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02 DE AGOSTO DE 2011

075ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ULYSSES TASSINARI, WELSON GASPARINI e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: JOSÉ CÂNDIDO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - JOSÉ CÂNDIDO

Discorre sobre projeto, criado pelo Governador Geraldo Alckmin, que restringe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Considera importante a aprovação da norma em razão dos males causados pelo consumo desse produto. Comenta sobre a votação do Orçamento do Estado de São Paulo.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença da Vereadora Mônica de Fátima Dias Nunes Lemes, da Cidade de Santa Branca, do Vale do Paraíba; do Presidente da Câmara Municipal, Hélcio Luiz Castello de Moraes; e do coordenador do PCdoB, do Vale do Paraíba, Cláudio Silva, acompanhados pelo Deputado Pedro Bigardi.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Critica a reestruturação de unidades da Polícia Militar da Cidade de São Paulo, anunciada pelo Comando da Polícia Militar. Cita decretos feitos, nos últimos anos, que criaram unidades da Polícia Militar. Alega que a nova proposta de reestruturação deverá extinguir 8 batalhões, mais de 20 companhias. Informa que pediu auxílio ao Secretário da Segurança Pública para evitar a mudança.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Elogia a decisão proferida pelo STF relativa à profissão de músico. Pede pelo o julgamento da ADPF 183, protocolada no STF desde 2009, que visa à revogação de 22 artigos da Lei Federal 3.857/60. Explica que essa ADPF tem o intuito de anular a obrigatoriedade de pagamento de anuidade à Ordem dos Músicos do Brasil. Menciona projetos aprovados por esta Casa sobre a questão.

 

006 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Registra seu apoio ao projeto de lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Explica que a matéria tem o intuito de também proibir o consumo em estabelecimentos comerciais. Sugere a redução de pontos de venda dessas bebidas. Questiona o uso livre de drogas em diversos espaços sociais.

 

008 - ALENCAR SANTANA

Menciona a visita feita pela Frente Parlamentar da Comissão de saúde à Santa Casa de Suzano. Destaca a importância do serviço prestado pelo Hospital Stella Maris à população. Diz que essa unidade carece de recursos para continuar funcionando. Pede apoio às autoridade competentes para evitar seu fechamento.

 

009 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

010 - MARCOS MARTINS

Parabeniza a Comissão de Saúde. Fala sobre o cumprimento da lei que proíbe o uso de amianto em São Paulo. Informa que foram encaminhadas para o aterro de Tremembé as 1.500 toneladas desse produto que estavam armazenadas em Mogi das Cruzes. Congratula o Senador Eduardo Suplicy por propor a extensão da norma para todo o país. Alega que o amianto entra clandestinamente em São Paulo por causa da falta de fiscalização e de proibição do material em outros estados brasileiros.

 

011 - LUIZ CARLOS GONDIM

Tece criticas a Planos de Saúde que não cobrem exames médicos necessários para o diagnóstico de doença. Sugere a instauração de medidas para mudar esse quadro. Cita hospitais que não possuem os instrumentos imprescindíveis para exames mais complexos.

 

012 - MARCO AURÉLIO

Discorre sobre o atraso e os transtornos causados pelas obras na Estrada Velha, Rodovia entre Jacareí e São José dos Campos. Cita requerimentos feitos para restauração da via. Projeta e comenta reportagem sobre caso.

 

013 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Fala sobre a solicitação feita pela presidência da OAB que visa a criação de um novo fórum na Lapa. Explica que o Fórum da região está sobrecarregado. Diz que a Prefeitura já cedeu um local para construir essa unidade. Discursa em defesa da liberação de recursos para a inicialização das obras.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - FERNANDO CAPEZ

Informa a autorização do Ministério Público para a criação do Gecap, Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Ambientais e à ocupação do solo urbano, para a apuração de denúncias de maus-tratos aos animais domésticos e silvestres. Afirma que o assunto merece a atenção do órgão. Parabeniza entidades e pessoas envolvidas nesta causa. Comenta artigo de sua autoria, publicado na "Folha de S. Paulo", em que defende a internação compulsória. Fala da visita que fez à Cracolândia e das condições do lugar e de seus frequentadores.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza a iniciativa do Deputado Fernando Capez quanto à internação compulsória.

 

016 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defende a criação das regiões metropolitanas no Estado. Fala da aprovação da totalidade dos parlamentares à Lei de Diretriz Orçamentária referente a 2012. Destaca o debate da descentralização do orçamento. Comenta a publicação do veto do Governador Geraldo Alckmin sobre o assunto. Discorre sobre a importância da participação da população nas audiências públicas previstas para o segundo semestre.

 

017 - WELSON GASPARINI

Lamenta os problemas nas administrações das esferas públicas do País. Fala das influências que sofrem os governos corruptos. Questiona a restituição do dinheiro desviado. Conclama os seus pares para maior engajamento nas fiscalizações estaduais. Lembra que, no próximo ano, acontecerão as eleições municipais.

 

018 - CAUÊ MACRIS

Enaltece a carreira política do Deputado Welson Gasparini. Festeja o projeto anunciado pelo Governador Geraldo Alckmin que visa combater o alcoolismo entre adolescentes. Informa que a idade média dos consumidores iniciantes de bebidas alcoólicas é de 12 anos. Explana os mecanismos legislativos para combater as vendas ilegais. Solicita que o projeto adentre à Ordem do Dia em caráter de urgência.

 

019 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

020 - JOOJI HATO

Parabeniza o Deputado Welson Gasparini pelo seu posicionamento contra a corrupção. Concorda com a internação compulsória. Enaltece o Poder Legislativo. Lembra da resistência inicial concernente à aprovação da "lei seca". Discorre sobre a disseminação desta legislação em diversos municípios. Diz se alegrar com a iniciativa do Governador Geraldo Alckmin em combater o alcoolismo precoce. Fala da visita prevista do Ministro Alexandre Padilha a esta Casa.

 

021 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

022 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, informa o lançamento do plano "Brasil Maior" pelo Governo Federal. Discursa sobre a nova política de serviços de comércio internacional relacionada no plano. Fala da importância da ação para a preservação da economia e das indústrias do País, além da desoneração tributária. Destaca que esta unidade federativa é uma das locomotivas financeiras da Nação.

 

023 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, lamenta a edição de decreto federal que permite a construção de usinas hidrelétricas em pequenos rios. Dá conhecimento dos danos ambientais que a medida poderá causar. Faz projetar fotos de visita realizada à cachoeira do Talhadão, no município de Palestina, que deve ser utilizada para a construção de usina hidrelétrica. Divulga site dedicado a lutar pela preservação do local.

 

024 - EDSON FERRARINI

Requer a suspensão dos trabalhos até as 17 horas, por acordo de lideranças.

 

025 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h42min.

 

026 – Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h03min.

 

027 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, parabeniza a Deputada Regina Gonçalves, relatora do projeto da LDO, pelo trabalho realizado. Condena veto do Governador a trecho do projeto que dispunha sobre a regionalização do orçamento. Recorda que a matéria fora aprovada por unanimidade nesta Casa. Pede a derrubada do veto.

 

ORDEM DO DIA

028 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado José Cândido, para a criação de comissão de representação, com a finalidade de participar do IV Encontro Nacional de Comunidades Quilombolas, a realizar-se no dia 03/08, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

029 - ENIO TATTO

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

030 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 03/08, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado José Cândido para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - JOSÉ CÂNDIDO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos iniciando o segundo semestre desta Legislatura. Alguns deputados tiveram a oportunidade de descansar, outros não tiveram essa oportunidade, mas o importante é que estamos todos de volta.

O que me chamou a atenção, Sr. Presidente, é essa mensagem do Sr. Governador, enviada a esta Casa para ser apreciada, discutida e votada, sobre a restrição da venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Todos os pais, todos os adolescentes deveriam se precaver, mas isso é difícil se não houver uma lei rígida que controle esse tipo de comércio.

Estive, ontem, no Palácio dos Bandeirantes e o Governador fez questão de frisar que enviaria essa mensagem já no segundo dia do reinício dos nossos trabalhos. Ele dizia que a bebida mexe com o cérebro e com o físico das pessoas. Tenho certeza de que muitos adolescentes têm perdido a vida por causa de bebida alcoólica. Vemos muitas vezes acidentes que viram manchete, e por trás do volante estão pessoas menores de idade. Vemos incidentes e também acidentes com brigas, com violência, com menores por trás de tudo isso.

É um projeto que vai provocar muita polêmica. É um projeto que precisará de muita criatividade, porque os comerciantes, donos de bares, não vão gostar porque terão que pedir documento, terão que comprovar que quem vai usar a bebida é realmente um maior de idade. Mas, para salvar vidas e pôr ordem no Estado e no País, é necessário um Projeto de lei que possa inibir a população, para que as pessoas possam viver um pouco mais.

A exemplo do Governo do Estado, a Cidade de Suzano já vem trabalhando nesse sentido. Nosso Secretário de Segurança e Prevenção à Violência é do Instituto Sou da Paz, o Secretário Hamilton, e já vem trabalhando paralelamente ao projeto do Estado. Estaremos também discutindo em Suzano. Espero que esse projeto vingue, para que a população obedeça e para que vidas sejam salvas.

Desejo a todos os pares que tenham um segundo semestre profícuo, com bastante trabalho. Vamos votar agora o orçamento do Estado de São Paulo, que é descentralizado nas discussões. Espero que a Comissão de Finanças e Orçamento tenha condições de levar o orçamento para todo o Estado de São Paulo, para que a população possa opinar e dar sugestões, colocar emendas, porque é importante governar para todas as pessoas do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença da nobre vereadora Mônica de Fátima Dias Nunes Lemes, da Cidade de Santa Branca, no Vale do Paraíba, do nosso querido Presidente da Câmara municipal, Hélcio Luiz Castello de Moraes, e também do coordenador do PCdoB do Vale do Paraíba, Cláudio Silva, acompanhados do nobre Deputado Pedro Bigardi. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, nos últimos meses várias comunidades têm se mobilizado diante de um anúncio do Comando da Polícia Militar, de uma reestruturação de unidades da Polícia Militar na Cidade de São Paulo e na Grande São Paulo.

