03 DE AGOSTO DE 2010

088ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: ED THOMAS, VANDERLEI SIRAQUE e HAMILTON  PEREIRA

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - ED THOMAS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ANTONIO MENTOR

Anuncia a retomada do mandato do Senhor Deputado Carlos Neder.

 

003 - HAMILTON PEREIRA

Faz cumprimentos e saúda o Deputado Carlos Neder, pelo seu retorno à Casa. Menciona queda na qualidade de ensino no Estado de São Paulo e fala sobre crescimento da violência nas escolas. Discorre sobre a aprovação da Lei Estadual 10.312. Lamenta o corte de recursos para o programa, feito pelo ex-Governador José Serra. Informa que o PT visa reeditar o projeto e que em breve será apresentado para restabelecer a "Escola da Família".

 

004 - CARLOS NEDER

Fala sobre seu retorno à Casa. Discorre sobre debate a respeito da fidelidade partidária. Fala sobre o julgamento da Justiça Eleitoral. Questiona o privilégio de parlamentares perante à Justiça. Comenta pesquisa do "DataFolha", sobre o PT e faz elogios ao partido.

 

005 - PEDRO TOBIAS

Reitera o pronunciamento do Deputado Carlos Neder. Lamenta a morte do ex-Secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata. Cita os atentados criminosos contra cinco ônibus, nesta madrugada. Tece elogios ao candidato a Governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

 

006 - FAUSTO  FIGUEIRA

Saúda o Deputado Carlos Neder. Fala sobre a greve dos servidores da Justiça. Repudia o fato das reivindicações dos mesmos não serem atendidas. Afirma que a greve prejudica o Estado e os próprios trabalhadores. Critica o governo do Estado por desvio nas verbas do Judiciário. Discorre sobre a paralisação dos trabalhadores da Sabesp e o não repasse da participação do lucros e resultados para os mesmos.

 

007 - MARIA LÚCIA PRANDI

Faz saudações ao Deputado Carlos Neder. Comenta a ação do Secretário  da Educação por contratar alunos do ensino médio para auxiliar os alunos do ensino fundamental. Afirma que há falta de políticas educacionais por parte do Governo do Estado. Lembra e critica a instalação da "Escola em tempo Integral". Combate o Governo do PSDB por não aprovar Plano Estadual de Educação.

 

008 - VANDERLEI SIRAQUE

Assume  a Presidência.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Discorre sobre a falta de Segurança Pública. Lembra os ataques do PCC, em 2006. Faz críticas ao Governo do Estado, diante da falta de Segurança Pública. Cita morte de 43 policiais, na ocasião dos referidos ataques.

 

010 - HAMILTON PEREIRA

Faz referência à Fundação Idesp. Discorre sobre as atividades do instituto. Informa que recebeu a visita de um grupo de técnicos do instituto, que não descarta a possibilidade de entrar em greve. Lê e comenta carta aberta apresentada pelos mesmo e dá conhecimento de suas reivindicações.

 

011 - DONISETE BRAGA

Faz menção de justiça ao Deputado Carlos Neder. Cita o Projeto de lei sancionado pelo Presidente Lula, que prevê Política Nacional de Resíduos Sólidos. Afirma que a matéria irá gerar empregos e renda. Ressalta a importância do tema "Meio Ambiente". Menciona experiência positiva da região do ABC, com adoção de medidas sobre o assunto.

 

012 - Presidente VANDERLEI SIRAQUE

Saúda o Presidente Lula por sancionar projeto sobre os Resíduos Sólidos e parabeniza a fala do Deputado Donisete Braga.

 

013 - HAMILTON PEREIRA

Assume  a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - LUIS CARLOS GONDIM

Pelo art. 82, fala sobre o Programa Estadual dos Resíduos Sólidos. Ressalta a necessidade de se discutir o tema do Meio Ambiente. Discorre sobre as obras de restauração da estrada SP-88, que teve aumento no fluxo de veículos. Afirma que há necessidade de rotatórias, na estrada. Declara que as obras estão sendo fiscalizadas. Faz apelo para que o trecho Salesópolis-Santa Branca seja recuperado, pois está em situação crítica.

