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10 DE AGOSTO DE 2011

081ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença de alunos da Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo de Itirapina, São Paulo, acompanhados pela professora Maria Inês Santilli Correa e Deliane Parise Cocato, a convite do Deputado Aldo Demarchi.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Dá conhecimento da primeira reunião sobre a criação de parques de preservação ambiental para amenizar o impacto causado pela construção do trecho sul do Rodoanel. Propõe a instalação de áreas de lazer nesses locais para evitar a ocupação ilegal. Comunica encontros que deverão ocorrer para debater a questão. Apresenta matéria que mostra as áreas desmatadas devido à instalação da rodovia.

 

003 - WELSON GASPARINI

Parabeniza o Governo pelas melhorias feitas à Segurança pública de Ribeirão Preto, como reforma de delegacias da região. Cita unidades que já foram restauradas. Discorre sobre o projeto da Secretaria da Educação que deverá levar 4 mil alunos a 85 roteiros culturais. Explica como funcionará o programa. Agradece ao Governador e ao Secretário da Educação pela iniciativa.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Critica o atraso do recebimento dos projetos de revisão salarial dos servidores da Segurança pública e agentes penitenciários. Lembra a competência exclusiva do Executivo sobre o tema. Dá conhecimento de resposta a requerimento de informação relativo ao Hospital de São José, do Imirim. Destaca o gasto de 68 mil reais mensais com essa unidade que se encontra sem funcionamento. Afirma que sua solicitação de vistoria do local, feita à Comissão de Saúde, foi recusada com alegação de partidarização. Agradece ao Deputado Marcos Martins pelo esforço, como Presidente da Comissão de Saúde. Informa a instauração de queixa-crime no Ministério Público do Estado contra o Governador e o Secretário da Saúde.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Apresenta pesquisa do Sinesp que revela quais são as principais doenças emocionais que afetam os gestores da educação e qual é o motivo de seu surgimento. Relata sua experiência como diretor de escola. Fala sobre a burocracia e os problemas que enfrentou no cargo. Alega que esses fatores são a causa do stress dos gestores escolares. Critica o autoritarismo da Secretaria da Educação. Diz que o atual sistema educacional prejudica o processo de ensino aprendizagem.

 

006 - RAFAEL SILVA

Concorda com a crítica do Deputado Olímpio Gomes relativa a aplicação indevida de verba do Estado. Repudia a corrupção política. Destaca a alta possibilidade de desenvolvimento do Brasil, tendo em vista o seu território fértil e suas riquezas naturais que são superiores a de outros países já desenvolvidos. Faz reflexões acerca dos problemas que impedem a ascensão do País. Diz que somente a consciência da população poderá mudar a realidade brasileira.

 

007 - LUIZ CARLOS GONDIM

Discursa sobre a insuficiência de clínicas do Instituto Iamspe. Menciona dificuldades enfrentadas por pacientes para encontrar unidades próximas as suas residências. Informa que sua solicitação de convênio, entre o Iamspe e a Santa Casa de Mogi das Cruzes, foi rejeitada. Pede auxílio às autoridades competentes para solucionar o caso.

 

008 - ORLANDO BOLÇONE

Parabeniza o Deputado Jooji Hato, eleito vice-presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack. Registra sua representação na abertura do 5º Congresso da Associação dos Municípios Araraquarenses, em São José do Rio Preto. Cita parlamentares que estiveram presentes. Informa calendário do evento. Faz menção aos temas abordados. Fala sobre os investimentos previstos para a região.

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença do Vereador do Guarujá, Toninho Perequê, e do coordenador político do DEM de Itaquaquecetuba, Júlio César, convidados pelo Deputado Milton Vieira.

 

010 - MILTON VIEIRA

Informa que esteve presente na inauguração de delegacias de sua região. Parabeniza o Governador pela iniciativa. Cita carências de diversos hospitais. Defende a regionalização da Saúde. Pauta as necessidades do Hospital do Câncer de Mogi das Cruzes. Diz que os pacientes dessa unidade sofrem com a distância que precisam percorrer até o hospital.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - SEBASTIÃO SANTOS

Combate o uso de crack por jovens em São Paulo. Lamenta a violência praticada contra os idosos em todo o País. Apresenta matéria do "Jornal Hoje", da Rede Globo, a respeito do tema. Pede providências da Comissão de Direitos Humanos desta Casa. Apresenta dados do IBGE sobre a violência ao idoso. Comenta a lei 12.461/11, que altera o Estatuto do Idoso.

 

012 - REINALDO ALGUZ

Comenta a instalação de empresas na região da Alta Paulista, estimulando seu desenvolvimento. Informa que o Governador Geraldo Alckmin se comprometeu com a recuperação de diversas rodovias na região, em especial a Rodovia João Ribeiro de Barros. Menciona as correções que deverão ser realizadas nas estradas, visando à diminuição de acidentes e proporcionando maior segurança aos transeuntes (aparteado pelos Deputados José Cândido e Luiz Cláudio Marcolino).

 

013 - ARY FOSSEN

Lê artigo publicado no jornal "Folha de S. Paulo", em 24/07, denominado "São Paulo na UTI". Lamenta a situação do transporte coletivo e das estradas no município de São Paulo. Critica a realização, no Brasil, da Copa do Mundo de 2014. Defende o planejamento e a priorização das questões sociais antes do evento esportivo (aparteado pelo Deputado Hamilton Pereira).

 

014 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

015 - JOOJI HATO

Elogia o Secretário de Estado da Cultura e ex-subprefeito da região da Sé, Andrea Matarazzo, que o auxiliou na aplicação da "lei seca" na cidade de São Paulo. Lê e comenta matéria publicada no jornal "Folha de S. Paulo", de autoria do Secretário, sobre a internação compulsória de usuários de drogas. Menciona programa televisivo da Rede Globo em que o ex-jogador de futebol, Walter Casagrande Jr. relatou sua experiência com as drogas. Discursa contra o uso de drogas (aparteado pelo Deputado José Cândido).

 

016 - JOSÉ CÂNDIDO

Comemora os cinco anos da aprovação da lei 11.340/06, conhecida como "Lei Maria da Penha". Explicita a necessidade da denúncia de atos de agressão contra a mulher. Lê e comenta trechos da matéria. Relata que ainda há resistência na aplicação desta lei. Divulga dados a respeito do tema, de acordo com estudo da Agência Patrícia Galvão.

 

017 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

018 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, informa que o Deputado Jooji Hato foi eleito vice-presidente, da Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Anuncia sua participação no 20º Congresso do Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo (Afuse) no município de Peruíbe, na Baixada Santista. Menciona as autoridades presentes na ocasião. Expõe suas contribuições ao debate pela educação, ocorrido no evento. Defende maior qualidade e segurança nas escolas públicas do Estado.

 

ORDEM DO DIA

019 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento, do Deputado Estevam Galvão, de urgência ao PL 266/11.

 

020 - JOOJI HATO

Requer a suspensão dos trabalhos por 20 minutos, para entendimento das lideranças.

 

021 - Presidente BARROS MUNHOZ

Acolhe o pedido. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; de Direitos da Pessoa Humana; e de Finanças e Orçamento, hoje, três minutos após a suspensão dos trabalhos. Suspende a sessão às 16h33min, reabrindo-a às 16h59min. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas.

 

022 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, informa que a Comissão de Assuntos Esportivos recebeu a visita do Secretário Geral de Articulação da Copa do Mundo, Gilmar Tadeu. Parabeniza o secretário pela exposição feita sobre o tema. Destaca a importância da construção de estádio de futebol na região de Itaquera.

 

023 - PEDRO BIGARDI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/08, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Welson Gasparini para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WELSON GASPARINI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esta Presidência tem a alegria de anunciar a presença dos alunos da Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo, da linda cidade de Itirapina, acompanhados das professoras Maria Inês Santilli Correa e Deliane Parise Cocato, a convite do nobre Deputado Segundo Secretário desta Casa, Aldo Demarchi. Sejam bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr.Presidente Jooji Hato, nobre Deputado Welson Gasparini, funcionários desta Assembleia, alunos da cidade de Itirapina, e aproveito essa presença para mandar uma saudação ao prefeito Omar, dessa cidade, do Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, na segunda-feira eu havia feito um relato sobre a compensação do trecho sul do Rodoanel. Disse que iniciaríamos o debate sobre a construção dos parques na região do Bororé, na região de Varginha, Itaim e Jaceguai. Aconteceu a primeira reunião geral de Parelheiros em que discutimos com a população, agora que alguns desses parques já foram cedidos da Dersa para a Prefeitura. Começa, agora, a construção dos parques na zona sul de São Paulo, o que é uma compensação ambiental em relação ao trecho sul do Rodoanel.

