05 DE OUTUBRO DE 2009

058ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS “20 ANOS DE PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL”.

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

 

RESUMO

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que convocara a presente sessão solene, por iniciativa dos integrantes da Mesa Diretora, da qual é o Presidente, composta também pelos Deputados Carlinhos Almeida, 1º Secretário; e Aldo Demarchi, 2º Secretário, pelos "20 anos de Promulgação da Constituição Estadual". Convida os presentes a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Argumenta que a Constituinte foi um dos momentos marcantes deste Legislativo no século XX. Recorda o processo exaustivo, mas produtivo para a elaboração da Carta Paulista. Elogia o trabalho dos assessores. Recorda as dificuldades como presidente da Comissão de Sistematização, que adequou o texto aos princípios da Carta Federal. Lembra que 24 artigos aguardam regulamentação.

 

002 - JONAS DONIZETTE

Deputado Estadual, elogia a Divisão de Imprensa desta Casa por publicação retrospectiva da Constituinte. Enaltece a memória do deputado federal Ulysses Guimarães, presidente da Constituinte Federal. Afirma que, ainda hoje, o trabalho do legislador constituinte repercute nas reuniões do Colégio de Líderes. Apresenta saudações do Governador José Serra.

 

003 - SAMUEL MOREIRA

Deputado Estadual, faz referências sobre a passagem do tempo. Destaca a importância histórica da elaboração da Constituição paulista, após o período militar. Ressalta os princípios da democracia na busca constante pelos direitos e na valorização da justiça.

 

004 - EDSON GIRIBONI

Deputado Estadual, saúda os Deputados constituintes, na pessoa do ex-Deputado Osmar Thibes, oriundo da cidade de Itapetininga, da qual este Parlamentar era vice-prefeito no período constituinte. Afirma que a legislação paulista encontra ressonância no restante do País. Enaltece a memória dos Deputados constituintes falecidos.

 

005 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anuncia a exibição, no painel eletrônico, de vídeo com retrospectiva dos trabalhos constituintes.

 

006 - ORESTES QUÉRCIA

Governador do Estado de São Paulo no período constituinte, recorda que fora o primeiro parlamentar a apresentar proposta constituinte, para atender o anseio geral da Nação. Lembra que eram outorgadas as Constituições do período militar. Ressalta a importância da retomada do processo democrático brasileiro. Tece considerações sobre questões políticas da China e da Índia. Enaltece a importância de princípios constitucionais que levam ao desenvolvimento, com vistas ao futuro.

 

007 - TONICO RAMOS

Presidente da Assembleia Estadual Constituinte, fala da responsabilidade de seu cargo político. Faz retrospecto histórico. Homenageia os servidores constituintes. Recorda os constituintes e funcionários falecidos. Lamenta a publicação de foto do Deputado constituinte José Mentor, após horas exaustivas de trabalho. Faz agradecimentos a dirigentes de emissoras, especialmente Roberto Muylaert, da TV Cultura. Recorda citação do vice-presidente José Alencar.

 

008 - CLARA ANT

Líder do PT na Constituinte, destaca a importância do momento histórico da Constituinte, após a ditadura militar e às vésperas das eleições diretas. Recorda a assunção do PT e os dois mandatos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Faz distinção sobre a atuação política na década de 80 e no momento atual. Argumenta que a Carta Federal restringia e, ao mesmo tempo, liberava a atuação do legislador. Recorda que liderava bancada que tinha nove homens.

 

009 - MARCELINO ROMANO MACHADO

Líder do PDS na Constituinte, tece considerações sobre os embates políticos da época. Enaltece o significado da Constituinte paulista na sua trajetória política. Afirma que a legislação constituinte superou divergências político-ideológicas e uniu os parlamentares. Elogia a atuação do Presidente Barros Munhoz, à frente da Comissão de Sistematização. Lembra que foram feitas poucas alterações ao texto, que permanece moderno, especialmente na área ambiental e jurídica.

 

010 - VALDEMAR CORAUCI SOBRINHO

Líder do PFL na Constituinte, fala de sua emoção em retornar a esta Casa. Lembra que foram cumpridos os prazos regimentais. Enaltece a memória dos Deputados falecidos, especialmente Nabi Chedid, Mattos Silveira, Ivan Espíndola de Ávila e João do Pulo. Destaca a importância da bancada de Ribeirão Preto, e os benefícios do Governador Orestes Quércia em favor da região. Cita avanços constitucionais, como a destinação de 1% do orçamento para pesquisas, a autonomia financeira das universidades públicas, o meio ambiente e o transporte de trabalhadores rurais.

 

011 - MAURO BRAGATO

Deputado Estadual e constituinte pelo PMDB, faz abordagem sobre a participação popular na elaboração da Carta paulista. Considera vitoriosa a destinação de 30% do orçamento para a educação. Lembra, como derrota, a desvinculação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, emenda que não prosperou.

 

012 - ANTONIO CALIXTO

Deputado Constituinte do PDT, informa que a bancada do PDT era pequena, mas atuante. Elogia a gestão do então Governador Orestes Quércia, especialmente quanto à greve dos professores. Recorda os constituintes falecidos, na memória do ex-Deputado Maurício Najar. Fala de emendas, de sua autoria, que tratavam das áreas verdes, do controle do sangue e do réu pobre.

 

013 - VANDERLEI MACRIS

Deputado Federal e Líder do PSDB na Constituinte, informa sua participação em CPI da Câmara dos Deputados sobre crianças desaparecidas, que se realizava nesta Casa. Recorda sua gestão como presidente deste Parlamento, e as atividades do Fórum São Paulo para o Século XXI, tendo em vista princípios constitucionais, sendo um de seus resultantes o Índice Paulista de Responsabilidade Social. Enaltece a memória dos constituintes falecidos. Elogia o desempenho dos assessores e demais servidores desta Casa. Cita avanços da Carta paulista no que tange ao meio ambiente e à educação.

 

014 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anuncia o lançamento no portal da Assembleia Legislativa de São Paulo, de uma página dedicada ao Poder Constituinte. Faz preito de gratidão à memória dos Deputados constituintes falecidos. Entrega exemplar de livro sobre esta efeméride ao ex-Governador Orestes Quércia. Enaltece o trabalho dos servidores desta Casa, na pessoa dos Drs. Andyara e Auro. Lembra a participação popular. Recorda a mobilização sobre emenda que visava desvincular o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Informa que o Deputado Erasmo Dias esteve aliado ao PT em determinadas propostas. Agradece a atuação da Imprensa, na pessoa do jornalista Clóvis Messias. Faz convite para o descerramento de placa de mármore, alusiva aos 20 anos de Promulgação da Constituição Estadual; e para a visitação à exposição dos originais de todas as Constituições Estaduais desde 1891. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Senhoras e senhores, muito boa-noite. Vamos dar início à Sessão Solene convocada com a finalidade de comemorar os 20 Anos da Promulgação da Constituição Estadual.
Para compor a Mesa, convidamos o 2º Secretário da Mesa Diretora, Deputado Aldo Demarchi, 1º Secretário da Mesa Diretora, Deputado Carlinhos Almeida; Deputado Constituinte Presidente da Assembleia de 1989 a 1991 e do Poder Constituinte de 2 de maio de 1989 a 5 de outubro de 1989, Deputado Tonico Ramos; Governador do Estado de São Paulo de 1987 a 1991, Orestes Quércia.
Para dirigir os trabalhos da Mesa, receberemos o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Sr. Deputado Barros Munhoz, que recebe as honras concernentes ao Chefe de Poder, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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- O Sr. Presidente adentra no plenário.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Gostaria de saudar as honrosas presenças do Governador Orestes Quércia, do Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Assembleia Constituinte, Deputado Tonico Ramos, dos companheiros de Mesa Deputados Carlinhos Almeida e Aldo Demarchi.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada por esta Presidência, atendendo solicitação da Mesa, com a finalidade de comemorar os 20 Anos de Promulgação da Constituição Estadual.
Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar com a participação de seu Coral, sob a regência do 2º Tenente Músico PM David Serino da Cruz.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda e ao Coral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Peço ao Cerimonial que decline as demais autoridades que nos honram com suas presenças.
 
