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28 DE NOVEMBRO DE 2011

055ª SESSÃO SOLENE EM COMEmoração dO “25º ANIVERSÁRIO DA PEÇA TEATRAL “TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR”

 

Presidente: PEDRO BIGARDI

 

RESUMO

001 - PEDRO BIGARDI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a pedido do Deputado Pedro Bigardi, ora na condução dos trabalhos, para comemorar o 25º Aniversário da Peça Teatral "Trair E Coçar É Só Começar", de Marcos Caruso. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Informa que, esta semana, deve ser inaugurada Frente Parlamentar em Defesa da Cultura. Ressalta a importância do tema para um país. Afirma que esta sessão presta homenagem não apenas ao espetáculo em questão, mas a todo o teatro brasileiro. Cita dados acerca da peça "Trair e Coçar, é só Começar".

 

002 - MARCOS CARUSO

Autor da peça, relata conversa com taxista durante visita à Itália. Considera insuficiente o destaque dado pelo Governo brasileiro à Cultura. Reflete acerca da longevidade alcançada pelo texto "Trair e Coçar, é só Começar", em cartaz há 25 anos. Atribui seu sucesso aos atores e produtores do espetáculo.

 

003 - Presidente PEDRO BIGARDI

Presta homenagem, com entrega de placa, ao Senhor Marcos Caruso. Faz a leitura do histórico dos próximos homenageados.

 

004 - CARLOS MARTIN

Ator, entrega placa ao Senhor Alexandre Reinecke.

 

005 - ALEXANDRE REINECKE

Diretor Assistente, informa já haver participado, como ator, da peça. Reflete acerca das dificuldades da comédia como gênero dramático. Recorda as primeiras apresentações da montagem. Lembra publicidade à encenação, realizada pelo empresário Sílvio Santos. Menciona experiência teatral com o falecido ator Paulo Autran.

 

006 - CARLOS MARIANO

Ator, recorda experiência ao lado do homenageado. Parabeniza-o pela renovação empreendida na peça. Entrega placa ao Senhor José Scavazini.

 

007 - JOSÉ SCAVAZINI

Diretor Assistente, agradece a homenagem recebida. Deseja ainda mais longevidade à peça.

 

008 - MÁRIO SÉRGIO PRETINE

Ator, entrega placa ao Senhor Antonio Carlos Borges Salomão Dib.

 

009 - ANTONIO CARLOS BORGES SALOMÃO DIB

Administrador do espetáculo durante 19 anos, faz agradecimentos gerais. Destaca o sucesso e a longevidade alcançados pela apresentação.

 

010 - CARLA PAGANI

Atriz, entrega placa à Senhora Sueli Franco.

 

011 - SUELI FRANCO

Atriz, representante dos 25 anos de história do espetáculo, fala sobre a dificuldade em se produzir um espetáculo com um grande número de personagens. Relata as razões pelas quais deixou a produção após três anos. Homenageia todas as atrizes que já interpretaram a personagem "Olímpia".

 

012 - JOSÉ SCAVAZINI

Diretor Assistente, destaca o profissionalismo da atriz Anastácia Custódio. Ressalta a importância do papel por ela desempenhado. Entrega placa à Senhora Anástacia Custódio.

 

013 - ANÁSTACIA CUSTÓDIO

Protagonista atual e representante de todas as atrizes que interpretaram a personagem "Olímpia", faz agradecimentos gerais. Fala sobre a contribuição que atuar nessa peça traz ao currículo de seus atores.

 

014 - Presidente PEDRO BIGARDI

Entrega placa à Senhora Viviane Procópio.

 

015 - VIVIANE PROCÓPIO

Produtora e mantenedora do espetáculo, recorda o início da amizade com o autor da peça, Marcos Caruso. Dá conhecimento de como se tornou produtora do espetáculo.

 

016 - Presidente PEDRO BIGARDI

Anuncia homenagem, com entrega de diploma, feita pelo Senhor Ivan de Almeida e pela Senhora Sissi Zucato, às atrizes Bruna Gasgón, representando o primeiro elenco da montagem no Rio de Janeiro; e Anna Maria Dias, representando todos os atores que já participaram da peça.

 

017 - ANNA MARIA DIAS

Destaca a importância da peça em sua carreira. Faz agradecimentos gerais. Lamenta a atual tendência à diminuição no número de atores simultaneamente em cena no teatro nacional. Destaca o sucesso do gênero comédia na cultura do País.

 

018 - Presidente PEDRO BIGARDI

Anuncia a entrega de homenagens a artistas e ao elenco atual da peça.

 

019 - RADAMÉS BRUNO

Produtor e mantenedor do espetáculo, afirma haver iniciado sua carreira no teatro como ator. Destaca o reconhecimento alcançado pela peça junto ao público. Agradece a todos que já participaram do espetáculo e ao Deputado Pedro Bigardi, pela homenagem ora prestada. Faz entrega de placa ao Deputado Pedro Bigardi pelo reconhecimento e apoio ao teatro e à cultura nacional.

 

020 - Presidente PEDRO BIGARDI

Informa que devem ser realizadas duas apresentações gratuitas da peça "Trair e Coçar, é só Começar". Afirma haver sido uma honra para este Legislativo receber o elenco do espetáculo. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Pedro Bigardi.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior.

Eu sou o deputado Pedro Bigardi, líder do PCdoB, minhas Sras. e meus Srs., esta sessão solene foi convocada por nosso mandato, atendendo a solicitação do Deputado Pedro Bigardi, com a finalidade de prestar homenagem aos 25 Anos do espetáculo de Trair e Coçar é só Começar.

Quero compor a Mesa, dizendo que todos são muito bem vindos a esta Casa, atores, atrizes, todos que trabalharam ao longo desses 25 anos desse grande espetáculo brasileiro, quero compor a Mesa com o ator Sr. Marcos Caruso, convidado para vir aqui. (Palmas.) E também compondo aqui a nossa Mesa, convidar a atriz Sra. Sueli Franco, uma das primeiras Olímpias. Com muita honra, recebemos, aqui, Srs. Marcos Caruso e Sueli Franco. (Palmas.)