O que mais nos causou espanto nessa reunião com a Prefeitura de São Paulo, agora que a Dersa já repassou 3 dos 4 parques, faltando passar o trecho do Parque Itaim, é questão já havíamos apresentado 5 sugestões para a construção desses parques. Primeiro que esse parque não deve ser apenas um cercamento da área de preservação. É necessário que a população possa usufruir desse espaço que tem que ter uma pista para cooper, uma área de ciclovia, uma estrutura de lazer com quadras. Porque hoje a população de Parelheiros, de Grajaú, da região de Marsilac se desloca do extremo sul de São Paulo para vir ao Parque Ibirapuera, para ir a Santo Amaro, gastando para isso 2 horas, 2 horas de meia. Se há possibilidade de se construir 4 parques na região que não haja, então, por parte da Prefeitura, apenas um fechamento da área dizendo que é uma área de preservação ambiental. Porque essa área já existia na zona sul de São Paulo antes de o Rodoanel passar.

Temos uma imagem do Rodoanel que mostra uma região que foi devastada pelo trecho sul daquela via. Simplesmente as áreas da região estão sendo cercadas e a prefeitura está dizendo que essas áreas são parques da zona sul de São Paulo. Cobramos da prefeitura que essa outra área que foi desapropriada, está sendo cercada, contendo uma mata que já existia na região, que ela seja transformada em quatro parques de utilização pública da população.

Em São Paulo temos alguns parques: Ibirapuera, Vila Lobos, Zoológico, Jardim Botânico e Simba Safári que são abertos à população. O que exigimos da prefeitura de São Paulo, agora que área já foi cedida pelo Dersa, é que esses parques sejam abertos à população.

Teremos agora as audiências públicas no Bororé, no próximo dia 13; no Jaceguava e na Chácara Santo Amaro, no dia 16; uma reunião no Varginha e uma outra no Jardim São Norberto, no próximo dia 20 de agosto.

Esperamos que a população dessas regiões participe das audiências públicas e apresente uma proposta. Queremos parques como compensação do trecho sul do Rodoanel que de fato possam ser de fato seja utilizados pela população. A melhor forma de fazer a preservação ambiental é quando a população toma conta de um espaço. Se a população não tiver um parque para preservar a região, daqui 20 anos toda aquela região estará ocupada. O que esperamos agora não é apenas o cercamento da área. Vamos criar uma utilização para a população com ciclovias, com vias para caminhadas, e o desenvolvimento do ecoturismo na região aproveitando a flora e a fauna existentes na Serra do Mar.

Estaremos nas audiências públicas, vamos conversar com a população. O Dersa entregou os terrenos, falta apenas á área do Itaim, mas queremos que de fato essa região seja aproveitada pela população, não apenas essa área que está sendo cercada, porque essa área já existia. Quase 600 mil pessoas moram no extremo sul de São Paulo e elas precisam ter uma opção de um parque que seja totalmente aproveitado pela população. Não basta apenas cercar a área. Com certeza daqui 30 anos essa área estará totalmente ocupada e a preservação ambiental não irá acontecer.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas: quero parabenizar o governador Geraldo Alckmin por providencias tomadas na área da Segurança Pública, entre tais a entrega, nas próximas semanas, das reformas de  algumas delegacias de polícia (DPs) na região do Departamento da Polícia Judiciária (Deinter 3), de Ribeirão Preto. A primeira a ser entregue será a unidade de Nuporanga, segundo o delegado seccional de São Joaquim da Barra, Sebastião Vicente Picinato, dispondo de nova sala para o delegado, cela, piso frio, laje, sala de reconhecimento, além da troca de toda a fiação elétrica e parte hidráulica. Para o delegado, a reforma ficou muito boa e irá melhorar as condições de trabalho para os policiais e pessoas que procurarem aquele local para atendimento. O próximo passo será a entrega da nova sede do Plantão Policial de São Joaquim da Barra. “A Estrutura do Plantão Policial de São Joaquim será uma das melhores do Estado”, informou-me o delegado Picinato. Ainda na área do Deinter 3, o governador entregará a reforma da delegacia da cidade de Cravinhos.

Portanto, parabéns ao governador e ao secretário da Segurança Pública por essas providências. A coisa mais horrível que existe é alguém chegar numa repartição pública, como no caso de uma delegacia, e encontrar um prédio em condições precárias de atendimento.

Também neste mês, é motivo de agradecimentos e parabéns ao Governador Geraldo Alckmin o lançamento do projeto “Lugares de Aprender”. Através desse projeto, da Secretaria de Estado da Educação, a escola sai da escola para  levar 3,4 mil alunos da rede estadual de ensino da região de Ribeirão Preto a 85 roteiros culturais. Em todo o Estado, 81.720 alunos irão visitar instituições culturais de São Paulo ao longo do mês de agosto. Serão realizadas 2.043 visitas a 130 instituições diferentes a partir da próxima segunda-feira, 16 de agosto.

Os estudantes das 26 cidades da área de atuação da Diretoria Regional de Ensino visitarão a Casa da Cultura, o Sesc e o Museu de Arte de Ribeirão Preto (Marp), todos equipamentos culturais ribeirão-pretanos.

Voltado a estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental e à 3ª série do Ensino Médio da rede estadual, o “Lugares de Aprender” promove o acesso desses alunos e de professores a museus, centros, institutos de arte e cultura e a parques como atividade vinculada  ao desenvolvimento do currículo. A Secretaria oferece transporte e lanche nessas atividades.

Neste mês, participarão do projeto 1.366 escolas e 4.086 professores de 63 diretorias. A iniciativa oferece, em sua programação, 16 novos destinos localizados na capital, interior e litoral, como o Museu de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP), na capital, ao longo deste semestre.

O “Lugares de Aprender” constitui um dos três segmentos do Programa “ Cultura é currículo”, neste ano contando com investimento de R$ 32 milhões da secretaria, mais que o dobro da verba de  R$ 13 milhões destinada  em 2010. “A ampliação da verba vai permitir que o benefício seja estendido a um número maior de alunos”, esclarece o secretário de Estado da Educação, professor Herman Voorwald.

No primeiro semestre deste ano, 294 mil estudantes participaram das atividades e, no segundo, cerca de 350 mil alunos serão atendidos.

O projeto foi concebido de acordo com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo, observando orientações pedagógicas da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP).

O Programa Cultura é Currículo, implantado em 2008, está inserido na proposta curricular com objetivo de democratizar o acesso de professores e alunos da rede estadual a produções culturais que contribuam para ampliar sua formação. O Programa é divido em três segmentos: “Lugares de Aprender: a escola sai da escola”, com visitas a instituições culturais; “Escola em Cena”, levando alunos a apresentações de teatro e dança; “O Cinema Vai à Escola”, voltado para exibições de filmes dentro das unidades escolares.

A iniciativa possibilita aos alunos da rede estadual de ensino (Ensinos Fundamental e Médio e Educação de Jovens e Adultos, EJA) acesso gratuito a espetáculos de teatro e dança, além de visitas monitoradas a instituições culturais.

Portanto, nossos efusivos cumprimentos ao Secretário estadual da Educação por esses bonitos programas e ao Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por tornar a Educação uma prioridade de seu Governo.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, a cada 24 horas a mentira vai se ampliando.

            O Governador anunciou no dia 15 de julho o encaminhamento para a Assembleia Legislativa - até porque estávamos no recesso, impossibilitados de protocolarmente receber qualquer projeto - projeto versando sobre reajuste salarial da polícia e de funcionários do sistema prisional do Estado de São Paulo, além de projetos versando sobre carreira, estrutura de carreira, da Polícia Civil e da Polícia Militar.

            Hoje, dia 10, já a 10 dias do retorno do recesso, nada deu entrada na Assembleia Legislativa. Centenas e centenas de policiais e agentes penitenciários mandam, todos os dias, centenas de e-mails, fazem ligações e cobranças. Não há o que votar na Assembleia Legislativa. Não há projeto aqui. Não dá para saber se haverá reajuste, a contar de quando será, porque nada existe de concreto na Assembleia Legislativa.

            A Constituição estabelece: a elaboração de projetos versando sobre matéria orçamentária, estatutária, carreira, salário, é de competência exclusiva do Executivo. Estamos na mão da boa vontade do Governador e seus asseclas.

            Quero lamentar profundamente a conduta de alguns integrantes da base do Governo, da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, porque fiz um encaminhamento, um pedido, uma súplica, à Comissão de Saúde da Assembleia, para que fossem visitar, vistoriar o Hospital São José, no Imirim, ou o que deveria ser o Hospital São José. A partir de uma denúncia fiz um requerimento de informações e o Secretário me esclareceu os crimes que o Governo do Estado e a Secretaria da Saúde vêm praticando.

            Deputado Jooji Hato, V. Exa. é médico. Faz dois anos que o Governo do Estado está pagando 68 mil reais de aluguel para as instalações do Hospital São José, para mantê-lo fechado; reformado e fechado, só com guarda privado sendo pago 24 horas, e carecendo de unidade hospitalar para maternidade na zona Norte de São Paulo.

            Fui lá, constatei e fiz o requerimento de informações. O Secretário mandou a resposta ao requerimento confessando o crime. E aí pedi para a Comissão de Saúde que fosse verificar. Não fosse ontem o Deputado Marcos Martins, Presidente da Comissão de Saúde, pedir vistas em relação a esse procedimento que solicitei, que a comissão fosse vistoriar, o Governo, numa manobra de conivência com esse crime, entendeu que o Deputado Marcos Martins estava partidarizando o debate.