Devo dizer que desde 2002, quando houve um decreto extinguindo o comando de policiamento de trânsito, depois em 2004, 2005 e 2006, com decretos do então Governador e hoje Governador Geraldo Alckmin, depois em 2008, com decretos do ex-Governador José Serra, tivemos a criação de novas unidades da Polícia Militar.

Na Cidade de São Paulo foi criado o Comando de Policiamento Metropolitano 11, uma subdivisão da zona Leste. Tivemos dois batalhões, 43 e 47, criados na zona norte de São Paulo. Tivemos o 48° e o 49º criados na zona Leste. Tivemos o 50º Batalhão criado na zona Sul. Tivemos o 40º Batalhão criado em São Bernardo do Campo, o 41º em Santo André, o 42º em Osasco, o 44º em Guarulhos.

Naquele momento o argumento foi até politiqueiro e não técnico, que era para parecer que estavam aumentando o efetivo policial. Unidades foram descentralizadas, e foram criadas sem que houvesse, de fato, a previsão de novos policiais para guarnecer essas unidades. Mas a população comprou a ideia, porque em oito batalhões você tem pelo menos 24 companhias novas. E a comunidade participou, auxiliando nas reformas, às vezes na ampliação e construção dos próprios.

Aí vem a campanha eleitoral, e está no programa de governo do Governador Geraldo Alckmin a ampliação de bases e unidades da Polícia Militar, para ampliar a visibilidade e a referência de polícia para a população. E aí, anunciado para os Conselhos Comunitários de Segurança, isso causa uma revolta terrível, e uma reestruturação acabando na Cidade de São Paulo, com oito batalhões, mais de 20 companhias.

Documentei isso encarecendo ao Secretário Ferreira Pinto, da Segurança Pública, que assessore adequadamente, e tenho certeza de que, com o espírito público que ele tem, vai assessorar adequadamente. Como vamos explicar para a população agora a extinção dessas unidades, dizendo que estamos acabando com as unidades porque vai melhorar o número de policiais que vão atuar.

Estou no aguardo de que haja uma definição do Governador, porque o Comandante Geral da Polícia Militar, através dos seus comandos de área, anunciou para a população que já era coisa resolvida, que estavam simplesmente no aguardo de um decreto do Governador. Tanto era coisa resolvida, na cabeça do comando, que 49 tenentes-coronéis e 54 majores, oficiais superiores que foram promovidos em 24 de maio, chegaram ao mês de julho sem ter unidade para comandar; ficar no ar, sem trabalhar, porque estavam aguardando a assinatura do decreto do Governador. Então, não ia classificá-los, porque iam acabar as unidades.

Graças a Deus, e tenho certeza que graças à interferência do Secretário Ferreira Pinto, esse desatino não vai ser cometido, porque o prejuízo acaba sendo para a população. Se em 2002, 2004, 2006 e 2008 um estudo do Estado Maior da Polícia Militar acabou se tornando uma realidade através de decretos governamentais, não dá para querer inventar a roda agora e dizer que estava tudo errado, e que a Polícia Militar começou há dois anos. Não é assim, e a população acaba sendo penalizada.

Encareço que esta minha manifestação seja regimentalmente encaminhada ao gabinete do Governador, ao gabinete do Secretário da Segurança Pública, ao gabinete do Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo e às associações policiais militares do nosso Estado.

 

          O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V. Exa. é regimental.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna, em primeiro lugar, para saudar e apoiar a decisão tomada ontem no Supremo Tribunal Federal sobre o julgamento importante que envolve a profissão dos músicos no Brasil. Essa decisão só confirma a nossa luta principalmente em São Paulo, sobretudo a luta que travamos na Assembleia Legislativa para acabar com a obrigatoriedade de os músicos brasileiros pagarem anuidade para a Ordem dos Músicos do Brasil. É uma entidade anacrônica, criada em 1960, que não representa mais os músicos no Brasil. Para o músico atuar profissionalmente, é obrigado a pagar anuidade, como um advogado paga anuidade para a OAB, como um médico paga para o Conselho de Medicina, o músico também é obrigado a pagar uma taxa anual para poder exercer sua profissão.

Por meio da Assembleia Legislativa, ingressamos com uma representação no Ministério Público Federal que acatou a nossa representação e, a partir dela, entrou com uma ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - no Supremo Tribunal Federal. Já tivemos uma reunião com o ministro relator dessa ADPF, o Ministro Carlos Ayres Britto. Essa ADPF será julgada em breve, ainda mais com a decisão unânime dos ministros do Supremo Tribunal Federal afirmando que o músico brasileiro não precisa mais pagar anuidade e não tem de estar filiado à Ordem dos Músicos do Brasil. É a decisão do Supremo Tribunal Federal, que julga um caso específico, mas que abre jurisprudência para outros julgamentos. Essa decisão vem na esteira do nosso movimento de São Paulo, sobretudo da nossa ADPF n° 183, que agora tem todas as condições para ser julgada favoravelmente. Ela vai revogar mais de vinte artigos da Lei nº 3087, de 1960. É uma lei inconstitucional, que afronta preceitos da Constituição Federal de 1988, que garante a liberdade para o exercício profissional.

Aqui em São Paulo estamos um passo à frente. Além de todo esse movimento que temos, temos a aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa que está em vigor no nosso Estado, a Lei nº 15.547, de 2007, que já impede que a Ordem dos Músicos do Brasil, essa instituição anacrônica, sem nenhuma utilidade para os músicos brasileiros, fiscalize, discipline e cobre anuidade dos músicos do Estado de São Paulo.

Ressalto ainda que, há dois anos, aprovamos também um projeto do nosso mandato para fortalecer esse tipo de procedimento no Estado de São Paulo, de liberdade, de direitos para os músicos. No entanto, o ex-Governador José Serra, na contramão de toda essa movimentação, na contramão do Supremo Tribunal Federal, na contramão da manutenção da liberdade para o exercício profissional, vetou o nosso projeto. Enfim, o que vale ressaltar é que o Supremo Tribunal Federal, de forma correta, seguindo os fundamentos da Constituição Federal, julgou procedente o pedido de um músico de Santa Catarina que abre um verdadeiro precedente, uma jurisprudência para todos os músicos brasileiros.

Entendemos que isso significa um grande avanço, mas não é uma vitória definitiva, pois a vitória virá com a aprovação da nossa Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, a ADPF n° 183, que está no Supremo Tribunal Federal, cujo relator é o Ministro Carlos Ayres Britto. Nesse sentido, queremos divulgar essa decisão e dizer que vamos continuar insistindo para que o Supremo Tribunal Federal julgue a nossa ADPF para libertar de fato todos os músicos brasileiros da opressão e dos constrangimentos, das perseguições dos delegados da Ordem dos Músicos, que vem assediando e, muitas vezes, extorquindo músicos e os donos de estabelecimentos onde existe música ao vivo em nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, há poucos instantes lemos o projeto de lei enviado pelo Governador Geraldo Alckmin proibindo a venda de bebida alcoólica, ofertas inclusive gratuitas aos menores, o consumo nos locais onde há comercialização para menores. Acredito que esse projeto deverá ser aprovado rapidamente nesta Casa. É uma medida extremamente correta, importante. Temos a responsabilidade criminal. O comerciante que vende bebida alcoólica para menores certamente sofre uma punição criminal, mas não administrativa. O que o Governador envia para esta Casa é um projeto que prevê a punição administrativa.

A primeira punição seria uma multa, a segunda uma multa com o dobro do valor e finalmente o fechamento administrativo desses estabelecimentos. Eu me lembro de uma jovem adolescente que foi impedida de viajar no aeroporto de Cumbica pois estava embarcando com bebida alcoólica, comprada em Alphavile. Esses casos são comuns. Em postos de combustíveis às vezes não é nem o menor que compra, é o maior de idade que compra e dá para o adolescente. Imaginem venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e em lojas de conveniência. É um absurdo, mas isso acontece.

O governador, além de proibir a venda está proibindo o consumo. O posto de combustível, a loja de conveniência, o boteco ou o restaurante que vender para um menor, e este consumir naquele local, ou, ainda, vender a um maior de idade que poderá transferir a bebida alcoólica a um menor, certamente, através da lei que iremos aprovar, será punido. Acho que isso é justo porque o comerciante tem de ter na sua área de atuação a responsabilidade de não haver esse consumo, principalmente dos adolescentes. Há o consumo, infelizmente, de crianças e de adolescentes, de 10, 11, 12 anos - ou até menos. O álcool não deveria ser assim oficializado, pois ele é a porta de entrada para as outras drogas como a cocaína, heroína, oxi e crack, que deixam um ser humano de joelhos, principalmente os adolescentes. Eles perdem a lógica e o discernimento.

Como médico, penso que devemos internar sim, até compulsoriamente, como já ocorre no Rio de Janeiro. As pessoas viciadas não conseguem mais distinguir o que é bom e o que é ruim, e temos a responsabilidade de resgatá-las, acolhendo-as para o rol dos lares e das escolas. Não devemos permitir que essas drogas ilícitas, inclusive lícitas como o álcool, invadam as famílias e escolas. Em frente às escolas e universidade vemos vários botecos em que os alunos burlam as aulas para se drogarem com bebidas alcoólicas oficializadas.

