pelo afoito da sua assessoria, assinou um recurso para este projeto tão simples que só reconhece as igrejas, os templos religiosos formalmente constituídos como de utilidade pública, vir ao plenário. Portanto, de interesse de todos, da cidadania de São Paulo que também reconhece o grande trabalho social prestado pelas igrejas hoje em São Paulo e no Brasil. Ai do Estado se não fossem as igrejas, muito embora admitamos que seja crucial o princípio da laicidade do Estado. Mas ai do Estado se não fosse o trabalho social desenvolvido pelas igrejas de qualquer culto. As religiões têm por objetivo trazer um alento. Acho que o Estado não pode prescindir do trabalho essencial pelas igrejas desenvolvido pelas denominações cristãs e religiosas, ou não cristãs por assim dizer.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Já conversei com o Deputado Fernando Capez que disse que é preciso se tomar uma providência, porque em tese, uma vez que já foi deliberado conclusivamente na comissão, esse projeto já era para estar sendo sancionado pelo Governo do Estado, e não há nenhum óbice. Mas, como o Deputado Fernando Capez interpôs recurso na forma regimental, colhendo assinatura de nove parlamentares para que o projeto viesse para ser deliberado pelo plenário, ele cumpriu o Regimento. Politicamente não andou bem o nosso colega. Ele exerceu o seu direito, exerceu o seu papel. Mas eu entendo que politicamente seria um tiro no pé o Deputado Fernando Capez estar contra um projeto dessa natureza, um projeto simples. Eu entendo dessa forma. Mas vamos conversar com o Presidente efetivo da Casa, com o Colégio de Líderes, propondo que aprecie mesmo em grau de recurso no plenário desta Casa, este projeto que é sumamente importante para as igrejas, para os templos religiosos estabelecidos no Estado de São Paulo.

Eu vou ler, são quatro artigos essenciais.

Artigo 1º: São considerados de utilidade pública os templos religiosos estabelecidos e constituídos legalmente no Estado de São Paulo.

2º: O Poder Executivo publicará no Diário Oficial do Executivo a declaração de utilidade pública dos templos religiosos que entregarem na Secretaria de Desenvolvimento Social os documentos de constituição devidamente registrados em alvará de funcionamento. Note que depende também a igreja, o templo, a denominação, que desejar essa utilidade pública tem que apresentar os documentos exigidos por lei e apresentá-los na Secretaria de Desenvolvimento Sócia, para obter essa certificação, essa titulação.

3º: Os templos religiosos, após cumprirem o disposto no artigo anterior, ficam dispensados do pagamento de qualquer tributo, taxa ou tarifa em vigor, ou que vier a ser instituída. Aliás, isso já está na Constituição o princípio da imunidade tributária. No artigo 150, da Constituição Federal, já prevê que é vedado à União, ao Estado, ao município e ao Distrito Federal, instituir, diz o texto, imposto para templo de qualquer culto. Isso já está agasalhado na Constituição Federal a chamada imunidade tributária. E então, é preciso se analisar essa questão.

O Governo do Estado de São Paulo alocará no Orçamento anual os recursos compensatórios necessários, etc. Está aqui a lei que nós estaremos nos articulando para trazermos à deliberação deste plenário que é de interesse de toda a população das igrejas, dos templos religiosos do Estado de São Paulo.

Gostaria também de fazer alusão que as igrejas exercem um papel tão fundamental socialmente falando. Não me refiro também à questão espiritual, nem à questão intelectual, mas à questão social. A igreja tem um papel fundamental de fortalecer a pessoa, no seu interior, na sua capacidade espiritual, na sua capacidade racional, mas também cuida do corpo. E aqui está o objetivo desse projeto. Cuida do corpo. As igrejas atendem as pessoas, dando assistência à parte material, sem nenhuma ajuda do Estado. Aliás, o Artigo 19, inciso I, da Constituição Federal, proíbe o Estado alocar recursos ou subvencionar igrejas de qualquer religião, de qualquer culto. Dinheiro público não pode ser alocado para religião. Está escrito na Constituição Federal. Mas também está escrito que o Estado não pode embaraçar o funcionamento das igrejas, Artigo 19, inciso I, da Constituição Federal.

Então, as igrejas agem supletivamente nessa área social ajudando o Estado, os entes da Federação.

Fica esse apelo para que o Sr. Presidente efetivo da Casa paute para nós deliberarmos esse projeto, que é de grande interesse dos templos religiosos do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas, por permuta de tempo do nobre Deputado Orlando Bolçone, por 10 minutos regimentais.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, gostaria de agradecer aos funcionários da Casa pelo trabalho realizado. Sr. Presidente, gostaria de agradecer ao meu colega de bancada, Deputado Orlando Bolçone, de São José do Rio Preto, que muito gentilmente nos cede esse espaço para que possamos nos manifestar e dar transparência ao nosso mandato.

Reconhecer valores na nossa sociedade, com certeza, também é um papel político. Também estamos aqui para fazer esse reconhecimento daqueles que realmente trabalham. O Brasil é um país de voluntários, que merecem aplausos todos os dias. Outros que realizam a sua função, não somente com a obrigação, mas a obrigação prazerosa, que só pode trazer frutos agradáveis.

Eu gostaria de parabenizar o promotor de justiça da região de Presidente Prudente, que está em São Paulo hoje pela indicação ao conselho da fundação Abrinq, o Dr. Luis Miguel Ferreira. Digno promotor da infância e da juventude, representante do Ministério Público de São Paulo, com inúmeras ações voltadas ao social da região, pela sua indicação como membro oficial do conselheiro consultivo da fundação Abrinq. A competência do Dr. Luis Miguel na indicação desse cargo tão importante que ele desempenha com tanto amor e com tanto respeito. Fica aqui registrado a nossa alegria de ter esse digno representante, que é do interior do Estado de São Paulo, do oeste paulista, participando no conselho da fundação Abrinq, promovendo para todo o Estado de São Paulo o seu trabalho.

Sr. Presidente, nós nesta Casa, na função de legislador, e o orgulho de ser Deputado, apresentando projetos, fiscalizando leis, nós temos a participação no Colégio de Líderes onde temos o orgulho de ser líder do PSB, juntamente com meus companheiros Deputados Vinícius Camarinha e Orlando Bolçone.

Nós temos compromisso na votação de projetos de todos os deputados para melhorar a vida das pessoas. Mas, muitas vezes, apresentamos o projeto que apenas com uma simples assinatura do secretário da Saúde ou do nosso digno Governador do Estado, Geraldo Alckmin, poderia resolver.

Eu apresentei para o exame do Colégio de Líderes três projetos, como alguns deputados também o fizeram. Um desses projetos, eu o defendo como o mais importante. Mas é de uma simplicidade que, de repente, não precisaria nem de projeto porque com uma simples canetada resolveria. Ele dispõe sobre a obrigatoriedade de exame de ecocardiograma nos recém nascidos portadores de Síndrome de Down no Estado de São Paulo e dá outras providências.

Eu sou presidente da Frente Parlamentar de Apoio a Apaes do Estado de São Paulo. Não somente na forma de lei, mas, também, na forma de buscar emendas a esses recursos, temos que dar atenção especial para esse problema. Cinquenta por cento das crianças que nascem com a Síndrome de Down têm problemas cardíacos.

O Deputado Ulysses Tassinari, que está aqui, é um médico e gostaria que me corrigisse e me desse mais conhecimento a respeito. O eletrocardiograma não detecta esse problema de Síndrome de Down. O ecocardiograma sim. Agora, não existe na própria rede a gratuidade para que essas crianças possam fazer esse exame. Ele é cobrado e nem todos têm esse recurso. O exame custa 120, 150 reais, um pouco mais ou um pouco menos. Mas a obrigatoriedade do exame junto com a mãe, nós poderíamos prevenir, com certeza, a morte dessas crianças que tem problema cardíaco.

É um projeto que tenho trabalhado muito e peço atenção das Sras. e Srs. Deputados para, se tivermos a oportunidade, debatermos aqui. Mas a saúde é mais do que debate, é recurso. O que realmente resolve é o aparelhamento, a valorização do profissional da saúde de uma forma geral. É um pedido dos pais que perderam filhos porque mais de 50% dos nascidos com Síndrome de Down têm problema cardíaco.

O outro projeto é sobre as drogas, assunto que é cada dia mais debatido. Mas até agora o que vejo são só debates e pouca ação, infelizmente. Temos clínicas públicas para o tratamento dos drogados aqui no Estado de São Paulo.