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Anunciamos a presença do 2º Tenente Tiago Sucupira da Costa, representando o Major-Brigadeiro-do-Ar Paulo Roberto Pertucci, Comandante do IV Comando Aéreo Regional, Exmo. Sr. Fernando Grella Vieira, Procurador-Geral de Justiça, Exmo. Sr. Conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, Presidente do Tribunal de Contas do Estado, Exmo. Sr. Conselheiro Roberto Braguim, Presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Dra. Cristina Guelfi Gonçalves, Defensora Pública-Geral do Estado de São Paulo; Sr. Cezário Tuma Jr, representando o Deputado Federal Lobbe Neto; Dr. Marco Antonio Vargas, Juiz assessor da Presidência, representando Dr. Marco César Müller Valente, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral; Sr. Wilson Ponce, representando o Secretário de Saúde de Santo André, Sr. Leonardo Carlos de Oliveira; Inspetor da Vila Mariana Osmar Freitas, representando o Comando da Guarda Civil de São Paulo; Dr. Paulo Rios, Delegado de Polícia da Assistência Policial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, representando o Delegado-Geral de Polícia, Dr. Domingos Paulo Neto; Sr. Ney Cardoso, representando o Deputado Estadual Antonio Salim Curiati; Sr. Raúl Tadeo Figueiroa, Cônsul-Geral da  República de El Salvador; Tenente-Coronel Carlos Eduardo Blanco, representando o Exmo. Sr. Coronel PM Álvaro Camilo, Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Sr. Gilberto Coragem, representando o Prefeito de Limeira, Silvio Félix.

Com a palavra o Presidente Barros Munhoz.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Faço questão de agradecer as honrosas presenças dos Deputados Constituintes Abdo Hadade, Antonio Calixto, Clara Ant, Líder do PT na Assembleia Constituinte, Conte Lopes, Daniel Marins, Edinho Araújo, Líder do PMDB na Constituinte, Edson Ferrarini, Fernando Leça, Fernando Silveira, Francisco Carlos de Souza, “Chico Ferramenta”, Getúlio Hanashiro, Hatiro Shimomoto, Inocêncio Erbella, Jorge Tadeu Mudalen, José de Castro Coimbra, Antônio Luiz Lima do Amaral Furlan, Luiz Francisco, Luiz Lauro, Marcelino Romano Machado, Líder do PDS na época, Mauro Bragato, Oswaldo Bettio, Tonca Falseti, Vitor Sapienza, ex-Presidente desta Casa, Valdemar Corauci Sobrinho, Líder do PFL, e Waldyr Alceu Trigo, um deputado sempre combativo, Osmar Thibes.

Quero dizer da minha satisfação em rever os colegas que não via há algum tempo e poder comemorar hoje uma época de ouro do Parlamento paulista. Ouso dizer que talvez tenha sido o momento culminante da história do Parlamento de São Paulo do século passado. É óbvio que houve fases memoráveis, trabalhos extraordinários do nosso Parlamento, mas a elaboração da Constituição de 1989 talvez tenha sido o mais exaustivo, o mais fecundo e a mais feliz produção do Parlamento de São Paulo.

Não posso deixar de saudar aqui também o Dr. Andyara e o Dr. Auro Augusto Caliman, que participaram ativamente dos trabalhos. Lamento que não esteja aqui o Renato Casaro que me auxiliou, era o meu braço esquerdo na Comissão de Sistematização.

Ficamos meses e meses trabalhando incansavelmente – sábados, domingos. As sessões começavam, às vezes, às 9 horas da manhã e se prolongavam até alta madrugada. Eu me lembro de discussões memoráveis, de deputados que tiveram uma participação extraordinária, mostraram uma erudição jurídica que a maioria da Casa ignorava possuírem. Foram momentos fantásticos, mágicos.

Tive oportunidade de presidir a mais difícil comissão. Todas as sete comissões temáticas foram trabalhosas, mas a Comissão de Sistematização, Governador Quércia, tinha 34 deputados de dez partidos diferentes. Eu não diria que é fácil presidir uma Casa com 94 deputados no plenário e apenas dois microfones. Mas é infinitamente mais fácil do que presidir 34 deputados, cada um com um microfone. Foi uma tarefa bastante difícil, complexa.

Havia dias que eu saía e precisava tomar um chope, uma cervejinha. A Deputada Clara Ant, nobre Líder do PT, me fazia companhia, juntamente com o Deputado José Mentor ou algum outro colega. Independentemente de bancada, de posição política, ideológica, partidária, acabamos constituindo uma verdadeira família, a Família Constituinte.

Por essas razões e muitas outras, quero me congratular com todos os constituintes de 1989 e agradecer as honrosas presenças das autoridades, aos companheiros de Mesa, Deputados Carlinhos Almeida e Aldo Demarchi pelo apoio dado para que esta sessão fosse realizada.

É lógico que não produzimos uma Constituição ideal, muito menos perfeita. Houve, inclusive, necessidade de se cingir às determinações da Constituição Federal de 1988. Passada a euforia da promulgação da Constituição Cidadã, ela se mostrou superada em muitos aspectos. Alguns pontos que se acreditava serem alavancas do progresso, do desenvolvimento e paz social, mostraram ser atravancadores do progresso e desenvolvimento. 

A nossa Constituição também padece dessas falhas. Temos ainda 24 artigos da Constituição a serem regulamentados. Apesar disso tudo, fizemos o trabalho que era possível ser feito naquele momento. Um trabalho que, como tudo na vida, deve ser aprimorado, melhorado, mas, naquele tempo, foi extremamente útil e importante para São Paulo.

Quero saudar o Deputado Hilkias de Oliveira aqui presente e passar a palavra ao nobre Deputado Jonas Donizette, que falará pela Liderança do Governo.

Parabéns, Senhores Constituintes!

 

O SR. JONAS DONIZETTE - PSB - Nobre Deputado Barros Munhoz, Presidente desta Casa, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os membros da Mesa Diretora da Assembleia.

Nobre Governador Orestes Quércia, Governador progressista, que trouxe um grande desenvolvimento ao nosso Estado – deixou seu Governo com altos índices de aceitação popular; muito me honra ter sua origem política no município onde tenho minha base eleitoral, Campinas, onde V. Exa. foi vereador, foi eleito Deputado Estadual, eleito prefeito -, na pessoa de quem peço vênia para cumprimentar as autoridades nomeadas pelo Cerimonial.