A bebida alcoólica deveria ser considerada como uma droga ilícita, meu caro Presidente desta sessão, Dr. Ulysses, que é médico como eu. Acredito que devemos fortalecer bons costumes e cumprimento o Governador Geraldo Alckmin por esse projeto, embora tenhamos leis federais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas para menores. Mas as pessoas não respeitam. Além desse projeto, disse ao governador no dia de ontem que deveremos diminuir os pontos de venda de bebida alcoólica. Não é possível permitir a sua venda em postos de combustível, em lojas de conveniência, e banalizar a sua venda nas ruas. Uma criança ou um adolescente que vê um adulto consumindo a bebida nas ruas vai querer fazer a mesma coisa.

É essa a grande tacada, o grande objetivo: diminuir os pontos de venda da bebida alcoólica e diminuir o horário de funcionamento desses estabelecimentos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. ALENCAR SANTANA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, público presente, telespectadores da TV Assembleia, tivemos ontem a assinatura de alguns convênios por parte do governador, inclusive para a Santa Casa de Suzano. Eu, particularmente, não pude estar presente porque estive no sepultamento de uma pessoa querida e conhecida, mas outros deputados lá estiveram. Brinquei com o Deputado Luiz Carlos Gondim na ocasião, dizendo que ele decidiu as nossas emendas. Mas foi uma boa decisão porque cada um dos deputados da Frente Parlamentar do Alto Tietê iria fazer uma emenda para a Santa Casa. E assim foi feito para ajudar a Santa Casa, que precisava de um aporte financeiro na cidade de Suzano.

Quero falar de outra situação na área da Saúde. Em Guarulhos temos o Hospital Stella Maris, de médio porte. É um hospital administrado pelas irmãs da Stella Maris, ligada à igreja, e atende não só a cidade de Guarulhos, mas também as cidades vizinhas do Alto Tietê. O hospital, uma referência em cardiologia, atende, por mês, a cerca de 200 partos, 100 pacientes de hemodiálise três vezes por semana, 100 cirurgias cardíacas, centenas de ressonâncias magnéticas, exames laboratoriais com 100 mil consultas. Infelizmente, o hospital, por problemas de gestão, está precisando de um aporte financeiro. Desde o início, a Prefeitura de Guarulhos demonstrou o seu apoio, e o Prefeito Sebastião Almeida, com o vice-Prefeito, Carlos Derman, secretário de Saúde, se manifestaram para ajudar a entidade oferecendo mais recursos. O prefeito já cedeu um milhão a mais neste mês, mas isso ainda não é suficiente.

Foi feita uma proposta ao Estado, levada à Coordenação Regional de Saúde, com o Dr. Afonso. Na semana passada, fui ao gabinete do secretário de Saúde solicitando uma agenda, uma resposta. Mas até o presente momento não tivemos nenhuma resposta. Precisamos de uma agenda com os secretários estadual e municipal de Saúde e a direção do hospital, juntamente com a Frente Parlamentar do Alto Tietê. Pedimos também o apoio do Deputado Marcos Martins pela Comissão de Saúde. Se este hospital fechar suas portas será um problema não apenas para Guarulhos, mas para todo o Alto Tietê. E a prefeitura fez uma proposta para o Estado dando mais recursos neste segundo semestre. Mas o Estado também precisa ajudar a gestão do hospital para que possamos fazer uma programação de gestão, garantindo pleno funcionamento para atender a população.

Deixo isso registrado para que o secretário de Saúde analise a proposta da prefeitura municipal, e garanta uma agenda para discutirmos o problema. E digo que a proposta não é tão somente financeira. A proposta feita pela Secretaria municipal da Saúde, pelo nosso prefeito e a gestão do hospital, é que seja disponibilizado o recurso. Mas tanto o município quanto o Estado precisam fazer parte da gestão do hospital para poderemos fiscalizar, acompanhar e aplicar o recurso. Assim, garantiremos o funcionamento do Hospital Stella Maris. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de cumprimentar os Srs. Deputados da Comissão de Saúde que hoje estiveram reunidos, da qual também faço parte, para votar muitas matérias relativas a esta Comissão porque esperamos fazer com que a Comissão de Saúde seja o apoio para que esta Casa possa produzir projetos de interesse da população.

Também quero informar que continuamos na luta para o cumprimento da lei que proíbe o uso do amianto no Estado de São Paulo. Durante o recesso, estivemos lá na cidade de Mogi das Cruzes onde havia 1500 toneladas de amianto na fábrica Kubota, já falida, que fazia lonas de freio e sapatas de trem, mas foi concluída a retirada desse produto do local.

Faz, mais ou menos, três anos que estivemos lá e agora voltamos para fazer o acompanhamento do lixo que foi para o aterro do Tremembé. Eu sei que lá houve algumas manifestações contra esse lixo que ninguém quer receber e quando o lixo é perigoso é pior ainda.

Então temos cobrado para que as câmaras municipais, na revisão do seu plano diretor ou aqueles que estão votando agora o plano diretor, tratem desse lixo perigoso e que o Estado seja o indutor para encontrar regiões adequadas para o depósito desse material.

Nós temos três cidades que tem esses aterros privados aprovados pela Cetesb e um deles é o do Tremembé. Não somos nós que escolhemos. É o proprietário que escolhe para onde depositar esse material perigoso e foi destinado ao Tremembé 1500 toneladas do amianto que estava abandonado oferecendo risco à população. Ele foi devidamente acondicionado e esperamos que esse produto não ofereça mais risco à saúde pública e ao meio ambiente.

Eu quero dizer que ficamos contentes porque tivemos a ação do Senador Eduardo Suplicy que protocolou um projeto no Senado para proibir no nosso País a comercialização, exportação e mineração. Então será um passo significativo se acontecer a aprovação do projeto do Senador Eduardo Suplicy, Senador pelo PT. Nós vemos com bons olhos a aprovação desse projeto porque teremos aqui a proibição definitiva desse produto.

O Estado de São Paulo proibiu esse produto, mas alguns estados vizinhos não o proibiram e ele entra clandestinamente porque a fiscalização da Vigilância Sanitária do Estado não dá conta. Nós já estivemos na Polícia Rodoviária pedindo apoio porque acaba entrando no Estado telhas, caixas d’água. As caixas d’água menos porque quase não se fabrica mais no Estado de São Paulo. Noventa e tanto por cento já foram banidos aqui no Estado de São Paulo, mas vêm de outros estados. Então uma lei federal para proibir é extremamente importante porque, depois, estaremos cuidando apenas das importações e exportações e daqueles que já ficaram doentes ou que virão a ficar porque o estado de latência dela é de 20 a 30 anos e em 2030 teremos aqui o pico de doentes neste País.

Parabéns, Senador Eduardo Suplicy pela sua iniciativa. Nós estamos contando com mais um aliado nessa batalha que não é apenas nacional, mas internacional. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a -palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje vou fazer um comentário sobre os planos de saúde que dificultam em alguns de seus planos o fechamento de um diagnóstico.

Se um paciente está na UTI e está precisando de uma ressonância, eles apresentam uma dificuldade em liberar o exame, dizendo: “Seu plano não cobre a ressonância”, fazendo a sua família pagar. Essa situação é crítica porque eles apresentam essa dificuldade, primeiro, para internação na UTI, para fazer a ressonância magnética, tomografia. Então, não importa a eles a saúde do paciente. Importa o plano que foi pago pela pessoa. Poderiam fazer o exame, depois tentarem numa tabela adequada à pessoa. Não. Simplesmente não realizam o exame. Isso aconteceu agora com o redator de um jornal de Mogi das Cruzes. A Amil dificultou o paciente a fazer a ressonância magnética no crânio. Esse paciente estava com a hidrocefalia. O paciente é o Marcio Siqueira, que estava internado, e eles dificultaram o exame porque talvez o plano dele não cobrisse.

Nós temos que mudar isso. Nós temos que pedir ao Congresso que mude essa situação dos planos de saúde. Eles dizem: “Até aqui cobrimos o exame de urina, hemograma e tal e não cobre os exames que eles poderiam fechar o diagnóstico.

Nós fizemos um estudo dentro dessa área do que se tem de ressonância à disposição na nossa região, se um paciente do SUS precisar de ressonância tendo um trauma dentro do Hospital Luzia de Pinho Melo.

A nossa querida assessora Anabela teve agora um paciente que precisava de um exame e ele teve que ser feito em Itaquera ou na Vila Alpina porque no Hospital Luzia de Pinho Melo, um hospital que atende nove municípios, atende acidentes de trânsito em oitos estradas como Carvalho Pinto, Dutra, Ayrton Senna, Mogi-Dutra, Mogi-Bertioga, Biritiba Mirim, Salesópolis, Índio Tibiriçá não tem um aparelho de ressonância magnética.

O Ex-Secretário Barradas já tinha dito da necessidade desse aparelho no Hospital Luzia de Pinho Melo, porém estamos ainda pedindo ao Governador para atender 1 milhão e 800 mil pessoas que moram lá no entorno e que usam o Hospital Luzia de Pinho Melo. Nós estamos aqui fazendo um apelo ao Governador que realmente dê atenção à região do Alto Tietê que precisa de um aparelho como esse.

Agora mesmo falava o Deputado Alencar Santana sobre o problema do Stella Maris, um hospital que faz cirurgias cardiológicas e diagnósticos como cateterismo, aerodinâmica, enfim. Ele está prestes a fechar porque não tem aporte financeiro. Aquelas freiras estão precisando de ajuda para que aquele hospital continue ajudando a população. Na realidade, temos vários temas a discutir neste semestre e pedimos ao Governador para que atue de forma a propiciar tratamento adequado para todos dentro do espírito SUS: igualdade de atendimento médico para todos porque não é isso que acontece. É melhor atendido quem paga mais. Tem plano de saúde que não cobre o Hospital Albert Einstein, o Sírio-Libanês. Resultado: você tem de pagar mais. É assim que está funcionando a coisa.

