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14 DE JUNHO DE 2011

063ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ITAMAR BORGES, JOÃO ANTONIO e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Dá conhecimento da manifestação ocorrida em apoio aos bombeiros Rio de Janeiro e em defesa da aprovação da PEC 300. Lembra que o vice-Presidente Michel Temer prometeu a apreciação do projeto, mas, até o momento, não cumpriu. Cita autoridades e Parlamentares presentes no evento. Critica a ausência das associações que representam a classe. Chama a atenção para o pouco tempo que resta, antes do recesso, para a votação da LDO.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Repudia a publicação da "Folha de S. Paulo" que pede pela punição dos bombeiros, participantes da manifestação no Rio de Janeiro. Lê e comenta o editorial. Cita movimentos populares que também foram coagidos, pelos governantes, ao longo da história do Brasil e do Estado de São Paulo. Diz que a posição assumida pelo jornal é condenatória a todos os movimentos trabalhistas da sociedade.

 

004 - ITAMAR BORGES

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Condena a ação do Governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, contra os bombeiros que participaram da manifestação. Apela pela absolvição desses servidores. Defende o vice-Presidente Michel Temer. Diz que, certamente, ele será favorável a PEC 300.

 

006 - JOSÉ BITTENCOURT

Discorre sobre as atribuições do guarda civil metropolitano. Desataca a necessidade de amparo a esses servidores em caso de cumprimento de pena privativa de liberdade. Argumenta que, nessa circunstância, eles correm risco de vida em razão do cargo e por esse motivo devem ser protegidos.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - ITAMAR BORGES

Faz menção às Secretarias que deverão comparecer na reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo. Ressalta a importância do evento para o desenvolvimento do Estado. Comunica a realização de um seminário a fim de debater sobre a "guerra fiscal".

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Convoca as seguintes sessões solenes, a serem realizadas nos dias: 12/08, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os "60 Anos da Regulamentação da Profissão dos Economistas", a requerimento do Deputado Edmir Chedid; e 19/08, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o "Dia do Maçom", a requerimento do Deputado Aldo Demarchi.

 

010 - MARCOS MARTINS

Discursa sobre sua expectativa em relação à Comissão de Saúde. Comunica a presença do Ministro da Saúde para o dia 21. Lamenta a ausência de Secretarias na reunião, realizada dia 14 de junho, da Comissão de Fiscalização e Controle. Diz que os representantes da Eletropaulo e Sabesp também foram convidados, mas não compareceram.

 

011 - WELSON GASPARINI

Defende a votação do projeto de lei, de sua autoria, que visa o ensino, nas escolas, de prevenção a acidentes na infância. Relata acidente doméstico ocorrido com uma criança. Lê estatística do Ministério da Saúde que revela esse tipo de ocorrência como a principal causa da mortalidade infantil no Brasil. Faz menção aos gastos do SUS com atendimento às crianças acidentadas. Apela pela apreciação da matéria.

 

012 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, convida os Parlamentares para o lançamento da campanha de vacinação contra poliomielite.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Faz pronunciamento sobre a resposta recebida do requerimento de informações condizente ao Hospital de São José que encontra-se fechado há mais de dois anos. Lê teor do requerimento. Considera que o parecer obtido evidencia crime contra o Erário. Chama a atenção para o gasto de mais de um milhão com essa unidade sem funcionamento. Informa que irá denunciar o Hospital por improbidade administrativa.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença dos Vereadores Cristiano Dias e Márcio Belcieli, de Brodowski, acompanhados do Deputado Welson Gasparini.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta a aprovação, pelo Congresso, de reforma ao Código Florestal. Afirma que a matéria favorece os grandes latifundiários. Combate o pedido dos parlamentares José Sarney e Fernando Collor, que solicitaram à Presidente Dilma Rousseff a retirada do pedido de urgência a projeto que remove o sigilo de documentos oficiais de administrações passadas. Destaca a importância de transparência na Administração Pública. Pede a divulgação de dados relativos à ditadura militar.

 

016 - ANTONIO MENTOR

Destaca a realização da festa do Peão de Boiadeiro, no município de Americana. Fala de problemas relacionados à distribuição de energia elétrica no Estado de São Paulo. Tece críticas ao processo de privatização da Eletropaulo. Faz menção à crise econômica que assolou diversos países em 2008. Questiona o posicionamento desta Casa quanto ao tema. Critica a administração da AES no Estado.

 

017 - JOÃO ANTONIO

Assume a Presidência.

 

018 - JOOJI HATO

Dá conhecimento de reunião da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Lamenta a facilidade encontrada pela juventude para a obtenção destas substâncias. Explica os efeitos danosos do Oxi no organismo. Culpa países vizinhos, como Colômbia e Bolívia, pela entrada de drogas no Brasil. Combate acidentes causados em decorrência do consumo de álcool. Destacou os resultados obtidos pela operação "Cavalo de Aço", executada pela Polícia Militar.

 

019 - CARLÃO PIGNATARI

Fala do surgimento de nova droga, apelidada de "Hulk". Considera necessária a realização de um maior combate ao consumo de álcool no Estado de São Paulo. Solicita uma maior fiscalização à AES Eletropaulo. Lamenta os prejuízos causados à população por problemas na distribuição de energia elétrica. Parabeniza a Presidente Dilma por projeto que visa solucionar problemas nos aeroportos. Comunica que o projeto, de autoria do Governador, responsável por reajustar o salário dos professores já foi enviado a esta Casa.

 

020 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

021 - JOÃO ANTONIO

Tece elogios à conduta do Deputado Carlão Pignatari. Recorda antigo pronunciamento do Governador Geraldo Alckmin, que afirmara haver resolvido o problema das enchentes do Rio Tietê pelos próximos 100 anos. Menciona retratação do Governador quanto ao tema. Questiona os valores pagos pelo Governo a empresas responsáveis por obras na calha do Tietê. Critica a facilidade com que ocorrem enchentes em cidades vizinhas ao rio.

 

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

023 - LUIS CARLOS GONDIM

Pelo art. 82, discorre sobre visita realizada à UTI neonatal da Santa Casa de Suzano. Comunica o fechamento da mesma. Acrescenta que ainda não recebeu relatório informando a causa da morte de recém-nascidos. Fala de repasse de verbas de Deputados, via emenda parlamentar, para reforma daquela UTI. Enfatiza que tal medida contribuirá para um melhor atendimento da população.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a visita do prefeito de Amparo, Paulo Miotta, acompanhado do Deputado Simão Pedro.

 

025 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, saúda o prefeito de Amparo. Critica o "apagão" ocorrido recentemente na Capital e região. Exige que a Eletropaulo preste esclarecimentos sobre o fato. Sugere a realização de audiência pública para debater o problema. Repudia a gestão da Sabesp, pela recorrente falha no abastecimento de água.

 

026 - SIMÃO PEDRO

Pelo art. 82, fala de visita do Secretário da Fazenda do Estado, Andrea Calabi, para prestar esclarecimentos na Comissão de Fiscalização e Controle. Ressalta o problema do "apagão", que deixou bairros sem energia por mais de 12 horas. Lembra que Geraldo Alckmin fora artífice dos processos de privatizações. Questiona declaração do Governador, que afirmou que a Eletropaulo não tem responsabilidades sobre o episódio. Fala de sua expectativa quanto à estrutura para a realização da Copa do Mundo.

 

027 - TELMA DE SOUZA

Para comunicação, relembra o nascimento de José Bonifácio de Andrade e Silva, em 13 de junho. Fala de lei de sua autoria, visando torná-lo herói da Pátria. Solicita a aplicação de decreto estadual, para que o Executivo despache na cidade de Santos todo o dia 13 de junho. Chama a atenção para a comemoração dos 250 anos da personalidade, daqui a dois anos. Destaca a importância da cidade de Santos quanto ao ensino superior, saúde e esporte. Faz apelo ao Governador para que a Capital sedie a Copa do Mundo.

 

ORDEM DO DIA

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão. Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento de urgência ao PL 591/11. Coloca em votação e declara aprovado requerimento 983/11, do Deputado Olímpio Gomes, com a finalidade de participar de audiência pública da Comissão de Segurança e Serviços Públicos, relativo ao transporte de cargas, em Porto Alegre, RS. Coloca em votação separada, por bancada, e declara aprovados os nomes dos seguintes Parlamentares, para integrar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar: PSDB - efetivos: Hélio Nishimoto e Ary Fossen; suplentes: Maria Lúcia Amary e Analice Fernandes; PT - efetivos: Luiz Cláudio Marcolino e Marco Aurélio; suplentes: João Paulo Rillo e Enio Tatto; PV - efetivo: Dilmo dos Santos; suplente: Afonso Lobato; DEM - efetivo: André Soares; suplente: Estevam Galvão; PTB - efetivo: Campos Machado; suplente: Edson Ferrarini; PDT - efetivo: José Bittencourt; suplente: Rogério Nogueira; PPS - efetivo: Alex Manente; suplente: Vitor Sapienza.

 

029 - BALEIA ROSSI

Para comunicação, aborda evento de relançamento da Frente Parlamentar do Cooperativismo, ontem. Cita deputados que compõem a Frente, da qual é presidente. Sugere que os parlamentares apresentem sugestões e manifestem apoio à mesma.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Lembra sua atuação no setor e parabeniza o Deputado Baleia Rossi.

 

031 - TELMA DE SOUZA

Para reclamação, recorda solicitação sobre o Restaurante desta Casa, bem como pleito que fizera à Presidência.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Informa que avaliava a questão junto com o 2º Secretário, o Deputado Aldo Demarchi.

 

033 - SAMUEL MOREIRA

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 15/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Pequeno Expediente nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente; Deputado Carlos Giannazi, por enquanto único e solitário parlamentar neste plenário numa terça-feira de luta, dia em que deveríamos estar com os 94 deputados votando projetos de interesse da população, ontem tivemos na Praça da Sé - e desde já agradeço a presença do Deputado Carlos Giannazi - uma manifestação de apoio aos bombeiros militares do Rio de Janeiro, que estão sendo covardemente massacrados por este embusteiro chamado Sérgio Cabral. Este ato também contou com a participação dos Deputados Federais Mendonça Prado, de Sergipe, Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Paulinho da Força, Arnaldo Faria de Sá e da Deputada Ota, que se somaram aos esforços dos policiais civis e militares e fizeram deste ato primeiramente um movimento de desagravo ao que está acontecendo no Rio de Janeiro e também um movimento pela aprovação da PEC 300, que, a propósito, o hoje vice-Presidente da República Michel Temer, líder máximo do seu partido, Sr. Presidente, deu a palavra para este Deputado e para uma legião de policiais de que não sairia da Presidência da Câmara sem pautar a votação da PEC 300.

Que pena esta conduta do hoje vice-Presidente Michel Temer, que se esqueceu dos compromisso não para comigo, mas para com a família policial. Se V. Exa., Sr. Presidente, tiver oportunidade de tocá-lo na memória ou na consciência, diga que está devendo isso à Polícia brasileira.

O Deputado Mendonça Prado é de Sergipe, onde o salário-base do soldado é de 3200 reais. Isso é um tapa na cara do Governador do Rio de Janeiro e do Governador de São Paulo, que tratam como lixo a sua Polícia e os seus policiais. Vergonhosa essa conduta.

Tivemos pouco mais de 300 pessoas neste ato até porque as grandes associações policiais militares - associação de cabos e soldados, de subtenentes e sargentos, de oficiais e de oficiais da reservar - se negaram a comparecer.

