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28 DE MAIO DE 2013

075ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES, ULYSSES TASSINARI e SAMUEL MOREIRA

 

Secretário: ORLANDO BOLÇONE

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença de alunos da Universidade 9 de Julho, com o Prof. Cezar Augusto Pinheiro; e do vereador Rodrigo Dias, da Câmara Municipal de Itanhaém, acompanhado de sua esposa, Sra. Camila Mesquita, e assessora.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Comunica a presença, nas galerias, de militares que defendem a PEC federal nº 300. Propõe ao governador a criação do que chamou "bolsa incompetência", que seria o pagamento de indenização à família ou à vítimas de violência. Questiona declarações do secretário de Segurança Fernando Grella sobre a investigação dos crimes de latrocíncio. Cita casos de arrastões a restaurantes, bem como de fogo ateado a dentista. Pede melhorias salariais e técnicas para a Polícia que, adita, está desmotivada. Propõe a votação de projetos de interesse da Segurança Pública. Informa que os metroviários estão na iminência de greve. Dá conhecimento de assembleia de policiais no dia 11/06, no vão livre do Masp. Fala do destacamento policial para a Parada Gay.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza a cidade de Valinhos por seu aniversário.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Lamenta a violência em âmbito nacional, que considera epidêmica. Cita caso de dentista incendiado em São José dos Campos. Recorda o caso da dentista de São Bernardo, queimada viva. Pede atenção das autoridades quanto à Segurança Pública. Propõe o desarmamento da população, especialmente dos jovens. Lamenta veto a projeto de sua autoria, sobre a redução sonora em veículos. Recorda a adoção da tolerância zero em Nova Iorque. Sugere a mesma medida para São Paulo. Defende a redução da maioridade penal, para enfrentar a impunidade.

 

006 - RAMALHO DA CONSTRUÇÃO

Relata sua presença, na manhã de hoje, em canteiros de obras na zona leste da Capital. Considera falida a Saúde Pública. Pede aumento no repasse de verbas do SUS para hospitais. Comunica sua presença, em 27/05, em inaugurações no ABC, em companhia do governador e prefeitos da região. Informa a liberação de verbas para a região. Fala da Segurança Pública. Reproduzi informações do Executivo sobre a contratação de policiais, a inauguração da sexta pista da Imigrantes, a criação da primeira Fatec de Cosmética, em Diadema, bem como a instalação de unidade do Poupatempo.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Endossa as reivindicações dos professores das esferas estadual e municipal. Sugere ações para o combate à violência e fim da superlotação nas salas de aula, bem como condições de trabalho e valorização dos profissionais da Educação. Afirma que ambas as categorias não encontram respaldo dos Executivos Estadual e Municipal de São Paulo. Comenta palestra de representante do Ministério da Educação da Finlândia, feita no Colégio Rio Branco. Reproduz informações sobre o investimento nos professores, que lecionam em apenas uma escola, em carreira valorizada, especialmente na área infantil. Comenta as doenças profissionais do Magistério brasileiro por jornada estafante. Pede plano de carreira para a categoria. Ressalta o "direito de ser criança" pela dirigente nórdica. Acrescenta que o professor avalia o aluno, sem interferência externa. Pede plano de carreira para o Magistério.

 

009 - MARCOS MARTINS

Dá conhecimento de reuniões de várias entidades de servidores da Saúde. Lamenta o fechamento de alguns setores de saúde, como o de queimados, que é referência na área. Enfatiza que a reforma do Hospital de Osasco demora três anos. Pede aceleração das obras, para benefício geral de funcionários e pacientes. Pleiteia a ampliação dos convênios para os servidores do interior paulista.

 

010 - LUIZ CARLOS GONDIM

Comenta texto do jornal "O Diário", de Mogi das Cruzes, sobre a frustrada tentativa de venda do Hospital do Câncer de Mogi para o Governo do Estado. Destaca problemas dos pacientes da região. Afirma que falta diálogo com o Executivo, que não comunicou a decisão à Comissão de Saúde desta Casa e aos deputados da região. Lembra que a demora no tratamento de câncer pode gerar metástase no paciente. Lê e comenta coluna de Darwin Valente, do mesmo periódico. Solicita ações completas por parte do Governo do Estado.

 

011 - DILADOR BORGES

Comenta a realização da Virada Cultural, em Araçatuba e região noroeste, em 27/05. Acrescenta que não houve incidentes durante o evento. Elogia a população local pelo caráter ordeiro. Parabeniza a organização do evento.

 

012 - OSVALDO VERGINIO

Dá conhecimento de audiência, hoje, com o secretário de Estado de Saúde. Informa que está prevista para agosto a inauguração do Hospital do Câncer da cidade. Cita problemas dos pacientes locais. Combate a demora de três anos na reforma do Hospital Regional de Osasco, que é referência para comunidade. Pede atuação administrativa, acima das questões partidárias.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, cita entrevista do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, concedida ao portal "G1", a respeito da previsão do número de casos de câncer em 2013. Lembra que a luta para a implantação, em Osasco, de centro de tratamento da doença começou em 2009.

 

014 - TELMA DE SOUZA

Para comunicação, menciona a tentativa de fechar a Escola Estadual Cleóbulo Amazonas Duarte, em Santos. Informa que foram iniciadas obras no local, sem aviso aos alunos e funcionários. Lembra que a escola é bem avaliada no Ideb. Levanta a hipótese de que o prédio servirá de espaço para a Diretoria de Ensino, cujo imóvel atual será ocupado pela USP. Acrescenta que o secretário estadual de Educação será questionado sobre o assunto em 29/05, quando deve prestar contas à Comissão de Educação desta Casa.

 

015 - OSVALDO VERGINIO

Pelo art. 82, cobra da CCR, empresa que administra a Rodovia Castello Branco, a expansão da entrada para Osasco. Menciona problemas de trânsito enfrentados na região. Parabeniza as empresas de transporte da cidade pela entrega de novos ônibus, mas ressalta a necessidade de se construir pontos cobertos. Cita a realização de casamentos comunitários em Osasco.

 

016 - MARCO AURÉLIO

Comenta emendas, de sua autoria, à LDO. Informa que uma delas reestabelece a contribuição patronal ao Iamspe. Comunica que a segunda versa sobre a participação do governo estadual em convênios com o Ministério da Saúde. Informa que os municípios e o governo federal dividem as despesas de programas como o Samu. Cita benefícios da proposta. Comunica que estudantes de cidades próximas a São Sebastião são prejudicados pela detonação de rochas na Rodovia dos Tamoios. Cobra a diminuição do valor dos pedágios. Considera lento o governo estadual. Menciona entrevista da presidente da Fundação Casa. Posiciona-se contra a redução da maioridade penal. Critica o baixo índice de elucidação de homicídios no estado.

 

017 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

018 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, acusa o Governo do Estado de lentidão. Cobra maior investimento no transporte público. Afirma que projetos aprovados nesta Casa são vetados, mesmo quando seu teor é similar ao de medidas governamentais. Menciona a ocorrência de congestionamentos na Rodovia Castello Branco, na entrada para Osasco. Afirma que é obrigação do governo oferecer mobilidade nas rodovias estaduais. Cobra o uso de tapumes no entorno do Rodoanel, por conta do ruído.

 

019 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, comunica que protocolou requerimento, junto à Comissão de Fiscalização e Controle deste Legislativo, solicitando a convocação do agente fiscal de rendas Élcio Fiori, que exerceu, até 2012, o cargo de juiz do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda, por conta de denúncias de corrupção. Lê matéria de "O Estado de S. Paulo" sobre o assunto. Afirma que o juiz teria dito que possui amigos influentes na Justiça, na Polícia e na política. Ressalta que um deles seria o deputado Bruno Covas, secretário de Estado de Meio Ambiente. Afirma que esta Casa tem a obrigação de investigar o caso.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

021 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h12min.

 

022 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h36min. Responde à Questão de Ordem formulada pelos deputados Luiz Cláudio Marcolino e José Bittencourt, sobre a designação, realizada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, do deputado Cauê Macris como relator de protocolado em que o deputado Carlos Giannazi pleiteia a perda do cargo de vice-governador para o Senhor Guilherme Afif Domingos.

 

ORDEM DO DIA

023 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, parabeniza o Presidente desta Casa pela agilidade em resposta à Questão de Ordem apresentada pelo PT e PSD.

 

024 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Antonio Salim Curiati, para a não realização de sessão no dia 31/05. Encerra a discussão e coloca em votação requerimento de urgência ao PL 259/13.

 

025 - CAMPOS MACHADO

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 259/13, como líder do PTB.

 

026 - OLÍMPIO GOMES

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 259/13, como líder do líder do PDT.

 

027 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Encaminha a votação do requerimento de urgência ao PL 259/13, como líder do Líder do PT.

 

028 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 259/13.

 

029 - OLÍMPIO GOMES

Solicita verificação de votação.

 

030 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico, que constata quórum insuficiente para deliberação. Coloca em discussão requerimento de urgência ao PLC 13/13.

 

031 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PLC 13/13.

 

032 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PLC 13/13.

 

033 - OLÍMPIO GOMES

Solicita verificação de votação.

 

034 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Defere o pedido. Determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico, que constata quórum insuficiente para deliberação.

 

035 - FERNANDO CAPEZ

Requer o levantamento da sessão, com anuência das Lideranças.

 

036 - Presidente SAMUEL MOREIRA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/05, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Orlando Bolçone para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Temos a grata satisfação de anunciar os ilustres visitantes, os alunos da Universidade Nove de Julho, da cidade de São Paulo, acompanhados do nosso querido professor Cezar Augusto Pinheiro.

Também estamos recebendo a visita do vereador Rodrigo Dias, da linda cidade do litoral Itanhaém, acompanhado da sua esposa Camila Mesquita e da sua assessora Denise Zanella. Esta Presidência deseja boas-vindas e solicita uma salva de palmas aos ilustres visitantes. (Palmas.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Ramalho da Construção. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, público presente, quero saudar de forma especial o subtenente Clóvis e um grupo de abnegados lutadores pela PEC 300, pela causa de um salário mais digno aos nossos policiais. Sejam sempre bem-vindos a esta Casa, que a presença de vocês acaba constrangendo as omissões da Assembleia Legislativa, que se dobra diante do Palácio dos Bandeirantes.

Sr. Presidente, venho a esta tribuna para propor ao governador Geraldo Alckmin a criação da “Bolsa Incompetência”. Já temos a Bolsa Família, a “Bolsa Noia”, que é o Programa Recomeço, a “Bolsa Crack”; temos várias bolsas. Todas as vezes em que o governo se mostrar incompetente, principalmente em relação a estancar essa hemorragia da criminalidade, pelo menos, e decentemente, deve indenizar a família do cidadão que é morto, a família e a pobre coitada que é estuprada, com os estupros explodindo no estado de São Paulo, e os latrocínios também.

Quando estoura o latrocínio, vem o “gênio” do secretário da Segurança, Fernando Grella, e diz que o latrocínio vai sair do DHPP e vai para o Deic, porque é um crime patrimonial. Até aí está correto, segundo o Direito, porque o latrocínio é o roubo mal sucedido. Eu queria que esse “gênio” do secretário da Segurança Pública explicasse qual é o roubo bem sucedido, se é o bem sucedido para o bandido, bem sucedido para a vítima - não foi roubada, foi apenas uma tentativa de roubo.

Tivemos, ontem, dois arrastões em restaurantes em São Paulo. Não deu tempo de sair na mídia. Há tanta desgraça que não dá tempo mais. Novamente um dentista, em São José dos Campos, foi queimado. Sabem por quê? Porque estava trabalhando em seu consultório até mais tarde. A Polícia Civil tem 8 mil homens a menos; a Polícia Militar mais de 7 mil. Falta competência à Secretaria de Segurança Pública, e ao governador, posicionamento; não sabe para onde vai. Quem está pagando o preço disso é a sociedade. Então, “Bolsa Incompetência” seria uma forma de se redimir pelo menos materialmente. Ficariam bonitas as manchetes: Geraldo Alckmin cria o “Bolsa Incompetência”. A cada manifestação de incompetência do governo, o cidadão vai ser ressarcido, ou os familiares, porque com medidas pífias essa enganação que estamos sentindo a Polícia Civil e a Polícia Militar estão completamente desmotivadas.

Para a Polícia Civil dá vergonha vir aqui a esta tribuna falar de novo. E aí a Assembleia Legislativa é parceira na omissão. Onde está o nível universitários dos escrivães e investigadores? Onde está o cumprimento da data-base de 1º de março para revisão dos salários dos policiais?

O Metrô está para entrar em greve. A Polícia, por enquanto, só não oficializou; talvez oficialize a partir do dia 11 de junho, quando vai ter uma grande assembléia de policiais no vão livre do Masp. De coração, o espírito do policial não dá mais, chegou ao limite.

Efusivamente, a Secretaria de Segurança Pública anunciou: a Parada Gay não será como a “Virada Criminal”. Era Virada Cultural e transformou-se em “Virada Criminal”, porque as pessoas foram assaltadas em arrastões, um jovem de 19 anos morreu com um tiro na cabeça e outro morreu de overdose ao lado da viatura da polícia.

É uma vergonha, um escândalo. Como virar notícia? Vamos disponibilizar um contingente de 1.800 homens para a Parada Gay, mas com o coração desmotivado, os salários aviltantes e as carreiras estagnadas.

Não se pode mais admitir o que está acontecendo no estado de São Paulo. Governador, pelo menos crie a “Bolsa Incompetência” e, todas as vezes que o governo for incompetente, indenize o cidadão. Indenize a família do cidadão para minimizar a dor.