            Ninguém está partidarizando nada, não. Temos ladrão de todo jeito neste País. Está mais do que claro. Existe ladrão no PMDB, no PT, no PR, na República, aqui no Governo do Estado, no Metrô, nas obras do Rodoanel. Lamentavelmente no nosso partido, Deputado Rafael Silva, também temos as nossas ratazanas de esgoto. E ladrão é ladrão, não tem que ter problema partidário, não.

            Estou dizendo que 1,5 milhão de reais foi pago em dois anos para favorecimento de um proprietário de uma área de um hospital privado na zona Norte, que continua fechado. Não existe nada de partidarizar, não.

            Quero agradecer ao Deputado Marcos Martins pelo esforço, como Presidente da Comissão de Saúde, mas dizer à Assembleia, por não confiar até que serão tomadas providências nesta Casa, que eu já ingressei com a queixa-crime contra o Governador e o Secretário, com o Ministério Público do Estado.

            Comecem a prestar atenção não só nos órgãos do Governo Federal, onde pessoas estão saindo algemadas e presas. Nos órgãos do Governo do Estado também. Vergonha! Geraldo Alckmin é médico. O Dr. Giovanni, que está lá na Saúde, é médico conceituado; estive com ele, elevei as mãos e falei “pelo amor de Deus, tome uma providência.” E a providência é continuar pagando 68 mil reais mensais para permanecer fechado, porque o hospital é de amigo de amigo, que é ligado com esse, com aquele outro.

            Não existe questão partidária, coisa nenhuma. Ladrão não tem partido, até se apodera de partidos. Mas não pode o poder público virar as costas.

            Na semana que vem, na reunião da Comissão de Saúde, não vamos ter mais jeito de pedir vistas, e vão derrubar a minha solicitação. Estou só dizendo: "Comissão de Saúde da Assembleia, 11 Deputados, vão lá ver aquela roubalheira na zona Norte. Vão ver o dinheiro público sendo jogado no lixo".

            É só isso que eu estava pedindo. Mas, como acham que estão partidarizando, derrubem a solicitação do Major Olímpio, não atendam ao clamor do Deputado Marcos Martins, Presidente da Comissão de Saúde, fechem os olhos, virem as costas para o cidadão. Talvez o Ministério Público não faça a mesma coisa, ou a própria Polícia Federal, e daqui a um tempo veremos algumas pessoas sendo recolhidas em casa e nos seus locais de trabalho, devidamente algemadas.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar uma pesquisa encomendada pelo Sinesp, Sindicato dos Profissionais da Educação, dos especialistas em Educação, gestores educacionais da rede municipal de ensino, uma pesquisa que diz muito não só da própria rede municipal, mas em relação a várias redes públicas de ensino e também, logicamente, da rede estadual.

Essa pesquisa investigou o estresse e as doenças profissionais que têm abatido os especialistas em educação - diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e supervisores de ensino. Essa pesquisa é um tanto reveladora da precariedade em que os nossos educadores estão realizando o trabalho de gestão, estão trabalhando nas nossas redes de ensino, aqui em especial na Rede Municipal de Ensino.

Sr. Presidente, gostaria de falar como uma pessoa que conhece profundamente essa área, pois sou diretor de escola pública na Cidade de São Paulo, estou apenas licenciado do meu cargo, conheço profundamente, senti na pele, sei o que é a burocracia, o excesso de serviço burocrático a que o diretor hoje está exposto. Os diretores não têm a mínima condição de acompanhar o trabalho pedagógico das escolas por conta da excessiva burocratização desse tipo de atividade.

A função do diretor é administrar a escola, sobretudo com foco no aspecto educacional, no aspecto pedagógico de acompanhar a execução do projeto pedagógico da escola, bem como fazer também a relação da escola com a comunidade escolar, buscando a integração entre os alunos, os funcionários, os professores, a comunidade, as entidades que representam essa comunidade, as entidades que representam os professores. O diretor tem que administrar sempre com foco na gestão democrática da escola pública. Por isso temos inclusive as instituições auxiliares da escola, da direção, como a Associação dos Pais e Mestres, o conselho de escola, que tem poder deliberativo, e mesmo o grêmio estudantil, que é um espaço de organização dos alunos das nossas escolas públicas e privadas.

Os diretores das escolas públicas da Cidade de São Paulo e do nosso Estado estão inviabilizados de exercer na sua plenitude a função de gestores escolares, pois estão presos à excessiva burocratização da Secretaria de Educação, da máquina pública, uma burocracia totalmente desnecessária, que canaliza a energia dos diretores para algo improdutivo, que não tem nenhuma função no sentido de beneficiar os alunos, os professores e o processo ensino-aprendizagem.

Além de ser uma energia gasta desnecessariamente, esses profissionais da educação estão adoecendo. A pesquisa mostra claramente que quase 70% dos gestores escolares da rede municipal estão adoecendo, são vítimas de estresse, síndrome de pânico, depressão e tantas outras doenças por conta dessa excessiva burocratização, de um acúmulo monstruoso de um trabalho que, como disse, não tem a ver com o processo ensino-aprendizagem e com as pressões que sofrem os gestores escolares, principalmente na própria Secretaria de Educação, pela burocracia, pelo autoritarismo das nossas secretarias de ensino.

Há uma pressão muito grande da máquina do poder público, das secretarias de educação, de todos os seus órgãos burocráticos e também, não posso deixar de frisar, uma pressão da própria situação de degradação social e econômica da sociedade, pois a crise social influencia afeta, tem um impacto monstruoso nas nossas escolas. Hoje, por conta dessa política educacional totalmente equivocada e desfocada do processo ensino-aprendizagem, a escola acabou tendo seu papel esvaziado. O papel da escola foi esvaziado pela introdução de outras exigências que não são da escola, como assistência social e segurança. Logicamente, a escola tem de fazer a ponte, tem de interagir com as outras áreas, mas isso não significa que a escola tenha de distribuir cesta básica, programas sociais para os alunos. Cabe a cada área dar o aparato para que os alunos possam ter o mínimo de dignidade. Por isso, as nossas escolas estão tendo seu papel desfocado, suas energias, seu trabalho no processo ensino-aprendizagem sendo esvaziado cada vez mais. Muitas exigências são feitas aos professores, aos diretores de escolas, que deveriam ser feitas a toda sociedade, sobretudo às outras áreas governamentais e não à escola. A escola não pode ser responsável pela crise social. Ela sem dúvida dará sua contribuição para que haja uma alteração desse quadro social, mas sozinha não pode resolver os dilemas da sociedade, as mazelas sociais brasileiras. Mas, certamente, quando a escola recebe investimento do Estado, ela ajuda muito, ela dá uma grande contribuição.

Sr. Presidente, nesse sentido, gostaria de repercutir essa pesquisa do Sindicato dos Especialistas de Educação da Rede Municipal, que servem não só para a Rede Municipal de Ensino, mas também para a Rede Estadual e muitas outras redes de ensino do nosso Estado. Os nossos diretores estão adoecendo por conta da excessiva burocratização e também por conta dessa pressão que é feita tentando esvaziar o processo ensino-aprendizagem. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hélio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o nobre Deputado Olímpio Gomes esteve aqui revoltado com a realidade que existe neste País. É uma realidade terrível, que massacra a população. Fui candidato a Prefeito em Ribeirão Preto e defendi a ideia de que os políticos devem comandar sim. O prefeito eleito é o chefe do Executivo, deveria ter a obrigação de administrar de forma profissional. O loteamento que acontece na máquina administrativa força a uma realidade de corrupção, de vantagens para alguns políticos, para alguns partidos e de desvantagem terrível para a população. O Brasil tem uma extensão territorial fantástica, terras aproveitáveis. O Japão tem menos de 20% de suas terras aproveitáveis. A China tem um terço apenas. O Brasil tem muito mais. E o Brasil tem muito mais problemas. A corrupção é a grande responsável pelo enfraquecimento das instituições, pelas diferenças sociais que existem em nosso país. O direcionamento que se faz aqui é algo que machuca o sentimento de quem procura ainda ter sentimento e dignidade. Para se ter uma ideia, pagamos de juros da dívida pública mais de 500 milhões de reais por dia. Existe toda uma estrutura para favorecer os poderosos.

Maquiavel, que nasceu no dia 3 de maio de 1469 e morreu em 1527, já naquela época ele colocava como governante, como político, o príncipe: entre a dúvida de agradar o forte, o poderoso, ou agradar o fraco, o povo, ele deveria agradar o poderoso. O povo ele consegue enganar, os poderosos não, pois eles não perdoam. E ele dizia que nós devemos ter cinco virtudes quando queremos assumir o poder, mas que essas virtudes não as tenham o príncipe, ou o governante. Que, se as tiver, não governa. Então ele entendia que o povo deveria ser enganado, e muitos políticos brasileiros aprenderam todas as lições do Maquiavel, e de forma muito competente: vamos ficar do lado dos poderosos.

E aí passamos a ter uma estrutura dentro do Legislativo e do Executivo voltada para a governabilidade. O que tenho de fazer? Tenho de comprar partidos porque preciso deles na câmaras municipais, nas assembleias, ou no Congresso Nacional. Mas como é que se compra um partido? Com muitos cargos importantes. Aí, muita gente fala: é a governabilidade.

