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09 DE DEZEMBRO DE 2005

067ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS “174 ANOS DA POLÍCIA MILITAR”

 

Presidência: EDSON FERRARINI

 

Secretário: UBIRATAN GUIMARÃES

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 09/12/2005 - Sessão 67ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: EDSON FERRARINI

 

HOMENAGEM AOS 174 ANOS DA POLÍCIA MILITAR

001 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora conduzindo os trabalhos, com a finalidade de comemorar os 174 anos da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Convida todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional.

 

002 - UBIRATAN GUIMARÃES

Deputado estadual, discorre sobre a dificuldade diária enfrentada pelos policiais militares no seu trabalho.

 

003 - CONTE LOPES

Deputado estadual, tece comentários sobre seu trabalho na Polícia Militar desde seu ingresso em 1967 e as modificações sofridas pela corporação durante os anos.

 

004 - CORONEL PM CELSO CARLOS DE CAMARGO

Chefe da Casa Militar do Estado de São Paulo, agradece a todas as modalidades de policiamento que, no primeiro momento em que os acidentes acontecem, lá estão, prontos para dar a resposta imediata à população.

 

005 - CORONEL ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES

Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, agradece a homenagem, em nome dos quase cem mil policiais militares, reconhecidos pelo seu trabalho em benefício da sociedade.

 

006 - Presidente EDSON FERRARINI

Parabeniza a PM pelos 174 anos de sua atuação em prol da segurança pública. Cita o "Prêmio Paulista de Qualidade" que trata do avanço administrativo e operacional da corporação. Tece elogios ao Coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges por seu trabalho no comando da Polícia Militar. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Ubiratan Guimarães para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - edson ferrarini - Ptb - Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo Garcia, a pedido deste Deputado, para comemorarmos os 174 anos da Polícia Militar do Estado de São Paulo, esta Corporação que pelo seu aprimoramento técnico, pela qualidade moral e profissional dos seus 93 mil homens pode, sem dúvida alguma, ser colocada dentre as melhores Corporações do mundo.

Esta Presidência deseja anunciar a presença do Coronel PM Celso de Camargo, Chefe da Casa Militar do Estado de São Paulo, neste ato representando o Exmo. Sr. Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo; do Coronel PM Elizeu Eclair Teixeira Borges, Comandante Geral da Polícia Militar, Corporação a que temos orgulho de pertencer; a presença de um grande amigo da Polícia Militar, Coronel Ariomar Martins Gago, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sudeste, representando neste ato o General de Exército Luiz Edmundo Maia de Carvalho, Comandante Militar do Sudeste; do Tenente Coronel José Antônio de Medeiros, representando o Sr. Major Brigadeiro Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, Comandante do IV Comar; do Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Clerynézio Garcia, representando o Comandante do 8º Distrito Naval, vice-Almirante Marcelio Carmo de Castro Pereira; do Sr. Luiz Carlos Vinhas, Assessor de Gabinete da Secretaria de Cultura, representando o Exmo. Sr. Dr. João Batista de Andrade, Secretário da Cultura; do Coronel PM Ademir Aparecido Ramos, Chefe da Assessoria Policial Militar da Alesp; do nosso sempre Coronel Ubiratan Guimarães; do nosso Capitão Conte Lopes, representando a nossa bancada na Assembléia Legislativa; do Coronel João dos Santos de Souza, Comandante do Corpo de Bombeiros Metropolitano; do Sr. Ney Cardoso, representando o Exmo. Sr. Deputado Antonio Salim Curiati; do Coronel João Roberto do Nascimento, Comandante do Policiamento Rodoviário. No decorrer da sessão anunciaremos as demais autoridades.

Esta Presidência quer agradecer a presença do 2º Tenente David Serino da Cruz, Regente da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que irá executar o Hino Nacional Brasileiro, a ser ouvido em pé.