Vamos criar o modelo das bolsas. Existe bolsa para tudo, só não existe ainda a “Bolsa Incompetência”. Está aí um grande modelo para ser a marca do Governo Geraldo Alckmin. A criação dessa Bolsa vai se encaixar exatamente nesse Governo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência gostaria de congratular, em nome de todos os deputados, a linda cidade de Valinhos. Parabéns a todos os cidadãos da cidade, que hoje aniversaria. Desejamos muito sucesso, muito desenvolvimento, qualidade de vida e muita saúde a todos os munícipes. Contem sempre com esta Casa Legislativa, com todos os deputados e com este deputado também.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores, quero cumprimentar o deputado Olímpio Gomes e falar sobre a violência tão radical que assola o território nacional.

Não existe violência só na Capital. Houve um dentista em São José dos Campos que teve seu corpo incendiado; 60% do corpo sofreu queimaduras. Ele está na UTI em estado gravíssimo. Ele estava trabalhando quando dois homens encapuzados invadiram o seu consultório e praticaram tanta maldade. Isso aconteceu também com uma dentista em São Bernardo do Campo, no dia 25 de abril deste ano. Ela foi queimada viva.

Assim caminha cada dia do paulistano, do paulista e dos brasileiros. Parece que existe uma epidemia sem nenhum controle. Há crimes e delitos de toda ordem e, infelizmente, as nossas autoridades competentes não estão cumprindo a sua função.

Essas autoridades deveriam estar desarmando; apreendendo armas ilegais, com numeração raspada, contrabandeadas ou roubadas, que estão nas mãos de bandidos e marginais para praticarem delitos de toda ordem. Essas armas estão nas mãos de adolescentes com 15, 16 anos. Eles estão, por exemplo, no bairro Jardim Miriam portando uma metralhadora.

Por que isso acontece? Quem está falhando? Acredito que não sou eu, e não é a Assembleia Legislativa. A polícia não consegue dar conta, não está desarmando. Sabemos que a polícia está desaparelhada e é mal paga.

Temos que reagir. Os governantes não podem continuar assim. Muitos casos nem são publicados na mídia, mas percebemos em todos os locais essa epidemia, que incomoda todos nós. Tivemos o caso do empresário de 60 anos, que assassinou um casal por problemas de barulho, em Alphaville, onde residem pessoas de classe média alta; e por um motivo fútil.

Aprovamos aqui um projeto de lei para controlar a sonorização, mas foi vetado pelo Executivo. Não consigo entender: permitem baladas a céu aberto nos postos de combustíveis, nas ruas, nas praças públicas, de jovens com carros pequenos que mais parecem trios elétricos, com o som nas alturas, incomodando o entorno; prejudicam alunos e trabalhadores que querem descansar. Usam as vias públicas como se fossem suas próprias casas. Não respeitam nem a si mesmos, porque agridem o seu aparelho auditivo.

Como o governo permite que isso aconteça nas praças públicas? Tem que haver respeito. Todos têm o direito de usar as praças públicas, mas é preciso respeitar o próximo.

Quando os pequenos delitos não são punidos, acontecem os grandes delitos. Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, aplicou a tolerância zero, o que precisamos aplicar na cidade de São Paulo, porque ninguém suporta mais esse alto grau de violência. Precisamos da tolerância zero. Se não conseguirmos diminuir o número de garotos armados até os dentes, temos que adotar outras medidas, como a diminuição da maioridade penal.

Se a polícia não consegue desarmar, se o governo não consegue cumprir a sua função, temos que partir, o mais rápido possível, para a diminuição da maioridade penal, para que esses adolescentes comecem a respeitar as pessoas. Eles assaltam, deixam as vítimas de joelhos, julgam e executam, por um par de tênis, por um celular. Eles atiram porque sentem a impunidade; podem ficar um ou dois anos na cadeia, ou recolhidos na Fundação Casa, e nada acontece.

Precisamos nos unir. Nós, deputados, temos projetos importantes para fazer a prevenção na área da Segurança Pública, para ajudar a diminuir essa violência toda.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Ramalho da Construção.

O SR. RAMALHO DA CONSTRUÇÃO - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Alesp, visitantes desta Casa, gostaria de comentar que estive hoje às 6 horas da manhã em um canteiro de obras na zona leste, ouvindo as pessoas falarem de suas dificuldades e de sua esperança em nossa política, em especial na área da Saúde.

Como todos sabem, a Saúde está falida. Embora o prefeito tenha ajudado aqui e ali, e alguns governadores também tenham ajudado, sabemos que é um absurdo o repasse do SUS para as Santas Casas. E a Presidência da República repassa 52 milhões em doação para outros países, deixando as pessoas daqui morrendo por falta de investimento na Saúde.

Gostaria de comentar também sobre as inaugurações realizadas ontem na região do ABC. Acompanhamos o governador do Estado e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Em Mauá, o governador liberou 6,5 milhões para a Saúde prontamente, além de mais 13 milhões, sendo 1 milhão por mês durante um ano. Hoje, no Facebook, cidadãos de Mauá manifestaram-se agradecendo esse gesto do governador. Mas nós precisamos ter ainda mais dinheiro para a Saúde, pois essas pequenas ações não dão conta dos problemas existentes nessa área.

Hoje nós temos dois grandes problemas em São Paulo: o problema da saúde na periferia e o problema da segurança para a classe média. Eu acabo de sair de uma reunião da ABCP cuja pauta era a Concrete Show 2013, mas todos os assuntos giravam em torno da segurança pública. O governador anunciou ontem a contratação de mais 2 mil e quinhentos policiais civis, quase 2 mil da área científica, mas sabemos que esse gesto ainda é pouco.

Participamos ainda da inauguração da sexta pista da Rodovia dos Imigrantes, sentido capital. Nunca antes tivemos uma rodovia com seis pistas, essa é a primeira do Brasil. Foram inauguradas mais duas pistas, e por ali passa toda a movimentação de São Paulo, não só das pessoas que vão para o litoral por lazer, mas também dos caminhões que transportam mercadorias para o Porto de Santos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Em Diadema, o governador inaugurou, na Fatec, a primeira faculdade na área de cosméticos do Brasil. Ontem foi também inaugurado um novo Poupa Tempo em Diadema, cidade que tem uma densa população com muitas dificuldades. Essas duas inaugurações foram acompanhadas pelo prefeito Luiz Marinho, que foi deputado, suplente de senador, ministro do trabalho, ministro da previdência e que, pela segunda vez, é prefeito de São Bernardo do Campo pelo PT. Ele acompanhou o governador em todas essas andanças. Junto com eles, estavam o prefeito de Mauá, Donisete Braga; o prefeito de Diadema, Lauro Michels; uma comitiva de deputados - Orlando Morando, Vanessa Damo, Regina Gonçalves, Alex Manente -, o ex-secretário Davi Zaia; o secretário da Saúde, Gilvan; o secretário da Habitação, Sílvio Torres.

Todos os investimentos que estão sendo feitos representam um gesto para o ABC. E o governador, em Diadema, ainda prometeu outras obras para servir o povo de Diadema, para servir o povo que mora na Grande São Paulo e que tanto necessita.

Obrigado, Sr. Presidente. Sempre me espelhei em V. Exa., pela sua experiência. Serei um aluno seu, junto com os demais deputados.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Obrigado pelas palavras, nobre deputado Ramalho da Construção.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Alesp, assomo à tribuna, primeiramente, para dizer que acompanhamos, participamos e apoiamos as manifestações que ocorreram recentemente, tanto dos professores da Rede Estadual de Ensino como também da Rede Municipal.

Foram manifestações e greves organizadas pelas duas maiores categorias profissionais de redes de ensino do Brasil, em defesa de uma escola pública, gratuita e de qualidade para todos, em defesa da valorização do Magistério. Foram dois movimentos com bandeiras comuns, como o combate à violência nas escolas, o fim das superlotações de salas de aula, melhores salários, melhores condições de trabalho e a valorização dos profissionais da Educação. Esse era um ponto comum das duas manifestações e dos dois movimentos, repito, tanto da Rede Estadual de Ensino como da Rede Municipal de São Paulo.

No entanto, as reivindicações dos profissionais da Educação não foram atendidas. Os dois governos trataram os professores com truculência, com autoritarismo e não avançamos no que tanto defendemos aqui: mais investimento na Educação, sobretudo na valorização do Magistério público.

Ontem, acompanhei a fala de uma representante do Ministério da Educação da Finlândia, país nórdico que tem um dos melhores índices de Educação do mundo. É um dos países que mais investe nessa área, tendo um dos melhores aproveitamentos na Educação pública.

A professora Jaana Palojärvi veio a São Paulo pela Embaixada da Finlândia e fez uma palestra no Colégio Rio Branco. Ela apresentou algumas considerações importantes, que não seriam na verdade uma receita, mas algo muito óbvio, que tanto defendemos no Brasil, na Assembleia Legislativa, junto com os professores, para que haja melhoria da qualidade de ensino.

Ela foi indagada como que a Finlândia consegue oferecer uma boa qualidade de ensino. Respondeu que não há segredo, que a receita é investimento nos professores: tem que investir nos profissionais da Educação. Afirmou que, na Finlândia, os docentes lecionam em apenas uma escola porque o salário de um professor - que leciona em apenas uma escola - é o equivalente hoje a 7 mil e oitocentos reais. Não é como no Brasil em que um professor tem de trabalhar em até quatro escolas no mesmo dia para sobreviver.

O professor, principalmente o da escola pública, tem uma jornada de trabalho extremamente estafante. Ele adoece no trabalho, sendo obrigado a ter faltas e licenças médicas.

Na rede pública de ensino, principalmente em São Paulo, existe o fenômeno do adoecimento do professor. Uma de suas causas consiste exatamente nessa jornada estafante de trabalho. Por isso, nós lutamos para que haja a aprovação, inclusive na Assembleia Legislativa, de um novo plano de carreira para os professores da rede estadual.

Outro ponto que leva ao adoecimento dos professores é a superlotação de salas, bem como a violência nas escolas, seja no Magistério municipal, seja no estadual. Nas escolas privadas a situação não é muito diferente. Alguns dirigentes de educação dizem que a profissão de professor é extremamente valorizada na Finlândia. Segundo os mesmos, existe uma juventude que possui uma intenção de ingressar no Magistério, havendo uma disputa imensa por uma vaga devido à valorização da carreira.

Ressalto também a valorização da educação infantil. A referida palestrante diz que as crianças começam a ler e escrever aos sete ou oito anos, uma vez que a criança tem o direito de ser criança. No Brasil, nós queimamos etapas: muitas vezes, querem alfabetizar uma criança aos três ou quatro anos de idade.

Dessa forma, queima-se uma etapa importante do desenvolvimento da criança, a saber, o desenvolvimento lúdico e psicomotor. O Brasil caminha, cada vez mais, na direção oposta à preservação e desenvolvimento da educação infantil.

Outro ponto por ela destacado é o fato de que, na Finlândia, o professor tem a liberdade para avaliar, não havendo essas avaliações externas institucionais. O sistema educacional daquele país não acredita nesse modelo. Compete ao professor avaliar os seus alunos durante todo o tempo. Ainda, possuem formação continuada. Tanto é verdade que para ser professor na Finlândia exige-se mestrado.

Não gosto de comparar a Educação do Brasil com a de outros países, contudo a professora Jaana Palojärvi aponta questões óbvias, as quais defendemos exaustivamente na tribuna da Assembleia Legislativa, na Comissão de Educação, ou junto aos movimentos sociais ligados à defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.

Então, continuaremos lutando em defesa da valorização do Magistério, sobretudo para que haja mais investimento na educação. Temos de aumentar os recursos na Educação, canalizando boa parte dos mesmos para valorizar os professores, do ponto de vista salarial, da carreira, da jornada e, sobretudo, das condições de trabalho. Só assim será possível oferecermos, de fato, um mínimo de qualidade de ensino nas nossas escolas públicas e privadas.

Sr. Presidente, continuaremos apoiando a luta dos professores - que foram massacrados pelo governo Alckmin, durante a greve que ocorreu recentemente, e pelo prefeito Haddad, que usou mecanismos autoritários para reprimi-los. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias e ouvintes do serviço de autofalante, na sexta-feira passada tivemos a assembleia dos servidores da Saúde - esses servidores estão em greve -, na quadra dos bancários. A assembleia reuniu um grande número de pessoas, lotando a quadra. Por que não reconhecer a greve dos trabalhadores da Saúde?

Gostaria também de falar da manifestação que ocorreu em frente ao Iamspe, contra o fechamento de diversos setores dessa instituição por causa da reforma. Houve um novo ato hoje lá com o SindSaúde, mas não pudemos estar presentes. A reforma provocará o fechamento também da Unidade de Queimados, que é uma referência no País e na América Latina. Reformas, muitas vezes, demoram durante anos, e as pessoas precisam continuar sendo atendidas.

O Hospital Regional de Osasco, por exemplo, está em reforma já há três anos. Todos os andares estão sendo reformados e a poeira se mistura à ala dos pacientes; ainda há o problema de telhas de amianto que, quando se quebram, liberam poeiras e se misturam com o pó normal.

Esperamos que a reforma do Iamspe seja concluída o mais rápido possível. Do jeito que está o estado de saúde dos pacientes, ao invés de melhorar, poderá piorar. A reforma está prevista em 45 dias. Vários setores serão fechados, mas a preocupação maior é em relação à Unidade dos Queimados, que tem lá um conjunto de pacientes sendo atendido. O hospital é sustentado pelos 2% dos salários dos servidores públicos. Em contrapartida, o governo não cumpre a sua parte com o Iamspe.