A Comissão de Saúde tem de se debruçar sobre estes casos que estão ocorrendo no Estado para que possamos dar realmente o que é de direito: Saúde adequada para todos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, todos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero aproveitar este momento para tratar de um assunto que foi mais uma vez manchete nos jornais da região do Vale do Paraíba. Refiro-me à obra que está sendo realizada na SP-66, rodovia que liga Jacareí a São José dos Campos, conhecida como Estrada Velha.

Quando vereador em 93, fiz requerimento ao Governo do Estado pedindo a recuperação daquela rodovia. O tempo passando e eu fazendo requerimentos. Como prefeito fiz novos requerimentos. Tive reuniões com o Secretário dos Transportes, enfim. Somente agora, novamente no Governo Geraldo Alckmin, é que as obras finalmente estão acontecendo. Não bastasse o longo tempo aguardando a realização da obra, o que estão fazendo está ruim e causando transtornos.

Para provar o que falo, vou passar um vídeo que mostra uma reportagem sobre a obra.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Quero esclarecer que não estamos falando de uma obra que deveria ter sido entregue em julho agora. Trata-se de uma obra que deveria ter sido entregue há mais de dez anos e que apesar ter sido iniciada agora, carece de competência e agilidade. Precisamos de uma obra que dê solução de fato àqueles que utilizam dessa rodovia. Esta rodovia é de suma importância para a região. Ela liga dois grandes municípios do Vale do Paraíba. Todo mundo sabe que a Presidente Dutra é uma rodovia completamente congestionada e a única alternativa é a SP-66. Passado tanto tempo o Estado dá início à obra e ainda o faz dessa maneira.

Portanto, fica aqui o nosso repúdio ao Governo do Estado. Espero que o Governador tome providências urgentes para que a obra seja concluída e com eficiência para que de fato resolva os problemas daquela cidade.

Vale registrar que esta reportagem não é material do PT. A matéria é da imprensa da região do Vale do Paraíba.

Portanto, ocupo este espaço para trazermos ao conhecimento de todos a incompetência e ineficiência com que se está fazendo uma obra importante e aí fico pensando: espero que a duplicação da Tamoios não tenha como exemplo o que está acontecendo na SP-66.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, durante o período do recesso parlamentar fizemos várias visitas no Estado e quero falar de uma especificamente.

Há questão de dez dias estivemos reunidos, na sucursal da OAB-Lapa, com o Sr. Pedro Luiz Napolitano, Presidente da OAB, para tratar do Fórum da Lapa, que está não só sobrecarregado como não tem mais condições de atender a demanda da zona oeste de São Paulo.

A Presidência da OAB solicitou uma audiência com o Governador no dia 10 de julho de 2011 e depois de várias reuniões conseguiu-se na região um novo terreno.

O "Diário Oficial" de 21 de janeiro de 2011 publica o Decreto nº 52097, de 20 de janeiro de 2011. De que trata o decreto? “Dispõe sobre permissão de uso, ao Governo do Estado de São Paulo, a título precário e gratuito, de área municipal situada na Rua Capitão José Inácio do Rosário, Distrito da Lapa.

Art. 1º - Fica autorizada a outorga de permissão de uso, ao Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, a título precário e gratuito, de área de propriedade municipal situada na Rua Capitão José Inácio do Rosário, Distrito da Lapa, para a implantação do Fórum Regional da Lapa.”

Por que trago isto ao debate?

Porque a verba para a construção desse Fórum já estava prevista no orçamento do Estado. Faltava apenas ser designada área no município e a área foi designada.

Foi feita uma reunião com a Secretaria de Justiça do Estado, como a Sra. Heloisa de Souza Arruda, com o secretário adjunto e também o Dr. Luiz Daniel Pereira Cintra e a informação sobre o fórum distrital da Lapa é de que faltava um projeto. O projeto já foi feito, está estruturado, a área já foi cedida pela Prefeitura, mas agora não tem dinheiro. O recurso do governo do estado já estava reservado para a construção do fórum.

O que queremos agora, Sr. Presidente, é que a audiência solicitada com o governador seja realizada, e também com a OAB da Lapa, agora com o nosso acompanhamento, e que o fórum seja construído, eis que a área já foi cedida e o recurso já estava destinado. Queremos uma posição final do governador para a construção do fórum da Lapa. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com o nobre Deputado Beto Tripoli, tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, telespectadores da TV Assembleia, queridos colegas deputados, no último dia 27 de julho o Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público do Estado de São Paulo autorizou, por meio de edição de Ato Normativo, a criação do Gecap. O que é o Gecap? É o Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Ambientais e à ocupação irregular de solo urbano. Esse Gecap, dentre outras funções, se destacará pelo combate ao crime de abuso, maus tratos, crueldade, tortura e mutilação de animais domésticos, domesticados, silvestres ou exóticos.

O Gecap, que dentre outras funções atuará no combate á violência contra animais, será formado por promotores de justiça criminais da comarca da capital e terá entre três e cinco promotores. Vai atuar reprimindo de maneira mais efetiva a violência, o abuso e a crueldade contra animais. Esse grupo vai dar sequência a um trabalho de atendimento a uma demanda reprimida. Existem hoje inúmeros casos que não chegam ao conhecimento do Ministério Público porque as pessoas não têm a quem denunciar.

Quem não conhece a questão relacionada ao tráfico de animais silvestres, tráfico de araras, de animais ameaçados de extinção e a tortura diária a que são submetidos animais domésticos ou domesticados? Há pouco tempo soube de um sujeito que derramou óleo fervente sobre um cachorro; outro anunciou na Internet que ia esquartejar o gato dele. Não fosse a atuação da delegacia de crimes eletrônicos ele teria efetivado esse esquartejamento. Portanto esse é um assunto importante. Não será apenas um grupo de atuação não questão da defesa animal, mas vai atuar também nesse âmbito. Inúmeras ONGs e entidades que atuam na causa animal certamente irão elogiar mais essa atuação do Ministério Público.

O Ministério Público tem a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que eu integrei durante 15 anos e que pede de volta aos cofres do Estado mais de 20 milhões de reais; a Promotoria de Defesa do Consumidor; a Promotoria de Defesa dos Deficientes; a Promotoria que atua no combate ao crime organizado, que são os Gaecos, os Gaercos; a Promotoria de Combate aos Crimes Ambientais, e, por que não dizer, a Promotoria de Defesa Animal? Todos os interesses que abrangem a sociedade são merecedores dos cuidados e da atenção do Ministério Público.

Fico feliz porque a criação do Gecap teve início com um pedido que protocolamos em abril do ano passado junto à Procuradoria Geral de Justiça, os estudos foram levados adiante e, felizmente, houve por bem a criação desse grupo. Esperamos, assim, que o Ministério Público possa atuar de maneira mais efetiva nesse âmbito.

Qual a diferença? Agora, as denúncias de maus tratos poderão ser encaminhadas diretamente ao Ministério Público, que poderá instaurar procedimentos investigatórios, apurar os fatos e encaminhar processos criminais, aumentando, portanto, a eficiência dessa instituição que é essencial ao regime democrático e à defesa dos interesses indisponíveis da sociedade.

Parabéns, Dr. Fernando Grella Vieira, procurador geral de justiça; parabéns Órgão Especial do Colégio de Procuradores e todas as entidades defensoras de animais que há muito tempo pleiteavam a criação dessa promotoria, no caso, o Grupo Especial de Defesa Animal.

Aproveito este momento para comentar um artigo que publiquei. Encontrei agora com o Deputado Orlando Bolçone, que nos cumprimentou por esse artigo publicado na ‘Folha de S. Paulo’ e que tem um projeto muito interessante e que tem de ser aprovado por esta Casa. Projeto de iniciativa lúcida, efetiva e certamente vai ajudar muita gente que lamentavelmente foi dragada ao abismo da dependência das drogas, não tem mais condições de decidir sobre o seu destino e espera que o Poder Público não cruze os braços, mas ature na defesa da sua saúde, do seu direito à vida.

Por uma saudável iniciativa os nobres Deputados Enio Tatto e Donisete Braga criaram a Frente Parlamentar de Combate ao Crack, que tenho a honra de integrar. E nós fomos à Cracolândia, na região central de São Paulo, e lá vimos aquilo que Dante Alighieri, no Século XV, chamou de inferno - ‘O inferno de Dante’. E logo nas portas de entrada do ‘Inferno de Dante’ havia uma placa dizendo: “Ao passar por estas portas, deixe sua esperança do lado de fora.” Foi essa a visão que eu tive: a porta de entrada do inferno, ao comparecer à Cracolândia.

Ao passar por ali certamente os dependentes deixaram suas esperanças completamente do lado de fora. Havia quase 50 centímetros de lixo amontoado, sobre os qual as pessoas caminham; vivem sob escombros, restos de construção, consumindo crack.

O que é o crack? É a pasta de cocaína adicionada a bicarbonato de sódio. O crack só pode ser fumado. É fervido em uma lata, a 95°C, e a fumaça é aspirada pelo dependente. Ali estavam grávidas portadoras do vírus HIV, pessoas extremamente adoentadas, com doenças infecciosas, e, o que é pior, sem qualquer esperança de retorno. O crack é uma substância psicotrópica que, uma vez inalada - ele só pode ser fumado -, chega em 10 segundos ao córtex cerebral, espalha-se rapidamente pela corrente sanguínea e tem um ‘barato’ intenso, mas que dura apenas 5 minutos. Passada a sensação de euforia dessa substância psicotrópica, uma sustância analéptica, excitante, euforizante, a pessoa tende a querer consumir novamente. E ela vai consumindo seguidamente a droga, que é barata, até a total destruição de seu corpo. Essas pessoas que estavam ali se encontravam totalmente entregues à própria sorte, perderam por completo a capacidade de autodeterminação, não têm a capacidade de consciência, a liberdade de escolher o próprio destino. E pergunto: pode o poder público ou pessoas que assim se manifestam cinicamente dizer que não se pode interferir na vida dessas pessoas porque tem que se garantir o direito delas de ir e vir?