 

015 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, saúda o retorno do Deputado Carlos Neder. Enaltece a necessidade de reparos em estradas vicinais. Informa que comissão de vereadores de Osasco esteve na sede da Sabesp para tratar da falta de água na região norte da cidade. Pede a substituição de tubulações de cimento amianto. Fala da sanção pelo Presidente Lula de matéria sobre os resíduos sólidos.  Reclama da quantidade e dos valores dos pedágios. Cita projeto de lei, de sua autoria, que trata da redução dos valores noturnos dos pedágios.

 

016 - MARCOS MARTINS

Pede a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de Lideranças.

 

017 - Presidente HAMILTON PEREIRA

Cumprimenta a Deputada Célia Leão pela passagem de seu aniversário. Defere o pedido e suspende a sessão às 15h42min.

 

018 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min.

 

019 - VAZ DE LIMA

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das Lideranças.

 

020 - Presidente ROBERTO MORAIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 04/08, à hora regimental, com ordem do dia.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ed Thomas.

 

 

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O SR. PRESIDENTE – ED THOMAS - PSB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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-         Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, parabenizamos, em nome de toda a Casa, as cidades de Anhumas e Bauru.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Bruno Covas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Montoro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.)

 

 O SR. ANTONIO MENTOR - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, na qualidade de líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores, anuncio a este Plenário a retomada do mandato pelo nobre Vereador Carlos Neder. É uma satisfação tê-lo novamente entre nós, recompondo a Bancada do Partido dos Trabalhadores com o seu valor, sua qualidade. Seja bem-vindo, nobre Deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Esta Presidência, em nome de todos os deputados e deputadas, acolhe o Deputado Carlos Neder. Seja muito bem-vindo a esta Casa.

            Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Ed Thomas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, caros servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, retorno a esta tribuna depois do recesso parlamentar do mês de julho e quero cumprimentar a todos os Srs. Deputados que retomam os trabalhos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, saudando o mais novo integrante da Bancada do Partido dos Trabalhadores - finalmente se faz justiça -, o Deputado Carlos Neder. Aliás, volta a uma cadeira que já lhe pertencia por direito, a Justiça reconheceu finalmente, e voltamos a ter 20 parlamentares nesta Casa no Partido dos Trabalhadores.

Temos observado uma queda significativa e lamentável na qualidade de ensino no Estado de São Paulo. E na mesma proporção em que a qualidade do ensino se precariza, assistimos também a uma escalada da violência, tendo as escolas como epicentro e que atinge principalmente os jovens do nosso Estado.

Como todos os parlamentares desta Casa sabem, e grande parte também dos educadores e da população do Estado de São Paulo reconhece, temos uma lei aprovada em 1999, trata-se da Lei Estadual 10.312, que propôs a abertura das escolas nos finais de semana com programas de esporte, lazer e cultura, que tenham como alvo os jovens e adolescentes na escola, interagindo com a população que mora no entorno, bem como com educadores, pedagogos, tirando essa juventude das ruas, aqueles que não estão regularmente matriculados, e reconduzindo aqueles que um dia já foram matriculados e que infelizmente, por uma razão ou outra, evadiram-se da atividade escolar, e poderiam assim retornar às escolas.

  Todos conhecem o programa do Governo do PSDB, embora o tenha mutilado quando vetou um artigo que dizia exatamente da composição dos grupos interdisciplinares para interagir com esses jovens, aplicado primeiramente, no passado, com o nome de Parceiros do Futuro. Depois, mais à frente, mudou o nome para Escola da Família.

  Esta é a nossa lei. Infelizmente, no início de 2008, o então Governador José Serra cortou 60% dos recursos destinados à manutenção do programa Escola da Família que, por consequência, acabou sendo encerrado em grande parte das escolas do Estado de São Paulo. Uma pena, porque com o encerramento do programa muitos desses jovens, que estavam participando dessas atividades, voltaram às ruas, longe da escola, longe do aprendizado, longe dessas atividades, e hoje são as maiores vítimas da violência, do crack, que reputamos como uma das drogas mais nocivas à saúde e à índole do jovem que, infelizmente, às vezes é cooptado pelas drogas e pela violência.