Era necessário, no mínimo, que o governo dialogasse com os servidores sobre a reforma: o tempo que demorará, o que será fechado e onde as pessoas serão atendidas. Ninguém é contra a reforma, mas ela deve ser realizada de forma a não causar muitos transtornos aos que já estão sendo atendidos e aos futuros pacientes. A nossa Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe apoiará os servidores, inclusive que o hospital se mantenha, uma vez que é um patrimônio dos servidores. E também trabalhará para a ampliação dos convênios pelo interior do nosso estado. Os servidores do interior têm dificuldade em ser atendidos e eles acabam vindo até o Hospital do Servidor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o jornal “O Diário”, de Mogi, mostra, em sua principal coluna de hoje, a tentativa do Governo do Estado de São Paulo de comprar o serviço de radioterapia do Hospital do Câncer, que é propriedade do Dr. Flávio Isaías.

Estivemos lá com o deputado Marcos Martins. Eles têm dois aparelhos e, com o fechamento do convênio, o hospital passou a ficar ocioso. Atendendo a convênios, sua capacidade é de aproximadamente 30 a 60 pacientes por dia, enquanto no Hospital Luzia de Pinho Melo teríamos mais de 100 pacientes da região do Alto Tietê sendo atendidos.

O que nos chama a atenção é que a negociação começou há seis meses. Segundo a coluna do Darwin Valente, houve duas reuniões entre o diretor do hospital, Flávio Isaías, e o governador, além de seis reuniões com o secretário de Saúde.

Na Comissão de Saúde, pedimos que acontecesse isso para que se comprassem os aparelhos e fosse dada uma condição mais humana à população do Alto Tietê.

Conforme a matéria, a negociação se iniciou com 16,5 milhões de reais e terminou com 22 milhões de reais, mas o dono do hospital desistiu da venda para o Estado.

Falta diálogo por parte do Governo, porque faz uma coisa tão bonita, tão boa, de interesse da população, e não comunica à Comissão de Saúde, aos deputados da região, como o deputado Estevam Galvão, a deputada Heroilma Soares, o deputado André do Prado e a mim, que sou médico e estou trabalhando nisso.

Pede-se que comprem esse aparelho de radioterapia e montem a radioterapia do Hospital Luzia de Pinho Melo o mais rápido possível, mas não se atende a esse pedido.

Ontem, conversei com o familiar de um paciente. Disse-me que morreram 200 pessoas de câncer este ano no Luzia de Pinho Melo e em outros hospitais, depois do fechamento do hospital do Dr. Flávio Isaías.

Morrer por causa de um câncer é uma coisa que pode acontecer, mas espera-se, pelo menos, que a morte seja digna, que a pessoa receba atenção e não fique nos corredores. Não se faz um hospital adequado e não se monta uma radioterapia. O diagnóstico é dado, mas não se inicia o tratamento e ainda se diz que o prazo máximo que têm para iniciá-lo é de 60 dias. Cumprem-no, pois a maioria é iniciada entre 50 e 60 dias, mas, com isso, o paciente já tem metástase.

Não tenho ordem para falar, mas o ex-prefeito de uma cidade, diagnosticado com um caso de câncer, não tem condições de pagar o PET Scan - um exame para detectar e mapear a metástase. Ele não tem condições de fazer uma cirurgia porque não consegue uma vaga pelo SUS e, assim, não inicia o tratamento. Isso não está correto.

Peço que esta coluna do Darwin Valente seja publicada no “Diário Oficial”, para que se saiba o que está acontecendo. Negociam sem conversar conosco, deputado Jooji Hato. Há quanto tempo estamos participando disso? Vossa Excelência foi ao Hospital Luzia de Pinho Melo e disseram: “olha, isso aqui será para a radioterapia”. Mas, mesmo com a população sofrendo, a obra não se inicia.

Quero fazer um apelo ao governo do Estado para que as coisas tenham começo, meio e fim. A ideia é excelente, estamos trabalhando para encampar o hospital há muito tempo, para que compre esses aparelhos.

Informem que estão em processo de compra do Hospital do Câncer, que fechou. É interessante, porque passamos aos deputados que não vão ter uma pessoa dizendo “arranje-me uma vaga para um tratamento de câncer em São Paulo”. Não é o nosso papel. É o papel do serviço que recebe o paciente e o transfere para a quimioterapia, a cirurgia ou a radioterapia. Isso não é legal.

Isso é chamado de diálogo, debate, conversa. Não podemos ter medo de conversar abertamente sobre o que estamos propondo, ou seja, para que haja uma conduta saudável por parte do governo do Estado e do secretário de Saúde. Mas eles não comunicam. Chacrinha já dizia: “quem não se comunica, se trumbica”. E não é isso mesmo?

Não queremos isso para o secretário. Queremos o melhor para a população. É preciso se comunicar e dar satisfação à Comissão de Saúde, que está zelando pelo Governo e pelos paulistas. Esse é o nosso papel.

Lamento que tenha acontecido às escondidas. Poderiam ter aberto o jogo desse trabalho. Enquanto estamos pedindo a compra de acelerador de partículas, as “negociações estão sendo feitas” em locais que poderiam ser abertos à Comissão de Saúde.

Este é um desabafo, porque quero que a população da minha região seja bem tratada. O tratamento de combate ao câncer deve ser oferecido o mais rápido possível.

Passo a ler documento extraído do jornal “O Diário”, de Mogi das Cruzes, intitulado “Estado tentou adquirir o Hospital do Câncer”, de Darwin Valente.

“Ao final de uma negociação que se estendeu por cerca de seis meses e que esteve praticamente fechada, o médico Flávio Isaías Rodrigues desistiu de vender o Hospital do Câncer de Mogi das Cruzes, de sua propriedade, ao Governo do Estado de São Paulo. Os entendimentos que começaram com uma oferta de R$16,5 milhões, chegaram a atingir a quantia de R$ 22 milhões, a ser paga em dinheiro vivo, na semana passada. Depois de se dirigir a São Paulo para fechar o negócio e assinar o contrato de venda, o médico Flávio Isaías simplesmente voltou atrás nos entendimentos com o Estado e decidiu alugar o imóvel para a Amil, que irá utilizar o espaço para implantar um hospital pediátrico. Até que se chegasse a esta conclusão definitiva, foram realizadas duas reuniões com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seis encontros com o secretário Giovanni Guido Cerri, da Saúde, onde o prefeito de Mogi, Marco Bertaiolli (PSD), e o secretário-adjunto municipal de Saúde, Marcello Teo Cusatis, se revezaram como interlocutores e apoiadores das negociações conduzidas pessoalmente por Isaías e integrantes do governo estadual. Logo após o proprietário do HC ter concordado em negociar o hospital, representantes da Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) estiveram na sede, no Alto do Ipiranga, para uma avaliação do imóvel, instalações e equipamentos lá existentes. Começaram, então, os contatos para discussões em torno do valor final da transação. Iniciado em R$ 16,5 milhões, o negócio foi avançando favoravelmente ao proprietário, à medida que os entendimentos prosseguiam. Foi assim até meados deste mês, quando se chegou à soma final de R$ 20 milhões. Bom negociador, Isaías ainda elevou o preço para R$ 22 milhões, o que foi aceito pelo Estado. Surpreendentemente, entretanto, o médico acabou voltando atrás, no momento em que o contrato de venda iria ser assinado. Como esperava reativar o HC para tratamento dos pacientes de câncer transferidos precariamente para o Hospital Luzia de Pinho Melo, o Estado tirou o pé do processo de modernização do centro de tratamento do Bairro do Mogilar. “Perdemos seis meses com negociações e agora o Governo do Estado terá de retomar tudo para equipar o Luzia”, comentou o prefeito Bertaiolli, ao confirmar as negociações. Para o prefeito, o “Estado caiu no ‘canto da sereia’ e vai retomar o trabalho no Luzia, o que mostra o quanto está empenhado em ajudar Mogi”.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Alexandre da Farmácia. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre deputado Dilador Borges.

 

O SR. DILADOR BORGES - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e telespectadores, é com muita alegria que comento a Virada Cultural, realizada em Araçatuba, no último fim de semana.

O evento teve a participação de toda a região noroeste. Foi uma festa muito diferente do que foi noticiado pela imprensa, não houve incidente algum na Virada Cultural daquela cidade. Toda a região noroeste foi beneficiada com o entretenimento.

Como já disse anteriormente, a população daquela área aguarda a realização do evento o ano todo. Há apresentações de teatro e muita música. Foi uma grande festa. Estivemos neste final de semana lá. Foi um sucesso. Muitas pessoas compareceram aos shows de grandes artistas de nosso País, como Luiza Possi e Negra Li. Toda a região se locomoveu para a nossa cidade, Araçatuba, em busca das atrações.

São atos que não podemos apenas criticar. Às vezes há algumas ocorrências fora da vontade dos organizadores, mas não podemos, de jeito nenhum, tirar o brilho da ideia que é a Virada Cultural.

Para fechar a Virada Cultural, houve um mega show com Almir Sater. Foi uma beleza. É isso que procuramos, levar coisas boas para a nossa sociedade e defendê-las. Quando ocorrem atos ruins, temos mesmo que criticar. Estive lá, participei de quase todos os shows e não houve nenhum ato de vandalismo, de bebedeira. Foi uma curtição maravilhosa. Continuo defendendo que se melhore, que se levem mais peças de teatro, já que houve menos peças neste ano.

É por isso que venho defender e parabenizar minha querida Araçatuba. Que meu querido povo do noroeste continue ordeiro e com gratidão a este movimento, que beneficiou nossa região. Quero mais uma vez parabenizar o meu povo de Araçatuba e do Noroeste Paulista.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Osvaldo Verginio.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, venho a esta tribuna para dizer que hoje estivemos reunidos com o secretário da Saúde do estado de São Paulo, Dr. Giovanni Guido Cerri.

Cobramos quando será inaugurado o Instituto do Câncer em Osasco. Ele disse que no mês de agosto, se Deus quiser, o instituto será inaugurado.

Por que esta cobrança? Porque vemos que as pessoas estão com problemas. As pessoas estão procurando hospitais para tratamento, para fazer quimioterapia ou radioterapia, e não estão conseguindo. As pessoas estão indo para qualquer hospital ou estão aguardando em casa. Acabam morrendo. Ontem, uma senhora foi fazer quimioterapia e não conseguiu. Voltou para casa e faleceu na data de hoje.

É isso que está acontecendo. Coisas urgentes não estão sendo objeto de preocupação. Tem que ser com urgência, pois o câncer não espera. É uma doença trágica. Os nobres deputados Ulysses Tassinari e Jooji Hato, enquanto médicos, sabem da situação que é quando uma pessoa tem câncer.

Fomos hoje fazer esta cobrança. Ele disse que já finalizou a compra do prédio na Vila Yara, em Osasco. Agora vai se tomar posse e rapidamente a reforma será iniciada, com a instalação da aparelhagem. A inauguração será em agosto. Osasco precisa.

Aproveitei e falei para ele sobre a questão do Hospital Regional de Osasco, que está em reforma há três anos, segundo o nobre deputado Marcos Martins. O Hospital Regional de Osasco precisa atender as pessoas. É um hospital de referência, que atende toda a região oeste e precisa de ajuda. Não podemos continuar com essa briga política e partidária, o hospital precisa ser reformado independentemente de quem seja o prefeito. O cidadão precisa ter acesso ao que é seu por direito, no caso, Saúde e medicação.

O Hospital Regional de Osasco é importante para a sua cidade e região. Por isso, peço mais uma vez ao Giovanni Guido Cerri e ao Governo do Estado que dêem mais atenção à região oeste.

O Hospital Municipal de Osasco não consegue atender a todos os municípios da área. Às vezes vem gente de Barueri, de Carapicuíba, portanto, pedimos ao Secretário da Saúde e ao governo estadual que entreguem com urgência os leitos do Hospital Regional e do Instituto do Câncer de Osasco. Existe muita gente precisando realizar quimioterapia, radioterapia e exames para detectar o câncer. Essa doença, se detectada a tempo, pode ter cura.

São essas as minhas cobranças e indagações ao Governo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, tenho em mãos uma matéria do site G1 em que o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em conjunto com o Incra, prevê a ocorrência de 520 mil casos de câncer em 2013.

Em 2009, foi iniciada uma luta pelo Centro de Tratamento do Câncer em Osasco. Levamos 50 mil assinaturas no Palácio dos Bandeirantes e fizemos uma série de cobranças ao antigo secretário, Barradas Barata, e ao atual, Giovanni Guido Cerri, segundo o qual a região comportava a obra.

O governador esteve no local há cerca de dois meses e anunciou a construção. Estivemos na Secretaria da Saúde e, lá, embora algumas pessoas dissessem que a compra já havia sido feita, ela ainda não tinha sido concretizada. De acordo com o setor de engenharia, os valores estavam sendo avaliados.

Esperamos que esse Centro seja implantado o mais rápido possível, porque, dos 520 mil casos de câncer previstos para 2013, acredito que muitos podem ocorrer na região de Osasco. Neste local existia a fábrica da Eternit, que lidava com amianto, um produto cancerígeno.