 

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- é executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Quero destacar ainda a presença da Coronel Feminino Fátima Ramos Dutra, Comandante do CPAM-4; do Coronel Márcio Matheus, Comandante do CPAM-11; do Coronel Antônio dos Santos, Comandante do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo; Coronel José Guerra Júnior, Comandante do Centro de Aperfeiçoamento de Praças da PM; Coronel PM Manoel Antonio da Silva Araújo, sub-Comandante do Corpo de Bombeiros.

A festa é toda da Polícia Militar. A homenagem é para a Polícia Militar. É um orgulho estarmos aqui e podermos dizer que a PM, no Parlamento de São Paulo, está bem representada. Gostaria de saudar também o Tenente-Coronel Médico Luiz Álvaro de Menezes Filho, subdiretor de Saúde da Polícia Militar e o Coronel Miguel Libório Cavalcante Neto, chefe de gabinete do Comandante Geral da PM.

Neste momento concedo a palavra ao nobre Deputado Ubiratan Guimarães.

 

O SR. UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Nobre Presidente, Deputado Edson Ferrarini; Sr. Coronel chefe da Casa Militar, Celso Camargo; nosso Comandante-Geral Coronel Eclair; autoridades já nomeadas, senhoras e senhores, funcionários da Casa, é uma satisfação, é um orgulho poder estar aqui hoje, na Assembléia Legislativa do Estado, para comemorar o aniversário da Polícia Militar do nosso Estado.

Eu, que nela ingressei há 45 anos, sinto até hoje a vibração, o amor pela nossa instituição, uma instituição séria que só elevou o nome de São Paulo e do Brasil. Tive orgulho de, até o último dia de fato em que estive na Polícia Militar, estar junto com os nossos homens, lutando lado a lado.

Sabemos que a atividade é difícil. Sabemos o quanto é difícil fazer policiamento, fazer um policiamento bem feito, dar segurança à sociedade, principalmente nos dias de hoje. Mas os senhores estão de parabéns. Quero também aqui registrar a dificuldade que nós temos lutando pela instituição, lutando pela segurança pública de conseguir coisas para nós todos. A luta aqui é diária. O nobre Deputado Edson Ferrarini, que preside a sessão hoje, o nobre Deputado Conte Lopes e mais alguns abnegados estão sempre defendendo as nossas causas, a nossa instituição.

Que os senhores continuem nesse trabalho. O povo de São Paulo confia nos senhores, confia na nossa Polícia Militar. Um abraço a cada um. Parabéns ao Deputado Ferrarini pela iniciativa desta Sessão Solene. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI- PTB - Muito obrigado, Deputado Ubiratan Guimarães.É sempre um orgulho falarmos dessa Corporação. É sempre bom numa Sessão Solene podermos destacar o quanto esta Corporação está crescendo, o quanto ela se aprimora.

O coronel Eclair Teixeira Borges é um homem formado em Engenharia Civil, em ciências exatas, mas na semana passada, no Palácio, entregando o troféu de qualidade e eficiência da Polícia Militar, exatamente como o ISO 9000 das empresas, estávamos ali e víamos o quanto o engenheiro tem o coração voltado para as coisas humanas. Tudo o que o Coronel Eclair nos faz perceber é que é voltado para a população, para a atividade-fim da Corporação. Ele está cada vez mais próximo da população. Essa é a atividade da Polícia Militar.

Esse prêmio que entregamos no outro dia visa a conquistar não só o corpo do policial militar mas o seu cérebro, a sua alma em benefício da população, da sociedade. A nossa Corporação é modelo para o Brasil. As melhores corporações do mundo agem assim. Que orgulho que é usar esta farda que uso hoje!

Por isso cumprimento o Coronel Éclair, por esse comando difícil, mas eficiente. O Coronel nasceu em 1954 em Parapuã, casou-se com dona Maria José e tem três filhas - Vanessa, Priscila e Daniele. O Coronel Éclair sempre diz que na Corporação existe hierarquia de postos, mas não existe hierarquia entre seres humanos. Humanizou, trouxe o coração para próximo de todos nós. Quando o capitão ou o coronel se dirige ao soldado ou ao policial, aquele que é o responsável pela eficiência dos nossos trabalhos, é o operador, deve se dirigir a ele de forma humana. Por isso estamos aqui destacando essa atuação do Coronel Éclair. Parabéns, Coronel Éclair.

