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27 DE MAIO DE 2013

074ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OSVALDO VERGINIO

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Informa os males que o tabagismo ocasiona à Saúde Pública no País. Lamenta a verba gasta, no Brasil, com doenças causadas pelo cigarro. Considera que 13% das mortes no País são relacionadas ao fumo. Explica que, embora as empresas tabagistas paguem altos impostos ao Poder Público, o gasto com as doenças que o cigarro ocasiona é ainda maior. Esclarece que, enquanto membro da Comissão de Saúde desta Casa, vai lutar contra a prática do fumo.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Expressa seu pesar pela morte do jornalista Roberto Civita, diretor editorial e presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril.

 

004 - OSVALDO VERGINIO

Elogia o pronunciamento do deputado Welson Gasparini sobre as doenças causadas pelo fumo. Manifesta-se contrariamente à aplicação excessiva de multas através de radares no estado de São Paulo.

 

005 - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Critica projeto de lei, de autoria do governador Geraldo Alckmin, que prevê a privatização do Pico do Jaraguá, do Parque Estadual de Campos do Jordão, do Parque Estadual da Cantareira, da Estação Experimental de Itirapina e da Floresta Estadual de Cajuru, em Altinópolis. Informa que os movimentos sociais que atuam na defesa do meio ambiente no estado de São Paulo estão mobilizados contra esta medida.

 

006 - OSVALDO VERGINIO

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Critica o hábito de ouvir música em volume alto em vias públicas. Cita casos de crimes ocorridos em decorrência de ruídos altos praticados por vizinhos. Explica que aprovou projeto de lei nesta Casa visando coibir esta prática, mas a matéria foi vetada.

 

008 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

009 - OSVALDO VERGINIO

Retoma seu pronunciamento sobre a aplicação excessiva de multas no estado de São Paulo, em especial na cidade de Osasco. Defende a instalação de redutores de velocidade ao invés de radares em grandes avenidas. Solicita que os radares que fiscalizam a velocidade não funcionem durante a madrugada.

 

010 - ENIO TATTO

Informa sua presença em inauguração de agência da Previdência Social na zona sul de São Paulo, na região de Cidade Ademar e Jabaquara. Lembra que há alguns anos havia muitas reclamações sobre o atendimento em postos da Previdência Social. Destaca que há cem novas agências desta natureza no estado de São Paulo. Elogia o investimento na modernização da Previdência, realizado pelo governo federal. Comemora a instalação de equipamentos públicos na periferia das grandes cidades.

 

011 - Presidente JOOJI HATO

Elogia o pronunciamento do deputado Enio Tatto e informa sua presença em inauguração de agência da Previdência Social na região do Butantã.

 

012 - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Cita reclamações de diversas mães sobre a falta de transporte escolar gratuito para os alunos de escolas da rede pública estadual, em São Paulo. Esclarece que a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) tem contrato com a empresa de transporte escolar Bonauto neste sentido. Pede cumprimento de decisão judicial que solicita que este contrato seja retomado ou rompido, desde que se restabeleça o serviço de transporte às crianças.

 

013 - LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

014 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, com a finalidade de "Comemorar o Dia do Contabilista". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Rui Falcão (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Vitor Sapienza (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas: Fumar é feio e pode matar. Aproveito para denunciar, mais uma vez,  o grave problema representado pelo tabagismo na saúde pública deste País. Tenho em mãos uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”  afirmando:  o Brasil gasta 21 bilhões de reais com o tratamento de doenças relacionadas ao tabaco.

Segundo a reportagem de Lígia Formenti, baseada em estudo da Aliança de Controle do Tabagismo, o Brasil gastou, no ano passado, 21 bilhões de reais no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro, valor equivalente  a 30% do Orçamento do Ministério da Saúde, sendo 3,5 vezes superior ao  valor arrecadado pela Receita Federal com produtos derivados do tabaco no mesmo período.

Destaco, mais uma vez,  o absurdo dessa situação: o Brasil gasta 21 bilhões de reais com tratamento de doenças relacionadas com tabaco. Mas não é só: o  estudo demonstra ainda ser  tabagismo  responsável por 13% das mortes no País; são  130 mil óbitos anuais, resultando em 350 óbitos por dia.