Em conjunto com o grupo OncoVida, fizemos uma caminhada e esperamos que o Centro de Tratamento do Câncer seja implantado o mais rápido possível. Nenhuma cidade da região possui hospital semelhante, de modo que sua inauguração é necessária.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero fazer um comentário que, apesar de desagradável, precisa ficar registrado nesta Casa antes da vinda do secretário de Educação, que virá amanhã, às 13 horas e 30 minutos, à Comissão de Educação desta Casa, da qual faço parte.

Em Santos, pela segunda vez, houve a tentativa de fechamento da Escola Estadual Ablas Filho, que já haviam tentado fechar em 2009. Ela atende não só alunos do ensino médio de Santos, como também do Guarujá e de São Vicente, pela facilidade de transporte existente na orla da praia.

Semana passada, fomos surpreendidos por uma equipe do FDE que adentrou com seus operários e levantou um muro dentro do laboratório da Escola Cleóbulo Amazonas Duarte, que fica no Canal 3, na Rua Guedes Coelho. Esta escola atende a um conjunto habitacional de mais de dez prédios, ao conjunto habitacional da Santa Casa, que terá uma nova etapa, e está aguardando ainda um conjunto habitacional para os servidores públicos.

O mesmo muro que dividiu o laboratório também dividiu o anfiteatro, que foi destruído. Os alunos e a diretora de nada sabiam. E foi descoberto que se tratava de uma ordem de construção que datava de 2005. Está absolutamente extemporâneo.

Ontem, fui recebida com muita elegância na diretoria da escola. O dirigente, que não estava presente, telefonou-me de maneira pronta e confidenciou-me que uma das hipóteses é a escola servir de espaço para a diretoria de ensino, desalojando os alunos e fazendo ainda com que a USP, que vai ser instalada no lugar onde se encontra a divisão de ensino, possa ter o prédio inteiro.

Mas é preciso alugar um espaço ou utilizar espaços do estado que estejam sendo subutilizados. Há dois meses, houve um pequeno escândalo quando a diretoria tentou alugar um imóvel pelo preço “módico”, entre aspas, de 100 mil reais mensais, para alojar uma equipe que não possui mais de duas dezenas de pessoas, talvez menos.

Esse é um fato absurdo. Desaloja alunos e não dá solução adequada para aquilo que se deseja. Já há movimentação dos alunos, dos pais e dos professores. Vale dizer que esta escola possui um bom Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), além de ter uma relação bastante entrosada com a comunidade ao seu redor. É uma escola positiva, do ponto de vista do Governo do Estado, e nós sabemos o quão problemática é esta área.

Amanhã, voltaremos a esta discussão, pois virá uma comitiva da cidade de Santos. Queremos ações enérgicas do secretário da Educação. Precisamos abrir escolas, pois, ao fechá-las, teremos que abrir presídios. E isto nós não queremos.

Muito obrigada.

 

O SR. OSVALDO VERGINIO - PSD - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, visitantes, funcionários desta Casa, retorno a esta tribuna para tratar da questão da entrada de Osasco.

Semana retrasada, comentamos que havíamos falado com a empresa que administra a Rodovia Castelo Branco e que iria fazer a nova entrada para a cidade de Osasco. Semana passada, a empresa fez esse anúncio, mas ontem, nós fizemos esta cobrança e eles “escorregaram”, não falaram se vão fazer ou não o projeto do viaduto que vai ligar a rodovia Castelo Branco até o viaduto Inês Collino. Enquanto isso as pessoas estão lá sofrendo; mas sofrendo mesmo. Ontem eu fiquei preso - no congestionamento ali formado - no trecho rodovia Castelo Branco até o viaduto Inês Collino, cerca de uma hora e vinte minutos. Gastamos indo daqui até Osasco perto de vinte minutos e da entrada de Osasco para o centro de Osasco, mais uma hora e meia; essa é uma situação muito difícil.

Então, pedimos encarecidamente à CCR a via Oeste, que eles façam o que está no contrato; tem que cumprir aquilo que está no contrato. Não fizeram um pedágio dentro da cidade de Osasco? Eles acham que repassando por ano nove milhões para a cidade dá para recuperar as malhas viárias? Não dá.

Então, pedimos ao presidente da CCR que possa dar uma atenção especial à cidade de Osasco. Não brinquem com as pessoas. Vocês estão faturando com esse pedágio colocado dentro da cidade de Osasco, e não estão dando atenção à cidade. Estão deixando as pessoas ficarem presas no trânsito, sendo roubadas, quando paradas às margens do rio Tietê, e ninguém faz nada para resolver essa questão. Já foram feitas reuniões com o prefeito, e nada foi feito a esse respeito.

Portanto, mais uma vez estou cobrando do presidente da CCR que dê uma atenção especial para a entrada de Osasco, porque o povo não pode pagar por uma besteira que vocês fizeram ali, ou seja, deixar somente uma faixa de entrada para a cidade de Osasco.

Estávamos dizendo também que Osasco recebeu na semana passada 25 ônibus novos para poder atender à demanda das periferias desse município, e hoje recebeu mais 20 unidades também das empresas para poder fazer um atendimento melhor à população da Zona Norte.

A empresa Urubupungá entregou hoje mais 20 ônibus que vão atender às periferias locais, onde as pessoas mais precisam de ônibus.

Então, quero aqui cumprimentá-los e ao mesmo tempo fazer mais uma cobrança para as empresas de ônibus que atendem a cidades de Osasco, Carapicuíba, Barueri, enfim toda a região, para que façam o ponto de ônibus coberto para as pessoas; não as deixem esperar pelos coletivos no tempo. As pessoas que pagam passagens têm o direito a isso. Você está pagando passagem então tem que ter também o direito de ter o ponto de ônibus coberto, e banco para sentar durante a espera do ônibus. Isso está escrito no contrato e, portanto, vocês têm que cumprir.

Essa questão é muito importante. Não podem deixar aqueles pontos de ônibus antigos, caindo telhado na cabeça do povo; vocês têm um contrato e têm que cumpri-lo, o que é real, porque o povo precisa disso.

Portanto, quanto à questão dos ônibus, quero cumprimentá-los, porém, quanto à questão dos pontos de ônibus, estou aqui cobrando e pedindo para que façam isso com urgência, não só na cidade de Osasco, mas em toda a região metropolitana. Temos uma tarifa cara, no valor de três reais e vinte centavos; mesmo assim não se faz nada; alguma coisa tem que ser feita para beneficiar a nossa população, principalmente da região Oeste.

Mais uma vez, vou voltar a falar da CCR; essa cobrança - viu Maurício - é muito importante, e nós queremos resposta em breve; que o senhor possa realmente fazer, nesse sentido, o que há de melhor para a cidade de Osasco.

Mudando de assunto, esse final de semana nós realizamos 380 casamentos comunitários na cidade de Osasco. O deputado Marcos Martins também estava presente; ele falou que eu me transformei em padre.

Então, fizemos 380 casamentos comunitários, juntamente com o prefeito Lapas, deputado Marcos Martins, e demais vereadores da cidade de Osasco. Pessoas com crianças no colo, enfim, pessoas que não tinham nenhuma condição de pagar as despesas de cartório. Isso foi possível graças a um projeto aprovado na Câmara, à época eu era vereador, o deputado Marcos Martins também era vereador, e graças a Deus o povo tem essa alternativa para poder casar.

Já estão querendo criar também um projeto de separação comunitária. E há cidade onde isso já acontece, ou seja, já há separação comunitária; são vários casamentos que não deram certo e estão assim fazendo a papelada correta, todos juntos, sem gastar nenhum centavo para isso.

Então, quero participar do casamento comunitário, mas não quero participar da questão da separação, porque acho que quando se casa, há uma promessa mutua de ficar junto até o fim e isso tem que ser respeitado.

Portanto, quero aqui cumprimentar o prefeito Jorge Lapas, cumprimentar o secretário, e também cumprimentar a primeira-dama, Sra. Sandra Lapas, e dizer que estaremos sempre juntos. O casamento comunitário é importante porque as pessoas às vezes querem legalizar sua situação e por vezes não têm condições de pagar o casamento na Igreja, como também no cartório.

Então, parabéns e muito obrigado a todo o povo da cidade de Osasco e região, lembrando a vocês que vamos estar sempre juntos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, pelo tempo regimental, o nobre deputado Marco Aurélio, por permuta de tempo com a nobre deputada Ana Perugini.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, um dos assuntos que quero tratar no dia de hoje diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Anualmente, o governador envia a Lei das Diretrizes Orçamentárias a serem votadas nesta Casa até o final do primeiro semestre para que os deputados apresentem as emendas que serão aprovadas ou não por este Plenário.

Elaborei várias emendas, mas quero destacar duas. Uma delas diz respeito ao Iamspe, e diga-se de passagem que o deputado Marcos Martins é o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe. Elaborei a emenda para que o plenário desta Casa aprove finalmente a contribuição patronal em 2 por cento. Sem essa contribuição patronal, o Iamspe é mantido pela contribuição dos funcionários e isso evidentemente gera grandes dificuldades financeiras e fazem com que os serviços prestados, que deveriam ser de qualidade respeitável, acabam se deteriorando.

Também gostaria de dizer que se todos os funcionários públicos do estado de São Paulo tiverem um bom Iamspe irá desafogar o SUS. Assim, uma medida positiva atinge dois objetivos: oferecer um bom atendimento aos funcionários públicos do estado de São Paulo que, e em consequência, irá melhorar o SUS no estado de São Paulo. Portanto, eu peço aos deputados estaduais desta Casa que votem favoráveis a essa emenda para que a LDO do Estado de São Paulo, para o ano de 2014, atinja o percentual de 2% sobre a folha de pagamento com a contribuição patronal do Governo do Estado de São Paulo em favor do Iamspe.

Outra emenda que eu apresentei também refere-se à Saúde porque o governo federal, com o ministro Padilha, tem vários programas bons no que se refere a Saúde, mas por questão de legislação esses programas são tripartites, pois passam pelo governo federal, pelo governo estadual e pelo governo municipal. Enfim, são programas que passam pelos três órgãos federativos, sendo que dois desses programas não têm a participação do Governo do Estado de São Paulo. Um deles é o programa da construção das UPAs 24 horas para os municípios, e o outro é o programa do Samu, Serviço Médico de Emergência - o serviço de resgate que temos na cidade que tem salvado muitas vidas nos locais que já foram instalados.

Este programa funciona com a disponibilidade do governo federal em investir 50% dos custos, os outros 50% devem ser divididos entre o Município e o Estado que, evidentemente, tenham assinado o termo de convênio com o governo federal. Porém, o estado de São Paulo, que é o estado mais rico da Nação, até hoje, apesar do governador ser médico, não assinou o termo de convênio com o governo federal. Com isso, os municípios que almejam terem UPAs e Samus devem arcar com os outros 50% no total.

Assim, para os municípios do estado de São Paulo que têm o Samu e as UPAs, que é um bom programa do ministro Padilha, 50% conta com investimentos do governo federal e os outros 50% com investimentos do município, quando deveriam ser 25% do Município e deveria ser firmado um convênio para o Estado arcar com os 25 por cento.

É evidente que se os municípios pudessem arcar apenas com 25%, ao invés dos 50%, sobraria mais dinheiro e recursos para serem investidos em UBSs, em ambulâncias, medicamentos. Enfim, investir naquilo que cabe aos prefeitos de suas cidades.

Então, a não assinatura desse convênio do Estado de São Paulo com o governo federal, repito, apesar de o governador ser médico, está prejudicando os municípios e, sobretudo esse programa do governo federal.

Portanto, eu apresentei uma emenda na LDO para que o Estado de São Paulo participe com 25% nesses dois programas do governo que são excelentes, mas que o Governo do Estado de São Paulo insiste em não participar.

Eu também quero registrar aqui, que no término da última reunião realizada na Região Metropolitana, na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba, eu conversei diretamente com o governador Geraldo Alckmin e disse-lhe que não é possível aos estudantes que moram na cidade de São Sebastião, ao se direcionarem a São José, Jacareí e Taubaté para fazer suas faculdades, sejam obrigados a perder a última aula porque a detonação das rochas na rodovia dos Tamoios acontece da meia-noite em diante. E qual é o grande pedido dos estudantes? Ao invés de a operação de implosão começar à meia-noite, seja transferida para meia-noite e meia, bastam só trinta minutos de postergação do horário de detonação das rochas, de paralisação da rodovia, para que os estudantes possam assistir até a última aula da faculdade. Hoje, se eles quiserem assistir até a última aula precisarão ficar parados na rodovia dos Tamoios até as 4 horas e 30 minutos, aguardando o fim da paralisação para que possam retornar as suas casas.

Esse foi o pedido que eu já havia feito ao Dersa e que, agora, fiz diretamente ao governador. Esse pedido veio de São Sebastião, foi feito pelo vereador Prof. Gleidson, do PMDB, mas foi negado. O vereador Gleidson mandou o pedido para mim, eu o repassei ao Dersa, foi negado e agora eu pedi diretamente ao governador que por sua vez chamou um assessor e ordenou que fosse mudado o horário da operação. De acordo com a informação que eu tenho neste momento, ainda não mudou. Então, espero que a ordem do governador do estado de São Paulo seja cumprida porque essa situação em que se fala algo que não vai acontecer é muito cansativa.