Na pessoa do meu irmão Luiz Lauro - uma pessoa a quem devo muito na minha vida pela minha formação e pelos valores que nossos pais plantaram em nosso coração -, que foi Deputado Constituinte, Deputado por dois mandatos nesta Casa, quero saudar os Deputados Constituintes que se fazem presentes.

Sr. Presidente, primeiramente, quero cumprimentar o setor de Imprensa da Assembleia Legislativa. Vivemos em um país em que datas especiais, muitas vezes, passam despercebidas. O setor de Imprensa da nossa Casa, certamente orientado por V. Exa., fez um trabalho muito bonito de compilação de dados, que culminou com este caderno falando dos 20 anos da Constituinte, traz fatos, pessoas, curiosidades da época, ano de 1989. Em quase todo rodapé de página vem escrito “Você se lembra?”. São mostrados, então, fatos que aconteceram naquele ano.

Os senhores estão aqui hoje, depois de 20 anos, e devemos agradecer ao Criador pelo dom da vida, por nos possibilitar este encontro e celebrar esta data. Nós, deputados da atual legislatura, temos muito a agradecer aos senhores e senhoras por horas e dias de trabalho dedicados à Constituinte.

O trabalho parlamentar, por si, já é algo nobre, pois, neste Parlamento, desenvolvemos as leis que regem o dia a dia da sociedade, mas a Constituinte tem um quê especial. É a Lei Maior, a Carta Magna. Tivemos a Constituição Federal, tão bem conduzida pelo brilhante político, líder, Ulysses Guimarães, que tanta saudade deixou a todos. Depois, cada Estado teve a incumbência de fazer a sua Carta adaptada aos ditames legais da nova Constituição. As senhoras e os senhores o fizeram de forma brilhante.

Até hoje, no Colégio de Líderes, quando nos debruçamos sobre algum assunto, avaliamos como V. Exas. foram dedicados na construção da Carta Magna paulista.

Nesta data especial, quero cumprimentar cada um dos senhores presentes, deixar o abraço do Governador José Serra, que não pôde comparecer, e seu agradecimento pelo serviço prestado ao povo paulista. Nosso Governador é um democrata, um homem que tem lutado pelo nosso Estado, pela nossa Nação, com muito respeito e apreço pelas leis.

Deputado Barros Munhoz, para esta Casa é uma alegria, depois de vinte anos, ter na Presidência aquele que foi o coordenador dos trabalhos da Constituinte e, nos dias de hoje, tão bem comanda esta Assembleia. Neste mandato, na primeira sessão, os colegas fizeram uma brincadeira e o chamaram de “Berros Munhoz”, como era conhecido à época da Constituinte. Em uma conversa descontraída, amigável, o Presidente falava de como a vida transforma as pessoas, de como se aprende no dia a dia.

Convivo com V. Exa. na atualidade e posso dizer que, independente de temperamento, de momentos da vida, V. Exa. sempre foi um homem público do mais alto quilate e merecedor da admiração dos que foram deputados com V. Exa. e dos que são deputados hoje.

Encerro minha fala com uma frase que julgo apropriada para o momento, porque, certamente, deve estar passando um filme na cabeça de cada um dos senhores e senhoras aqui presentes, que vivenciaram esse momento. De acordo com essa frase, na vida, nunca nos devemos comparar com os outros, porque podemos nos entristecer. Certamente haverá situações piores ou melhores que a nossa. Mas devemos nos comparar com nós mesmos: se, hoje, pudermos ser um pouquinho melhor do que ontem, é um grande avanço, um grande caminho percorrido.

Tenho certeza de que os senhores e as senhoras são homens e mulheres melhores do que foram há vinte anos, porque deram uma grande contribuição ao Estado de São Paulo. Parabéns a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra, o nobre Deputado Samuel Moreira, Líder do PSDB.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Excelentíssimo Sr. Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa, demais membros da Mesa Diretora, Governador Orestes Quércia, Deputado Constituinte Presidente da Assembleia Constituinte, Tonico Ramos, Dr. Fernando Grella, na pessoa de quem saúdo as autoridades presentes, Srs. Parlamentares, Deputados Constituintes, senhoras e senhores, 20 anos podem representar apenas uma fração pequena de tempo quando consideramos que a história e os historiadores se baseiam em séculos e milênios para avaliar a importância dos processos políticos, econômicos e sociais.

No entanto, esses 20 anos da Constituição Paulista têm um significado de profunda importância para a história do Estado de São Paulo e do Brasil.

Nossa Constituição é um marco.

Após duas décadas de ditadura militar, ela veio para construir e organizar as bases que garantem direitos, deveres, liberdade de expressão e participação ao povo de São Paulo.

O primeiro passo foi dado pela Constituição Federal, a Constituição Cidadã, que entrou em vigor em 5 de outubro de 1988.

No mesmo mês de outubro, os deputados paulistas instalaram aqui a Assembleia Constituinte Estadual, fundamental tanto para ratificar os preceitos da Carta Magna quanto para inserir, definitivamente, o maior Estado da Federação nos rumos da redemocratização brasileira.

A todos nós cabe, desde então, zelar pelo cumprimento dessas regras.

Devemos nos empenhar para fortalecer, aperfeiçoar e preservar as instituições, respeitando rigorosamente nossa Constituição.

É preciso reconhecer que a democracia se consolida na busca constante pela afirmação dos direitos e deveres dos cidadãos e das instituições.

Até mesmo as evoluções nesse processo devem acontecer respeitando-se os princípios democráticos, respeitando a nossa Constituição.

Por isso, hoje, celebramos, acima de tudo, a certeza de que desejamos continuar trilhando o caminho da democracia e da justiça social.

Aproveito para saudar os Deputados Barros Munhoz, Mauro Bragato, Campos Machado, Edson Ferrarini, Vitor Sapienza e Conte Lopes, nossos colegas na atual legislatura, que fizeram parte ativamente do processo constituinte.

Aproveito ainda para saudar os demais parlamentares constituintes que se dedicaram a esse trabalho.

Parabéns a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência quer saudar o nobre Deputado Lucas Buzato, que se encontra aqui presente.

Com a palavra, o nobre Deputado Edson Giriboni, em nome da Bancada do PV.

 

O SR. EDSON GIRIBONI - PV - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, Sr. Governador do Estado de São Paulo por ocasião da promulgação da Constituinte de 1989, Sr. Orestes Quércia, Deputado Tonico Ramos, na pessoa de quem cumprimento os membros da Mesa e demais autoridades presentes, nobres Deputados, na pessoa do Deputado Osmar Thibes do Canto, cumprimento todos os Deputados Constituintes aqui presentes.

O Deputado Osmar Thibes do Canto é da minha cidade, Itapetininga, e hoje me sinto feliz por termos dois deputados de Itapetininga nesta Casa. Quero aproveitar a oportunidade e agradecer ao Governador Orestes Quércia. Em 1989, eu era vice-Prefeito de Itapetininga, o Deputado Osmar era parlamentar nesta Casa, e o Governador Orestes Quércia foi um grande parceiro da nossa cidade.

