07 DE AGOSTO DE 2003

73ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: MARQUINHO TORTORELLO

 

Secretário: JOSÉ CALDINI CRESPO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 07/08/2003 - Sessão 73ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: MARQUINHO TORTORELLO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - MARQUINHO TORTORELLO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ROMEU TUMA

Lê artigo relativo ao passamento do jornalista Roberto Marinho, com os principais dados de sua biografia. Externa condolências da Alesp à família Marinho.

 

003 - ROMEU TUMA

Por acordo de lideranças, solicita o levantamento da sessão.

 

004 - Presidente MARQUINHO TORTORELLO

Acolhe o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 08/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. 2º Secretário para proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - JOSÉ CALDINI CRESPO - PFL - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Convido o Sr. Deputado José Caldini Crespo para, como 1º Secretário "ad hoc", proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - JOSÉ CALDINI CRESPO - PFL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Senhores Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Menuchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos Stangarlini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana do Carmo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mário Reali. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Garcia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Castilho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Alves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afanasio Jazadji. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcelo Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo “Bispo Ge” Tenuta. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Neme. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Renato Simões. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vaz de Lima. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Arcanjo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Emidio de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.)

 

O SR. ROMEU TUMA - PPS - Sr. Presidente, solicito autorização de V.Exa. para ler um artigo relativo ao falecimento do grande empresário Roberto Marinho e, após, requerer o levantamento da sessão em homenagem a esse grande homem que nasceu no Brasil, que é um ícone referente à comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - É regimental. Vossa Excelência tem autorização para fazer o seu pronunciamento.

 

O SR. ROMEU TUMA - PPS - Senhor Presidente, nobre Deputado Marquinho Tortorello, Senhores Deputados, caros telespectadores da TV Assembléia, ouvintes da Rádio Assembléia, leitores do Diário Oficial do Legislativo, senhoras e senhores presentes nesta Casa de Leis, vou ler um artigo relativo ao passamento do grande brasileiro Roberto Marinho. Tenho a certeza de que farei esta homenagem não só em nome da Assembléia Legislativa de São Paulo, mas também no de V.Exa., do Presidente desta Casa e de todos os nossos companheiros Deputados:

“Morre Jornalista Roberto Marinho

Faleceu nesta quarta-feira, dia 6 de agosto, no Rio de Janeiro, o jornalista Roberto Marinho, vítima de um edema pulmonar.

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 3 de dezembro de 1904, filho de Irineu Marinho Coelho de Barros e de Francisca Pisani Barros.  Fez o curso primário no Colégio Paula Freitas e o secundário nos colégios Anglo Brasileiro e Aldridge, também no Rio de Janeiro.

Seu pai Irineu Marinho, fundou em 1911 o jornal “A Noite”, um dos mais importantes da época.  Por divergência com seus sócios, saiu da direção do periódico e fundou, em 1925, “O Globo”.  Apenas três semanas depois, Irineu Marinho falecia repentinamente; Roberto, seu filho mais velho, não assumiu a direção, deixando esse cargo para Euclides de Matos, velho companheiro de redação de seu pai.  Exerceu nessa época a função de repórter e de copidesque, cabe ressaltar que um dos seus "furos" jornalísticos foi a foto histórica tirada na tarde de 24 de outubro de 1930, no Palácio Guanabara, quando da destituição do presidente Washington Luís, que aparece em companhia do Cardeal D. Sebastião Leme no automóvel, sendo conduzido preso ao Forte de Copacabana.

Na direção do jornal “O Globo”, imprimiu uma "linha independente", colocando-se contra o governo Vargas e a favor da redemocratização do Brasil.  Durante a Revolução Constitucionalista fez ampla cobertura da epopéia paulista, inclusive refutando a acusação de separatismo.  Ainda nos anos 30, foi contra os comunistas e os integralistas, não era a favor de radicalismos.  Durante o Estado Novo, regime a que fez restrições, participou do Conselho Nacional de Imprensa do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP, de 1940-45.

Durante a Segunda Guerra Mundial, apoiou os países aliados e defendeu a participação efetiva do Brasil no conflito.  Com a criação da Força Expedicionária Brasileira - FEB e o envio dessa força militar a Itália, lançou, em 1944, “O Globo Expedicionário”, com o objetivo de manter elevado o moral dos soldados brasileiros e de suas famílias.