Eu me lembro que há alguns meses o governador falou sobre a diminuição no valor do pedágio: “São Paulo vai diminuir o valor do pedágio.”, mas não diminuiu. Começamos a perceber que a lentidão entre o que se fala e o que se executa é muito grande, então, peço ao governador Geraldo Alckmin que faça com que aquilo que foi dito seja executado urgentemente. É fundamental que os alunos estudem e cumpram a sua grade curricular nas faculdades até a última aula. Para que inibi-los? É só transferir para meia hora depois a detonação das rochas, mas isso ainda não aconteceu. A diminuição do pedágio há meses foi comunicada, mas ainda não aconteceu.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

* * *

 

É diante uma lentidão muito grande que tecemos a nossa crítica, pedindo para que São Paulo, o estado mais rico da Nação, saia dessa grande morosidade em que estamos.

Hoje, participarei da Conferência Municipal, na cidade de Jacareí, sob o tema “Quem Muda a Cidade Somos Nós: Reforma Urbana Já.” Essa conferência é iniciada sob a proposição do governo federal, através do Ministério da Cidade. Todos os municípios do País devem fazer suas conferências municipais, depois a conferência estadual, para que possam eleger os seus delegados para a conferência nacional. Na cidade de Jacareí esse evento se realizará hoje.

Parabenizo o prefeito Hamilton que está dando todo apoio para a realização dessa conferência municipal na cidade de Jacareí, no dia de hoje.

A partir de hoje, disponibilizei no meu site www.deputadomarcoaurelio.com.br, o programa que foi ao ar na segunda-feira passada, quando fizemos a entrevista com a Berenice, presidente da Fundação Casa. Estou fazendo esta propaganda porque gostaria que as pessoas acessassem o site e assistissem ao vídeo, pois há uma discussão muito grande sobre a diminuição da criminalidade vinculada à suposta redução da maioridade penal. E nesse programa ficou muito claro que não ocorrerá a diminuição de violência se por acaso houver a redução da maioridade penal, não é isso que vai fazer com que a violência do estado de São Paulo diminua.

O que se pode fazer para que a violência do estado de São Paulo diminua é o governo do estado de São Paulo, governado pelo PSDB há 18 anos, mostra que hoje, em 2013, menos de 10% dos crimes de homicídios são elucidados, ou seja, praticamente 90% dos crimes de homicídio não são elucidados. É isso que gera impunidade no estado de São Paulo e não a mudança de lei. É o cumprimento da lei, fazer com que os crimes ocorridos no estado de São Paulo sejam elucidados, que as pessoas sejam presas e punidas. É o que precisamos, e estamos cobrando porque queremos que São Paulo volte a ser o estado que tenha segurança para o nosso povo porque não é justo que depois de tanto tempo governado pelo mesmo partido, os frutos da insegurança sejam estes que estamos colhendo hoje e com algumas propostas que não vão trazer nenhum tipo de resultado, como esta proposta da redução da maioridade penal.

 Independente de você, que está nos assistindo, ser contra ou a favor, não é isso que vai trazer segurança para o estado de São Paulo. É a impunidade que gera a insegurança. Precisamos mudar isso no estado de São Paulo.

Quero registrar ainda que na semana passada realizei uma prestação de contas na Câmara Municipal de Jacareí, aliás, agradeço ao nosso presidente Edson Guedes a cessão do espaço. A reunião contou com a presença do prefeito Hamilton, do prefeito de Santa Branca Adriano Pereira; dos vereadores Hernani Barreto, Rose Gaspar, Lucimar Ponciano, Edgard Sasaki; do Fernando Pugliese, candidato a prefeito por São Sebastião; do Casé, do Sindicato dos Bancários e do PT de Pindamonhangaba, além de outras lideranças. Meus agradecimentos a todos que participaram.

Por fim, quero registrar que depois de muito tempo finalmente foi anunciado o Poupatempo na cidade de Jacareí. Coloquei a notícia no meu blog e muita gente participou dando a sua opinião, inclusive usando a expressão ‘até que enfim.’ Agora veto a nossos projetos - quando aprovados, que é um por ano - se dá rapidamente, lembra aqui o deputado Marcos Martins.

Obrigado a todos que nos acompanharam nesta nossa manifestação.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82 pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre deputado Marcos Martins, para falar pelo Art. 82, pela Minoria.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, ouvimos o nosso companheiro deputado Marco Aurélio falar da lentidão do governo tucano. Essa lentidão a gente observa nos trens. Havia uma compra de trens, parece que foi suspensa, o valor estava alto demais, enfim, mas a propaganda, esta é muito grande. Nunca se viu tanta propaganda dos tucanos como agora, mas na prática a população sofre com as panes nos trens. Só em 2012 foram mais de 156 panes nessa linha de Osasco a Pinheiros. E o governo fazendo propaganda, dizendo que está investindo, que está comprando - nós aprovamos financiamentos vultosos aqui para compra de trens, para investimentos em rodovias, em ferrovias. Mas se é lento nas obras e nas ações, no veto é rápido. São mais de 600 vetos a projetos de deputados. Tão difícil a aprovação de um projeto e o governo ainda veta, inclusive naqueles em que há expectativa de sanção porque às vezes existem medidas do governo no mesmo sentido como, por exemplo, neste projeto de minha autoria que proíbe o uso de mercúrio em aparelhos hospitalares. Durante a tramitação do projeto, que é de 2011, o governo publicou um decreto proibindo a compra desses aparelhos nos hospitais do estado e depois estranhamente veta o projeto. Lamentável esse tipo de postura. Está pior do que o Serra para vetar projetos de deputados. Nunca vi algo assim.

Gostaria de falar também sobre a entrada de Osasco. O prefeito Jorge Lapas nos informou que esteve na Artesp cobrando desse órgão, do Governo do Estado e da CCR, que seja feito um viaduto para a entrada de Osasco.

Temos a Castelo Branco, rodovia do Estado, que todo dia trava a entrada e a saída da cidade. O movimento é grande e há os famigerados e caros pedágios implantados, cujo valor o governo - bem lembrado pelo deputado Marco Aurélio, que me antecedeu - prometeu reduzir em dez por cento. Essa redução nunca chega, e o estado de São Paulo está cheio de pedágios. Lembram-se de quanta propaganda foi feita? E nada aconteceu.

Já nos pronunciamos sobre isso, mas vamos reiterar: é obrigação do Estado não impedir as entradas e saídas da cidade por uma rodovia estadual. É necessário que seja feita a marginal beirando o Rodoanel, que estava no contrato e é promessa desde a sua implantação. A marginal, entre Carapicuíba e Osasco, funcionará como uma opção para quem não quiser pagar o pedágio e ainda ajudará no fluxo do trânsito. Isso também ainda não foi feito.

Cobramos ainda a implantação dos tapumes na beira do Rodoanel, para amenizar o barulho. Implantaram um trecho perto de Alphaville, onde as pessoas têm direito - e um pouco mais de influência -, mas ainda não foi implantado em vários locais. É necessário que a implantação desses tapumes antirruídos seja concluída.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, informo a todos que o nosso mandato já protocolou um requerimento na Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa exigindo a convocação do agente fiscal de renda que também exercia, até alguns dias atrás, a função de juiz do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria Estadual de Educação. Refiro-me ao Sr. Élcio Fiori, que estava nomeado em um cargo de confiança nesse Tribunal, conhecido como TIT.

Os jornais têm publicado, exaustivamente, matérias sobre o envolvimento do Sr. Élcio com enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico de influência, acusações feitas pelo Ministério Público Estadual. A Justiça acatou o pedido e os seus bens encontram-se retidos. Inclusive, a matéria que foi publicada hoje no “Estadão” diz que a Justiça retém aluguéis de juiz do Fisco. Élcio Fiori é investigado pelo Ministério Público Estadual por enriquecimento ilícito, porque de 2008 a 2012, o tempo que ele exerceu essa função de juiz do Fisco do Tribunal de Impostos e Taxas, ele teve um enriquecimento monstruoso, anormal de praticamente 30 milhões de reais.

Ele adquiriu vários imóveis, como salas comerciais e apartamentos de alto padrão. Na soma, ele tem um patrimônio orçado no mercado imobiliário de pelo menos 30 milhões de reais, e tem apenas 30 anos. A Justiça aceitou o pedido do Ministério Público. Os aluguéis desses imóveis, que somam aproximadamente 200 mil reais, devem ser depositados na Justiça. Ele está com os bens indisponíveis também, enfim está sendo alvo de uma grande investigação pelo Ministério Público e pela Justiça.

Ele diz que tem amigos influentes na Justiça, na Polícia e na política também, inclusive cita um deputado estadual que exerce agora cargo de secretário, o deputado Bruno Covas.

É muito sério o que vem acontecendo aqui. As denúncias são graves e queremos investigá-las. A Assembleia Legislativa tem essa obrigação. Por isso que nós estamos tomando uma parte das providências, protocolando um requerimento de convocação. Ele tem que vir aqui depor e explicar todas essas denúncias feitas pelo Ministério Público, a investigação que sofre na Justiça. Tem que explicar aqui a evolução do seu patrimônio em menos de quatro anos. A Assembleia Legislativa tem que tomar as medidas cabíveis, no mínimo aprovando nosso requerimento na Comissão de Fiscalização e Controle para que ele venha depor. Não vamos aceitar obstruções, porque vemos aqui um processo de operação abafa, quando se trata de qualquer tipo de convocação aos membros do governo, as pessoas que exercem cargos de alto escalão em algumas secretarias. A base do governo não permite.

Vamos denunciar os deputados que obstruírem o nosso pedido de convocação, porque esses deputados estarão compactuando com todas essas denúncias. Ele é muito claro: diz que tem amigos na Justiça, amigos na Polícia e na política. Eu não sou amigo dele. Vamos prestar atenção quando nosso requerimento for para votação na Comissão de Fiscalização e Controle para ver quais os deputados que votam contra, ou que pedem vista do nosso requerimento, para saber se ele tem outros amigos na Assembleia Legislativa. Pelo menos um ele disse que tem, que é o deputado Bruno Covas, que hoje é secretário.

Vamos acompanhar as investigações. É inconcebível que um servidor público concursado, um agente fiscal de rendas, consiga, em apenas quatro anos, acumular um patrimônio de trinta milhões de reais. É impossível. É impossível exercendo o cargo de juiz do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda.

Existem denúncias feitas ao Ministério Público dizendo que ele recebeu uma mala com um milhão de reais dentro da Secretaria da Fazenda. Será que ninguém fiscaliza essas pessoas? É muito grave.

Parece-me que ele é uma espécie de Hussain Aref do Estado. Existe o Hussain Aref da Prefeitura de São Paulo que também acumulava um patrimônio milionário, quando era nomeado pelo prefeito Gilberto Kassab. O Hussain Aref também é investigado pelo Ministério Público e pela Justiça. Existe um Hussain Aref na Prefeitura de São Paulo e um no Estado de nome Élcio Fiori.

Concluindo, Sr. Presidente, tem uma frase na matéria do “Estadão” dizendo o seguinte: “A avaliação dos investigadores é que Fiori agia com volúpia extraordinária para ampliar seu patrimônio sem se preocupar com vestígios.” Ele possuía, também, hábitos de consumo extremamente caro, gostava de luxos e apreciava lugares paradisíacos. Ou seja, ele freqüentava ambientes caríssimos e possuía um padrão de vida que não condizia com o salário de agente fiscal do estado de São Paulo.

Que a Assembleia Legislativa também investigue com profundidade todas essas denúncias.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre deputado Carlos Giannazi e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 12 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. Samuel Moreira.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência responde à Questão de Ordem formulada pelos nobres deputados Luiz Cláudio Marcolino e José Bittencourt:

“Resposta à Questão de Ordem formulada pelos nobres deputados Luiz Cláudio Marcolino e José Bittencourt na 71ª Sessão Ordinária, realizada em 22 de maio de 2013

Na 71ª Sessão Ordinária, realizada em 22 de maio de 2013, os Srs. Deputados Luiz Cláudio Marcolino, Líder do Partido dos Trabalhadores, e José Bittencourt, pelo Partido Social Democrata, submeteram Questão de Ordem a esta Presidência contestando a decisão da Sra. Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que, em reunião ocorrida no mesmo dia 22 de maio, designou o Sr. Deputado Cauê Macris como relator do expediente protocolado pelo Sr. Deputado Carlos Giannazi em data de 9 de maio, requerendo seja declarada a perda do mandato do Sr. vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos, diante da sua posse como secretário da Micro e Pequena Empresa, junto ao Governo Federal, com status de Ministério.

Sustentam os autores da Questão de Ordem que a decisão combatida não aplica corretamente as disposições dos artigos 38, IV; 46 e 54 do nosso Regimento Interno e pedem a sua anulação, a fim de que a matéria seja novamente incluída na pauta da próxima reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para ciência e conhecimento de seu conteúdo, de forma que seus membros possam decidir, preliminarmente, pela sua admissibilidade ou não. Entendem suas Excelências que, somente após a sua admissão poderia ser designado o Relator.

Em síntese, este é o pedido e seu fundamento. Passo a responder.

Inicialmente, antes de examinar os dispositivos regimentais, cabe uma rápida menção ao artigo 20, incisos IV e XVII da Constituição Estadual, os quais atribuem competência exclusiva à Assembleia Legislativa para dar posse ao governador e vice-governador, conceder-lhes licença para ausentar-se do Estado por mais de 15 dias e declarar a perda do seu mandato.

A competência exclusiva da Assembleia Legislativa para declarar a perda do mandato, com toda certeza, há de manifestar-se pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

Para que esta deliberação do Plenário seja tomada é necessária a existência de um veículo normativo, no caso um projeto de resolução, nos termos do artigo 145, § 3º, do Regimento Interno que, se aprovado, converter-se-á em resolução, com eficácia de lei ordinária.