Anunciamos aqui a presença do Coronel João Roberto do Nascimento, Comandante do Policiamento Rodoviário e do Sr. Ney Cardoso, representando o Deputado Antonio Salim Curiati.

Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PTB - Sr. Presidente, Coronel Edson Ferrarini, que preside a solenidade da Polícia Militar; Coronel Ubiratan Guimarães, companheiro e defensor da Polícia Militar; meu amigo Coronel Celso Camargo, companheiro de turma; Comandante-Geral, Sr.Coronel Eclair, eu tinha pensado, trouxe um discurso meio preparado, para fazer para o Secretário da Segurança Pública, Dr. Saulo.

Todas as vezes em que vamos numa entrega de viatura ele traz o discurso dele, olha para mim e para o Coronel Ubiratan e fala: Ubiratan, Conte, já viram ser entregue tanta viatura assim? Antigamente, amarravam o bandido com corda.”

Realmente, as coisas mudaram. Lá, nós não falamos, mas eu quero falar aqui. Quando entrei na Polícia Militar como soldado, em 1967, no 9o Batalhão, o pessoal me colocava em um caminhão, dava um apito e um cassetete. Eu ficava em uma esquina das sete horas até uma da tarde, quando o caminhão passava novamente. Se houvesse alguma coisa para fazer, eu apitava ou pegava o cassetete. Eu entrei na polícia como soldado.

O tempo vai mudando. Na nossa época, Coronel Ubiratan, nós fizemos história na polícia com nossas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, com os Táticos Móveis, com os companheiros da Polícia Militar e Civil.

As coisas mudam, evidentemente. Não podemos, por exemplo, comparar a seleção de 1958 com a atual. O Coronel Ferrarini e eu estamos nesta Casa desde 1987, há quase vinte anos, defendendo a população de São Paulo, conseguindo, graças a Deus, ter o apoio da população. A cada quatro anos, nós aqui passamos por um “vestibular”. O ano que vem, tem vestibular. Quem trabalhou pelo povo volta; quem não trabalhou, dificilmente, voltará. Essa é a vida do político.

As coisas realmente vão se modificando. A polícia hoje tem muitas viaturas, coletes à prova de balas. No nosso tempo, não havia colete à prova de balas, ninguém tinha colete, mas o bandido pensava cinco mil vezes antes de atirar em um policial. Se ele atirasse e matasse um policial, seria caçado ostensivamente e intensivamente; se ele vinha em pé ou deitado, era problema seu. Mas, de graça, não ficava, não. Tenham certeza disso. Era um outro tempo.

Nós continuamos. Eu acompanho o trabalho da polícia diuturnamente. Tudo que a polícia faz, eu acompanho. Duvido que alguém acompanhe mais do que eu. Cinco horas da manhã, já estamos na Rádio Atual acompanhando a atividade da polícia, o CPC, o Coronel José Roberto, com quem falei ontem, está fazendo um grande comando em torno da Capital. Ele e sua equipe prenderam bandidos que estavam assaltando na Zona Norte. Tem também o Coronel Rocco no CPM.

Acompanhamos todo o trabalho dos policiais e vemos o risco que correm no dia-a-dia. PMs se defrontam com bandidos armados de metralhadoras, fuzis. Vão atrás, prendem, trocam tiros, se necessário for, arriscam a própria vida em defesa da sociedade, salvam reféns dentro de carros, mulheres, crianças seqüestradas.

Falamos com esses policiais todos os dias. É a demonstração do trabalho da Polícia Militar, do seu dia-a-dia. Falamos também todos os dias desta tribuna sobre as ocorrências e até sobre os problemas da polícia. Nós falamos também com soldados, não falamos apenas com coronel. Graças a Deus, consigo falar com soldados também. Alguns ligam, reclamam, e nós procuramos resolver os problemas para que a polícia continue funcionando. Nós representamos o Poder Legislativo. Assim como tem o Poder Executivo e Judiciário, tem o Legislativo.