A Constituição Federal, em seu Art. 5º, caput, garante antes do direito de ir e vir o direito à vida. E essas pessoas perderam o direito à vida pelas drogas. E temos agora que atuar. Por essa razão escrevi um artigo defendendo que o Ministério Público de São Paulo proponha de imediato ações objetivando a internação judicial compulsória das pessoas que perderam a capacidade de decidir sobre a própria vida. Essa internação compulsória está prevista numa lei federal de 2001, há 10 anos. É a lei federal nº 10.216, que no seu Art. 9º autoriza a internação compulsória no caso de doença mental e dependência das drogas. Uma ação conjunta do Ministério Público e do Poder Público levará consequentemente à proteção da vida dessas pessoas.

E nós aqui, da Frente Parlamentar de Combate ao Crack, nós do Poder Legislativo, temos que fazer a nossa parte. Já existe uma lei. O Legislativo estadual de São Paulo não vai ajudar por meio de novas leis, a não ser essa da internação compulsória a que fiz referência, do deputado Orlando Bolçone. Mas a nossa atuação preponderante será a de pressionar o poder executivo estadual e os poderes executivos municipais a ampliarem o número de vagas em estabelecimentos públicos para que eles possam receber os dependentes e interná-los. Não se trata um dependente, não se elimina ou se combate o vício sem retirá-lo daquele ambiente deletério que o induziu ao vício. Ele tem que ser retirado do ambiente, tratado, desintoxicado e reintegrado à sociedade. Para isso só mesmo com a abertura de novas vagas em hospitais públicos. E quem pode fazer isso é a União, o estado e o município. Portanto, temos sim, no caso em que for cabível, apoiar a ação do Ministério Público de pedir judicialmente a internação compulsória desses zumbis que circulam pelas cracolândias. E lutar para que o Poder Público amplie o número de vagas em hospitais para que possam ser tratados. Isso é fazer a verdadeira política. E posso dizer que muitos deputados desta Casa estão fazendo a verdadeira política.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Nobre Deputado Fernando Capez, esta presidência gostaria de parabenizar V.Exa. por essa medida tão importante para trazer os jovens de volta às suas casas combatendo esse flagelo da humanidade que são as drogas.

Tem a palavra o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, durante o primeiro semestre realizamos debates muito importantes nesta Casa, entre os quais quero destacar dois que foram estruturantes e reforçam o papel do Legislativo do Estado de São Paulo.O primeiro foi a criação da Região metropolitana da Grande são Paulo, quando discutimos bastante a reestruturação e a importância de ter regiões metropolitanas para pensar o desenvolvimento do estado a partir das regiões.

Sabemos que muitas vezes o município apenas com sua arrecadação não consegue suprir as áreas da Saúde, da Educação, da infra-estrutura, do saneamento básico, para dar conta das necessidades da população. Então, é necessário de fato a criação das regiões metropolitanas, um projeto definido e estruturado para que todos os munícipes saibam quais recursos vieram do município, do estado e da União.

No Estado de São Paulo não só temos a Região Metropolitana da Grande São Paulo como também a Região Metropolitana da Baixada Santista e a Região Metropolitana de Campinas. Estamos debatendo a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, o Aglomerado ou Região Metropolitana de Sorocaba, o Aglomerado da região de Jundiaí. Então, temos que pensar o desenvolvimento do estado na sua totalidade.

Então, esse debate da descentralização e do fortalecimento das regiões metropolitanas é muito importante para nosso estado.

Outro debate importante que concluímos no final do primeiro semestre foi a Lei de Diretrizes Orçamentárias para a construção do Orçamento de 2012. Foi a primeira que aprovamos por unanimidade, os 94 deputados desta Casa, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias consensual, que contemplou o funcionalismo público do Estado de São Paulo, o Iamspe, os royalties do petróleo para que tenhamos mais recursos destinados a áreas importantes para o desenvolvimento do nosso estado. Tínhamos um debate sobre a descentralização do Orçamento do estado. Pasmem, nobres deputados, no dia 22 de julho de 2011, o governador vetou parcialmente a Lei de Diretrizes Orçamentárias; a parte que trata da descentralização do orçamento do estado.

Agora, se há todo um debate no primeiro semestre em relação à descentralização, ao fortalecimento das regiões metropolitanas, aprovamos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo 2,7 bilhões para que o governo do estado possa investir no metrô, na CPTM, nas estradas, no monotrilho. Por unanimidade, essa Assembleia aprovou uma Lei de Diretrizes Orçamentárias que coloca a descentralização do Orçamento do estado. O governador vetou justamente o espaço que a população tem para fiscalizar. Se é um orçamento descentralizado as regiões vão saber com antecedência quanto será investido em cada região do Estado de São Paulo, como os municípios da Alta Paulista, do Vale do Ribeira, do Vale do Paraíba, da Região Mogiana. Com certeza os municípios não sabem quanto está previsto para 2011.

Temos que trabalhar para derrubar o veto do governador porque estava sendo construída a possibilidade da fiscalização pela população do Estado de São Paulo dos recursos que serão investidos em cada região. Porque o governador sai pelo Estado de São Paulo dizendo que vai investir em metrô, em saneamento básico, na Baixada Santista, mas não está colocada, como aprovamos na LDO, a descentralização do Orçamento do Estado. E o Governador veta justamente o espaço que a população tem para fiscalizar, porque muitas vezes é fácil falar que vai investir tanto na Saúde, que vai construir hospitais, fazer hospitais regionais, mas não coloca no Orçamento quanto vai para cada região do Estado de São Paulo. E aí o prefeito não consegue fiscalizar, o deputado estadual não consegue fiscalizar se aquela indicação no Orçamento está sendo executada ou não. Aí fica na boa vontade do Governador de querer investir em região A ou B.

Tivemos duas grandes conquistas no primeiro semestre: o debate das criações das Regiões Metropolitanas no Estado de São Paulo e conseguimos construir uma LDO que não só autoriza a realização de audiência pública no Estado de São Paulo, mas coloca quanto será investido em cada região, dando a oportunidade de acompanharmos esse investimento. E agora o Governador veta justamente a parte mais importante na LDO aprovada.

Mas, Sr. Presidente, ainda dá tempo. Esse debate da derrubada do veto vem agora para a Assembleia Legislativa. Temos que trabalhar como foi o debate consensual aprovado por todos os deputados de todos os partidos. O Governador deveria ter a sabedoria de assistir a esse debate na Assembleia Legislativa para ver que é uma vontade popular, vontade dos 94 deputados, porque queremos o bem do nosso Estado, queremos ver a nossa região desenvolvida: mais estradas, mais Metrô, mais Saúde pública, Educação de qualidade, mas queremos acompanhar o quanto do recurso, do imposto arrecadado de fato está sendo aplicado na nossa região.

Esse é o anseio da população, dos prefeitos. Não podemos aceitar que, depois de termos feito um bom debate, construído uma estratégia eficiente, tudo o que foi construído seja perdido num veto, mesmo que tenha sido parcial, do Governador do Estado de São Paulo. Vamos continuar fazendo as audiências públicas. Estão previstas audiências públicas para agosto e setembro em Presidente Prudente, Assis, Guarulhos, Franca, Ribeirão Preto, Registro, Barretos, São José do Rio Preto, São Carlos, Sorocaba, Taubaté, Campinas, Araçatuba, Bauru, Santos, São Bernardo do Campo, Osasco e aqui em São Paulo, a última no dia 27 de setembro, na Assembleia Legislativa.

O que é importante agora para os prefeitos, para os vereadores, para as entidades sindicais, para a população? Se há esse desejo, essa vontade de a Assembleia Legislativa de ter um Orçamento forte, descentralizado para atender as necessidades para o desenvolvimento do Estado é importante que você, que está em qualquer uma dessas regiões que acabei de citar, participe das audiências do Orçamento do Estado de São Paulo e coloque lá a sua vontade, que quer que a sua região se desenvolva, mas que quer saber quanto do recurso para 2012 vai ter na sua região.

Estamos fazendo aqui a nossa parte de pensar uma Assembleia Legislativa forte, consistente, que tenha a proposta para desenvolver o Estado. E fizemos a nossa parte no primeiro semestre. Agora, o Governador vetou a parte mais importante da LDO, que é a descentralização do Orçamento do Estado. Já acontece no Estado de Minas Gerais, no Estado do Rio de Janeiro: a população participa e define onde vai ser executado o Orçamento na sua região. Estamos pegando o imposto que você, cidadão, paga no seu Município para o Estado de São Paulo, destinando o investimento para a sua região. Mas essa não é a vontade do Governador. Temos que aproveitar agora as audiências públicas que vão acontecer em todo o Estado de São Paulo e do mesmo jeito que a Assembleia apresentou aqui a sua vontade de descentralizar o Orçamento, para que você possa acompanhar e fiscalizar o investimento do Estado na sua região, a oportunidade é você participando dessas audiências públicas. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há uma permuta de tempo entre o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. e o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas:

Pretendia fazer um tipo de pronunciamento mas, francamente, pelo que eu ouvi aqui antecipadamente eu não poderia deixar de falar alguma coisa sobre o atual momento atravessado pela nação brasileira. Falo nação brasileira porque esses problemas são nacionais, ocorrendo tanto na administração pública federal quanto nas administrações estaduais e municipais.