Também é certo, extreme de dúvida, que nesta fase de exame inicial do pedido protocolado, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação é a detentora da competência para essa análise, face ao disposto no artigo 31, § da nossa Lei Interna.

Isto posto, a conduta da Sra. Presidente da Comissão está adequada ao mandamento do artigo 38, IV da lei regimental: deu conhecimento à Comissão da matéria recebida, bem como do relator designado. Foi obedecido, ainda, o inciso V do mesmo artigo 38: em prazo não superior a 2 sessões, a matéria foi distribuída a relator.

Há uma diferença importante que deve ser registrada: tanto o inciso IV como o inciso V do artigo 38 falam em matéria. Já o artigo 46, ao exigir publicidade prévia, fala das proposições que serão tratadas pelas comissões. É imprescindível, portanto, fazer essa distinção entre matéria e proposição. Todo assunto submetido ao exame de uma comissão é matéria, mas nem toda matéria é proposição. Pode tornar-se uma proposição ou não, conforme o que resultar deliberado pelo órgão colegiado. Ao tratar de um expediente, que ainda não foi consubstanciado em proposição, não incide a regra do artigo 46, que é específica para proposições.

Já quanto ao artigo 54 do Regimento, ele incide sobre o protocolado, pois trata de matéria. Toda e qualquer matéria. O artigo 54 do regimento contem uma norma imperativa: “para as matérias submetidas às Comissões deverão ser nomeados relatores...”. Cabe aqui uma rápida observação, para constar que o expediente sob comento já foi autuado, constituindo o Processo RGL 3351/2013. Mas ainda é somente um processo, não atingiu a natureza de proposição.

Portanto, agiu corretamente a Sra. Presidente da Comissão. Sua conduta está em perfeita conformidade com as normas regimentais citadas.

Os ilustres parlamentares autores da Questão de Ordem mostram-se preocupados com a designação de Relator para a matéria, nesse momento, pois a seu modo de ver a Comissão de Constituição, Justiça e Redação deveria deliberar, preliminarmente, sobre a admissão do requerimento e seu rito de tramitação, para só depois ser nomeado Relator.

Entretanto, também quanto a esse aspecto está correta e regimentalmente adequada a designação de relator para a matéria. Aliás, adequada e necessária, diante da definição constante do artigo 71 da nossa Lei Interna: “parecer é o pronunciamento de Comissão sobre matéria sujeita ao seu estudo...”

A Comissão terá de pronunciar-se mediante parecer. Portanto, é lógico e necessário que haverá de ser designado um integrante da Comissão para relatar a matéria. O seu relatório e o seu voto serão submetidos à deliberação dos demais membros que emitirão o seu juízo também mediante voto, aplicando-se todas as regras regimentais sobre a matéria, inclusive as dispostas no artigo 56.

Lembro ainda que a Procuradoria desta Assembleia Legislativa, em seu criterioso Parecer n9 117-0/2013, acolhido por esta Presidência, sugeriu fosse a matéria encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação para apreciar todos os seus aspectos de ordem constitucional, legal e jurídico e para deliberar acerca da instauração do procedimento. Caso aceita a representação do Sr. Deputado Carlos Giannazi, o Sr. vice-governador deverá ser notificado para apresentar a sua defesa, observando-se, sempre, os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

Portanto, depois dessa fase inicial, de eventual acolhimento da representação, da fixação do procedimento e da sua devida instrução, é que será possível à Comissão deliberar pela apresentação, ou não, de um projeto de resolução que determine a perda do mandato.

De qualquer modo, por força do disposto no artigo 71 do nosso Regimento Interno, ainda nessa fase inicial a Comissão haverá de pronunciar-se mediante parecer, sendo indispensável, portanto, a designação de um Relator para a matéria.

Por derradeiro, fica reafirmado o correto proceder da Sra. Presidente da Comissão, ao dar ciência da matéria sem que ela constasse da pauta da reunião. O comando que autorizou essa conduta está previsto no artigo 38, inciso IV do Regimento Interno: “Ao Presidente da Comissão compete: ... (inciso IV) - dar conhecimento à Comissão da matéria recebida, bem como dos Relatores designados.”

É forçoso repetir: todo assunto submetido ao exame de uma comissão é matéria, mas nem toda matéria é proposição. Pode tornar-se proposição ou não, conforme o que restar deliberado pelo órgão colegiado. Mas ao tratar de um expediente que ainda não foi consubstanciado em proposição, não incide a regra do artigo 46, que é específica para proposições.

Se não incide a regra do artigo 46, por não ser proposição, trata-se de mero ato de comunicação, de publicidade, que não exige formalidade nem divulgação prévia. Portanto, o ato da Sra. Presidente restou plenamente cumprido, em atenção ao artigo 38, IV, da lei regimental, inclusive informando a designação de membro da Comissão para relatar a matéria.

Conclusão

Após essas considerações, e conforme amplamente demonstrado, respondo às indagações feitas pelos nobres deputados autores da Questão de Ordem:

1. Pode-se considerar o Protocolado nº 8241/2013 uma “matéria”, na acepção que lhe dá o artigo 38, inciso IV? Sim.

2. Aplica-se ao protocolado acima referido o prazo mencionado no artigo 54, para a designação de relator? Sim.

3. Poderia a Senhora Presidente ter dado ciência da matéria, sem a mesma ter constado da pauta da reunião? Sim.

Com esses fundamentos, esta Presidência entende que a designação de Relator para a matéria constante do Processo RGL 3351/2013 guarda estrita observância às normas regimentais. Portanto, indefiro os pedidos constantes da Questão de Ordem, ficando mantido o ato de distribuição da matéria ao Relato designado. É como decido.”

 

O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de parabenizá-lo pela agilidade em responder a Questão de Ordem, formulada pelo PT e pelo PSD, semana passada. A Presidência teria até 60 dias para respondê-la.

Após receber a resposta, nosso partido dará encaminhamento.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, há sobre a Mesa, com número regimental de assinaturas, o seguinte requerimento, de autoria do nobre deputado Antonio Salim Curiati: “Requeiro, nos termos regimentais, a não realização de sessão no dia 31 de maio próximo”.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há ainda sobre a Mesa requerimento de urgência ao PL nº 259/13, com número regimental de assinaturas. Institui medidas de estímulo à regularização e liquidação de dívidas oriundas de operações de crédito rural contratadas através do fundo de expansão do agronegócio paulista.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, gostaria de encaminhar pelo PTB.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre deputado Campos Machado, para encaminhar pelo PTB.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Domingo à tarde, recebi um telefonema, nobre deputado Olímpio Gomes. Era o coronel Flaviano, que me perguntou se eu havia lido a coluna do jornalista Juca Kfouri,  publicada naquele dia, no caderno de esportes da “Folha de S. Paulo”. Disse a ele que não conhecia o jornalista Juca Kfouri, e que não havia lido a mesma. Fui ler o artigo. Dizia assim: “Campos (de concentração?) Machado trata a verdade a porretadas, pois tenta desvincular a morte de Vladimir Herzog dos discursos de José Maria Marin, coisa que só fazem os ignorantes, os bajuladores, os de má-fé e/ou os fascistoides”. Fui procurar saber quem era Juca Kfouri, de onde veio. Tive que recorrer, mais tarde, nos meios policiais, à folha corrida do cidadão. Tratava-se de um estelionatário, bandoleiro moral, delinquente, bandido do futebol, que vive às custas de enganar um aqui, outro ali. Quis saber de onde veio Juca Kfouri, quis saber qual era seu objetivo. Acabei descobrindo que é lacaio de Andrés Sánchez, que acaba de ter uma empresa falida na Zona Oeste e que quer ser candidato a Presidente da CBF, apoiado pelo ex-presidente Lula.

Juca Kfouri. Fui ver seu prontuário. Mas que bandido engravatado! Vejam o que ele diz. Ele quer incriminar o ex-governador José Maria Marin, presidente da CBF, porque há 40 anos, nesta Casa, como deputado, ele fez um aparte ao deputado Wadih Helu, que hoje se encontra nos céus. Ele só pedia, caso houvesse alguma coisa, que fosse devidamente apurada. Quarenta anos depois, pessoas que não têm o que fazer armaram uma petição online para pedir o afastamento de José Maria Marin, por conta de uma fala, feita em aparte , há 40 anos. São escrevistas - quando digo escrevista, me lembro que o Juca Kfouri deve ser esquerda; bolso esquerdo, especialista em bolso esquerdo. Incriminam José Maria Marin pela morte de Vladimir Herzog. Uma morte que nós contestamos, uma morte absurda, estúpida e que nunca foi devidamente apurada.

Juca Kfouri, jornalista de quinta categoria, estelionatário de plantão, bandido de gravata, mal feitor de computadores - ontem, eram máquinas de escrever. Sr. Juca Kfouri, estou aqui. Antonio Carlos de Campos Machado, brasileiro, casado, advogado, deputado há vinte anos, presidente estadual do PTB - um dos grandes partidos do Estado -, secretário-geral nacional do partido, ex-diretor do Centro Acadêmico XI de Agosto. Estou aqui para dizer que V. Exa. nem merecia minha resposta, mas respondo por José Maria Marin, que educadamente disse só lhe responder na justiça e V. Exa. o agride publicamente.

Quero lhe dizer daqui, Juca Kfouri, V. Exa. é um imprestável, é um pascácio, um bobo, um ignorante, um tolo. O senhor vive de ajudar o Romário a enganar os mais simples e humildes. Até domingo , eu nem sabia quem era o senhor, nunca tinha ouvido falar em Juca Kfouri.

Levantei a vida do cidadão e, que surpresa quando vejo que o homem tem uma extensa lista de processos. O Art. 171 do Código Penal, estelionato, para ele é brincadeira, é prêmio. Quero ser processado criminalmente pelo Juca Kfouri para poder provar que ele é um estelionatário do esporte.

Quero ser notificado pelo senhor, Juca Kfouri, para provar que o senhor é um delinquente do esporte, um marginal do futebol, um lacaio do Andrés Sánchez e um comparsa do Romário. Essa é a única resposta que tenho ao senhor.

Criticou-me por ter feito abaixo-assinados em defesa de José Maria Marin. Fiz sim. Tenho orgulho de dizer que mais de 400 Câmaras Municipais deste País manifestaram apoio ao José Maria Marin, presidente da CBF e responsável por realizar o maior evento esportivo do mundo no ano que vem. Ele precisa de apoio.

Já o senhor, Juca Kfouri, anda rastejando pelo chão. Deve estar descontente por não estar conseguindo ganhar dinheiro com a Copa do Mundo. É uma serpente que rasteja aos pés dos poderosos, que deve ter ido à CBF, como fiquei sabendo que fazia no tempo do Ricardo Teixeira, pedir favores e publicidade. Como não recebeu nada, virou critico dele. Não recebeu de novo e, agora, virou critico do Marin.

Qual é a sua moral, Juca Kfouri? Qual é a sua ética? Estou aqui, faço questão de ser representado criminalmente por essa víbora moral. Faço questão absoluta de ser ajuizado, vou arguir a exceção da verdade. No Código Penal, quando se é processado por crime contra a honra, cabe aos representados o direito de arguir a exceção da verdade. É o que eu vou fazer, vou arguir a exceção da verdade para provar o estelionatário de grande estirpe que é Juca Kfouri.

Conheci esse indivíduo por meio do coronel Flaviano, nunca tinha ouvido falar dele. Juca Kfouri, nome de bandido, de delinquente. Que exemplo para o futebol e para o esporte!

Presidente José Maria Marin, daqui desta tribuna, pela qual já passaram Jânio Quadros, Américo Marco Antônio, Ulysses Guimarães e Mário Covas, eu lhe envio uma mensagem: não fique magoado com as manifestações desse anão da mentira, anão da maldade e anão moral. Vossa Excelência é muito grande para ter que se confrontar com um delinquente dessa estirpe e dessa natureza.

Como é difícil lidar com bandidos quando eles têm cobertura e estão em um jornal tão prestigiado como a “Folha de S. Paulo”. Se eu fosse o diretor da “Folha de S. Paulo” e tivesse em minhas mãos a folha corrida do Juca Kfouri, eu já o teria demitido, em nome da verdade, da dignidade, da honra e da trajetória de vida da família Frias de Oliveira, cuja história é a própria história do nosso Estado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela bancada do PDT.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Tem a palavra o nobre deputado Olímpio Gomes, para encaminhar a votação pelo PDT.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, visitantes, funcionários desta Casa, dentro de exatos 30 dias, no próximo dia 27 de junho, a Assembleia Legislativa entrará em recesso.

Tínhamos a expectativa de que, com a nova Mesa e a nova Presidência, teríamos, dentro desta Casa, o ritmo esperado pela população. Lamentavelmente, houve até involução. Continuamos com mais de 600 vetos e, caso a população não saiba, a esmagadora maioria destes vetos é formada por projetos de deputados. Há todo um desgaste: o parlamentar apresenta três projetos, o líder os defende no Colégio de Líderes, encaminha para uma triagem - que entendo ser descabida - para a liderança do Governo. Depois, esses projetos são votados.

Nesse aspecto, o governo é coerente. Ele não respeita projetos de nenhum deputado, mesmo que seja aliado, mesmo que seja do mesmo partido. O deputado Welson Gasparini, que aqui está, já teve projetos vetados e veio a esta tribuna manifestar sua inconformidade. Não é uma questão partidária; é universal. É um desrespeito ao Poder Legislativo. É vetado porque é vetado. “Veio da Assembleia, logo não presta”.