Gostaria de lembrar a estas associações e a quem elas dizem representar que faltam oito dias úteis possíveis de votação nesta Casa antes que nós deputados fiquemos cansados e entremos em recesso, porque deputado cansa rápido. Temos 30 dias em julho e depois mais 45 dias no final do ano. Destes oito dias, o dia de hoje já está perdido porque não entrou nenhum projeto que verse sobre reajuste do servidor público nesta Casa e os últimos três dias do mês ficam para discussão e votação da LDO.

Os presidentes de entidades que foram tomar um café doce com o comandante-geral da Polícia Militar e ouviram dele a palavra de que iriam receber o reajuste em julho, como ficam agora? Amanhã vou perguntar ao Secretário de Segurança Pública, que virá à Casa, se o posicionamento foi um desvario do comandante ou se é uma atitude de Governo, porque se for uma atitude do Governo, como é que vai se realizar isso para pagar os policiais em julho? Fico preocupado porque, nobre Deputado Carlos Giannazi, V.Exa. que é o maior batalhador na área da Educação nesta Casa e que quase não fez parte da Comissão de Educação,o governador há 4 semanas fez um evento no Palácio do Governo dizendo vou encaminhar para a Assembleia um projeto de reconstrução salarial. Mesmo que seja um engodo, em 4 semanas, acho que ele mandou o projeto amarrado em cima do casco de uma tartaruga manca, porque não chegou ao Protocolo da Assembleia. Então, se s o que era da Educação, que foi tão saudado pelos deputados da base do governo não aconteceu, para a Segurança Pública então...

Hoje tem mais uma reunião - doce e café - dos dirigentes das associações policiais militares com o comandante geral da Polícia Militar às 17 horas no QG. Depois vamos acompanhar o resultado da reunião e o que está sem do divulgado para a tropa. Porque os policiais estão achando que vão receber - recebemos centenas de e-mails, de telefonemas perguntando: deputado, é a contar de 1º de junho que vamos receber o aumento salarial de julho? E somos obrigados a dizer: como, se não entrada nenhum projeto? Vamos acompanhar e amanhã, na Comissão de Segurança Pública, vamos questionar o secretário da Segurança Pública sobre o que se passa, se o governo anuncia, se o comandante diz que vai pagar em julho.

Queremos saber como que ele vai pagar; se será do bolso, ou se há alguma reserva suplementar que possibilite adiantamento de pagamento aos policiais civis e militares.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de manifestar a minha total perplexidade e indignação com o editorial da ‘Folha de S. Paulo’ de hoje, com o título “Incêndio no Quartel”. É um editorial reacionário, direitista, que pede a punição dos bombeiros que fizeram aquela manifestação no Rio de Janeiro em defesa de melhores salários, em defesa de melhores condições de trabalho. Os bombeiros recebem um piso salarial de 950 reais e o editorial da ‘Folha de S. Paulo’ pede punição. Vou ler alguns trechos dele:

“Revolta de bombeiros no Rio começou justa e degenerou em afronta à ordem pública. Líderes devem ser punidos para prevenir uma repetição.” “Ter motivos para reivindicar aumentos, no entanto, não autoriza ninguém a subverter a ordem pública e a hierarquia da entidade militar a que pertencem os bombeiros. Pois foi assim que agiram milhares de amotinados e seus familiares ao ocupar o Quartel Central da corporação no Rio.” “Que ao menos os líderes sejam responsabilizados administrativamente com ressarcimento de danos, suspensões funcionais ou até expulsão da corporação militar. Uma coisa é certa: alguém tem de sair punido por esse levante, sob pena de ver mau exemplo seguido por outras corporações policiais no Rio e em outros estados.”

Ou seja, o editorial ataca, na verdade, não só os servidores da Segurança do Rio de Janeiro, mas também de todo o território nacional, e não ataca o governador do Rio de Janeiro, não faz críticas no mesmo tom ao Governador Sérgio Cabral que deixou a situação chegar a esse ponto, com salário de 950 reais.

É lamentável que a ‘Folha de S. Paulo’ se preste a ser linha auxiliar de um governo que não investe nos servidores. Na verdade, ela está apenas reproduzindo e dando continuidade à velha tradição da política brasileira de punir movimentos de trabalhadores. Tem sido assim desde o Brasil colônia, desde o Império, desde a República Velha, passando pelo Estado Novo, de Vargas, pela ditadura militar. Em todos os governos, em todos os períodos históricos foi assim: duros castigos, penas severas para todos os movimentos dos trabalhadores. Foi assim com os Cabanos, no Pará, Sabinada, na Bahia, Balaiada no Maranhão. Foi assim que os governos trataram os dissidentes da ditadura militar, as pessoas que se colocaram contra o regime militar no Brasil, as greves operárias, Enfim, todas as manifestações populares, dos índios, dos negros, dos pobres foram tratadas dessa maneira.

A ‘Folha de S. Paulo’, que se diz um jornal progressista, crítico, independente, liberal, na verdade mostra sua verdadeira cara ao publicar um artigo como esse, conservador, direitista, reacionário, condenando os bombeiros do Rio de Janeiro. Ao fazer isso a “Folha de S. Paulo’, nesse editorial, condena os trabalhadores do país que estão vivendo com salários arrochados, defasados.

Lembro aqui que o Supremo Tribunal Federal está julgando ação dos servidores da Polícia Militar de São Paulo em relação à falta de reajuste salarial desde 1997. O relator do processo, o ministro Marco Aurélio Mello, já deu seu parecer pela condenação do Estado que não paga as perdas inflacionárias desde 1997. O relator diz que o Estado de São Paulo tem de pagar retroativamente a todos os servidores.

O PSDB comunga dessa prática de punir os trabalhadores. Foi assim com todas as greves, principalmente as últimas, no governo Serra, quando ele mandou a Polícia bater na própria polícia, nos servidores da Polícia Civil, no Palácio dos Bandeirantes. Quando colocou a Tropa de Choque contra os professores, no Morumbi, na Avenida Paulista, e o mesmo em relação aos servidores do Judiciário. Esse tem sido o tratamento aos trabalhadores; repressão, castigo, punição. Tem sido assim no Rio e em São Paulo e é triste que isso esteja acontecendo. É triste, mais ainda, que a ‘Folha de S. Paulo’, que se diz um jornal progressista, liberal faça acordo com essa antiga e podre história de repressão aos movimentos dos trabalhadores do nosso país. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Itamar Borges.

 

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O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores, quero dizer que não concordo com os atos do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. Fiz anteriormente pronunciamento favorável à luta justa dos bombeiros que são nossos heróis, são aqueles que guardam as nossas vidas, aqueles que arriscam as vidas por 950 reais por mês.

Entre os estados brasileiros, São Paulo paga o menor salário. Embora o Governador Sérgio Cabral seja do meu partido, não concordo com sua atitude. Se Deus quiser, conseguiremos com que ele faça um exame, seja sensível e absolva todos os bombeiros que lutam pelos seus familiares, lutam pelo direito à alimentação, à vida, de ir e vir, porque eles também são filhos de Deus e merecem ganhar o suficiente para vier dignamente, encarar seus filhos e esposas quando trazem o alimento para o lar. Ganhando 950 reais, eles talvez não consigam fazer isso.

Tudo que é errado, não importa o partido, temos que corrigir. Temos que lutar por aquilo que é justo. Não é possível vermos, no Rio de Janeiro, um seleto grupo de policiais, que honram suas fardas e o povo daquela cidade, ganhando tão mal. Acho que adesão é até pequena. Todos estão usando uma fita vermelha. Acho que isso deve ser estendido a todo o país, porque esse não é problema só do Rio de Janeiro. Os policiais ganham mal em geral.

Quero dizer ainda, meu cardo deputado Olímpio Gomes, que o vice-presidente da república, que é o presidente do nosso partido, que é nosso companheiro de partido, Michel Temer, certamente não pode cumprir aquilo o que disse: que não sairia do Congresso nacional sem aprovar a PEC 300. Mas, com certeza absoluta, nosso vice-Presidente Michel Temer, que é um homem probo e digno, que tem cumprido sua palavra na sua vida política e pública, está preocupado com essa situação. Falarei com ele. Ele está e preocupado e deve estar lutando como vice-presidente. E se um dia ele assumir a presidência, certamente irá se esforçar ao máximo, porque já se sensibilizou com esse programa que é extremamente importante. Ele sabe da necessidade da aprovação da PEC.

Deputado major Olímpio, V.Exa. que tem brigado pela PM e pelas polícias no geral, certamente encontrará sempre o apoio do ex-deputado Michel Temer, vice-Presidente da república, amigo de todos nós, homem público que engrandece o país e que certamente ajudará a PM. Até porque ele foi secretário da Segurança e aprovou todos os Consegs nos bairros da cidade de São Paulo, que propagou para todas as cidades do Estado de São Paulo, esses instrumentos da população em busca da segurança. Tenho certeza absoluta que jamais o Dr. Michel Temer irá negar às polícias algo que é tão justo, tão nobre, tão importante. Se Deus quiser, iremos falar com o governador Sergio Cabral para que ele corrija essa distorção que não aceitamos.

Quero dizer aos meus companheiros de partido, deputados Itamar Borges, Jorge Caruso, Baleia Rossi e Vanessa Damo, que iremos a Brasília nos encontrar com o nosso vice-Presidente, Michel Temer, iremos falar com Sérgio Cabral para que o PMDB, que sempre lutou contra a ditadura e as injustiças sociais, lute também por algo que é tão justo, que é o fortalecimento da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Exército, da Aeronáutica, e de todos os órgãos que ajudam a defender e preservar direitos inerentes ao cidadão brasileiro, que são o direito à vida e o direito de ir e vir.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

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- Assume a presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, imprensa aqui presente, todos que nos assistem nesse instante, precisaríamos fazer uma discussão muito técnica, quem sabe também política, sobre o guarda civil metropolitano, também chamado guarda patrimonial - porque essa é a natureza da função. Constitucionalmente o guarda civil metropolitano é um guarda patrimonial. A atribuição constitucional dele é guardar o patrimônio. Entretanto, tem também sua atribuição na linha da prevenção criminal. Até porque não somente a GCM, mas qualquer cidadão do povo, num momento de flagrante delito, se tiver realmente coragem, dar voz de prisão e levar coercitivamente para o distrito policial, e instaurar ali o procedimento, quem estiver cometendo um delito. Em suma, é o que diz o ordenamento jurídico.

Qual é a nossa linha de pensamento? Esses guardas civis metropolitanos precisam de um amparo melhor do estado quanto ao eventual cumprimento de pena, quando do cometimento de algum delito que implique numa penalidade de restrição da liberdade. Não estou falando de restrição de direito. Esse guarda civil metropolitano, ao praticar algum delito, se for cumprir pena no sistema prisional tal qual o PM que cumpre pena no presídio próprio, chamado Romão Gomes, ele está de certa forma sendo amparado pelo estado quanto ao cumprimento da sua pena. Não estamos aqui defendendo a prática antissocial, o crime ou o delito. Estamos aqui trazendo uma reflexão sobre a questão de isonomia porque esses guardas civis metropolitanos estão também na linha de combate ao crime. Estão correndo atrás de bandidos. Essa é a realidade. E quando eventualmente têm que cumprir alguma pena, caem no sistema penitenciário comum e são alvos de muitas investidas, quiçá, com risco de vida.

Deputado major Olímpio, podemos debater esse assunto na Comissão de Segurança. Temos sido questionados por muitos guardas civis metropolitanos, V.Exa. também e os demais deputados, sobre essa questão. Que tipo de instrumento jurídico poderíamos criar no âmbito do estado para dar essa não, mas para dar a isonomia necessária a esses guardas civis metropolitanos que precisariam do amparo do Estado nesse mister, assim como o policial militar também tem o amparo do Estado nessa questão. Repito: não defendemos o crime, a prática antissocial; defendemos a pessoa humana, que devido a sua atribuição, eventualmente na prática de algum delito, tenha que cumprir pena dentro do sistema penitenciário comum e que estaria correndo risco a sua própria vida.