Conseguimos grandes conquistas, àquela época, graças à parceria entre o Deputado Osmar Thibes do Canto e o então Governador Orestes Quércia. Hoje, depois de 20 anos, quero, publicamente, agradecê-lo, em nome de Itapetininga, as conquistas alcançadas.

Quero trazer os cumprimentos do Partido Verde às Sras. Deputadas e Srs. Deputados Constituintes presentes e dizer que, quando vice-Prefeito, frequentei bastante esta Casa e pude testemunhar o quanto os senhores trabalharam a favor do nosso Estado. Por várias vezes, estive presente nas galerias do plenário, trazendo nossas reivindicações. As questões municipalistas eram bastante fortes, e tivemos o apoio dos deputados e do então Governador.

Não poderia hoje, como deputado desta Casa, que procura continuar o trabalho que os senhores implementaram muito fortemente naquela época, deixar de registrar a minha determinação em dar sequência a isso. A nossa grande responsabilidade é continuar escrevendo uma história bonita do nosso Estado.

O que se faz aqui neste Estado, o que se decide nesta Casa, tem repercussão em todo o Brasil. Daí a responsabilidade que as senhoras e os senhores tiveram àquela época em escrever a história deste Estado, e a responsabilidade que nós, atuais deputados, temos neste momento em dar sequência à responsabilidade de fazer um Estado de São Paulo cada vez mais justo, mais humano e desenvolvido, para permitir que os paulistas vivam com mais dignidade. Com isso, os brasileiros também poderão se espelhar neste Estado, nesta Casa, e tornar o Brasil cada vez melhor.

Deputado Barros Munhoz, um dos deputados constituintes da época, no nome de V. Exa., quero cumprimentar todos os deputados que ajudaram a escrever essa página bonita do nosso Estado.

Que Deus abençoe a todos. Que continuem com muita saúde e possam ainda ajudar este Estado a se desenvolver com sua história de vida.

Quero lembrar os deputados constituintes que não se encontram mais conosco, mas com Deus. Onde estiverem, neste momento, devem estar muito orgulhosos em ver seus companheiros recebendo esta justa homenagem na Casa mais democrática do Estado de São Paulo.

Uma vez deputado, sempre deputado. Uma vez lutando por este Estado, continuarão na luta até o fim da vida. Que Deus abençoe a todos.

Obrigado, Presidente Barros Munhoz, por nos proporcionar o privilégio de estar aqui com tantas pessoas importantes do nosso Estado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Quero saudar os deputados atuais que nos honram com suas presenças: Milton Flávio, vice-Líder do Governo, Conte Lopes, 1º vice-Presidente desta Casa, e Antonio Mentor.

Quero aproveitar este momento extremamente importante da minha vida para agradecer, do mais fundo do coração, a participação e colaboração do Deputado Conte Lopes, durante os 50 dias em que estive afastado da Presidência desta Casa. Muito obrigado, Deputado Conte Lopes. Parabéns a Vossa Excelência.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Teremos agora a exibição de um vídeo com a retrospectiva dos trabalhos constituintes.

 

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- É feita a apresentação do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Orestes Quércia, Governador do Estado de São Paulo quando da promulgação da Constituição, um dos maiores Governadores da história de São Paulo, que foi deputado e atuou nesta Casa. Falará, portanto, na condição de Governador e deputado estadual, além da de senador, prefeito de Campinas.

 

O SR. ORESTES QUÉRCIA - Sr. Presidente Barros Munhoz, autoridades presentes, Procurador-Geral, Presidente do Tribunal de Contas, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, meus amigos, quero saudar a Assembleia Legislativa de São Paulo pela realização desta solenidade.

Quando senador, fui o primeiro parlamentar a apresentar uma proposta de Assembleia Nacional Constituinte, a grande ambição de todos os democratas. No momento, era o regime militar, e houve uma repercussão bastante grande. A Constituição da época foi outorgada pelo regime militar. Votei a outra Constituição aqui há mais de 40 anos, quando era deputado estadual.

Fico feliz em ter sido convidado pelo Deputado Barros Munhoz, meu companheiro, grande Presidente da Assembleia, grande político, grande prefeito, grande administrador, amigo leal, e poder encontrar outros amigos que tenho nesta Casa.

É importante ressaltar a condição do nosso país, vivemos em um regime democrático. Tudo que se quiser fazer para o crescimento e desenvolvimento do nosso país tem de ser feito em um regime democrático. Os chineses, por exemplo, vão ter muita dificuldade no processo em que vivem, pois a China cresce e se desenvolve muito – de certa forma, está na frente do Brasil nessas questões -, mas terá pela frente o grande desafio da redemocratização. A China, por sinal, tem apenas um partido, o Partido Comunista.

A Índia, de certa forma, apesar da democracia, tem muitas questões a serem resolvidas. O Brasil, não. Aqui temos o regime democrático, e este é um ponto importante a ser ressaltado, nesta solenidade da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Os companheiros sabem o grande empenho que meu partido, PMDB, tem dado para o desenvolvimento do país. Um projeto de desenvolvimento é importante, pois dá condições a um país com uma geografia formidável, com quase 200 milhões de habitantes, de crescer em uma perspectiva melhor do que temos visto nos últimos tempos.

É nesse sentido que quero deixar minha palavra aos meus amigos e companheiros da Assembleia Legislativa de São Paulo, congratulando-me por esta solenidade que ressalta o sentido de um país democrático, com uma imensa perspectiva de desenvolvimento e progresso pela frente.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência tem a honra e satisfação de passar a palavra àquele que presidiu a Constituinte de 1989 - presidiu a nossa Casa, nossos trabalhos -, nobre Deputado Tonico Ramos.

 

O SR. TONICO RAMOS - Excelentíssimo Sr. Presidente Barros Munhoz, demais membros da Mesa, Deputado Mauro Bragato, vice-Presidente da Constituinte, Deputada Clara Ant, Líder do PT, em nome dos senhores, peço licença para saudar a composição da Mesa, os Deputados e Deputadas Constituintes e senhores Parlamentares.

Prezados senhores, havia escrito um discurso, mas, ao descer aquela escada, meu coração obrigou-me a falar e expor aquilo que sinto neste momento. Quando alguém que não era parlamentar aqui vinha, tinha de manifestar o que era importante e de interesse da Pátria. Ao descer, senti o peso da responsabilidade em vir a esta tribuna.

Devo falar aos senhores Parlamentares e aos senhores Constituintes sobre a importância da Constituição de 1989, mas o meu coração me obriga a buscar fatos. Eu teria como divisor de águas João Paulo II, Mandela, Martin Luther King, quando diz “I have a dream”, “eu tenho um sonho”. O meu sonho, posso dizer aos senhores, está na palavra do vice-Presidente da  República, José de Alencar, em uma entrevista.

Mas, para falar de José de Alencar neste momento, tenho de voltar atrás. Tenho de ir à época de Getúlio Vargas, Juscelino, da revolução, que muito contribuiu para o desenvolvimento deste País, e também prejudicou nossa Nação ao coibir, ao castrar as lideranças. Devo falar do Presidente Tancredo Neves, esperança da Nação, que infelizmente nos deixou e assumiu o Presidente José Sarney.