Gostaria de chamar a atenção,  principalmente, dos fumantes: no Brasil, morrem por ano 130 mil pessoas vítimas do vício do cigarro. Os resultados são frutos da análise de dados de 15 doenças relacionadas ao cigarro. Quatro delas - cardíacas, pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão e acidente vascular cerebral - responderam por 83% dos gastos e dos óbitos.

Sr. Presidente: isso é verdade ou mentira?  Sendo verdade, é preciso  nossas autoridades e governantes tomarem uma atitude muito mais séria a respeito do consumo do tabaco, mesmo porque uma série de doenças com as quais nos preocupamos são relacionadas ao fumo.

A entidade representativa dos  produtores de cigarro diz o seguinte: “nós pagamos uma quantidade incrível de tributos;  então,  se houver essa luta contra o cigarro, o Brasil vai perder uma alta arrecadação de impostos, além da alta quantidade de empregos concentrados nesta atividade”.

Se , de um lado, a indústria do tabaco recolheu nove bilhões e 300 milhões de reais em tributos, de outro, o  Brasil gastou 21 bilhões de reais com o tratamento de doenças relacionadas ao fumo.

Volto a insistir: é preciso  um trabalho muito sério por parte de nossos governantes. Vamos usar principalmente o ensino nas escolas mostrando para os

jovens esses dados impressionantes.    Informem os 130 mil óbitos anuais decorrentes de doenças originadas do  uso do cigarro, numa média de 350 por  dia.

Como membro da Comissão de Saúde desta Casa, vou fazer da luta contra o cigarro uma bandeira. Temos de fazer de tudo para conscientizar a população da gravidade dessa questão.

Durante muitos anos colocaram na cabeça do povo, principalmente dos jovens, que era bonito fumar. Todo artista, em todo filme ou novela, aparecia fumando. Era bonito fumar; hoje fumar é feio porque  o cigarro mata.

Vamos reagir, Sr. Presidente. Ocupando esta tribuna, quem sabe, podemos alertar aqueles alheios a essa realidade triste: no Brasil, diariamente, morrem  350 pessoas vítimas de doenças provocadas pelo cigarro.!!!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência traz, em nome de todos os deputados e da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, o voto de pesar pelo passamento do grande jornalista Roberto Civita, da editora “Abril”. A revista “Veja”, uma das maiores revistas em circulação, é impressa pela “Abril”.

Trazemos aos familiares, amigos e leitores os nossos profundos sentimentos de pesar e solidariedade à família enlutada.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público, telespectadores, internautas, é o início de mais uma semana curta em razão do feriado.

Quero cumprimentar o deputado Welson Gasparini pelo seu pronunciamento. Realmente, o tabagismo é hoje uma das grandes causas de câncer de pulmão e de mortalidade do nosso País e do mundo. É bom conscientizar as pessoas, não somente pelas fotos colocadas no maço de cigarros. Elas dizem: vou fumar, vou morrer mesmo. É um vício.

Gostaria de falar sobre a questão das multas.

Dias atrás, assisti a uma reportagem que falava do montante arrecadado pelas multas. Qualquer cidade pequena hoje tem um radar. Não se preocupam mais em colocar as chamadas “tartaruguinhas”, que também diminuem a velocidade. Acabam colocando radares. O radar está acabando com a vida do motorista.

Às vezes, em uma falhazinha, a pessoa perde sua Carta. Em Osasco, na Av. Flora, existe um radar em frente a uma escola. Ele funciona 24 horas por dia. A pessoa perde sua Carta, são pontos e mais pontos, porque ninguém vai parar à meia-noite ou à uma hora da manhã para esperar o semáforo ficar verde. Portanto, peço aqui a todos os prefeitos, do interior e da capital, que deem atenção à questão dos radares.

Sr. Presidente, hoje encerro por aqui. Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Osvaldo Verginio.

 

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O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, imaginei que já tinha visto de tudo nesses dois anos no Parlamento da Assembleia Legislativa e durante o período em que fui presidente do sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região. Vi uma sanha privatista do PSDB, não só no estado de São Paulo, mas em todo o País. Mas agora o PSDB, através do Sr. Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo, chega ao limite de querer privatizar o Pico do Jaraguá.

