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15 DE JUNHO DE 2011

064ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ULYSSES TASSINARI

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença dos alunos da Obra Social São Benedito, do Jaçanã, aos cuidados da professora Magali Nascimento da Silva.

 

002 - WELSON GASPARINI

Dá conhecimento de matéria publicada na "Folha de S. Paulo" sobre decisão do Ministério Público em expulsar promotor, acusado de corrupção, após 22 anos de batalha jurídica. Questiona a Justiça brasileira por conceder, normalmente, salários ao acusado durante as investigações. Apela ao Supremo Tribunal Federal que intervenha na atual legislação que permite tantos recursos. Fala da necessidade de reformulação da Constituição. Discorreu sobre a situação dos presídios femininos.

 

003 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Fala do crescimento da Nação e da necessidade que o Estado tem de alcançar essa mesma proporção. Diz se preocupar com a quantidade recente de apagões nesta unidade federativa. Critica declarações do Governador Geraldo Alckmin sobre o assunto. Lembra que na época da privatização da Eletropaulo, Alckmin estava à frente do governo. Comenta o preço pelo qual foi vendida a empresa. Informa que até hoje há dívidas do empréstimo financiado pelo BNDES.

 

004 - MARCO AURÉLIO

Dá conhecimento da interdição do Píer de Ubatuba pelo Ibama e pelo Governo Federal. Sugere uma assistência social, por parte do Estado, às famílias da região que foram prejudicadas. Relata a dificuldade da população de Guaratinguetá em busca de atendimento médico devido a paralisação de atendimentos patrocinados pelo SUS no Hospital Frei Galvão. Informa que o trecho da antiga rodovia D. Pedro, que passa pelo município de Jacareí, e que pertence ao Estado, não recebe cuidados e vem causando acidentes. Solicita ao Governador que intervenha nessas situações.

 

005 - JOSÉ CÂNDIDO

Discursa sobre a importância da participação dos jovens na política. Parabeniza o Deputado Jooji Hato pela execução da vice-Presidência desta Casa. Elogia a decisão da Comissão de Saúde em acolher o requerimento deste Deputado referente às averiguações em hospitais do Alto Tietê. Tece comentários sobre o que considerou ser a monopolização da medicina e dos atendimentos prestados à população.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Informa a chegada do projeto de lei referente à revisão salarial do Magistério, a esta Casa. Ressalta o pouco tempo restante, antes do recesso, para a discussão da matéria. Considera inconcebível o parcelamento de 4 anos para a concretização do reajuste. Fala que a única maneira de alterar o projeto é por meio da intervenção dos deputados em plenário.

 

007 - LUIS CARLOS GONDIM

Dá conhecimento de queixas que recebe em seu consultório de professores que enfrentam dificuldades com perícias médicas. Fala da demora do Iamspe na oferta de atendimento. Discorre sobre os convênios do instituto, sugerindo ampliação da rede. Lamenta as condições de trabalho oferecidas aos professores estaduais.

 

008 - RAFAEL SILVA

Reflete sobre a opinião à luz dos filósofos Parmênides e Platão. Fala do projeto de lei, de sua autoria, que não é compreendido por alguns dos seus pares. Explana a intencionalidade da matéria. Relata alguns casos em que, por desvios psiquiátricos, presos cometeram crimes de pedofilia. Ressalta a necessidade dos doentes em receber tratamento específico.

 

009 - SEBASTIÃO SANTOS

Diz que o Decreto nº 56.031, de 20 de julho de 2010, está prejudicando as famílias dependentes da pesca como atividade econômica. Informa que os pescadores já sofrem há quase um ano com a delimitação de suas atividades. Fala que já foram entregues documentos sobre o assunto ao Secretário Bruno Covas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

010 - PEDRO BIGARDI

Tece comentários sobre logística e transportes. Parabeniza a Fiesp pela realização de evento sobre o tema. Comenta artigo publicado no jornal Valor Econômico sobre o desenvolvimento do Brasil. Cita e discorre sobre cinco fatores considerados de relevância para impulsionar a economia no País. Informa o lançamento da Frente Parlamentar de Logística, amanhã. Sugere o debate de temas como o acesso às cidades, mobilidade urbana, ferrovias e tributação das empresas de transportes.

 

011 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

012 - JOOJI HATO

Lamenta os altos índices de violência na cidade de São Paulo. Cita casos de criminalidade ocorridos em 2011. Menciona os locais mais violentos da Capital. Fala de dificuldades no combate à ação de marginais. Aconselha as vítimas de assaltos a registrarem boletins de ocorrência. Defende blitz policiais visando o desarmamento. Repudia os "arrastões" ocorridos (aparteado pelo Deputado João Antonio).

 

013 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, informa sobre a vinda do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sábado, no Bairro do Campo Limpo, para o lançamento da campanha contra a Poliomielite. Divulga visita do secretário de Assistência à Saúde, Dr. Helvécio Miranda, dia 21, na Assembleia. Informa que em Taboão da Serra e em Osasco estão sendo realizadas conferências de saúde. Comenta a paralisação de servidores da saúde.

 

014 - RAFAEL SILVA

Fala de protesto de estudantes chineses, em 1989. Acrescenta que mais de 1500 jovens foram mortos e outros 10 mil ficaram feridos. Questiona ação do Governo chinês, na época. Vislumbra outras possíveis consequências do movimento. Discorre sobre o caso do ex-ativista político italiano, Cesare Battisti. Filosofa acerca da hipocrisia e suas faces. Fala de hábitos da população na Grécia antiga. Lembra casos narrados por psiquiatra forense durante visita a esta Casa.

 

015 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Registra a visita de alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, da cidade de Bragança Paulista, acompanhados dos professores Cláudia Maria Galli Roberto, Cláudio Hidro Arasawa, Maria José de Oliveira Nascimento e Thais de Oliveira, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

016 - DONISETE BRAGA

Fala de reunião da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack", ontem. Defende a constante discussão do problema, a fim de se buscar soluções. Mostra manchete em que cidadão engravatado faz uso da droga na cracolândia. Discorre sobre iniciativas e ações a serem tomadas em todo o Estado. Cobra respostas do Governador sobre questões como a instalação de AMEs, o traçado do Rodoanel e o fortalecimento dos municípios.

 

017 - ENIO TATTO

Mostra imagens de enchentes ocorridas na Capital. Critica a postura do Governador Geraldo Alckmin diante do problema. Apresenta levantamento sobre a limpeza da calha do Rio Tietê. Repudia valor para a realização do serviço, na ordem de 2 milhões de reais. Combate o reajuste de 295% entre o contrato de 2008 e o de 2011, uma vez que a inflação do período ficou em 15%. Sugere a vinda do Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, para prestar esclarecimentos.

 

018 - Presidente JOOJI HATO

Assume a Presidência. Registra a visita do prefeito de São Bento do Sapucaí, Hildelfonso Mendes; do vice, Ronaldo Rivelino Venâncio; e do Presidente da Câmara, Vereador Altino de Paula Salgado, acompanhados do Deputado Afonso Lobato.

 

019 - VANESSA DAMO

Pelo artigo 82, parabeniza o Governador do Estado e o Secretariado pela aprovação de 6,3 bilhões de reais em investimentos para a região do Grande ABC. Informa que foi instaurado Ambulatório Médico de Especialidades, em Mauá, devido a sua solicitação. Comemora o anúncio das obras do Viaduto de Capuava, no mesmo município. Relata ainda sua luta pela ampliação dos cursos da Fatec, na cidade, e a instauração do expresso ABC em paralelo a Linha Turquesa da CPTM.

 

ORDEM DO DIA

020 - Presidente JOOJI HATO

Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento de urgência, de autoria do Deputado Alex Manente, ao PL 302/11.

 

021 - ENIO TATTO

Requer a suspensão dos trabalhos por 15 minutos, por acordo de lideranças.

 

022 - Presidente JOOJI HATO

Registra o pedido. Convoca as Comissões de Saúde, de Finanças, Orçamento e Planejamento para reunião conjunta, hoje, às 16 horas e 45 minutos. Suspende a sessão às 16h39min; reabrindo-a às 16h53min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término desta sessão.

 

023 - ALEX MANENTE

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

024 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 16/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, às 19 horas de hoje. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência anuncia a presença dos alunos da Obra Social São Benedito, de Jaçanã, Capital, acompanhados da professora Magali Nascimento Silva. Sejam bem-vindos nesta Casa de Leis. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados:

O que acontece no Brasil, em termos de impunidade, é impressionante:  no jornal “Folha de S.Paulo” encontramos uma matéria do  jornalista Flávio Ferreira com o seguinte título:  “Após 22 anos, Ministério Público expulsa promotor.”

Diz o texto: “O Ministério Público de São Paulo expulsou de seus quadros na sexta-feira um promotor acusado de corrupção, após batalha jurídica que durou mais de 22 anos.”

É impressionante! Durou 22 anos o tempo para o MP decidir se esse seu representante,  esse promotor, deveria ou não ser expulso de seus quadros. O mais grave: durante esses 22 anos o  réu recebeu salários sem trabalhar!

Afinal,  que justiça é essa?

Os recursos, na esfera judicial, são de tal ordem que se a pessoa tiver um bom advogado - nem precisa ser um grande advogado – com razoável conhecimento das leis, através de recursos, chega-se a esse ponto. O processo de  um promotor acusado de , através de recursos, levou a batalha jurídica a uma delonga de 22 anos até chegar ao final e proclamar: “Esse promotor praticou crimes e precisa ser expulso da Corporação.” Mas, no entanto,  recebeu salário durante todo esse período. Como pode?

Um país onde acontecem essas coisas não pode ser considerado um país sério. Se essa história se tornar do conhecimento geral, poderíamos repetir aquela célebre frase atribuída, ao general De Gaule, então presidente da França que, embora não gostemos, se nos aparenta verdadeira: “o Brasil não é um país sério.”

