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04 DE MAIO DE 2012

073ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES e EDSON FERRARINI

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Comenta os dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que apontou o não investimento, por 52 municípios, do mínimo exigido pela Constituição Federal. Considera que as estatísticas refletem a realidade do ensino nacional. Informa que o Rio Grande do Sul foi o Estado que aplicou o menor percentual em Educação. Critica o desrespeito, pelo Estado de São Paulo, à lei federal que estabeleceu o piso nacional e a jornada dos professores. Defende o investimento de 10% do PIB no setor. Comunica que deverá ser votado, na próxima semana, o Plano Nacional de Educação.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Informa a alteração do objeto da sessão solene, a ser realizada dia 25/06, às 20 horas, com a finalidade de "Comemorar os 85 anos da Fundação da Loja Maçônica do Estado de São Paulo" para a finalidade de "Homenagear Tonico e Tinoco do Brasil e a Música Sertaneja de Raiz", a requerimento do Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Posiciona-se contra o projeto, do Deputado Campos Machado, que visa a proibição de comércio e consumo de bebidas alcoólicas em ambientes públicos. Lê o texto do Sr. Álvaro Aoas, dono do Bar Brahma, que criticou a medida.

 

005 - EDSON FERRARINI

Comenta visita que fez à cidade de Limeira, onde debateu com os adolescentes o consumo de drogas. Lamenta que poucos municípios adotem medidas contra o alcoolismo. Critica a inércia dos entes federativos quanto ao assunto. Fala da necessidade da implantação de políticas de combate às drogas. Informa que os pais que desejam obter o livro "Elogiar a maconha é propaganda enganosa", de sua autoria, devem entrar em contato com este Deputado. Comunica que, 06/06, deverá estar presente em Itatiba, para orientar os jovens quanto ao assunto.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência. Parabeniza a fala do Deputado Edson Ferrarini. Comenta que, dia 01/06, ocorreu reunião da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, em São José do Rio Preto.

 

007 - JOOJI HATO

Informa a denúncia feita pela Anda (Agência de Notícias de Direitos Animais) sobre possível extermínio de cães em Votuporanga. Lê mensagem enviada pela agência. Solicita à prefeitura do município o envio, à esta Casa, de dados acerca do tema.

 

008 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Retoma o discurso anterior acerca da falta de investimentos, no País, em Educação. Critica o desrespeito à legislação do setor. Lamenta a proposta de investimento, feita pelo Governo Federal, de 7,5% do PIB no setor. Faz críticas ao Estado quanto ao descumprimento da jornada do piso dos professores. Informa que, segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, foram incluídos ao orçamento da área, itens não relacionados à manutenção do ensino. Recorda as denúncias de corrupção em faturamento de obras do ensino do Estado. Questiona a falta de fiscalização do FDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) em obras públicas do setor. Requer a instauração de CPI para investigar o FDE.

 

010 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Comenta que esteve hoje, em Jundiaí, em debate promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Plásticos e Químicos. Informa que a audiência pública visou a discussão do direito do consumidor. Critica o acordo firmado entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que proibiu a distribuição de sacolas plásticas em supermercados. Questiona o apelo ambientalista do programa. Frisa que o custo da embalagem plástica encontra-se embutido no preço final das compras. Comemora o veto do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) à propaganda da referida campanha. Faz críticas à falta de estudos científicos que comprovem o benefício da medida.

 

012 - EDSON FERRARINI

Lamenta o esvaziamento dos bancos de sangue do Estado. Comenta o projeto, de sua autoria, que prevê a concessão do direito à meia-entrada em casas de espetáculos ao doador de sangue, como forma de incentivar a doação. Defende a necessidade de políticas de incentivo à doação.

 

013 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência.

 

014 - JOOJI HATO

Defende o projeto, de autoria do Deputado Campos Machado, que proíbe o comércio e consumo de bebidas alcoólicas em ambientes públicos. Discorre sobre os benefícios dessa proibição. Destaca a importância da "Lei Seca", de sua autoria. Elenca os países em que a medida é adotada.

 

GRANDE EXPEDIENTE

015 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, cita lei, de sua autoria, quando vereador. Comenta a liberação de bebida nos estádios da Copa do Mundo no Brasil. Afirma que o País é o segundo maior consumidor de bebida alcoólica do mundo. Recorda a aprovação da "Lei Seca", de sua autoria, que regulamenta o horário de funcionamento dos bares. Esclarece que os postos de combustível vendem, além de álcool, diesel e gasolina, comida e bebida, motivo pelo qual os jovens se encontram nestes locais. Ressalta que o tabaco promove 21 bilhões de reais de prejuízo, enquanto, com a bebida alcoólica, o prejuízo deverá ser bem maior. Destaca que o fim das armas ilegais e das bebidas alcoólicas aumentará a segurança. Menciona projeto, de autoria do Deputado Campos Machado, que deve ser aprovado nesta Casa.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, denuncia o "colapso" das políticas sociais do Estado de São Paulo. Destaca os problemas com a educação, a saúde, os transportes metropolitanos e a segurança pública. Afirma que o PSDB faz política antissocial. Discorre sobre o pagamento dos precatórios, principalmente os alimentares. Informa que o Governo deve aos servidores públicos, aposentados e pensionistas. Ressalta a aprovação da Emenda 62/2009, que protelou o pagamento dos precatórios. Diz que o PSOL foi o único partido que votou contra a aprovação da matéria. Relata que a emenda autoriza a criação dos leilões de precatórios, com renúncia de parte pertencente ao servidor. Menciona que São Paulo tem a maior dívida do Brasil, com precatórios de 20 bilhões de reais. Exige agilidade no pagamento dos precatórios e maior transparência no processo.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