E aqui está o cerne final da nossa fala, até porque o custodiado pelo Estado precisa do amparo do Estado, precisa ter a vida preservada no mais amplo sentido.

Então fica esta reflexão. Temos que debater esse assunto para trazer não somente um bom salário para os policiais militares, policiais civis, guarda civil metropolitano, mas condição de trabalho melhor, melhor equipamento, melhor estrutura. E eles também precisam do amparo jurídico nessa questão que abordamos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Edmir Chedid, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra “r ” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 12 de agosto de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 60 anos da regulamentação da profissão dos economistas.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Aldo Demarchi, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, Inciso I, letra “r ” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 19 de agosto de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia do Maçon.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, participei agora há pouco da reunião da Comissão de Saúde - na sequência teremos a reunião da Comissão de Meio Ambiente - e quero registrar um convite importante para os queridos Deputados e Deputadas desta Casa.

Esta Casa promoverá, através da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, na próxima terça-feira, às 10 horas da manhã - já foi encaminhado aos gabinetes dos deputados, aos emails dos deputados e os cartazes também já circulam pelo site desta Casa e pelos corredores - um encontro. Teremos a participação das Secretarias de Desenvolvimento, do Emprego e do Trabalho, da Secretaria de Economia e da Secretaria do Planejamento. Todos os Secretários ou estarão presentes ou representados, e obviamente entidades importantes do setor, como o Sebrae, a Fiesp, a Faesp, o Cescon, o ILP desta Casa.

Eu e o Deputado Luiz Claudio Marcolino estamos juntos coordenando, organizando esse importante encontro, o lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, importante não só para o emprego, para a renda, mas para estimular a desoneração tributária, a formalização das atividades do pequeno empresário, do microempresário, do informal, criar um ambiente favorável através de políticas públicas nas prefeituras e também com o incentivo do Estado.

Sabemos que, hoje, a burocracia, as altas taxas e os altos impostos acabam sendo obstáculo para muitas atividades serem formalizadas e efetivamente dar a sua contribuição de crescer, gerar emprego e participar ativamente e formalmente da economia. É esse o objetivo. Temos dentro desses contextos temas importantes como a guerra fiscal, como a isenção do início da atividade do micro empreendedor individual e tantas outras bandeiras que queremos focar. E junto com esta Casa levar a proposta da Assembleia, buscar a sensibilização das Secretarias, o envolvimento do setor, a sensibilização das prefeituras para que esse ambiente empreendedor, fundamental para o desenvolvimento deste Estado e deste País, possa ser uma cultura praticada em todos os municípios paulistas. É esse o objetivo. Convidamos Câmaras, Prefeituras e também os prefeitos empreendedores, que participaram do Prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae. Inclusive esta Casa tem muitos deles hoje que são deputados.

Junto com isso, nosso Presidente, Barros Munhoz, está programando - parece-me que é uma pré-agenda definida - um importante encontro no dia 30, aqui nesta Casa, promovido juntamente com a Fiesp, que começará às 9 da manhã e irá até as 17 horas, a respeito da guerra fiscal. Tive a oportunidade, na condição de Presidente da Comissão de Atividades Econômicas desta Casa, de participar, ontem de manhã, da reunião do Conselho de Economia da Fiesp, presidido pelo sempre Deputado Federal Delfim Neto, companheiro do nosso partido, Deputado Jooji Hato, onde diversos temas importantes da economia deste Estado e deste País foram debatidos. Dessa reunião, há propostas para serem trazidas para a discussão do tema guerra fiscal.

Estava lá presente Andrea Calabi, Secretário da Fazenda, dizendo que faz questão de estar presente porque o Estado de São Paulo começa já obter alguns resultados com a decisão do Judiciário. O STF, recentemente, analisou essa questão e deu sua opinião. Tenho certeza de que esse seminário vai fortalecer esse coro para que possamos não só fazer um enfrentamento de segurar as empresas, de incentivar a instalação de novas empresas, mas ao mesmo tempo de conscientizar o Governo Federal do quanto é ruim, do quanto é negativo esse clima e essa oportunidade de guerra fiscal que acontece no País.

Finalizando, Sr. Presidente, quero apenas dizer que na minha região temos um importante acesso, que já faz parte de um expediente que encaminhamos nesta Casa através de indicação, mas quero pedir o apoio desta Casa e também do Secretário de Transportes, alertar o Governador Geraldo Alckmin, que tem feito medidas e ações importantes para a infraestrutura do Estado, para a melhoria das estradas, das rodovias, em particular com prioridade para as SPs. Temos ali a Rodovia Assis Chateaubriand, que liga São José do Rio Preto a Barretos, passando por Olímpia, uma rodovia importantíssima e que precisa ser inserida nas prioridades da Secretaria. Parece-me que no primeiro lote ela não será contemplada, mas que ela possa vir no segundo lote, até porque o fluxo cresce. Hoje só o Hospital do Câncer de Barretos vai receber por mês, fora o fluxo natural, 1.600 médicos do mundo inteiro que virão fazer especialização nesse hospital, pela sua história e experiência. Portanto, é uma importante reivindicação que passou por esta Casa.

Agradeço o apoio de todos e esta oportunidade de mais uma vez aqui deixar a nossa mensagem.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, já realizamos a reunião da Comissão de Saúde, com uma participação muito boa dos deputados, tanto na presença como também nas deliberações.

A Comissão de Saúde tem perspectiva de dar contribuições às demandas desta Casa e do Estado. Algumas demandas foram apresentadas hoje, para que possamos intervir com apoios para a melhoria da Saúde no Estado de São Paulo.

Tivemos um avanço, a confirmação da presença do representante do Ministro da Saúde, Dr. Helvécio, no dia 21, às 13 horas e 30 minutos, e ele falará sobre o teto do SUS, um tema muito discutido, sobre quanto o SUS paga para o atendimento.

Enquanto uma comissão caminha na normalidade, encontramos um problema sério em outra comissão. Participei da reunião da Comissão de Fiscalização e Controle, hoje de manhã. Haviam sido convidados dirigentes de várias estatais: Codasp, Dersa, Cosesp, Cia. Docas de São Sebastião, Nossa Caixa Desenvolvimento, CPP, CDHU, CPOS, Prodesp, Emplasa, Tur-Sp e Cpsec, para prestarem esclarecimentos à comissão. E quantos vieram? Nenhum!

É uma falta de consideração e de respeito à comissão. A função principal da Assembleia é a fiscalização. O nome já diz: Comissão de Fiscalização e Controle. Mas, dessa forma, vai controlar o quê? Nós solicitamos então que fosse aprovada uma convocação, o que não foi aceita. Há inclusive a desconvocação das próximas reuniões, e ficou marcada uma reunião extraordinária para definir sobre esses convidados.

Quero deixar registrado que a Presidência da comissão não é de Deputado da oposição, mas da situação. A maioria é da base do Governo, e sequer receberam uma satisfação. Como a Assembleia está sendo tratada, ou respeitada, pelo Governo, através das suas várias Secretarias?

Não podemos generalizar, porque tivemos a presença do Secretário da Saúde, uma pessoa séria e responsável, que se prontificou a vir, sem grandes cerimônias. Lamentavelmente, nesse dia, com ele presente, faltou energia elétrica. Essas empresas justamente precisam prestar esclarecimentos e ficamos sem energia elétrica, um apagão. Como se não bastasse, tivemos também o apagão da Sabesp, quando milhares de pessoas ficaram sem água durante várias horas, dias até.

Se a comissão convidou e os convidados não vieram, é necessário arranjarmos uma outra maneira, como uma convocação, o que é prerrogativa das comissões. Esperamos que esse problema seja resolvido, e esta Casa seja respeitada. Não podemos continuar assim. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Helio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: Quero fazer um apelo às lideranças dos diversos partidos representados nesta  Casa para agilizar a  discussão e votação de um Projeto de lei de minha autoria criando, como atividade extra-curricular obrigatória na Rede Estadual de Ensino, o Programa Educacional de Prevenção de Acidentes na Infância, Pesquisei o assunto motivado,  principalmente motivado por acidente que tirou a vida de uma criança de um ano e meio numa cidade vizinha a Ribeirão Preto. Ela estava brincando com outras crianças, enquanto a mãe preparava o almoço; foi para o quintal, onde havia um balde de água, e acabou caindo de cabeça dentro desse  balde. Quando a mãe foi procurá-la, essa  criança já estava morta, afogada, em mais um entre tantos acidentes domésticos de conseqüências fatais.

No começo era um projeto simples, criando campanhas educativas direcionadas voltadas para a criança e a sua família, buscando basicamente motivar a sociedade para com o problema; tudo isto envolvendo a difusão de conteúdos didáticos relativos ao assunto, promoção de reuniões de pais e mestres e posterior avaliação dos resultados dessas ações e divulgações.

Tomamos conhecimento, nesse ínterim, de um Boletim do Ministério da Saúde falando sobre a situação de crianças com acidentes; acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil. Os acidentes, infelizmente, são a principal causa de morte de crianças nessa faixa etária...

Peço atenção a estes números: mais de cinco mil crianças morrem anualmente, no Brasil, vítimas de acidentes. Cinco mil morrem e cerca de 110 mil crianças são hospitalizadas, anualmente, vítimas de acidentes, segundo estatística do Ministério da Saúde configurando uma séria questão de Saúde pública.

Estimativas – eis outro item importante - mostram que, a cada morte de uma criança, outras quatro ficam com seqüelas permanentes, provavelmente gerando conseqüências emocionais, sociais e financeiras à família e à sociedade. De acordo com o Governo brasileiro SUS gasta anualmente são 63 milhões de reais nos hospitais para atendimento às crianças vítimas de acidentes.

Não é um problema só do Brasil; no mundo – conforme estatísticas da Unicef e da OMS (Organização Mundial da Saúde)  - 830 mil crianças morrem vítimas de acidentes no ano; são, assim, quase um milhão de crianças. Pergunto: quais providências os governantes estão tomando para evitar esses acidentes responsáveis pela morte, no mundo, de quase um milhão de crianças anualmente?

Anualmente, 110 mil crianças são hospitalizadas e acabam ficando com graves seqüelas no campo da saúde. Hoje, faremos uma gravação resultante desse projeto de lei com a participação de personalidades importantes nessa área. Estarão presentes, discutindo, esse tema Alessandra Françóia (coordenadora nacional da ONG Criança Segura, uma organização não-governamental sem fins lucrativos com a missão de  promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes até 14 anos); Claudia Siqueira (historiadora e pedagoga do Instituto Sidarta) e Lucia Alves de Souza ( engenheira do Centro Brasileiro de Tecnologia e Segurança de Produtos).

Faço, assim, um apelo à Presidência desta Casa, à liderança de meu partido e a todos os líderes dos demais partidos: vamos dar urgência a esse projeto criando o programa educacional de prevenção de acidentes na infância a ser  desenvolvido nas escolas do Governo do Estado de São Paulo.

As estatísticas mostram, insisto, a morte, no Brasil, de cinco mil crianças devido a acidentes por ano. Isso significa, na prática, a morte de uma média de 20 crianças por dia, vítimas de acidentes. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas por meio de uma ação educacional preventiva, notadamente nas nossas escolas, através do aproveitamento das reuniões de pais e mestres com a conseqüente conscientização dos professores; prevenir, está provado, é sempre muito melhor do que reemediar....