Faço, assim, um apelo aos membros do Congresso Nacional - porque nós aqui na Assembléia  Legislativa não temos poder para legislar sobre isso - para reverem essa legislação caduca. Conforme afirmou recentemente um dos ministros do Supremo Tribunal Federal “ou se acaba com essa legislação de tantos recursos ou então nunca haverá justiça final”. Quando sai o resultado do processo, às vezes, a pessoa já morreu e a impunidade fica perpetuada.

Esse caso que o jornalista da “Folha de S.Paulo” focaliza é uma prova da necessidade da urgência da reformulação do processo judiciário em nosso país. O caso desse promotor começou em 1989 quando a Procuradoria o acusou de corrupção passiva. Segundo a denúncia, o promotor aproveitou-se do cargo de curador de massas falidas, isto é, que fiscaliza falências, entre 1983 e 1984, para participar de várias fraudes.

            Não é possível, enfim, continuar dessa forma, ainda mais no sistema Judiciário brasileiro quando os presídios estão quase todos superlotados. Mas, mais grave ainda, segundo informações e pesquisas feitas, é o fato de milhares de pessoas estarem presas quando poderiam estar soltas porque passou o tempo normal de suas condenações. Como, entretanto, não têm advogados, ficam presas.

Já, por outro lado, quem tem um bom advogado pode ficar 22 anos sem responder pelos seus crimes e ainda ganhando salários como se estivesse em plena atividade.

Um país que admite isso, essas férias remuneradas de 22 anos, é triste, infelizmente, concluirmos, não pode mesmo ser qualificado de “um país sério”.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Moura. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, estudantes, trago um debate no dia de hoje que trato como uma das questões mais importantes que temos passado nos últimos dias: o Brasil vem crescendo a taxas superiores a 5% ao ano, e o Estado de São Paulo tem que crescer na mesma proporção, o que não temos visto.

Mas, me preocupam os fatos ocorridos na última semana em relação aos apagões que tivemos na Cidade de São Paulo, em virtude do não compromisso da AES Eletropaulo nos investimentos no nosso Estado, onde muitos bairros ficaram às escuras, sem funcionamento de hospitais e empresas e várias famílias sem água e sem luz.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de comentar sobre a postura do Governador do Estado de São Paulo nesse episódio. O Governador simplesmente apresenta que o Governo do Estado não tem responsabilidade pelo processo dos apagões que ocorreram em virtude das chuvas. Diz que a responsabilidade é da Aneel. Joga para o Governo Federal a responsabilidade de acompanhamento e fiscalização da Aneel, e que o Procon entra com um pedido de intervenção do Governo Federal a partir da Aneel na AES Eletropaulo. Concordo com essa medida, porque de fato, tem que haver uma intervenção do Governo Federal na AES Eletropaulo devido à falta de investimentos da AES para criar condições de fazer o acompanhamento da energia e do crescimento do Estado. E é necessário termos energia elétrica para o Estado e o Brasil não parar.

Agora, não dá para o Governador do Estado de São Paulo simplesmente falar que não é dele a responsabilidade. Em 1985, quando começou o processo de desestatização das empresas públicas no Estado de São Paulo, a pessoa responsável no Governo estadual naquele momento, era justamente o Governador Geraldo Alckmin. E agora, como Governo do Estado de São Paulo, fala que não é dele a responsabilidade. Não só vendeu a AES Eletropaulo, na época Eletropaulo, num processo obscuro que inclusive foi motivo de CPI na Assembleia Legislativa, porque uma empresa que valia em torno de 15 bilhões de reais, foi vendida a preço mínimo de dois bilhões de reais. E desses dois bilhões, Sr. Presidente, um bilhão foi de recursos do BNDES, e quem autorizou em tempo recorde, em menos de 24 horas, foi o então Presidente Fernando Henrique Cardoso.

O Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, autorizou o empréstimo do BNDES em menos de 24 horas de um bilhão de reais para uma compra da Eletropaulo, por dois bilhões de reais. A empresa valia em torno de 15 bilhões de reais, foi vendida por dois, com um bilhão do BNDES, e que não foi pago pela Eletropaulo. Até hoje, a AES Eletropaulo não pagou a dívida com o Governo brasileiro, não pagou a dívida com o BNDES. Dividiu, criou outra empresa, e a Eletropaulo hoje compra energia da AES Tietê, que é também está vinculada ao capital estrangeiro no país, está pagando os empréstimos feitos no exterior com recursos do que é gerado de energia no Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, não dá para aceitar a postura do Governador Geraldo Alckmin, como se não tivesse responsabilidade pelo processo de apagão que está acontecendo na Cidade de São Paulo, jogando a responsabilidade para a Aneel. Concordo que a Aneel tenha que fazer uma intervenção na AES Eletropaulo. Tivemos o processo de privatização, o não acompanhamento do Governo do Estado de São Paulo para a execução dos investimentos e para o acompanhamento de uma empresa tão importante de energia, e sabemos que se o país vai crescer, um dos pontos mais importantes do gargalo é a questão da energia.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não dá para o Governador Geraldo Alckmin simplesmente dizer que o problema não é com ele, tentar jogar para a Aneel, para o Governo Federal, que foi quem privatizou, não fez o acompanhamento e agora quer tirar de si a responsabilidade. Isso nós não aceitamos aqui na Assembleia Legislativa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCOS AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, alunos presentes nesta Casa da Obra Social São Benedito de Jaçanã, funcionários da Casa, quero fazer aqui dois registros e, se der tempo, três. O primeiro com relação ao píer denominado Saco da Ribeira, na cidade de Ubatuba.

Eu estive visitando pessoalmente, na sexta-feira passada, o píer e percebi que naquela cidade litorânea de Ubatuba ele é o meio de sobrevivência dos seus munícipes. Eu diria que é como se fosse uma grande empresa industrial num local em que a economia é fundamentada na indústria. O píer é um dos pilares do fundamento da economia da cidade de Ubatuba e ele foi fechado, interditado.

Eu fui lá verificar e, de fato, tem problemas no píer, mas ele foi interditado porque o Governo do Estado, que é o responsável, através da fundação que lá cuida de fazer as obras de adequação, de fazer com que se cumpra determinações do Ibama, do Ministério Público Federal essas obras não foram feitas. Então, o que aconteceu? Ele está interditado e, mais ou menos, 300 famílias estão sem poder trabalhar. Os trabalhadores ganham na faixa de 30 reais/dia e não podem trabalhar porque o píer está interditado.

As condições colocadas lá não são liberadas nem pelo Ibama e nem pelo Ministério Público Federal para que os trabalhadores possam exercer a sua função. Com isso, temos aí mais de 300 famílias sem renda na cidade de Ubatuba. Nós falamos isso de maneira direta porque tem os indiretos que também deixam de receber sua remuneração.

Nós já protocolamos junto ao Ministério Público, à Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, na mão do Sr. Bruno Covas, um pedido de ação urgente do Governo do Estado.

Agora, faço aqui também um pedido ao Governador do Estado. Eu vou protocolar, também, uma indicação, no sentido de que, enquanto não se resolve esse problema do píer, o Governo do Estado e a prefeitura pelo menos façam uma abordagem social dessas famílias, para que, enquanto elas não puderem trabalhar - e, portanto, estão sem remuneração -, tenham uma assistência social do Governo do Estado, seja na forma de uma cesta básica, na forma de um ticket, porque o que não pode é, por elas estarem impedidos de trabalhar, não receberem salários, as suas diárias e com isso ter pessoas que acabam passando extrema necessidade.

Isso é no Litoral Norte, Ubatuba. Agora, subindo a Região do Vale do Paraíba, temos um hospital chamado Frei Galvão, na cidade de Guaratinguetá. Deputada Heroilma Soares, esse Hospital Frei Galvão atendia também toda região e não somente Guaratinguetá, como o Vale Histórico e toda essa parte do Vale Paraíba, compreendendo Pindamonhangaba e Aparecida. E o que aconteceu? O Hospital Frei Galvão, há muito tempo, vem anunciando que devido a dificuldades financeiras ele tem que parar seus atendimentos pelo SUS.

Eu sei que tem “n” problemas de relação do Governo do Estado com esse hospital e esse hospital com o Governo do Estado. Agora, independente de problemas, quem não pode sofrer é a população. E o que aconteceu? O hospital fez o que já tinha anunciado. Ou seja, parou de atender pelo SUS. Então, pessoas da região, que antes eram atendidas pelo SUS, agora estão se deslocando para Taubaté e sendo atendidas no Hospital Regional - HR.

O Hospital Regional que já tem um acúmulo muito grande de pessoas, com filas imensas para atender, aumenta o número de pessoas para serem atendidas. E o que ocorre? Existem, também, pacientes oncológicos. Quem já acompanhou um paciente oncológico que faz quimioterapia, radioterapia, sabe o que o paciente passa após uma sessão de tratamento. E, quando poderia ser feito na cidade de Guará, ter de se deslocar até Taubaté para fazer esse tratamento é, no mínimo, desumano. Portanto, quero pedir ao Governo do Estado que dê, com urgência, uma solução ao Hospital Frei Galvão para que a comunidade possa voltar a ser atendida.

Nesses últimos segundos que me restam, quero fazer o registro que a cidade de Jacareí fazia a ligação com a cidade de Campinas por uma rodovia chamada D. Pedro. Quando houve a modificação da Rodovia D. Pedro, ficou um trecho no hoje conhecido como antiga Rodovia D. Pedro, dentro da área urbana da cidade de Jacareí. Mas que, apesar disso, pertence ao Governo do Estado. Esse trecho não tem manutenção do Governo do Estado e, nesses últimos 30 dias, aconteceram acidentes fatais.