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria, antes de iniciar os trabalhos, registrar aqui a presença do Sr. Elizeu Soares Lopes, chefe de gabinete da Deputada Leci Brandão, companheira de partido que deixou um grande abraço a todos e não pode estar presente aqui hoje, mas deixou um grande abraço e muito carinho a todos aqui presentes. Também, o Sr. Gutemberg M. Tavares, assessor da Vereadora Luiza Cordeiro; Sr. José Roberto da Silva, vereador da Câmara Municipal de Piracaia; Sr. Divino de Oliveira, vereador da Câmara Municipal de Nazaré Paulista; Sr. Renan dos Santos, Presidente do PCdoB de Sorocaba, Diretório Central dos Estudantes de Sorocaba; Sr. Aléxis Pomerantzeff, Presidente da Nação Linguística Portuguesa; Sr. Edson Pinto, delegado de polícia da Alesp, representando o Dr. Marcos Carneiro, delegado geral da Polícia.

Eu citei a Deputada Leci Brandão e para aproveitar a pedido da própria deputada, devo informar que vamos ter o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura agora, dia 30 de novembro, às 15 horas, aqui na Assembleia Legislativa, no Auditório Paulo Kobayashi. A Frente Parlamentar é um espaço de debate dos temas, e a questão da cultura vai ser profundamente debatida nessa Frente Parlamentar, estão todos convidados.

Queria dizer que essa é a primeira sessão solene que eu faço, deputado. Iniciei o meu mandato este ano e tive um ano e meio na outra Legislatura, e é a primeira sessão solene que eu faço, e faço com muita satisfação, muito orgulho, muita honra de receber todos vocês. Eu entendo que a cultura, dizia isso agora a pouco para o pessoal da imprensa, é uma das questões fundamentais no processo de crescimento deste país. Eu me sinto muito honrado, e até emocionado de fazer esta sessão, receber pessoas tão ilustres que deram essa contribuição para a cultura brasileira.

E esta homenagem é para a peça Trair e Coçar é só Começar, por 25 anos de existência, é um recorde nacional e também um dos recordes mundiais; também ao Sr. Marcos Caruso, autor da peça, também a todos os atores e atrizes, todo pessoal da retaguarda que trabalhou esse projeto cultural esses anos todos, mas é, antes de tudo, uma homenagem ao teatro brasileiro. Acho que o teatro brasileiro precisa, mais do que nunca, ser homenageado todos os dias. Então, sinto-me muito honrado, muito emocionado de poder fazer essa homenagem.

25 anos em cartaz, mais de seis milhões de espectadores em todo Brasil, sendo três milhões e meio só em São Paulo, onde já passou por mais de 20 teatros. Citado quatro vezes no Guinness Book, o Livro dos Recordes, o número da peça Trair e Coçar é só Começar, de Marcos Caruso, impressionam, tornando ainda mais curioso o fato de ninguém ter se disposto a montá-la, ficando na gaveta por seis anos, de 1979 até a sua montagem, em 1986, no Rio de Janeiro, quando Atílio Riccó procurou pelo autor pedindo-lhe um texto para montar. Marcos Caruso, então, lembrou da peça Trair e Coçar é só Começar, jamais imaginaram que naquele momento davam início a um marco da história do teatro nacional. Trai e Coçar é só Começar, a comédia de maior sucesso com 25 anos de apresentações ininterruptas.

Através de alguns representantes que chamaremos aqui, no decorrer da solenidade, prestamos a nossa homenagem, a homenagem de todos os deputados desta Casa, todos os 94 deputados, e reconhecemos a importância de cada um sem nenhuma distinção, que direta ou indiretamente, passou por esse patrimônio das artes e da cultura nacional.

Para falar da peça, desses seus 25 anos, nada melhor do que ouvir o seu autor. Então, com a palavra, o Sr. Marcos Caruso. (Palmas.)

 

O SR. MARCOS CARUSO - Há uma semana atrás, no sábado passado, eu estava na Itália, porque eu fui pra lá levar o meu pai, que completou 90 anos. E no sábado, eu estava dentro de um táxi, e a crise na Itália está começando a ficar grave na Europa, a crise do Euro, e as pessoas estão sentindo muito isso por lá. E nós, que somos um país e já passamos por tantas crises, a minha curiosidade não só como cidadão, mas como artista também em saber como essa crise afeta esse povo italiano, e dentro daquele táxi, eu perguntei ao motorista: como é que essa crise está afetando o Sr.? E a resposta dele foi: Sr., pra mim, até a crise, as pessoas iam ao teatro, cinema e a ópera de táxi, depois da crise, as pessoas estão indo de metrô ou a pé. Eu me segurei para não chorar no banco de trás. Porque nós somos um país que passamos por muitas crises, não mais que a Itália talvez, porque a Itália tem cinco vezes mais o número de anos que nós temos.

Mas nesses 25 anos que Trair e Coçar é só Começar, nós passamos por muitas crises, nós mudamos de moeda, pelo menos, cinco vezes. E durante todo esse tempo, a despeito da cultura ser sempre a prima pobre das prioridades dos governos, sempre não ser prioridade, o teatro ser supérfluo, apesar de tudo isso, eu hoje com 60 anos, tinha 30 quando a peça estreou, meu pai tinha 60 anos e hoje tem 90 anos, meu filho tem hoje 30 anos e minha neta tem um, e quatro gerações, pelo menos, da minha família assistiram Trair e Coçar é só Começar.

Que país é este? Na Itália, eles não deixam de ir ao teatro, ao cinema, apesar da crise. Eles simplesmente economizam no veículo que vai levá-los ao teatro ou a ópera. Que país é este nosso, que a despeito de tudo contra a cultura e o teatro uma peça, resiste 25 anos sem sair de cartaz com casas lotadas. Essa pergunta todos nós fazemos diariamente, mesmo aqueles que estão lá no palco, e ao lado dele. E acho que eu só tenho duas respostas para isto neste momento.