Nós tivemos, recentemente, a manifestação do ex-Presidente da República dizendo para discutir a maconha, a sua liberação e o uso medicinal. Mas os pais querem apenas discutir uma vaga em uma clínica para cuidar do seu filho. Os Conselhos Tutelares muitas vezes não têm no seu local de trabalho um sofá para receber os pais. No Interior, muitos ainda trabalham com a perua kombi, fusca e máquina de escrever. Creio que devemos começar a mudar toda essa situação que temos no nosso País.

O Senador Paim tem um projeto fantástico que trata dos Conselhos Tutelares e nós também buscamos essa idéia. Nós sabemos que a Ama já tem encaminhamento para a construção de clínicas públicas no Estado de São Paulo, mas a internação é necessária.

Um drogadito custa três mil reais/mês para internar, no mínimo, nove meses. Um projeto pilotado pelo Proer, pela digna Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é a prevenção das crianças às drogas, recebe 90 centavos por criança. Nós temos 900 mil crianças atendidas. Quer dizer, um milhão de reais não dá para a prevenção das drogas.

Eu fico imaginando as crianças que viram na televisão falando da liberação da maconha, e uma criança perguntando ao monitor da Polícia Militar: “Mas o senhor falou que a droga não pode, que a maconha não pode”.

Claro que não pode o cigarro, o álcool. Temos que afastar essas crianças disso porque têm pai e mãe chorando. Hoje, a responsabilidade é nossa. Amanhã, a culpa é nossa. Então, é mais do que discutir, temos que ter ação.

Esse Projeto de lei nº 494/09, pede nas principais regiões do Estado a instalação de clínicas públicas de tratamento e não apenas a Ame. Por quê? O que temos hoje? Como disse o Deputado José Bittencourt, são as igrejas, não importando a religião de forma nenhuma, que absorvem, recebem esses jovens. O Governo precisa fazer a sua parte, seja estadual ou federal. Ele precisa fazer um investimento grandioso porque é mais do que discutir, é resolver.

Hoje, a responsabilidade é nossa. Amanhã, a culpa é nossa. A Presidente Dilma tem um projeto para formar 17 mil agentes para atuar em todo Brasil. Então é necessária uma ação conjunta para que isso realmente possa acontecer.

Para encerrar o meu pronunciamento, peço a sensibilidade do Plenário para discutirmos Síndrome de Down, o problema cardíaco, as clínicas públicas e chamar o Governo para sua responsabilidade. É o que a família dessas crianças, que está nos assistindo agora, espera de todos nós. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Nobre Deputado Ed Thomas, o Deputado Federal Rogério Lopes esteve hoje na Frente Parlamentar Antidroga. Ele trouxe uma informação que nos deixa muito preocupados. No nosso País só tem um estabelecimento público para o atendimento aos drogados.

Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, na quinta-feira próxima passada, estava marcada uma reunião da Comissão de Segurança Pública desta Assembleia Legislativa com o secretário da Segurança Pública. Na última hora, sem nenhum tipo de explicação, o Sr. Presidente da Comissão de Segurança Pública, Deputado Adilson Rossi, cancelou a reunião unilateralmente.

Eu confesso que não estava bem de saúde e perguntado pelo referido deputado, disse que asseguraria o quorum da reunião custe o que custasse.

A Bancada do PT tinha um seminário pré-agendado, mas, em função da vinda do secretário, foi cancelado para que os deputados da Bancada do PT pudessem comparecer na audiência com o secretário da Segurança. Na ultima hora, o Deputado Adilson Rossi, do PSC, o cancelou. O Gabinete do Secretário nos afiançou que não havia nenhuma indisponibilidade para o Secretário vir e, pasme, Sr. Presidente, além de não ter ocorrido a audiência com o Secretário da Segurança Pública, nem a reunião ordinária da Comissão houve e até agora nenhuma explicação.

Queremos saber se quinta-feira haverá reunião da Comissão de Segurança Pública e para quando foi adiada a vinda do Sr. Secretário, afinal já estamos entrando no mês de junho e até agora a Comissão de Segurança Pública desta Assembleia ainda não começou a funcionar, nem relatores foram nomeados para os projetos para que pudéssemos nos posicionar. Depois de dois anos de paralisia intencional a Comissão de Segurança Pública continua a envergonhar esta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea ‘d’, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Redação, Administração Pública, Relações do Trabalho, Finanças e Orçamento e Planejamento a realizar-se hoje, às 16 horas e 20 minutos, com a finalidade de apreciar o PLC 29/11, de autoria do Sr. Governador, na sala dos líderes junto à Presidência.

Nos mesmos termos esta Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho a realizar-se hoje, às 16 horas e 25 minutos, com a finalidade de apreciar o PLC 34/11, de autoria do Sr. Governador, na sala dos líderes junto à Presidência.

Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido, por permuta de tempo com o nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto à tribuna para falar do trabalho de alguns profissionais que exercem a função de forma antiética. Refiro-me à imprensa.

No mandato do Presidente Lula tivemos alguns embates sobre a liberdade de imprensa e até hoje, em alguns lugares, os profissionais da comunicação pedem respeito.

Estou na política desde 1988. Assumi o mandato de vereador no dia 1° de janeiro de 89. Foram três mandatos consecutivos. Depois fiquei cinco anos na Coordenação da Macroregião do PT em Guarulhos, e estou no segundo mandato de Deputado Estadual. Nunca tive problemas com os profissionais da imprensa, com os profissionais da mídia, com os profissionais da Comunicação. Mas alguns jornais conseguem envergonhar o trabalho da mídia, ou melhor, da imprensa, alguns jornais se prestam a fazer o serviço sujo sob a influência de algumas pessoas ou de alguns segmentos. Estou falando do jornal “Diário do Alto Tietê”. Com sede em Mogi das Cruzes temos o “Mogi News e com sede na Cidade de Suzano o “Diário do Alto Tietê”, que vem envergonhando os profissionais da mídia. É um jornal que não tem credibilidade. Quando trabalha com segundas intenções, pega pesado levantando calúnias em cima das pessoas. De repente muda de lado e passa a fazer o bem. Ora, a palavra é compromisso assumido. Um jornal que durante dois, três, quatro meses, em todos os dias fala mal de uma determinada pessoa e de repente passa a falar bem para mim não tem credibilidade.

O “Diário do Alto Tietê” quando perdeu a licitação, resolveu mudar de lado. Antes da licitação, dava gosto de ler o jornal. Quando perdeu a licitação simplesmente mudou de lado e passou a fazer comunicações infundadas. Está na mídia a politicagem que vem fazendo em cima da Santa Casa de Suzano. O que tem acontecido lá lamentavelmente acontece quase que em todas as cidades. Refiro-me à mortalidade infantil. Suzano virou a cidade mais criminosa do País na linguagem desse jornaleco sem-vergonha, o “Diário do Alto Tietê”. Só numa página desse tablóide vejo três manchetes que não têm nada a ver com o que vem acontecendo na cidade.

“Célia faz pouco caso das mortes de bebês”. Célia é a nossa Secretária da Saúde.

A matéria fala da morte de uma criança que deu entrada no pronto-socorro - não na Santa Casa - com meningite e faleceu. Ou seja, a criança já vinha de um outro tratamento.

Outra manchete mentirosa desse jornaleco: “Heroilma é favorável à interdição da Santa Casa.”

O que diz a deputada, com muita ponderação? Diz o jornal: “A petebista argumentou que a interdição será necessária se for constatado algo de irregular na Santa Casa”. Falou a verdade. E se tiver algo irregular não será a deputada, nem este deputado, nem a Assembleia Legislativa, mas o Poder Judiciário, o Ministério Público que determinará o fechamento. O que diz a manchete? “É favorável à interdição do hospital”. Isso só em uma página. Há outra manchete: “Hospital federal fica só nas palavras.” Srs. Deputados e Sras. Deputadas, o hospital federal será construído em Suzano, mas a secretária de Saúde e o prefeito já estão anunciando a regionalização desse hospital porque a saúde no Alto Tietê, e, por que não dizer, em todo o Brasil, está na UTI. Não é novidade para ninguém a situação da saúde em nosso país. A secretária foi à reunião geral com todos os secretários de saúdes do Alto Tietê e fez questão de dizer que o hospital federal será construído na cidade de Suzano, mas servirá a toda a população do Alto Tietê. Essa declaração da secretária de Saúde deu oportunidade ao nosso Governador Alckmim, em Biritiba Mirim, quando de uma inauguração, dizer que vai investir dinheiro do Estado no hospital de Suzano porque é necessário. Vejam o que esse jornaleco escreve: “Hospital federal fica só nas palavras.”