Nós já protocolamos, também, na Secretaria de Transportes para que o Governo do Estado faça manutenções urgentes devidas, que ilumine, faça o recapeamento, faça a sinalização de solo para melhorar as condições desse trecho que, apesar de estar em área urbana do município, pertence ao Governo do Estado e tem causado morte na cidade de Jacareí.

Fica aqui este nosso registro para que o Governo do Estado tome suas providências no Hospital Frei Galvão, no píer de Ubatuba e na antiga Rodovia D. Pedro I da cidade de Jacareí. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, alunos da obra social São Benedito, é importante a participação de vocês aqui nesta Casa de Leis porque o Estado de São Paulo e o Brasil estão precisado realmente de uma participação maior da comunidade para que a política tenha êxito. A participação de vocês jovens aqui é muito importante. Quero parabenizar quem os trouxe aqui nesta Casa. Sejam todos bem-vindos.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje assomo a esta tribuna para fazer algumas considerações bastante curiosas. Mas, primeiro, quero parabenizar V. Exa., Sr. Presidente, que, na qualidade de vice-presidente desta Casa, tem vindo aqui pontualmente, cumprido seu papel de vice-presidente assumindo esta Casa todos os dias. Tenho certeza que V. Exa. foi um excelente vereador na Câmara Municipal e está aqui também exercendo com muita responsabilidade o cargo de deputado, principalmente o cargo de vice-presidente que nós, desta Casa, o elegemos. Parabéns pela sua pontualidade!

O assunto que me trouxe aqui está em pauta na minha cidade. Quero parabenizar a Comissão de Saúde quando acatou o requerimento deste deputado pedindo para que seja, também, averiguado na Região do Alto Tietê outros hospitais onde ocorre a mortalidade de recém-nascido, principalmente do recém saído da unidade neonatal.

O deputado Milton Vieira, que também é médico, fez uma excelente observação quando disse que não só na Santa Casa de Suzano, mas que, também, no Hospital Santa Marcelina, no Hospital Regional e em outros hospitais do Estado de São Paulo acontecem, também, essa fatalidade. A vigilância sanitária observou em um dos hospitais a falta de profissionais médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.

O Deputado Marco Aurélio usou a tribuna para fazer o apelo ao Governador do Estado para fazer o SUS voltar a atender esses hospitais.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, boa parte das crianças, que não têm o privilégio de viver, sentem várias consequências. Existe o monopólio da categoria dos médicos - os médicos e doutores da Medicina me desculpem, é um desabafo que faço desta tribuna - que ainda não perceberam que é uma categoria que não pode ser mais elitizada, começando pelo valor da mensalidade de uma universidade que é muito mais alto do que em outros países. Quando se formam e vão exercer a profissão, apesar de fazer o voto de atender a todos - entenda-se na periferia ou em qualquer lugar do país e do mundo - se recusam a prestar certos atendimentos.

A Deputada Heroilma e o Deputado Marco Aurélio podem testemunhar, os prefeitos têm uma dificuldade tremenda de fazer valer a assistência médica nas periferias. Ou seja, concursados ou contratados eles dizem ‘eu não vou porque é longe, eu não vou porque meu carro é importado e lá é periferia’. Isso repercute principalmente nas camadas mais carentes, quando acontecem as fatalidades.

Para terminar quero parabenizar a Comissão de Saúde quando deu oportunidade de que mais hospitais fossem contactados porque tenho certeza de que o que está acontecendo na Cidade de Suzano ocorre todos os dias em outros hospitais: crianças que não têm oportunidade de viver pelos mais variados problemas que ocorrem no dia a dia na área da Saúde. Portanto, quero reforçar o pedido do nobre Deputado Marco Aurélio quando alega essa dificuldade de locomoção de uma cidade para outra.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, alunos, público presente, só hoje o projeto que concede o falso reajuste para os professores da Rede Estadual foi protocolizado aqui na Assembleia Legislativa. Mais de um mês o Governador Geraldo Alckmin fazendo marketing político, anunciando o envio do projeto desse reajuste para os servidores da Educação e só agora, há menos de 15 dias do fim do primeiro semestre do ano legislativo, que o projeto é protocolizado nesta Casa.

Provavelmente será publicado amanhã no "Diário Oficial", o que nos dá pouquíssimo tempo para debater, para aperfeiçoar, para realizar reuniões, sobretudo audiências públicas com os servidores da Educação, com as entidades representativas do magistério como a Apeoesp, a Apase, a Udemo, o CPP e a Afuse. Da forma como foi encaminhado para a Assembleia Legislativa o projeto está muito distante de atender às mínimas reivindicações e necessidades do magistério paulista, é um projeto muito mais para inglês ver.

O Governador tenta dar uma satisfação para a opinião pública dizendo que está investindo no magistério, mas lendo o projeto e fazendo as contas a proposta apresentada pelo Governador Geraldo Alckmin está muito distante da reposição das perdas inflacionárias, ou seja, nem isso. Não haverá impacto algum nos vencimentos dos servidores, portanto, é um falso reajuste para o magistério. Por isso o nosso mandato já está preparando emendas ao projeto porque teremos de aperfeiçoá-lo.

É inconcebível que o projeto parcele em quatro anos um reajuste insignificante, um reajuste que não vai nem repor a inflação do período. O Governador concede 42% de reajuste, mas parcelado até 2014. Este ano, por exemplo, o servidor da Educação vai ter apenas 13% de reajuste salarial, sendo que uma parte dessa porcentagem já está absorvida pela gratificação que o professor recebe. Isso significa que na prática o professor vai ter um reajuste de apenas oito por cento. Se a inflação deste ano prevista em sete, 8% se confirmar, o professor não vai ter reajuste algum. Esta é a verdade dos fatos. Depois no ano que vem mais 10%, no ano seguinte seis e no outro 5%, é o que consta do projeto do Governo protocolizado hoje aqui na Casa. De nossa parte, a posição é crítica.

Embora os deputados da base governista tenham feito o maior carnaval dizendo que agora, sim, o professor teria um salário digno, isso não corresponde à realidade, porque pelo projeto enviado observamos a grande contradição, a grande farsa desse reajuste, a grande farsa dessa festa dos discursos feitos pela base governista. Vários deputados ligados ao Governo, teleguiados pelo Governador Geraldo Alckmin vieram à tribuna elogiar o reajuste. Agora chegou a hora da verdade e a verdade é que não há reajuste algum. Isso é uma verdadeira farsa e a única forma de se alterar esse processo é através da intervenção dos deputados.

Portanto, clamamos, rogamos a todos os 14 partidos constituídos aqui na Assembleia Legislativa, a todos os líderes e aos 94 deputados fazermos uma alteração significativa neste projeto. Nós vamos apresentar emendas, por exemplo, para que os 42% sejam dados numa única parcela e retroativo não a julho, mas a março de acordo com o que reza a lei da data-base salarial estadual e a própria Constituição Federal no seu Art. 37. Nós vamos alterar o projeto porque ele afronta a dignidade e os direitos dos servidores da Educação: professores, diretores, supervisores e de todos os servidores da própria Secretaria da Educação, sem contar que o Governador só enviou para a Assembleia Legislativa o projeto do quadro do magistério. Ficou faltando o projeto do quadro de apoio: das merendeiras, do pessoal da vigilância, do pessoal da secretaria. Esse pessoal ficou sem plano de carreira, não chegou nada ainda aqui na Assembleia Legislativa e é uma área estratégica e importante para o magistério, são servidores que devem ser valorizados da mesma forma que os professores.

Portanto, estamos preparando emendas e queremos o apoio dos 94 deputados para podermos aperfeiçoar e melhorar de forma significativa este projeto porque se ele for aprovado dessa maneira ele vai significar uma verdadeira farsa, verdadeiro engodo e o magistério não será beneficiado. Se o governador quer mesmo investir na educação pública gratuita e de qualidade, se pretende além do discurso e da propaganda, além das intenções investir verdadeiramente no resgate do magistério, o projeto tem de ser radicalmente alterado, profundamente alterado, se não vamos correr o risco de sermos cúmplices dessa verdadeira farsa em relação à valorização do magistério.

 

O SR PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. Na Presidência. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, por esses dias recebemos em nosso consultório várias queixas de professores do Estado relacionadas ao exame de perícia médica. São pacientes que nos procuraram com problemas de rouquidão a esclarecer, com problemas de depressão, que não são afastados e que gostariam de ser. Gostariam de ter o diagnóstico de sua enfermidade e serem afastados. Não bastasse o problema das pessoas que não querem estar nas salas de aula, há ainda o problema da perícia médica. Para o diagnóstico há dificuldade, como é o caso do Iamspe, com a demora para conseguir consultas. Na nossa região o Iamspe, que era atendido pelo Hospital Santana, passou para a Santa Casa, e piorou ainda mais o atendimento.

Essas professoras, os funcionários públicos estão com muita dificuldade de conseguir atendimento. Uns dizem que o Hospital Santana deseja um aumento para voltar a atender, outros comentam que não querem mais o atendimento.

Temos buscado alguns convênios do Iamspe que já estavam praticamente resolvidos desde o ano passado, e não conseguimos o credenciamento. É o caso da Santa Casa de Monte Alto, que tenta um credenciamento para atender parte de Jaboticabal, de Taquaritinga, Taiúva, Taiaçu, Vista Alegre, que o Deputado Rafael Silva conhece muito bem, e realmente não se tem atendimento para os professores. O que acontece? Com o salário achatado eles não conseguem pagar outros convênios e o Iamspe não está realmente atendendo, expandindo esse atendimento para os funcionários públicos.

Tenho liberdade de comentar essas queixas porque elas chegam ao meu consultório em que atuo segunda e sexta-feira. E sempre ouvimos que só se resolve o problema do Brasil com educação; precisamos solucionar os problemas da educação, aumentar o número de técnicos. O que tem acontecido? Fatec, Etec, todas em greve pelos maus pagamentos que recebem. E esses funcionários da Paula Souza querendo ter um convênio médico e não conseguem.