E antes de dar as respostas, quero agradecer muito o Deputado Pedro Bigardi, por esta homenagem. Porque é a primeira e única que o Trair e Coçar é só Começar recebeu oficial, estou profundamente emocionado com a sua homenagem. Eu acho que é uma homenagem para o teatro realmente, e eu quero agradecer do fundo do meu coração, e eu não costumo falar essas palavras de coração se elas não são de verdade. (Palmas.)

Então, a resposta que eu encontrei pra isto, em primeiro lugar, o sucesso é de quem faz. Não adianta a peça ser boa, se quem está fazendo não acredita nela. O sucesso desses 25 anos em cartaz ele pertence aos atores que passaram por esta peça, aos técnicos que passaram por esta peça, aos diretores que auxiliaram a montagem original, aos dois produtores que acreditaram mesmo nas vacas magras que a peça era um produto de qualidade e continuaram investindo. Esta é uma certeza que eu tenho, o sucesso é de vocês. Eu tenho uma grande parcela nele também, mas ela torna-se pequena perto da extensão desses 25 anos e do trabalho que todos vocês colocaram no espetáculo. E a segunda grande certeza, é que o povo brasileiro gosta de teatro. Se não gostassem, não estariam lotando esse espetáculo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Para materializar esta homenagem, eu pediria que trouxessem uma placa que nós vamos entregar comemorativa há esses 25 anos.

Essa é uma homenagem que vamos prestar aqui: “Marcos Caruso, pelos 25 Anos de sucesso ininterruptos. Nossa homenagem e reconhecimento ao seu talento e contribuição a história do teatro nacional, como autor da peça Trair e Coçar é só Começar, produzida pela BR Produtora. 28 de novembro de 2011. Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa, Deputado Pedro Bigardi, do PCdoB”. Nossa homenagem ao Sr. Marcos Caruso. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Só registrar a presença do Sr. Tobias da Vai-Vai, que está aqui conosco, é um prazer, está representando o Sr. Gilmar Tadeu, secretário especial da Copa; Sr. Manuel Júlio, Presidente Estadual da Unegro; Sr. Tércio Marinho, que é ator, produtor teatral também; Sr. Ary Knor, de Apiaí, que veio aqui prestigiar esta nossa atividade; Sr. Vander Geraldo, que é Presidente do PCdoB aqui da capital; Sr. Gabriel Bitencourt, que foi vereador por diversos mandatos em Sorocaba, também presente aqui.

Dando continuidade as nossas homenagens, quero registrar aqui, que não vai estar presente, mas vamos fazer o registro da importância ao diretor que deu início a esta história também, o Sr. Atílio Riccó, nossa homenagem. Nós vamos encaminhar a placa também, ao Sr. Atílio Riccó, que iniciou o trabalho da peça Trair e Coça é só Começar. (Palmas.)

Em 1994, ele assumia o papel do vendedor Olavo, anos depois, em 2009, já um diretor aclamado, assumia a direção artística permanecendo até 2010, com a missão de repaginar Trair e Coçar. A peça ganhou novo ritmo, ares modernos e muito vigor. Nossa homenagem agora, e vamos entregar uma placa comemorativa ao Sr. Alexandre Reinecke, um dos mais importantes diretores de teatro da atualidade. (Palmas.) Pedir ao Sr. Alexandre Reinecke, dirigir-se aqui à frente, para que seja entregue a placa. Eu vou sugerir para o Sr. Carlos Martins entregar a placa ao Sr. Alexandre Reinecke. (Palmas.) Se alguém quiser fazer uso da palavra nas homenagens aqui. A sessão é solene, eu sou toda hora cutucado aqui para fazer dentro do ritual, mas a gente pode abrir a palavra para quem quiser utilizar. Pode usar o microfone aí.

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. ALEXANDRE REINECKE - Não sou muito bom de falar em público, tanto que eu deixei de ser ator, mas eu fiz quatro anos essa peça como ator, entre 91 e 94, e eu vivo dizendo que eu tive duas grandes escolas de teatro, uma imensa, principalmente em relação à comédia e a dificuldade de se fazer comédia, sem dúvida nenhuma o Trair e Coçar. Eu digo escola, primeiro porque eu era um ator iniciante, fui substituir o ator Mario Cardoso, e num texto do Caruso que eu já falei isso pra ele. A primeira vez que eu assisti uma comédia, como todo iniciante de teatro, com aquela burrice de a gente achar que a comédia uma obra menor, e hoje em dia isso está entre os pseudos intelectuais e iniciantes de teatro, nos iniciantes eu entendo, mas nos conhecedores de teatro nunca vou entender aqui no Brasil. E a primeira comédia que eu assisti foi Sua Excelência o Candidato em Campinas, o Caruso não estava mais como ator, mas eu lembro que aquela peça me mudou. Depois, eu tive o prazer de fazer um texto dele, que é o Trair e Coçar, entrei onde eu fiz grandes amigos. Do elenco que eu estava, está a Ana Maria Dias aqui, mas tinha pessoas maravilhosas, como a Denise Fraga, Roberto Pirilo, eu sou muito ruim de nome, o Josimar Martins, Denis Derkian, começou com a Clarice Abujanra, que também se tornou uma grande amiga.

E nessa época, quando eu entrei, foi para ficar um ou dois meses, e o Dib que administrava e está aqui, a gente ia viajar, eu entrei ainda no Teatro Maria Della Costa, ficamos dois meses ali. Fui para o João Caetano para fazer uma temporadinha popular, de um mês e meio, dois, lá foi um sucesso absurdo, e o dono do restaurante C Q Sabe, o Roberto, falou: já que tem um tempo para fazer a peça, por que não fazem aqui no Zácaro? Está fechado e tal. E fomos fazer, num teatro de 1200 lugares, uma peça que, a princípio, estava terminando a temporada. E ali fomos para fazer um ou dois meses, enquanto o Dib organizava a viagem. Então aconteceu uma coisa muito interessante, estávamos num teatro de 1200 lugares, fazendo a peça para 200, 150 pessoas, até que uma pessoa foi assistir a esse espetáculo, e essa pessoa era, somente, o Silvio Santos. E num domingo, no programa dele, ao vivo, eu acho que era ao vivo, ele falou que era uma peça que ele adorou e que ele indicava para o público dele. Naquela noite, a peça teve 1300 pessoas, era uma coisa impressionante, tinha gente pelo chão, praticamente pendurada na arquibancada, e, dali em diante, a peça não saiu mais de cartaz. A gente teve que cancelar nossa viagem, era uma fila que chegava do Zácaro até a Praça da Feira do Bexiga, e a peça ficou ali quatro anos em cartaz e depois continuou em cartaz depois que eu sai, e foi esse estrondo, já era um sucesso e virou mais sucesso.