018 - Presidente EDSON FERRARINI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 05/06, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 20 horas, para "Comemorar o Dia da Comunidade Italiana". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar alguns dados que foram publicados e divulgados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, através de seu sistema eletrônico de informação Siope. Esses dados são muito assustadores e mostram claramente como o Brasil continua patinando e não investindo na área da Educação pública. As informações, como já mencionei, mostram nitidamente que 52 municípios no Brasil não investem o mínimo do percentual exigido pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional na área da manutenção e desenvolvimento do ensino. Os dados ainda revelam que além dos 52 municípios, existem dois estados brasileiros que também não investem esse percentual mínimo, e um deles é o Rio Grande do Sul, um dos estados que possui um orçamento considerável e não aplica, Sr. Presidente e nobre Deputado Olímpio Gomes, 25% do seu orçamento em Educação pública, nos segmentos de manutenção e desenvolvimento do ensino.

Para agravar ainda mais a situação de falta de investimento em Educação, temos, por exemplo, o desrespeito à lei federal que criou o piso nacional salarial para os professores. Vários estados e municípios não cumprem a Lei nº 11.738/08, que foi aprovada no Congresso Nacional, sancionada pela Presidência da República e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Essa lei é desrespeitada do ponto de vista do piso salarial, pois o piso estabelecido e que não está sendo cumprido está no valor de R$ 1.481,00 para os professores das escolas públicas brasileiras e da jornada de trabalho que hoje, segundo a Lei nº 11.738/08, obriga que, no mínimo, 1/3 das horas precisam ser dedicadas ao trabalho extraclasse, o que chamamos de hora-atividade. E aqui em São Paulo, o maior e mais rico Estado da Federação, essa lei está sendo descumprida, tornando o nosso Estado um fora da lei na área da Educação. O Governo do PSDB e o Governador Geraldo Alckmin, através da sua Secretaria Estadual de Educação, não estão cumprindo a lei da jornada do piso no nosso Estado, prejudicando imensamente milhares de professores e, sobretudo os alunos matriculados na rede estadual, mais de 5 milhões de discentes.

Estamos diante de ataques sistemáticos à Educação pública gratuita no nosso Brasil. Não só no nosso Estado, mas em várias regiões do Brasil há o descumprimento do investimento do percentual mínimo de 25% que é uma conquista histórica que escrevemos na Constituição Federal de 1988 e que depois foi confirmada na aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, que é a Lei nº 9.394/96. Tivemos avanços do ponto de vista da legalidade, mas mesmo assim temos municípios e estados afrontando a legislação. Isso é muito grave porque se queremos de fato um País que construa e prepare os alunos para o pleno exercício da cidadania e para o mercado profissional, não poderemos mais aceitar esse tipo de comportamento governamental. Esses governantes, prefeitos e governadores, devem ser punidos rigorosamente por descumprirem uma legislação tão importante como a Educação.

Reafirmamos o nosso empenho e a nossa luta em defesa do investimento de 10% do PIB - Produto Interno Bruto - em Educação pública.

Na próxima semana provavelmente será votado o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação. Nós, do PSOL, através da nossa bancada no Congresso Nacional, estamos defendendo 10% do PIB em Educação. Infelizmente, o Governo autorizou no parecer do relator - que é da base do Governo, do PT - apenas 7,5 por cento.

Vamos continuar pressionando. É importante que a população, os movimentos sociais que defendem uma Educação pública, gratuita, de qualidade, estatal, laica e inclusiva pressionem os parlamentares em Brasília para que aprovemos 10% de investimento do Produto Interno Bruto em Educação.

Essa vai ser - e tem sido - a nossa grande luta no Brasil, para que haja Educação de qualidade e, sobretudo, para que o Brasil possa, de fato, desenvolver-se do ponto de vista humano, social, ecológico, tecnológico e econômico. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

Esta Presidência, atendendo à solicitação do nobre Deputado Luiz Carlos Gondim, altera a finalidade da Sessão Solene a realizar-se no dia 25 de junho, às 20 horas, para homenagear “Tonico e Tinoco do Brasil e a Música Sertaneja de Raiz”.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, está tramitando nesta Casa o Projeto de lei nº 776, de autoria do meu amigo, Deputado Campos Machado. Independentemente da nossa amizade no campo pessoal, estamos divergindo em relação à propositura desse projeto, que visa proibir, em qualquer ambiente público do Estado, o comércio e o consumo de bebidas alcoólicas.

Recebi um texto do empresário Álvaro Aoas. Ele é dono do Bar Brahma, mas uma pessoa que conheço muitos anos na área do Centro da Cidade de São Paulo. Além da sua condição empresarial, é um sujeito de extrema sensibilidade humana e social. Escreve o Álvaro:

Pequenos prazeres com os dias contados

Álvaro Aoas - Empresário (dono do Bar Brahma)

Sexta-feira à noite. Algumas calçadas de São Paulo são, parcialmente, ocupadas por gente alegre a fim de relaxar, conviver com os amigos e curtir a cidade. Maio de 2012. Por 24 horas, diversos locais públicos da capital são tomados por milhões de pessoas. É a Virada Cultural Paulistana. As ruas, avenidas e praças do centro abrigam a maioria dos palcos e das cenas. Uma festa gratuita, na qual todos, sem distinção, somos convidados de honra. Deu tão certo que está se espalhando por todo o Estado.

23h59 do dia 31 de dezembro. Na Avenida Paulista, nas praias, nas ruas e praças do interior, ouve-se os fogos e o espocar das rolhas de espumante, saudando o novo ano, que se inicia. Muitos abraços e comemoração.

Esses nossos pequenos prazeres, que aquecem o coração, podem estar com os dias contados. Um projeto que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo pretende proibir a venda e o consumo de bebidas alcoólicas em ambientes públicos, como praias, calçadas, postos de gasolina, entre outros.