Até quando vamos conviver com esse sistema de saúde que realmente não amplia o credenciamento, não melhora o atendimento para ser rápido aos funcionários públicos e as reclamações continuam. Diretores dizem para você: “não vejo a hora de me aposentar, pois não suporto mais estar na diretoria desta escola.” Agora, todos vão se aposentar? Os alunos vão ter aula com quem? Não se paga bem aos professores, não é feito um ensino adequado e as reclamações são contínuas.

Apelamos ao superintendente do Iamspe para que ele agilize, melhores os convênios em todo o Estado de São Paulo para que os funcionários públicos sejam atendidos adequadamente e o mais rápido possível. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, muitos anos atrás ouvi a seguinte frase: “Numa rodovia, o motorista perigoso não é aquele que sabe nem aquele que não sabe. É aquele que pensa que sabe.” Ele é perigoso porque ultrapassa a sua capacidade e entra numa área de risco.

Há nesta Casa um projeto de minha autoria que versa sobre castração química. De vez em quando ouço pelos corredores alguns companheiros dizendo “é inconstitucional”. E o duro é quando isso parte de um companheiro, de um colega que deveria ter conhecimento do assunto e não tem. E fala por ouvir dizer, por entender, por interpretar ou por uma opinião. Opinião, segundo Parmênides, deve ser deixada de lado. Segundo Platão, deve ser abandonada em favor da reflexão. Agora, tem gente que não sabe disso. Tem gente que fala “é minha opinião.” Opinião é uma verdade do indivíduo. É uma verdade subjetiva. Opinião tem essa característica. Agora, à luz da razão, o que representa o projeto? É dar ao preso que tenha um problema mental que o leve à pedofilia oportunidade de receber tratamento. Existe no ABC uma faculdade de medicina que realiza essa castração química. Em clínicas particulares de psiquiatras renomados esses medicamentos são ministrados.

Tivemos aqui um encontro de um ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB e de um psiquiatra forense conceituado, professor da USP e de outras universidades, que disse que no consultório particular ele recebe pacientes que dizem: “Sou obrigado a me submeter a esse tratamento porque tenho apetite sexual por crianças, tenho que me dominar através do medicamento”.

Existe um cidadão preso na região de São Carlos, Rio Claro, sobrenome Orpinelli, que foi condenado pela morte de 10 ou 11 crianças. E segundo ele mesmo, ele teria assassinado mais de 100 crianças entre 4 e 10 anos. Já esteve internado em hospital psiquiátrico, mas saiu, e matou. “Ah, mas matou o filho dos outros, não é o filho do deputado, não é o filho do político”.

Lá em Goiás um cidadão recebeu liberdade condicional por 23 dias e matou 6 garotos. Foi preso, e quando esteve na frente das câmeras de televisão, ele disse: “Não posso ficar livre. Eu faço essas loucuras. Eu vou me matar na cadeia”. Ele disse, e se matou.

Aqui em São Paulo, há pouco tempo, na periferia, um cidadão totalmente descontrolado foi a um posto de saúde para pegar um medicamento, calmante ou algo parecido; foi a outro, a outro, não conseguiu. Foi para casa, se irritou com o filho de três anos, pegou o garoto pelas pernas e arrebentou a cabeça do menino no chão. Tivesse ele recebido o medicamento, acompanhamento ou tratamento adequado, não teria feito o que fez.

Mas, infelizmente, alguns colegas desta Casa querem aparecer mais do que deveriam, mais do que devem, mais do que podem, se colocam contra esse projeto, que não cria uma lei para penalizar não, cria oportunidade para o doente psicótico receber o tratamento adequando como muitas pessoas recebem.

Sabemos que a depressão e outras doenças da mente representam um problema grave para o século, o maior problema. Agora, tem gente que não quer entender. Fico triste quando alguém bota na testa que é um especialista do assunto, fala bobagens e asneiras.

Então, quero a atenção de todos para esse projeto. Mas quero que analisem o projeto antes de falarem que é inconstitucional ou coisa parecida. Analisem, ou se calem.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, quero falar sobre um decreto que está prejudicando quase 10 milhões de pessoas no nosso estado. Nada é feito, mesmo que essas pessoas se mobilizem, mesmo que elas busquem apoio. Refiro-me ao Decreto nº 56.031, de 20 de julho de 2010, do qual vou ler um trecho: “Declara as Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas, as Quase Ameaçadas, as Colapsadas, Sobrexplotadas, Ameaçadas de Sobrexplotação e com dados insuficientes para avaliação no Estado de São Paulo e dá providências correlatas. Alberto Goldman, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Considerando que ao Estado se impõe o dever de proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade...”

Esse decreto está completando 12 meses. Faz um ano que os pescadores do Estado de São Paulo estão em dificuldades. Por mais que estejam organizados, esses 30.400 pescadores profissionais não são ouvidos. Já estivemos com a Sra. Leinad, superintendente do Ministério da Pesca, que nos atendeu muito bem e já esteve na Casa. Já estivemos com Bruno Covas, Secretário do Meio Ambiente, deixamos em suas mãos um abaixo-assinado e documentos, mas estamos aguardando a afirmação dele se vai para um lado ou para outro. No mínimo, queremos uma oportunidade para essas pessoas que de uma hora para outra foram retiradas da condição de sustento diário de seus familiares.

Há atualmente 10 milhões de pessoas na cadeia da pesca pessoas trabalhando para que haja por parte das autoridades do nosso estado uma atitude que venha ajudar os pescadores amadores e profissionais, as pessoas que vendem suas iscas, os donos de lojas e equipamentos de pesca, mecânicos de motores, pessoas que trabalham na reforma de embarcações. Essas pessoas estão desamparadas.

Sr. Presidente, estamos chegando ao Dia do Pescador, a ser comemorado no dia 29 próximo. Mas os pescadores do Estado de São Paulo não têm o que comemorar. Muito pelo contrário, têm a tristeza, a opressão por parte do governo e a tristeza de não serem ouvidos.

Então, deixo aqui nosso pedido ao Secretário do Meio ambiente, Bruno Covas, ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, uma pessoa que tem ouvido a população, que tem enviado projetos relevantes a esta Casa, para que possam, no mínimo, atender à reivindicação dessas pessoas e analisar novamente esse decreto. Pelo que temos visto, quando chegarmos a outubro não teremos pesca nenhuma, em nenhum dos rios do nosso estado, porque a piapara, se não estava em extinção de acordo com o decreto, podem ter certeza que atualmente ela está em extinção, porque são milhões extraindo dos rios apenas esse peixe.

Então, Sr. Presidente, quero deixar nosso repúdio a esse decreto que está completando um ano, que tira a alegria de milhares e milhares de pessoas do nosso estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, venho a esta tribuna para tratar de um assunto de extrema importância nos dias atuais, para o Brasil, para o Estado de São Paulo, que é a questão da logística e do transporte.

Antes de fazer aqui minha fala em relação ao tema, queria destacar e parabenizar a Fiesp, que ontem e hoje realizou um simpósio, intitulado 6º Encontro de Logística e Transportes, Brasil sem Medo de Crescer. Estivemos ontem na abertura do evento, juntamente com outras personalidades: o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o Governador em exercício, ontem, Guilherme Afif Domingos; representando a Fiesp, Paulo Skaff, Presidente da Fiesp e que abriu o evento; além de representantes do Governo Federal, Governo do Estado, representantes de entidades, um evento grandioso com debate bastante amplo, bastante completo em relação à questão da logística e do transporte nas suas mais variadas modalidades no Estado de São Paulo.

Fiquei impressionado com a participação, envolvimento e a preocupação com esse tema. Portanto parabenizo a Fiesp pelo belíssimo evento e quero agradecer o convite que nos foi enviado para participar da abertura do evento.

Trago aqui também, Sr. Presidente, um artigo publicado no jornal “Valor Econômico”, intitulado “Investimentos, o Motor do Brasil”, aliás um artigo muito interessante que faz - peço licença ao Cristiano Romero, o articulista do jornal - uma análise da questão da logística e do desenvolvimento no Brasil. Cinco fatores me chamaram a atenção, que ele coloca como muito importante na questão do desenvolvimento do Brasil hoje. Diz ele que o investimento liderou a alta do PIB no primeiro trimestre do ano e que será o motor da economia nos próximos anos e que cinco fatores lideram essa questão do investimento. O primeiro deles, e também é citado aqui o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que faz essa análise, é a questão do petróleo e gás. Temos a descoberta do Pré-sal, um grande investimento que nos dá muita satisfação, investimento que vai impulsionar não só a economia, mas especialmente - é o que esperamos - a Educação no Estado de São Paulo - com recursos advindos do Pré-sal. A descoberta do Pré-sal, então, como um dos grandes fatores do investimento do período 2011 a 2014, 378 bilhões de reais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O segundo fator é o setor de energia elétrica, que já apresenta problemas, especialmente aqui no Estado de São Paulo e na Grande São Paulo. Mas haverá um investimento de 139 bilhões de reais nos próximos quatro anos. Então o Brasil deverá aumentar muito a sua capacidade de geração, em torno de 24 megawatts, um investimento muito forte.

O terceiro fator dessa questão do desenvolvimento é a questão do agronegócio, colocado nesse artigo como o sustentáculo da balança comercial. Sabemos a relação internacional que o Brasil estabelece com os países emergentes, exportação e agronegócio, que aparece muito fortemente como um fator importante no investimento.

O quarto fator é a política habitacional, que cresce também não só pelos incentivos governamentais, como o programa “Minha Casa Minha Vida” e outros programas do Governo Federal, mas também pela própria economia que se fortalece na questão habitacional.