Com a Presidência de José Sarney, tivemos as “Diretas Já”, a Constituinte de 1988, da qual tenho a lembrança de Ulysses Guimarães, essa grande liderança com quem tive a alegria de conviver. Ulysses Guimarães, sim, é um divisor de águas no Brasil. Não por presidir a Constituição de 1988, mas sim pela história política que representa.

Chega a Constituinte de 1988 que nos dá a oportunidade de escrever a Constituição de São Paulo. Ao falar da Constituição de São Paulo, tenho de registrar minhas homenagens e agradecimento a todos os funcionários desta Casa, o que faço nas pessoas do Dr. Andyara e D. Yeda.

Devo lembrar os parlamentares que aqui não estão porque morreram. Quero lembrar um deles, em nome de quem saúdo a todos: Deputado Sylvio Martini. Dos funcionários que faleceram, quero registrar a grande sabedoria de Isidoro, o barbeiro desta Casa, e deixar meu voto de admiração.

Como bem disse o Presidente Barros Munhoz, trabalhávamos até 16 horas por dia. Lideranças começavam a trabalhar às 8 horas da manhã, e, às 2 horas, ainda eram chamados para acompanhar a votação no plenário.

Se houve na Constituição uma posição ingrata, injusta, indevida foi com o Deputado José Mentor. Chamo o testemunho da Deputada Clara Ant. Trabalhamos o dia todo, a noite toda. Duas horas da manhã, o Deputado José Mentor estava sentado no plenário. No outro dia, a imprensa traz: “Deputado José Mentor dormindo em plenário.” Naquele momento, sentimos a solidariedade de todos os líderes desta Casa – foram todos para a tribuna manifestar seu desagrado e dizer da falta de conhecimento daquele jornalista.

A Constituição foi um marco neste Estado. Pena que poucos brasileiros saibam o que é a Constituição. Quando cheguei aqui como Parlamentar, confesso que também não tinha conhecimento da importância da Constituição, mas, por necessidade, fui conhecê-la. Se os senhores entenderem que devem fazer uma campanha para orientar a população brasileira sobre a importância da Constituição Nacional, Estadual e a Lei Orgânica do Município, façam, porque estarão fazendo um trabalho de cidadania.

Quero prestar também uma homenagem. Se conseguimos fazer a Constituição como foi feita e divulgá-la como foi divulgada, devemos muito a alguns empresários de comunicação. Ressalto em primeiro lugar, o Sr. João Saad, da Bandeirantes; SBT, Guilherme Stoliar; Manchete, Salomão Schvartzman; Globo, Dr. Aranha e Afrânio Nabuco. Depois de 20 anos, gostaria de fazer um agradecimento especial à TV Cultura, ao seu superintendente, Roberto Muylaert. Não fosse sua contribuição e apoio, não fosse o apoio do Dr. João Saad, não teríamos aqueles três minutos para divulgar o que pensavam os parlamentares. Um minuto no horário nobre, dois minutos no horário convencional. Meus agradecimentos a eles pela grande contribuição.

Para encerrar, “I have a dream”, “eu tenho um sonho”. E meu sonho são as palavras de José de Alencar, vice-Presidente da  República. Quando perguntado a ele se não tinha medo de morrer, ele respondeu: “Não. Não tenho medo de morrer. Eu tenho medo da desonra.”

No momento em que ele fala, como vice-Presidente da  República, fala para o vereador, para o deputado estadual, para o deputado federal, para o senador da República, para o prefeito, para o Governador, para o Presidente da República, falou para o mais simples funcionário desta Casa até o diretor-geral. Falou para o mais simples trabalhador de piso de uma fábrica ao dono de uma empresa; falou aos religiosos, falou ao cidadão, ao senhor e senhora presente.

“Não tenho medo de morrer. Tenho medo da desonra.” Posso assegurar a todos os senhores que os 84 deputados e deputadas constituintes honraram São Paulo com o trabalho que fizeram ao escrever a Carta Magna, a Constituinte de São Paulo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência agradece as honrosas presenças dos ex-Deputados Constituintes Adilson Monteiro Alves, grande corintiano, e José Mentor, hoje Deputado federal.

Com a palavra a Sra. Clara Ant, Deputada e Líder do PT na Constituinte.

 

A SRA. CLARA ANT - Sr. Presidente, Sr. Governador, Deputados Carlinhos Almeida, Tonico Ramos, demais deputados, servidores da Casa, imprensa, antes de mais nada, creio que o nosso principal registro foi termos sido constituintes numa época em que o Brasil vivia um dos momentos mais fortes. Além de ter terminado o governo militar, de ter nascido uma nova Constituição no país - a Constituição Federal livre e democrática -, estávamos à véspera da primeira eleição direta do país, depois do golpe militar de 1964.

Todos nós – esquerda e direita – estávamos envolvidos por essa emoção de cidadania, um momento muito forte. Devo dizer que, em particular para nós do PT, era um momento ainda mais forte, porque éramos novos na política, na sociedade e na disputa política. Estávamos disputando as eleições presidenciais com o nosso atual Presidente, Presidente Lula, que exerce hoje seu segundo mandato, com total liberdade, recusando inclusive todas as tentações de um terceiro mandato, o que não é permitido pela Constituição.

Quero fazer outro registro. Olhando para todos, fiquei pensando na diferença entre ser deputado hoje e naquela época. Naquele momento, recebemos uma missão, tínhamos prazo. Tínhamos o manto da Constituição Federal que, de um lado, restringia, mas, de outro, deu a todos uma avenida por onde deveríamos caminhar e construir a Constituição paulista. Nós nos víamos com uma missão dada pelo país, de uma maneira muito mais intensa do que qualquer outra eleição. Em ocasiões normais, às vezes, o mais importante é a briga que fazemos no nosso partido ou em determinado município.

Esses são os registros que estão no meu coração e na minha memória. Quero agradecer a todos, mas especialmente a minha Bancada, que realizou um trabalho extremamente honroso, pois éramos apenas dez – Antonio Mentor, o Chico, o Lucas, José Dirceu, Roberto Gouveia, Ivan Valente, Expedito, Cicote, Alcides Bianchi e eu – e tivemos uma participação importante. Fui líder de uma Bancada de nove homens. Saiu no folheto que eu disse sempre haver machismo. Na verdade, havia machismo, mas a Bancada foi muito solidária comigo, em particular José Dirceu que era Secretário-Geral Nacional do partido e poderia ter usado a hierarquia para se impor. No entanto, nunca agiu dessa forma, sempre foi muito solidário. Tive a solidariedade de todos, inclusive dos demais 74 deputados da Casa.

Quando me perguntam se não vou voltar à política, digo que, ter sido líder do PT na Constituinte paulista, foi uma honra tão grande que não imagino o que mais poderia fazer.

Obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Costumo dizer que, uma prova a mais, dentre tantas, da inteligência do Presidente Lula, é ter a nobre Deputada Clara Ant ao seu lado, bem próxima.

Com a palavra o Sr. Marcelino Romano Machado, Deputado e Líder do PDS na Constituinte.

 

O SR. MARCELINO ROMANO MACHADO - Vamos matar um pouco a saudade desta tribuna. Quantos embates, quantas lutas! Na realidade, eram todos com o objetivo de trabalhar pelo nosso Estado, pelo seu povo.