Muito obrigado”.

 

             O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - O Ministro da Saúde convida todos os deputados e deputadas para a solenidade de lançamento da campanha nacional de vacinação contra poliomielite de 2011, no próximo sábado, às 8 horas da manhã, na UBS Parque Regina, na Rua Melo Coutinho, 60, Campo Limpo, São Paulo. Gostaria de convidar os deputados para essa campanha tão importante para preservar a saúde de milhares de pessoas no nosso Estado e no nosso País.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, o nobre Deputado Carlos Giannazi fez comentários a respeito do editorial da “Folha de S.Paulo” que até incentivava o Governo do Rio de Janeiro a punir os bombeiros militares. Se isso acontecer é matar a vaca para acabar com carrapato. São os piores salários brasileiros, são salários aviltantes. Chega a ser pior do que São Paulo. Não é a punição que vai resolver. Muito embora ontem, no evento da Praça da Sé, eu tenha pedido aos deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado do Congresso Nacional que acompanhassem de fato o que vai acontecer no Rio de Janeiro. Se depender da Justiça Militar, os 439 já estão expulsos. Isso não vai solucionar a questão.

Fiz um requerimento de informações. Sou da Zona Norte de São Paulo, a população da Zona Norte está sem entender. Faltam vagas hospitalares na Zona Norte e há mais de dois anos - aproveito a presença do Deputado Marcos Martins, Presidente da Comissão de Saúde - o antigo Hospital Albert Sabin, o Hospital São José, foi reformado. É um hospital privado. Foi contratado pelo Governo de São Paulo. O hospital está fechado há dois anos. Fiz o requerimento de informação. A resposta que recebi da Secretaria de Saúde é uma confissão de crime.

Perguntei:

“Quais obras de reforma foram realizadas no imóvel onde funcionava o Hospital São José, no bairro do Imirim, nesta Capital, o qual também chegou a ser denominado de Hospital Albert Sabin?”

Resposta:

“Foram realizadas obras de recuperação de alvenaria, pintura, reparos gerais, rede elétrica, hidráulica e manutenção de elevador.”

Perguntei:

“Tendo em vista que parte das obras já foram concluídas, quais áreas do imóvel estariam liberadas para uso imediato?”

Resposta:

“Estamos aguardando avaliação da Vigilância Sanitária para liberação do funcionamento.”

A Vigilância Sanitária é do próprio Estado.

“Qual destinação será dada ao imóvel, haja vista o inequívoco emprego de verbas públicas para sua reforma e recuperação, na hipótese de não se pretender que volte a funcionar como unidade hospitalar?”

“Será um hospital de apoio para pacientes clínicos originários do Pronto-Socorro do Complexo do Mandaqui.”

E a pergunta que fiz e que, como cidadão, que paga impostos, não gostaria de ter recebido essa resposta criminosa:

“Considerando que o imóvel foi alugado pelo Estado de São Paulo, quem são os locatários do imóvel, qual o valor da locação e qual o prazo (data de início e término) do contrato de locação?”

Vejam a resposta:

“Locatário: Secretaria de Estado da Saúde. Valor inicial: R$ 64.275, com reajuste em 1º/11/2010 para R$ 67.861,03. Início do contrato: 1º/11/2009. Término do contrato: 31/10/2010.” Já estão prorrogados 12 meses.

Perguntei:

“Na atualidade, quem realmente são os proprietários legais do imóvel?”

Resposta:

“O hospital é de propriedade da Gerência Hospitalar e Serviços em Saúde.”

Vou encaminhar uma cópia cada um dos onze representantes da Secretaria de Saúde. Independentemente disso, vou entrar com uma queixa-crime. Isso é improbidade administrativa. Fiz o cálculo. O Governo Serra/Alckmin já pagou 1,36 milhão de reais. Vou verificar quem são os proprietários de fato desse hospital - Gerência Hospitalar e Serviços. Denúncias dizem que há interesses políticos diretos de deputados, vereadores. Agora, 1,36 milhão fechado, isso dá nojo. O corrupto que tira dinheiro da saúde, da miséria, da tragédia da população não merece a menor complacência.

Vou fazer uma solicitação a V. Exa. e à Comissão para que visite essas instalações. Estive lá. Só há um guarda de uma empresa privada, também contratado 24 horas por dia. É atrás da Igreja Consolata, no Imirim. Eu até entrei na porta errada, entrei na escola e as professoras falaram que a obra estava pronta, que fazia dois anos que trouxeram todo o mobiliário médico. O guarda falou que só havia o posto de vigilância, que também não está no custo da locação, é pago à parte para uma empresa de vigilância. O que me dá desespero é saber que agora o Hospital São Camilo, na Zona Norte, fechou a maternidade que era para atendimento do SUS e transformou num setor de oncologia. O São Camilo é um hospital privado, tinha essa parceria com o Governo Federal, com o SUS, e destinou a algo que possa ser lucrativo ao hospital.

Agora, não temos onde repor o setor de Maternidade, na Zona Norte de São Paulo. A 800 metros dali, está o Hospital São José, fechado há dois anos, com guarda 24 horas, com equipamento apodrecendo e com essa bagatela de aluguel reajustado, porque é preciso atualizar os valores: de R$ 64.275,00 para R$ 67.861,03.

Que vergonha, Governador Geraldo Alckmin! Se o senhor não estivesse sabendo. O Senhor assumiu isso enquanto governo e está deixando rolar solto. Quem está assinando isso aqui é o Secretário Giovanni Cerri. Ele é quem está dizendo que está pagando esse aluguel. E também não tem previsão de funcionamento. É o dia que a Vigilância Sanitária, que também é da Saúde, quiser ir. Como não é para ir, para não usar as instalações, é só para pagar o aluguel, então está ótimo. Que “contrataço” para o locador, não?

Farei um ofício a V. Exa., formalizando o pedido, mas gostaria que esta fala fosse encaminhada ao Gabinete do Governador e à Secretaria da Saúde, porque isso é uma vergonha. Fiquei enojado com a resposta. Achei que houvesse alguma elação daqueles que fizeram a denúncia. Somos incompetentes: reformamos, mas não usamos. O povo que se dane! Agora, não. Somos incompetentes, reformamos, mas estamos pagando aluguel para não utilizar, para algum amigo proprietário desse imóvel em que se encontra o hospital. Vergonha, Governador.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - É regimental o pedido de encaminhamento do discurso de V. Exa., nobre Deputado Olímpio Gomes.

Esta Presidência registra a presença dos nobres Vereadores Cristiano Dias e Márcio Belcieli, da linda cidade de Brodowski, acompanhados do nobre Deputado Welson Gasparini, que foi Prefeito naquela região. Sejam bem-vindos a esta Casa de Leis! (Palmas.)

Por permuta de tempo com a nobre Deputada Leci Brandão, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, estamos vivendo alguns retrocessos gravíssimos no Congresso Nacional.

O primeiro deles foi em relação à aprovação do Código Florestal. O projeto aprovado na Câmara dos Deputados significou uma verdadeira afronta ao meio ambiente brasileiro, às nossas florestas, às nossas áreas de mananciais. Enfim, todos acompanharam e ficaram perplexos em relação ao atraso da aprovação daquele projeto que beneficia o agronegócio, o desmatamento e os grandes latifundiários, em detrimento da maioria da população.

Estamos acompanhando um novo retrocesso no nosso País, também no Congresso Nacional, desta vez no Senado. Ontem, dois senadores da República, José Sarney e Fernando Collor de Mello pediram à Presidente Dilma que retirasse o pedido de urgência para a aprovação de um projeto de lei muito importante, que representa uma antiga reivindicação de vários setores da sociedade civil organizada: colocar fim ao sigilo eterno de documentos oficiais dos mais diversos governos que assumiram a Presidência da República nos últimos anos.

Esse projeto já estava pronto para ser votado e significava algum avanço nesse sentido, encurtando o tempo para que a população tivesse acesso aos documentos governamentais de governos passados. No entanto, houve o pedido desses senadores, que foram ex-presidentes da República. José Sarney foi presidente da Nova República e, posteriormente, o Senador Fernando Collor de Mello ficou dois anos na Presidência, mas recebeu um impeachment porque foi acusado por vários crimes que todo o Brasil acompanhou. Entendemos que esses dois ex-presidentes não querem ver divulgados documentos dos seus governos porque devem ser comprometedores.

Apelamos à Presidente Dilma para que ela não atenda esse pedido e abra os arquivos, porque isso faz parte da transparência. Todo governo tem que ter transparência, a população tem que ter acesso às informações e conhecer a sua história. Hoje, ainda não temos acesso aos documentos da época da ditadura militar, da ditadura Vargas. Existem ainda documentos secretos da época da Guerra do Paraguai. A população do Brasil não conhece realmente a sua história, porque ela é negada através desse tipo de procedimento, do sigilo de documentos e informações. Ou seja, a Guerra do Paraguai, que aconteceu há 140 anos, ainda continua oculta. Isso compromete o conhecimento da história do Brasil.

No entanto, existem vários setores retrógrados e conservadores no Congresso Nacional, sobretudo no Senado, fazendo lobby para que os documentos não sejam divulgados. Agora, quando tínhamos uma oportunidade de avançar nesse sentido, um novo retrocesso, promovido por dois senadores que serviram à ditadura militar. O Senador José Sarney, filho da ditadura militar, deve ter muito interesse em ocultar documentos. O mesmo acontece com Fernando Collor de Mello, que é do mesmo diapasão governamental, ideológico e político do Senador José Sarney, atual Presidente do Senado. Ambos comungam da mesma ideologia e das mesmas práticas das oligarquias nos seus respectivos estados: um, em Alagoas; o outro, no Maranhão e no Amapá.

Exigimos que os projetos sejam aprovados imediatamente. As bancadas do PSOL, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado, estão fazendo esforços e gestões para que o projeto seja votado e tenhamos acesso às informações ditas sigilosas, que não deveriam ser. Está na Constituição Federal o princípio da transparência. A população tem direito de conhecer a sua história. Muitos países já abriram os seus documentos. É inadmissível que o Brasil, em pleno Século XXI, no ano de 2011, ainda tenha medo, ainda oculte os documentos históricos, principalmente os da ditadura militar. Queremos conhecer, queremos os nomes dos torturadores, dos torturados. Queremos aprofundar o conhecimento em relação ao que houve no Brasil no período da ditadura militar, de 1964 a 1985, um momento discricionário, de exceção. Muitas pessoas foram perseguidas e, inclusive, perderam suas vidas. Na época, a tortura virou uma política do Estado Brasileiro Militar, com o apoio de José Sarney, de Fernando Collor e de tantos outros que agora tentam ocultar a transparência e o acesso da população a esses documentos, e mesmo em relação a governos anteriores, como na Era Vargas, que oprimiram a população utilizando-se de meios ilícitos e anticonstitucionais. Temos então direito e a população quer, de fato, conhecer não apenas a sua história oficial, que é distorcida e não representa a verdade dos fatos.

Então, em defesa da memória, da história e da verdade, exigimos que o projeto que versa sobre o fim do sigilo eterno - esse é o nome do projeto, o fim do sigilo eterno -, porque é isso que esses senadores, José Sarney e Fernando Collor querem, não seja aprovado. Eles querem que haja um sigilo, um segredo eterno dos atos das suas respectivas administrações, de 1985 a 1989, e depois de 1989 a 1991, quando o ex-Presidente Collor sofreu impeachment por várias denúncias de corrupção e tráfico de influência que o Brasil inteiro acompanhou, até porque é um fato recente da nossa história. É isso que esses senadores querem esconder, com o apoio de outros senadores e de outros setores da sociedade que deram sustentação a esse tipo de política no Brasil.