Desde que entrei na polícia, em 1967, e mesmo antes, a polícia funcionava. Ela trabalha, é uma polícia honesta, íntegra, que não aceita bandidos no meio. É importante dizermos isso. Quem expulsa o policial bandido da polícia é o policial bom. Não é jornalista, não é Globo, não é promotor público e não é juiz de direito que retira das fileiras da Polícia Militar o policial bandido. É o bom policial, aquele que não aceita o policial bandido.

Temos um projeto de lei nesta Casa para ser aprovado, estabelecendo que o policial civil ou militar que cometer um crime que nada tenha a ver com sua atividade - seqüestro, tráfico de drogas, latrocínio, roubo -, vai para presídio de segurança máxima, porque não é policial, é bandido.

O policial bom, nós defendemos. Têm muitas pessoas que não gostam de nós, porque falamos a verdade. A bandeira que julgamos que temos de defender, nós defendemos.

Hoje é aniversário da Polícia Militar, e quero cumprimentar os policiais militares, porque, realmente, é uma polícia de Primeiro Mundo, com salário de Terceiro Mundo. É inconcebível que os oficiais da Polícia Militar, a praça da Polícia Militar, os delegados de Polícia, tenham o penúltimo salário da União. Não adianta querer explicar que é por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. E o Paraná, onde o inicial para delegado e oficial é de seis mil reais? E a Polícia Federal, onde o inicial é de oito mil reais? Lá não tem responsabilidade fiscal? Só aqui em São Paulo tem a Lei de Responsabilidade Fiscal?

Nós cobramos, porque nossa obrigação também é cobrar. Não estamos fazendo desaforo a ninguém. É nossa obrigação cobrar, e cobramos. Embromação seria fazer um projeto de lei para o soldado ganhar três mil reais. No meu programa, estava falando com um ex-sargento da Rota, o Frazão, agora um empresário em São Paulo, e ele me disse que esteve nos Estados Unidos, onde o inicial de um policial é de três mil dólares, ou seja, em torno de sete mil reais. Aqui, é de mil reais.

Se quisermos um policial como o americano ou canadense teremos de oferecer um salário condizente. O policial não vai precisar fazer “bico”, porque, sem o “bico”, ele não consegue viver. Graças a Deus, ele faz “bico”. O pior seria se fizesse segurança para bicheiro, para traficante, seqüestrador. Enquanto ele luta para levar manteiga para casa, aplaudimos, porque está trabalhando honestamente. Se pagarem um salário digno, ele não precisa fazer “bico”. Ele trabalha oito horas por dia, vai ver a mulher, os filhos.

Cobramos, aqui, todos os dias, o salário. Por que o promotor que denuncia ganha sete, oito mil reais? O Juiz que dá a pena, ganha sete, oito mil? E quem prende, o soldado ganha 1.200; o tenente dois mil? Vamos dar valor àquele que corre atrás, que prende, que faz sua atividade. É importante saberem que lutamos diuturnamente em defesa da Polícia Militar de São Paulo.

É o Dia da Polícia Militar, queria cumprimentar a todos, colocar-nos à disposição na Assembléia Legislativa, na Rádio Atual 1230, das oito às nove falando do trabalho de vocês.

Cumprimento o Cel. Edson Ferrarini pela iniciativa de homenagear a Polícia Militar, que está no nosso coração, e o Secretário de Segurança, Dr. Saulo. Dr. Saulo, a Polícia Militar sempre funcionou e vai funcionar. Mudam os comandos e ela continuará funcionando. Desde que entramos na Polícia Militar como soldado, como oficial sabemos que temos de arriscar a nossa própria vida em defesa da sociedade. Sabemos que há pessoas que não sabem nem que bandido dá tiro. “Não pode atirar em bandido, pelo amor de Deus, senão vou para o inferno quando eu morrer, não quero ir para o inferno, quero estar com Deus.” Não, Deus protege quem combate o crime. Quem está do lado do bandido é o diabo. É bom diferenciar aqui. Policial bom, decente, está com Deus. Eu estou com Deus. Tem gente que prega em nome de Deus, mas está com o diabo. Obrigado e boa-sorte.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Nos 174 anos da Polícia Militar, ela sempre esteve sua atuação honrada, digna. Nunca deixo de citar que, quando nasci, meu pai era soldado da Polícia Militar. Foi ele que disse: “meu filho, nunca esqueça que Deputado você está e coronel da Polícia Militar você será sempre até sua morte.” Tenho muito orgulho. Votamos aqui a via rápida. Além da nossa eficiência, em 60 dias colocamos na rua todo o policial. Antes eram quatro anos, faziam cursos. Hoje, não. O bom policial é prestigiado de todas as formas.