E nós ficamos calados. Mas não ficarei calado diante disso. Não tenho mais participado das reuniões do Colégio de Líderes porque, para mim, ele perdeu a essência. O governo não tem a mínima respeitabilidade em relação ao que é feito ali. Nós mesmos não nos damos o respeito.

Hoje, embora eu não tenha comparecido, esteve lá o Sinafresp - Sindicato dos Agentes Fiscais de Renda do Estado de São Paulo -, para dar uma “bordoada” na cara de cada um de nós, deputados. E merecida!

Tivemos aqui a votação do PLC nº 50, o chamado “x-tudo”, em que houve alguns avanços e acolhimentos de emendas, inclusive referentes às carreiras dos agentes fiscais de renda. E, em um acordo da Casa, dos líderes com o Governo, por meio da liderança do Governo, tivemos o acolhimento de emendas.

Assistimos, então, tristemente, ao governador vetar a emenda. Foi uma vergonha para esta Casa. O que nós estamos fazendo aqui? Fico me perguntando quais são as razões de meus cabelos brancos. Devo estar envergonhando meus filhos, minha mulher. Qual é o papel desta Casa, pelo amor de Deus? Vai ficar de graça? Sim, vai ficar de graça, porque se o governador quer, tem que ser atendido. Não vamos nem falar dos 600 projetos dos deputados.

Sr. Presidente, passo a ler o seguinte:

“Manifesto

O governador Geraldo Alckmin demonstrou, sem deixar margem a dúvidas, que não respeita e nem valoriza a classe dos Agentes Fiscais de Rendas. O lamentável veto às poucas emendas ao PLC 50/2012 acolhidas por acordo unânime de líderes na Assembleia Legislativa provou isso.

Além de ser um ato de desdém ao Poder Legislativo, o veto comprova que este governo enveredou de vez pelo caminho da mesquinhez, do autoritarismo, do desrespeito, da afronta e do descaso, tratando de forma irresponsável aqueles que exercem zelosamente atividade primordial da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Mas o veto não demonstra apenas isso, demonstra a arrogância e o descaso com que o governo trata os direitos conquistados com muita luta ao longo de séculos e consolidados nas Constituições Federal e Estadual e legislação em vigor.

Este governo cria e luta bravamente por projetos ilegais que solapam os direitos dos servidores Públicos Paulistas, como provam as milhares de ações judiciais impetradas individual e coletivamente pelos Servidores prejudicados. Com este último ato, deixa claro que não se curva a nenhum ordenamento jurídico, dando o mau exemplo para que os cidadãos não sejam cumpridores da Lei.

Ao vetar o dispositivo que protegia as gestantes em estágio probatório, o governador toma uma atitude estarrecedora, que jamais seria esperada de um chefe do poder executivo, aquele que deveria zelar pelo bem-estar da mulher que trabalha e cumpre a sagrada função da maternidade. Com o veto, a servidora que engravida durante o estágio probatório fica à mercê de interpretações esdrúxulas que resultam em prejuízo para sua carreira.

Ao vetar o dispositivo que impedia descontos de remuneração nos afastamentos legais (doação de sangue, atendimento a convocações judiciais para júri e outros), demonstra que não respeita qualquer Lei que não lhe convenha, nem mesmo o Estatuto do Servidor Público ou o Código de Processo Penal. Até o Poder Judiciário foi ofendido pelo veto, que afeta jurados e mesários.

Ao vetar o dispositivo que impedia a cessação de designação nos casos de afastamento para mandatos eletivos, inclusive classicistas, apresenta sua verdadeira face de inimigo dos sindicatos e associações e desrespeita o mandato eletivo.

Nós, Agente Fiscais de Rendas, somos servidores do Estado, não do governo. Cabe a nós prover a sustentação e temos a responsabilidade de denunciar práticas que põem em risco o Estado. Devemos fazer o que estiver a nosso alcance para trazer o equilíbrio a ele, mesmo que isso nos leve a confrontar o governo e suas ações ilegais e irresponsáveis.

A categoria decidirá, em Reunião do Conselho e em Assembleia Geral, sobre as respostas que daremos em repúdio ao ato do governador.

Senhores Líderes

Boa tarde!

Nós, os Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, estamos consternados com as atitudes do senhor governados em vetar as emendas ao PLC 50/2012 acordadas por unanimidade nesta casa. Para nós, foi mais uma demonstração de indiferença, arrogância e absoluta falta de consideração com os Deputados que foram eleitos pelo povo pra representá-lo.

Em última análise, o veto demonstra que o governador pouco se importa com a vontade do povo e que não respeita o voto sagrado dos eleitores que elegeram os senhores.

Em nossa opinião, o veto afronta esta casa, sua dignidade, sua independência e a própria representação que as urnas concederam a todos os senhores deputados. Está muito além da demonstração do desdém pela classe dos Agentes Fiscais de Rendas, pois estende esse desdém a esta Casa de Leis, a casa do povo.

O Poder Executivo não pode reinar absoluto sobre os demais poderes, neste caso sobre o legislativo, que representa o povo, que é casa do povo.

Nós, os Agentes Fiscais de Rendas, confiamos que os deputados, especialmente os líderes, saberão responder à altura e irão restabelecer o equilíbrio que precisa haver entre os poderes.

O povo precisa se sentir protegido e as entidades organizadas precisam ter confiança nos resultados dos acordos unânimes trabalhados entre os líderes desta casa no exercício democrático de suas atividades!

Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo”

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esse manifesto deixa claro; é uma vergonha para a Assembleia Legislativa; pelo amor de Deus! Nós vamos deixar de graça?

Eu já estou envergonhado; vi o deputado Campos Machado mostrar a sua indignação com toda a propriedade. Não se pode ofender a honra de alguém - como V. Exa. falou -, nem jogar ao vento acusações descabidas. E V. Exa. está junto comigo dentro de uma circunstância, nesta Casa, que não temos mais o que falar. Vossa Excelência pertence a uma comissão mista - como eu pertenço - integrada por deputados e representantes do governo. E V. Exa. pertence, exatamente, porque o artigo que constou da Lei nº 10.726, o art. 26, foi fruto de uma emenda de V. Exa. que estabeleceu a constituição de uma comissão mista com parlamentares designados pelo presidente desta Casa, então deputado Barros Munhoz, e por representantes do governo sobre a questão do nível universitário de escrivães e investigadores, que é uma luta de Vossa Excelência. E nós não temos mais o que dizer.

As poucas reuniões, mais precisamente as três, que o governo mandou de representantes nós apresentamos propostas. Se não há uma proposta governamental, que se pague os investigadores e escrivães como os profissionais da carreira universitária. Por exemplo: os peritos; porque eles ganham menos que as carreiras de nível médio.

Deputado Campos Machado, nós ficamos mais de sete meses sem ter nenhuma resposta do governo, nem sequer para uma reunião. O que nós dizemos aos policiais civis do estado? O que vamos falar para nós mesmos? Eu fui designado, V. Exa. foi designado, o deputado Marco Aurélio, do PT, foi designado, a deputada Regina Gonçalves, também foi designada para integrar essa comissão, deputado Adilson Rossi, que também é o presidente da Comissão de Segurança Pública, e o governo não quer responder, ou a delegada Rose não tem tempo para falar conosco; não sei o que acontece. Agora, isso aí também está me envergonhando. Até propus na última Comissão de Segurança Pública, nós denunciarmos, os seis deputados dessa comissão para ver se minimiza a vergonha da Assembleia Legislativa. Funcionário de terceiro escalão do Palácio do Governo não quer reunir-se conosco; não é secretário; isso me dá vergonha; isso me é constrangedor. Então, até que a nossa Assembleia Legislativa coloque-se de pé, modestamente, onde eu puder obstruir trabalho nesta Casa, vou fazê-lo. Por que vamos ter pressa de votar projeto de deputado se vai ser desrespeitado? Se a Casa está de joelhos? Cadê o papel do Legislativo? Não precisa ser desrespeitoso com o Executivo. Vou ter palavras num equilíbrio, na independência, e na harmonia. Que harmonia existe nesse completo desrespeito? “Olha, nós temos 22 projetos para votar, inclusive o seu”. Para quê? Vou ganhar mais um veto? Vou enganar a quem? A quem estamos enganando? Qual é o papel da Assembleia Legislativa de fato? Tomar esses achincalhes e ser merecedor. Gostaria que as câmeras mostrassem para depois publicar no Diário Oficial, os manifestos que dizem: “Qual é? O que vai fazer a Assembleia? Nós vamos ficar aqui?” “Bem-vindos ao mundo encantado da Assembleia Legislativa” como se fosse uma abertura da Disneylândia.

Aqui, fica parecendo que legislamos, que representamos os nossos. E qual vai ser o nosso papel nisso? Qual vai ser a nossa atitude em cima da comissão que está passando essa vergonha?

Sou muitas vezes achincalhado pelos policiais civis que perguntam: “O que você está fazendo lá?” Ou “O que você está fazendo na comissão?” Eu tenho que dizer que não tem reunião da comissão. “Mas por que não tem?” Porque o Executivo não quer. “E por que vocês não protestam?” Porque anteriormente, quando o ex-presidente Barros Munhoz, oficiou ao governador pedindo o procedimento desses trabalhos, mas nada aconteceu. Porque dizem: “É para a Assembleia? Eles que se danem.”

Então, em função disso, enquanto a Assembleia Legislativa não se colocar em pé, do jeito que a população espera que ela esteja, eu, humildemente, vou fazer trabalho de obstrução nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Esta Presidência recebe o documento do deputado Olímpio Gomes e o encaminhará para publicação após o seu exame nos termos do Art. 18, inciso IV, do Regimento Interno.

 

O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, para encaminhar pela bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra o nobre deputado Luiz Cláudio Marcolino, pela liderança do PT.

 

O SR. LUIZ CLÁUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e público aqui presente, nós, da bancada do Partido dos Trabalhadores, protocolamos na semana passada e estamos em processo de coleta de assinaturas de uma CPI para discutir os contratos firmados entre o Governo do Estado de São Paulo e as empresas que estão arroladas, ou que estão sendo investigadas pela Operação Fratelli.

O Ministério Público e a Polícia Federal iniciaram um processo de apuração em relação às emendas que foram encaminhadas às diversas prefeituras no estado de São Paulo, porque todas essas empresas estão envolvidas com as prefeituras.

Iniciamos esse processo de apuração, nobre deputado Osvaldo Verginio, e nessa apuração detectamos que o procedimento tomado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal chegava apenas aos deputados federais e as prefeituras de diversos municípios.

Percebemos que o Departamento de Estradas de Rodagem - DER, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo - Daesp, a Sabesp e outras empresas do estado de São Paulo, também tinham contratos praticamente com todas as empresas do Grupo Scamatti, entre elas a Demop.

Percebemos também, nobre deputada Leci Brandão, que esses contratos foram crescendo a cada ano, desde 2007, dando sequência nos anos de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, ou seja, aumentou o volume de contratos firmados entre o Governo do Estado de São Paulo e as empresas que estão sendo investigadas pela Operação Fratelli.

Espanta-nos saber que justamente as pessoas envolvidas na Operação Fratelli, são as mesmas que estão envolvidas no processo da CPI que nós tentamos instaurar aqui, em 2010, das grandes obras no estado de São Paulo como o Rodoanel e as duplicações de estradas.

Com isso, nós percebemos que se houvesse uma investigação efetiva, em 2010, a partir da CPI que tentamos instaurar nesta Casa, talvez o problema que está acontecendo agora na Operação Fratelli, não teria ocorrido.

Começamos a perceber que uma série de empresas ligadas diretamente ao Governo do Estado de São Paulo não têm conseguido fazer uma boa gestão.

Levantamos alguns contratos, obras que foram licitadas, às vezes, por dois, vinte milhões e que apresenta em sua conclusão seis, sessenta milhões, ou seja, três vezes mais o valor que tinha sido licitado inicialmente. Estamos olhando contrato por contrato, empresa por empresa, já acionamos, mesmo colhendo assinaturas para abrir a CPI, o Ministério Público do Estado de São Paulo e encaminhamos à Polícia Federal o pedido de investigação, pois queremos que essa apuração seja feita. É o dinheiro do contribuinte que está envolvido em ações realizadas por diversas empresas do estado de São Paulo e com isso o recurso que poderia ser investido em outras áreas do nosso estado pode estar sendo desviado por essas empresas.

Estamos colhendo assinaturas na Assembleia Legislativa para que efetivamente a CPI possa ser instalada e esses problemas nas grandes obras do DER, Daesp e Sabesp possam ser sanados.

O outro ponto, Sr. Presidente, que começamos a debater no dia de ontem, acreditamos ser um absurdo e esperamos que esse seja o entendimento de todos os partidos e de todas as bancadas na Assembleia Legislativa, nobre deputado Olímpio Gomes, já vimos nesta Casa a privatização do setor elétrico, dos bancos como Banespa, Nossa Caixa, de vários setores que eram geridos por trabalhadores da área pública e, agora, nobre deputado Ramalho da Construção, o Governo do Estado de São Paulo apresenta um projeto a esta Casa para privatizar, fazer a concessão por 30 anos dos nossos parques estaduais.

Todos conhecem o Parque Estadual de Campos do Jordão, o Parque Estadual da Cantareira e o Parque Estadual do Jaraguá conhecido como Pico do Jaraguá, o Governo do Estado de São Paulo está propondo a privatização, a venda do patrimônio público do nosso estado, que são os parques estaduais.