O principal argumento é que ‘o malefício da bebida alcoólica foge dos limites do problema da saúde para se tornar um problema comportamental’, ou seja, que o consumo da bebida alcoólica pode provocar acidentes automobilísticos e crimes violentos.

Não sou contra a Lei Seca, muito pelo contrário, sou pela máxima que diz: “Se beber não dirija!” Mas acreditar que proibir as pessoas de tomarem uma cerveja na mesinha da calçada de um bar na Vila Madalena vai acabar com a violência é uma grande balela. Afinal, a proposta não proíbe ninguém de beber. A pessoa pode encher a cara dentro de casa, mas não pode tomar um chope na rua. Ora, tenha a paciência! Isso não passa de bravata. É como se aquele que gosta de conviver com os amigos tomando uma cerveja à beira-mar ou na calçada fosse um bandido, e quem bebe na sala, assistindo televisão fosse o mocinho!

Os bares com mesinhas na calçada, os dois “pastel” e um “chopes” são atrativos turísticos e verdadeiros patrimônios culturais de São Paulo. Mais do que a praia, como muitos dizem, esses botecos representam o espírito do paulistano. Ajudam a criar identidade entre os indivíduos e a cidade, mantém presente nossa relação com o passado. A memória, é bom ressaltar, garante a construção de um desenvolvimento mais justo e humano.

Nós deveríamos estar discutindo como fazer com que o cidadão se sinta mais dono da cidade e não medidas que pretendem restringir que usemos os espaços públicos da cidade!

Muitos dos que defendem esse projeto sem pé nem cabeça, certamente se deliciam com uma taça de vinho nos cafés parisienses, que, diga-se de passagem, são servidas em mesinhas colocadas onde? Nas calçadas! Assim como em Roma, Buenos Aires e por aí vai.

A cidade do Rio de Janeiro já reconhece muitos botecos tradicionais como Patrimônios Históricos e por aqui querem acabar com a nossa praia!

Além disso, a proposta coloca em risco o emprego de milhares de pessoas. Sem as mesas nas calçadas, muitos bares precisarão apenas de um garçom para atender o salão. O destino do outro, certamente, será o olho da rua.

A proposta é elitista e moralista. Fere a liberdade e os direitos do cidadão. Querem transformar nossas praias, nossas mesinhas na calçada, nossa virada cultural, nossos blocos e o carnaval de rua em locais onde tudo é proibido! Querem restringir, ainda mais, nossos momentos de descontração, de convivência, de uso dos espaços públicos. Impedem que nos apossemos da cidade e esquecem que só assim, com a ocupação pacífica, conseguimos recuperar regiões degradadas. Basta lembrar o movimento cultural e de bares que resgatou a Praça Roosevelt das mãos de traficantes e usuários de drogas e levou a prefeitura a reurbanizá-la.

Eu acredito na responsabilidade de cada um. Todo exagero deve ser combatido. Mas, chega de acreditar que é com restrições que aprendemos a ser cidadãos. Isso a gente faz com educação, saúde, lazer e convivência social. E vamos combinar: ao invés de perder tempo com propostas de lei como essa, vamos melhorar o transporte público, para que as pessoas deixem o carro em casa, tanto para ir ao trabalho como para curtir a cidade.”

Assina esse texto meu amigo Álvaro Aoas, empresário e proprietário do Bar Brahma, que faz inúmeros eventos em todo o Estado de São Paulo e em todo o País.

Sr. Presidente, gostaria que regimentalmente uma cópia do meu discurso fosse encaminhada a cada um dos 94 gabinetes de Deputados desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. edson ferrarini - PtB - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, na última sexta-feira eu estive na cidade de Limeira, uma cidade pujante e progressista, a convite de várias entidades e principalmente do Pastor Nilton Santos que também estava lá.

Nós fomos conversar sobre a Segurança, conversar sobre drogas e levar à juventude de Limeira uma mensagem contra as drogas. Isso demonstra que o interior de São Paulo começa também a se preocupar com esse assunto. Uma das falhas era que prefeitos dos 645 municípios de São Paulo, dos 5.500 municípios do Brasil, poucos se preocupam com o problema da droga, com raríssimas e honrosas exceções - em São Paulo principalmente. O prefeito espera que o Governador, o Estado fale; o Estado espera que a Nação, a Federação fale. Resultado: quem fala com o nosso jovem é o traficante.

O que está acontecendo? Ninguém mora na Nação; ninguém mora no Estado. Você mora no município, no bairro, na rua. É ali que você precisa falar, são nas escolas municipais que tem de ser implantado um plano de prevenção às drogas. Em Limeira, foi possível conversarmos à noite com um número enorme de pessoas.

Outra preocupação é que várias entidades querem montar clínicas de recuperação de pessoas, algumas com cunho evangélico, mas todas com psicólogos - há uma legislação a respeito. Muitas vezes, porque a chácara não está numa região permitida, há muitas dificuldades. Na cidade de Limeira há apenas uma clínica autorizada e, no mínimo, 15 clínicas querendo se instalar na região. O prefeito precisa mudar a lei de zoneamento, autorizar essas clínicas porque é bom para todos. Fomos falar com os jovens e os pais que lá estavam mostraram que querem aprender.

Se você quiser receber o minilivro que foi levado a todas as cidades, “Elogiar a maconha é propaganda enganosa”, entre em contato comigo. Ele é suficiente para se ter alguma informação para levar ao seu filho, é um pretexto para se trocar ideias e mostrar como a droga chega através dos amigos e quais são as frases que eles usam para oferecer a droga. Na quarta-feira estarei na cidade de Itatiba, e assim estarei andando por esse interior levando informações às famílias e aos jovens. É o meu trabalho de longa data. Tenho a certeza que cada pessoa que ouve estará recebendo uma vacina contra as drogas.