É isso mesmo que vocês ouviram. O governador do estado de São Paulo encaminhou o Projeto nº 249 à Assembleia Legislativa, de 30 de abril de 2013, propondo a privatização do Pico do Jaraguá.

Já foram privatizados o Banesp, a Nossa Caixa, a Eletropaulo e boa parte da Sabesp também já foi desmontada. Agora o governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin apresenta um projeto na Assembleia Legislativa para privatizar o Pico do Jaraguá, o Parque Estadual de Campos do Jordão, o Parque Estadual da Cantareira, a Estação Experimental de Itirapina e a Floresta Estadual de Cajuru, em Altinópolis. Qual será a percepção que o PSDB tem deste Estado?

A economia no Brasil tem melhorado e, consequentemente, a situação das empresas. Bancos como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão investindo nas empresas brasileiras e colocando-as em outro patamar. No estado de São Paulo, perdemos a Nossa Caixa devido aos governantes que estão aqui há mais de 20 anos. Mas privatizar, vender o Pico do Jaraguá é um absurdo!

O Pico do Jaraguá é um parque estadual próximo à Anhanguera e ao Jaraguá. A população local e até de outras regiões do Estado vão visitá-lo frequentemente. É o espaço das caminhadas e do lazer de boa parte da população de Pirituba e da região do Jaraguá, uma área bastante visitada pela população da Zona Oeste de São Paulo. Agora, vemos o governador do estado de São Paulo encaminhando um projeto de lei para vender o Pico do Jaraguá. O mesmo vale para a Serra da Cantareira, na Zona Norte de São Paulo. Boa parte da população da região de Guarulhos utiliza o local.

Mais uma vez o governador está querendo privatizar o que é do povo do nosso Estado.

A bancada do Partido dos Trabalhadores já está conversando com as entidades e movimentos sociais da região, que atuam na área da defesa do Meio Ambiente no estado de São Paulo. Não podemos aceitar mais essa privatização, mais essa venda do patrimônio público, que o PSDB quer fazer. Vender o Pico do Jaraguá e a Serra da Cantareira é um absurdo.

Este governo já percebeu que, quando vendeu a Nossa Caixa e o Banespa, dificultou o crescimento da agricultura no nosso Estado. Hoje ela vive apenas da cana-de-açúcar, que está espalhada no estado inteiro, porque perdemos esses dois bancos importantes, que financiavam a agricultura e potencializavam o setor industrial e o crédito.

Agora que não sobrou mais nada, o governador Geraldo Alckmin e o PSDB querem vender o Pico do Jaraguá, o Parque Estadual da Cantareira, o Parque Estadual de Campos do Jordão, a Floresta de Cajuru e a Estação de Itirapina.

Não bastava vender os bancos, a área de energia, a Eletropaulo e a Sabesp. Agora querem vender os parques estaduais que ainda temos. A população e o Partido dos Trabalhadores não aceitam isso. Faremos uma grande campanha para que isso não aconteça no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Continuando com o Pequeno Expediente, tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, caríssimo deputado Osvaldo Verginio, Srs. Deputados, telespectadores, existem problemas no dia a dia de todos os cidadãos. Obviamente, todos os cidadãos buscam a qualidade de vida. Principalmente nos grandes centros e metrópoles, nas capitais e cidades densamente urbanizadas, não a temos.

Convivemos com algo que parece tão simples, mas que ninguém se incomoda em organizar: o barulho. A sonorização ensurdecedora incomoda a muitas pessoas. Crianças querem descansar para estudar no dia seguinte. Trabalhadores querem repousar e ganhar energia para trabalhar no dia seguinte. As pessoas não conseguem descansar nas grandes cidades.

Aprovamos uma lei na semana retrasada e sonhamos que haveríamos de ter uma cidade menos barulhenta, condizente com a qualidade de vida que queremos. Não teríamos pessoas com problemas causados por essa intensa agressão ao aparelho auditivo, procurando hospitais, ambulatórios e profissionais como otorrinolaringologistas.

Temos veículos pequenos que parecem trios elétricos. Encostam-se em frente a botecos, postos de combustíveis e outros locais, abrem a sonorização com mais de 100 ou 200 decibéis, perturbando todo o entorno. Fazem isso em zonas residenciais, em frente às residências das pessoas, e acabam perturbando-as.