É uma peça que está sempre se renovando, acho que agora ela vai ser dirigida no Rio e vai ser com certeza uma renovação, uma remontagem, ser remontada no Rio com outro elenco, com outra direção e ela vai se renovar, e com certeza Trair e Coçar foi um marco na minha vida, e eu aprendi ali, com os atores daquela época uma coisa que eu levo para minha vida, como diretor, e exijo sempre nas minhas peças, uma rigidez, e uma disciplina. Porque eu acho que a comédia é muito mais difícil de fazer. Porque a comédia é um fio de navalha e uma tentação perigosíssima onde o ator, a todo o momento, é tentado a fazer uma graça que, muitas vezes, é desnecessária, em vez de lapidar e amadurecer a grande gague, ou a grande gargalhada, ele se sente muito mais, se sente tentado. Porque é uma tentação, eu sei, eu já fui, e fiz, e fiz também isso, para fazer a gracinha pela graça. E nessa peça, eu aprendi e levo muito, e além de ser um fã do Caruso, depois eu acabei dirigindo Sua Excelência o Candidato, que também foi um belo sucesso, levamos até Portugal, foi maravilhoso com o Gianechinni, e um grande elenco.

E é isso. Queria agradecer esta homenagem, fico extremamente emocionado. E Caruso, Radamés que é meu amigo, a gente se formou junto em Campinas, eu tinha 15 anos nos formamos juntos em teatro, lá em Campinas. E todos vocês, os amigos que se tornaram, o elenco que eu dirigi, a brincadeira que a gente fez durante um ano, uma brincadeira que a gente tentou fazer uma coisa diferente.

E só para terminar, a minha outra grande escola, foi ter sido assistente de direção do Paulo Autran, que foi aí que eu falei: quero ser diretor, e deve estar aí emocionado com esta homenagem ao teatro como um grande homem de teatro que ele foi.

Obrigado. Obrigado, Rada. Obrigado, Caruso. Obrigado, gente. Essa peça é uma coisa maravilhosa, parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Ele é ator, diretor, produtor, um homem do teatro. Teve oportunidade de trabalhar ao lado do Sr. Marcos Caruso em diversas funções. Em 2010, assumiu a direção da peça Trair e Coçar é só Começar, resgatando a montagem original. Pela sua dedicação e zelo artístico, a nossa homenagem ao Sr. José Scavazini, atual diretor-assistente da peça Trair e Coçar é só Começar. (Palmas.)

Queria chamar aqui, o Sr. Carlos Mariano, que integra o elenco atual, para fazer a entrega da homenagem ao Sr. José Scavazini. Carlos Mariano, que eu assisti muito em Jundiaí, há muito tempo. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS MARIANO - É um prazer tão grande, uma emoção tão grande. Nesse momento está juntando tantas coisas, o prazer de entregar essa placa para o Scava, que não é um ator, um diretor, ele é o meu irmão, a gente se conhece há 21 anos exatamente, em um espetáculo do Caruso que era Porca Miséria. Quando ele estava falando da Itália, eu me lembrei da Itália, porque quando ele fez Porca Miséria, era que a gente estava numa miséria danada e todo mundo queria ir para a Itália. E hoje, provavelmente, a Itália está querendo vir para o Brasil, então a gente se conheceu nessa época, eu e o Scava.

O Caruso, eu tive o privilégio de um pouco antes, nos anos 80, quando eram vacas magras ainda, Trair e Coçar estava na gaveta e o Caruso ia para Jundiaí e me assistia fazendo teatro amador em Jundiaí, isso foi 79, 80, e o mundo foi dando voltas. Tive o prazer de fazer Porca Miséria com o Caruso, onde eu conheci o Scava e tenho o prazer de estar a 10 anos no Trair e Coçar.

Nesse último ano, recebemos o prazer, o carinho desse rapaz, que é um batalhador, eu estou no espetáculo com ele, e ele deu vida nova ao Trair e Coçar, e mais uma vez, o Trair e Coçar precisa se reinventar a cada ano e acho que a cada ano é mais difícil, e ele conseguiu fazer isso com o espetáculo. O espetáculo está muito bom, muito bom graças ao seu talento, à sua vontade. Cada dia esse rapaz procura uma coisinha para melhorar, está do nosso lado, não deixa de estar a cada duas semanas no máximo, às vezes ele tem um final de semana todo com a gente. Parabéns, você merece, é um vencedor. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. JOSÉ SCAVAZINI - Obrigado Caruso, obrigado Radamés, pelo convite. É uma honra fazer parte desta equipe, e desejar que o Trair e Coçar possa ficar muitos anos em cartaz.

Em nome do teatro brasileiro, em nome de todos os artistas, que isso sirva de exemplo para autores, produtores e atores, e como o Caruso disse, é um mérito todo de quem está no palco. Acho que já passaram mais de 100 profissionais, atores e atrizes fazendo essa peça e até hoje Sueli tem a sua respiração, o teu carinho, a tua idéia, e a tua emoção, assim como Ana Maria, assim como todos que estão aqui. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Funcionário exemplar de um banco e com grande facilidade com os números, era a pessoa mais do que indicada para por ordem na casa. Sempre atento e cauteloso, o Sr. Antonio Carlos Dib, nosso reconhecimento dos 19 anos dedicados ao Trair e Coçar é só Começar, e por sua administração impecável. (Palmas.)