Quero cumprimentar o Cel. Paulo Marino Lopes, subcomandante da corporação, está neste momento no QG; o coordenador operacional, Cel. Marco Antônio Moisés; Corregedor, o Cel. Clóvis Santinon.

Quando citei o Prêmio Paulista de Qualidade, aquilo que a Polícia Militar está se aprimorando e chegando a um estágio mais avançado possível, esperamos que realmente isso reflita em benefício, dinheiro e salários para todos nós. Apesar de todas as mazelas, estamos baixando os índices de criminalidade em São Paulo. É a Polícia Militar de São Paulo baixando os índices e mostrando que trabalhando bem o resultado aparece. Esse Prêmio Paulista de Qualidade é a conquista do entusiasmo, a adesão do policial.

Seria muito bom que todos os outros órgãos do Estado tivessem os mesmos padrões da Polícia Militar e que a Polícia Militar de São Paulo não fosse o pronto-socorro de todas as incompetências do Estado. O hospital não funciona, não tem ambulância para buscar o louco, ligam para o 190, lá vai o soldado e tem de pegar esse louco com injeção ou sem. Nada funciona. A Polícia Militar é o pronto-socorro de tudo que falha neste Estado.

Se você pega um jornal e vê na manchete que a Justiça só julga 5% dos réus por assassinato, se você vê que só 2% deles são condenados e cumprem a pena e que para julgar 22.685 réus de homicídio à espera de julgamento, a polícia prende, passa a sensação de que a Justiça solta. O bandido que hoje matou, assaltou, roubou, já foi preso por nós, no mínimo, 10 vezes. Não faz mal. É a nossa eficiência. Se soltaram os irmãos Cravinho, se soltaram Suzane Richthofen, passa para o povo a impunidade. Vai soltar agora o Jorge Farah, outro médico bandido que esquartejou a amante. Passa a sensação de impunidade para o povo. Não faz mal, a Polícia Militar mostra cada vez mais que é uma das melhores corporações do mundo. As nossas grandes operações modelos que estamos fazendo, essa operação saturação que visa recompor as áreas críticas, que não falte segurança pública, não vão evoluir para a área de exclusão como em outros estados, pois há locais que a polícia não pode ir. Aqui, em São Paulo, não existe isso.

A nossa operação na favela Paraisópolis, favela Elba, agora na favela Pantanal, com a presença, maciça e constante, dos policiais, trouxe tranqüilidade à população. Essa é a nossa corporação. Operação Rocam, esse método é todo nosso, é o método tupiniquim, o método de São Paulo, o método ampliado na gestão do Cel. Éclair. Ele foi criado lá atrás, mas agora foi intensificado. Agora estamos com 1.740 motos no Estado de São Paulo, 600 só na Capital, criação toda nossa, nos corredores de tráfego intenso, levando a tranqüilidade a todas as pessoas. Isso aumentou o grau de segurança.

A Operação Combinada feita pelo regimento de polícia, montado pela Companhia do Canil e pelo Corpo Musical - veja a perfeição -, essa operação visa dar tranqüilidade nos terminais de transporte, como no metrô, no ônibus, no transporte ferroviário, nos aeroportos. A Polícia Militar está presente em todos esses lugares garantindo a segurança em todos os dias da semana e nos finais de semana. Durante a semana, garantimos mais de dois milhões de policiais nesses postos. No final de semana, essa mesma tropa, esse mesmo efetivo, desloca-se para os parques. Aí, vamos levar tranqüilidade e paz para todo cidadão de bem.