  Quero anunciar para todos que estamos reeditando esse projeto, recuperando-o principalmente naquilo que ele tinha de mais rico dentro da proposta, que é a composição dos grupos multidisciplinares, para interagirem com esses jovens. Apresentaremos em breve um novo projeto, para restabelecermos, na origem e na integralidade, o programa Escola da Família no Estado de São Paulo. Queremos dar a todos os jovens a oportunidade de encontrar uma escola cidadã, onde eles possam participar, conviver e interagir com a comunidade toda do entorno da escola: pais, formadores, educadores, enfim, todos que se interessam efetivamente pela Educação no Estado de São Paulo, e pelo destino saudável para os nossos jovens e adolescentes.

 

  O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder, que assume o seu lugar de direito.

 

  O SR. CARLOS NEDER - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa de São Paulo, servidores públicos que nos acompanham pela TV Assembleia e Diário Oficial, retomo os trabalhos desta Casa, após um ano e quatro meses de afastamento involuntário.

  Nesse período houve um debate importante na Justiça Eleitoral a respeito do instituto da fidelidade partidária. Como todos sabem, o PT tem o direito a 20 vagas de deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Entretanto, um de seus membros, que militou no partido por mais de 20 anos, entendeu por se afastar do partido e ingressar em uma outra legenda para disputar as eleições numa cidade vizinha, e daí todo um debate acerca da fidelidade partidária e a quem pertenceria esse mandato: se ao partido pelo qual a pessoa se candidatou e obteve os votos, próprios e da legenda, ou se ao próprio cidadão que, indo para uma outra legenda, carregaria consigo o mandato parlamentar.

  Um ano e quatro meses de tramitação, mas é preciso reconhecer a celeridade e agilidade da Justiça Eleitoral, quando comparada à Justiça comum. Alguns poderiam perguntar “como foi rápido o processo?”, se estamos sabendo que ele tramitou durante um ano e quatro meses.

  É preciso ressaltar que nesse período cerca de oito meses foram consumidos em medidas e manobras protelatórias para que não houvesse o julgamento. E o principal expediente utilizado para esta finalidade foi a outra parte ter arrolado Ministro de Estado e Deputado Federal, que têm prerrogativas funcionais com foro privilegiado e com a possibilidade de agendar dia, local e horário para serem ouvidos.

  Esse tipo de ação protelatória, legítima do ponto de vista processual, implicou num retardo da decisão do Tribunal Regional Eleitoral, agora referendada pelo Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ministro Lewandowski.

  Quero então chamar a atenção para este aspecto do foro privilegiado. Em Brasília, no Congresso Nacional, já se discute até que ponto é legítimo que nós, parlamentares, sejamos deputados federais, sejamos senadores ou deputados estaduais, devamos ter esse privilégio em relação ao cidadão comum.

É evidente que todos nós temos o direito ao sigilo de fonte, o direito à palavra e ao não cerceamento de nossas ideias, mas daí a termos privilégios no processo de tramitação, inclusive no Poder Judiciário, isso faz com que o mérito de uma ação acabe sendo retardado em sua avaliação e julgamento.

E foi o que aconteceu no presente caso. Não estivessem imbuídos dessa intenção de adotar medidas protelatórias, o TRE já teria se pronunciado há pelo menos oito meses. Oito meses ou um ano e quatro meses consumidos de um mandato parlamentar que resultou na apresentação de cerca de 60 projetos de lei, e muitos deles já tramitaram por todas as comissões e em condição de voto neste plenário.

Pesquisa recente feita pelo Datafolha, manchete do jornal de ontem, diz o seguinte: “Aprovação mais alta do PT projeta a bancada a recorde e mostra que o PT é hoje o partido com maior aceitação da população, sendo que de quatro cidadãos brasileiros, um diz que o seu partido mais querido, do coração, é o Partido dos Trabalhadores”.