Imagine, nobre deputado Marcos Martins, o Pico do Jaraguá, o Parque da Cantareira e o Parque Estadual de Campos do Jordão, locais utilizados pela população de São Paulo, Guarulhos e pelos moradores da região do Vale do Paraíba, pessoas que mais precisam desse patrimônio público que deveria ser conservado pelo Estado, serão vendidos repentinamente, de acordo com o que quer o governador.

É como eu já disse: vendeu os bancos, o setor elétrico, a área de saneamento, é um especialista em privatização.

Estava relembrando no dia de ontem, deputado Marcos Martins, o momento em que o governador Alckmin passou a ser conhecido em nosso estado no cargo de secretário do ex-governador Mário Covas, momento em que era o responsável pela área de desestatização do estado de São Paulo. As pessoas diziam: “Nossa, que nome bonito, desestatização.” Mas na verdade o que ele estava fazendo era privatizar o patrimônio público do nosso estado, foi assim que ele passou a ser conhecido, autor do processo de privatização..

É esse o governador que temos hoje em nosso estado, que ainda como secretário fez todo um movimento de venda do patrimônio público e agora quer vender os parques públicos do nosso estado, Parque Estadual de Campos do Jordão, Parque Estadual da Cantareira, Parque Estadual do Jaraguá, Estação Experimental de Itirapina e Floresta Estadual do Cajuru.

Estamos clamando aos deputados - porque este projeto agora vai tramitar nas comissões, irá para o Colégio de Líderes - para que se unam contra a venda desse patrimônio público do estado de São Paulo. Vendo um pouco a ação do governador do estado, a gente percebe que esse descompromisso é em relação a diversas áreas. Há descompromisso com secretários, há descompromisso com servidores públicos do estado, há descompromisso com os deputados estaduais da Assembleia Legislativa.

Tivemos, hoje, um diálogo com trabalhadores da Fazenda, os agentes fiscais de renda. Discutimos o PLC 50, um projeto que dialogava com diversas categorias de trabalhadores da Secretaria da Fazenda. Houve muita negociação, muitos dias de trabalho na Assembleia Legislativa para que chegássemos a uma emenda aglutinativa e assim aprovar o PLC 50.

Pasme, deputada Leci Brandão. O governador Geraldo Alckmin vetou um projeto que foi aprovado depois de muita discussão na Casa, um projeto conversado na Casa Civil, na Secretaria de Gestão, inclusive com o próprio governador. Mesmo assim ele veta. E veta um projeto que diz respeito a direitos básicos a todo trabalhador. No estado de São Paulo, o governador trata como prática antissindical. Primeiro em relação a trabalhadores que estão afastados por mandatos sindicais, é um direito estabelecido pela Constituição. Mas o governador veta.

Outro ponto: os trabalhadores têm direito a participação nos lucros e resultados, eles têm um dia garantido. São direitos estabelecidos já no projeto anterior, eles teriam direito a esse afastamento e a participação nos lucros e resultados. Mas o governador também veta.

Outro ponto é a licença-maternidade. As trabalhadoras em estágio probatório têm direito à licença-maternidade. Mas o governador veta, demonstrando claramente que o Executivo não gosta das servidoras do estado. Na licença-paternidade, não se mexeu. Ou seja, toda a discussão feita na Assembleia Legislativa não valeu para nada.

Estou trazendo questões como CPI a partir da Operação Fratelli, a venda dos parques públicos do estado de São Paulo e o desrespeito para com o funcionalismo do estado para demonstrar que além de ser um governo lento, não respeita aqueles com quem deveria dialogar, seja o Parlamento, seja os trabalhadores.

Por fim, passo a ler o Manifesto do Sinafresp e a Carta encaminhada aos líderes de bancadas no Colégio de Líderes para deixar claro que quando há um processo de construção, que se respeite o direito de avaliação internamente e que os projetos depois de aprovados não sejam vetados pelo governador. (Manifestação das galerias.)

Eis a íntegra dos documentos:

“Manifesto

O governador Geraldo Alckmin demonstrou, sem deixar margem a dúvidas, que não respeita e nem valoriza a classe dos Agentes Fiscais de Rendas. O lamentável veto às poucas emendas ao PLC 50/2012 acolhidas por acordo unânime de líderes na Assembleia Legislativa provou isso.

Além de ser um ato de desdém ao Poder Legislativo, o veto comprova que este governo enveredou de vez pelo caminho da mesquinhez, do autoritarismo, do desrespeito, da afronta e do descaso, tratando de forma irresponsável aqueles que exercem zelosamente atividade primordial da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Mas o veto não demonstra apenas isso, demonstra a arrogância e o descaso com que o governo trata os direitos conquistados com muita luta ao longo de séculos e consolidados nas Constituições Federal e Estadual e legislação em vigor.

Este governo cria e luta bravamente por projetos ilegais que solapam os direitos dos servidores Públicos Paulistas, como provam as milhares de ações judiciais impetradas individual e coletivamente pelos Servidores prejudicados. Com este último ato, deixa claro que não se curva a nenhum ordenamento jurídico, dando o mau exemplo para que os cidadãos não sejam cumpridores da Lei.

Ao vetar o dispositivo que protegia as gestantes em estágio probatório, o governador toma uma atitude estarrecedora, que jamais seria esperada de um chefe do poder executivo, aquele que deveria zelar pelo bem-estar da mulher que trabalha e cumpre a sagrada função da maternidade. Com o veto, a servidora que engravida durante o estágio probatório fica à mercê de interpretações esdrúxulas que resultam em prejuízo para sua carreira.

Ao vetar o dispositivo que impedia descontos de remuneração nos afastamentos legais (doação de sangue, atendimento a convocações judiciais para júri e outros), demonstra que não respeita qualquer Lei que não lhe convenha, nem mesmo o Estatuto do Servidor Público ou o Código de Processo Penal. Até o Poder Judiciário foi ofendido pelo veto, que afeta jurados e mesários.

Ao vetar o dispositivo que impedia a cessação de designação nos casos de afastamento para mandatos eletivos, inclusive classicistas, apresenta sua verdadeira face de inimigo dos sindicatos e associações e desrespeita o mandato eletivo.

Nós, Agente Fiscais de Rendas, somos servidores do Estado, não do governo. Cabe a nós prover a sustentação e temos a responsabilidade de denunciar práticas que põem em risco o Estado. Devemos fazer o que estiver a nosso alcance para trazer o equilíbrio a ele, mesmo que isso nos leve a confrontar o governo e suas ações ilegais e irresponsáveis.

A categoria decidirá, em Reunião do Conselho e em Assembleia Geral, sobre as respostas que daremos em repúdio ao ato do governador.

Senhores Líderes

Boa tarde!

Nós, os Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, estamos consternados com as atitudes do senhor governados em vetar as emendas ao PLC 50/2012 acordadas por unanimidade nesta casa. Para nós, foi mais uma demonstração de indiferença, arrogância e absoluta falta de consideração com os Deputados que foram eleitos pelo povo pra representá-lo.

Em última análise, o veto demonstra que o governador pouco se importa com a vontade do povo e que não respeita o voto sagrado dos eleitores que elegeram os senhores.

Em nossa opinião, o veto afronta esta casa, sua dignidade, sua independência e a própria representação que as urnas concederam a todos os senhores deputados. Está muito além da demonstração do desdém pela classe dos Agentes Fiscais de Rendas, pois estende esse desdém a esta Casa de Leis, a casa do povo.

O Poder Executivo não pode reinar absoluto sobre os demais poderes, neste caso sobre o legislativo, que representa o povo, que é casa do povo.

Nós, os Agentes Fiscais de Rendas, confiamos que os deputados, especialmente os líderes, saberão responder à altura e irão restabelecer o equilíbrio que precisa haver entre os poderes.

O povo precisa se sentir protegido e as entidades organizadas precisam ter confiança nos resultados dos acordos unânimes trabalhados entre os líderes desta casa no exercício democrático de suas atividades!

Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo”

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 43 Srs. Deputados: 42 votaram “sim” e este deputado na Presidência, resultado insuficiente para aprovação do requerimento.

Passemos ao próximo requerimento.

Há sobre a mesa um requerimento de autoria do deputado Carlos Giannazi, com número regimental de assinaturas que, nos termos regimentais, solicita a tramitação em regime de urgência ao Projeto de lei Complementar nº 13, de 2013, de autoria do Sr. Governador, que altera a Lei Complementar nº 1.074, de 11 de dezembro de 2008, que cria empregos na Universidade de São Paulo e dá providências correlatas na USP.

Em discussão o requerimento.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, solicito a palavra para discutir.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Para discutir, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, não tenho a intenção de prejudicar nenhuma das carreiras que, ao contrário, já são por demais prejudicadas no Estado.

Como deputado, usarei a condição regimental que a liderança do partido me concede de obstruir projetos do governo, tendo em vista a posição que o governo tem adotado em relação a todos nós da Assembleia Legislativa.

Se a grande maioria não quer sequer ouvir que está sendo desmoralizado, colocado de joelhos com mais de 600 vetos, que dirá responder à pergunta feita pelo Sinafresp - que representa os agentes fiscais de renda e está nesta Casa - para que nós servimos? E não temos o que dizer a eles?

Esse Projeto de lei Complementar nº 50, o “x-tudo” que teve um amplo acordo e que redundou em emendas específicas da categoria dos agentes fiscais de renda, acordado, votado pela Assembleia Legislativa, foi vetado pelo governador. O governador vetou, e o que nós fazemos? Deputado Sapienza, segundo informações que obtive, em toda a sua gestão como presidente desta Casa, em dois anos, tivemos oito vetos de projetos, e desses oito a Casa derrubou seis. Estou certo? É mais ou menos isso, bem distante dessa vergonha a que nós assistimos, com mais de 600 vetos.

E nós votamos no interesse da população; não é só o interesse corporativista, não. O governador não está desmoralizando vocês, não. Ele já desdenha todo o serviço público. Não tem respeito por nenhuma categoria profissional do estado de São Paulo. Mas o governador está desmoralizando esta Casa, o voto de cada um dos senhores, o nosso voto, que votamos para essa Mesa.

E vai ficar absolutamente de graça, porque o governador quer 600 vetos. É só mais um veto. E quando aprova, com uma comissão mista de representantes do governo e de deputados desta Casa, e hoje sinto vergonha de compor essa comissão, e não ter o que dizer aos policiais, porque a Assembleia não tomou nenhuma atitude, quando o governo minimamente não faz nenhuma reunião conosco.

O deputado Adilson Rossi, presidente da Comissão de Segurança Pública, tem tentado, o tempo todo, através de gestões pessoais, de documentos, de tudo o que é possível fazer, mas o Palácio dos Bandeirantes não dá o menor ouvido. É funcionário de terceiro escalão, não é secretário, não, desconsiderando completamente a Assembleia Legislativa.

Precisamos acordar. Qual é o nosso papel hoje, parecer que legislamos? Nossos projetos são vetados. Requerimentos de urgência: nós só vamos requerer a urgência. Requerimento de urgência significa retirar o projeto das comissões, desmoralizar as comissões, colocar relator especial; é um desrespeito ao Parlamento também.

Vejo com muita tristeza o que está acontecendo. Faltam 30 dias, 20 dias de atividade nesta Casa, para o recesso. O compromisso de que iríamos votar projeto de deputado, de que debateríamos projetos, onde está? Vai ser como no semestre passado: fazer congresso de comissões de 30 projetos, sem ler, sem discutir, para ter a certeza de que serão vetados.

Qual é o nosso papel aqui? Nosso grande papel hoje é fazer a missa de corpo presente da nossa creche, que vai ser a nossa grande obra deste ano: acabar com a creche da Assembleia Legislativa. Essa vai ser a obra dos deputados neste ano. Vamos aguardar para ver o que exatamente está acontecendo. Nós teríamos uma reunião amanhã, foi marcada para quarta. E não vamos renovar o contrato com a alimentação. Não vamos renovar o contrato com a manutenção da creche. Deixem a mãe se desesperar e tirar a criança, porque não existe mais recurso.

Vai ser a nossa grande obra. Prestem atenção. Peço aos Srs. Deputados, ah, mas são 55 crianças, sendo três especiais, criança que tem que se alimentar com sonda, ah, deixem para lá. Quero saber. E para votar isso também é Projeto de Resolução. Vamos verificar. Não vai haver “acordaço”, não. Tenho certeza de que a maioria dos deputados estará irmanada nisso. Será que a única coisa que vamos dizer, que é de interesse público, vai ser: reduzimos os custos, a que custo? Qual é o custo moral disso? Que exemplo estamos dando à sociedade? Não quero ser do contra apenas para ser do contra, mas chega um momento em que ficamos com vergonha de olhar para o espelho. O que estou fazendo aqui? Qual meu papel como legislador? Muitas vezes comemoramos por termos votado um projeto, mas ele será vetado depois.

O deputado Luiz Cláudio Marcolino, com muita propriedade, acaba de fazer uma sustentação, porque agora entramos em uma nova modalidade. O acordo firmado com o governo por meio da Casa, de seus líderes, da Presidência é votado, e ninguém faz nada. Vejam esta emenda, ela não vale absolutamente nada. Estão dizendo que a Assembleia Legislativa virou a azeitona da empadinha. Se estiver lá, é empadinha. Se não estiver lá, é empadinha também. A Assembleia não pode continuar sendo a azeitona da empadinha. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”, ou registrar abstenção nos terminais.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O Sr. Presidente - SAMUEL MOREIRA - PSdb - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participaram do processo de votação 37 Srs. Deputados: 36 votaram “sim” e este deputado na Presidência, quórum insuficiente para a aprovação do requerimento.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 57 minutos.

 

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