Estou falando sobre a corrupção generalizada. Não é possível continuarmos em silêncio face à gravidade do momento atravessado. Ouvi colegas deputados, nesta tribuna, falarem da necessidade de equipamentos para a área da Saúde, de mais escolas, de mais creches. Ora, meu Deus, para isso não há dinheiro. Onde estão os milhões que a imprensa diz estarem sendo desviados das administrações públicas? Isso está acontecendo em vários níveis de Governo. Não é num Ministério, numa Secretaria, numa cidade. A coisa se generalizou e o mais grave é quando se fala muito na corrupção dos políticos. E é verdade; estamos vivendo uma época de muita corrupção na classe política mas, atrás de cada político corrupto, estão, em larga escala, empresários corruptos, empenhados em dar  propinas para governantes! Diz Chico Xavier em um de seus livros: “Rezem pelos políticos e pelos administradores públicos, porque as tentações que eles sofrem são muito grandes”.

São milhões e milhões de reais passando pelas mãos dos administradores públicos e daqueles que não administram mas, através de seus partidos,  têm influência junto aos governantes e desviam milhões de reais. Fica fácil, numa licitação, fazer reajuste e outras coisas mais; a imprensa fala que tudo isso está acontecendo aos montes levando o governo federal a substituir dirigentes e até ministro.

Mas eu pergunto: e o dinheiro desviado? Quem vai atrás desse dinheiro para recuperá-lo? Até agora não vi uma só notícia que falando sobre o que acontece com aqueles que levaram vantagens de milhões de reais. Vão devolver esse dinheiro, responder criminalmente, ou vai ficar apenas na esfera política? Infelizmente – e daí decorre a desmoralização da classe política - dá a impressão de que também estamos anestesiados: agora, há uma única pessoa assistindo à reunião desta Assembleia Legislativa, a maior do Brasil, em termos estaduais. Uma só pessoa assistindo! É como se houvesse um conceito de "assistir para quê, o que vamos fazer lá para acompanhar o trabalho da Assembleia Legislativa?"

É um apelo que faço aos colegas e aos nossos líderes. Vamos reagir nesta Casa. Não vamos aceitar essa carapuça que tentam colocar em todos em todos os políticos. Vamos organizar uma Ordem do Dia motivada realmente pela sua importância, enchendo as galerias desta Casa. Que todos nós, Deputados, possamos, no final da nossa reunião, sentir aquela satisfação de dever cumprido. É disso que precisamos. Se não podemos resolver o problema nacional, podemos ajudar a resolver os problemas do Estado de São Paulo, tornando-o exemplo para este País.

 No próximo ano teremos as eleições municipais. Tenho visto pessoas perguntando "sou contra essa situação, mas como é que podemos reagir?"

O que é um país senão a soma das suas cidades? O Brasil nada mais é do que a soma da minha cidade, Ribeirão Preto, com Batatais, Serrana, Cravinhos, Campinas, Sorocaba, e Minas Gerais com suas cidades. São 6.600 e tantas cidades! Ora, para consertar o Brasil não é tão difícil assim. Vamos começar com cada um dando a sua contribuição para melhorar a política na sua cidade. Vamos procurar, assim, escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dotados de um passado digno, honestidade e boa conduta comunitária; da honestidade que tanto falta hoje na administração pública e na classe política. Vamos eleger bons prefeitos, bons vices e bons vereadores.

Mas é triste falar: a anestesia é geral; tanto que, na maioria das cidades, quase nenhum partido sequer consegue completar sua chapa de candidatos a vereador. Eu pergunto: onde estão os bons, aqueles que sabem criticar e afirmar que os políticos não prestam? Mas, se eles são bons, entrem na disputa eleitoral; ajudem a mudar a classe política para melhor, pois disto estamos precisando.

Quero, neste meu pronunciamento, fazer um apelo à nossa juventude: onde estão os jovens que deveriam, nesta hora de tanta corrupção, de tanta denúncia, serem os primeiros não a fazer só passeata na defesa de gays ou disto ou daquilo, mas contra a corrupção e a impunidade dos corruptos. Façam passeatas para esclarecer a população a não votar em marginais, em pessoas de ficha suja.

Que vergonha reconhecer que, neste País, é necessária uma lei da Ficha Limpa para impedir os partidos de lançarem candidatos corruptos, já condenados em vários níveis da Justiça. Isso é triste falar. Precisamos de leis para dizer: se você é malandro, se você não presta, se você é corrupto, você não pode disputar eleição.

Onde estão os dirigentes de partidos que aceitam essas pessoas nas suas fileiras como candidatos?

Vamos mudar. É a grande chance. Cada um, na sua cidade, que entre na disputa eleitoral. Está sobrando legenda. Sobram vagas para candidatos. Se você é honesto, você tem de pedir ajuda para ter dinheiro para imprimir alguns folhetinhos em sua campanha enquanto outros, subsidiados por mensalões, dispõem de amplos recursos para  suas campanhas eleitorais.

Que venha a reforma política neste País, a reforma partidária. São 27 partidos e para quê? O que representam tantos partidos assim? Certos partidos não têm nem programa, não têm nada, mas têm os chefões que vão ser, amanhã, bocas de aluguel nas campanhas eleitorais ou vão ganhar dinheiro cedendo parte de seus horários na televisão e no rádio para agredir os adversários.

Em nome daqueles que não têm coragem de assumir as suas posições e as suas responsabilidades, comecemos a mudar esse quadro a partir das nossas cidades. Que cada um, na sua, ajude a construir um Brasil de cara nova, um Brasil capaz de garantir um futuro mais justo para os nossos filhos e as próximas gerações.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris, por permuta com o nobre Deputado Antonio Salim Curiati.

 

O SR. CAUÊ MACRIS - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assessorias, população, telespectadores da TV Assembleia, cumprimento em nome dos Deputados o nosso querido Gasparini, exemplo para todos nós dentro do PSDB, exemplo de combate realmente à corrupção. Hoje mesmo conversávamos sobre a quantidade de mandatos do Deputado Gasparini: são 4 mandatos de prefeito, um de vereador, um de Deputado Federal e dois de Deputado estadual. Realmente é um exemplo para todos nós, principalmente nós, jovens parlamentares.

Sr. Presidente, assomo à tribuna para falar sobre um projeto lançado ontem pelo nosso Governador Geraldo Alckmin, um projeto de combate ao alcoolismo, voltado principalmente ao público infantil e aos jovens.

Tenho defendido nesta Assembleia Legislativa, desde o início do meu mandato, uma ação por parte do Parlamento focada nos problemas que temos enfrentado com relação ao consumo de álcool pela nossa juventude. Uma pesquisa do Ibope, com mais de 1.100 pessoas, mostra que hoje a média de idade do jovem que começa a consumir o álcool é de 12 anos.

Muitos pais pensam que seu filho sai à noite e vai para a casa dos amigos para conversar, para atividades comuns a uma criança de 12 anos. Mas eles se enganam, porque esses filhos estão nos bares, consumindo bebidas alcoólicas.

Isso me preocupa muito. Apresentamos uma CPI no início desta gestão, para investigar quais são as causas do consumo cada vez maior de álcool. Infelizmente, por um problema político, por uma ação da Bancada do PT, essa CPI está travada na Justiça, com a necessidade de julgar se existe ou não fato determinante para a sua investigação.

Discordo muito porque precisamos, sim, fazer a investigação. Precisamos de uma ação e de um instrumento que o Legislativo tem, de ação efetiva, como uma CPI, para poder ir para todos os locais do Estado e ver quais são os fatores reais.

Fiquei muito feliz ontem por participar, através de uma ação do nosso Presidente, Deputado Barros Munhoz, e falar em nome da Assembleia no lançamento de um programa pelo Governo do Estado de São Paulo, através de uma ação que encaminha uma legislação para esta Casa para podermos coibir e diminuir cada vez mais essa venda de bebida alcoólica para menor de idade. Ontem, o Governador assinou um projeto - inclusive semelhante a um de minha autoria que tramita nesta Casa, vamos pedir o apensamento ao projeto do Governador, um projeto mais completo, que tem condição de abranger todas as áreas necessárias para coibir esse problema seriíssimo que estamos enfrentando.

Teremos três frentes de ações, de fiscalização. Não podemos culpar os jovens por estarem bebendo cada vez mais. Temos de criar mecanismos legislativos para que consigamos controlar esse problema social que estamos vivendo.

O primeiro é a questão dos estabelecimentos que fazem a venda de bebida alcoólica: restaurantes, bares, supermercados, lojas de conveniência, todos os locais autorizados inclusive pelo próprio Estado para fazer essa venda. Esses agentes que fazem essa venda têm de ser o primeiro agente fiscalizador, têm de pedir o RG de quem está comprando. Hoje em dia as pessoas acham que é uma vergonha para a pessoa que está fazendo a compra pedirem seu RG. Temos de adotar essa prática para saber se a pessoa pode ou não comprar uma bebida alcoólica. Esse é o primeiro agente fiscalizador que temos.

O segundo agente fiscalizador é utilizar a estrutura que temos de uma legislação aprovada por esta Casa, a lei antitabaco. São mais de 500 agentes espalhados no Estado de São Paulo para fazer a fiscalização. Essa fiscalização precisa ser feita pelo Estado de São Paulo. O Governador Geraldo Alckmin está de parabéns, colocando inclusive São Paulo na vanguarda para podermos ser o estado pioneiro nessa ação contra a venda de bebida alcoólica a menores de idade.

Quanto ao terceiro ponto, inclusive, quero apresentar uma emenda ao projeto do Governador, instituindo o 0800, para que os pais possam fazer a denúncia daqueles estabelecimentos que fazem a venda de bebida alcoólica. Hoje a criança chega embriagada em Casa, muitas vezes o pai não tem ação, não sabe o que dizer a seu filho, não sabe como tentar corrigir um problema seriíssimo que futuramente pode gerar uma consequência muito grande. Com o 0800, esse pai poderá fazer a denúncia para que depois a fiscalização possa mapear onde estão esses pontos de venda ilegal de bebida alcoólica.