Então, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não dá para acreditar em uma imprensa dessa, que vive mendigando, ou em alguém que às vezes não tem malícia ou é malicioso demais para fazer notícias, para fazer manchete. Que ética profissional tem um jornalista desses?

Eu comecei dizendo que durante minha vida política sempre fui respeitado e sempre respeitei a imprensa. Todavia, há momentos em que temos que falar o que sentimos, pois não é possível pessoas usarem a desgraça, o sentimento de pais que perdem seus filhos para fazer politicagem. Não sei em nome de quem, mas está havendo, na cidade de Suzano, uma politicagem sem tamanho.

Eu e o Deputado André do Prado estivemos na Santa Casa para visitar a UTI neo-natal e ouvimos as explicações da secretária de Saúde, do interventor, e quero dizer que a Santa Casa é o único local de atendimento à saúde da cidade. Havia dois hospitais particulares. O promotor público pediu ao prefeito para intervir na Santa Casa por existirem irregularidades, por incapacidade administrativa da direção. Meses depois foram fechados dois hospitais particulares, o que sobrecarregou a Santa Casa. É normal, numa superlotação, aumentar o percentual de natimortos.

Esse, Sr. Presidente, é um desabafo que faço e estou mandando um recado para os jornalistas, para o responsável pelo jornal do Alto Tietê criar vergonha na cara e deixar de tirar proveito do sentimento de pais que perderam os seus filhos por uma fatalidade.

 

O SR. CARLOS GRANA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje pela manhã, aos leitores do Diário do Grande ABC, jornal de grande circulação em toda a região, uma matéria disse que este deputado seria membro da direção da Fundação de Comunicação e Cultura, que teve a concessão recente de um canal de televisão pela presidência da República. Há dois esclarecimentos a fazer. Primeiro, que no dia 26 de junho de 2010, antes mesmo de ser candidato oficial, já em reunião de diretoria, em assembleia convocada pelo edital do dia 15 de julho, fui substituído como membro da diretoria. Portanto, desde aquela data não faço mais parte da direção. Esclareço que após consultar a direção atual, pois meu nome ainda consta no Ministério das Comunicações, ainda não houve a devida atualização por questões burocráticas e que isso será resolvido nos próximos dias entre a decisão e a comunicação.

Por fim, gostaria de agradecer ao Diário do Grande ABC por ter feito essa matéria e me alertar de que eu constava, de forma equivocada, num site do Ministério das Comunicações, como membro da atual diretoria. Agradeço à direção do jornal e que a imprensa continue particularmente na região do Grande ABC tendo um comportamento ético, profissional e a serviço da verdade.

Indico o nobre Deputado Isac Reis para falar em nome da minoria.

 

O SR. ISAC REIS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pessoas da galeria, venho a esta tribuna para dizer que minha cidade foi motivo de notícia na mídia escrita, falada e televisada a respeito da Lagoa de Carapicuíba. O material do desassoreamento do Rio Tietê será colocado naquela lagoa. Isso causou transtorno enorme na cidade, pois no passado já houve um episódio como esse. Quando da construção da Fatec, da Etec parte da lagoa foi aterrada, o que causou muitos problemas para a cidade até do ponto de vista da saúde. Porque a lama que saia nos caminhões era derramada nas ruas, secava e o pó passou a ser um problema respiratório para a cidade. E também as ruas da cidade foram danificadas pelos caminhões que lá passavam.

Quando saiu esta notícia marcamos uma reunião de emergência com o Secretário de Assuntos Hídricos, o ex-deputado desta Casa que está assumindo a Secretaria de Assuntos Hídricos e nos recebeu hoje com o prefeito, onde fomos ver qual a condição, o que Carapicuíba ganha para receber esse material. Fomos levar a contrapartida, levar a preocupação para que não aconteça o que aconteceu quando o Rodoanel passou nas divisas da nossa cidade. Na Cohab, em Carapicuíba, foi-nos garantido que teria uma contrapartida. O Rodoanel foi construído, pela trepidação vários prédios racharam e até hoje o Dersa não foi lá reparar o dano. A parede de contenção de som não foi feita até hoje na cidade de Carapicuíba. As ruas ficaram acabadas com os carros que estavam no canteiro do Rodoanel até hoje continuam do mesmo jeito e não foram reparadas.

Então, hoje nessa audiência, juntamente com o promotor público da cidade de Barueri, Dr. Lira, levamos ao conhecimento do secretário Giriboni a nossa preocupação. O que fazer com as famílias que moram ao redor, com os caminhões que não podem ficar trafegando dentro da cidade e, mais do que isso, a preocupação para que nos dê essa contrapartida que vai ao encontro do anseio do governador, que é a região metropolitana. Sobre esse terreno onde era o antigo lixão, 92 mil metros, construir uma usina para reciclar o material de construções. Portanto, estaríamos dando resposta às pessoas mais carentes para ter material e rebocar a sua casa de graça. Esse material poderia ser usado para fazer calçamento, principalmente nas áreas livres. Essa seria uma contrapartida decente para que pudéssemos dar respostas à nossa cidade.

Existe também a preocupação de que Alphaville já não comporta o trânsito. É necessária uma ponte de escoamento. Essa seria também uma boa compensação para a nossa cidade de Carapicuíba, porque o governador, segundo estudos, vai economizar aproximadamente 150 milhões de reais jogando esse material na nossa lagoa. Uma compensação girando em torno de 50 milhões não é pedir nada de exagerado. É apenas aquilo que o nosso município merece, porque no passado foram assumidos alguns compromissos que não foram cumpridos. Hoje saímos com o sentimento de que a conversa é outra, que amarramos posições juntamente com o ministério público, com o poder público de Carapicuíba, juntamente com o poder executivo do Estado de São Paulo, assumimos um compromisso. Não vamos esperar terminar a obra do governador para começar a contrapartida. Elas têm de começar juntas, simultaneamente. Assim que terminarem as obras, as compensações estarão prontas.

Por isso, Sr. Presidente, venho a esta tribuna para registrar esse fato que está causando à cidade de Carapicuíba. A população quer saber o que a cidade vai ganhar para se transformar em depósito. Mais do que isso, pedi o relatório do Consema, órgão que analisou o material retirado do rio Tietê para provar que não é tóxico.

Quero dizer à população de Carapicuíba que estamos atentos, o prefeito em feito esforços para que não ocorra mais uma vez um crime ambiental como ocorreu no passado na nossa cidade. Muito obrigado.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, pessoas que nos acompanham através da TV Assembleia, na semana passada tivemos a publicação no Diário Oficial da promoção da capitã Adriana Sgrigneiro para o cargo de major. Ela é piracicabana, fez escola na Polícia Militar do Estado de São Paulo e por merecimento foi promovida para o cargo de major. Piracicaba adora o trabalho dela. Ela está há algum tempo no CPI-9, Comando de Policiamento do Interior que congrega 52 cidades, até São João da Boa Vista. Vamos torcer para que ela possa ali permanecer. Sucesso para ela. Parabéns, minha querida amiga, agora major Adriana Sgrigneiro, pela sua justa promoção a esse cargo importante da nossa tão importante Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Agora vou dar uma notícia triste. No último sábado de madrugada o nosso partido perdeu um dos melhores vereadores do Brasil, Walter Ferreira da Silva, o Pira. Ele cumpria seu segundo mandato, era líder do nosso partido na Câmara de Vereadores de Piracicaba. Ele faleceu por insuficiência múltipla dos órgãos, foi velado durante todo o dia na Câmara de Vereadores de Piracicaba. Sujeito humilde, extremamente simples, que andava pela cidade atendendo a população carente, sempre um vereador independente. Mesmo fazendo parte da base aliada na Câmara de Vereadores, se fosse necessário votava contra projetos do Executivo. Piracicaba perdeu um grande homem, um grande político, aos 60 anos, o vereador mais votado do nosso partido nas eleições de 2006. Era meu braço direito na Câmara de Vereadores, sempre nos ajudando muito pela sua seriedade, sua integridade, acima de tudo, pela sua transparência. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público aqui presente, estou sentindo que os tempos da ditadura militar estão voltando no Estado de São Paulo.

Como denunciei ontem, no site da Polícia Militar do Estado de São Paulo o histórico do batalhão faz alusão e se vangloria de ter apoiado o golpe militar de 64. No site está revolução de 64 e não golpe militar. Tem até um erro histórico. Qualquer professor de História, qualquer cidadão brasileiro sabe que não houve uma revolução em 64, houve um golpe armado contra a democracia no nosso país. Foi instalada a doutrina de segurança nacional que abriu caminho para todo tipo de perseguição: ao pensamento crítico, às mobilizações, à oposição tanto no parlamento como fora dele.