Todas as terças-feiras estou na Avenida Jabaquara 2669, às 19 horas e 30 minutos, há 41 anos, pessoalmente, sem cobrar um único centavo. Fica em frente à Igreja São Judas Tadeu. Pai, visite o local. Se o seu filho tem problemas de álcool e drogas, ou se você que está me ouvindo tem, venha nos visitar. É de graça. Se o seu filho não tem problemas leve-o mesmo assim, porque é uma vacina. Ele vai aprender e verificar como isto chega às suas mãos. Se for o amigo que oferece na escola, no clube e em vários locais, ele precisa estar preparado para dizer “não”.

Foi isso que fui fazer na cidade de Limeira e irei a vários municípios. Os jovens vêm me agradecer pela mensagem e dizem “Isso que o senhor me falou, com a sua experiência, me orientou.” A droga está em todos os lugares como na universidade, na empresa, no clube, na rua, na esquina em todos os locais e cabe a você ver que é certeza que seu filho está preparado para dizer “não” na hora que o amigo, o colega lhe oferecer.

Isso que fui fazer, na sexta-feira, na cidade de Limeira. Voltarei a essa cidade para levar mais mensagens. Vou visitar as clínicas que lá estão se instalando. Peço ao prefeito que facilite porque essas clínicas têm a maior boa vontade. São evangélicos, outros não evangélicos, mas todos querem o bem da nossa juventude.

Parabéns ao pastor Nilton Santos. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Nobre Deputado Edson Ferrarini, permita-me cumprimentá-lo pelo seu trabalho.

Na sexta-feira, enquanto V. Exa. levava essa mensagem para Limeira, na Comissão, que V. Exa. faz parte, foi dito que V. Exa. estava em outro município. V. Exa. esteve na Frente Parlamentar, que integra e tem uma grande participação, para enfrentar o crack e outras drogas, sob a coordenação do Deputado Orlando Bolçone, lá em São José do Rio Preto, onde pudemos debater com os representantes de entidades, como psicólogos, médicos, psiquiatras, cidadãos de 96 municípios.

Parabéns pela perseverança não no momento, mas por 41 anos.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigado, querido amigo Deputado Olímpio Gomes, irmão da Polícia Militar como eu.

Quero que o povo saiba o quanto um deputado é atuante. Fomos eleitos pelo povo e ele espera de nosso trabalho.

Eu estava em Limeira e V. Exa. estava em São José do Rio Preto fazendo também um trabalho fantástico. É bom. Quem ganha com tudo isso é o povo. Estamos cumprindo a nossa obrigação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT -em São José do Rio Preto estavam os Deputados Itamar Borges e Orlando Bolçone, juntamente conosco discutindo e procurando fortalecer a sociedade nessa luta em que o pioneiro nesta Casa é o Deputado Edson Ferrarini.

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, que também compõe a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao crack e outras drogas e tem feito um trabalho maravilhoso não só como médico que é, mas como cidadão sensível às causas públicas.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, tivemos, recentemente, uma comissão no Senado que tratava inclusive sobre a plantação de drogas, não só o consumo. É de se lamentar.

Hoje, assomo a esta tribuna para dizer que conheci a Silvana Andrade, responsável pela Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais.

Recebemos, através da Anda, uma denúncia que fala sobre o possível extermínio de cães que estaria ocorrendo na cidade de Votuporanga, cidade linda, cidade que aprendi a conhecer e a respeitar. Não estou acreditando nessa notícia, mas, de qualquer forma, teremos que verificar.

O assunto dessa denúncia é a exterminação de animais. O nome da pessoa que faz essa denúncia, através da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais -, é a Sra. Rosana Procópio Moreira. O seu e-mail: rosanavotu@hotmail.com.

Vou ler a denúncia:

Gostaria que vocês divulgassem esta notícia, pois moro em Votuporanga, SP, tenho cachorros e eles estão coletando sangue de todos os animais da cidade para ver se têm leishmaniose. Acontece que no exame que eles estão fazendo, de quase todo mundo está dando a doença. Já na hora que dão a notícia eles pedem para a pessoa assinar uma autorização para eles sacrificarem, pegando as pessoas de surpresa e com medo da doença as pessoas deixam levá-los para matar.

Estão dizendo na rádio que já foram sacrificados mais de 850 animais e para as pessoas tomarem cuidado, pois existem sete casos suspeitos de vítimas humanas. Mas por que eles não divulgam na TV, já que dizem ter tantos casos assim?

 

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- Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.

 

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No meu caso, tenho três cachorras e a doença foi acusada em duas, mas resolvi fazer um exame particular, mesmo parcelando no cartão, pois as amo muito. Algumas vizinhas fizeram também, porque na minha rua foi constado que seis cachorros, incluindo os meus, estavam com a doença. No exame particular que fizemos deu negativo e nos exames deles está dando positivo. Em várias casas as pessoas não deixaram fazer a coleta nos cães.

Resumindo, muitas pessoas estão dizendo que eles estão exterminando os cachorros de Votuporanga, pois eles não fazem a contraprova. Quando as pessoas pedem, eles vêm buscar para matar, dizem que não existe cura, que é só matando. É uma crueldade o que estão fazendo. Estou muito revoltada - muitas pessoas também.

Existem bairros onde já coletaram e levaram todos os cachorros, então me pergunto: onde estão as pessoas com a doença? Por que não divulgam isso, já que dizem haver tantos casos? É revoltante isso.

Desde já agradeço a atenção de vocês, obrigada.”

É a notícia que Dona Rosana envia ao Anda e que eu dou conhecimento a todos através da TV Alesp.