Depois de debatermos nesta Casa essa legislação tão importante, diminuiremos, e muito, esse consumo, pois proibiremos de fato, pois de direito já existe essa proibição. É crime vender bebida alcoólica a menor de idade, mas de fato qualquer filho de qualquer telespectador da TV Assembleia conseguirá no bar da esquina comprar uma latinha de cerveja ou uma garrafa de vinho. Não tenho dúvidas quanto a isso. Mas quando assumimos uma responsabilidade como esta Casa assumiu na campanha antitabaco, não tenho dúvida de que a sociedade vai começar a enxergar de maneira diferente esse problema que estamos vivendo no Estado de São Paulo.

São duas ações que a Assembleia tem condição de fazer. A primeira delas já foi feita, a proibição do tabaco. Hoje em qualquer estabelecimento do Estado de São Paulo as pessoas que fumam não incomodam e não geram problemas de saúde àqueles que não fumam, deixando um ambiente mais agradável. Esta Casa aprovou essa legislação enviada pelo então Governador José Serra, que colocou o Estado de São Paulo na vanguarda da proibição do tabaco. Neste momento, temos uma responsabilidade: votar uma lei importantíssima para o Estado de São Paulo, criando um forte poder de fiscalização contra os agentes que vendem bebida alcoólica a menores de idade.

Sr. Presidente, peço que votemos esse projeto em regime de urgência, que possamos discutir esse projeto em plenário, fazer as emendas necessárias, mas precisamos pautar esse projeto o mais rápido possível. É essa a solicitação que gostaria de fazer. Se deixarmos o projeto passar nas comissões com o trâmite normal do processo legislativo levaremos muito tempo. Os nossos jovens não têm mais tempo. Precisamos fazer uma ação nesse sentido.

Quero deixar um recado a todos vocês. Se a nossa CPI for instalada como precisamos, ela também ajudará essa legislação futuramente para podermos criar mecanismos de fiscalização mais efetiva. Também buscaremos, inclusive para auxiliar na votação desse projeto, medidas efetivas de legislação que possam ajudar cada vez mais esse combate à venda de bebidas a menores de idade. É esse o recado que gostaria de deixar hoje. Vou ser um batalhador no sentido de que esse projeto seja votado o mais rápido possível. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo com o nobre Deputado Ary Fossen.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, nobre Deputado Welson Gasparini, quero cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento, é extremamente importante o combate à corrupção. Com essa verba poderíamos construir muitos hospitais, poderíamos estar aplicando no esporte, na cultura, na religião, gerando empregos e assim estaríamos combatendo a violência e as drogas. Fiquei muito feliz hoje ao ouvir o nobre Deputado Fernando Capez, um promotor público, que está trazendo a esta Casa um projeto para que haja a internação até compulsória se necessário para aqueles drogados crônicos, que não têm discernimento, não têm poder de decisão por causa dessa maldita droga que corrói a nossa juventude.

Quero externar meu sentimento nessa tarde da alegria de pertencer a esta Casa. O Poder Legislativo é fantástico, tem uma força muito grande, embora não seja reconhecido. É claro que temos erros, mas temos muito mais acertos. Às vezes, aprovamos um projeto de lei do Executivo, como esse que o Governador Geraldo Alckmin está enviando a esta Casa, que vai ajudar muito a nossa juventude. Mas há projetos de deputados extremamente importantes e infelizmente não são aprovados.

Lembro-me de um projeto de lei de um vereador, colega meu, Murilo Antunes Alves, introduzindo o cinto de segurança na Cidade de São Paulo. Só que ele aprovou, na época era polêmico, perdeu a eleição, um prefeito sancionou a lei e todos acham que esse prefeito é o autor da lei, mas na verdade o autor da lei é o Vereador Murilo Antunes Alves. Aprovei uma lei na Câmara Municipal de São Paulo e sofri muito. Uma parte da imprensa fazia uma oposição ferrenha e não me ajudava. É a Lei Seca que controla a bebida alcoólica e fecha o boteco mais cedo. Fui à grande mídia debater porque acreditava nesse princípio de combate ao alcoolismo, e quando você acredita, com o tempo, apesar de perder uma batalha, ganha também uma luta. E consegui aprovar. Mas quase perdi a eleição. A Vereadora de Diadema, Maridite, esposa do José Augusto que foi um grande prefeito de Diadema, perdeu a eleição. E vários outros vereadores, de Osasco e de outras cidades. Enviei essa lei a essas cidades e cada câmara tinha de aprová-la.

Vereadores do interior que nos assistem, ou que nos ouvem, poderiam aplicar essa lei em suas cidades. Em qualquer cidade deste país, essa lei salvará vidas. Qualquer vereador que aprová-la não terá tanta dificuldade, como eu tive na época. E será reeleito com certeza porque é uma luta pelas famílias, pelos adolescentes. Um cidadão que matou um irmão em Bertioga, à paulada, durante a madrugada, ao amanhecer, passando a bebedeira, começou a chorar de arrependimento. Não tinha nenhuma passagem na polícia, era um trabalhador, chefe de família e um homem probo. E, de repente, por causa da bebida alcoólica, fez essa besteira. E lá em Bertioga estive com o prefeito e vereadores, e fui a várias cidades. Fui a Congresso de Vereadores do Brasil em Joinvile e fui recebido pelo então Prefeito Luiz Henrique, que depois se tornou governador. Levei este projeto lá e conseguimos hoje pipocar essa lei em vários pontos.

Fico feliz quando o Governador do maior e mais poderoso estado, Geraldo Alckmin, envia este projeto de controle da venda de bebida alcoólica para menores de idade. A bebida alcoólica é responsável por mais de 50% de acidentes, mais de 60% de desagregação familiar e de agressão doméstica. Consome oito bilhões e meio só no Estado de São Paulo, imagine então no País. Esses recursos que vão a UTIs por causa dos acidentes poderiam ajudar melhor os hospitais, o esporte, a educação e tantos setores vitais.

Temos de aprovar projetos importantes e esta Casa tem uma tarefa difícil: pegar cada projeto de deputados, fazer os pacotes e aprovar. Deputado Donisete Braga, Presidente da Frente Parlamentar, estivemos com o Ministro Padilha. Ele disse que ajudará a aumentar o número de leitos. O Estado de São Paulo tem 450 leitos e o estado tem 645 cidades. Não representa nem um leito por cidade para atender aos alcoólatras e drogados. Perguntei qual futuro teríamos assim. O ministro afirmou que virá a esta Casa até o dia 15 de agosto para discutir com os deputados para criarmos mais leitos. Estivemos também no Congresso Nacional no lançamento da Frente Parlamentar Antidrogas.

Temos uma tarefa importante. Quando, com muita dificuldade, aprovamos a Lei Seca toda cidade aderiu. Houve diminuição de acidentes, de assassinatos. Quanta economia é feita com a introdução da fiscalização através de bafômetros na porta das baladas? Economizamos, apenas em um mês, recursos suficientes para a construção de um hospital. A Assembleia Legislativa, as Câmaras Municipais e o Poder Legislativo são fantásticos! Com a votação numa sessão põe um projeto de lei em execução, mudando a estrutura de uma sociedade. É claro que mudar o costume de uma comunidade é muito difícil. É por isso que apanhei tanto. Mas esse sofrimento foi reconhecido. Toda mídia afirma que Lei Seca é boa, que combater drogas é fundamental, inclusive alcoolismo.

Ficamos felizes em pertencer a esse poder que, na época da ditadura, não tinha força devido à cassação. Mas aprovar projetos fundamentais é fantástico. São projetos importantes para os munícipes de todo o Estado. Fui vereador durante 20 anos na Câmara Municipal de São Paulo, apresentei e aprovei vários projetos. O conjunto deles é a tolerância zero, fundamental para termos qualidade de vida.

Sou entusiasta do Poder Legislativo. Com uma votação você pode mudar o rumo e salvar muitas vidas. E, às vezes, como médico cirurgião, não consigo salvar tantas vidas como acho que consegui salvar com o Projeto da Lei Seca e outras leis. Mas estou certo de que Geraldo Alckmin, nosso Governador - que é também médico -, salvará muitos jovens com essa lei que aprovaremos nesta Casa, principalmente daqueles que estão no caminho do alcoolismo e das drogas ilícitas, que trazem tantos infortúnios. Muito obrigado.

 

O SR. ISAC REIS - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Donisete Braga, falar pelo Art. 82 pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, agradeço ao nobre Deputado Isac Reis que me indicou para falar pela Minoria. Hoje a nossa Presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Brasil Maior, que tem como objetivo inovar para competir, e competir para crescer. O plano é a nova política industrial, tecnológica de serviços e de comércio exterior do Governo Federal. Esse projeto objetiva a proteção da indústria nacional.

Eu quero, aqui, registrar a importância desse plano apresentado hoje pela nossa Presidente Dilma para nós que moramos no País importante da América Latina, importante pelo seu tamanho, seu potencial de geração de emprego e renda hoje aliada à política afirmativa do Governo Federal. A Presidente Dilma apresenta um plano como esse, além de dar estímulo à inovação com desoneração tributária de impostos sobre produtos industrializados, o IPI, e, também, de bens de investimento. Será por 12 meses a redução dos impostos sobre bens de capital como para materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves.

É uma medida de desoneração tributária importante porque, primeiro, estamos assistindo essa crise nos Estados Unidos, uma grande potência mundial, e o nosso Brasil está caminhando de forma segura, pacífica e consolidada com a economia brasileira.

Nós entendemos que é fundamental quando a nossa Presidente apresenta um plano que, acima de tudo, estabelece uma política para dar segurança às indústrias do nosso País. Eu digo isso, Sr. Presidente, porque temos que fazer a lição de casa aqui no Estado de São Paulo.