Muitas pessoas foram torturadas e mortas por conta desse regime de exceção. Mas o site da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que é oficial, faz essa alusão gravíssima. O governador tem de tomar providências. Ontem exigimos esse comportamento do governador, do secretário de Segurança Pública e do próprio comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo para que tire essa alusão de um site oficial institucional, pago com dinheiro público. Há outras alusões gravíssimas nesse histórico como a Polícia Militar se vangloriando de ter participado do massacre de Canudos. Um absurdo isso. Um grave erro colocado no site de uma instituição da Polícia Militar do Estado de São Paulo e outros que citei na data de ontem.

Sr. Presidente, fora isso temos um outro fato que nos remete aos tempos de chumbo da ditadura militar. O Governador Geraldo Alckmin não está negociando com as entidades representativas dos servidores das Etecs e Fatecs. Recebemos uma denúncia seriíssima de que o governador nomeou uma comissão de diretores das Etecs e das Fatecs para negociar em nome dos professores e funcionários do Centro Paula Souza que estão em greve. Isso só existia na época da ditadura militar aqui no Brasil, quando o governo nomeava interventores nos sindicatos. O Governador Alckmin está fazendo a mesma coisa, está nomeando interventores para negociar em nome dos professores, dos funcionários e alunos. Diretores das escolas que são cargos de confiança, nomeados pelo próprio governador. Esse é mais um caso que nos remete aos tempos da ditadura militar. E aqui na Assembleia Legislativa também.

Até gostaria de avisar o Deputado Adriano Diogo em relação a esse fato, já que ele tão bem tem utilizado aqui o telão, o data show da Assembleia Legislativa, para ilustrar as suas denúncias, as suas colocações, os seus pronunciamentos, trazendo vídeos institucionais que ilustram principalmente para o telespectador.

Na reunião de Líderes, hoje, o Deputado Campos Machado defendeu um AI 5, remetendo-nos novamente à ditadura militar, dizendo que quer controlar agora a utilização do data show, esse aparelho que custou quase dois milhões de reais para Assembleia Legislativa e que não tem utilidade alguma. Se nós, da oposição, não estivéssemos utilizando-o para fazer denúncias e cobrar o Governo do Estado, mostrando imagens, ilustrando os nossos depoimentos, os nossos pronunciamentos esse aparelho estaria enferrujado e nem funcionaria mais. E agora o Deputado Campos Machado, com apoio de alguns outros deputados, tenta impedir a livre manifestação, parece que para proteger o Governo das denúncias que fazemos aqui utilizando imagens, para provar as nossas argumentações e as nossas colocações. São os ventos da ditadura militar de volta aqui ao Estado de São Paulo: aqui na Assembleia Legislativa a ameaça da liberdade de expressão, o Governador Geraldo Alckmin não negocia mais com os sindicatos, nomeia interventores no movimento para negociar a questão salarial dos professores e funcionários das Etecs e Fatecs, e o site da Polícia Militar do Estado de São Paulo fazendo alusão ao regime militar, à “Revolução” de 64 e ao massacre de Canudos, vangloriando-se de ter participado, apoiado tanto o golpe militar, que instituiu no Brasil a tortura, as perseguições e que foi responsável pela morte de milhares de pessoas neste País, muitas delas desaparecidas. É triste saber que estamos aqui no Estado de São Paulo retrocedendo, inclusive aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Mas vamos continuar aqui denunciando todos esses fatos e avançando no sentido da consolidação do processo democrático.

E para finalizar, quero registrar que a Bancada do PSOL vai votar a favor do Projeto de lei que será votado às 19 horas, em apoio às reivindicações salariais da Defensoria Pública. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- PLC 29/2011, que altera a lei complementar nº 988/2006, que organizou a Defensoria Pública do Estado e institui regime jurídico da carreira de Defensor Público do Estado, de autoria do Executivo;

- Projeto de Resolução nº 21/2011, que dispõe sobre alterações de dispositivos da Resolução nº 576/1970, de autoria da Mesa, em segundo turno;

- Projeto de Decreto Legislativo nº 10/2011, que aprova a nomeação de membros do Conselho Diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo - Artesp -, de autoria da Comissão de Transporte e Comunicações.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, terminou a reunião do Colégio de Líderes de hoje e V. Exa. acabou de convocar uma sessão extraordinária para discutirmos e votarmos um projeto que considero de suma importância, o projeto de reajuste salarial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Acho de extrema importância porque discutimos, na semana passada, e foi parte de um acordo nesta Casa para aprovarmos inclusive a criação da Região Metropolitana de São Paulo e outros projetos do Executivo. Portanto, hoje à noite votaremos esse projeto, que fortalecerá mais nossos defensores públicos para continuarem prestando esse bom serviço, principalmente à população mais pobre, mais carente do Estado de São Paulo.

Mas não podemos nos esquecer de cobrar o Executivo: que ele mande um outro projeto aumentando o número de defensores públicos no Estado de São Paulo. Temos apenas 500 defensores públicos para cuidar de todo o Estado. Temos uma demanda muito grande para poucos defensores. Num levantamento preliminar com os próprios defensores públicos nosso Estado precisaria, pelo menos, de dois mil defensores públicos. Então vamos aprovar esse projeto, dando reajuste salarial, melhores condições de trabalho para eles, mas vamos continuar cobrando o envio de um projeto do Executivo para que aumentemos o número de defensores no Estado de São Paulo.

Recebemos uma comissão das Etecs e Fatecs, como já colocou o Deputado Giannazi. Então todo o nosso apoio a essa luta, uma luta que todos os anos se repete nesta Casa. Faz oito anos que estou aqui e vemos todos os anos a mesma história, a mesma ladainha, problema de falta de recursos. Durante a campanha política, as escolas técnicas são a menina dos olhos do Governo do Estado de São Paulo, só que não colocam os 2% tão reivindicados, tão sonhados pelo Centro Paula Souza para resolver esse problema, para pagar melhor os professores que ganham 10 reais por hora/aula; para pagar melhor os funcionários; para colocar novos cursos onde já estão instaladas as escolas técnicas; enfim para aumentar o número de vagas para que a nossa juventude, nossos trabalhadores possam ter uma formação.

Pedimos também que o Governo abra negociação. Não é esse o caminho que tem que ser seguido, de fechar as negociações, de procurar setores paralelos aos sindicatos, que são os verdadeiros representantes das escolas técnicas e das Fatecs. Que o Governo sente na mesa e atenda pelo menos parte do que está sendo reivindicado. Mas que pense que a LDO que chegou à Assembleia Legislativa, que vamos começar a discutir agora em junho, garanta ao Orçamento os 2% tão sonhados pelo Centro Paula Souza, pelo Fórum das Seis para começarmos a resolver de uma vez por todas a falta de verba para o ensino técnico e tecnológico.

Gostaria de dizer que o Prefeito de Embu das Artes foi recebido aqui. O plebiscito na cidade aprovou por 66% o nome de Embu das Artes, que é o nome mais conhecido da cidade, uma cidade maravilhosa, com artesanato, cultura. Aprovamos um projeto aqui para que houvesse esse plebiscito. O Tribunal Regional Eleitoral organizou junto com a Prefeitura o plebiscito, o nome Embu das Artes foi aprovado e agora precisamos aprovar o projeto de resolução definitivo para que eles possam adotar o nome de Embu das Artes, que a população escolheu. Com certeza o município, do nosso querido Prefeito Chico Brito, será ainda mais divulgado.

Quero registrar o posicionamento da Bancada do PT, favorável à aprovação do projeto da Defensoria Pública, que está pautado para hoje à noite, e também pedimos a abertura de negociações com os nossos funcionários e professores das Etecs e Fatecs do Estado de São Paulo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, um homem de tradição e de história. Não acredito nas pessoas que não têm história. Só constrói história quem tem história.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o Deputado Carlos Giannazi falava pouco em ventos, em ventos da ditadura. Que são ventos, Deputado Giannazi? O que é o vento? Vossa Excelência já ouviu dizer do mestre Cardinale, um grande escritor italiano, que dizia que os ventos são mentirosos, que os ventos não são constantes, tamanha a mudança de rumo, que os ventos são impenetráveis na sua consciência. Sabia V. Exa. disso?

Vossa Excelência vem aqui e diz dos "ventos da ditadura". Que ventos são esses? Quais são os ventos da ditadura, que o Deputado Giannazi falou aqui, quando Cardinale, o grande mestre Cardinale, dizia que os ventos não são constantes, são falsos e mentirosos?

Deixando os ventos de lado, o que eu quis colocar hoje no Colégio de Líderes, e V. Exa. não sei se esteve, ou  se esteve, ou foi indelicado, ou foi verdadeiro. Não há meia gravidez nessa história. Vamos supor que V. Exa. foi verdadeiro, agiu de acordo com a sua consciência, com a sua verdade.