Queremos a abertura de todos os arquivos, exigimos acesso sem restrições a todas as informações e documentos governamentais. É uma vergonha para o Brasil, que se diz um país democrático e que já baniu a Ditadura Militar em 1985, se prestar ainda a compactuar com esse tipo de comportamento. É triste saber que a Presidente Dilma, uma mulher que foi presa e torturada pelo Regime Militar, atenda aos pedidos de José Sarney e de Fernando Collor. Isso significará um verdadeiro retrocesso.

Espero que ela não atenda aos pedidos desses dois senadores, que apoiaram o regime da tortura, das mortes e das prisões. É o regime que torturou a Presidente Dilma e que também prendeu o Presidente Lula, quando foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, e ficou mais de 40 dias preso. Seria um retrocesso se a Presidente Dilma apoiar o fim da urgência da aprovação deste projeto, que é estratégico para a construção da história, da justiça e da verdade no Brasil. A população quer conhecer a sua história e temos de ter acesso a todos os documentos. Não tem sentido garantir o sigilo eterno dos documentos governamentais. Nós nem conhecemos ainda os documentos da época da Guerra do Paraguai. Isso é um absurdo! ]

Temos muito que conhecer da nossa história porque assim, talvez, possamos construir outra história no nosso país. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, que também proibiu a divulgação dos documentos, se diz arrependido agora. Ele disse que foi induzido a esse grave erro na época em que foi Presidente da República, e fez uma autocrítica. O Presidente Lula disse que abriria os arquivos, mas não abriu. Agora, a Presidente Dilma não pode ceder às pressões de senadores que apoiaram o golpe militar.

Fica o nosso apelo. Rogamos à Presidente Dilma para que não atenda aos pedidos de Fernando Collor e José Sarney. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Luiz Moura, o nobre Deputado Antonio Mentor.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. João Antonio.

 

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O SR. ANTONIO MENTOR - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, quero iniciar o meu pronunciamento saudando a Cidade de Americana, cujo padroeiro, Santo Antonio, comemorou ontem a sua data com muita festa, fé e oração.

Nesta semana, a partir de sexta-feira, a Cidade de Americana irá promover um dos maiores eventos do interior do Estado de São Paulo, com a 25ª Festa do Peão de Boiadeiro de Americana. Ela é considerada a segunda maior festa de peão do Brasil. Mas, com certeza, se formos medi-la pelo acolhimento e pela forma carinhosa com que Americana recebe àqueles que participam desse encontro, seria a maior e a melhor festa do peão de boiadeiro. Essa festa garante a permanência das nossas tradições do caipira paulista, com a sua moda de viola, atividades de rodeio e touradas. Enfim, uma atividade que certamente faz parte da história do folclore do Estado de São Paulo e que deve permanecer viva.

O que me traz a esta tribuna é para falar sobre a ocorrência que vem marcando a vida de tantos paulistas: a falta absoluta de prestação de serviços na distribuição da energia elétrica, especialmente na Grande São Paulo, trazendo um desconforto enorme para o povo paulistano e prejuízos incalculáveis para o comércio e para a indústria. Essa ocorrência é hoje objeto de manifestação dos mais diversos setores da sociedade.

Conclamamos também a Agência Reguladora da Energia, Arsesp, a manifestar a sua opinião mesmo que tardiamente, 13 anos após o processo de privatização da Eletropaulo; mesmo que naquela ocasião e durante todos esses anos o Governo do Estado tenha ouvido de mercador para as projeções e previsões que fizemos deste microfone por ocasião da privatização; e também da CPI do Eletropaulo, no final de 2006 e começo de 2007.

Lá nós já dizíamos o que iria acontecer o que está acontecendo agora; lá já dizíamos do resultado daquela grande armação na privatização da Eletropaulo por uma empresa de papel, que não tinha lastro e adquiriu um empréstimo junto ao BNDES da ordem de 2,2 bilhões de reais, sem nenhuma garantia. É uma empresa que passou anos como inadimplente, utilizando-se dos mais diversos artifícios para prorrogar a sua inadimplência.

Havia um período que foi dado à empresa para que ela pudesse se estabelecer no controle da Eletropaulo, sem pagamento das parcelas e dos juros. E ela, se valendo disso, foi ampliando e prorrogando esse prazo, até que, em 2003, com o advento do novo governo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social, dirigido por outras figuras e com outra política, renegociou essa dívida de modo a recuperar parte daquilo que foi emprestado a essa empresa que, além disso, sucateou todo o patrimônio da Eletropaulo, deixou de realizar os seus compromissos com o povo paulistano, deixou de cumprir as suas obrigações contratais quando da aquisição pela AES, que era tida como a jóia da coroa, a empresa da Eletropaulo, objeto de desejo de todo o mercado era a aquisição da Eletropaulo. E foi adquirida pelo preço mínimo depois de uma negociação espúria realizada entre duas empresas, as duas marcadas por gestões terrivelmente danosas para o povo brasileiro. De um lado a Light, muito conhecida de todos nós, e de outro lado a Assembleias Legislativas estaduais E a Henry, que era majoritária da AES, e que todos sabem acabou sendo denunciada no mercado norte-americano por fraudar os seus balanços. Fraudou os seus balanços e foi uma das empresas responsáveis por essa crise que assolou o país de maior importância capitalista do mundo - os Estados Unidos da América.

Pois bem, foi dessas fraudes ocorridas nas grandes corporações norte-americanas que se originou a crise do capitalismo no mundo nascido nos Estados Unidos da América que se acabou proliferando para o Japão, Europa e atingindo grande parte do mundo. O Brasil, felizmente, por conta de uma política acertada do Governo do Presidente Lula, aqui para nós, a crise de 2008/2009, não passou de uma marolinha. Sabemos disso e não vamos ficar mais falando sobre isso.

Mas, a realidade é que as consequências dessa malfadada privatização da Eletropaulo, adquirida dessa forma absolutamente nebulosa, cercada de todo tipo de armação, de todo tipo de maracutaia, de todo tipo de dúvida, acabou resultando nisso que estamos vendo agora: uma empresa que não tem condições de atender às necessidades do povo do Estado de São Paulo, especialmente da capital, que não soube fazer frente a uma intempérie, a um vendaval, que acabou trazendo problemas, e ela se mostra agora absolutamente incapaz de reagir a uma situação como essa.

E agora nós ouvimos várias vozes, pedindo a intervenção. O Procon de São Paulo pede a intervenção na administração da AES Eletropualo. E vejam, o Governador do Estado de São Paulo, que foi o gerente da Imobiliária Bandeirantes, que gerenciou todo o processo de privatização no Estado de São Paulo, foi o pai do PED, Programa Estadual de Desestatização, e hoje o Governador Geraldo Alckmin que vem a público dizer também, fazer eco a essa solicitação do Procon e de muitos outros setores, dizendo que a AES se mostrou incompetente para fornecer energia num momento de dificuldade, num momento de uma intempérie mais forte.

Mas quero dizer tudo isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados e a todos que estão nos ouvindo, porque esta Casa precisa manifestar opinião sobre isso. Esta Assembleia Legislativa não pode ficar olhando para isso que está acontecendo como se não fosse conosco, como se não tivesse nada a ver com a Assembleia Legislativa, dando de ombros para uma situação caótica como essa. Vejam quanto tempo faz que essas pessoas, essas empresas estão sofrendo com a falta de energia elétrica? É possível nós imaginarmos uma situação como essa, quietos, aqui, os 94 Sras. Deputadas e Srs. Deputados, representantes do povo? Vamos ficar observando essa situação caótica e vamos ficar calados? Até o Governador está falando sobre isso. Até o Procon está falando sobre isso, vários setores se manifestando, e a Assembleia Legislativa, vai dar de ombros? Vai assumir a posição altista, como se não fosse conosco? É conosco sim. Aqui nós temos a obrigação, o dever de defender intransigentemente o interesse da maioria do povo paulista, do povo do Estado de São Paulo e do Brasil.

Portanto, essa é a conclamação que estou fazendo nesse momento. Tudo aquilo que nós dissemos durante a averiguação, a investigação da CPI da Eletropaulo, que faz parte de um relatório paralelo que não foi aprovado naquela ocasião, mas que hoje se mostra verdadeiro. Hoje ele se mostra como sendo a previsão desse caos que se instalou no Estado de São Paulo e que sem dúvida nenhuma precisa de uma atitude, requer uma atitude do Governo do Estado de São Paulo, desta Assembleia Legislativa, do Procon e do Ministério Público. O Ministério Público Federal moveu inquérito e apresentou denúncia contra os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, à época, especialmente do então presidente José Pio Borges e de outras figuras importantes da diretoria, que aprovaram abruptamente uma negociação inexplicável, no valor de um bilhão e duzentos milhões de reais. Foi aprovada em 24 horas, de um dia para outro, pessoas que hoje ainda têm responsabilidade no conselho da AES Eletropaulo.

Existem pessoas que eram diretores do BNDES àquela época - vejam que conflito de interesse absurdo. Como é que pode a Sra. Landau que à época era diretora do BNDES e agora faz parte do conselho de administração da AES Eletropaulo? Portanto, eu quero deixar uma conclamação para que todos nós, Deputados e Deputadas desta Casa, voltem os olhos para essa situação crítica: a AES liquidou todo o patrimônio imobiliário, patrimônio técnico, reduziu de modo significativo o seu quadro de trabalhadores, deixando muitos na rua da amargura. Muitos perderam seus empregos depois de 15, 20, 25 anos de trabalho junto a Eletropaulo e foram demitidos sumariamente. Equipamentos foram negociados a preço de banana num total desprezo para com a história de uma grande empresa que prestou grandes serviços para o Estado de São Paulo e para o Brasil, como era a Eletropaulo, enquanto esteve gerenciada pelo Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, fica a minha conclamação para que esta Casa manifeste opinião, tome atitude, tome iniciativa para conter esse abuso que está acontecendo no serviço de atendimento da distribuição de energia elétrica, trazendo prejuízos incalculáveis para a população do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO ANTONIO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo do nobre Deputado Rogério Nogueira, por 10 minutos regimentais.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, Sr. Presidente João Antonio, que foi Presidente da Comissão de Justiça da Câmara Municipal por muitos anos, quero saudá-lo porque V. Exa. está fazendo um grande trabalho nesta Casa. Parabéns.

Gostaria de anunciar que hoje a frente parlamentar antidroga, anticrack, estará realizando na sala 2113, às 17 horas, uma reunião para combater essa grande ameaça aos nossos jovens, aos nossos adolescentes, essas drogas que estão ceifando tantas vidas. Quanto mais lutamos contra as drogas, parece que mais aumenta o seu consumo. São drogas que começaram com a cocaína, heroína, que foram para o ecstasy e para o cristal. Agora tem os cristais para quem tem poder aquisitivo maior. Têm até marmanjos usando isso na balada, nessas baladas da vida.

Essas drogas são comercializadas nos Shopping Centers porque antigamente eram comercializadas nas ruas, nas periferias. Passam do crack para o oxi, que é o último degrau.

Quando estamos pensando que é o último degrau, os traficantes inventam outra droga chamada hulk porque é uma pedra verde. Lembram do monstro chamado Hulk da TV americana e que veio também para o Brasil? Então, agora inventaram o hulk, que é uma pedra verde, e assim vai. Só que os traficantes esquecem que o oxi mata seus clientes. No oxi contém querosene, gasolina e cal virgem. Quando dá combustão nessa pedra a gasolina e o querosene causam enjôo, ânsia de vômito, vertigem e problemas visuais, podendo chegar até a cegueira. Chega a esse ponto.