Por que isso passa a ser necessário? Porque o povo brasileiro não tem a consciência que deveria ter, e os grandes órgãos de comunicação de massa, que poderiam colocar essa consciência na cabeça do povo, não se preocupam com isso. Mas por que será que não se preocupam? Será que os grandes órgãos também não têm a publicidade dos banqueiros, e são os grandes vitoriosos desse país na área econômica? Será que os poderosos da área de comunicação também não têm os financiamentos, ou as verbas de publicidade adequadas para manterem ali uma boa qualidade técnica de suas empresas de comunicação?

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, somente a consciência do povo pode mudar a realidade de um país. E alguém já disse, há tempos: a informação é a matéria prima da consciência, e sem a consciência um povo não sabe determinar os seus destinos. Espero que um dia o povo brasileiro tenha a consciência adequada. Aí teremos seriedade na política. Só isso, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estou muito preocupado com o Iamspe no Estado de São Paulo. Aliás, o Iamspe é do nosso Estado, mas a dificuldade no atendimento e a não abertura de novas clinicas dificulta o atendimento aos funcionários públicos no Estado de São Paulo. Temos visto mudanças, por exemplo, na minha cidade, Mogi das Cruzes, onde o Hospital Santana transfere para a Santa Casa parte do atendimento, e os professores e funcionários públicos, de uma maneira geral, ficam sem saber onde poderiam ser atendidos. Ontem recebemos um telefonema da Câmara Municipal de Monte Alto, onde tínhamos um pedido para que a Santa Casa de Monte Alto tivesse o seu convênio com o Iamspe. Começamos a solicitar isso em 2009; em 2010, antes da eleição, nos dizia o superintendente, Sr. Baviera, que iria fazer uma assinatura desse convênio. Veio para cá o provedor da Santa Casa e o convênio acabou não sendo assinado. Mudou o Governo e esse convênio foi engavetado. Ontem tentamos falar com o superintendente e hoje ele nos ligou atenciosamente. Este convênio, que dependia apenas de uma assinatura, voltou à estaca zero. E os funcionários públicos do entorno - Taiúva, Taiaçu, Vista Alegre, Taquaritinga, parte de Jaboticabal - ficam novamente sem uma referência em atendimento médico, tendo de ir a Ribeirão Preto para serem atendidos.

Existe dificuldade financeira na área da Saúde, mas um convênio desses não chega a 100 mil reais por mês, 1,2 milhão por ano, para dar uma referência a funcionários públicos de toda aquela região. Fazemos então um pedido ao superintendente do Iamspe, Sr. Latif, ao Sr. Baviera e ao secretário de Saúde que vejam isso com muito carinho. O que queremos é que toda essa população não precise se deslocar mais de 120 km para pegar um atestado, para passar por uma consulta ou para fazer um exame oftalmológico.

É muito difícil para o professor, que já ganha muito pouco, não ter um atendimento adequado. Fizemos um requerimento pedindo um prazo para que se faça esse convênio. Nós, que somos médicos, trabalhamos muito nessa área, e precisamos dar atenção à saúde do funcionário público. O Hospital do Iamspe anda sucateado, e não é culpa do atual superintendente, pois ele vinha sendo sucateado há muito tempo. Nós precisamos fazer alguma coisa para que este hospital volte a ser uma das melhores residências do Estado de São Paulo para a formação de médicos. Temos melhores médicos dentro das suas cadeiras para que tenhamos referência dos funcionários públicos em atendimento. E o funcionário público não pode utilizar um hospital que atende a SUS.

Precisamos melhorar o atendimento dos funcionários públicos no Estado de São Paulo. Pedimos encarecidamente ao Governador Geraldo Alckmin, que é médico, que dê uma atenção ao Hospital do Servidor Público, que melhore os convênios e faça os convênios com as clínicas conforme programado, ainda pelo Secretário Barradas. Assim, essas pessoas não precisarão andar 100, 200 km para uma consulta, ou para uma cirurgia. É isso que acontece com os funcionários públicos do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - Saudação especial ao nosso Presidente em exercício desta sessão, Deputado Jooji Hato, que ontem foi eleito o nosso vice-coordenador da Frente Parlamentar para o enfrentamento ao crack, às drogas.

Nós tivemos a honra de votar nele e lembrávamos com o Deputado Olímpio Gomes e com demais membros que essa Frente Parlamentar vem surtindo efeito importante e que precisamos persistir nesse caminho buscando novo consenso.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, estive em São José do Rio Preto para, representando o nosso Presidente e os nossos colegas da Assembleia Legislativa de São Paulo, a abertura do V Congresso da Associação dos Municípios da Araraquarense - AMA.

São José do Rio Preto é uma região que tem, inclusive, o Deputado Sebastião Santos, aqui presente. Estiveram nesse ato também o Deputado Itamar Borges, o Deputado Carlão Pignatari e o Deputado Pedro Tobias, que se deslocou de Bauru para prestigiar esse evento.

A AMA é uma instituição que foi fundada em 1974. Ela foi construída observando o histórico do primeiro grande vetor de desenvolvimento recente ou do último século do Estado de São Paulo que foram as ferrovias e exatamente ela congregava as cidades que até então pertenciam à estrada de ferro Araraquara. Então, a cidade de Araraquara até Santa Fé do Sul. Num total de 120 cidades, estão congregadas dentro da Associação dos Municípios da Araraquarense.

O evento é altamente produtivo e deve se estender ainda até o dia de hoje. Esse evento se iniciou na quinta e sexta-feira, com a presença do Secretário Sidney Beraldo, representando o nosso Governador Geraldo Alckmin. Ele fez uma explanação sobre o plano e ações do Governo do Estado, em especial nessa região que tem mais de 1 milhão de habitantes e que tem uma área de influência de mais de 2 milhões de habitantes.

O Secretário de Turismo Márcio França apresentou nova política de turismo do Estado de São Paulo, que tem o objetivo de dar nova dimensão, visto que São Paulo é o maior pólo receptor de turismo e, com isso, ele tem que assumir a sua responsabilidade. Também, o Coronel Edmir Gervásio Moreira, Sub-Secretário Chefe da Casa Militar, falou a respeito das questões da defesa civil para enfrentar em especial as intempéries que ocorrem.

Ao longo dos próximos dias, numa integração da universidade, da sociedade civil e de dezenas de prefeitos, debaterão temas, em três plenários diferentes, que vão da saúde, tão bem lembrado aqui pelo Deputado Luiz Carlos Gondim, temas que vão da própria administração pública na sua característica geral, até mesmo filosófica, lembrado pelo nobre Deputado Rafael Silva, ou a questão em especial da segurança vinculada à questão do enfrentamento das drogas. Assim, é um trabalho extremamente profícuo.

Uma das ações que já discutimos logo hoje, pela manhã, é sobre a importância que se terá, depois, de um exame técnico, político, social do Plano Plurianual de Investimentos - PPA - que vai delinear nos próximos anos o desenvolvimento de São Paulo. Têm investimentos previstos da ordem de 80 bilhões de reais para os próximos quatro anos.

Esta Casa, através da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, e, também, através de todos os deputados, poderá, com o debate de alto nível, contribuir com informações. Cada deputado com a sua experiência dentro da história e da tradição desta Assembleia Legislativa, lembrando a importância de cada região e dos grandes desafios na questão da saúde, do crack e do desenvolvimento do local integrado e sustentável. Era isto, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a visita a esta Casa do Vereador Toninho Perequê, da cidade de Guarujá, e também do Sr. Júlio César Roriz, coordenador político do DEM, da cidade de Itaquaquecetuba, a convite do Deputado Milton Vieira.

Sejam bem-vindos a esta Casa. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira.

 

O SR. MILTON VIEIRA - DEM - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero cumprimentar a visita do Vereador Toninho Perequê, grande companheiro de Guarujá, grande vereador, líder comunitário que tem feito um trabalho brilhante nessa cidade. Também quero cumprimentar o Júlio César, o Cesinha, que coordena um grande trabalho político na cidade de Itaquaquecetuba.

Por falar em Itaquaquecetuba, quero dizer que tivemos lá, na última semana, a inauguração da sede da Dise e da Delegacia de Homicídios. Eu estive presente nessa solenidade junto com o Prefeito Armando, com a Deputada Heroilma, o Delegado Seccional, Dr. João Roque.

Eu quero dizer que a cidade de Itaquaquecetuba e região, ganharam com essa instalação porque é uma cidade que tem mais de 350 mil habitantes, população carente e que tem problema de drogas, homicídios; enfim, problema que tem em todos os lugares, mas que lá, tenho certeza, essas delegacias vão contribuir muito.

Eu quero parabenizar o Governo do Estado, a iniciativa da Secretaria e da Seccional em instalar lá essas delegacias.

Eu estive hoje, juntamente com o Deputado Edmir Chedid, com o Secretário da Saúde, Dr. Giovanni Guido Cerri, para reivindicarmos uma melhor condição na questão da saúde. Hoje a região bragantina vive uma situação dramática. Eu pude ver lá o apelo do prefeito de Serra Negra, da região do circuito das águas.