Todos conhecem este painel aqui. Neste painel já foram exibidas cenas de vacas, de bois, de carneiros. Aqui já se ouviu música, já se ouviu samba, já se ouviu forró. Esta Casa é uma Casa séria. Toda vez que eu venho para cá, eu vejo o nome: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Não vejo: Teatro Maria Della Costa. Esse painel, mal utilizado, virou um circo.

Num dia desses, eu estava distraído, conversando com Deputados e, de repente, uma sirene da polícia. Pensei: a Assembleia foi invadida. Era o painel. Esse painel foi colocado para tratar de coisas sérias, para diferenciar nossa Casa de outras casas. Mas, não. O painel está sendo deturpado, totalmente deturpado.

Alguns Deputados pensam como eu, mas não falam. Eu quero falar aqui. É deturpação. Eu poderia ficar silencioso. O Deputado Giannazi fez questão absoluta de mencionar o meu nome, como sempre. Portanto, quero reafirmar aqui a nossa posição em relação ao uso do Painel, e pedir à Mesa para que haja mudanças, que já iriam ser feitas, se não fossem as interferências do Deputado Enio Tatto, do Deputado Rui Falcão, que disseram que não era o momento oportuno.

Mas hoje, Deputado Giannazi, quero lhe dizer que somos contra. Não importa qual decisão vai tomar a Mesa. Às vezes, Deputado Giannazi, não importa a vitória, importa o lado em que estejamos. E eu acredito que estou no lado certo. Não acredito, não posso imaginar que esta Casa perca a seriedade.

Essa alegação de V. Exa., de que mostrou as vacas porque estavam numa escola pública, V. Exa. é useiro e vezeiro em usar esse painel de forma não regimental. Consulte os demais Deputados da Casa, verifique se eles concordam com Vossa Excelência. Tenho a certeza de que não. Venho aqui, Deputado Giannazi, e costumo dizer aquilo que penso e aquilo que sinto. E não mudo de lado. O que estou dizendo hoje nesta tarde vai orientar o meu procedimento por todo o mandato.

E quero dizer também que temos mania de palavra. Assumi com o Deputado Enio Tatto, líder do PT, que nós iríamos votar o projeto da Defensoria Pública, e nós não somos contra esse projeto. Somos favoráveis. Nós apenas discutimos a questão da data. Um projeto que entrou no dia 06 de maio poderia esperar um pouco, porque ele retroage até o mês de março.

Deputado Enio Tatto, gostaria de reafirmar o que faço há 20 anos aqui: palavra dada é flecha lançada. Para mim, não volta mais. Quero deixar bem claro aqui, que V. Exa. reconhecesse de público, que nós cumprimos com a palavra. Até demovi alguns Deputados que estavam contra, não contra o mérito, mas contra a maneira como vai ser votado esse projeto.

E o Deputado Carlos Giannazi, deixo o meu reconhecimento, é um batalhador, é um sonhador, mas de quando em quando se equivoca. E os seus equívocos, de quando em quando, prejudicam esta Casa e a sua história.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de responder ao Deputado Campos Machado.

É um Deputado governista, que está incomodado, tem ficado incomodado com as imagens que nós apresentamos aqui no data-show, no telão da Assembleia Legislativa, que são imagens que ilustram as nossas denúncias e as nossas cobranças, em relação à falta de investimento na Educação pública, na Saúde pública, na Segurança pública e em tantas outras áreas sociais.

Apresentamos imagens de escolas abandonadas, hospitais abandonados. Não sei qual é o incômodo. A população, inclusive, tem elogiado e tem entendido melhor os nossos pronunciamentos. Temos aqui vários Deputados utilizando o data-show, de forma pedagógica e didática, para ilustrar principalmente as cobranças e denúncias que nós realizamos.

O Deputado Adriano Diogo utiliza muito o data-show também, com muita competência, como se fosse um professor. Por isso, não entendemos, estranhamos o comportamento do Deputado Campos Machado, a não ser que seja isso mesmo, que as imagens estejam incomodando o Deputado, que é da base aliada do Governo.

Repito, apresentamos imagens de escolas públicas abandonadas, hospitais abandonados, equipamentos em geral abandonados, que carecem de investimento. O Deputado Campos Machado tentou folclorizar a apresentação em 2007, quando nós apresentamos aqui uma escola na periferia do Guarujá, na Vila Rã, de uma vaca pastando numa quadra abandonada da escola. Por falta de reforma na quadra de esportes, pela FDE, da Secretaria da Educação, o mato cresceu na quadra e a vaca estava ali pastando.

Nós colocamos essa denúncia, como colocamos também de um cavalo numa escola no ABC paulista, que ficava dentro da escola, porque a escola não tinha muro. O muro tinha caído e a Secretaria da Educação não construiu um novo muro, mesmo com os apelos da direção da escola.

O Deputado tenta folclorizar essas denúncias de abandono do equipamento público no Estado de São Paulo. Dentro do nosso tempo regimental, no Pequeno Expediente por cinco minutos, no Grande Expediente por dez minutos, temos a liberdade de falar e de apresentar imagens. Qualquer intervenção nesse sentido, qualquer proibição vai significar a volta à ditadura militar dentro da Assembleia Legislativa. O Deputado Campos Machado está defendendo um ato institucional nº 5 para suprir nossa liberdade de expressão. Nesse sentido, fiz o pronunciamento, vamos nos colocar totalmente contra essa medida.

Esse aparelho não foi instalado por nós, foi instalado pela própria base governista, que defendeu a instalação desse aparelho, que custou dois milhões de reais para a Assembleia Legislativa. Se ele não for utilizado por nós, Sr. Presidente, ele vai enferrujar, porque ninguém utiliza. A base governista não utiliza porque não tem coragem de cobrar do Governo, é uma base governista dócil, submissa, passiva, que está aqui a serviço do Governo Estadual. Parece que alguns deputados estão incomodados, inclusive o Deputado Campos Machado, que tem feito esse tipo de intervenção, sobretudo com as denúncias que estamos fazendo e com as imagens que ilustram essas denúncias.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, quero confessar de público que não entendo o que o Deputado Carlos Giannazi quer dizer. Preciso de um intérprete. O que ele entende por ser governista? Esquece-se o Deputado Giannazi de que eu apoiei um candidato que venceu as eleições. Não sou passageiro de segunda estação. Nunca reneguei minha amizade e minha fraternidade com Geraldo Alckmin.

Ele nem sabe o que é ser governista. Ele é contra o mundo, contra tudo. Se surgir um projeto para acabar com a fome, se for apresentado por mim, ele vota contra. Ele é do contra. Mais do que isso, ele pensa que agride as pessoas nos tachando de governistas.

Até quero me penitenciar diante dos cavalos, pois não os mencionei, só falei das vacas. Perdoe-me, Carlos Giannazi, não podemos ofender os animais.

Vejam a premissa do Deputado Carlos Giannazi quando fala dos dois milhões de reais. Ele prefere que o povo tenha uma visão diferente da Casa. Ele planta a semente do ódio, mas não pode perder o valor material. Mas, acaso os chamados esquerdistas pensam na parte material? Esse pessoal do PSOL, filho caçula do PT, deixou de lado suas convicções petistas, saiu do partido para atender seus interesses pessoais, esse é o Deputado Carlos Giannazi, que preferiu trocar a ideologia que o elegeu vereador para se acomodar numa cadeira desta Casa. Vossa Excelência não pode, portanto, falar o que fala. O painel mostrando cavalos, vacas, sirenes de viatura por acaso enobrece este parlamento? Quando vem de alguém que tem aquela frase “faça o que digo, mas não faça o que eu faço”, ele está preocupado com os dois milhões de reais que foram gastos e não se preocupa com a finalidade, com o uso, com os princípios, com a base. Esse painel foi criado para esclarecer e não para ofender.

Deputado Barros Munhoz, que preside esta Casa, tem um lado, ao contrário do Deputado Giannazi, que não tem muito lado. Estou no mesmo partido. O Deputado Carlos Giannazi se elegeu pelo PT, teve os votos do PT. Elegeu-se pela sobra dos outros vereadores. Agora é do PSOL, crítico do PT. Desculpem, meus senhores, um filho não pode criticar o pai, nem que seja adotivo. Portanto, Sr. Presidente, com o devido respeito, não posso aceitar críticas de um filho que não corresponde à expectativa do pai. Para mim, outro adjetivo teria de usar aqui, mas em respeito a esta Casa não o faço aqui nesta tarde.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o Deputado Campos Machado comete vários erros, mal informado em relação à nossa trajetória política. Primeiro, em 2006, este deputado foi eleito pelo PSOL e reeleito novamente pelo PSOL. Então, não procedem as afirmações que V. Exa. vem fazendo. Este deputado foi eleito duas vezes para a Assembleia Legislativa pelo Partido Socialismo e Liberdade.