Essas drogas vêm da Colômbia em pouca quantidade, do Peru vem menos ainda, do Paraguai vêm pouco também pelo contrabando. O principal fornecedor é a Bolívia que ajuda muito o Brasil mandando drogas para cá, acabando com os nossos adolescentes. A Bolívia ajuda muito as nossas escolas, as nossas universidades invadindo-as, passando as drogas pelas fronteiras.

Qual a dificuldade de impedirmos isso? Aliás, poderíamos matar dois coelhos com uma cajadada só se fiscalizarmos a fronteira Brasil/Bolívia, por exemplo.

Os bolivianos, em nome da justiça social, estão agora dizendo que vão legalizar lá todos os carros roubados aqui em São Paulo, em nosso Estado e em nosso País. Os carros roubados aqui vão para Bolívia e como é um país pobre estão legalizando esses carros para que haja justiça social, combatendo a pobreza com os carros do nosso País.

Não sei se estou falando bobagem, mas, então, temos que contratar os assaltantes para ir à Bolívia e roubar os nossos carros, que foram roubados, de volta. Isso vira uma guerra. Isso não nos interessa. Um erro não justifica outro. Imagine termos brasileiros assaltantes roubando carros brasileiros, que foram roubados aqui, e trazer de volta porque o governo boliviano está legalizando-os no seu país.

Na verdade, precisamos nos organizar. Eu acho que todos os países têm que cuidar do seu povo, dos seus adolescentes. A Bolívia, o Paraguai, a Colômbia e o Peru, que são nossos vizinhos, não têm nada a ver com isso. Nesses países também tem seus adolescentes, cidadãos de bens, cidadãos que não querem que legalize os carros roubados aqui de São Paulo.

Cada país tem que se fiscalizar. O nosso ex-colega, ex-vereador da Câmara Municipal de São Paulo, José Eduardo Cardozo, então hoje Ministro da Justiça, foi na Cidade de Foz do Iguaçu para tentar organizar a fronteira entre o Paraguai, Brasil e Argentina. Não temos notícia de que haja tráfico de drogas entre a Argentina e o Brasil. Eu desejo ao Ministro José Eduardo Cardozo que tenha muito sucesso, que ajude este País, principalmente os jovens e os adolescentes a não seguirem por um caminho que realmente não lhes interessam.

Eu, como médico, sei que é extremamente importante o controle dessas drogas. O pior é a bebida alcoólica, essa droga legalizada que mata. Essa droga ceifa, a todo instante, milhares de vidas no nosso País e causa prejuízo enorme para o SUS, também para as polícias porque elas ficam ocupadas atrás dessas pessoas que bebem um pouco, dirigem e atropelam e matam. As vítimas vão parar no pronto-socorro, consumindo grandes recursos, porque são pacientes cirúrgicos, pacientes de UTIs. Repito, esses recursos poderiam ir para os setores da Educação, do Esporte que combatem a violência. São recursos fundamentais que poderiam ser drenados para a área da Saúde, para as santas casas que estão falidas, fechando as portas, como é o caso da Santa Casa de Suzano.

Nós precisamos organizar este País para que sobre recurso. Se não temos que dizer a toda hora que vamos fazer uma audiência pública. Por exemplo, lá em Francisco Morato, um vereador disse: “Como vamos conseguir esse recurso para trazer o saneamento básico em Francisco Morato, com 200 mil moradores ou mais, em outras regiões e em outras cidades vizinhas?” Faltam recursos porque gastamos para combater a violência, essa violência que mata.

Nós temos mais de 18 milhões de armas. Dessas 18 milhões de armas, temos dois milhões nas mãos das polícias. Tudo bem, elas têm que ficar nas mãos das Polícias Civil e Militar para manter a ordem pública. Mas elas não conseguem porque são dois milhões contra 16. São mais de oito milhões de armas ilegais que matam, de numeração raspada, roubadas, contrabandeadas de Paraguai, Bolívia, etc.. Inclusive, foi feita uma matéria pelo repórter do jornal “Folha de S.Paulo”. O repórter teve muita coragem e mandou fazer a entrega delivery das drogas em Foz do Iguaçu, saindo da Ciudad Del Este. Isso é um absurdo. Como ficam os nossos jovens? Qual o futuro dos nossos jovens? Qual o futuro dos jovens que estão no cruzamento das ruas?

Nobre Deputado João Antonio, nós fizemos uma lei proibindo esses jovens de fazer qualquer atividade no semáforo. Esses jovens que estão na frente, às vezes, até da polícia e dos órgãos competentes pedindo esmolas porque atrás deles estão os pais de rua que compram drogas para essas crianças, esses adolescentes que, no final, vão para a Fundação Casa, para o presídio se não cuidarmos antes ou se a polícia não os matar antes.

Que País é este? Que cidade é esta? Nós precisamos nos organizar. Não há dificuldade. É só tirar essas mais de oito milhões de armas ilegais que matam, através de blitz para desarmamento. Fazer blitz em pontos estratégicos como a Polícia Militar está fazendo a Operação Cavalo de Aço, fiscalizando as motos ilegais.

Na Câmara Municipal, Deputado João Antonio, nós criamos e aprovamos a lei que proíbe trafegar com pessoa na garupa da moto, com capacete que esconde sua identidade.

Essa Operação Cavalo de Aço é uma prevenção para a segurança do povo. Quando fazemos prevenção na medicina, o resultado na parte econômica é ótimo porque não se gasta muito.

Eu parabenizo a Polícia Militar pela Operação Cavalo de Aço em vários pontos estratégicos da Cidade de São Paulo. Com certeza, isso vai diminuir a criminalidade. É claro que não vai acabar, mas vai diminuir porque essa Operação Cavalo de Aço já é projeto da Tolerância Zero. Ele é extremamente importante porque tem aquela teoria da janela quebrada em New York, do Rodolfo Giuliani. Era a cidade mais violenta do globo terrestre. Aplicou-se lá a Tolerância Zero, aquela teoria da janela quebrada. Você quebra um vidro hoje e deixa. Vai o marginal e quebra mais outro e assim vai-se quebrando toda a vidraça. É na empresa, é na casa. Dali a pouco você é expulso.

Se se punisse logo no primeiro instante talvez não tivesse toda a vidraça depredada. Esta é a segurança preventiva.

Sonho com que nesta cidade, neste Estado e neste País tenhamos um Rodolfo Juliani que possa trazer segurança e qualidade de vida porque segurança atrai emprego. Todo País que tem ordem pública atrai investimentos, gera emprego e combate à violência.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO ANTONIO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari, por permuta de tempo com o nobre Deputado Mauro Bragato.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, é com prazer que venho à tribuna falar da reunião que teremos sobre o combate ao crack. O crack foi a maior desgraça que o povo brasileiro já conheceu. É um caminho sem volta e está matando os nossos jovens. Precisamos ter programas de Estado em cima disso. Precisamos que o Estado invista em políticas de combate às drogas. Quando digo Estado falo Governo Federal, Governo do Estado e prefeituras. A sociedade civil organizada já faz um trabalho enorme de prevenção, mas precisamos é de dinheiro para fazer novas clínicas de recuperação a fim de coibir essa verdadeira tragédia do povo brasileiro que são as drogas. O Deputado Jooji Hato disse minutos atrás que agora apareceu o ‘hulk’, que nada mais é do que o crack com a anilina verde para que a meninada ache isso mais atraente.

Temos de trabalhar no sentido da reconstrução das famílias brasileiras. Temos de ter o apoio de todos os governos para vencer uma batalha que é dura. Temos de trabalhar também para a redução do horário de venda de bebida alcoólica no Estado de São Paulo. Isto existe na Europa, nos Estados Unidos. Existe horário para se vender bebida alcoólica e existem locais para se vender bebida alcoólica Não podemos mais deixar nossos jovens beberem em jardins, em praças públicas. Isto é um verdadeiro desrespeito para com a família brasileira. E aqui é o local para essa discussão. Esta Casa pode dar uma contribuição muito grande nesse sentido, Deputado Jooji Hato. Nós podemos promover um grande fórum de discussão para ver qual o melhor caminho de resolvermos o problema do álcool e das drogas na família. Isto está destruindo as famílias brasileiras.

Quero também falar da manifestação do Deputado Antonio Mentor.

Quando você privatiza uma companhia você tem agências reguladoras, órgãos fiscalizadores para fazerem cobranças. Agora não é hora de você discutir se o modelo está correto ou errado. Temos de exigir que a população paulista não sofra mais com a falta de energia elétrica. A discussão tem de ser mais ampla, para além da Aneel e da Arsesp. Tem de haver por parte das agências reguladoras tanto do Estado como da União uma cobrança muito efetiva e se não resolver, que se casse essa concessão. Não é possível que o Estado mais desenvolvido da Federação fique 40, 50, 80 ou 10 horas sem energia elétrica. Isto é uma falta de respeito para com a população. Temos de fazer com que a AES Eletropaulo venha a esta Casa se justificar e se justificar para o povo paulista. Ela tem de dizer o que está acontecendo. Não é possível termos esses problemas de energia elétrica em pleno Século XXI. Isto é ridículo com tantas fontes alternativas de energia. A falta de energia tem de ser algo momentâneo, não pode se prolongar por dias.

Vi na televisão reportagem de uma senhora que descera seis lances de escada para ir até a casa da filha porque acabara a energia, quando se deu conta de que esquecera o seu medicamento de diabete e de pressão em casa.

Temos de fazer uma discussão maior em cima disso para determinar que a energia seja um produto de primeira qualidade, como sempre foi. O Estado de São Paulo teve grandes companhias de energia. Se o modelo de concessão foi certo ou errado é uma outra discussão.

Nós temos é que exigir o nosso poder de fiscalização e cobrança, como o Governador fez. Parabéns, Governador Geraldo Alckmin, que teve coragem de dizer que não está funcionando.

Portanto, que venham prestar esclarecimentos e solucionar o problema. Não é apenas explicar o que está acontecendo. Tem de solucionar para que esse episódio lamentável não aconteça daqui a 30, 40 dias novamente.

A população de São Paulo tem de exigir, tem de cobrar e esta Casa tem o dever de fiscalizar qualquer ato do Executivo, qualquer concessionária ou empresa pública que preste serviço à população paulista.

Quero também cumprimentar a Polícia Militar do Estado de São Paulo pelas blitz nas nossas ruas, prestando um grande trabalho de fiscalização em cima das motos. Espero que seja uma rotina para resolvermos alguns dos problemas que temos na Grande São Paulo.

Encerro cumprimentando o Partido dos Trabalhadores e a Presidenta Dilma, que vem fazendo um esforço enorme para a aprovação das concessões dos aeroportos e assim amenizarmos o caos aéreo que temos visto. Espero que este projeto vingue. O Partido dos Trabalhadores certamente votará favoravelmente ao projeto, o PSDB tenho certeza que vota favorável à concessão para resolvermos de uma vez por todas esses grandes problemas de transporte. Qualquer chuva que cai não se consegue andar, não se consegue transitar. Com o problema do vulcão no Chile, agora, com meia hora de atraso em voos já não cabe gente nos aeroportos, tanto em Cumbica como em Congonhas e em outros aeroportos. Não há lugar nem para ficar em pé.

Temos de fazer um trabalho enorme e cumprimentar o governador Geraldo Alckmin pelo Projeto de lei que deve ter chegado a esta Casa, sobre remuneração dos professores, cujos debates começarão na próxima semana. Vamos conseguir fazer com que as pessoas entendam. Espero que o governador mande também o da Polícia Militar, do DER, do DAE, de todos os órgãos que precisam recuperar o salário de seus funcionários. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com o nobre Deputado Gerson Bittencourt, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre colega Deputado estadual, ex-vereador de São Paulo com quem convivi e com quem tenho a honra de estar nesta Casa, um vereador combativo, que defendeu tanto os paulistanos e que agora defende os paulistas nesta Casa.