Chamamos a polícia, que diz não ter o decibelímetro. Ficamos à mercê da sorte, porque essas pessoas, para mim, são marginais. Elas não atendem às leis e acabam agredindo as pessoas que querem descansar.

Nós somos obrigados a fazer boletins de ocorrência, como já fiz várias vezes, inclusive indo de pijama à delegacia, por conta de indivíduos que chegam de madrugada na frente da minha casa e ligam o som, perturbando a minha família e de meus vizinhos.

Infelizmente este projeto foi vetado. Quem sabe, talvez, a Assembleia Legislativa possa derrubar o veto e promulgar esta lei tão importante para nós. Parece algo infantil, parece um problema pequeno e sem significado, mas que às vezes traz consequências muito graves, como o que aconteceu no bairro do Tamboré. Lá, o Sr. Vicente, um empresário de 61 anos, perturbado por barulhos dos vizinhos, subiu ao apartamento de cima e acabou assassinando o casal Fábio e Miriam. Uma criança ficou órfã.

Assim é em várias cidades, em vários locais. Parece-me que a TV Record trouxe uma reportagem sobre cidades barulhentas, em que se mostram esses barulhos, esses incômodos que parecem simples, mas que trazem consequências graves. Na Vila Madalena, houve uma pessoa que desceu de seu apartamento e chegou atirando nos clientes de um bar. Assim acontece, e é por isso que nós fizemos e propusemos este projeto de lei, que foi aprovado aqui, mas vetado pelo governador.

Talvez nós pudéssemos ter começado a organizar essas baladas a céu aberto, onde se consomem bebidas alcoólicas, crack, cocaína, heroína e até óxi. Infelizmente, parece que os governantes são insensíveis, não enxergam, não sentem, e acabam deixando uma lei tão importante. Ela foi aprovada em primeira votação na Câmara Municipal de São Paulo, através dos vereadores Antonio Carlos Rodrigues, hoje senador da República pelo PR, Dalton Silvano e outros vereadores, se não me falha a memória. Quem sabe não se consegue aprová-la em segunda votação. Talvez o prefeito Fernando Haddad sancione esta lei que eu não consegui fazer promulgar no estado de São Paulo. Apresentei esta lei na Câmara Municipal de São Paulo há mais de dez anos, mas tive a felicidade de ver outros vereadores que lá reapresentaram este projeto.

Caso o prefeito Haddad sancione na Capital, talvez outras cidades sigam o exemplo. Infelizmente não consegui, através da Assembleia Legislativa, promulgar em todas as cidades. Todas as cidades, do litoral e do interior, vivem momentos assim, momentos difíceis.

Finalizo aqui, nobre deputado Osvaldo Verginio. Vossa Excelência aprovou esta lei na cidade de Osasco. Meus parabéns. Osasco tem direito à qualidade de vida, mas acredito também que a Capital, a Grande São Paulo e os mais de 644 municípios paulistas tenham também o mesmo direito que Osasco. Sonho com isso. Peço ao prefeito Fernando Haddad que sancione esta lei, caso se aprove em segunda votação na Câmara Municipal de São Paulo, este projeto que foi de minha autoria.

Deixo aqui mais uma vez meu agradecimento pela tolerância, Sr. Presidente, e peço a Deus que ilumine o prefeito Fernando Haddad, que ele ajude a trazer ordem pública à Capital. Se acontecer na Capital haverá uma ressonância, pois propagará para outros municípios deste País. Certamente virará uma lei nacional, como virou a lei seca, a lei de fechamento dos bares e a lei do silêncio, que aprovamos no município de São Paulo e foi seguida por Diadema e outras cidades.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OSVALDO VERGINIO - PSD - Obrigado, deputado Jooji Hato. O projeto de V. Exa. tinha boas intenções. Certamente, o prefeito de São Paulo o colocará em votação em breve. Vossa Excelência, com toda certeza, poderá participar desse projeto, juntamente com os vereadores, pelo menos em nível municipal.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Quero parabenizar o nobre deputado Osvaldo Verginio pela feliz ideia em relação a essa lei aprovada em Osasco, sobre o controle da sonorização desses verdadeiros “trios elétricos”, que são feitos em carros tão pequenos e que trazem tantos malefícios para a saúde, para o aparelho auditivo e para as famílias.

Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, visitantes, funcionários desta Casa, gostaria de retomar meu discurso, interrompido há alguns minutos, por motivos de saúde.

Primeiramente, gostaria de cumprimentar as pessoas de Osasco que estão nos assistindo e que me mandaram algumas mensagens. Obrigado pela audiência.

Estávamos falando sobre a questão das multas. É claro que há motoristas irresponsáveis, mas há também pessoas capazes, responsáveis. Tivemos acesso, no Poupatempo de Osasco, ao número de pessoas que entregaram suas cartas este mês. Foram quase 140 motoristas. Algumas pessoas receberam multas e nem sabem do que elas tratam. Multas de farol, radar, cinto de segurança.

Um rapaz recebeu uma multa por falta de cinto de segurança, sendo que seu carro possui a película número três. É muito difícil para um policial, um guarda municipal ou um agente de trânsito enxergar através dela. Está havendo um abuso. Não se pode punir as pessoas desta forma. Os agentes de trânsito estão pegando os motoristas e simplesmente os multando. Não querem saber quem é a pessoa, quem não é, o que ela faz. Estão multando as pessoas e elas não podem mais dirigir seus veículos, pois precisam entregar suas cartas.

E, atualmente, para tirarmos uma habilitação, precisamos passar por diversos cursos, por várias etapas. Mas, para perdê-la, é rápido. Uma pessoa que trabalha no departamento de trânsito, que às vezes sequer é concursada, retira sua carta, em decorrência de multas.

Não sou contra radares, sou favorável a eles. Mas também sou a favor de redutores de velocidade, ao invés de radares. Nas rodovias estaduais, além do pedágio caro, temos que conviver com verdadeiras arapucas, em todos os cantos. São radares, em tripés, escondidos, para pegar as pessoas que andam a 121 ou 122 km/h. Dirigindo esses carros potentes que temos hoje no Brasil, basta uma distração para ultrapassarmos essa velocidade. E o motorista que trafega a 121 km/h recebe uma multa de 180 reais e perde de quatro a sete pontos na carteira. Já pagamos um pedágio caro, já pagamos tudo.

Por que os radares ficam escondidos? Porque há uma resolução que dá às empresas o direito de escondê-los. Isso é um absurdo. Não concordo com isso. Não concordo com o fato de alguns radares ficarem ligados por 24 horas.

Citei a Av. Flora porque ela tem sido uma das grandes causadoras da perda de carteiras em Osasco. Tenho certeza de que mais de 15% dos motoristas da cidade perderam suas cartas neste local, devido ao radar localizado em frente à escola Luciano Felício Biondo. Ele funciona 24 horas por dia. Os vereadores estão cansados de pedir para que retirem esse radar, ou que o deixem ligado apenas no horário de saída dos alunos. Ou então que coloquem um guarda municipal, para tomar conta.

Estou aqui reclamando e desabafando. Algumas pessoas me perguntaram: “você também foi multado lá, Osvaldo?”. Pior que fui multado sim, não vou mentir. Não estou nervoso com a multa que levei. Era bem tarde e, portanto, não pude parar.

Estou reclamando e pedindo para que as autoridades competentes do trânsito, não somente da cidade de Osasco como também da região oeste e da Região Metropolitana de São Paulo, analisem melhor essa questão dos radares.

As empresas arrecadam e repassam muito pouco às prefeituras. O mesmo ocorre com a Zona Azul, que repassa, hoje, 10% ao município. E os 90% para onde vão? Estou vendo esses grandes problemas e não posso fazer nada. Quero um trânsito organizado e uma real mobilidade urbana, mas que, para isso, as pessoas não sejam punidas dessa forma.

Para se tirar uma habilitação de motorista é uma complicação danada. Enquanto são necessários tantos exames para tirá-la, poucos segundos bastam para perdê-la. Esta é a minha indignação.

Peço às autoridades competentes que não coloquem radares 24 horas nas cidades, porque as pessoas precisam trafegar à meia-noite ou à uma hora da manhã para voltar as suas casas com segurança. Se você parar em um farol à meia-noite, pode ter certeza de que receberá uma pancadinha no vidro e haverá um assalto ou até mesmo um sequestro relâmpago.