A nossa saída do PT foi acompanhada de um amplo debate político. Saímos do PT porque não concordamos com os rumos do PT. Somos fundadores do PT, inclusive. Entrei no PT em 1980 e saí em 2005. Sai junto com Plínio de Arruda Sampaio, com o Deputado Federal Ivan Valente, com tantos outros fundadores do PT, com a ex-Senadora Heloísa Helena, com a ex-Deputada do Rio Grande do Sul Luciana Genro, com o sociólogo Chico de Oliveira, da Universidade de São Paulo. Não foi uma saída oportunista como acontece no nosso País e na vida partidária. A nossa saída se deu por uma questão ideológica, nobre Deputado Campos Machado. Então, não tente nos colocar na vala comum dos oportunistas que trocam de partido como se troca de roupa. Temos um comportamento muito diferenciado e somos contra esse tipo de comportamento.

Em relação aos animais que apareceram no telão, eles estavam em escolas públicas abandonadas. Foi a falta de investimento em educação que nos levou a mostrar as imagens de animais pastando em escolas da Rede Estadual de Ensino. Não vejo em nenhum momento o Deputado Campos Machado defendendo os professores, defendendo os cinco milhões de alunos da Rede Estadual de Ensino, defendendo mais investimentos em educação. Nunca vi o Deputado Campos Machado defendendo educação pública gratuita e de qualidade.

Em relação à ditadura militar, também nunca ouvi uma crítica do deputado ao regime, ao golpe de 64, nem sei se ele apoiou o regime em 64. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o Deputado Carlos Giannazi é uma pessoa curiosa. Ele se esqueceu do tempo. Ele se elegeu vereador pelo PSOL? Não estou preocupado com a Senadora Heloísa Helena, nem com o sociólogo Plínio de Arruda Sampaio. Estou me referindo ao Vereador Carlos Giannazi, eleito pelo PT. E não foi dessa maneira educada que V. Exa. saiu do PT. As informações levam a outro caminho. Vossa Excelência não teria cumprido as determinações do partido. Eu só tenho um partido, Deputado Giannazi. Só tive esse na minha vida. Entrei na política há vinte anos. Vossa Excelência não tem lado.

Lembro-me de que, certa feita, ouvi um discurso de V. Exa. quando vereador do PT. Vossa Excelência defendeu o partido, partido do povo, alma do povo, cheiro do povo, coração de povo, transpirava povo por todos os poros. Repentinamente, num passe de mágica, num passe “mandrakiano”, o Deputado Giannazi entendeu que o PT não era mais sua casa. De duas, uma: ou ele encontrou uma casa melhor, ou o PT não era um partido bom. Qual é a verdade, Deputado Carlos Giannazi? Aquele partido que V. Exa. defendia com tanto ardor não existe mais, só lhe serviu como escada para subir, para ficar vereador, para ter 17 funcionários, para se eleger deputado e trocar de partido, para deixar a vereança que lhe abriu o caminho para chegar aqui? Isso é justo, Deputado Giannazi? Quem age assim não tem o direito de questionar quem quer que seja, a palavra traição é única, não tem dois sentidos. Para mim, ao voltar as costas ao partido que lhe deu sustentação, que lhe fez nascer na política, V. Exa. não foi correto. Não posso, portanto, aceitar críticas de V. Exa., com o devido respeito. E a Presidência desta Casa tem a palavra final. Se entender que deve manter esse circo, mantenha; se entender que não, retire e deixe o painel servir à finalidade pela qual foi criado.

 

O Sr. João Paulo rillo - pt - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acompanhei atentamente a posição do Deputado Campos Machado e do Deputado Orlando Morando, no Colégio de Líderes, em relação à utilização do painel e à veiculação de imagens externas no momento em que o parlamentar ocupa a tribuna.

Deputado Campos Machado, quando fui vereador em São José do Rio Preto, confesso certo incômodo quando vereadores utilizavam esse meio. A concessão nossa, O Canal 4, da TV Assembleia, transmitia a sessão da Câmara. De fato, alguns parlamentares, em minha opinião, vulgarizavam a possibilidade de veiculação externa no momento do discurso. E aquilo me incomodava, o que não é o caso dos Deputados Carlos Giannazi e Adriano Diogo, para citar dois exemplos que utilizam muito o painel, mas de maneira muito razoável e adequada.

Concordo em que seja necessário fazer uma discussão sobre isso. Censura, jamais. Acredito que seja um instrumento moderno e necessário, mas acho que mereça uma discussão no Colégio de Líderes, em determinada comissão ou entre nós, parlamentares, no sentido de criar alguns critérios para a utilização que evitem, por exemplo, a promoção pessoal. É também importante que não se desprestigie o que é sagrado para o Parlamento, ou seja, a discussão da palavra, a possibilidade do discurso, o enfrentamento franco e direto do raciocínio.

Não sou adepto à utilização do painel. Quando fui vereador, nunca utilizei esse expediente, mas defendi até o fim o direito dos meus companheiros parlamentares de usá-lo. Embora, não que concorde com a reclamação dos Deputados Campos Machado e Orlando Morando, que podem ter outros motivos. Até para preservar a possibilidade da utilização da veiculação de imagens e posições externas, talvez seja necessária uma conversa e, de maneira muito fraterna, estabelecermos critérios que não cerceiem a liberdade e garantam o direito ao parlamentar de expressar suas opiniões. Obrigado.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - A Presidência registra as palavras ponderadas de Vossa Excelência.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, queria pedir licença aos deputados que fazem o debate acalorado sobre o uso do painel para mudar para um outro painel de debates: a Copa do Mundo no Estado de São Paulo e na Cidade de São Paulo.

Em minha opinião, é de extrema gravidade a situação da Copa do Mundo no nosso Estado. Temos acompanhado na mídia o debate, em que há ameaças da exclusão de São Paulo não só da abertura da Copa, mas também do próprio mundial, o que é extremamente constrangedor para um estado com essa riqueza, com essa pujança.

Como é sabido, já perdemos a Copa das Confederações, que seria um evento importante para São Paulo. E não estamos falando de qualquer estado, mas de um estado que abriga 40 milhões de brasileiros, que tem uma prática de futebol reconhecida em todo o Brasil. Há grandes clubes, futebol por todo o interior. O Campeonato Paulista é quase um Campeonato Brasileiro pela sua dimensão. São Paulo é um centro de turismo, de negócios; São Paulo tem capacidade hoteleira; São Paulo tem infraestrutura. E o nosso Estado de São Paulo está perdendo, aos poucos, cada passo da Copa do Mundo, como perdeu a Copa das Confederações.

Agora, perdemos o Centro de Imprensa Mundial da Copa para o Rio de Janeiro, de uma forma inexplicável. Temos o Anhembi que é muito melhor em termos de estrutura, pela rede hoteleira do entorno, pelo Campo de Marte, pela capacidade de atendimento à imprensa internacional. O Rio de Janeiro hoje, com o maior respeito pela cidade, tem menor capacidade de estrutura para atender a imprensa internacional.

Estamos às vésperas do mês de julho, quando será decidida a abertura da Copa do Mundo. Muita gente imagina que a abertura será discutida mais à frente, no segundo semestre, no ano que vem. Não, será discutida em julho. E podemos perdê-la também.

É uma situação absolutamente vergonhosa para o Estado de São Paulo. Sinto que nós, deputados, precisamos entrar mais profundamente nesse debate. Está criada a Comissão de Esportes; amanhã, teremos reunião. Precisamos, por meio dessa comissão, por meio da Assembleia Legislativa, dialogar com os governos Municipal, Estadual e Federal.

Aqui, não cabe falar em responsabilidade simplesmente: trata-se de responsabilidade coletiva. Todos vão perder se não conseguirmos trazer a abertura da Copa do Mundo para o Estado de São Paulo. Todos vão perder se o Estado de São Paulo for excluído da Copa do Mundo. Estamos discutindo emprego, formação profissional, geração de riquezas, distribuição de riquezas, visibilidade mundial.

Tudo isso foi discutido no grande evento que fizemos nesta Casa, o Seminário Internacional da Copa do Mundo. Parece que foi esquecido. Existe uma matriz de responsabilidades assinada pelo Governo Federal, pelo Governo Estadual e pelo Governo da Capital, na qual estão claramente definidas as responsabilidades de cada ente da federação. Essa matriz foi assinada em janeiro de 2010 e até agora não se vê um movimento sério no Estado de São Paulo e na Cidade de São Paulo a favor da realização da Copa do Mundo.