E por último, não na ordem de importância, mas de colocação no artigo, o setor da logística, que tem gargalos, dificuldades, mas que representa um grande fator de investimento no País e no Estado de São Paulo.

Então essa questão da logística ganha força. Sabemos que temos muitas oportunidades. Temos grandes investimentos internacionais, como a Copa do Mundo, Olimpíadas; temos necessidades que as grandes cidades estão tendo em relação à mobilidade urbana, a questão da logística. E amanhã - queria convidar todos os deputados desta Casa - dia 16 de junho, vamos fazer o lançamento oficial da Frente Parlamentar de Logística, assinada por diversos deputados desta Casa, e que estamos coordenando, às 9 horas, no Hotel Serra, na Cidade de Jundiaí, próximo à Via Anhanguera, quilômetro 58. Gostaríamos de fazer um debate especialmente sobre a questão do acesso às cidades.

Por que esse tema no lançamento da Frente? Sabemos que as grandes cidades, as regiões metropolitanas, as aglomerações urbanas, as regiões em que temos um grande desenvolvimento têm muita dificuldade de acesso. As estradas, nas regiões metropolitanas, acabam se comportando quase que como avenidas, e muitas cidades têm dificuldade de acesso: acesso por trevos, investimentos. A relação entre as cidades se faz muito pelas próprias estradas. Então esse debate de acesso às cidades é importante e queremos iniciar nessa frente parlamentar.

E é claro que não é só esse o tema. Temos toda a questão de mobilidade urbana, a questão do Rodoanel, a questão de circulação, a questão ferroviária. Temos investimentos do TAV, a questão do Trem Bandeirantes, outros investimentos no sistema ferroviário, sistema hidroviário, um conjunto enorme de debates que podemos fazer em relação ao transporte e logística.

Queremos também tratar nessa frente a questão da formação profissional. Temos que formar profissionais para a área de logística, preparar o mercado de trabalho. Temos grandes empresas se instalando no Brasil, mas faltam profissionais habilitados nessas áreas, especialmente em logística e transporte. Outro tema que queremos abordar, e que iniciamos na última legislatura, é a questão da tributação, para melhorar a tributação das empresas de transporte, de circulação de mercadorias. Há um conjunto enorme de temas que queremos debater nessa frente e temos uma expectativa muito grande de participação da sociedade. Tenho dito que frente parlamentar é um espaço privilegiado de debate dos deputados. Temos deputados de diversos partidos e discutimos profundamente os temas, elaboramos proposituras para encaminharmos pela Assembleia Legislativa ou pelo Executivo.

E para finalizar, Sr. Presidente, dentro dessa questão de planejamento, logística, transporte, circulação, temos um debate feito nesta Casa da Região Metropolitana. E agora vamos ter, na próxima segunda-feira, a Audiência Pública em Relação à Aglomeração Urbana de Jundiaí, às 19:30, no Paço Municipal, em Jundiaí, feita pela Assembleia Legislativa, um pedido que fizemos na Casa no Colégio de Líderes para fazer um debate profundo sobre aquele projeto, aperfeiçoamento, para ouvir os prefeitos, vereadores, a sociedade dos seis municípios que compõem a aglomeração urbana de Jundiaí, que é mais um instrumento importante de trabalho, de planejamento, de debate regionalizado, de encaminhamento de propostas de forma unificada.

Estarão presentes os Deputados Beto Trícoli, Ary Fossen e outros. Queremos fazer esse debate na audiência pública, para depois fazermos aqui na Casa o debate do Projeto de lei e os possíveis aperfeiçoamentos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta com o nobre Deputado Jorge Caruso.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, mais uma vez assomamos à tribuna para falar, constrangidos, da violência na cidade.

Alguns questionam por que falo tanto de violência, em sendo médico. A função do médico é prolongar a vida, o que não é possível com tanta violência. Em plena segunda-feira, à noite, tivemos um assalto a mão armada na Marginal Pinheiros.

Pesquisando no Google, sobre "assalto e arrastão na Marginal Pinheiros", aparecem 49.100 resultados. Aparece lá o caso dessa segunda-feira, 13 de junho. Em 12 de maio de 2011, encontramos "quais as 35 vias mais violentas", onde mais ocorrem assaltos na Cidade de São Paulo. Em primeiro, a Marginal Pinheiros; em segundo, a Av. Giovanni Gronchi; e em terceiro a 23 de Maio, que cruza de Norte a Sul a Cidade de São Paulo.

No dia 19 de maio de 2011: motos de luxo e táxi são alvos de assalto na Marginal Pinheiros. Em 29 de setembro de 2010: bandido morre em tentativa de arrastão na Marginal Pinheiros. Em 21 de janeiro: grupo faz arrastão na Marginal Pinheiros. Em 31 de maio de 2010: ladrões aproveitam o trânsito congestionado da Marginal Pinheiros, em São Paulo, para assaltar os motoristas. Dia 10 de abril de 2009: pânico em São Paulo, tiroteio e morte na Marginal Pinheiros. Dia 14 de setembro de 2007: São Paulo - assaltantes fazem arrastões na Marginal Pinheiros. E assim segue.

Concedo um aparte ao nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Nobre Deputado, de fato a população anda muito insegura. Confesso que não consigo explicação por que temos sucessivos governos do PSDB aqui no Estado de São Paulo, aliás, já vamos para duas décadas, dos mesmos governantes no Estado, e não conseguimos entender por que a população anda tão insegura. Aliás, não é que não conseguimos entender. Até conseguimos.

Um policial em São Paulo ganha menos que um policial do Estado do Acre, de Sergipe, de Alagoas; as delegacias estão completamente abandonadas. Muitos delegados, se não levarem o seu próprio computador, não conseguem trabalhar.

Com essa falta de apoio à estrutura de Segurança Pública no Estado de São Paulo, só poderíamos ter esses resultados. Eu atribuo à má gestão por parte do Governo do Estado, na área da Segurança Pública, essa lastimável consequência que são os arrastões nas grandes avenidas na cidade e no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - É lógico que muitas dessas notícias são repetidas, aumentando o número de incidências no Google. Mas a situação é preocupante.

Para se ter uma ideia, uma manchete no "O Estado de S.Paulo", um dos maiores jornais de circulação no País, diz que "Polícia Militar acha difícil combater arrastão na Marginal". Na noite de segunda-feira, motoristas foram atacados por ladrões, tiveram quebrados os vidros dos carros, roubados os relógios, bolsas, celulares, notebooks e casacos. Enfim, o número de assaltos não foi maior porque uma pessoa procurou uma viatura e pediu socorro, evitando assim novos assaltos.

Esse caso aconteceu entre a Ponte do Morumbi e a Ponte Ari Torres, próximo à Usina da Traição, na curva de acesso à Avenida dos Bandeirantes.

Em maio tivemos três crimes semelhantes, nessa mesma via, a Marginal Pinheiros. Certamente o número de casos poderia ser muito maior, porque dos sete casos somente dois registraram um BO. Por que não fazem? Porque demora muito, e os cidadãos hoje não acreditam mais na polícia.

Esse descrédito é muito ruim, porque a polícia vive das informações. Quero dizer aos telespectadores que em caso de assalto registrem um BO. Fui assaltado em Diadema, junto com meu filho, num total de 18 pessoas, à luz do dia, às 11 horas de um sábado. Eu fiz BO. É preciso fazer BO, porque o número de incidências faz que a polícia possa ter mais informações e assim ajudar a população.

Uma das vítimas, Diva Ramalho, estava num S-10. O indivíduo gastou 10 segundos para assaltar essa moça.

Essa é a nossa cidade. Ouvimos que "a polícia não pode fazer nada", ou que "esse local é escuro, mal iluminado, e por isso há um número maior de ocorrências".

Acredito que não é essa a justificativa. Precisamos fazer blitz com desarmamento. Seguramente esses malandros assaltam com arma não legalizada, uma arma contrabandeada, de numeração raspada, ou roubada. Se a polícia fizesse blitz com desarmamento em pontos estratégicos, certamente poderia ter tomado a arma desses marginais, e não teríamos notícias desse tipo, dando conta de que São Paulo é uma cidade violenta, que tem arrastão nos shoppings, nas Marginais, na 23 de Maio, na Giovanni Gronchi, até dentro das igrejas.

Só não fizeram arrastão ainda dentro da PM, dentro da delegacia. Mas eles já assaltaram, em quatro ou cinco motos, invadindo a Aeronáutica em Congonhas, há cerca de dois anos e meio. Assaltaram também o Batalhão da Polícia Militar em Barueri.

Que país é esse? Que Estado é esse? Não temos o direito de ir e vir. Parece que não temos o direito à vida. Precisamos mudar essa situação. A minha proposta é blitz e desarmamento em todos os pontos, como se faz no estádio de futebol. Para conseguirmos qualidade de vida e segurança, precisamos aplicar o “tolerância zero”. Precisamos encontrar um Rudolph Giuliani, aquele que tornou Nova Iorque mais segura. Era uma das mais violentas. Rudolph Giuliani conseguiu trazer qualidade de vida a Nova Iorque. Ordem pública atrai investimentos e gera empregos.

Sr. Presidente, nobre Deputado Ulysses Tassinari, nós, como médicos, temos de preservar a vida. É por isso que assomarei à tribuna em toda oportunidade que tivermos, para buscar a política do desarmamento, “tolerância zero”, qualidade de vida e dar a cada cidadão o direito de ir e vir e o direito à vida.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero reiterar a vinda do Ministro da Saúde. No próximo sábado, às oito horas, o Ministro estará presente na solenidade de lançamento da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, na UBS Parque Regina, em Campo Limpo. Convido todos os deputados a participarem dessa solenidade.

Na próxima terça-feira, às 13 horas e 30 minutos, conforme deliberação da Comissão de Saúde, haverá uma reunião com a presença do Dr. Helvécio Miranda Magalhães, Secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde. A reunião provavelmente será no José Bonifácio. Abordaremos o tema do financiamento. Convido todos os Srs. Deputados a participarem.