É a nossa Corporação se afirmando cada vez mais. Podemos não ser compreendidos, ser injustiçados pela imprensa. As nossas melhores atuações não são cobertas pela imprensa. Não faz mal. Mas tenho também informações, Deputado Conte Lopes, que o bairro mais populoso do inferno é aquele que está habitado por todos os inimigos da Polícia Militar. O inferno está lotado deles. Estão lá queimando porque um dia não compreenderam a Polícia Militar. Quem sabe, lá no fogo do inferno, eles vão nos entender.

Vamos ouvir, neste momento, as palavras do Coronel Celso de Camargo, que neste ato representa o Governador do Estado de São Paulo.

 

O SR. CELSO DE CAMARGO - Gostaria de saudar o Coronel Edson Ferrarini, Presidente desta sessão; o Coronel Ubiratan Guimarães, grande defensor das causas da Segurança Pública; o Capitão Conte Lopes, grande defensor da Polícia Militar, colega de turma; o Coronel Eclair, competente Comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo que, junto com sua pequena equipe de mais de 90 mil policiais, homens e mulheres, defende a população paulista diariamente.

Saúdo, também, todos os policiais militares presentes, em especial nossos familiares, que dão sustentação para o nosso trabalho.

Em breves palavras quero trazer um caloroso abraço do Governador Geraldo Alckmin, um abraço carinhoso de quem acompanha o brilhante trabalho executado pela Polícia Militar em todo o Estado de São Paulo.

Sempre que as ocorrências graves acontecem, tenho oportunidade de perceber a preocupação do Governador com os policiais militares que atendem às nossas ocorrências.

Aproveito também este momento para, na função de Coordenador Estadual da Defesa Civil de São Paulo, agradecer a todas as modalidades de policiamento: o policiamento ostensivo urbano, o policiamento do Corpo de Bombeiros, o policiamento ambiental, o policiamento rodoviário. São órgãos da Polícia Militar que, no primeiro momento em que os acidentes acontecem, lá estão, prontos para dar a resposta imediata à população.

Recentemente, vimos nos Estados Unidos os efeitos do furacão Katrina. Por demora em resposta de órgãos municipais, estaduais e federais, a população teve um revés muito forte no atendimento. Isso não acontece no Estado de São Paulo. Há sempre um policial militar, em qualquer uma das modalidades, atuando e ajudando a população, dando a sua resposta imediata no local dos fatos.

Temos andado por todo o nosso Estado e quero testemunhar, para nossa alegria, que a qualquer momento em que passamos pelas estradas, pelo campo ou pelas cidades vemos as nossas patrulhas, principalmente no período noturno. Isso causa bastante tranqüilidade à população, uma vez que ao adentrar em qualquer pequena cidade do Interior, onde a paz e o silêncio reinam, lá está o policial em pé, ao lado da viatura, atentamente observando.

Portanto, viemos dar nosso testemunho e parabenizar a Polícia Militar principalmente nesta data, quando comemoramos o nosso aniversário: 174 anos de trabalho, 174 anos de dignidade e luta pela população, procurando a Segurança Pública como ponto ideal.

Finalmente, gostaria de parabenizar o Deputado Edson Ferrarini pela brilhante iniciativa de lembrar, neste final de ano, o nosso aniversário, para que pudéssemos fazer uma reflexão de como estamos desenvolvendo o nosso trabalho. Com certeza, chegaremos à conclusão de que o nosso trabalho é de repercussão internacional.

Em âmbito nacional, vemos várias polícias do Brasil virem a São Paulo procurar tecnologia e conhecer os nossos métodos. E saem levando esse conhecimento, porque o conhecimento é como a luz da vela: alguém, ao levar a luz, leva o saber e não deixa o outro na escuridão. E a Polícia Militar prima por essa característica. Um bom dia a todos. Um Feliz Natal! (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Edson Ferrarini - PTB - Agradeço as palavras do Coronel Celso de Camargo, Chefe da Casa Militar e Coordenador Estadual da Defesa Civil.