Quando o vídeo a que assistimos mostrou o final dos trabalhos da Comissão de Sistematização, lembrei-me de todos nós cantando o Hino Nacional em volta de uma mesa. Esses filmes vêm às nossas memórias.

Sr. Presidente, nobres Deputados, tive oportunidade de participar de várias Casas Legislativas. Comecei em Ribeirão Preto, como vereador, fui Presidente da Câmara, passei pelo Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, tivemos lá o exercício da liderança de Bancada, mas confesso que nada me traz mais saudade do que esta Assembleia. A convivência, o coleguismo, as brigas, as divergências ideológicas, as disputas pelos benefícios públicos, tudo isso trazia, ao nosso trabalho, uma grande valorização.

É assim que saúdo o Presidente da Assembleia, Deputado Barros Munhoz. Quis o destino, Deputado, que V. Exa., o comandante da Comissão de Sistematização, viesse a ser hoje, aos 20 anos da nossa Constituição, o Presidente desta Casa. Acredito que não pode haver homenagem maior a um Parlamentar do que esta: ser reconhecido na promulgação da Constituição e hoje, quando ela completa seus 20 anos, estar na Presidência da Casa que elaborou e escreveu esta Constituição.

Quero cumprimentar o Deputado Tonico Ramos, nosso grande Presidente, que muito bem soube conduzir os trabalhos desta Casa, Deputado Carlinhos Almeida, 1º Secretário, Deputado Aldo Demarchi, 2º Secretário, e nosso Governador Orestes Quércia, que, do Palácio dos Bandeirantes, acompanhava com interesse os trabalhos constitucionais.

Na época, discutíamos muito aqui com o Líder Aloysio Nunes Ferreira, do PMDB, que trazia as preocupações de V. Exa. com relação ao que estava sendo feito pelos deputados constituintes. Minhas saudações ao Governador, também Governador Constituinte.

Autoridades presentes, funcionários desta Casa, funcionários constituintes, penso que a Constituição de São Paulo deu uma lição muito grande em termos de união por alguma coisa em benefício da população, de quem somos representantes. Naquela época, havia muitas disputas partidárias. Praticamente, não havia base de sustentação ao Governo. Ou o partido era oposição, ou era governo.

Nas lutas partidárias desta Casa, resvalava a própria ideologia, os princípios ideológicos. Os partidos também trabalhavam com suas ideologias. Os críticos da época, analistas políticos, diziam que a Assembleia de São Paulo, com tantas divergências ideológicas e partidárias, jamais poderia dar ao Estado a Constituição que São Paulo merecia.

Erraram. E erraram muito, porque, em determinado momento, houve uma grande conscientização de todos os deputados, e os princípios ideológicos partidários passaram para segundo plano. Eram discutidos, às vezes, durante as sessões. Não na Constituinte. Essa união fez com que cumpríssemos os prazos. A Constituição foi feita, promulgada e é tida como uma das melhores que o Estado de São Paulo teve. Inclusive, foi exemplo para todo o Brasil.

Naquele momento, ficou demonstrada a responsabilidade política dos Srs. Deputados. Acima dos interesses partidários e da ideologia, existia um objetivo maior: lutar e trabalhar pelo povo do seu Estado. São Paulo foi premiado com isso.

Sr. Presidente, nobres Deputados, pelo nosso conhecimento, pouco ou quase nada foi mexido nesta Constituição. Tivemos grandes avanços, porque foi uma Constituição moderna com grandes modificações no setor ambiental, na área do Judiciário, no Ministério Público, além de outras.

Espero que esta Constituição continue por muito tempo e ainda haja, no futuro, homenagens a ela que, sem dúvida, está prevalecendo para o povo de São Paulo, acima de qualquer interesse particular ou individual.

Parabéns a todos os constitucionais. Sr. Presidente, a atuação de V. Exa. à frente dos trabalhos da Comissão de Sistematização foi muito importante para que tudo isso esteja acontecendo hoje. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Quero agradecer a honrosa presença do Deputado Gilmaci Santos, do Deputado e Subsecretário de Assuntos Parlamentares, Jayme Jimenez, que aqui representa nosso querido colega de então e, hoje, Secretário-Chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira.

Com a palavra, o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho, Líder do PFL na Constituinte.

 

O SR. VALDEMAR CORAUCI SOBRINHO - Sr. Presidente Barros Munhoz, Sr. Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Deputado Tonico Ramos, demais membros da Mesa Diretora desta Casa, Governador Orestes Quércia, demais autoridades presentes, colegas constituintes, atuais deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, quero dizer da minha emoção e alegria por estar aqui nesta noite, relembrando um pouco do que foi aquela Constituinte de 1989.

Ao rever aquele filme, todos nós, evidentemente, fomos tomados de emoção, pois vieram as lembranças. Ficamos felizes, Deputado Barros Munhoz, porque V. Exa. propicia a todos nós e ao Estado de São Paulo a possibilidade de que a Constituição de 1989 seja revisitada, lembrada, porque foi um trabalho hercúleo, como foi dito aqui, notadamente na Comissão de Sistematização.

É sempre bom lembrar que o prazo fatal quase se expirava quando a Comissão de Sistematização e os líderes chegaram ao entendimento, a um acordo. Se não me falha a memória, 48 horas antes do prazo final para que a Constituição fosse promulgada. Isto é, tínhamos sobre nossos ombros uma responsabilidade muito grande, porque todos os Estados da Federação já tinham promulgado sua Constituição. Apenas São Paulo não tinha um texto final que fosse consenso de todos. Isso aconteceu naquela madrugada, graças ao esforço de todos.

Quero relembrar, com saudade, alguns companheiros que já partiram desta vida: Deputado Nabi Abi Chedid, da nossa Bancada, Deputado Waldemar Mattos Silveira, Deputado Ivan Espíndola de Ávila, Deputado João do Pulo.

Estou vendo alguns companheiros – Deputados Luiz Furlan, Inocêncio Erbella, Edson Ferrarini, Luiz Lauro -, todo nós com alguns quilinhos a mais, com cabelos grisalhos, mas com a mesma fé inabalável neste Estado e neste País.

O Deputado Jonas Donizette falou aqui sobre sua passagem por Campinas, mas queremos reivindicar um pouco a cidadania do Governador Quércia, que nasceu em Igaçaba, hoje Pedregulho, morou em Ribeirão Preto e também fez muito pela nossa cidade naquele período. Ribeirão Preto tinha, à época, cinco deputados nesta Casa.

Foi a maior bancada que nossa cidade elegeu para a Assembleia Legislativa ao longo de sua história: Marcelino Romano Machado, foi Líder do PDS, eu, que era Líder do PFL; Deputado Wagner Rossi, durante um certo tempo na Constituinte, Líder do PMDB; Deputado Antonio Calixto, Líder do PDT, na época; Deputado Wilson Toni, já falecido, Líder do PTB durante um certo período.

O Governador Orestes Quércia aquinhoou a nossa região, especialmente Ribeirão Preto, naquela época, com uma grande quantidade de obras, além de muitas conquistas. Realmente, foi um mandato muito profícuo dos cinco deputados estaduais à época. Governador, receba a nossa gratidão que é eterna – não me canso de dizer isso.