Para entrega da homenagem, o Sr. Mário Sérgio Pretine. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MÁRIO SERGIO PRETINE - Eu gostaria de falar também um pouquinho só. Hoje, o Trair e Coçar se encontra numa posição, e vem aí há 25 anos, mas que eu nesses 12 anos de espetáculo eu não posso deixar de testemunhar que uma das grandes alavancas do Trair e Coçar onde está hoje é esse cara, que é meu irmão, Antonio Carlos Dib. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO CARLOS DIB - Não tenho o dom da palavra, mas gostaria de agradecer, principalmente, ao Caruso, ao Riccó, e principalmente, ao Radamés, que deu muita força para que déssemos continuidade nesse trabalho que nós iniciamos em São Paulo, em 1989, no qual onde eu engessei, permaneci quase 19 anos. Passamos por várias turbulências e conseguimos superar, e é isso hoje o que representa o Trair e Coçar, uma continuidade de 25 anos ininterruptos graças à colaboração e participação de todo o elenco, os que já saíram e os que estão atualmente.

Mas eu só queria agradecer a todos. E lembrando o que o nosso colega falou lá no Zácaro, na época, a gente deixou uma marca muito grande no Zácaro, onde a fila realmente atravessava e ia até a praça, cambista de todo lado, teatro lotado, sem condições. Às vezes, de sexta-feira, já lotávamos o sábado e o domingo, para vocês verem a grandeza desse espetáculo. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria registrar que esta sessão solene será transmitida na íntegra pela TV Assembleia no próximo sábado, às 21 horas, pelos canais TVE Digital 185, TVA canal 66, NET canal 13 ou 7, TV Digital Aberta 61.

Não está aqui presente, mas vamos fazer um registro e nossa homenagem também, ao diretor, ator de teatro e TV, que atravessou duas décadas firme e forte como Cristiano de Trair e Coçar é só Começar, com humor incomparável, tinha o hábito de chamar todo mundo de “nega”, foi ator que permaneceu por mais tempo na peça, 23 anos, nossa homenagem ao Sr. Cézzar Pezuoli, vamos encaminhar depois aí a placa. (Palmas.)

Eu tenho aqui, isso aqui é pesquisa minha, se eu errar vocês me perdoem: Sras. Denise Fraga, Sueli Franco, Ana Rosa, Clarice Desier, Marilu Bueno, Renata Laviola, Vick Militelo, Beth Erthal, Iara Jamra, Vera Ferreira, Carla Fiorone, são as Olímpias que eu tenho aqui registrado que passaram pela peça.

Então a nossa homenagem e reconhecimento à atriz Sueli Franco, pelo seu talento e dedicação que fizeram história na peça Trair e Coçar é só Começar no Rio de Janeiro, e aqui ela está representando todas as Olímpias cariocas.

Para fazer a entrega da homenagem, vou chamar a Sra. Carla Pagani e entregar a placa a Sra. Sueli Franco. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. SUELI FRANCO - Eu não estava esperando por isso. (Palmas.)

Obrigada a vocês, obrigada a todos que estão me oferecendo isso, a nós todas, Olímpias. Eu fico muito satisfeita de ver esse trabalho do Caruso demorar tanto tempo. E outra coisa que eu acho mais interessante, a dificuldade de se produzir uma peça com tantos personagens e essa peça fazer esse sucesso e graças à força dos produtores, montar uma peça com tantos personagens. (Palmas.)

Quero dizer que eu fiz essa peça durante três anos com muita alegria, e só sai porque recebi um convite para fazer uma peça em Portugal, quando eu indiquei a Denise Fraga para fazer a peça, e ela veio pra cá e fez esse sucesso estrondoso, e ficou tantos anos aqui. E eu fico muito satisfeita de estar participando dessa alegria toda com vocês. Muito obrigada, muito, muito obrigada, e obrigada por todas as Olímpias, é um papel maravilhoso. Isso sem esquecer da Adriana Esteves, que fez no cinema também. Obrigada, muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - A Sra. Sueli Franco citou a Sra. Denise Fraga, que seria a nossa próxima homenageada, ela esteve em viagem fora do país, voltou no final de semana agora, não teve a oportunidade de estar aqui com a gente. Mas a gente destaca mais uma Olímpia na linha das Olímpias aqui, ela emprestou o seu talento por seis anos ao Trair e Coçar é só Começar, fazendo história e ganhando reconhecimento popular. Nossa homenagem à Sra. Denise Fraga, uma das mais destacadas e respeitadas atrizes da nossa geração. Depois, vamos encaminhar também a placa em homenagem à Sra. Denise Fraga. (Palmas.)

Continuando, quem diria que aquela moça tímida de Minas Gerais um dia ganharia os palcos? Quem não sabe que ela é atriz, não imagina o gigante que ela vira em cena, nossa homenagem à Anastácia Custódio, atual protagonista de Trair e Coçar é só Começar, e fiel representante das Olímpias de São Paulo. (Palmas.)

Queria chamar o Sr. José Scavazini, para entregar a homenagem à Sra. Anastácia Custódio. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ SCAVAZINI - É uma honra grande poder entregar esta placa para esta atriz fenomenal, que é uma excelente comediante, de primeira, uma profissional exemplar, que busca a perfeição em todos os espetáculos. Tenho um prazer enorme de trabalhar com ela e de dividir com ela, de cobrar e de inspirar no resultado profissional que ela consegue fazer. Com brilho, ela continua fazendo um dos personagens mais marcantes do teatro nacional brasileiro, que é a empregada Olímpia e, com honra, homenageando todas as atrizes que passaram e fizeram história com esse personagem, como a gente já citou aqui, Denise Fraga, Sueli Franco e entre outras, e ela hoje dá vida a essa personagem de uma forma tão brilhante. A tua homenagem é mais do que merecida, parabéns e um beijo muito grande. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. ANASTÁCIA CUSTÓDIO - Eu não sei nem o que dizer. Primeiro, eu queria agradecer a minha família, eu tenho que fazer isso porque sem eles eu não estaria aqui, ao Marcos Caruso, por esse espetáculo, por esse texto e por essa honra de hoje poder fazer essa personagem, que eu acho que é um crivo para qualquer ator, qualquer atriz. Fazer o Trair e Coçar é um carimbo de excelência no nosso currículo. E essa homenagem não teria nenhum sentido se eu não agradecesse a todos os meus amigos e colegas com quem eu contracenei, Aninha, Bruna, César, que foram também os nossos diretores, ao Ale, maravilhoso, que me levantou tantas vezes, e a esse cara que agora está pegando no meu pé. Ao Dib, que é um amigo por excelência, ao Rada e a Vivi, nossos produtores que hoje também são grandes amigos. Enfim, se eu for citar todo mundo que hoje o Trair e Coçar é pra mim, é minha família aqui.