Várias cidades estão realizando as conferências de saúde. A Cidade de Taboão da Serra realizará sua conferência nos próximos dias 16 e 17. Osasco realizará sua conferência nos dias 17, 18 e 19, às 19 horas.

Sr. Presidente, os servidores de saúde do Estado estão paralisados. Diversos deputados alertaram sobre as condições precárias de trabalho e de salário do funcionalismo da saúde, a exemplo de outras, como educação.

Gostaria de deixar registradas essas informações a respeito da área da saúde. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva, por permuta de tempo com o nobre Deputado Reinaldo Alguz.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: De repente precisamos fazer uma viagem pelo tempo e pelo espaço para podermos refletir sobre algumas realidades.

Eu me vejo indo em direção à Praça da Paz Celestial. Longe, Pequim, China. Data: noite de 3 para 4 de junho de 1989. Milhares de estudantes protestam pedindo liberdade, pedindo democracia, abertura. O governo chinês entende que não pode ceder. Não cede e ordena o massacre. Para as autoridades daquele país, de 400 a 800 jovens foram executados. Para outras instituições, a Cruz Vermelha principalmente, mais de 2.500 jovens mortos, cerca de 10 mil feridos. Em defesa de quê? Em defesa de um regime, de um governo. Mas e as manifestações pela democracia, pela liberdade, pela abertura? Foram coibidas. Estaria certo o governo da China? É um questionamento.

Estudando filosofia aprendi que a pergunta, muitas vezes, responde mais do que a própria resposta. Estaria o governo da China agindo de forma correta? E se aquelas manifestações tomassem corpo? A realidade chinesa de hoje seria a mesma do passado? Teríamos apenas 2.500 mortes, ou muito mais? E a situação financeira ou econômica da China seria mantida? E a coesão, a unidade? Sabemos da realidade física da China. Será que isso tudo seria mantido?

O que é liberdade? Para quem? Os interesses de quem devem prevalecer? De repente, Cesare Battisti, no Brasil, não é enviado de volta para a Itália. Segundo lideranças de movimentos políticos italianos, ele é um psicopata, um assassino frio que se aproveitou da reivindicação, da luta política e colocou seus instintos em prática.

Também viajando, de repente vejo alguns jovens de Cuba sendo presos. O que os jovens queriam? Liberdade. Eles queriam viver num outro país, com outros direitos. Foram presos. Alguém consultou o Supremo Tribunal Federal para ver se os jovens deveriam ser deportados, encaminhados para Cuba? Alguém perguntou? Alguém perguntou para os jovens se eles queriam ficar no Brasil ou se queriam voltar para Cuba? Não. É aquilo que eu disse, com perguntas poderemos promover a reflexão.

A hipocrisia. O cientista Keith Stanovich falou que a hipocrisia é a mais nobre das qualidades humanas. Hipocrisia: “hypocrisis” ou “hupokrisis”, tanto no latim como no grego, as origens são semelhantes. Na Grécia antiga, as pessoas usavam uma máscara para uma peça teatral e desempenhavam papéis, papéis que não eram a realidade da vida dos indivíduos, dos atores. Mas eles representavam. Era falso aquilo tudo? Ou será que por meio daquela falsidade eles mandavam uma mensagem?

O que é a hipocrisia? Será que vivemos a hipocrisia no dia a dia? Será que eu gostaria de estar andando de gravata, de paletó, ou com algum outro tipo de roupa? Será que meu comportamento é aquilo que entendo no meu íntimo como deveria ser? Ou será que entendo que vivo em sociedade e tenho que me moldar a essa sociedade?

Emile Durkheim fala do fato social, fala daquilo que vem de cima para baixo e é imposto para que o indivíduo se comporte daquela forma. Se você vai a um aniversário, não vai de short e sandália. O ambiente exige. Se você vai à praia, não vai de terno e gravata. Existem índios que andam nus. Existem povos que comem ratos, baratas, carne de cachorro e de outros bichos. A cabeça deles foi programada para isso, e é normal. A nossa cabeça é programada para determinadas coisas e é programada para vivermos uma hipocrisia que podemos entender, em alguns momentos, não como virtude - porque a hipocrisia é tida por muitos pensadores como virtude, quando ela existe para que você se relacione bem, para que haja um entendimento entre as pessoas, para que o indivíduo abra mão de seus instintos e de sua vontade para respeitar a vontade do outro.

Esta Casa tem deputados preparados para entenderem tudo o que estou falando: o que é a hipocrisia; quando é negativa, quando é positiva. Todos sabem que é negativa quando existe para enganar, para iludir, para mentir e para tirar proveito. E é positiva quando representa um elo entre pessoas, entre grupos.

O meu projeto que fala da castração química é mal interpretado. Alguns dizem que é inconstitucional, mas não sabem por que dizem que é inconstitucional. Esse projeto não é bom. Não sabem por que não é bom, mas dizem. Aliás, isso nem é hipocrisia. Hipocrisia é quando você esconde a sua realidade e coloca uma virtude noutra realidade, mesmo que você não viva no seu íntimo a realidade. Mas, para os outros, você vive. Para esconder uma coisa que você tem, é preciso tê-la. Se não, você não esconde aquilo que não tem. Então, falar que esse projeto não é bom, que é inconstitucional, não posso entender como hipocrisia, principalmente uma hipocrisia positiva. De jeito nenhum. Não quero nem colocar alguns adjetivos, mas quero que os senhores pensem.

Um médico psiquiatra importante esteve nesta Casa. Ele dá aulas na USP, é um psiquiatra forense, uma das maiores capacidades deste País no assunto. Esse médico aprovou o projeto e entende que ele deve ser mais amplo. Disse que no consultório dele, atende pacientes que se apresentam, pedem tratamento e pagam para receber tratamento: “Se eu não me submeter a esse tratamento, vou fazer loucuras. Tenho atração sexual por crianças. Eu me domino com medicamentos.”

No Pequeno Expediente, falei do Orpinelli, que está condenado por matar 11 crianças. Segundo ele mesmo, teria assassinado mais de 100 crianças e diz a época em que as matou. Aquele de Goiás recebeu liberdade condicional de 23 dias. Havia matado seis garotos.

Quero que os Srs. Deputados entendam. Tenho 65 anos de idade, estudei muito tempo o comportamento humano com respeito à mente. Minha formação é na área de Filosofia, pós-graduação em Sociologia, mas tenho muitos anos de estudo na área de saúde mental. Conheço um pouquinho do assunto. Então, peço aos colegas deputados que analisem esse projeto. Análise significa dividir para se conhecer em pedaços. Analisem, por favor.

 

O Sr. Presidente - Ulysses Tassinari - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid, estão nos visitando os alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, da Cidade de Bragança Paulista, acompanhados dos professores Cláudia Maria Galli Roberto, Cláudio Hidro Arazawa, Maria José de Oliveira Nascimento e Thaís de Oliveira. Sejam bem-vindos! (Palmas.)

Por permuta de tempo com o nobre Deputado Roberto Morais, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. Donisete Braga - PT - Caro Sr. Presidente, Deputado Ulysses Tassinari, gostaria de cumprimentar o público que nos acompanha nas galerias, os servidores da Assembleia Legislativa e os telespectadores da TV Assembleia.

Aproveitando a presença do meu Líder, Deputado Enio Tatto, e do sempre presente Deputado Jooji Hato, gostaria de registrar que ontem realizamos uma reunião da Frente Parlamentar de Combate ao Crack e a Outras Drogas no Estado de São Paulo. Deputado Jooji Hato, diria que fizemos uma importante reunião de trabalho, com a presença de V. Exa. e dos Deputados Hamilton Pereira, Afonso Lobato e Orlando Bolçone.

Entendo que o crack é um tema que temos que pautar neste Parlamento enquanto assunto de debate permanente. Na reunião de ontem, discutimos sobre as iniciativas que realizaremos nos próximos dias. Uma coisa é falar do crack e não ter o entendimento do por que das pessoas ingressarem nesse caminho, que às vezes é sem volta e traz grande sofrimento aos pais e mães do nosso Estado e de todo o País.

Quando discutíamos as nossas ações, disse que não poderíamos aceitar, em hipótese alguma, morarmos no estado mais importante e rico do Brasil e termos na Capital a cracolândia enquanto cartão postal de curiosidade para os demais estados da federação e para outros países.

Até entendo que discutir a eliminação da cracolândia pode ser uma missão utópica. Inclusive, coloco esse desafio. Não podemos aceitar e também não queremos apenas eliminar a cracolância da região central, do Parque da Luz, e transferi-la, por exemplo, para a Praça da Sé ou para o Largo São Bento. Não queremos isso. Queremos, sim, estabelecer um debate que envolva a Prefeitura Municipal de São Paulo, com políticas públicas. Temos de envolver a Segurança Pública, o Governo do Estado, o Governo Federal e a sociedade civil. Muitas associações e comunidades terapêuticas, que cumprem um papel extremamente importante, muitas vezes não são reconhecidas quando tenta resgatar, por exemplo, um jovem de 12 a 21 anos que, por mais diversos problemas, ingressou no mundo do crack lamentavelmente. Temos hoje uma nova droga, que é o oxi.

O papel deste Parlamento é enfrentar esse problema. Todos nós temos a responsabilidade em discutir esse problema. Não podemos aceitar imagens como essas, registrada na capa do jornal “Folha de S.Paulo” de 14 de junho, na última terça-feira: “A gravata na cracolândia.” São quatro imagens de uma sexta-feira, às 22 horas e 40 minutos, às 22 horas e 41 minutos, às 22 horas e 42 minutos - experimentando o crack e às 22 horas e 44 minutos - indo embora. É um cidadão engravatado que lá se relacionou tranquilamente, com centenas de jovens na cracolândia.