Para encerrar, quero dizer que a Constituição Estadual, para mim, Deputada Clara Ant, representou um avanço muito grande. Mesmo com o balizamento que tínhamos da Constituição Federal, avançamos em muitos pontos, como, por exemplo, dotar 1% para o setor de pesquisa do Estado de São Paulo. Coisa que não acontece em nenhum outro Estado.

Não é por acaso que o Estado de São Paulo e suas universidades têm liderança absoluta nas pesquisas neste País. Foi também no Governo Quércia que as universidades estaduais passaram a ter autonomia financeira. Na Constituição Federal, está dito: “A universidade tem de ter autonomia didática, financeira, administrativa.” As nossas universidades tinham apenas autonomia administrativa e didática. Financeira, não. Foi o Governador Quércia, com a aprovação desta Assembleia, quem dotou as três universidades paulistas dessa autonomia. O que persiste até hoje.

A Constituição Estadual teve também um avanço importante na questão do meio ambiente. Fora esses temas que considero importantíssimos, tivemos um projeto da autoria do Deputado Waldyr Trigo, aprovado por todos nós, estabelecendo que o transporte de trabalhadores rurais fosse feito por ônibus. Naquele tempo, os trabalhadores eram transportados em cima de caminhões, correndo grande risco, pois, frequentemente, ocorriam acidentes. Essa lei é do Estado de São Paulo. Em outros Estados, os trabalhadores até hoje são transportados como gado, ao contrário do nosso Estado, onde são usados ônibus para transportar os trabalhadores rurais.

São alguns exemplos que temos de citar sobre a importância da Constituição do Estado de São Paulo. Por esse motivo, eu disse que ela avançou além do que pressupunha a própria Constituição Federal.

Todos nós deputados constituintes estamos de parabéns. Rendemos graças ao Criador por estarmos aqui neste momento tão emocionante da nossa vida, revendo os companheiros. Temos consciência de que contribuímos com nosso Estado, graças ao mandato popular que obtivemos, por meio do nosso trabalho, da nossa proposta, do nosso idealismo.

Parabéns, Presidente Barros Munhoz, parabéns, Deputado Tonico Ramos, e parabéns a todos os deputados constituintes presentes. Aos que não se encontram aqui por ter sido levados por Deus, a nossa saudade, o nosso reconhecimento e o nosso respeito.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra, o nobre Deputado Mauro Bragato, que falará em nome da Bancada do PMDB na Constituinte.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, Sr. Governador Orestes Quércia, Presidente da Constituinte Paulista, Deputado Tonico Ramos, recebam as minhas saudações.

Começaria cumprimentando V. Exa. pela iniciativa deste ato. Infelizmente, no Brasil, não temos o hábito do resgate histórico. A Constituição Federal, em Brasília, marcou a história da democracia recente do Brasil.

Na época, eu era vice-Presidente desta Casa, comandada pelo Deputado Tonico Ramos, e tivemos uma experiência bastante rica. Em todo o tempo de vida pública – estou no meu sétimo mandato -, não tive oportunidade de ver tanta participação, tantas pessoas nesta Casa, tanta opinião, como naquela época. Acredito que foi o único momento, do passado recente, que esta Casa teve, de fato, participação popular.

Tivemos grandes vitórias. Uma delas, já mencionada, foi na área da Educação: 30% de gasto mínimo, aprovado por nós, 1% para pesquisa da Fapesp, além de outras. Tivemos também derrotas. Entre elas, uma que causou muita polêmica, a separação dos Bombeiros da Polícia Militar. Se não me engano, foi levada à frente pelo Deputado Adilson Monteiro. Houve uma batalha campal neste plenário. O importante é que essa discussão ficou. Infelizmente, São Paulo é um dos únicos Estados da Federação em que o Corpo de Bombeiros continua atrelado ao Comando da Polícia Militar.

Depois de tudo, pudemos ver, efetivamente, o que foi escrever a Constituição do mais importante Estado da Federação. Quero expressar de público o agradecimento ao Deputado Barros Munhoz, na época, conhecido como “Berros Munhoz”, porque ganhava no grito. Hoje, amadurecido pelo tempo, está aqui como Presidente, comandando esta Casa.

A grande verdade é que o Deputado Barros Munhoz, com sua democracia, seu centralismo democrático, ajudou muito na elaboração desta Carta, produto da nossa luta e do povo paulista.

Parabéns aos Deputados Constituintes, ao Deputado Tonico Ramos, que comandou o processo com todas as dificuldades, e parabéns ao Presidente Barros Munhoz, que tomou esta iniciativa, resgatando o trabalho feito na Assembleia Legislativa.

Esperamos que, daqui a vinte anos, estejamos todos aqui comemorando os 40 anos da Constituição Paulista.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência registra a presença do nobre Deputado Federal hoje e Deputado Constituinte Vanderlei Macris.

Com a palavra, Deputado Antonio Calixto, nobre Líder do PDT.

 

O SR. ANTONIO CALIXTO - Sr. Presidente, o PDT era bastante pequeno – apenas três parlamentares -, mas barulhento. Nós nos aliávamos à Bancada do PT e fazíamos um barulho imenso.

É uma honra, Sr. Presidente, ter participado do momento Constituinte, no momento em que V. Exa. foi o Relator com a sua habilidade, com sua grande capacidade de articulação, que faz hoje, de V. Exa., o grande Presidente da Assembleia que é.

Quero cumprimentar o Presidente Tonico Ramos, que, com sua humildade, foi o grande Presidente da Constituinte Estadual. Com 20 anos de atraso, quero pedir desculpas a esse grande Governador de São Paulo Orestes Quércia. Algumas vezes, exageramos na dose, Governador.

Às vezes, queríamos que o Governador tivesse alguma reação, mas ele, com sua capacidade política – nunca vi um animal político como Orestes Quércia -, sabia conduzir as coisas. São Paulo já lhe faz justiça, mas, um dia, fará muito mais.

Conversando com o Deputado José Mentor, lembrei o dia em que quase arrombamos a porta do Palácio dos Bandeirantes, juntamente com José Dirceu, em uma greve de professores. O Governador Quércia encarava isso de maneira democrática, em um tempo em que a democracia não era moda no País.

Só me resta dizer, amigos e companheiros, que foi uma enorme honra participar de um momento muito feliz da vida pública brasileira. Fomos constituintes e permanecemos ligados a esta Assembleia Legislativa. Em cada rosto dos constituintes, vejo velhos amigos, velhos irmãos.

Quero prestar uma homenagem a Maurício Najar, o grande constituinte, e em sua pessoa lembrar aqueles que se foram.

Mesmo que fosse reeleito várias vezes, eu não poderia ter colocado no texto da lei a proibição de áreas verdes. Um dia, Presidente Barros Munhoz, fui pedir uma praça a Welson Gasparini, em nome de uma cidade – eu já nem era deputado. Ele abriu a Constituição do Estado e disse que não poderia doar áreas verdes, nem áreas institucionais. Descobri que a emenda era minha. Fiquei extremamente feliz.

Quando não se falava em Aids, colocamos na Constituição o controle do sangue. Essa foi uma emenda nossa, entre mais de trinta, como a defesa do réu pobre, que adaptamos da Constituição Federal.