Quero agradecer também a presença do Coronel Davi Antônio de Godoy, Diretor de Assuntos Municipais e Comunitários; o Coronel Noel Miranda de Castro, Diretor de Pessoal; o Coronel Raugeston Bizarria Dias, Diretor de Ensino; o Coronel Saint Clair da Rocha Coutinho Sobrinho, Diretor de Finanças; o Coronel Isidro Suita Martinez, Diretor de Telemática. Tenho orgulho de presidir esta sessão ao lado de Deputados amigos, Conte Lopes e Ubiratan Guimarães.

Esta sessão foi convocada para lembrarmos e homenagear os 174 anos da Polícia Militar, mas também para homenagear a todos da ativa, da reserva, pensionistas, esposas que estão nas nossas casas, pois não sabemos se aquele beijo de despedida receberemos na nossa volta. Mas Deus está ao nosso lado e sem dúvida nós voltaremos. E àqueles que estão no Mausoléu as nossas homenagens, como o meu pai que está no Mausoléu de 32. Os ossos do meu pai lá estão. Ele dizia: “Filho, eu defendi a Força Pública, essa Polícia Militar lá em Cunha.”E conta todas as histórias. “Quero ficar lá enterrado ao lado dos meus companheiros. São todos da Força Pública, filho. É uma alegria isso.”

É uma homenagem a todos nós que fizemos desta profissão um estado de espírito, uma missão, esse desejo de bem servir. E nessa Corporação, dentre todas as operações que citei não podemos esquecer da Operação Bloqueio de Área, feita pelo 2º Batalhão de Choque que teve a suas CDCs - Companhias de Controle de Distúrbios Civis, todas motorizadas para bloquear e coibir o roubo de veículos nas áreas mais críticas. Isso tudo é a Polícia Militar de São Paulo moderna, é a Polícia Militar com os pés no presente, no chão e os olhos já voltados para o futuro.

Temos agora a satisfação de ouvir as palavras do nosso Comandante Geral, Coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges.

 

O SR. ELIZEU ECLAIR TEIXEIRA BORGES - Sr. Coronel Edson Ferrarini, digno Presidente desta Mesa, nosso Deputado Estadual; Coronel Ubiratan Guimarães e Capitão Conte Lopes, também nossos Deputados Estaduais. Obrigado pela presença dos senhores. Falo ‘nossos’ porque na realidade são três oficiais. Todas as vezes em que a Corporação precisou da sua defesa estavam todos presentes, cerrando fileiras e defendendo essa instituição que no próximo dia 15 completará 174 anos.

Deputado Coronel Edson Ferrarini, temos uma ligação muito forte com esta Casa, pois, o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, nos idos de 15 de dezembro de 1831, quando fundou a Polícia Militar, também foi o Presidente da Província que fundou esta Casa, há 170 anos. Esta Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, obviamente dentro dos moldes da época, também foi criada pelo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar que, pouca gente sabe, está enterrado na Igreja de São Francisco, no Largo de São Francisco, ao lado da Faculdade de Direito de São Francisco, nos subterrâneos da igreja. O Coronel Verlangieri está programando uma missa para o próximo dia 12, às 10 horas da manhã, no local onde está enterrado, na Igreja de São Francisco. Será homenageado com uma missa pelos franciscanos. Todos estão convidados para essa homenagem ao nosso fundador.

Mas, 174 anos, senhores, não podem ser encarados como algo simples que aconteceu. Foi cada um dos senhores, o nosso soldado, o nosso cabo, o nosso sargento, cada oficial aqui presente na sua construção cotidiana, aqueles que passaram, como os nossos três oficiais aqui, numa construção e atualização constantes, agregando novos valores, novas tecnologias. Porque o mundo evolui rapidamente, a sociedade evolui, a criminalidade evolui. E é importante que nós também acompanhemos toda essa evolução. Um máximo de respeito por todos que por aqui passaram.