Que a Prefeitura de Votuporanga envie a esta Casa o número de casos de pessoas com leishmaniose, bem como os exames que foram realizados em Votuporanga. Quantos exames foram feitos e quanto deu negativo e positivo.

Termino nossa fala pedindo regimentalmente que cópia do nosso pronunciamento seja enviada à Prefeitura de Votuporanga para que possamos esclarecer a denúncia de Dona Rosana e para saber se lá existe alguém que não ama os animais e estão sacrificando os mesmos, a exemplo do que ocorreu aqui na Vila Mariana: uma senhora sacrificava vários animais domésticos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Nobre Deputado Jooji Hato, além de ser muito grave a denúncia, é regimental o pedido de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, público presente, no primeiro pronunciamento que fiz citei os dados apresentados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino, através do seu sistema eletrônico de apuração dando conta de que no mínimo 52 municípios brasileiros e dois estados não estão investindo o percentual mínimo obrigatório pela Constituição Federal em Educação Pública, em manutenção e desenvolvimento do ensino, que é o que está escrito na tanto na Constituição Federal, no capítulo da Educação que vai do artigo 205 ao 214, como também não a própria LDB, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 9394/96, que estabelece todo o regramento da Educação Brasileira. Há, sobretudo, capítulos versando sobre o financiamento da Educação.

O fato é que estados e municípios ainda desrespeitam a legislação numa área tão importante e estratégica para o desenvolvimento do nosso País. Todos nós defendemos a Educação como principal fator, a principal alavanca de desenvolvimento social, humano, econômico, tecnológico e ambiental do nosso País. No entanto, não há investimento.

Falei ainda sobre a nossa luta em defesa do investimento de 10% do PIB, Produto Interno Bruto, em Educação, lembrando que nos próximos dias provavelmente no dia 12, haverá votação, no Congresso Nacional, do Plano Nacional de Educação.

Estamos preocupados porque o projeto do Governo, juntamente com o Parecer de um Deputado da Bancada do Governo, apresentou a proposta de investir apenas 7, 5% do PIB em Educação Pública. Essa proposta vai de contramão, é um retrocesso à luta histórica do Brasil, dos movimentos sociais, dos movimentos da Educação, do Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública, e de todas as pessoas que querem, desejam e lutam para que o Brasil invista mais recursos na Educação Pública. Por isso que não vamos aceitar nenhum centavo a menos na Educação Pública Brasileira.

Nossa Bancada do PSOL em Brasília está mobilizada. Já apresentamos voto em separado nessa proposta de investir apenas 7,5% do PIB em Educação; nós queremos 10% do PIB em Educação Pública.

Sr. Presidente, como se isso não bastasse - como citei - o desrespeito à Lei Federal nº 11378, que estabelece tanto o piso nacional salarial dos professores das escolas públicas, como também a jornada do piso, lei desrespeitada em vários municípios, estados, inclusive aqui no Estado de São Paulo, o mais rico da federação, também não temos ainda a implantação da jornada do piso. É uma vergonha que o Estado mais rico da federação desconsidere, afronte uma lei federal que beneficia a Educação.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Ao fazer isso, o Governo do Estado de São Paulo, o Governo do PSDB, o Governador Geraldo Alckmin, através da sua Secretaria Estadual de Educação, está atacando os professores da rede estadual, os mais de cinco milhões de alunos matriculados.

Temos, ainda, mais um agravante, Sr. Presidente. Segundo dados do próprio Fundo Nacional de Desenvolvimento, muitos estados e municípios, além de não investirem os 25% do Orçamento na Educação, também incluem, nesses gastos, itens que não são da Educação. E há o consentimento dos Tribunais de Contas Estaduais e municipais; uma verdadeira afronta aos artigos 70 e 71 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Muitos municípios e estados incluem itens que não são de manutenção e desenvolvimento do ensino nas verbas da Educação. Isso também representa um retrocesso imenso para a Educação Brasileira. E com isso o Orçamento perde mais recursos.

No Estado de São Paulo sempre temos um agravante a mais: além do desrespeito à lei federal que estabelece a jornada do piso, aqui temos muitas denúncias de corrupção, de superfaturamento de obras, que é o dinheiro da Educação, principalmente obras que deveriam ser fiscalizadas, e não são, por FDE. Não é à toa que assinamos aqui o pedido para a instalação de uma CPI de FDE, para que possamos investigar as graves denúncias de corrupção em FDE, de superfaturamento de construções escolares, de reformas escolares, de compra de material didático escolar.

É dinheiro da Educação, Sr. Presidente, que é desviado do orçamento da Educação para beneficiar esquemas de corrupção, empreiteiras, construtoras, e FDE é uma autarquia ligada à Secretaria da Educação que deveria fiscalizar, mas há muitas denúncias e queremos apurar. É por isso que queremos imediatamente a instalação da CPI de FDE. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, estive hoje, pela manhã, em Jundiaí, na sede do Clube Nacional, onde participei de um importante debate, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Plásticos e Químicos, o Sindiplástico, defendendo o direito do consumidor, do cidadão.

Desde 25 de janeiro, por uma manobra que entendo mais uma farsa envolvendo a Associação Paulista dos Supermercados, de um lado, e a Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado, do outro, tivemos a cessação da obrigatoriedade de os supermercados do Estado de São Paulo fornecerem sacolas ou embalagens para que os consumidores possam efetivamente transportar os produtos adquiridos.

Chamo de farsa, porque inicialmente, levado pelo enfoque ambientalista, ninguém é contrário ao banimento das sacolas plásticas. Mas quando começamos nos ater ao que está envolvido, que não tem nada de cunho ambientalista, é sim de cunho financeiro, vemos que não é bem assim. Não vamos nem falar em economia, mas em lucro dos supermercados em relação aos 19 centavos, que já está embutido no preço de cada produto disponível, e que a partir de então passou a ser tungado dos compradores; o cidadão acaba pagando duas vezes.