Meus amigos, não me resta senão agradecer mais uma vez ao Deputado Barros Munhoz pela comemoração de 20 da Constituição Estadual e também pela oportunidade de rever velhos amigos que se tornaram grandes irmãos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra, o Deputado Vanderlei Macris, Líder do PSDB na Constituinte.

 

O SR. VANDERLEI MACRIS - PSDB - Meu caro Presidente Barros Munhoz, primeiramente quero dizer da minha alegria em vê-lo em atividade novamente. Boa saúde para o meu amigo Barros Munhoz.

Na pessoa do Governador Orestes Quércia e na Mesa da Assembleia de São Paulo, quero cumprimentar todos os presentes, especialmente os meus colegas constituintes. Para mim, é uma alegria muito grande estar aqui novamente.

Peço desculpas pelo atraso, mas eu estava em uma CPI nesta Casa, uma vez que, gentilmente, a Assembleia nos cedeu um espaço para um debate importante sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes no Brasil. Como vice-Presidente da CPI, organizei uma audiência pública hoje aqui, que terminou neste momento. Essa é a razão do meu atraso.

Quero deixar uma grande saudação a amigos e companheiros que colaboraram nesse processo de construção de São Paulo. Lembro, meu caro Presidente, que, quando passei pela Presidência desta Casa, também tive a felicidade de apresentar um projeto para discutir o futuro de São Paulo, Fórum São Paulo Século XXI.

Esse Fórum terminou com uma proposta que foi o indicador social, Índice Paulista de Responsabilidade Social. Essa proposta de trabalho nasceu da ideia da Constituinte de São Paulo, baseada exatamente nessa filosofia de trabalho.

A Constituinte Paulista, depois de 20 anos, precisa e deve ser lembrada e comemorada, como estamos fazendo aqui hoje na Assembleia. São Paulo ganhou. Todos dedicaram muito da sua vida – madrugadas e madrugadas adentro – no momento de construção deste Estado que queríamos forte, mas queríamos igualmente um Estado que pudesse dar um passo além da Constituição Federal.

Isso, conseguimos, baseados na preocupação, na persistência e dedicação de todos aqueles companheiros que aqui estão hoje. Muitos já se foram, mas deixaram sua lembrança. Queremos fazer uma homenagem a todos que participaram desse esforço conjunto.

Foi montada uma estrutura de trabalho pelos nossos assessores e funcionários desta Casa, o que realmente foi uma grande contribuição para que São Paulo pudesse contar com uma Constituição moderna. Mais do que isso, uma Constituição que contribuiu para dar um passo à frente na área do meio ambiente, da Educação e tantas outras que fomos pioneiros no nosso Estado.

É importante ver amigos, como vejo neste momento, porque, neste caminho da vida pública é importante sempre fazer reflexões sobre toda a contribuição que demos naquele momento, e São Paulo, hoje, agradece ao esforço e dedicação de todos.

Muito obrigado, um grande abraço. Parabéns, São Paulo, pelos 20 anos da sua Constituição. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - JORGE MACHADO - Anunciamos a presença do Dr. Sebastião Luiz Amorim, vice-Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, representando Dr. Henrique Nelson Calandra, Presidente da Apamagis.

Queremos anunciar o lançamento no Portal da Assembleia, hoje, de uma página dedicada ao Poder Constituinte. Para acessar a Página Constituinte Estadual de 1989, visite o Portal da Assembleia no endereço www.al.sp.gov.br e clique no link Constituinte Estadual 1988-1989.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Gostaria de citar o nome de cada Parlamentar Constituinte falecido para que, durante a citação, possamos nos lembrar dessas figuras com saudade e gratidão.

Queremos deixar a homenagem de todos nós constituintes e da atual Mesa Diretora da Assembleia Legislativa a esses parlamentares que pontificaram, brilharam, cumpriram sua missão na Constituinte Paulista: Deputados Nabi Abi Chedid, que fazia parte da Mesa, Vicente Botta, também participante da Mesa, Sylvio Martini, Maurício Najar, Rubens Lara, Ivan Espíndola de Ávila, João do Pulo, Laerte Pinto, Francisco Nogueira, Archimedes Lammoglia, Miguel Martini, Moisés Lipnik, Néfi Tales, Waldemar Chubaci, Waldemar Mattos Silveira, Erci Ayala e João Bastos Soares.

Neste momento, em nome da Mesa, queremos lançar a edição comemorativa da Constituição de São Paulo anotada e atualizada, entregando um exemplar ao nobre e sempre Governador Orestes Quércia.

 

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- É feita a entrega da edição comemorativa da Constituição de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados não posso encerrar a sessão antes de saudar os assessores da Assembleia Constituinte, que foram extraordinários no seu edificante trabalho. Mencionei Dr. Andyara e Dr. Auro, mas quero lembrar os assessores de todas as bancadas, que acompanhavam o trabalho dos deputados e se dedicavam ainda a preparar o trabalho dos parlamentares.

Vendo aqui as pessoas que nos honram com sua presença nas galerias, quero citar a importância da participação do povo na Constituinte. Foi mencionado, pelo Deputado Mauro Bragato, o episódio da votação da separação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. Foi em um domingo pela manhã. Governador Quércia, não havia um local na galeria, a Assembleia estava lotada. O clima era tenso, porque a Polícia Militar não admitia a hipótese de perder o seu “filho” mais querido, o Corpo de Bombeiros, aquele que melhor projeta a imagem da Polícia Militar.

Eu me lembro daqueles momentos. A TV da Polícia filmava, o Deputado Waldyr Trigo questionava, queria saber a finalidade daquela filmagem. Dava para ouvir uma mosca no fundo da galeria. Foram momentos edificantes.

Eu me lembro da apresentação de uma emenda do Deputado Erasmo Dias sobre a participação popular no processo legislativo. Cito sempre esse fato como um dos maiores exemplos do valor do diálogo que tive na minha vida, o quanto é possível se conseguir pelo diálogo e conversação.

Havia uma emenda em sentido diametralmente oposto da valorosa Bancada do PT. Quando, na Comissão de Sistematização, pela primeira vez, coloquei o assunto em discussão, foi um deus-nos-acuda. Tivemos a ideia de tirar o assunto da pauta, senão, a Constituinte iria parar, e designar uma comissão de cinco membros para analisar esse assunto.

Colocamos em discussão pela segunda vez. Não foi possível votar. Pela terceira, pela quarta, pela quinta. Na décima vez, finalmente, conseguimos. Foi extremamente curioso e marcante o fato de eu poder anunciar: “Em discussão a emenda Erasmo Dias, Bancada do PT.” Ou seja, as emendas se fundiram.

Quero saudar as pessoas das galerias, os funcionários presentes, todos nos honrando com suas presenças, agradecer a participação popular e, por último, quero fazer uma saudação à Imprensa na pessoa de Clóvis Messias, radialista, jornalista que acompanhava todos os trabalhos. Ficava até depois de terminar a sessão. A ele muitos deputados recorriam quando tinham dúvidas sobre o Regimento ou alguma outra questão referente à Constituição.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade e convida para a inauguração da placa em mármore comemorativa dos 20 Anos de Promulgação da Constituição Estadual, bem como para uma visitação à exposição dos originais de todas as Constituições Estaduais desde 1891, no Hall Monumental, onde também será servido um coquetel.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 30 minutos.

 

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