Venho a esta tribuna para, em primeiro lugar, registrar a enorme satisfação de suceder nesta tribuna o Deputado Carlão Pignatari. Um deputado leal ao governo do estado, ao Geraldo Alckmin, mas tenho a honra de dizer-lhe que o considero um deputado sereno, equilibrado, um deputado que apesar de ser governista, apesar de ser do PSDB tem valorizado a Assembleia Legislativa como um poder independente. Tenho presenciado o esforço que faz V.Exa. para buscar o equilíbrio entre ser governista e fazer desta Casa um instrumento a serviço do povo paulistano. Parabéns a V. Excelência.

Mas venho a esta tribuna não para falar bem do seu governo porque sou oposição e quero de forma leal dizer que há mais de uma semana não ocupo esta tribuna, e, com tristeza, devo dizer que as declarações do governador a respeito do projeto de aprofundamento da Calha do Tietê e da sua manutenção são lastimáveis. Porque mais de 3 bilhões de reais foram investidos naquele projeto. Lá atrás já repeti nesta tribuna que o governador, quando da inauguração da finalização das obras do aprofundamento da Calha do Tietê, anunciou para toda São Paulo: 100 anos. Não disse nunca mais. Por 100 anos não teríamos mais enchentes nas marginais do Rio Tietê. Pois bem, nobres deputados. Nesta semana ele vai à imprensa para fazer uma autocrítica e dizer que não é bem assim, que as enchentes poderão ocorrer inclusive no próximo ano.

Confesso a V.Exas., tive razão quando vereador à Câmara Municipal disse que aquele anúncio do governador não era verdadeiro, que as enchentes se repetiriam. Sabem por que fiz essa afirmação? Porque eu conheço a competência desse governo na gestão da coisa pública. Infelizmente, o que se defende no processo eleitoral não condiz com a realidade do dia a dia da administração pública. Porque eles não conseguem fazer uma administração eficiente. E foi o que aconteceu no Rio Tietê. Todos os anos, sucessivamente, as marginais param por falta de manutenção do aprofundamento da Calha do Rio Tietê. Aliás, costumo dizer que aquilo ali virou uma indústria da lama. Não sei quem que lucra mais, se as empresas privadas ou quem está no poder, e, muitas vezes em época de eleição são financiados por essas mesmas empresas. Porque vejam as empresas que fizeram o aprofundamento da Calha do Rio Tietê. E vejam as empresas que hoje fazem a manutenção ineficiente da Calha do Rio Tietê. Todas estão na relação de financiamento dos governos tucanos. Não tenho nada contra. Está na regra do jogo. Agora, o grande ponto de interrogação é quem lucra mais, se as empresas que estão na indústria da lama, do Rio Tietê, ou se aqueles que precisam delas em épocas eleitorais. Eis a minha grande dúvida.

Objetivamente quero dizer que o problema é maior, porque o governo dos tucanos não coloca uma máquina para fazer a manutenção da Calha do Tietê da Barragem da Penha até a Barragem Edgar de Souza na região de Mogi das Cruzes. Nada ali acontece. Aliás, a Calha do Rio Tietê, da Barragem da Penha até a Edgar de Souza está acima das ruas dos bairros vizinhos ao Rio Tietê. Não são enchentes. Qualquer chuva inunda os bairros de São Miguel Paulista, Jardim Helena, Pantanal, da região de Itaquaquecetuba, da região de Suzano e até Mogi das Cruzes. Qualquer chuva inunda esses bairros porque a Calha está acima dessas ruas desses bairros. Isso é uma realidade. Ineficiência do governo tucano nesses 16 anos neste estado, tratando com descaso aquelas populações ribeirinhas ao longo da história de sua gestão.

Então, nobres deputados, infelizmente, o que temos a dizer para a população de Pantanal, no Jardim Helena, de Itaquaquecetuba, de Ferraz de Vasconcelos e de parte de Mogi das Cruzes é que as próximas enchentes, no próximo verão, novamente conviver com o caos naquelas regiões. Famílias inteiras serão sacrificadas pela incompetência, pela ineficiência, pela incapacidade de gestão do governo tucano na área do rio Tietê. Muitos milhões investidos, poucos resultados objetivos obtidos, e a população continua sofrendo.

Ora, Srs. Deputados, não é criticismo barato que venho fazer nesta tribuna. Vocês que estão nos assistindo pela TV Assembleia poderão ter certeza que em fevereiro e março, do próximo ano, estaremos nesta tribuna falando sobre o sacrifício da população de Itaquaquecetuba, Suzano e do Jardim Helena, por incompetência de um governo que já tem tempo suficiente a gestão daquelas enchentes do rio Tietê e acabar definitivamente com o sacrifício daquela população.

De modo, nobres deputados, que venho a esta tribuna alertar o governo tucano. Não sou da oposição do quanto pior, melhor. Estou convivendo com aquela população há anos, e o que desejo, de verdade, é que aquela população possa ter um alento, possa viver com mais felicidade, não tenha medo de novamente perder os móveis quando chegarem as enchentes de verão. Tenho a alertar aos tucanos desta Casa e ao governo tucano que olhe atentamente, não faça mais proselitismo político, não faça mais das enchentes naquelas regiões um instrumento político para ganhar votos em época de eleição. Atue de maneira eficiente para definitivamente por um fim no sacrifício daquela população. É o que peço para o bem de milhares de famílias, que há anos sofrem com um governo incompetente, tucano, no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, a deputada Heroilma, ontem, fizemos uma visita à UTI neonatal da Santa Casa de Suzano. As discussões entre o prefeito e o deputado Estevam Galvão se estenderam a um ponto tal que pedimos à Vigilância Sanitária que nos enviasse um relatório sobre tudo o que aconteceu para que eles fechassem aquela UTI.

Não recebemos resposta se as mortes aconteceram por infecção. Estamos esperando, tanto a Comissão de Saúde, como os deputados da região. Porém, verificamos que havia itens exigidos pelas três vigilâncias - do estado, de Mogi das Cruzes e de Suzano - para que fosse fechada aquela UTI. Porém, o berçário continua funcionando, na Santa Casa continuam sendo feitos partos. E a direção, além de fechar a UTI neonatal, tomou a decisão de não aceitar mais gestantes com menos de 36 semanas e gestantes de risco, e transferir partos prematuros ou partos de bebês de baixo peso para Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e, por último, para Mogi das Cruzes.

O berçário é muito bem estruturado, com três médicos. A promotoria diz que não existem esses médicos. É lógico que vamos querer saber quem são os contratados, quantos estão lá. Falamos com o médico que recebe a criança na hora do parto, o médico que transfere a criança para o berçário ou para a UTI neonatal e o médico do berçário. Um hospital que trabalha com três médicos de plantão que, portanto, está dentro dos limites, dentro da correção. O número de enfermeiras, pelo que nos foi informado, é normal. A promotoria está averiguando se realmente essas pessoas estão trabalhando.

A Comissão de Saúde vai visitar o hospital na sexta-feira. Nós da Frente Parlamentar do Alto Tietê tomamos a decisão de que cada deputado da frente vai ajudar com 100 mil reais, correspondente à verba de participação do Orçamento a que cada deputado tem direito, para a reforma da UTI neonatal, que passará de cinco para nove leitos.

Pedimos ao interventor do hospital que trocasse o laboratório o mais rápido possível, porque ele está em condições precárias. Além da ampliação dos leitos, modernizar totalmente a área de circulação da UTI, para que as mães que vão amamentar bebês de baixo peso ou fazer visitas não contaminem a UTI neonatal e a UTI pediátrica daquele hospital.

Tomamos algumas medidas nessa visita apenas para ajudar a prefeitura a resolver o problema da população que precisa daquele hospital, que precisa daquela unidade de maternidade e de uma UTI neonatal.

Estamos tomando essa atitude pela Frente Parlamentar do Alto Tietê e também como membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do prefeito de Amparo, amigo e grande prefeito realmente, Paulo Miotta, acompanhado do deputado Simão Pedro. As nossas homenagens a S. Excelência. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Marcos Martins, para falar em nome da bancada da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem S.Exa. a palavra.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, minha saudação fraterna ao Prefeito de Amparo, aqui presente; estávamos ouvindo o Deputado Mentor, que falava de um assunto que temos debatido muito, a questão do apagão da Eletropaulo.

Na Assembleia, já ficamos algumas vezes sem luz. Inclusive pedimos ao Sr. Presidente, uma ocasião, que convidasse os responsáveis pela Eletropaulo por causa de um apagão que nos fez suspender a sessão. Isso aqui, no Ibirapuera, quase centro de São Paulo. Imaginem aí pelo interior quantos lugares ficaram sem energia elétrica e quantas horas! Osasco também ficou sem energia; também Carapicuíba, Barueri, Itapevi, Itaquá; Vargem Grande ficou mais de um dia sem energia. Agora, recentemente, na Comissão de Saúde, tivemos a presença do Secretário de Saúde e ele foi recepcionado no escuro, porque tivemos um pouco de debate, em seguida apagaram-se as luzes e veio a escuridão. E o nosso gerador está meio capenga, porque ilumina apenas uma parte da Casa; o funcionário responsável disse que a Assembleia havia comprado um novo gerador que estava sendo montado e que iria resolver o problema. Só que agora tivemos outro apagão e não foi assim.

A Eletropaulo precisa dar satisfação, prestar contas do serviço que vem fazendo, assim como a Arsesp, Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Até o Governo do Estado está reconhecendo. Eu conversava com o ilustre Deputado Geraldinho - isso no apagão anterior - que ele estava tomando uma iniciativa e eu também, com o mesmo objetivo, com relação à Eletropaulo. Vou discutir com ele para que possamos fazer aqui uma audiência pública em conjunto para podermos trazer os responsáveis por esse quadro lamentável. No estado mais rico da federação, um dia falta água, outro dia falta luz. É a cidade que reluz. Ficaram sem água também a Cidade de Osasco, Carapicuíba, Barueri, Itapevi. Telefonaram-me de Vargem Grande, porque estavam há 12 horas sem luz e sem água, e aquela história de uma empresa do Estado responsabilizar a outra e sair fora da responsabilidade.

Hoje nós tivemos, Sr. Presidente, uma reunião da Comissão de Fiscalização e Controle e fui lá representando a nossa Bancada. Sr. Presidente, V. Exa. sabe quantas empresas do Estado estiveram presentes nessa comissão? Nenhuma! Isso é uma falta de respeito a esta Casa. O Presidente dessa Comissão não era de oposição, se por ventura houvesse algum tipo de preconceito. Era do próprio Governo. Havia um único deputado de oposição, que era eu. Nem satisfação deram, Sr. Presidente. Não é possível a Assembleia Legislativa ser tratada dessa forma. A Comissão que tem obrigação de fiscalizar as ações do Governo! Seu nome já é Fiscalização e Controle! Por isso foi marcada uma reunião extraordinária para amanhã para traçar os encaminhamentos.

Propus que fizessem a convocação, mas infelizmente o meu voto foi vencido, o único a votar favoravelmente à convocação dessas empresas que têm a responsabilidade de prestar conta a esta Casa em respeito aos deputados, que têm o direito e o dever de fiscalizar as ações do Executivo, as ações das empresas do Estado. Não é possível continuarmos assim, se quisermos melhorar o serviço público do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, quero indicar o Deputado Simão Pedro para falar pelo Art. 82, em nome da Bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental, Deputado.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente desta Casa e desta sessão, nobre Deputado Barros Munhoz, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, hoje à tarde a Comissão de Finanças e Orçamento desta Casa recebeu a visita, que é uma determinação constitucional, do Secretário da Fazenda, Andrea Calabi, que veio prestar contas do desempenho fiscal do Estado, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal.