Vamos colocar as sacolas biodegradáveis, as ecobags, ninguém é contra isso, desde que o consumidor não tenha que pagar novamente. Não há mais sacolas ecológicas de 59 centavos; o consumidor vai pagar dois, três reais e em alguns lugares 12, 14 reais, e é justamente isso que estamos tentando mostrar para a população. A farsa é tão grande que o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, votou e vetou essa propaganda da Associação Paulista de Supermercados e do Governo do Estado. Vamos tirar São Paulo do sufoco, que o cidadão está sendo sufocado.

Cumprimento o João Henrique, Presidente do Sindiplastico de Jundiaí e região; o Serginho Leite, da Federação dos Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica, Plásticos, Etanóis; o Miguel Bahiense, da Plastivida; o Reginaldo, do Idecon; o Valmor, ex-prefeito de Jundiaí; o Randal Juliano, que foi Deputado nesta Casa; e mais centenas de cidadãos.

Fizemos questão de fazer essa audiência pública lá em Jundiaí, porque hoje é a terra utilizada como mote do Apas, para dizer que a população está 100% satisfeita. Satisfeita, coisa nenhuma! A população está revoltada em todo o Estado de São Paulo. Uma pesquisa feita pelo Datafolha, na semana passada, mostrou que 69% da população quer o retorno das sacolas gratuitas.

Cumprimento também a Câmara municipal de Presidente Prudente, que na segunda-feira passada votou e criou lei municipal, sancionada na quarta-feira pelo prefeito Tupã.

Tenho o projeto 235 tramitando nesta Casa, em regime de urgência. Mas enquanto a Assembleia dormita, estou propondo às Câmaras municipais, aos prefeitos, que façam a sua legislação municipal, como fez Guarulhos. Vamos dizer “não”, vamos dizer “basta!”

No próximo dia 26 faremos, aqui na Assembleia Legislativa, uma audiência pública para discutir esse projeto 235. Temos convidado a Apas para todos os eventos, como convidamos para hoje, assim como convidamos a Secretaria do Meio Ambiente, mas eles não têm argumentação para discutir. Mostramos estudos científicos demonstrando essa farsa. E a Apas e a Secretaria não conseguem mostrar um estudo científico que demonstre a eficácia do que estão preconizando, a não ser a economia de 900 milhões de reais por ano, por parte da Apas, e ainda um lucro com o aumento da venda dos sacos plásticos, e por preços exorbitantes.

Em Jundiaí, a partir da medida, o preço do saco plástico no supermercado subiu 235% em relação a Campinas, que está a 20 minutos. Em Belo Horizonte subiu 400%.

Estamos colocando as pessoas nas ruas. Vamos em todo o Estado de São Paulo dizer “não”, e estamos organizando para muito breve e num sábado vamos dizer “não” em todo o Estado de São Paulo, a todos os supermercados que estão indo contra o consumidor e a garantia mínima de cada cidadão, simplesmente na busca do lucro ou da economia fácil.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, os bancos de sangue estão vazios em São Paulo, devido ao período de férias e feriado.

Elaborei um projeto onde o doador de sangue pelo menos tenha um incentivo: a meia-entrada nas casas de espetáculo. O Governo deve incentivar que isso aconteça em praças esportivas, espetáculos e similares. Se você não tiver um incentivo para doar sangue, os bancos terão grandes dificuldades.

Propus que as torcidas uniformizadas, como o Corinthians, São Paulo, Palmeiras, entre outras, em vez de disputar quem é mais violenta e comete mais transgressões, promovam uma competição elegendo como vencedora aquela que doar mais sangue e salvar o maior número de vidas. As grandes multidões, se incentivadas, são capazes de atos grandiosos. E é exatamente isso que o meu projeto propõe.

Para que a doação de sangue seja feita, o indivíduo passa por uma entrevista e o seu sangue passa por análises. Quantas vezes vieram até mim pessoas que têm parentes internados e me disseram para intervir pedindo que o quartel promovesse a ida de doadores de sangue capazes de salvar a vida do ente adoentado. Mas não será preciso a minha intervenção, pois o incentivo que estou propondo fará com que muitas pessoas realizem esse grande ato. O meu projeto dá a indivíduos que doarem a maior quantidade de sangue, o direito de pagar meio-ingresso em espetáculos, eventos esportivos, dentre outros, no Estado de São Paulo. Essa medida fará com que seja cessada essa situação caótica que atualmente está acontecendo em relação a bancos de sangue vazios e pacientes que estão começando a ter dificuldades em algumas cirurgias. É visando a melhoria desse quadro que desejamos que o Poder Executivo regulamente essa lei, depois de aprovada por nós, para que possamos incentivar os doadores de sangue.

Sugerimos que a mídia divulgue essa competição entre as torcidas uniformizadas. Em vez de vermos espetáculos degradantes como aquele que aconteceu entre a Mancha Verde e a Gaviões da Fiel em que pessoas foram mortas, preferimos ver uma competição saudável em que o vencedor, aquele que doar mais sangue, receberá um troféu, mas para que isso aconteça precisamos que a mídia se una ao meu projeto que como já disse, premiará o doador de sangue com metade do ingresso para qualquer evento.