O Deputado Federal suplente, Dr. Jesus, que foi Prefeito de Bragança, de Serra Negra fez um apelo porque existe hoje a questão de regionalização da saúde. Nós somos a favor dessa regionalização, porém não queremos que nenhum município venha a sofrer.

O que vimos nessa situação é que Bragança Paulista e Jundiaí não sofreram muito com isso e até pela notícia dessa questão técnica de regionalização de estudos já cria um impacto nessa região. Nós estivemos lá, e como já falamos aqui, estamos aguardando na Comissão de Saúde um relatório da questão da Santa Casa de Suzano, do Hospital de Ferraz de Vasconcelos.

Eu estive, recentemente, no Guarujá, onde temos aqui o Toninho, representante dessa cidade. Eu estive lá com o Dr. Urbano no Hospital Santo Amaro e vi ali como a Saúde está carente. Falei também com o Secretário hoje sobre o Centro Oncológico de Mogi. Estive na região semana passada e vi necessidade na ampliação do atendimento. O hospital tem condições de prestar um atendimento maior. Trata-se de um hospital que tem uma avaliação positiva, é o quarto hospital em atendimento no Estado na área oncológica e tem espaço para ampliar o setor. Os pacientes às vezes saem de Mogi e vêm para a Santa Casa de São Paulo ou no Icesp para tratamento numa ambulância precária. Isso é perigoso.

A propósito, o Governador, no lançamento da pedra fundamental do hospital em Mogi das Cruzes, disse que o paciente já sofre com a doença. Ele podendo ficar na sua região é melhor porque não corre risco de sofrer um acidente na estrada.

Dias atrás um motorista e um paciente que seguiam para o Hospital do Câncer de Barretos morreram num acidente. Para evitarmos isso é preciso que tenhamos a regionalização. O número de pessoas com câncer tem aumentado e a doença ataca sem piedade.

Sou membro da Comissão de Saúde e clamo aos meus colegas para que num esforço concentrado venhamos a dar um atendimento melhor nessa questão da Saúde. Outras áreas precisam de atenção, mas Saúde é vital.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, amigos que assistem a TV Assembleia, o que me traz à tribuna nesta tarde é um assunto também preocupante.

Vossa Excelência, Sr. Presidente, falava da sua preocupação com o crack, que hoje está devastando o nosso Estado e destruindo a vida dos jovens. Os nossos olhares foram para uma outra área: os idosos.

Por mais que o Estatuto dos Idosos tenha determinado algumas regras para o benefício do idoso, ele ainda está desprotegido, desprestigiado, muitos passando necessidades, outros jogados, à mercê de atitudes de terceiros.

Vou passar um vídeo com imagens que coletamos ontem que nos deixam a pensar: até quando teremos esse tipo de situação que veremos nas imagens a seguir?

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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É uma matéria que com certeza a Comissão de Direitos Humanos desta Casa deve se preocupar porque é uma realidade.

De acordo com dados do IBGE o Brasil possui cerca de 19 milhões de idosos, ou seja, estamos chegando a 10% da população brasileira. Anualmente a violência contra o idoso chega a 120 mil agressões. A maioria dos casos são cometidos pelos próprios parentes da vítima.

O fenômeno das agressões contra os idosos foram destrinchadas pelo Doutor em Sociologia Sr. Vicente Faleiros, que produziu o maior estudo do gênero no País com base em 61.930 denúncias formalizadas e registradas em todas as capitais do País no período de um ano. Vejam: 61.930 denúncias. É muita coisa.

Os dados brasileiros se assemelham às estatísticas de outros países, indicando que 54% dos agressores sãos os filhos ou filhas.

O IBGE também realizou investigação por meio de entrevista e não por ocorrência documentada projetando quase 120 mil agressões sofridas por idosos anualmente, o equivalente a cerca de 10 mil por mês.

Outro dado importante é que as informações sobre doenças, lesões e traumas provocados pela violência em idosos ainda são pouco consistentes, fato observado também na literatura internacional que ressalta essa elevada subnotificação em todo o mundo.

Pesquisadores chegam a estimar que 70% das lesões e traumas sofridos pelos idosos não são registrados, portanto não fazem parte dessa estatística.

No Brasil, cerca de 93 mil idosos que se internam por ano tem como causas quedas (53%), violências e agressões (27%) e acidentes de trânsito (20%).

Então a cada 10 minutos um idoso é agredido, agressão que muitas vezes leva a óbito. Há poucos dias um idoso, ao atravessar na faixa de pedestres, foi atropelado, lançado a 20 metros e morto. Por falta de educação. Vemos ignorância dos próprios filhos em relação aos pais e a avós. Há idosos presos, literalmente, dentro de suas casas, ou pagam para estar em asilo, sendo bem atendidos, mas como a reportagem mostrou vivem como escravos.

Amanhã seremos idosos. Como esta Casa pode interferir nessa situação? Estão sendo elaboradas muitas leis, como essa Lei 12.461, de 26 de julho de 2011, que altera o Estatuto do Idoso, estabelecendo as notificações compulsórias dos atos de violência praticados contra o idoso e atendidos pelo serviço de saúde. Diz que os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objetos de notificação compulsória. Vejam a situação a que chegamos. Pelo serviço de saúde público e privado, pela autoridade sanitária. Bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles aos órgãos competentes e a lei entrará em vigor em 90 dias. Deveria entrar hoje, ou ontem, ou na data da sua publicação. É uma emenda da presidente Dilma Rousseff ao Estatuto do Idoso para, digamos, dar um pouco de sossego àqueles que se dedicaram à criação dos filhos, a construir sua casa e muitas vezes o idoso usa apenas um quarto, um espaço pequeno, não muito asseado, tornando-se esse espaço uma prisão.

Então, Sr. Presidente, deixo essas imagens à Casa, à Comissão de Direitos Humanos e a quem de direito e que possamos diminuir esse número de idosos maltratados. Porque 690 casos só no primeiro semestre é um número assustador. Era o que tinha a dizer.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, queridos telespectadores, boa tarde. Nesta oportunidade vamos falar de uma região que passa por uma transformação e graças a Deus com desenvolvimento. Refiro-me à alta Paulista, onde se começa a observar investimento de empresas sucroalcoleiras que passam a se instalar na Alta Paulista. Além da instalação em Paulicéia, Dracena - em Junqueirópolis uma usina está em ampliação e uma nova sendo construída - em Nova Independência, Flórida Paulista, Lucélia e Oswaldo Cruz criou-se um desenvolvimento sócio econômico proporcionando renda aos cidadãos e oportunidades.

Com isso houve, sim, um grande fluxo nas rodovias e algumas tragédias ocorreram. Mas o governador Geraldo Alckmin, no seu governo itinerante por Presidente Prudente, anunciou a recuperação de várias rodovias de importante ligação que traz infraestrutura necessária para toda a região da Alta Paulista. E de uma maneira toda especial a Rodovia João Ribeiro de Barros, que tem tido inúmeros acidentes. Por meio de várias indicações, em audiência com o secretário Saulo, com o superintendente do DER mostramos os pontos críticos e a preocupação dos prefeitos e de toda a população no sentido de esses gargalos serem saneados. Em 4 meses houve muitas tragédias e essas benfeitorias passam a sanear essas dificuldades. Em Adamantina, por exemplo, a FAE, em nível, tem uma faculdade com aproximadamente 5 mil estudantes. Às 7 horas da noite e às 11 horas o fluxo é muito intenso e aquele gargalo precisa ser resolvido. Também a estrada que vem de Valparaíso e entra na João Ribeiro de Barros, quando menos se espera já está em cima da rodovia e por isso acontecem acidentes.

Esses pontos críticos sendo sanados começa a haver maior tranquilidade e principalmente a salvar vidas. O desenvolvimento que vive a nova Alta Paulista proporciona novos investimentos, o estado e a região começam a dar um salto em produtividade e com isso há esperança.

Na cidade de Flórida Paulista também existe uma passagem em nível e um entroncamento perigoso. Temos reiteradamente reivindicado a solução desse problema. Em Pacaembu dois presídios simultaneamente usam a rodovia e nos finais de semana o lugar fica muito perigoso e temos solicitado a resolução desse problema. São indicações importantes que com toda certeza os técnicos do governo poderão atender nas novas ações do governo para melhoria da infraestrutura da região.

Na cidade de Junqueirópolis há um trevo que tem sofrido vários danos. Ao nascer, o sol tira toda a visibilidade dos transeuntes.

Em Dracena a Polícia Rodoviária está em cima do trevo de entrada impedindo o fluxo. Solicitamos ao governo uma obra que possa resolver isso. Que marginais possam tirar o fluxo de Dracena para a rodovia, dando segurança aos munícipes e a todos que passam pela Rodovia João Ribeiro de Barros.

 

O SR. JOSÉ CANDIDO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado, estou ouvindo com atenção o seu pronunciamento e quero dizer que passo sempre por aquela região, conheço a Rodovia João Ribeiro de Barros e até mesmo a ponte que atravessa do Mato Grosso para o Estado de São Paulo. Vai aumentar muito o fluxo. Tem razão V.Exa., que é morador de Dracena e está certo ao fazer essa reivindicação. Além de a estrada estar precisando de um recape, está totalmente perigosa para os transeuntes e muitos acidentes já ocorreram nesse local.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Obrigado, nobre Deputado José Cândido, pela sua intervenção, o que reforça a nossa indicação junto ao governo.