Passo a ler a notícia intitulada “Moradores afirmam que polícia ignora traficantes na cracolândia”, do jornal “Folha de S.Paulo”, do dia 14 de junho:

“Moradores afirmam que polícia ignora traficantes na cracolândia

Segundo eles, apesar de denúncias ao telefone 190, Polícia Militar não faz prisões na região

Ninguém foi detido na noite e na madrugada em que Folha esteve em apartamentos vizinhos a área de tráfico explícito

Afonso Benites, de São Paulo

Eram 20h50 da última sexta-feira quando o vendedor Paulo abriu um portão, uma pesada porta de ferro e entrou no prédio em que mora, na região da Luz (centro de São Paulo), literalmente correndo e empurrando um carrinho com seu bebê.

“Se for entrar, vem logo, aqui é muito perigoso”, avisou ao repórter, que esperava ao lado do interfone.

Segundo ele, o tráfico e o consumo de drogas na região são explícitos e, mesmo chamada pelos moradores, a Polícia Militar não prende quase ninguém.

Diariamente, mais de dez ligações são feitas ao telefone 190 apontando o problema das drogas na vizinhança, além de roubos.

“Aqui é um território livre para o uso de drogas. Cansamos de ser ignorados pela PM”, afirma uma moradora.

Madrugada

Na noite de sexta e na madrugada de sábado, a Folha esteve nos apartamentos de três moradores e entrevistou 12 pessoas no local.

Constatou que, apesar das denúncias ao 190 sobre tráfico, uso de drogas e roubos, ninguém foi detido. Quatro pessoas foram abordadas por policiais militares em horários diferentes.

Nos últimos 20 dias, de acordo com os moradores, três carros foram arrombados na região. Houve ainda duas lojas invadidas e quatro pessoas assaltadas.

Novo Ponto

Desde janeiro, a rua dos Gusmões, próximo a alameda Barão de Limeira, transformou-se em ponto de encontro de viciados em drogas, principalmente crack. Nem a temperatura de 8ºC da madrugada de sábado espantava as cerca de 300 pessoas que perambulavam pelas redondezas. Entre elas era possível diferenciar três tipos:

1) noias maltrapilhos, usualmente moradores de rua e que, em muitos casos, se dividem para comprar uma pedra de crack;

2) traficantes, bem vestidos, que raramente consomem droga e circulam o tempo inteiro sobre a massa de gente;

3) e usuários eventuais, que vão à região, fumam uma pedra de crack e saem em seguida.

Nesse terceiro grupo havia até mesmo senhores com cerca de 60 anos vestindo terno e gravata.”

Não queremos mais manchetes como essa no nosso Estado. Queremos que o Governo Federal, com a Presidente Dilma, o Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito Gilberto Kassab, inclusive todas as prefeituras, estabeleçam uma grande força-tarefa para combatermos essa saga que tem levado centenas de jovens a um caminho sem volta das drogas. Reitero e registro que estabeleceremos ações e iniciativas em todo o Estado. Realizaremos seminários nas 15 regiões administrativas para representar os 645 municípios. Na semana que vem visitaremos in loco a cracolândia. Não queremos mais esse triste cartão-postal para o Estado de São Paulo.

Aproveitando a presença dos Deputados Jooji Hato e Orlando Bolçone, que participaram conosco na manhã de ontem, no Palácio dos Bandeirantes, de um seminário organizado pelo Ministério Público, conclamo os 25 colegas que subscreveram esta Frente Parlamentar de Combate ao Crack e Outras Drogas para que se associem a este grande movimento. A Assembleia Legislativa poderá dar uma grande contribuição na discussão do Orçamento do Estado, da LDO e do Plano Plurianual que debateremos no segundo semestre no sentido que sejam resgatadas centenas e centenas de jovens que têm se perdido no mundo do crack e de outras drogas.

Ontem participei da agenda do Consórcio Intermunicipal juntamente com os colegas do ABC, e presenciei a várias ações do Governo do Estado em relação aos sete municípios do ABC. Fiquei muito feliz e quero registrar que o Governo do Estado apontou investimentos a esses municípios. Mas temos ainda muitos temas importantes que queremos cobrar do Governador. Por exemplo, o AME - Ambulatório Médico de Especialidades em Mauá que está praticamente pronto - 95% das obras concluídas. Ele foi construído pelo Prefeito Oswaldo Dias, do PT. Só falta o Governador fazer a entrega. Tivemos conhecimento de que ele será entregue apenas em dezembro e então quero solicitar a antecipação desse prazo pela necessidade que tem a população.

Também a questão do Expresso ABC, que é um tema que sempre debatemos e cobramos; a questão do IML, da seccional, do sistema de transporte através do VLT e a questão do Traçado Sul do Rodoanel. Enfim, são bandeiras convergentes que envolvem os sete Prefeitos: Clóvis Volpi, de Ribeirão Pires; Oswaldo Dias, de Mauá; José Auricchio Júnior, de São Caetano do Sul; Aidan Ravin, de Santo André; Luiz Marinho, do São Bernardo do Campo; Mário Reali, de Diadema, e que preside o Consórcio Intermunicipal.

Há um grande entendimento dos parlamentares da região e queremos valorizar o estabelecimento desse consenso. Não queremos apenas defender os sete municípios do ABC paulista, mas também os 645 municípios do Estado de São Paulo. Queremos defender a região onde nasci, a Alta paulista; o Vale do Ribeira; o Pontal;  Campinas; Baixada Santista; o Alto Tietê. São 645 municípios, enfim. É necessário termos uma grande gestão compartilhada que envolva as prefeituras municipais e o Governo do Estado. A Presidente Dilma jamais se furtará desse entendimento para fortalecer os municípios brasileiros, os 26 Estados e o Distrito Federal. Mas, especialmente, os municípios do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado Geraldo Cruz, o nobre Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, hoje quero comentar sobre uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, quando o Governo de Geraldo Alckmin tratou a questão das enchentes no Estado de São Paulo. E falar também sobre o comportamento do Governador Geraldo Alckmin. É sabido que a bancada do Partido dos Trabalhadores entrou com uma representação para que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo investigasse os contratos da calha do Tietê e do Pinheiros. Houve a suspensão da limpeza porque o Tribunal de Contas percebeu que havia as denúncias eram consistentes, inclusive enviada para o Ministério Público. E o Governador veio a público e colocou que as metas da limpeza da calha do Tietê não serão cumpridas por conta de ações na Justiça e no Tribunal de Contas. Ou seja, diretamente ele começou a colocar a culpa na Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Eu gostaria que fosse colocado no painel o relatório do levantamento que fizemos a respeito da calha do Tietê e do Pinheiros.

Calha do Tietê, desastre anunciado. Negligência do Governo de São Paulo promove enchentes em São Paulo. Muita propaganda e pouco resultado. Durante três anos não houve retirada de dejetos e de terra no fundo do rio Tietê. E dessa forma, o rio assoreou e hoje dá conta de metade do fluxo de água. Resultado: enchentes, mortes, trânsito travado e prejuízos. A negligência do Governador José Serra fez com que fosse jogado pelo ralo a quantia de aproximadamente dois milhões de reais.

O orçamento para obras da calha do Tietê diminuiu em 128 milhões, de 2009 para 2010, conforme os gráficos. As fotos mostram o que presenciamos na cidade durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, e que vem se repetindo. Temos também as placas de quando o Governador Geraldo Alckmin, antes do Governo Serra, anunciou o fim das enchentes depois de um investimento enorme na calha do Tietê, depois de muito dinheiro gasto, questionado inclusive por esse Deputado e pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, os aditamentos que passaram de 80% em relação àquilo que estava previsto inicialmente.

Placa de propaganda do Governo anunciando e comemorando o fim das enchentes no Tietê.

O valor de dois milhões é muito dinheiro. Inclusive hoje tivemos aqui a presença do diretor do DAEE para tentar explicar os dados, e temos também um requerimento que pedindo vistas e não foi feito. Os desdobramentos das enchentes mostram mortes, protestos. Essa foto mostra o Jardim Pantanal, que ficou por mais de um mês alagado, por conta das ações do que aconteceu na calha do rio Tietê - o não desassoreamento.

Já fiz um pronunciamento sobre os valores dos contratos: em 2008, o valor contratado foi de 27,2 milhões. Em 2011, 107,5 milhões. Vejam a diferença, 80 milhões de variação. Um percentual de 295% para fazer praticamente o mesmo serviço e 400mil de metros cúbicos, em 2011 aumentou para 785 mil, numa variação de mais 385 metros cúbicos, gerando 96,25 por cento.

E agora vem o grande problema e motivo da denúncia de termos entrado com uma representação no Tribunal de Contas do Estado e no Ministério Público. O preço por metro cúbico em 2008, era de 68,3 reais. Estamos convocando o Secretário Edson Giriboni, e hoje foi feito um pedido de vista pela bancada governista, impedindo que ele viesse imediatamente explicar por que em 2008, custava 68,03 reais o metro cúbico de retirada de lixo, de entulho, do rio. E por que em 2011, um contrato semelhante para fazer o mesmo serviço, custa 136,99 reais, sendo 68,96 reais a mais, ou 101% a mais. Repito, para fazer o mesmo serviço. Aliás, um serviço que não precisaria ser feito nesse momento e nesse montante, se tivesse a manutenção durante os três anos de Governo Serra.