Não há porque temer, o indivíduo não corre nenhum risco, pois os nossos equipamentos de coleta de sangue são os mais modernos do mundo e não sofremos riscos de contaminação porque os equipamentos passam por uma rigorosa esterilização após o uso. Assim sendo, o que está faltando para que esse triste quadro de escassez de sangue seja revertido, é o incentivo. Até a Polícia Militar se mobilizou para socorrer os bancos de sangue. Todos os soldados e, inclusive o Comandante-Geral da PM, Coronel Camilo, estavam a postos para abastecer o banco de sangue e dar o exemplo, porém isso não pode acontecer somente em momentos emergenciais, mas constantemente. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O Sr. Presidente - Edson Ferrarini - PTB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, médico, ex-vereador e deputado muito atuante.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro Deputado Edson Ferrarini, Presidente em exercício nesta sessão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp, num pronunciamento anterior, falou-se dos botecos, dos bares - onde se bebe cachaça, cerveja; onde se briga; locais que perturbam todo o entorno... Bem, um empresário disse que estão querendo acabar com as praias de São Paulo. Que praia é essa? Praia não é lugar que incomoda as pessoas. Boteco, sim. Boteco é o mau caminho para os adolescentes.

Será que esses empresários não pensam um pouquinho? Parece que eles não se importam com o que vai acontecer com os adolescentes que se embebedam, com os chefes de família que chegam em casa bêbados, espancando as mulheres, maltratando as crianças. Ele diz que o Deputado Campos Machado quer acabar com as praias de São Paulo!

Quero parabenizar o Deputado Campos Machado pelo projeto belíssimo. Também tenho um projeto similar tramitando nesta Casa. Tentei aprová-lo na Câmara Municipal de São Paulo, enquanto vereador, e não consegui. Saí da Câmara constrangido e até indignado pelo fato de os meus companheiros não terem dado apoio para que eu fizesse essa lei maravilhosa, que iria combater as drogas. O álcool é a porta de entrada para o consumo de drogas.

Lembro quanta dificuldade e oposição tive na Câmara Municipal de São Paulo, como o Deputado Campos Machado vai ter aqui. Mas ele terá o meu apoio total, porque comunga com o meu objetivo, com as minhas leis. O conjunto das minhas leis é a tolerância zero. Fiz a Lei Seca. Quantas vezes apanhei de uma parte da mídia! Os meus opositores falavam da Lei Seca como algo pejorativo.

Depois de 12 anos, essa lei é boa, é aplicada em todas as cidades. Diadema, que seguiu a nossa lei, teve diminuição da violência em mais de 80%. Hoje, a Lei Seca não é mais pejorativa. Ela era conhecida na época de eleições, quando o juiz decretava a proibição do consumo de bebida alcoólica. Parece que todos ficavam revoltados, mas o juiz fazia isso para que não houvesse briga entre os eleitores na boca de urna.

Quero voltar ao projeto do Deputado Campos Machado, que também é meu projeto. Quando estive na União Soviética, não vi ninguém se embebedando nas ruas, nas calçadas. Como foi citado pelo orador que me antecedeu, em Londres, Paris, Viena e outras cidades se faz isso. Tudo bem, mas que haja o consumo, como em Buenos Aires, de um chá, de um chocolate quente, que são bebidas boas. No Líbano não se pode nem beber água na rua, porque o governo não quer ser enganado: pode parecer que o indivíduo está bebendo água, quando, na verdade, é vodca, que é semelhante à água.

O Deputado Campos Machado haverá de aprovar esse projeto. Se Deus quiser, porque aqui existem deputados que acreditam que esse é o caminho da família, que é o mais importante.

Quero ainda a dizer que estivemos em vários locais e tivemos diversos exemplos como a proibição de venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência, que é uma tragédia. Sr. Presidente, continuarei o meu pronunciamento a esse respeito no Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Quando aprovei o projeto da Lei Seca, em seguida fiz a lei que proíbe a venda de bebida alcoólica em postos de combustíveis. Essa segunda lei que fiz foi vetada aqui, mas foi aprovada por outros prefeitos como o Prefeito de Ribeirão Pires, e o de Mauá, Prefeito Osvaldo dias. Outros prefeitos também já estão adotando porque as lojas de conveniência e postos de combustíveis não são locais para venda de bebidas alcoólicas. O indivíduo chega para abastecer o carro e acaba consumindo cachaça ou cerveja e embriagado sai cometendo acidentes e causando mortes.

Quando eu fiz a lei que proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas nas ruas, em logradouros públicos, foi pensando no controle da bebida alcoólica que é uma droga oficializada, mas causa um prejuízo imenso.

Se o tabaco causa 21 bilhões reais por ano, imaginem o quanto causa de prejuízo ao SUS e ao povo brasileiro a bebida alcoólica? Muito mais, talvez o dobro, uns 50 bilhões de reais. E quantos não morrem? Portanto, o prejuízo material e humano é imenso.

Lembremos que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo e que vai liberar a venda bebida alcoólica nos estádios, quando nós proibimos nesta cidade. Onde está a soberania do Estado, do povo brasileiro? Esse povo que é o maior produtor de bebida alcoólica, da cachaça, aliás, uma bebida de baixa qualidade, a pior que tem no mundo, mas é a mais produzida e a segunda mais consumida no País. Que País é esse?

Se não fossem as igrejas, os parlamentares, as associações antialcoólicas e demais pessoas que são contra, nós seriamos os maiores consumidores também. E quantos não precisariam estar fazendo transplantes de fígado? Quanto não se gasta? E quantos não morrem em acidentes?

Então eu quero dizer que elaborei essas leis, mas consegui aprovar apenas uma que é a Lei Seca, que fecha os botecos e controla a venda de bebidas alcoólicas. Não consegui ainda aprovar a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniências e postos de gasolina.

Em supermercados vendem óleo diesel, graxas e lubrificantes, enquanto nos postos de gasolina vendem bebidas alcoólicas, cachaças para os motoristas e coxinhas, ou seja, alimentos que deveriam ser vendidos em supermercados, mas são vendidos regados a BTX, etilbenzeno, tolueno, e xilenos, que estão presentes no petróleo, e são cancerígenos. Esse é o País da inversão.