A Prefeitura de São Paulo criou a Secretaria Especial da Copa do Mundo para tentar organizar, mas falta o Governo do Estado entrar nessa questão. Falta o comitê local da Copa do Mundo do Estado dialogar com a Assembleia Legislativa, com o Governo Municipal. Não é possível que a discussão entre partidos fique acima dos interesses do povo paulista, que sairá perdendo se os interesses partidários de 2012, de 2014 ou sei lá de quando se sobrepuserem.

Cabe a nós, da Assembleia Legislativa, entrarmos nessa discussão profundamente e invertermos esse jogo rapidamente: construir arena, fazer de São Paulo uma referência, abrir a Copa do Mundo. Isso envolve todo o Estado. Existe a discussão das subsedes: Ribeirão Preto, Jundiaí, São José dos Campos, Baixada Santista. Todo o Estado de São Paulo perderá se não discutirmos profundamente a Copa do Mundo.

Apelo para que nós todos, os 94 deputados estaduais, façamos uma rede de responsabilidades para exigir o que tem que ser feito no Estado de São Paulo. Possamos abrir a Copa do Mundo, que é um grande interesse de todos os brasileiros que vivem no Estado. Obrigado.

 

O SR. GILMACI SANTOS - PRB – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, algo vem nos preocupando nesses últimos tempos. Vemos nos meios de comunicação - jornais, revistas, televisão, rádio, internet - que um ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defende com unhas e dentes que a venda da maconha seja liberada no nosso País.

Isso nos preocupa muito. A nossa crença nos leva sempre a acreditar na família. Para nós, a instituição família é sagrada. Se isso acontecer no nosso país, estaremos dando um largo passo para uma rápida destruição das famílias.

Temos visto que a droga é o grande mal do século. Há pessoas que defendem dizendo que a maconha não leva a nada, mas nós entendemos que ela é uma das portas de entrada para a liberação das drogas mais pesadas. Isso nos preocupa e queremos manifestar o nosso total repúdio a essa posição desse senhor, um ex-Presidente da República. Ele vem ao público para defender as drogas, a destruição das famílias. Se eu defender a liberação de uma droga, entendo que estarei defendendo a destruição da família. Chego a questionar se esse cidadão tem família.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero dizer que tenho o maior respeito e consideração, principalmente pela atitude equilibrada e democrática. Todas as vezes que usei o painel, o fiz com materiais absolutamente institucionais. Todos os materiais que reproduzi são aqueles publicados, da imprensa. Não acredito que o uso do telão vai ser proibido, ou cerceado, principalmente enquanto V. Exa. presidir a Assembleia Legislativa.

Estava fazendo um levantamento outro dia e observei que vários deputados começaram a fazer uso do telão, como o Deputado Carlos Bezerra Junior, do PSDB, que fez um trabalho magnífico sobre a violência. Se acontecer de haver qualquer forma de censura, ou regulamentação ao uso do painel, devo dizer a qualquer deputado - que sugeri esse limite - que isso só vai engrandecer. Eu imaginava que o telão pudesse ter uma transmissão direta pela TV Assembleia. O único objetivo dos deputados que usam o telão, através dos recursos audiovisuais, é para melhorar a imagem da Assembleia. É para isso que estou aqui. E se esse direito me for tirado, só vai contar favoravelmente no meu currículo pelas liberdades democráticas, pela democracia e pelo Brasil. Viva o Brasil, viva a democracia, abaixo a ditadura.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ouvi atentamente o nobre Deputado Pedro Bigardi, Líder do PCdoB, partidário do Ministro dos Esportes do Brasil, acho louvável o esforço do deputado no sentido da sua posição em favor da Copa do Mundo, sobretudo no Estado de São Paulo. Posso aqui afirmar o esforço do Governo em reafirmar o que ele disse no início do seu mandato, de tomar todas as medidas necessárias para que a Copa do Mundo venha ao Brasil, e que São Paulo possa ser sede, ter a abertura e colaborar com a infraestrutura necessária.

Faço questão de anunciar a esta Casa o que foi publicado pela imprensa. São palavras do próprio Governador, que afirmou:

“Cabe ao Estado a infraestrutura, 340 milhões de reais. Nós assinamos já o convênio com a Prefeitura de São Paulo, são acessos, viadutos, avenidas, estações, enfim, um conjunto de obras importantes para poder sediar a abertura da Copa. A nossa parte, ela andou, nós já assinamos o convênio, todas as obras já estão em licitação e nós entregaremos todas elas antes da abertura da Copa do Mundo. Agora está tudo liberado, licença ambiental, autorização da Prefeitura, Ministério Público, em questão de dias já vai começar a obra. Em relação ao ministro Orlando Silva, pelo contrário, se você for pegar a declaração, ele elogiou os esforços do Governo do Estado. Porque a parte que cabia ao Governo do Estado, a nossa parte, está inteirinha dentro do cronograma. Inteirinha, religiosamente dentro do cronograma e será entregue antes da Copa do Mundo.”

Governador assina convênio com Prefeitura de São Paulo para realização de obras para a Copa de 2014 em 18/4; serão investidos R$ 478,2 mi para execução de obras no entorno do Pólo Institucional de Itaquera, sendo R$ 345,9 milhões do Estado e R$ 132,3 por parte do município. A expectativa é que as obras sejam concluídas até junho de 2013, um ano antes da realização da Copa do Mundo de 2014. ‘É um investimento de quase meio bilhão de reais que vai beneficiar a cidade de São Paulo. São obras permanentes que atenderão às necessidades dos moradores da Zona Leste de São Paulo’, afirmou o Governador Geraldo Alckmin.”

E tantos outros exemplos de obras autorizadas, como as novas alças de ligação da Avenida Jacu-Pêssego com a Nova Radial; a nova avenida de ligação Norte-Sul no trecho entre a Avenida Itaquera e a Nova Radial, incluindo as transposições em desnível sobre as linhas do Metro e da CPTM; e a articulação com a Avenida Miguel Inácio Curi, junto à adutora da Sabesp.

Portanto, há por parte do Governo um esforço gigantesco em realizar obras necessárias, sobretudo as de infraestrutura. Evidentemente, questões que envolvem a iniciativa privada demandam questões jurídicas e parcerias, e envolvem um determinado tempo. Mas o que diz respeito ao Governo, em relação à infraestrutura, será garantida e realizada como o próprio Governador disse. São quase meio bilhão de reais que serão investidos só neste ano, até 2013, um ano antes da realização da Copa do Mundo, para que nós, paulistas, tenhamos as obras de infraestrutura no nosso Estado, sobretudo na Capital, conforme determinado pela Fifa e Comissão Organizadora. E a Assembleia é fundamental para ajudarmos o Governo, o Estado e a população de São Paulo ter a sede e as realizações da Copa do Mundo no nosso Estado. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, ouvindo os deputados que me antecederam, fica bem clara a decisão de não aceitarmos, de forma alguma, o incentivo à utilização de entorpecentes, como a maconha, heroína, crack, oxi e outros, que acabam trazendo milhares e milhares de novos adeptos e que acabam se enveredando no mundo dos vícios, trazendo problemas terríveis para as suas famílias. Essas pessoas geram opinião, como o nosso ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, falando a favor dessa praga. Eu que continuamente tenho atendido pessoas viciadas, que realizo o trabalho social em portas de presídios, tenho convivido com muitas mães e familiares que pedem ajuda, e não podemos aceitar de forma nenhuma que tenhamos passeatas para apoiar maconha ou outras drogas.

Sr. Presidente, trago outro assunto de grande relevância, que trata das atitudes dos alunos Letícia Lima, Priscilla Yumi, Vinicius Jacomassi e Gabriel Ramos, do 1º ano do ensino médio, do Colégio Salesiano, de Araçatuba, que produziram entre os seus colegas, uma cartilha falando sobre o bullying. Essa cartilha, depois de ser analisada pelas escolas do município, foi divulgada pelos próprios alunos. Vejam que atitude bonita e que merece ser homenageada nesta Casa. É uma cartilha passou a ser debatida pelos amiguinhos, estudantes, que deixaram tópicos excelentes para que possamos combater esse tipo de agressão que é o apelido maldoso. Entre os itens, temos: O que é o bullying? Quais são os locais onde ocorre o bullying? Quais os efeitos provocados pelo bullying? Como agir em relação às vítimas de bullying?