Neste momento, em que retorno à tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo, ocupando a 20ª vaga do PT, quero ressaltar a atitude correta que teve para com este Parlamentar a direção do PT, a sua bancada, que em momento algum vacilou na defesa da fidelidade partidária, de ressaltar que este é um aspecto essencial numa reforma política que teremos que fazer, e que a Justiça Eleitoral, mais cedo ou mais tarde, reconheceria o direito do nosso partido a esta 20ª vaga.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Deputado Carlos Neder, tenha um bom retorno e um bom trabalho.

Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Montoro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados presentes nesta sessão, depois de um mês de recesso voltamos para dar um abraço a todo mundo. Concordo com o nobre Deputado Carlos Neder. Infelizmente, o Poder Judiciário legisla, decide, faz o que quer. Quero falar um pouco sobre a morte do Secretário de Saúde, Barradas. Perdemos um grande técnico da saúde pública em São Paulo. É uma pena, morreu jovem. Médico, quando alguém chegava já morto em qualquer hospital, dizia que o sistema é que era ruim. O sistema é excelente, mas infelizmente perdemos um grande amigo e parceiro da saúde pública que se preocupava com a população.

O Deputado Olímpio Gomes está muito preocupado com os atentados, que podem ser de PCC ou de outros, contra ônibus e carros. Esses bandidos deveriam entender apenas a linguagem militar. Chegam os direitos humanos e falam que eles não podem fazer isso e aquilo, mas nesta madrugada já queimaram quatro ou cinco ônibus. As coisas estão se repetindo. Na véspera da eleição passada houve ataques do PCC.    

Não quero acreditar que algum partido político tenha interesse nisso. Precisamos nos unir de corpo e alma com a Polícia Militar porque é ela que salva este Estado. Precisamos reagir com energia aos ataques. É preciso tratamento de guerra, sem muito papo. Isso nos preocupa, mas não quero acreditar que tenha alguém tentando prejudicar campanha “x” ou “y”. Eleição não pode estar acima de órgão público, que é maior do que qualquer campanha eleitoral.

  Para concluir, quero falar sobre a burocratização do Poder Judiciário, especialmente para deputados, com excesso de norma, pedidos de certidões de não sei o quê. Esses dias, a minha secretária me ligou e me cumprimentou: “Dr. Pedro, o registro foi um dos primeiros a ser deferido” Mas isso é o mínimo, um direito meu! Parece até que ganhei um prêmio.

  Deputado Olímpio Gomes, o povo paulista vai votar em alguém que acredita. Nem preciso dizer que sempre acreditei em Geraldo Alckmin, ex-Governador. Sempre estive ao seu lado, sim. Não é porque ele seja meu amigo pessoal, mas sim porque acredito no seu trabalho. E sem dúvida, ele será o nosso futuro governador graças ao seu trabalho, sua simplicidade e sua seriedade em relação às coisas públicas. O povo paulista sabe escolher. O mais fácil é fazer discurso e jogar pedra, mas o povo sabe quem governa com seriedade. Já tivemos essa prova duas vezes e ele vai provar de novo, se Deus quiser. O povo precisa de quem mais conhece o poder público, e esse homem se chama Geraldo Alckmin. Ele tem perfil para governar e trabalhar. Um grande abraço.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira.

 

  O SR. FAUSTO FIGUEIRA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a minha palavra desta tribuna é de saudação ao meu companheiro Carlos Neder. Ganha o Parlamento, ganha a bancada do Partido dos Trabalhadores, ganha a Saúde. A sua presença honra esta Casa e eu gostaria de saudá-lo. Trago nesta volta aos nossos trabalhos algumas notícias. Primeiro, um comentário sobre a greve dos servidores da Justiça. É inconcebível que as reivindicações dos trabalhadores da Justiça não sejam atendidas. Essa paralisação penaliza a todos, mas fundamentalmente aos próprios funcionários dessa repartição de um poder tão próprio da República: de que cada poder é autônomo.