As autoridades ficam de braços cruzados. Não sancionam, não aprovam, vetam e fica por isso mesmo, enquanto nossos adolescentes estão adoecendo, são atropelados, são acidentados e são mortos, entristecendo a família brasileira.

Os pais pensam que estão na igreja, mas estão nos postos de combustíveis, nas lojas de conveniência, causando a maior zorra total, meu caro Deputado Edson Ferrarini.

Quero finalizar fazendo uma reflexão: Não dá mais para aceitar isso. Se nós temos 21 bilhões de reais em prejuízo com o tabaco, certamente com a bebida alcoólica temos o dobro ou o triplo desse gasto. Não é investimento, mas um gasto.

Elaborei essas leis porque entendo que há dois pilares que sustentam a violência: bebida alcoólica e drogas e a arma ilegal que mata e entristece as pessoas. Se conseguirmos quebrar estes dois pilares, teremos mais segurança; se tivermos segurança, teremos mais qualidade de vida; se tivermos qualidade de vida e segurança, atrairemos mais investimento, emprego e desenvolvimento.

Por isso, somos contra a venda de bebidas alcoólicas nos logradouros públicos. Lugar público é para dar exemplo e não ficar na entrada dos prédios das universidades, da PUC, Mackenzie, lotada de alunos que, em vez de ir para a casa descansar para estudar no dia seguinte, ficam bebendo. E ficam ainda perturbando no seu entorno, não deixando ninguém dormir. O projeto do Deputado Campos Machado haverá de ser aprovado, sim, se Deus quiser. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, público presente, telespectadores da TV Assembleia, de volta à tribuna gostaria de dizer primeiramente que estamos já denunciando há muito tempo na Assembleia Legislativa o colapso das políticas sociais no Estado de São Paulo. São políticas antissociais organizadas pelos Governos do PSDB na Educação pública; na Saúde pública que está sendo totalmente privatizada e entregue às Organizações Sociais; nos transportes metropolitanos, principalmente trens do Metrô e da CPTM; e na Segurança Pública, um dos mais graves do nosso Estado. O PSDB, com a sua política antissocial, está destruindo sistematicamente todas essas áreas que estão falidas no Estado de São Paulo.

Há outro colapso que gostaria de citar, que é da área de pagamento dos precatórios, principalmente os alimentares que o Estado deve a milhões de servidores públicos do nosso Estado, inclusive a aposentados e pensionistas. As dívidas a serem recebidas viraram precatórios alimentares e há um colapso porque o Governo não paga corretamente, primeiro porque precatório já é um verdadeiro golpe do Estado contra os servidores, pensionistas e aposentados.

Como se já não bastasse isso, tivemos a aprovação da Emenda Constitucional nº 62, em 2009, que só piorou a situação e protelou ainda mais o pagamento dos precatórios no nosso país. O PSOL foi um dos únicos partidos que votou contra essa emenda no Congresso Nacional. Os maiores partidos do Brasil, PSDB, PT, PMDB, PPS, PTB, votaram a favor dessa emenda para que os seus prefeitos e governadores fossem protegidos, e não a população, servidores, aposentados e pensionistas. A emenda foi aprovada contra os servidores e o Estado utiliza este argumento para protelar o pagamento. Esta emenda autoriza, por exemplo, a criação do leilão de precatórios. Ou seja, a pessoa receberá se renunciar a uma boa parte do que ela tem a receber. Ela recebe antes do prazo e não fica nessa fila eterna de 15, 20, 30 anos para receber o seu precatório. Mas, em troca, ela renuncia muitas vezes a metade do valor que deveria receber. É um golpe, é um atentado ao estado democrático de direito.

Aqui, em São Paulo, a situação é pior. Primeiro, porque o Estado de São Paulo é o Estado que tem a maior dívida do Brasil com precatórios. A dívida de precatórios no Estado de São Paulo beira a faixa de 20 bilhões de reais. A prefeitura de São Paulo tem uma dívida de mais de 10 bilhões de reais, mas o Estado tem 20 bilhões de reais. É dinheiro da população, dos servidores, dos aposentados, dos pensionistas e de pessoas que tiveram seus imóveis desapropriados.

Agora, tem um agravante: o Governo do Estado está pagando menos do que pagava nos anos anteriores. Tem a proposta do Governo estadual de não pagar o valor de mercado das desapropriações. Vai pagar apenas o valor venal das desapropriações. A diferença entre o valor venal e o valor de mercado o governo vai pagar no precatório; ou seja, vai incluir essa diferença do valor nos precatórios. Daí que a pessoa não vai receber mesmo. Ela entra nessa lista eterna. Isso é um atentado. Com eu disse, é um atentado à ordem jurídica, a um estado democrático de direito. Um atentado também à população, que é vítima de um Estado autoritário. Diria que, nesse caso, é quase que totalitário porque o cidadão comum não tem como se defender desse poder de Estado.

Nesse sentido que nós exigimos aqui agilidade no pagamento dos precatórios e, sobretudo, que haja mais transparência, o entendimento maior entre a Secretaria da Fazenda e o Tribunal de Justiça. Esses dois setores não se acertam. Então temos uma situação muito difícil porque tem prejudicado muitas pessoas que tiveram seus imóveis desapropriados pelo Governo do Estado, mas, sobretudo, pessoas que têm os precatórios alimentares, servidores públicos, aposentados, pensionistas. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia com o PL 903/09 e PL 457/11 vetados.

Havendo acordo de líderes, antes de levantar a sessão, convoco V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia do dia 31 de maio e os aditamentos ora anunciados, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o “Dia da Comunidade Italiana”.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 43 minutos.

 

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