E não tenho o que dizer, só agradecer a Deus, a Sofia, Bruno, que aquela garotinha ali, eu vou confessar hoje, muita coisa que eu faço na Olímpia, hoje eu estou roubando dela. Eu fico observando e levo para o palco muitos detalhes que ela me apresenta no dia-a-dia. Então muito obrigada a todos, Sueli, a minha gratidão, porque eu sei que muita coisa que eu carrego hoje na personagem, com certeza você plantou, as pessoas foram colhendo e a gente rouba, e leva com muito orgulho. Obrigada, obrigada mesmo, de coração. Obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria chamar aqui em cima, a Sra. Viviane Procópio, para que a gente possa homenagear aqui, todos os produtores, mantenedores do espetáculo Trair e Coçar é só Começar. (Palmas.)

E pedir à assessoria, para trazer uma placa e a gente fazer uma homenagem, porque eu vou entregar à Sra. Viviane Procópio essa homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. VIVIANE PROCÓPIO - Todo mundo que está aqui e me conhece, sabe que eu sou de falar bem pouco, nem sabia que isso iria acontecer, não estava no roteiro, pelo menos no meu não estava.

Eu queria agradecer muito ao Caruso, porque a gente se conheceu num momento muito especial em Campinas, ele é um querido pra gente, ele é padrinho da Sofia de coração. E eu digo o padrinho da Sofia, porque a gente já era casado, já fazia produção, já trabalhava junto há muito tempo, e o convite para produzir Trair e Coçar veio na véspera de um Natal, eu estou até tremendo porque eu fico realmente emocionada com essa história, porque a gente não tinha perspectiva de sair de Campinas, não tinha esse projeto. E quando veio o convite eu falei: será Rada? Porque a gente vai ter que ir embora, vai ter que se mudar, tanta coisa, mudar na nossa vida. E me lembro do Rada, dizendo que foi assistir a peça mais para fazer os defeitos, e na hora que ele sentou, se acabou de rir, e a gente tem que ir, porque é muito bom e é uma coisa que a gente não pode perder.

E vir para São Paulo, Caruso praticamente nos acolheu na casa dele, praticamente moramos lá durante seis meses até a gente conseguir se organizar, começar a nossa vida aqui, e o que mais me emociona, que tudo isso está aqui no meu colo, porque foi aqui que a gente constituiu a nossa casa de verdade e a nossa família, e Nana, que é minha irmã, tia da Sofia, todos do elenco que tem o maior carinho com ela, ela já fez turnê com a gente, todo mundo tomou conta dela sem exceção. Minha filha já é do teatro, e já parte dela o Trair e Coçar, porque pela casa ela fica andando e gritando Olímpia sem parar, dando texto da peça, e todo final de semana pedindo para assistir o espetáculo. Acho que o Trair é isso, é um renovando outro, e essa pequena tão apaixonada por teatro e eu tenho que agradecer ao Caruso, porque tudo isso começou com ele. Foi ele que chamou a gente pra cá. Obrigada gente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Agora, nós vamos convidar a atriz Bruna Gasgón, como representante do primeiro elenco da montagem no Rio de Janeiro e a atriz Anna Maria Dias, como representante de todos os atores e atrizes que fizeram parte dessa história para receberem esta homenagem. (Palmas.)

E para entregar a homenagem, o Sr. Ivan de Almeida e a Sra. Sissi Zucato. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. ANNA MARIA DIAS - Eu também não esperava essa homenagem, e me sinto muito emocionada, muito feliz por estar aqui. Eu fiquei 16 anos no Trair e Coçar, e pra mim, como atriz, diretora, autora, eu posso dizer que o Trair e Coçar foi na minha carreira e continua sendo, uma dádiva dos deuses do teatro. (Palmas.)

Evidentemente materializada por todos aqueles que permitiram que todos nós estivéssemos no palco durante todo esse tempo com muito sucesso, Marcos Caruso, Atílio Riccó, que está lá em Portugal, que foi o mentor dessa loucura toda maravilhosa, o Dib, meu querido Dib, que organizava tudo com tanto amor e com tanto carinho, a todo pessoal do elenco, nós sempre fomos e constituímos uma família, e era extremamente prazeroso sair, viajar, ir ao teatro. Era realmente uma emoção no camarim, no palco e depois do espetáculo que nós também saiamos, nos reuníamos e estávamos sempre juntos, e foram anos de muita, muita felicidade mesmo, e muita luz na minha carreira profissional.

E o Radamés veio para dar continuidade a essa carreira brilhante do Trair e Coçar. Isso é muito raro no teatro, e principalmente hoje, o que a Sueli falou, é raro ter tantos atores em cena. Eu, como autora, sempre sou solicitada a escrever textos com no máximo três personagens atualmente. Eu cheguei até a perguntar: por que três personagens? E um dos produtores que me solicitou dizia que daria para ir todo mundo num carro só na viagem. Então, essa é a situação do teatro atualmente, embora o público tenha lotado as casas e tenha realmente prestigiado essa arte, que é imortal, tão poderosa e tão maravilhosa. E que sabemos é sempre a primeira arte a ser calada em regimes fortes.