O cyberbullying é a utilização do bullying na internet. É um assunto que devemos debater. Como encarar o cyberbullying? Como prevenir o cyberbullying? Você sabia que várias celebridades já passaram por esse tipo de problema? Não espere esse mal chegar até você.

E eles terminam, deixando um símbolo bem claro, evidente, da contrariedade do bullying na escola. Esse assunto está sendo debatido nas escolas de Araçatuba. E quem realmente teve a sua maior colaboração para que tivéssemos esse grande debate em Araçatuba, foram esses alunos, a quem nós queremos parabenizar, juntamente com a Prefeitura de Araçatuba e a Secretaria Municipal de Educação pela iniciativa.

A Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Educação, instituíram entre os dias 23 a 31 de maio, a semana contra o bullying. Acho que essa atitude deve ser estendida a todo o Estado. E nós, como Deputados, devemos apoiar esse Projeto de lei 1239, de 2009, que está tramitando nesta Casa, que detalha para as nossas escolas como combater essa atitude chamada de bullying, que hoje já existe em proporções ilimitadas, mas que precisamos cercear esse mal. Muito obrigado.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, para consultar V. Exa. se houve acordo no Colégio de Líderes de qual será o encaminhamento na Ordem do Dia, se há encaminhamento de algum líder partidário nesta Casa?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Há uma determinação de votarmos na sessão extraordinária alguns projetos, incluindo o projeto da Defensoria Pública, e amanhã, alguns projetos de Deputados que já foram aprovados no Congresso de Comissões.

 

O SR. CARLOS CEZAR DA SILVA - PSC - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, gostaria de somar o meu discurso às palavras dos Deputados que me antecederam. Há um versículo na Bíblia que diz “melhor é o fim das coisas do que o início delas”. Melhor é o fim do que o começo. O que marca é o final das coisas. Fiquei muito decepcionado, uma vez que cheguei a votar no ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando vi esse senhor, de 80 anos de idade, fazer essa manifestação, ao meu ver, extremamente equivocada, porém, como todos fazemos parte do Parlamento, uma Casa democrática, sabemos respeitar opiniões. Mas, para alguém que já foi Presidente da República, ele poderia muito bem encerrar a sua história de forma mais nobre. Creio que ele perdeu uma boa oportunidade para ficar quieto ou de não falar tanta besteira, uma vez que nós conhecemos pessoas que morreram, que perderam as suas vidas, que perderam a sua juventude, os seus sonhos, por conta das drogas e por conta da maconha.

Quero parabenizar o Deputado Donisete Braga. Há instantes, tivemos a realização de uma audiência pública de instalação da frente de combate ao crack nesta Casa.

Agora aparece uma nova droga pior que o crack, o oxi, mais forte, mais perigosa, que vem para destruir famílias, sobretudo, os jovens.

Nós, legisladores, não podemos ficar inertes ou indiferentes. Na nossa vida, sempre vamos ter duas posições: aceitar pacificamente ou enfrentarmos a questão de forma veemente e decidida. Por isso, estou manifestando o meu posicionamento contrário. Não podemos aceitar de forma pacifica e quero lamentar que uma pessoa, que teve uma importância tão grande para o País em determinado momento, hoje participe de programas de televisão de forma tão equivocada.

Sr. Presidente, o diagnóstico do oxi já é uma realidade. A nova droga chegou ao Brasil em meados da última década pelo Acre e Amazonas, nas fronteiras com Brasil e Colômbia. Há registros de mortes no Piauí, e a droga caminha para o sudeste, para São Paulo, o Estado mais rico do País.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos, Álvaro Mendes, foi enfático ao admitir, em recente entrevista à revista “Veja”, que além do Piauí, o oxi já chegou à Paraíba, Maranhão, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

No início de maio, a polícia deteve em São Paulo um casal com uma pedra de meio quilo de oxi. Todos nós sabemos que, além dos estragos à saúde e à vida, os entorpecentes deixam um rastro de violência e destruição por onde passam, e isso é assustador.

Essa mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem, o oxi tem potencial devastador, é mais destrutiva do que o crack e, além disso, mais barato. Com estas características, essas drogas encontram condições para a disseminação da nova droga, conforme avaliou na mencionada reportagem da revista “Veja” o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo.

Para encerrar, quero dizer que apresentei um projeto, que se tornou lei na cidade de Sorocaba, no período em que fui vereador, que instituiu o Seminário Antidrogas nas Escolas todo 1º semestre do ano na Rede Municipal de Ensino.

O Seminário Antidrogas nas escolas de Sorocaba tem o objetivo de transmitir aos alunos ensinamentos sobre nocividade e as consequências do uso de entorpecentes. As atividades incluem palestras com especialistas, aulas, debates, nos quais são utilizados recursos de apoio como painéis e cartazes. Professores, médicos e policiais militares contribuem com suas experiências para o sucesso da programação.

Eu penso que é a conscientização que vai fazer com que possamos propor atitudes positivas no sentido de enfrentar a droga e combater esse mal que, como já foi dito aqui, é o mal do século, sobre o qual queremos não retroceder, mas avançarmos no sentido de diminuir esse crescimento de consumo de drogas em todas as camadas da sociedade. Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, a primeira marcha dos jovens que houve em São Paulo, no sábado à tarde, foi a Marcha da Maconha. Aí, deu todo aquele problema da proibição judicial.

No outro sábado, foi convocada a Marcha da Liberdade de Expressão e das Liberdades Democráticas. Então, além do grupo de jovens que tinha organizado a chamada Marcha da Maconha, ampliou para toda sociedade.

Eu estava lá. Eu fui no sábado lá. Cheguei às 2 horas no Masp. Todos os grupos sociais estavam representados. Todos da juventude de São Paulo, desde a garotada que fez a luta contra o aumento das tarifas. Foi uma coisa impressionante.

O comandante da Polícia Militar chamou o comando das várias tribos da garotada e falou: “Se não houver nenhum tipo de provocação, se não houver apologia ao uso de drogas, se for uma manifestação tranquila de liberdade democrática, liberdade de expressão não haverá problema nenhum”. O comando de diversas tribos da juventude reunidas em frente ao Masp, lá no Trianon, disseram que não vai haver problema nenhum.

Pois bem, a manifestação partiu do Masp cerca de 5 horas da tarde. Eu não estava muito bem de saúde e estava muito frio. Fui até o Cemitério da Consolação onde houve uma homenagem aos dois ambientalistas mortos no Pará e um ambientalista morto na Rondônia. Foi na maior tranquilidade e terminou lá na Praça da República numa manifestação cultural.

Sr. Presidente, na condição de deputado, eu estava lá. Eu vejo que esses senhores vêm aqui, hoje, falar que o Presidente Fernando Henrique é isso, o Presidente Fernando Henrique é aquilo. Eu sou do PT, sempre fiz oposição ao Presidente Fernando Henrique e não tenho vergonha nenhuma de dizer que uma das organizadoras era a Vereadora Soninha Francine, que estava lá na primeira e na segunda. Então, o senhor sabe do meu nível de antagonismo com a Vereadora Soninha, principalmente porque atribuo a ela a responsabilidade daquele vídeo de futurologia 2012. Mas quero dizer uma coisa: Parabéns, Soninha Francine. Parabéns! A liberdade tem que ser discutida nesta terra e não é essa visão teocrática que vai acabar com o debate civilizado. Chega de teocracia. Nós vivemos no Estado laico e esta Assembleia Legislativa tem que ser livre, teocrática e plural.

Não tenho nenhuma ligação com a droga. Sou radicalmente contra o uso das drogas, mas a juventude tem que ter um espaço para discutir este e outros temas. Não podemos repetir nos tempos modernos a nova inquisição. Não podemos mandar ninguém para a fogueira.

Parabéns, Presidente Fernando Henrique! Eu divirjo do senhor em tudo, mas tenho que admitir que está discutindo o porquê milhares de jovens estão sendo encarcerados por serem simplesmente usuários. É um absurdo dizer que V. Exa., Sr. Presidente, está defendendo o uso das drogas. É um crime dizer que V. Exa. está fazendo uma apologia das drogas.

Chega de fogueira, chega de inquisição. Ninguém mais vai queimar vivo ninguém no Brasil. A igreja católica no segundo-turno, esse setor reacionário, tentou usar a questão do aborto contra a Dilma e contra as liberdades democráticas. Quebrou a cara! Chega de obscurantismo. Ninguém vai queimar mais ninguém na fogueira.

 

O SR. VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, requeiro a V. Exa. o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência adita à Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã com o PLC nº 34/11.

Havendo acordo de líderes, esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje e o aditamento anunciado, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a ter início às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 47 minutos.

 

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