Na quinta-feira passada estive na Academia, quando a Turma de 1955 completou 50 anos. Foram homenageados na Academia. Conversando com os nossos ex-comandantes, o mais novo com 74 anos de idade, observamos que nós, ao completarmos o nosso tempo, de acordo com a legislação, saímos da Polícia Militar e vamos para a Reserva. Mas a Polícia Militar jamais sairá de nós! Jamais!

Foi uma solenidade muito bonita, que demonstrou aos quase 700 alunos oficiais ali presentes que para termos uma instituição forte, perene, que ocupe o seu espaço, nós precisamos sim, cultuar as nossas tradições, nossos usos e costumes, os nossos antepassados e relembrar a nossa história. Uma instituição se faz da modernidade, mas também tem de trazer consigo toda a sua história sendo homenageada. Porque nós somos os responsáveis - quando digo nós são todos os senhores também - por levar esse bastão para o futuro, para a geração vindoura.

Na realidade, hoje é um orgulho muito grande estar nesta Casa. Agradecemos ao Deputado Cel. Edson Ferrarini, por essa homenagem, em nome dos quase cem mil policiais militares, entre os profissionais de segurança pública e os nossos policiais temporários, porque estamos sendo reconhecidos: nós, a instituição.

É com orgulho, com muito comprometimento, que hoje estou aqui, como comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, representando todos os cem mil policiais, os 645 municípios, o Corpo de Bombeiros, o Policiamento Rodoviário, o Policiamento Ambiental, o Policiamento de Choque, o Grupamento Aéreo - hoje são 13 helicópteros, cinco aviões - e principalmente o nosso policial urbano, territorial.

Sempre digo: eu não gosto de heróis, porque o herói aparece quando falhou o planejamento, falhou a técnica. Então, alguém tem que se exceder para resolver alguma questão. Mas, se temos que designar um herói, são os dois homens que estão dentro da rádio-patrulha passando pelas nossas ruas. Esses dois homens são os nossos heróis do cotidiano, que atendem mais de 10, 12 mil ocorrências criminais, cada 24 horas; que atendem as 150 mil ligações para o telefone 190, sendo 35 mil ligações só na cidade de São Paulo.

Fui comandante do 4º I e lembro-me do Hino do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior Bauru, que diz: a Polícia Militar passa numa rota sem fim, procurando a glória, procurando a perenidade, através da especialização dos seus homens, através do respeito a todas as pessoas, mas usando toda a energia, todos os instrumentos que a lei permite, sim.

Sempre digo: eu não quero que o meu policial sofra, que lhe arranque uma unha; que um cabelo lhe seja arrancado, porque ele representa o estado, ele representa a democracia, ele representa a própria sociedade.

Agora, é importante, sim, que dentro da corporação nós tenhamos vários matizes, muitas correntes de pensamento, porque é do contraditório, é da discussão que nasce a luz. É da crítica que nasce aquilo que nós desejamos. Então, nós temos que respeitar e é muito importante.

Em nome da Polícia Militar e de todos os detratores, conforme o coronel já citou, vou citar uma frase de Santo Agostinho que diz: “Prefiro os que me criticam, porque esses me corrigem, do que aqueles que me bajulam, porque esses me corrompem.”

A Polícia Militar, instituição de 174 anos, na sua perenidade, segue firme, em frente, enfrentando sem nunca temer. Muito obrigado e que Deus nos abençoe a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Srs. Presentes, conhece-se um homem quando se lhe dá uma parcela de poder. Quando essa parcela lhe sobe à cabeça, quando esse poder o envaidece, você percebe que a sua personalidade era deficiente.

O coronel Eclair, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, ao ocupar um dos postos mais importantes que se pode imaginar, que é comandar essa fantástica, essa incrível corporação, mantém a sua integridade, a sua amizade, a sua simplicidade.

É assim que a Polícia Militar se comporta: não perdendo de vista a sua atividade-fim, que é atender à sociedade e valorizar sempre aquele policial que está na ponta da linha.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade, e à TV Assembléia, que vai transmitir essa sessão na íntegra, para todo o Estado de São Paulo.

Está encerrada a sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 18 minutos.

 

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