Na cidade de Tupi Paulista, o trevo de acesso às cidades de Panorama e Pauliceia, onde há essa nova ponte, abriu novas fronteiras de desenvolvimento para o Estado de São Paulo com o Mato Grosso do Sul proporcionando aumento significativo do fluxo.

Inclusive, deputado, hoje já se vê a possibilidade da duplicação dessa região devido ao fluxo que tanto vem do Mato Grosso, do Paraná, como também de Goiás. Ali acabou acontecendo um gargalo de toda atenção do governo do estado. Mas uma coisa é importante, tirar de duas principais cidades, Diamantina e Dracena, o fluxo que utiliza a rodovia como interligação municipal. Com essas duas marginais vão fazer com que se dê total segurança aos pedestres e aos cidadãos desses dois municípios como também dará segurança aos transeuntes que utilizam da rodovia João Ribeiro de Barros. Então, todas essas indicações são necessárias e fazem com que os cidadãos do Estado de São Paulo tenham uma melhor qualidade de vida.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - É muito importante a fala do nobre deputado. Inclusive, no próximo dia 19 teremos audiência do orçamento na região de Presidente Prudente. Toda região da Alta Paulista estará contemplada nessa audiência pública. É muito importante que essas indicações façam parte do debate na audiência pública para que possamos, todos juntos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, construir o orçamento regionalizado. Acho que a fala do nobre deputado reforça o que temos debatido nesta Casa sobre a importância da regionalização do orçamento para que essas indicações possam se tornar realidade.

 

O SR. REINALDO ALGUZ - PV - Deputado, estaremos lá debatendo na audiência pública. A rodovia Assis chateaubriand tem um gargalo imenso, está passando pelas mesmas dificuldades, e o governador já anunciou a duplicação dessa rodovia. Isso vai começar a dar um desenvolvimento e atender à demanda. esses gargalos essenciais de infraestrutura começam a ser atendidos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com a nobre deputada Regina Gonçalves, tem a palavra o nobre deputado Ary Fossen, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. ARY FOSSEN - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, quero fazer a leitura de um artigo publicado no dia 24, no jornal "Folha de São Paulo", de autoria do jundiaiense Dr. José Renato Nalini, com quem trabalhei, figura ilustre, desembargador do nosso Tribunal de Justiça. Esse artigo foi escrito com muita propriedade e tem o seguinte teor:

“A cada manhã, o paulistano acorda com notícias terríveis.

Mortes no trânsito, explosões de caixas eletrônicos, tão fácil obter material explosivo! Arrastões em restaurantes, sequestros, furtos e roubos de carro. Chacinas de jovens recrutados pelo tráfico, homicídios a esclarecer e vinculados a "queimas de arquivo".
Vive-se um clima de insegurança, a gerar difusa sensação de desamparo. Adicione-se a deturpação do esforço da Justiça Criminal com os "mutirões carcerários".
Explora-se a desconfiança no retorno do egresso ao convívio social e reforça-se a convicção de que aumenta a impunidade.

Não são os únicos dados em desfavor da vida paulistana. Há também o exagerado aumento dos moradores de rua. São milhares, a ocupar todas as regiões da cidade. Acena-se com o seu cadastramento, paliativo insuficiente. A legião é heterogênea: há os desempregados, os portadores de anomalia mental, os drogados. Não há como sustentar o direito a "morar na rua". Via pública se destina à circulação.

Outro indício de cidade enferma é a sujeira. Se a produção de lixo é maior do que a de outras urbes de análoga dimensão mórbida, como deixar de concluir que o paulistano está em déficit de consciência ambiental? Fealdade transparece ainda na pichação, sintoma de metrópole mal amada. Não é reconhecida qual instância de acolhimento.
O vilipêndio com agressões estéticas é próprio a quem não nutre o sentimento de pertença.
Esgarçados os laços de solidariedade, prolifera a violência. O trânsito é o fenômeno mais típico. Além dos acidentes, o estresse de caótica paralisação e congestionamento, algo provável a qualquer hora.

Tudo sinaliza a situação agônica do convívio na megacidade. O otimista dirá não ser assim. Muita coisa ainda funciona, a despeito das disfunções. Todos os dias, milhões acordam longe do trabalho, servem-se de péssimo transporte público, perdem horas no trânsito, ganham mal e, a despeito disso, se comportam com civilidade.
A capital bandeirante paga por seus erros. Fez escolha equivocada ao mutilar sua paisagem, ao sepultar seus rios, canalizar seus córregos, impermeabilizar seu solo, arrancar suas árvores, secar suas várzeas. Nada poderia resultar de bom dessa política de arrasa-terra.
Persiste na vocação ecocida e dendroclasta, desrespeita sua história. Elimina marcos arquitetônicos. Desestimula a preservação, demole parâmetros e torna a população carente de referenciais.

A opção preferencial pelo automóvel desprezou o pedestre, ser miserável, posto a respirar gás carbônico e partículas cancerígenas. O ciclista é também insultado, ameaçado, atropelado e morto.

Tudo vai desaguar em apatia e resignação. Fraturados os laços simbólicos, descrê-se da política e das instituições. Presságio de uma sociedade enferma. Tribos distintas disputam o exotismo do insólito.

Algumas perseguem e espancam minorias. E pensar que São Paulo já foi uma cidade civilizada.

Quem a conheceu há poucas décadas o testemunha.

Hoje está na UTI e precisa de cuidados urgentes. Não é só o poder público o responsável. A cidade é de todos, e ninguém está liberado de se empenhar no processo urgente de sua recuperação.”

Sr. Presidente, quero lembrar que quando o governador Laudo Natel tinha como prefeito nomeado José Carlos de Figueiredo Ferraz, um arquiteto e professor muito famoso - sua irmã foi secretária e ministra da Educação, Esther Figueiredo Ferraz, e seu irmão foi vereador e presidente da Câmara Municipal, Manoel Figueiredo - ele teve coragem, em 1984, de dizer que São Paulo precisava parar. O que aconteceu com ele? Ele foi demitido no dia seguinte. Que visão tinha José Carlos de Figueiredo Ferraz: São Paulo precisava parar!

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

Fico triste - já abordei esse assunto - quando vejo o transporte coletivo nas grandes capitais de estados como Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, ficamos horrorizados com o tempo que o cidadão paulistano leva para ir para o seu trabalho diariamente. A situação dos metrôs, do transporte coletivo, em pequeno número, trânsito excessivo, violência, não tem uma avenida com acostamento para parada de um carro acidentado ou quebrado. Tudo isso tem sido debatido. A imprensa tem tratado desse assunto com muita propriedade. Os grandes escritores e os jornais estão publicando, bem como as revistas. Quero até fazer um apelo: temos deputados federais importantes do PT. O presidente Lula, que respeito muito, dizia: Vamos fazer o trem bala, a Copa do Mundo, as Olimpíadas. Saiu um comunicado dos hotéis ontem, 9, dizendo que daqui quatro anos não terá hotel para abrigar os alemães que virão participar da Copa do Mundo. Fico triste, meu caro amigo deputado Hamilton Pereira, que estimo muito também. Tomara que o trem bala não pare em Jundiaí. Estou torcendo. Vai estragar ainda mais minha cidade que é tão boa. Ele vai atender rico que está viajando de avião.

Para ir no trem-bala lá no Campo de Marte vai demorar horas o pessoal que mora na zona sul e em todas as zonas. Depois vem a Olimpíada. Meu Deus do Céu, a Copa do Mundo! Nós perdemos a única Copa do Mundo jogada aqui em 1950. Eu tinha 13 anos e chorei. Chorei muito. Agora nós ganhamos cinco Copas fora. É tão bonito fazer festa da Copa do Mundo; quando nós ganhamos fora, espera-se o jogador, fazemos uma festa.

O Presidente Lula, depois que começou a andar de Aerolula, não andou mais de ônibus, não andou mais de metrô.

Cedo uma parte ao nobre deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Nobre Deputado, estranho que V. Exa., sempre de bem com a vida, hoje está um tanto quanto melancólico, não acredita no trem-bala, não acredita nos estádios, que vão recepcionar as delegações do mundo inteiro para a Copa do Mundo no Brasil. Mais otimismo! Vamos torcer para o Brasil. Vai dar tudo certo.

 

O SR. ARY FOSSEN - PSDB - Caro colega, respeito muito, mas o trem-bala pode ficar mais para frente. Os aeroportos são necessários. O porto de Paranaguá tem uma fila que vai até Curitiba. Para entregar, o porto de Santos cobra caríssimo para a exportação. Os empresários reclamam dos preços.

Então, tudo isso nos deixa triste. Vamos priorizar o que a população mais necessita. Quem não gosta de falar de Copa do Mundo? Todos gostam. Que venha a Copa. Mas, se vai ao estádio, tem que tomar cuidado porque existe violência.