Portanto, peço encarecidamente aos setores competentes de trânsito da cidade de Osasco e da região oeste que revejam essa questão dos radares 24 horas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e público que nos assiste. Hoje, às dez horas da manhã, participei, na região da Cidade Ademar, Jabaquara, zona sul da Capital, de mais uma inauguração de agência da Previdência Social, localizada na Av. Santa Catarina. Lá estavam presentes os deputados federais Carlos Zarattini, Ricardo Berzoini, que já foi ministro da Previdência Social, e Arnaldo Faria de Sá.

Gostaria de destacar o quanto a população se sente agradecida e contente quando inauguramos um equipamento dessa natureza. Trata-se de uma agência completa, que irá prestar todo tipo de serviço à população daquela área.

Quando se inaugura uma agência da Previdência Social, e esta no caso irá beneficiar principalmente a Cidade Ademar e a região do Jabaquara, desafogam-se outras. Esta é a sexta agência inaugurada na zona sul de São Paulo. Digo isso porque há 12, 15 anos o problema do mau atendimento da Previdência Social era o assunto dos jornais em todo o Brasil.

Havia filas e mais filas, um sofrimento enorme para toda a população. A pessoa que quisesse requisitar a sua aposentadoria precisava agendar e o processo demorava muito, a reclamação era enorme. Quem quisesse marcar uma perícia médica precisava enfrentar uma fila extensa, a reclamação também era enorme.

Hoje, graças a Deus, percebemos que isso está ficando para trás. A Previdência Social não ocupa mais as páginas dos jornais, porque o governo federal, com os governos Lula e Dilma, propôs a descentralização e a modernização. A mudança ocorreu ao ponto que, hoje, se a pessoa estiver com a documentação em ordem ao requisitar a aposentadoria, em 15 minutos já sai da agência aposentada.

É um belo avanço na prestação de serviço que a população vem usufruindo no Brasil. Tudo isso se deve ao enfrentamento do problema.

O deputado federal Ricardo Berzoini contou a história da autarquia e lembrou que há pouco tempo, antes de haver essa modernização, antes de o governo do PT assumir, estava na pauta a privatização da Previdência Social, era passar para a iniciativa privada. E o governo, em vez disso, modernizou, investiu, está abrindo agências no Brasil todo. Aqui no estado de São Paulo são100 novas agências.

Por isso que melhorou. Por isso que a população está mais contente; a população está sendo mais bem atendida. E nós não vemos mais as péssimas notícias sobre o sofrimento da população nos meios de comunicação.

Portanto, parabenizo toda a direção da Previdência Social, o querido Gabas, Secretário Executivo do ministro, fazendo um trabalho excelente - e é de São Paulo - e tem feito todo esse trabalho maravilhoso em nosso Estado. E parabéns, principalmente, à Dulcina Aguiar, que é a superintendente do Estado de São Paulo. Presente lá todo o seu corpo técnico, o gerente da Região Sul, e os funcionários daquela agência e de toda a Cpital.

Percebíamos a satisfação deles de ter estrutura para poder prestar um bom serviço à população. Não deixaram de reivindicar que é preciso mais funcionários, há necessidade de se fazer concursos públicos, mas tudo isso porque ficamos um grande tempo sem ter concurso público no País para que profissionais viessem prestar serviço na Previdência Social.

Então, uma bela agência vai atender muito bem à Zona Sul de São Paulo, somando-se às outras cinco já existentes. Antigamente só tinha uma agência em toda a Região Sul de São Paulo, que era ali na Elias Zarzur, em Santo Amaro; depois veio a agência da Vila Mariana, na Santa Cruz. Hoje há pelo menos seis ou sete agências prestando esse serviço para a população.

Então, esse foi mais um passo importante do Governo Federal, assim como outras coisas, deputado Luiz Claudio Marcolino. A toda hora estamos inaugurando agência da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil; dá para percebermos o tanto que está melhorando a prestação de serviço para a população. E não é só nas regiões centrais não; é na periferia, nos fundões, nos grotões, onde a população tinha mais dificuldade ao acesso a equipamentos públicos.