Estamos numa democracia, estamos em liberdade, uma liberdade de expressão muito grande, e fazendo da comédia, um sucesso. A comédia é aquilo que o brasileiro também gosta, porque ele em si, tem uma linha de comédia na sua trajetória como povo, e também de batalha, porque manter 25 anos em cartaz uma peça é realmente uma grande vitória. E a todos os vitoriosos que fizeram parte dessa história o meu agradecimento e minha grande admiração. E muita luz, muita luz para continuidade desse espetáculo, para que as novas gerações possam ver e aplaudir também o Trair e Coçar é só Começar. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Antes de homenagear o elenco atual da peça, quero chamar aqui para a frente, para receber algumas homenagens, alguns atores e atrizes que passaram pela peça e fizeram a peça ao longo do tempo, que estão presentes. Eu vou pedir à Sra. Jandira, que é atual administradora, ajudar na entrega dos diplomas. Sr. Blota Júnior. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. BLOTA JÚNIOR - Rapidinho, acho que o pessoal percebeu que botar um ator para falar de improviso, é a pior coisa que pode acontecer, a gente está acostumado a decorar texto e fazer.

Eu quero agradecer ao pai Marcos Caruso, por esse filho que foi o Cristiano, e esse pequeno pedaço que eu fiz, quando eu fiz o padre junto com o Ivanzinho, que é meu querido amigo. Obrigado de coração a todos vocês. Obrigado, Anna Maria, pelo ensinamento. Obrigado, Sueli, pela sua contribuição sempre dentro do coração da gente. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria registrar a presença do Deputado João Antonio, que é do Partido dos Trabalhadores.

Chamar outro ator, Sr. Silvio Toledo, para receber sua homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. SILVIO DE TOLEDO - Tudo que eu disser aqui vai ser repeteco, então, para não me tornar cansativo, repetitivo, eu quero agradecer, obviamente, ao Marcos Caruso, pela confiança, ao Radamés também, ao Alexandre Reinecke, pela brincadeira, pelos xingos que me deu nos ensaios, acho que valeu. Quero agradecer a Anna Maria Dias também, que me dirigiu, e todo a esse elenco maravilhoso, foi uma honra muito grande participar desse espetáculo e desse elenco. Até hoje tenho saudades, estou só há um ano fora e já sinto falta, já sinto saudades. Como disse o Reinecke, foi um aprendizado participar desse elenco e fazer parte dessa peça. Meu filho hoje, de quatro anos, ele me imita e já foi assistir várias vezes a peça, me imita hoje em dia eu fazendo o personagem.

Então, muito obrigado, obrigado a Deus, obrigado a minha mãe, que partiu faz um ano, mas enfim, eu acho que ela está vendo isso, e eu também agradeço muito a ela, porque se realmente, não fosse por ela, por ter me deixado vir para São Paulo, acho que isso também não estaria acontecendo. Muito obrigado mãe, te amo, obrigado todos vocês pela confiança. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria também registrar a presença do pai do Sr. Marcos Caruso, o Sr. Alberto Caruso, que muito nos honra também com sua presença. Obrigado pela presença. (Palmas.)

Chamar o Sr. Jarbas Toledo, para receber a sua homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. JARBAS TOLEDO - Pra mim foi um privilegio, um prazer, uma honra fazer parte dessa história, com pessoas amigas Caruso, Radamés, Mario, meu irmão mais novo.

Muito obrigado a cada um de vocês. Nessa peça eu fiz um pouco de tudo, produção, técnica, montagem, como ator. Enfim, foi uma experiência, uma história que eu vou guardar pra sempre. Muito obrigado a cada um de vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sra. Nábia Vilella. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. NÁBIA VILELLA - Muito obrigada por ter participado, ter feito parte do elenco de Trair e Coçar, foi muito importante para minha vida, principalmente profissionalmente. Então, queria agradecer ao Radamés, ao Scava, obrigada Caruso, e a todo elenco. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Agora vamos chamar Sra. Roberta Barros. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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A SRA. ROBERTA BARROS - Bom dia, quantas emoções num dia. Não imaginava ser chamada aqui, queria agradecer a todos.

Eu fui assistir a peça pela primeira vez com 11 anos de idade, e não imaginava que aos 18 anos iria iniciar a minha carreira e aos 24 anos estaria no elenco. Quando eu fui fazer o teste, com o Atílio Riccó, ele perguntou: quantos espetáculos você fez? Três. Eu acho que ele imaginou que eu iria falar 10, vários trabalhos, enfim. Trair e Coçar me abre portas até hoje, mesmo que esteja fazendo um trabalho agora e tenha feito outro no ano passado e tenha saído a três anos do elenco, até hoje eu sou conhecida como a atriz que fez o Trair e Coçar e sempre querem saber curiosidades. Sete anos de espetáculo, aconteceram muitas coisas na minha vida, enfim, familiares que falecem, outros que nascem, emoções, surpresas.

Só tenho a agradecer a todos vocês que estão aqui nos homenageando, ao Atílio, ao Caruso, ao Rada, ao Dib, lógico, ao elenco principalmente, a Anastácia, que me ensinou muito. Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Vamos chamar aqui agora o Sr. Tibúrcio, é um técnico, para receber a homenagem também. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. TIBÚRCIO - Eu estou muito emocionado, porque eu conheço o Caruso, inclusive ele fala: você é o mais velho da turma, porque desde quando ele estava começando a fazer teatro, eu como técnico, conheci ele. Aí, lógico, a carreira da gente corre muito, eu fiz Porca Miséria com o Caruso e a Jandira, fiz vários espetáculos.

E tinha uma época que eu estava no Meno Male, e tinha uma reestréia da peça do Trair, eu falei para minha esposa: bem, hoje é terça-feira, e naquela época terça-feira não tinha espetáculo, e tinha a reestréia da peça com a Denise, aí eu falei, vamos ver o espetáculo, nós estamos de folga mesmo, eu posso ver. Daí eu fui ver o Trair. Daí aconteceu uma coisa muito importante, eu sentei lá no Maria Della Costa eu ri tanto que eu chorei a peça inteira, chorava e falava: bem, não acredito, essa peça é muito boa. Aí eu falei para o Caruso, eu chorei a peça inteira de tanto rir.