Faço um apelo, de coração. Precisa alguém alertar. O presidente Lula tem todo o respeito. Também sou de origem muito humilde. É um metalúrgico que chegou a presidente da República, saiu muito bem avaliado, e continua. Mas precisa haver um planejamento dessas coisas e ver o que é prioridade.

Vai chamar atenção o trem-bala? Vai. No Japão é uma maravilha, andei no trem-bala, andei no metrô. Tudo limpinho, tudo arrumadinho. Você põe o pé na rua e o carro para. É uma maravilha! Mas no horário de pico, realmente em todos os países o trânsito complica.

Faço um apelo aos nossos colegas que trabalharam aqui, o Gilmar, o Paulo Teixeira, o ministro da Justiça, estão todos lá. Alguém precisa dizer a presidente o que é bom e o que não é bom. Tem muitos problemas para resolver. Veja a questão da Saúde lá no Nordeste, no Rio de Janeiro; comparado com São Paulo, a Saúde aqui é ótima. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta com o nobre Deputado Aldo Demarchi.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Inicialmente agradeço ao nobre Deputado Aldo Demarchi, pela permuta do tempo com este Deputado.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, costumo incentivar homens públicos, as autoridades constituídas que fazem um bom trabalho, e quero hoje fazer uma homenagem a um ex-Secretário, foi subprefeito da Sé, que ajudou na aplicação da Lei Seca, que controla a bebida alcoólica, também conhecida como a Lei do Silêncio.

Falo de Andrea Matarazzo, hoje Secretário do Estado da Cultura, que publicou uma matéria na "Folha de S.Paulo" no dia 09 de agosto, e que passo a ler:

"Desde a época em que implantei as melhorias na infraestrutura da região da Luz, como então subprefeito da Sé e depois secretário das Subprefeituras de São Paulo, há seis anos, venho observando atentamente o flagelo dos dependentes químicos na Cracolândia.

Posso afirmar: viver em completo estado de degradação não é uma escolha consciente. Ninguém que esteja gozando minimamente de sua vontade própria pode considerar como opção a realidade dessas pessoas que seguem, todos os dias, a única alternativa que a droga lhes proporcionou como uma dura sentença de morte.

Todos sabemos quão forte e destrutivo é o vício e quão difícil é sair dele. Nos últimos dias, a internação compulsória tem sido citada como uma possibilidade real de tratamento para quem chegou ao último estágio da dependência.

O tema surge envolto em polêmica e contraposto ao direito de escolha, que é e deve continuar sendo um direito sagrado; mas se tal liberdade já está tolhida pelo uso indiscriminado de drogas, não vejo como desconsiderar a prioridade do direito à vida. Quando um dependente ainda tem a atenção de sua família, e esta tem condições para tanto, a internação compulsória é um ato de amor. No nível mais alto do flagelo causado pela droga, ele já abandonou a família ou foi abandonado por ela. Não pode também ser abandonado pelo poder público. A meu ver, isso é omissão de socorro. Obviamente, a internação compulsória deve ser o último estágio de uma política pública baseada na prevenção e na repressão ao tráfico, e isso não se faz apenas com polícia. Enquanto estivemos na prefeitura, lavamos as ruas duas vezes ao dia, iluminamos a região da Luz, fechamos bares, hotéis, ferros-velhos e diversos estabelecimentos ilegais usados pelo crime.

Tudo isso inibiu a presença do traficante, mas em nada melhorou as condições de saúde daqueles que por lá vagavam acendendo seus cachimbos. Para mim, essa experiência deixou claro que se aquelas pessoas não fossem afastadas dali para tratamento adequado, nada seria capaz de salvar suas vidas.

A internação compulsória não é prisão, não é criminalização, tampouco é varrer o problema para debaixo do tapete. A questão é urgente. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou recentemente os resultados de uma pesquisa com 131 usuários de crack atendidos em uma enfermaria de desintoxicação em São Paulo.

Em 12 anos, dos 107 pacientes, 27 tinham morrido, a maior parte de morte violenta ou de Aids; dois estavam desaparecidos; 13 foram presos e outros 22 continuavam usando a droga. Apenas 43 deles conseguiram se curar do vício. Número pequeno, mas que dá esperança.

Na edição da Folha de 31 de julho, o psicólogo americano Adi Jaffe, ele mesmo um ex-dependente, defendeu que “até a reabilitação feita à força é melhor do que nada”.

Jaffe foi tratado compulsoriamente, sobreviveu e retomou o controle sobre sua vida. Hoje, trabalha estabelecendo critérios para avaliar a qualidade do tratamento para dependentes químicos. Está vivo. Creio que todos deveriam ter a mesma chance."

Num dos programas do domingo, do Faustão, vi a coragem de um grande ídolo, um futebolista de seleção brasileira, Casagrande. Ele veio a público e o Brasil inteiro viu. Eu chorei, com minha esposa Marlene, e chorei com meus filhos também, vendo o depoimento do Simon, seu filho. Ele veio a público dizer que usava drogas e o filho Simon dizendo que o pai lhes dizia para não usar drogas. Casagrande era ídolo dos brasileiros, principalmente dos corintianos. Quanta alegria Casagrande não me deu. Era um grande profissional. Simon, seu filho, disse que, quando soube que o pai estava usando drogas, aproximou-se cada vez mais da mãe, afastando-se do pai, pois o pai os havia abandonado, indo para o caminho da droga. Nós choramos. Acho que o Brasil inteiro chorou.

Talvez Simon, esse adolescente que hoje segue a profissão do pai, deu um exemplo a tantos adolescentes ceifados neste País. O nobre Deputado Sebastião Santos disse há pouco que filhos e parentes maltratam seus idosos, inclusive saqueando seus recursos, tomando a aposentadoria de seus pais. Não são os idosos. Estamos sacrificando os nossos adolescentes que estão indo para as drogas. O Simon, filho de Casagrande, dá um exemplo a tantos adolescentes ao não ir para esse caminho maléfico das drogas.

Cedo um aparte ao nobre Deputado José Cândido.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Nobre Deputado Jooji Hato, V. Exa. citou o ídolo Casagrande. Gostaria de citar também outro ídolo, Vera Fischer, que havia se recuperado, mas foi novamente internada para tratamento. É muito difícil.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Certamente, nobre Deputado José Cândido. Participo da Frente Parlamentar Antidrogas. Proponho que possamos trazer essas pessoas, como o Simon, um jovem que dá exemplo a outros jovens, para que venha a nossa Frente Parlamentar. Ele poderia se tornar um símbolo da nossa Frente Parlamentar mista, pois estamos irmanados com a Frente Parlamentar federal.

Precisamos trazer ao nosso País mais qualidade de vida. Todos os dias estão morrendo adolescentes pelas ruas de São Paulo e do Brasil por causa desse flagelo. Tenho esperança de que possamos conseguir uma sociedade melhor.

Agradeço mais uma vez o Secretário de Cultura do Estado, Andrea Matarazzo. Quando Subprefeito da Sé, ajudou muito na aplicação da lei que fizemos contra a bebida alcoólica, que é porta de entrada das drogas ilícitas. Quando alguém faz bem à população, temos de vir a público enaltecer essa personalidade, o Secretário da Cultura Andrea Matarazzo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlos Grana.

 

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ouvi comentários sobre violência. O nobre Deputado Dilmo dos Santos falou sobre violência contra os idosos. O nobre Deputado Jooji Hato falou sobre a violência das drogas. Vou abordar sobre os cinco anos da Lei Maria da Penha.

Passo a ler documento para que conste nos Anais da Casa.

“Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha (11.340/06) completou cinco anos de existência no último domingo, dia 7 de agosto, com aprovação de 80% dos brasileiros, segundo pesquisa deste ano da Fundação Perseu Abramo, do PT.

Nesses cinco anos, a Lei Maria da Penha já deixou uma lição: o mais importante para quem sofre violência doméstica é denunciar logo, denunciar cedo e evitar que uma ameaça ou uma agressão verbal se transformem em uma tragédia.

Diz a introdução da Lei Maria da Penha:

"Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do Art. 226 da Constituição Federal, da convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e da convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher; dispõe sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; altera o código de processo penal, o código penal e a lei de execução penal; e dá outras: providências."

Pesquisas revelam que uma em cada cinco mulheres admite já ter sofrido algum tipo de agressão por parte de um homem (fora as que não admitem) e que, em 80% dos casos, os responsáveis por tal ato foram seus parceiros (marido ou namorado).

Com o objetivo de proteger as mulheres da violência doméstica, a lei triplicou a pena para esse tipo de agressão, permitiu a prisão em flagrante dos agressores e acabou com as penas pecuniárias - quando a detenção é substituída por pagamento de multa ou cestas básicas.

Relatora do projeto que gerou a lei, na Câmara, a Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que ainda existe resistência à aplicação da norma por parte de alguns juízes. Para ela, é necessário maior empenho do poder público e da sociedade para fazer com que a lei seja efetivamente cumprida.

A deputada ressaltou também a responsabilidade das mulheres no combate à violência doméstica. “As mulheres também têm que assumir a atitude de não aceitar submissão e, acontecendo qualquer tipo de agressão, denunciar na hora. O perdão leva a uma segunda violência e já levou à morte muitas mulheres nesse país".