Hoje, temos dialogado com vários segmentos que representam a nossa economia, a nossa indústria como a própria Fiesp. O Governo do Estado de São Paulo precisa, urgentemente, ter sintonia com a política do Governo Federal porque, se hoje o nosso País depende da política econômica, para que as empresas possam crescer e ter segurança em relação aos investimentos, o Estado de São Paulo é a nossa grande locomotiva.

Hoje percebemos que o Paraná e Minas Gerais têm crescido na questão das grandes indústrias. Eu nasci no Interior do Estado de São Paulo, na região da Alta Paulista. Quando vim para São Paulo, tínhamos investimento na agropecuária, agricultura, café, arroz e feijão.

O nosso Interior se transformou hoje nas grandes usinas do Estado de São Paulo. Nós temos que redefinir a vocação do nosso Interior, a região do Ribeirão Preto. Sem dúvida, o Município de Ribeirão Preto precisa redescobrir a sua vocação, a mesma coisa a região de Presidente Prudente, Vale do Ribeira que é uma região extremamente pobre.

O Governo do Estado também precisa redefinir a vocação industrial e comercial para que possamos caminhar nessa sintonia importante e fundamental que a nossa Presidente Dilma Rousseff tem estabelecido na política de investimento e fortalecimento das indústrias que geram a riqueza do nosso País.

A política para fortalecer as pequenas e médias empresas é fundamental porque são elas que mais empregam no nosso País. Sem dúvida, quando o Governo Federal estabelece política afirmativa, segura onde o empresário, o empreendedor poderá investir e ter a segurança de que o País vai ter controle da inflação vai ter a economia segura, o crescimento é padrão para todas as regiões.

Nós não queremos mais que apenas a região Centro, Sudeste sejam mais ricas que regiões Norte e Nordeste. Nós queremos que o nosso Brasil cresça de forma padronizada, com inclusão social, com educação, com inovação e com a tecnologia. Eu acho que esse é o grande desafio do nosso País.

Eu acredito na política que a Presidente Dilma tem, hoje, procurado exercer e não tenho dúvida que o nosso Estado de São Paulo tem grande importância para a questão do meio ambiente, para questão educacional, mas, acima de tudo, para inclusão social no nosso País, especialmente no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, assessores, depois de quase um mês de recesso, retorno a esta tribuna e o assunto ainda é o mesmo, a questão do meio ambiente, a questão da destruição da fauna e flora na região de São José do Rio Preto, no Município de Palestina, onde por um ato federal, na gestão passada, aconteceu o Decreto nº 5.025, de 20 de março de 2004, que dispõe sobre o Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o Proinfa, a primeira etapa, e dá outras providências.

O decreto foi muito bem elaborado e dá condição a empresas de construírem usinas hidroelétricas em pequenos rios. Mas, infelizmente, nós, da Região Noroeste, estamos sendo contemplados com duas pequenas usinas hidrelétricas. Já estão lá fazendo demarcações e estamos começando a ver a obra que vai destruir mais de 100 alqueires, inundando e destruindo a vegetação, acabando com os animais de várias espécies.

Nós tivemos a preocupação de estar no local. Quero que coloque a imagem do vídeo, por favor. Essa é a cachoeira do Talhadão. Nós estivemos lá no domingo retrasado com várias pessoas. Aí estão os arqueólogos, o engenheiro civil.

Nós temos lá uma Associação de Pescadores Ambientalistas, também a Associação em Defesa do Meio Ambiente nos Rios Turvo e Preto e também a cachoeira do Talhadão, que é a única do Estado de São Paulo desse porte e que em breve, infelizmente, não a teremos mais e sim uma barreira de concreto com uma turbina apenas que vai gerar energia por apenas oito meses. Ela vai ficar parada por quatro meses por não ter água nesse local.

Aí estão todos os pescadores, moradores, pessoas da associação. Estamos dando as mãos na parte de baixo da cachoeira, justamente para deixar marcado para o Estado de São Paulo, para as Sras. e os Srs. Deputados o porquê estamos usando esta tribuna. Porque nesse lugar será construída uma usina hidroelétrica e que acabará com a única cachoeira do Estado de São Paulo que ainda tem resquícios de índios que ali moraram, de jesuítas que por ali passaram, enfim, toda uma situação arqueológica vai sumir infelizmente.

Quero deixar aqui o nosso pedido à Assembleia Legislativa para encampar conosco a luta ‘Mãos dadas em prol da Cachoeira do Talhadão. Esta é a camisa que está sendo vestida por associações, por representações ambientalistas e por Câmaras Municipais, que estão fazendo moções pedindo o tombamento desta área com o fim de preservar para os nossos filhos, para os nossos netos um lugar sem igual.

A nossa indignação pelo que vem acontecendo. O meio ambiente está pedindo ajuda. A onça-parda que já está com poucos exemplares vai sumir porque no entorno desta APP só tem plantação de cana, não tem mais mata ciliar, não tem mais nada. O macaco também será extinto naquela região.

Portanto, fica o nosso pedido às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados para encampar esta luta em prol do meio ambiente, já que pouco podemos fazer.

Esta associação está lançando folhetos e disponibilizando um site para que você meu amigo, minha amiga, que nos assiste pela TV Assembleia, possa participar de um grande abaixo-assinado eletrônico.

Você pode acessar o www.salveoturvo.com.br e ser mais um na luta contra a degradação do meio ambiente, da fauna e da flora aqui no Estado de São Paulo, mais especificamente na região noroeste do Estado de São Paulo.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes, solicito a suspensão da sessão até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Em face do acordo entre as lideranças a Presidência suspende a sessão até as 17 horas.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às l6 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 03 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, senhores funcionários, bom retorno a todos.

Sr. Presidente, venho à tribuna para lamentar um veto do governador do estado.

Esta casa fez um belo trabalho no primeiro semestre sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Pela primeira fez a bancada do PT votou favorável a um relatório, que não foi perfeito como gostaríamos, da deputada Regina Gonçalves, do PV. Tivemos pelo menos cinco grandes avanços que elenquei aqui quando declaramos o voto favorável à Lei de Diretrizes Orçamentárias. O principal avanço foi a regionalização do Orçamento, cobrada em todas as audiências públicas realizadas pela Comissão de Finanças e Orçamento no Estado de São Paulo. Regionalização defendida por praticamente todas as bancadas e pela grande maioria dos parlamentares desta Casa. Foi aprovada por unanimidade pelos 94 deputados. Nenhum deputado votou contra, nenhuma bancada registrou voto contrário a esse item. Mais do que isso, o líder do governo participou da construção desse acordo e votou favorável. Quando o líder do governo vota favorável significa que o governo aceita, que o governo concorda. E foi isso que aconteceu no dia em que votamos a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Então, nos surpreende muito o veto do governador Geraldo Alckmin a esse item da regionalização.

Sr. Presidente, já que foi uma votação unânime, esta casa tem obrigação de derrubar esse veto, de restabelecer a vontade da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a vontade de todos os partidos políticos e de todos os deputados.

É um grande avanço porque após a aprovação do Orçamento do estado ficamos sabendo a quantidade de dinheiro em que vai ser investido, em cada região do Estado de São Paulo. Por exemplo, quando se fala que duas mil casas serão construídas, saberemos quanto elas vão custar, em cada região: São José do Rio Preto, São José dos Campos, Jundiaí ou Ribeirão Preto.

É isso que estamos defendendo em todas as áreas do Orçamento. Isso foi aprovado aqui. E o argumento do governo de dizer que é inconstitucional. Mesmo porque o governo de Minas gerais, que também é administrado pelo PSDB, adota a regionalização no Orçamento há muitos anos, e nunca foi cobrada inconstitucionalidade. Nunca teve esse problema. O Governador Geraldo Alckmin e o Secretário do Planejamento foram consultados e concordaram com esse item que defendemos todos os anos. Infelizmente, na hora de sancionar, o governador o vetou.

Então, a bancada do PT está protestando e pedindo para que esta Casa tome a decisão de derrubar esse veto. Caso contrário, será uma humilhação, uma desmoralização para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. É pouco avanço? É, mas é avanço. E não pode simplesmente ser ignorado por uma intervenção direta do governo do Estado de São Paulo em algo importante para o Estado de São Paulo, para as prefeituras, para a população, para as entidades de todo o estado que reivindicam e concordam coma regionalização.

Quero registrar esse protesto e pedir que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo derrube esse veto e restabeleça o que foi aprovado por unanimidade. Falamos sobre isso hoje no Colégio de Líderes, deixamos essa discussão para a próxima semana. Tenho certeza que o presidente vai se empenhar porque concordou, votou favorável a esse item do Orçamento. Na próxima semana vamos retomar essa discussão, derrubar o veto e restabelecer aquilo que aprovamos por unanimidade nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sobre a mesa o seguinte requerimento: “Exmo. Sr. Presidente Barros Munhoz, através desse requer-se, conforme Art. 35 da XIV Consolidação do Regimento Interno, a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar do IV Encontro Nacional das Comunidades Quilombolas, que será realizado no dia 03 de agosto de 2011, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no Plenário Teotônio Vilela, Praça Floriano Peixoto, s/nº, Cinelândia, Rio de Janeiro.” Assina o Deputado José Cândido, com número regimental de assinaturas. A Comissão é constituída pelo nobre Deputado José Cândido e pelo assessor Josué Ferreira.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência adita à Ordem do Dia da Sessão Ordinária de amanhã o Projeto de Decreto Legislativo nº 65/2009, que susta o Decreto nº 54 716/2009, que transfere para o gabinete do Secretário da Segurança Pública a Corregedoria Geral da Polícia Civil.

Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje e o aditamento anunciado.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 11 minutos.

 

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