Então, eu agradeço muito ao Caruso, graças a Deus, eu sou muito feliz porque eu trabalhei muito com ele em muitos espetáculos, e todos sucessos. E depois de tanto tempo, eu vi o Trair, assistir, e hoje em dia eu estou no Trair. Então, é uma coisa que eu faço com muito carinho e vou estar sempre cuidando o melhor que eu puder fazer. Agradeço a todo mundo, obrigado. E ao elenco, que é um elenco maravilhoso, que eu estou hoje, agradeço de coração. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria registrar a presença aqui da mais nova integrante da peça Trair e Coçar é só Começar, Sra. Sofia Bruno. (Palmas.)

E para finalizar essas homenagens, quero chamar aqui na frente, todo elenco atual da peça, pedir para o Sr. Marcos Caruso descer e fazer a entrega das homenagens lá embaixo.

Então, chamando a Sra. Anastácia Custódio, Sra. Carla Pagani, Sr. Carlos Martins, Sr. Ivan de Almeida, Sr. Jonathas Joba, Sr. Mário Pretini, Sra. Samanta Caracante, Sr. Carlos Mariano e Sra. Simone Zucatto, que integram hoje o elenco atual. (Palmas.)

Homenageando o elenco atual da peça, homenagear todos aqueles que passaram pela peça, que trabalharam nesses 25 anos, e agradecer muito a todos vocês, que ajudaram a construir essa peça maravilhosa, esse grande sucesso do teatro brasileiro. O Sr. Marcos Caruso vai entregar a homenagem a cada um. Parabéns a todos vocês, nossas homenagens aqui. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega das homenagens.

 

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O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Antes de fazer o encerramento, eu quero convidar aqui para fazer uso da palavra, o Sr. Radamés Bruno, que é produtor da peça Trair e Coçar é só Começar. (Palmas.)

 

O SR. RADAMÉS BRUNO - Pessoal, bom dia, para não fugir aqui o praxe, eu também estou um pouco nervoso, embora tenha me formado como ator, juntamente com o Alexandre, e como vocês podem ver, como ator, eu sou um médio produtor.

Como eu também tenho uma certa dificuldade com as palavras, eu acabei fazendo uma colinha, me perdoem, mas tentei expressar aqui o nosso sentimento, a nossa sensação em relação ao Trair e Coçar é só Começar.

Em um país onde o tempo é somente sinônimo de algo velho e desgastado, onde o teatro e a cultura lutam bravamente para sobreviver, acho que podemos dizer, somos guerreiros. Por mais que a grande mídia e parte da nossa classe temem em ignorar o feito, Trair e Coçar é só Começar tem o maior reconhecimento que qualquer peça sonha em ter, o reconhecimento do público. Nada mais normal, porque é ele que a cada semana oferece o combustível que move essa engrenagem, e é para o público que o teatro é feito. Posso dizer, então, que Trair e Coçar é só Começar está com o tanque cheio para rodar por mais 25 anos.

Claro que tenho que agradecer ao Caruso, grande responsável por isso que está acontecendo aqui hoje, responsável pela nossa vinda em definitivo para São Paulo. Responsável, de certa maneira, pela filha linda que eu tenho, pela esposa maravilhosa, companheira e que permitiu a gente fazer parte dessa história. Agradeço também a todo mundo, todos que emprestaram e que ainda emprestam o talento para que o Trair continue vivo.

E o mais importante de tudo, que, em algumas conversas, com o Pedro, com o Zeca, a gente estava sempre muito preocupado com protocolo, que quando se fala em Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, imaginamos aquela coisa pesada, séria, sisuda, onde são discutidas as leis e os rumos do nosso país, e de repente hoje, aqui, a gente está quebrando esse protocolo, e isso eu acho muito importante. E o Pedro possibilitou que, oficialmente, a gente registre na história esse marco, essa peça que, sem dúvida nenhuma, faz parte do patrimônio artístico e cultural do Brasil. Obrigado, Deputado Pedro Bigardi. (Palmas.)

Dessa forma, em nome da BR Produtora, e em meu nome da Viviane Procópio, eu quero prestar uma homenagem ao Deputado Pedro Bigardi, pelo reconhecimento e apoio que ele dá ao teatro e à cultura, em nome do Trair e Coçar é só Começar, de todos que fizeram e fazem essa história, em nome da cultura, o agradecimento. Queria entregar também, a ele, uma placa. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. RADAMÉS BRUNO - Obrigado a todos, nessa manhã de segunda-feira, para quem faz teatro, sabe que uma segunda-feira de manhã é difícil. Então, obrigado a todos vocês que vieram, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Queria agradecer a homenagem. E só dizer que nós vamos fazer outra homenagem ao Trair e Coçar é só Começar, vamos fazer duas apresentações mais populares, aberta a população, através de um pedido nosso aqui na Assembleia Legislativa junto ao governo do Estado, e vamos fazer uma aqui na capital, aberta, ainda no ano que vem, março do ano que vem, e mais uma na minha cidade de Jundiaí, que eu pedi para que fosse feita também. Mas é uma apresentação popular, aberta a população, gratuita, e a gente vai continuar fazer essa homenagem o ano que vem.

 

O SR. MARCOS CARUSO - Eu queria falar, já que quebrou o protocolo, que é importante saber que essa homenagem que está sendo feita, essas duas apresentações que estão sendo feitas por iniciativa do deputado, vão ser feitas com a verba parlamentar do deputado, isso é importante dizer. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Para fazer o encerramento, quero dizer que eu fiz uma conta aqui, que eu estou com 52 anos, mais 25 anos, são 77 anos, vou fazer a homenagem dos 50 Anos aqui na Assembleia Legislativa com 77 anos, espero contar com todos vocês. (Palmas.)

Mas foi uma honra para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo receber todos vocês, o desejo era prestar aqui a nossa homenagem a cada um de vocês, que contribuiu e contribui para a cultura nacional, mas como é impossível, não só pelo tempo escasso, mas também por serem muitos, principalmente muitos que passaram pela peça, afinal são 25 anos de história, cada homenagem aqui prestada é extensiva a cada um de vocês. Portanto, fica aqui o nosso reconhecimento e agradecimento pela presença.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece as autoridades, todos aqueles que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade, e declara encerrada a sessão.

Viva Trair e Coçar é só Começar! Viva o teatro brasileiro! Viva a cultura do Brasil! (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 58 minutos.

 

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