Em 1944, inaugura a “Rádio Globo”, no Rio de Janeiro, iniciando sua participação na radiodifusão brasileira.  Em 1945, apoiou a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República e defendeu a convocação de uma Constituinte.  Derrotado seu candidato, apoiou o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, por entender que esse era o caminho da união nacional contra o comunismo".

Em 1950, nas eleições presidenciais novamente apoiou o brigadeiro Eduardo Gomes, que seria mais uma vez derrotado.  Eleito Getúlio Vargas, inicialmente manteve uma posição de neutralidade, mas, durante o curso do governo, passou a combatê-lo, inclusive colocando à disposição do jornalista Carlos Lacerda os microfones da “Rádio Globo”, e este atacava o governo sem dar tréguas.  Essa campanha culminou com o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, dias depois de um atentado contra Lacerda e a morte do major da aeronáutica Rubem Florentino Vaz.  A revolta provocada pela morte de Getúlio resultou na queima de vários veículos do jornal “O Globo”, nas ruas do Rio de Janeiro, pela população revoltada.

Ainda em 1954, concluiu a construção da nova sede e a modernização de “O Globo”, com a aquisição de novas rotativas.  Sempre na oposição, apoiou o candidato da UDN Juarez Távora contra Juscelino Kubitschek, a quem combateu, durante seu governo.  Em 1960, deu seu apoio irrestrito a candidatura de Jânio Quadros e, com a renúncia deste, passou a combater o sucessor João Goulart, inclusive apoiando o golpe que resultou na destituição de Jango em 31 de março de 1964.

Em abril de 1965, inaugurou a sua primeira emissora de televisão, a “TV Globo” do Rio de Janeiro, concessão esta, outorgada pelo presidente Juscelino Kubitschek, em 1957.  No mesmo ano da fundação de sua emissora, o governador Carlos Lacerda denunciou o acordo entre a “TV Globo” e o grupo norte-americano “Time-Life”, por ferir a Constituição brasileira e o Código Brasileiro de Telecomunicações.  Essa denuncia resultou em uma CPI na Câmara Federal.  Posteriormente, Roberto Marinho desligou-se do grupo e indenizou o grupo norte-americano, "evitando pretextos que viessem a afetar a empresa", segundo suas palavras.

Posteriormente, constituiu o Sistema Globo de Rádio, hoje formado pela “CBN”, com emissoras em quase todo o país.  A televisão também foi sua preocupação, tendo hoje a maior rede de emissoras do país, inclusive com canais de TV a cabo. É um dos maiores conglomerados de comunicações do mundo.  Em 1977, criou a Fundação Roberto Marinho, que tem, entre outras finalidades, o intuito de defender o patrimônio artístico nacional.

Laureado em diversas partes do mundo recebeu entre outros prêmios: "Homem das Américas", 1987.  Em 1993, foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 39.

Foi casado em primeiras núpcias com D. Estela Marinho, com quem teve quatro filhos: Roberto Irineu, José Roberto, João Roberto e Paulo Roberto (falecido).  Casou depois com D. Rute Marinho e atualmente era casado com D. Lily de Carvalho Marinho.

O Jornalista Roberto Marinho faleceu no hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, seu corpo foi velado em sua residência no bairro carioca de Cosme Velho e sepultado no Cemitério de São João Baptista, na tarde de quinta-feira, dia 7 de agosto.”

Sr. Presidente, em nosso nome de todos os meus pares desta Casa, vimos externar nossas condolências à família de Roberto Marinho, sua esposa e seus filhos, e oramos para que ele encontre seu caminho, e que o conglomerado da Rede Globo de Televisão possa continuar seguindo sua trajetória, no atendimento das causas culturais, das causas justas e daquelas que afetam efetivamente a nossa sociedade. Esta é a homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo à família de Roberto Marinho.

 

O SR. ROMEU TUMA - PPS  - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Srs. Deputados, esta Presidência presta, juntamente com todos os Deputados, a sua última homenagem ao grande jornalista Roberto Marinho.

Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 47 minutos.

 

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