Essa é a grande dúvida da Bancada do Partido dos Trabalhadores, deste Deputado e do motivo da representação. Pagou-se 68,3 em 2008, e o mesmo serviço, não sei se é a mesma empresa, pagando 136, 99 agora para fazer o mesmo serviço. E mais uma comparação e mais um absurdo, e nós convocamos o deputado Edson Giriboni, hoje Secretário, para vir esclarecer dois contratos: um da calha do Tietê sobre a responsabilidade do DAEE, e outro da limpeza do rio Pinheiros que é de responsabilidade do Emae. E a justificativa de não aprovar o requerimento hoje: que eram contratos diferentes e de secretarias diferentes. Então, a primeira pergunta: por que é o mesmo serviço de limpeza da calha do Tietê e a limpeza do Pinheiros, que se juntam, com duas secretarias diferentes e empresas diferentes? E o pior de tudo que nós constatamos é sobre o valor dos contratos. Nós já questionando os de 2008 e 2011, do Rio Tietê e agora percebemos que no Rio Tietê, o metro cúbico é de 136,99 e do rio Pinheiros, que é praticamente o mesmo serviço, é de 47,87, sendo 89,13 reais a menos por metro cúbico.

Um Deputado até brincou comigo se valeria a pena pegar uma bomba e jogar o lixo do Rio Tietê para o rio Pinheiros, para que a empresa que trabalha no rio Pinheiros retire a sujeira? Ficaria mais barato.

Temos os dados e por isso estamos convocando o Secretário de Recursos Hídricos, Edson Giriboni, ex-Deputado, para esclarecer sobre essa limpeza do Tietê, essa distorção, esse absurdo que está acontecendo. Depois, vamos convidar também o responsável pelo contrato do rio Pinheiros, o Secretário de Energia, José Aníbal, para esclarecer o porquê é mais barato tirar o lixo, desassorear o Pinheiros do que o rio Tietê.

Volto a dizer, o Governador veio a público falando que a limpeza vai atrasar por culpa de representação de processos no Tribunal de Justiça e no Tribunal de Contas, e que fomos nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores que entramos com o processo.

Agora, cabe processo? Cabe representação, vendo essas distorções, vendo esses absurdos, e levando em consideração que o Governador Serra, que governou por quatro anos, do mesmo partido, o PSDB, que está 17 anos governando o Estado de São Paulo, deixou de limpar, de fazer a manutenção, deixou de fazer o dever de casa, no rio Pinheiros? Por isso coloquei de forma ilustrativa no painel para justificar e tornando público o porquê de entrarmos com representação no Tribunal de Contas e no Ministério Público. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência saúda o Prefeito de São Bento de Sapucaí, Sr. Hildelfonso Mendes, o Vice-Prefeito, Ronaldo Rivelino Venâncio, do PV, o Presidente da Câmara Municipal de São Bento do Sapucaí, o Vereador Altino de Paula Salgado, acompanhados do nobre Deputado Afonso Lobato.

Sejam bem-vindos. (Palmas.)

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esgotado o tempo do Grande Expediente.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero cumprimentar o prefeito, os vereadores e a quem os convidou, Deputado Afonso Lobato. Estendo o cumprimento a todos os demais deputados que estão aqui no plenário, a vocês que nos assistem das galerias e aos telespectadores da TV Assembleia.

Ontem, eu estive no programa do Governo do Estado, chamado: “Governo Sempre Presente”, que é uma oportunidade que o Governo encontrou de recolher reivindicações, de reunir o secretariado do Estado com os prefeitos, vereadores, vice-prefeitos, secretários municipais e, dessas sérias solicitações que surgem neste dia, é elaborada uma pauta.

O Governador esteve presente em Santo André, região do Grande ABC, minha região, minha base eleitoral e pude anunciar uma série de investimentos na região.

Eu gostaria de agradecer aqui o Governador Geraldo Alckmin porque dos muitos anúncios que ele fez de obras na região, muitos são frutos de minha luta, do meu mandato parlamentar, de reivindicação, dos pleitos já feitos anteriormente em audiências públicas com os secretários de Estado e com o próprio Governador também.

Eu gostaria de salientar algumas delas, que pude acompanhar de perto, como a instalação do Ambulatório Médico de Especialidades, em Mauá. Nós poderemos acabar ou pelo menos diminuir a fila de espera por exames na cidade com a instalação dessa Ame. Eu fiz a solicitação no ano de 2008, acompanhei todo processo da escolha do local, que fica atrás do shopping de Mauá, no antigo Centro de Reabilitação Central. Eu tenho certeza que vai ajudar muito. Eu cobro também para que, o mais rápido possível, seja colocado em funcionamento.

Eu gostaria que realmente tivéssemos ajuda não somente do Governo do Estado, mas, também, a colaboração da Prefeitura. Por quê? Porque houve uma demora, na verdade, na entrega do prédio. A reforma por parte da Prefeitura, que era sua competência, foi extremamente demorada e isso acabou acarretando na demora na entrega, na instalação do Ambulatório Médico de Especialidades. Eu acho que isso é importante para a cidade de Mauá, para a região do Grande ABC na área da Saúde, que é uma área que está muito precária na cidade, uma área realmente difícil. Nós gostaríamos de ver, o mais rápido possível, pequenas cirurgias e exames sendo feitos no Ambulatório Médico de Especialidades, que foi solicitação minha como deputada estadual.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, outra grande vitória que gostaria de colocar aqui, para compartilhar com quem assiste a TV Assembleia, foi o anúncio do Governador para que fossem feitas as obras. As obras do Viaduto de Capuava já começaram. É um sonho antigo da cidade de Mauá, cidade com 500 mil habitantes que ainda espera na sua entrada a cancela do trem fechar. Muitos carros ficam parados lá para que, depois do trem passar, o trânsito volte a escoar. Eu acho que isso não cabe mais na realidade de Mauá. É uma cidade que cresce muito, que tem o trecho Sul do Rodoanel, que atraiu empresas e que tem dois grandes pólos industriais.

Nós tivemos um anúncio que também foi uma solicitação minha: o Viaduto de Capuava, interligando a Av. dos Estados até o complexo JK com a Av. Jacu Pêssego e, também, com a Papa João XXIII interligando ao trecho Sul do Rodoanel. Chega de espera na cancela de trem.

Eu acho que essa é uma importante obra para a cidade de Mauá para o escoamento da produção, para que possamos ter uma fluidez no trânsito ainda maior. É uma reivindicação antiga e fico feliz de ter participado também.

Outra questão também que participei e reivindiquei bastante ao Governo do Estado foi a ampliação dos cursos da Fatec Mauá, que atenderá a cidade de Mauá e também as cidades vizinhas. É uma importante reivindicação, atendida e declarada ontem, e o Expresso ABC que fará com que tenha, paralela à linha Turquesa, uma linha de trens de alta velocidade, permitindo um trajeto maior entre as cidades do Grande ABC, Rio Grande da Serra, Mauá, enfim, às demais cidades até a Estação da Luz com menos parada, com aproximadamente quatro paradas apenas. Isso facilita a vida do trabalhador, faz com que o tempo de viagem seja reduzido, faz com que a qualidade de vida melhore.

É uma preocupação importante do Governador Geraldo Alckmin e o encaminhamento também. Eu fui a várias reuniões e estive conversando sobre esse tema, reivindicando e pedindo. Eu acho que é uma luta muito grande do parlamentar. Nós somos porta-vozes da população. Nós reivindicamos muito ao Poder Executivo. Nós salientamos quais são as necessidades prioritárias, o que deve ser feito, o que a população nos traz de reivindicação.

Ontem foi, especialmente, um dia de muita felicidade para a região do Grande ABC, com investimento de 6,3 bilhões de reais. Muitos investimentos serão na cidade de Mauá. Mas todas as cidades do Grande ABC foram contempladas e também a parte habitacional em Santo André. Eu também estive reivindicando com o Secretário da Habitação, mas esses pleitos foram encaminhados por mim especialmente para Mauá.

Eu parabenizo o Governador e a todos os secretários que contribuíram para que esses pleitos tornassem realidade.

Sr. Presidente, para finalizar, quero dizer que amanhã, dia 16, às 16 horas, aqui no Auditório Paulo Kobayashi, na Assembleia Legislativa, será o lançamento da minha Frente Parlamentar, da qual sou presidente, para o acompanhamento das obras do trecho Norte, do trecho Leste e, também da finalização das obras do trecho Sul do Rodoanel.

O Deputado Luiz Claudio Marcolino fez uma importante denúncia, aqui da tribuna, falando de várias manifestações em relação ao trecho Norte. O Deputado Carlos Giannazi falou um pouquinho sobre os pedágios, telefones de emergência pela SPMar.

Se pudessem ser encaminhadas essas denúncias e reivindicações pela Frente Parlamentar eu acho que seria um debate importante e avançaremos em diversos temas todos ligados às obras do trecho Norte, trecho Leste e a finalização do trecho Sul do Rodoanel que passa pela cidade de Mauá.

Então, o convite para o dia 16, de junho, às 16 horas, na Assembleia Legislativa, para que possamos nos aprofundar e cobrar efetivamente as melhorias necessárias para a população. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de urgência:

“Requeiro, com fundamento no inciso II, do Art. 226, da XIII Consolidação do Regimento Interno, urgência para tramitação do PL 302/11, de autoria do nobre Deputado Roberto Morais, que institui a Semana Estadual de Conscientização sobre a Síndrome de Rett.”

Assina o Deputado Alex Manente, Líder do PPS.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a suspensão da sessão por 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Antes de suspender a sessão, esta Presidência convoca as Sras. e os Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, para reunião conjunta das Comissões de Saúde, Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 45 minutos, com a finalidade de apreciar o PL 302/11, de autoria do Deputado Roberto Morais, no Salão dos Líderes, ao lado da sala da Presidência.

Havendo acordo de líderes, esta Presidência suspende a sessão por 15 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 39 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 53 minutos sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, nos termos do artigo 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V.Exas. para um sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR. A ordem do Dia da 019ª Sessão Extraordinária foi publicada no Diário Oficial do dia 16 de junho.

 

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O SR. ALEX MANENTE - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V.Exa. é regimental.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os da sessão extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 55 minutos.

 

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