No decorrer dos debates chamou-me a atenção o debate sobre a dívida do Estado. Um deputado da base do Governo questionou, perguntou o que o Secretário achava do problema de o Estado de São Paulo ter que pagar 13% do seu Orçamento, mais o reajuste do IGP e mais 6 por cento, dizendo que o Governo Federal deveria aliviar essa dívida, ou renegociá-la em outros termos. O Secretário evidentemente não se manifestou porque, como membro da antiga equipe econômica do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, foi um dos responsáveis por fazer esse acordo da dívida.

Estou chamando a atenção sobre esse caso, porque vivemos a semana passada um apagão aqui em São Paulo, ocasionado pelos vendavais, e tivemos bairros que passaram mais de 12 horas sem energia, alguns quase 24 horas, o que levou o Governador Geraldo Alckmin a dizer que a Eletropaulo não tem as mínimas condições de segurar os problemas das fortes chuvas e vendavais. O que nos chama a atenção é que foi o próprio Governador Geraldo Alckmin, na condição de vice-Governador - na época o Governador era Mário Covas -, o artífice das privatizações. Lembro-me do acordo da dívida do Estado, realizado pelo ex-Governador Covas e pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso: para que o Estado de São Paulo pudesse ter a renegociação da sua dívida com a União nas condições que falei aqui, 13% reajustado pelo índice IGP mais 6% e não 9% como muitos municípios e outros estados são obrigados a fazer, teria que privatizar o setor elétrico.

Nesse acordo então foi feita a privatização da Eletropaulo, parte da Cesp e tantas outras empresas públicas, ou seja, dói muito ter que ouvir agora o Governador vir a público e dizer que a Eletropaulo não tem condições de assumir.

Por que não exigiu, na privatização, e nós já denunciamos em várias ocasiões, que a Eletropaulo fizesse os investimentos necessários para atender ao crescimento da demanda? Os investimentos estão atrasados.

A Eletropaulo, no início da sua gestão sob o comando da AES, empresa norte-americana, nos primeiros dois anos, privilegiou a remessa de lucros para remunerar os acionistas da AES, que colocaram dinheiro para a compra, o que levou o Governo Federal a determinar ao BNDES que comprasse 49% das ações, para que o Estado de São Paulo não sofresse um prejuízo tremendo.

O que o Governo do Estado tem que fazer agora é exigir os investimentos, a sua aceleração, e tomar providências para que a população do Estado, principalmente da região atendida pela Eletropaulo, não sofra o que sofreu na semana passada.

Quase ficamos sem o jogo da seleção brasileira no Pacaembu, na despedida do jogador Ronaldo Fenômeno, quando o mundo inteiro estava de olho aqui, colocando em risco não a realização do jogo, mas a credibilidade do Estado de São Paulo, quando a Cidade de São Paulo já perdeu o centro de mídia, que seria no Anhembi, para o Rio de Janeiro.

Já perdemos a Copa das Confederações, que não é uma copa qualquer; isso significa investimentos na cidade, significa fluxo de turistas, gastos aqui na cidade. Já perdemos tudo isso e corremos o risco de perder a abertura. Com o ocorrido na semana passada restaram dúvidas em relação à capacidade da nossa cidade, e isso é muito grave.

O que me chama a atenção é que o Governo vem à imprensa, como se não tivesse nada a ver com isso, como se não fosse responsabilidade dele essa situação. Ou seja, ele foi o artífice das privatizações, foi o Governo tucano de São Paulo que fez esse acordo que prejudica a economia paulista, prejudica o desempenho orçamentário do nosso Estado, e agora ele vem dizer que a Eletropaulo não tem condições, como se ele não tivesse nada a ver, ou ele está querendo que o Governo compre a Eletropaulo. Não sei. Isso é grave.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ontem foi 13 de junho, dia de Santo Antonio, mas também dia do nascimento de José Bonifácio de Andrada e Silva, que é Patriarca da Independência e, mais do que isso, um ícone de tudo aquilo que foi vanguarda no nosso País, particularmente no Estado de São Paulo, em função da Independência do Brasil.

Combinou-se que em todo 13 de junho a prefeitura municipal de Santos faria, como faz, uma festa homenageando seu patriarca, cujo panteão se localiza na Praça Barão do Rio Branco. Ao mesmo tempo, quando fui Deputada Federal, fiz uma lei, de nº 554/90, para que José Bonifácio se tornasse herói da Pátria para que, sendo herói da Pátria, pudéssemos fazer algum tipo de comemoração em nível nacional, em função da grandiosidade que essa figura representa para o País.

No entanto, há cerca de seis anos, o Estado de São Paulo, exatamente o Governador Geraldo Alckmin, fez um decreto onde, a cada dia 13 de junho, o Governo do Estado se remeteria a Santos para, nesse símbolo de localizar geograficamente a instituição do Estado na Baixada Santista e na Cidade de Santos, nós pudéssemos fazer mais uma comemoração a respeito de José Bonifácio.

Como isso não tem acontecido há alguns anos, e esse decreto foi do próprio Governador Geraldo Alckmin, o que me causa muita estranheza, estou dando entrada nesta Casa hoje a um projeto para que, com função mais forte do que o decreto, possamos ter a transferência do Governo do Estado para a Cidade de Santos, a cada dia 13 de junho.

Vale notar que daqui a dois anos será o aniversário de 250 anos da figura de José Bonifácio de Andrada e Silva, cuja família e ele mesmo são originários da Cidade de Santos. Uma festa de dois séculos e meio não é qualquer coisa, e é preciso que desde já nós nos aprontemos para poder, de maneira enérgica, saudar esse herói nacional.

Com relação ao pronunciamento do Deputado Simão Pedro, quero dizer que há uma Frente Parlamentar coordenada por esta Deputada, que propõe que Santos seja sub-sede da Copa do Mundo de 2014.

Ora, Santos tem um time que amanhã disputa com o Peñarol a Taça Libertadores da América. Santos tem um complexo universitário bastante robusto, o mesmo acontecendo com a estrutura da Santa Casa e da Beneficência Portuguesa. Tem o Centro de Treinamento Rei Pelé, que é de extrema qualidade. Tem esse time e tem a proximidade com São Paulo. Pode ser perfeitamente uma sub-sede da Copa do Mundo, talvez para a Espanha, nosso campeão mundial.

Mas isto não acontecerá se São Paulo, enquanto Estado, não se credenciar para receber a Copa do Mundo. O Deputado Simão Pedro já discorreu sobre o assunto, e eu faço um apelo para que o Governo do Estado de São Paulo tome atenção para as consequências dessa questão, em termos de negócios, em termos de visibilidade, enfim, em termos de um passaporte mundial para a nossa Cidade de Santos e também para o Estado de São Paulo. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, Inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Item 1 - Projeto de Resolução 23/11, que dispõe sobre o arquivamento de proposições. Votação em Segundo Turno.

Há sobre a mesa o seguinte requerimento: "Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei 591/11, de autoria do Sr. Governador." O requerimento tem número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Também há sobre a mesa o requerimento 983/11, solicitando a constituição de uma Comissão de Representação, com a finalidade de participar de audiência pública da Comissão de Segurança e Serviços Públicos, com o tema: Reconhecimento legal da atividade da Associação dos Transportadores de Carga Geral e das Cooperativas de Transporte de Carga Geral Ltda., a realizar-se em Porto Alegre. O requerimento é assinado pelo nobre Deputado Olímpio Gomes, seguido do número regimental de assinaturas.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Nos termos do Art. 23 do Código de Ética e Decoro Parlamentar, esta Presidência colocará a votos os membros do Conselho e seus respectivos suplentes para o mandato de dois anos:

PSDB - efetivos: Deputados Helio Nishimoto e Ary Fossen. Suplentes: Deputadas Maria Lúcia Amary e Analice Fernandes.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovados.

PT - efetivos: Deputados Luiz Claudio Marcolino e Marco Aurélio. Suplentes: Deputados João Paulo Rillo e Enio Tatto.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

PV - Efetivo: Deputado Dilmo dos Santos. Suplente: Deputado Afonso Lobato.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

DEM - Efetivo: Deputado André Soares. Suplente: Deputado Estevam Galvão.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

PTB - Efetivo: Deputado Campos Machado. Suplente: Deputado Edson Ferrarini.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

PDT - Efetivo: Deputado José Bittencourt. Suplente: Deputado Rogério Nogueira.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

PPS - Efetivo: Deputado Alex Manente. Suplente: Deputado Vitor Sapienza.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. BALEIA ROSSI - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, ontem refundamos na Assembleia Legislativa a Frencoop Paulista, Frente do Cooperativismo do Estado de São Paulo. Essa importante Frente já teve como coordenador o nobre Deputado Milton Flávio; o nosso Presidente Barros Munhoz; o Deputado Arnaldo Jardim, que hoje faz parte da Frencoop nacional; o Deputado Davi Zaia, hoje Secretário de Trabalho do Governo de São Paulo.

Ao lado dos nobres Deputados Hélio Nishimoto, do PSDB, e Antonio Mentor, do PT, vamos coordenar essa frente que lida com algo extremamente importante. É um instrumento para o desenvolvimento econômico e social no Estado de São Paulo. Hoje temos quase mil cooperativas no Estado de São Paulo, mais de 50 mil empregos gerados por essas cooperativas e quase três milhões de cooperados.

Hoje temos 31 deputados participando da Frencoop paulista ao lado da Ocesp, do Del Grande, presidente da OCB, de outras organizações que cuidam dos interesses das cooperativas. Convido os demais deputados a participarem com sugestões, para defender o desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, fortalecendo o cooperativismo, algo extremamente importante para o Estado de São Paulo e para o nosso País.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência recebe essa comunicação com muita satisfação, até porque é cooperativista há muitos anos, desde 1964, quando ingressou na Bombril e lá se tornou membro da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo, e depois da Cooperativa de Consumo. Sinceramente, desde aquela época, acredito no cooperativismo como meio termo entre o capitalismo e o comunismo, como um regime não apenas econômico, mas também humano de construir uma sociedade mais justa, mas solidária e economicamente forte.

Aliás, tive o ensejo de visitar os Estados Unidos, o Canadá, e ver a pujança do movimento cooperativista naqueles países. No Brasil, vemos também com alegria o nosso movimento cooperativista crescendo. Fico muito feliz de estar em tão boas mãos na Assembleia Legislativa, sob a coordenação de Vossa Excelência. Tenho certeza de que a Frencoop produzirá, gerará bons frutos. É uma satisfação muito grande vê-lo na coordenação dessa importante frente parlamentar.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT – PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de fazer duas indagações. Vossa Excelência já refletiu a respeito da localização do nosso restaurante? É algo pueril, mas muito especial. E o pleito particular desta deputada na semana passada? Como não quero me alongar, gostaria de ser cifrada e rápida.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputada Telma de Souza, quanto ao restaurante, ainda estamos avaliando. Há prós e contras, estamos esperando a balança pender para um dos pratos. Quanto ao pleito de V. Exa., já aprazamos com o nobre Deputado Aldo Demarchi, que cuida desse tipo de assunto, para que atenda seu pleito, que é correto e justo. Se ainda não o fez, tenho certeza de que assim que eu o lembrar, ele o fará.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e cinco minutos.

 

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