Violência

A pesquisa da Fundação Perseu Abramo mostra que a Lei Maria da Penha é bastante conhecida no Brasil: 85% dos brasileiros já ouviram falar da norma, mesmo conhecendo apenas superficialmente o seu conteúdo.

Apesar disso, o levantamento aponta que a violência contra a mulher permanece frequente. Segundo a fundação, 4 em cada 10 brasileiras afirmam já ter sofrido algum tipo de violência doméstica.

Considerada uma das três melhores leis do mundo pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a mulher, a norma foi batizada em homenagem à biofarmacêutica Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica após sofrer duas tentativas de assassinato por parte de seu ex-marido.

Desde a criação da lei, a central de atendimento a mulher, o ligue 180, do governo federal, já recebeu 240 mil denúncias. A maioria relatou ser agredida pelo marido e na frente dos filhos. E, ao contrário do que se pensa, a maior parte das mulheres não depende financeiramente do agressor.

Nesses cinco anos, a Lei Maria da Penha já deixou uma lição: o mais importante para quem sofre violência doméstica é denunciar logo, denunciar cedo e evitar que uma ameaça ou uma agressão verbal se transformem em uma tragédia.

Alguns dados:

- após cinco anos da lei, mais de 300 mil processos foram
abertos em todo o país.

- segundo a Agência Patrícia Galvão, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.

- machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência, na opinião de 1.800 entrevistados que participaram da pesquisa percepções sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil, realizada pelo Instituto Avon / Ipsos, no período de 31 de janeiro e 10 de fevereiro deste ano.

- O levantamento, realizado em 70 municípios das cinco regiões do país, mostrou que uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez "algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido".

- Seis em cada sete mulheres e homens já tenham ouvido falar da Lei Maria da Penha, quatro em cada cinco (78% e 80% respectivamente) tenham uma percepção positiva da mesma. No entanto, dos 94% dos entrevistados que disseram conhecer a Lei Maria da Penha, apenas 13% sabem o seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso.

- Contraditoriamente, 52% não acreditam nas instituições para combater a violência doméstica. Os entrevistados responderam que juízes e oliciais desqualificam o problema.

- A pesquisa revelou também que 91% dos homens dizem considerar que "bater em mulher é errado em qualquer situação" e que o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos reportados.

- O medo segue sendo a principal causa para as mulheres não denunciarem a violência. A exemplo da pesquisa feita pelo Instituto Avon/Ipsos, o estudo mulheres brasileiras nos espaços público e privado, realizado em 2010, pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc, apontou que 68% não denunciaram os agressores por medo. Em 66% dos casos, os responsáveis pelas agressões foram os maridos ou companheiros.

- Ainda segundo a pesquisa da Perseu Abramo, 66% das brasileiras acham que a violência doméstica e familiar contra as mulheres aumentou, mas 60% acreditam que a proteção contra este tipo de agressão melhorou após a criação da Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006)

 

- A pesquisa DataSenado mostra um dado importante: o crescimento sobre o conhecimento da Lei Maria da Penha. O levantamento indicou nos dois últimos anos que 98% tinham ouvido falar na lei, contra 83% em 2009.”

Maria da Penha Fernandes sofreu por 20 anos, até que ela resolveu apelar. Ela é uma das muitas que estão paraplégicas. E as que já morreram? Ou as que não denunciaram por medo, porque sofrem ameaça de morte?

Alguns dados aqui nos animam, mas continuamos preocupados porque 40%, segundo a pesquisa, dizem ter sofrido algum tipo de agressão. Nós, políticos, principalmente o Executivo, precisamos nos precaver sobre o assunto.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Gostaria de relatar, até com muito orgulho, que na nossa cidade, Suzano, temos quatro CRAS - Centro de Referência Social, 1 Creas - Centro de Referência Especializada em Assistência, 1 Casa de Acolhida para Mulheres Vítimas de Violência e 1 Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Deveria haver esse tipo de incentivo em outras cidades para que diminua o percentual de violência em nosso país. É triste que o mundo afora conheça este lado do Brasil, da violência, e do machismo que ainda agride as nossas mulheres que representam 50% do nosso país.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, gostaria de falar pelo Art. 82, pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, aproveito para registrar que ontem, na reunião da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, elegemos o Deputado Jooji Hato como vice-Presidente desta frente, quando também definimos algumas ações. Esta Frente Parlamentar participará de todas as audiências públicas que serão realizadas pela Comissão de Finanças e Orçamento, quando informaremos o nosso trabalho para sensibilizar os municípios sobre o tema. Hoje pela manhã participei no município de Peruíbe, na Baixada Santista, da abertura do 20º Congresso da Afuse, Associação dos Funcionários que atuam na Educação. Lá estive com o Sr. Antonio Marcos Assumpção, que preside a Afuse, o Sr. Adi, Presidente da Central Única dos Trabalhadores, e a Vereadora Onira, de Peruíbe, e participamos da abertura. Serão três dias de congresso, com a presença de 480 delegados e delegadas. Havia hoje a presença de 560 pessoas na abertura deste evento. Fiz questão de participar e lá falei sobre o trabalho da bancada do PT.

No primeiro semestre discutimos os PLCs 37 e 38. Eles instituem Plano de Cargos na área de Educação do nosso Estado. Lá reafirmei a nossa luta. Nos próximos quatro meses nos debruçaremos sobre as audiências públicas, tentando convencer o Governo do PSDB a elevar os recursos, com uma redefinição dos investimentos para a área de Educação. Entendemos que a Educação é uma política nobre de qualquer poder constituído, e a Educação não tem partido. Ela passa conhecimento, saber e dignidade às pessoas. Sabemos o quanto os professores da rede pública contribuem para valorizar a Educação. São quase 45 mil funcionários, e quase 95% são mulheres que têm dupla jornada - elas cuidam também dos afazeres de casa. Mas, acima de tudo, cumprem um papel muito nobre: cuidar dos nossos filhos.

Nós sabemos dos entraves que existem hoje, por exemplo, com a questão da violência nas escolas. Muitos funcionários e professores são agredidos. Nós sabemos também que o crack já entrou em muitas escolas públicas e também nas escolas privadas do nosso Estado. Então, não poderei deixar de comparecer a esses três dias do Congresso da Afuse, que vai discutir não só os problemas enfrentados pelos funcionários, mas, ao mesmo tempo, fazer o grande debate das propostas, trocar experiências para cada vez mais qualificar os servidores que atuam na Rede Pública do Estado de São Paulo.

Quero, aqui, parabenizar o XX Congresso Estadual da Afuse, a participação dos delegados que representam os 645 municípios do nosso Estado.

Nós queremos estabelecer o consenso no processo da Educação no nosso Estado enquanto elemento crucial na sociedade brasileira. Portanto, não poderei deixar de comparecer a esse congresso porque entendemos que a escola é um centro ativo, dinâmico e atrativo para a nossa sociedade.

Eu quero cumprimentar os participantes desse XX Congresso Estadual da Afuse. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo do Grande Expediente, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, há sobre a mesa o seguinte requerimento: “Requeiro, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o PL 266, de 2011”, de autoria do nobre Deputado André Soares. Assinado pelo nobre Deputado Estevam Galvão.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a suspensão da sessão por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado Jooji Hato, antes, esta Presidência vai fazer a convocação.

Nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoca uma reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, Defesa da Pessoa Humana e Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje, daqui a 3 minutos, com a finalidade de apreciar o PL 266, de 2011.

Esta Presidência suspende a presente sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 33 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 59 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do artigo 100, inciso I, da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com finalidade de apreciar a seguinte Ordem do Dia:

 

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- N.R. - A Ordem do Dia da 24ª Sessão Extraordinária foi publicada no Diário Oficial do dia 11 de agosto de 2011.

 

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O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero registrar que hoje tivemos reunião da Comissão de Assuntos Desportivos desta Casa, presidida pelo deputado Chico Sardelli, quando recebemos o secretário especial da Copa do Mundo na capital, Dr. Gilmar Tadeu, que fez uma exposição sobre o andamento dos trabalhos em relação às ações da prefeitura. Foi uma exposição muito didática, que trouxe muita informação para a Comissão. Ficamos muitos satisfeitos porque ficou muito clara a importância da Copa do Mundo para o Estado de São Paulo.

Haverá geração de riquezas e empregos. Falou-se também sobre o grande evento que representa e a necessidade de São Paulo abrir a Copa do Mundo, como já discutimos inúmeras vezes, inclusive no Seminário Internacional que esta Casa realizou em 2009. Ficamos muito satisfeitos com a exposição e também ficou clara a importância da construção do estádio de Itaquera, o bom andamento das obras para aquela região, como uma nova centralidade de desenvolvimento, uma região muito carente que precisa de um conjunto de investimentos para aquela população da zona leste de São Paulo. Todos os deputados participantes do debate ficaram satisfeitos com a exposição. E é o início de uma série de debates que vamos fazer na Comissão em relação à participação de São Paulo na Copa do Mundo. Obrigado.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo acordo de lideranças, antes de dar por levantados os trabalhos, esta Presidência convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com a Ordem do Dia já anunciada.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e três minutos.

 

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