Parabéns à presidenta Dilma Rousseff, parabéns ao Ministério da Previdência Social, e parabéns a toda a população da Zona Sul de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental. Antes, porém, quero parabenizar o nobre deputado Enio Tatto pela sua fala, e dizer que estivemos há cerca de um ano, no Butantã, eu juntamente com o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino, estivemos lá na inauguração de uma sede também no Butantã, que faz o mesmo trabalho aqui do Jabaquara. Quero lembrar também que o ministro da previdência - nosso ministro - é um grande aliado do Partido dos Trabalhadores. Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente em exercício, nobre deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, viemos aqui no primeiro semestre a partir de uma solicitação, a partir de uma audiência pública que realizamos - do Metrô 24 horas - solicitação essa feita por várias mães que moram na região de Guarulhos, Suzano, Santo André, Mogi das Cruzes, Poá, que fizeram uma reclamação dizendo que seus filhos não estavam conseguindo ir à escola porque não tinha transporte escolar do estado de São Paulo para fazer o atendimento aos alunos daquela região.

E fomos procurados no mesmo período, pelo Sintradete que é o sindicato responsável que organiza os trabalhadores em transporte escolar do estado de São Paulo, colocando uma reclamação dizendo que no final do ano próximo passado, o contrato firmado entre a Fundação para o Desenvolvimento da Educação, FDE, poderia estar desarticulando o transporte escolar na região do estado de São Paulo. Naquele momento nós procuramos o secretário de Educação do estado de São Paulo que acumulava a Presidência do FDE, colocando a preocupação de que três mil trabalhadores poderiam perder o seu emprego e, ao mesmo tempo, os alunos dessa região poderiam ficar sem transporte escolar, e foi praticamente o que aconteceu durante os meses de março, abril e maio. O secretário argumentou que, por força de uma decisão judicial, teria que manter o contrato entre a Bonauto e a FDE.

Levantamos o contrato firmado entre a FDE e essa empresa de transporte escolar e percebemos que o valor acordado é de 44 milhões e 102 mil reais, ainda temos outro contrato no valor de 27 milhões e 718 mil de reais. Esses são os contratos que têm sido executados pela FDE, mas os alunos dessa região ainda não conseguem ir à escola por falta de transporte escolar.

Nesta semana tomamos conhecimento sobre uma decisão judicial para que seja rompido o contrato com a empresa de transporte escolar, mas até agora nada aconteceu. Continuamos recebendo denúncias dos moradores dessa região falando que em Guarulhos, Suzano, Santo André, Mogi das Cruzes e Poá, a Bonauto ainda continua operando no transporte de alunos. A empresa está operando, está recebendo contratos, mas não está honrando seus compromissos com os trabalhadores e nem com a população das cidades mencionadas.

Apresentamos o acórdão assinado em 10 de abril de 2013, pelo Sr. José Maria Câmara Junior, relator do processo; temos a representação do sindicato que enviou ao presidente da FDE, Sr. Barjas Negri, o encaminhamento para a solução do problema. Outro encaminhamento foi feito para a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, enviado pela Sintradete. Um outro requerimento de reunião também foi encaminhado pela Secretaria de Transporte para o responsável pelos contratos da empresa de transporte escolar, Sr. Marcelo. Então, para todas as áreas responsáveis o Sindicato dos Trabalhadores já encaminhou um requerimento, mas até agora não houve uma solução para o problema. É importante lembrar que esse contrato foi assinado no final do ano passado, dia 21 de dezembro de 2012, pelo Sr. Antonio Henrique Filho, responsável pela diretoria administrativa e financeira, e por João Batista Domingos da Costa, gerente administrativo da FDE.

Temos o compromisso do então secretário da Educação de que o contrato firmado tem que ser honrado em virtude de uma decisão judicial. Existe uma decisão judicial para que a população de Guarulhos, Suzano, Santo André, Mogi das Cruzes e Poá seja atendida, mas até agora essa decisão judicial que era para ter sido cumprida a partir do mês maio não foi cumprida.

Peço, Sr. Presidente, que o meu pronunciamento seja encaminhado ao presidente da FDE e à Secretaria de Educação para que efetivamente possa ser cumprida a decisão judicial que já foi proferida, mas que até agora não foi cumprida, pois os alunos das cidades que eu mencionei ainda estão sem transporte escolar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa., nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da 72ª Sessão Ordinária, lembrando-os ainda da sessão solene, hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Contabilista.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 20 minutos.

 

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