  Na última votação, a própria Justiça estadual impediu que votássemos, num determinado momento, o Orçamento, porque a dotação que o Governo do Estado dava para o Tribunal de Justiça, para o Judiciário, estava aquém para que o Judiciário pudesse minimamente trabalhar. Quero lembrar o aumento das taxas judiciárias, um verdadeiro desvio das taxas que não são destinadas ao Judiciário, funcionando mais como mais uma fonte arrecadadora da sanha dos governos tucanos do Estado de São Paulo.

  A segunda questão que gostaria de trazer é relativa aos trabalhadores da Sabesp. Particularmente na nossa região, onde se trava uma luta importante na defesa dos trabalhadores da Sabesp, o Sintius Urbanitários entrou ontem com uma ação na Justiça para tentar anular a distribuição de bônus para a diretoria da Sabesp. Vejam só: 800 mil reais foram distribuídos, no ano passado, para 19 representantes da diretoria da Sabesp, Conselho de Administração, dando a cada um deles 42 mil reais. A Sabesp apresentou em 2009 um lucro de 1,370 bilhões de reais. No entanto, ela tem negado a participação de lucros a seus funcionários. A Sabesp, na Baixada Santista, Unidade de Negócio, atingiu 100% das suas metas, mas os seus trabalhadores recebem tão somente 70% da participação de lucros e resultados.

  Para estabelecer essas metas, pasmem Sras. Deputadas, Srs. Deputados, os sindicatos não são ouvidos pela Sabesp. As metas são estabelecidas de maneira unilateral e o Sintius não participou da discussão desses indicadores, conforme determina a legislação. Distribuíram 800 mil reais para alguns apaniguados, diretores e membros do Conselho de Administração. O Sindicato dos Urbanitários - Sintius - está entrando com uma ação para que essa distribuição de dinheiro seja anulada. Os trabalhadores devem receber o que têm direito. Os trabalhadores da Baixada Santista atingiram 100% das metas, no entanto, de maneira arbitrária, recebem na sua folha de pagamento somente 70 por cento. O Poder Judiciário trata os trabalhadores da Justiça de forma discricionária e transforma a Sabesp numa empresa lucrativa, empresa que tem deixado de atender a população no fornecimento de água de qualidade - e temos denunciado isso na Baixada Santista - e deixa de atender seus trabalhadores de maneira correta. Nega o direito conquistado pelos trabalhadores e não permite que os 100% que eles conquistaram com seu desempenho sejam pagos - paga somente 70 por cento.

Nossa solidariedade ao Sindicato pela sua luta.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB – Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi.

 

A SRA. MARIA LÚCIA PRANDI - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar, quero saudar os meus colegas, os funcionários da Casa pelo reinício dos trabalhos - aliás, reiniciados ontem, mas hoje é que temos a Ordem do Dia -, também saudar o companheiro Deputado Carlos Neder, que reassume aqui com muita justiça, que dá muito orgulho à Bancada dos Trabalhadores e enobrece ainda mais esta Casa.

Gostaria de fazer um comentário a respeito de mais um desatino - vou chamar assim - do Secretário Estadual de Educação Paulo Renato, porque com o dinheiro de empréstimo do BID - olhem bem, ainda empresta dinheiro internacional - vai lançar mais um programa  sem nenhuma discussão, sem nenhum procedimento no sentido de que possa ter resultado positivo.

O Secretário anunciou, na semana passada, que irá contratar alunos do Ensino Médio como monitores para auxiliar a aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental. Sabemos que a relação na escola se dá e deveria se dar permanentemente nessa troca de experiências e de saberes até a diferentes idades. Mas, na verdade, esse projeto não tem esse objetivo. Ele se inicia como projeto piloto, mas com equívocos já bastante firmes que podemos apontar: Como será? Serão duas vezes por semana? Como será feita a capacitação desses alunos mais velhos do Ensino Médio? Provavelmente, eles têm até mais conhecimento de determinada disciplina, como português ou matemática, mas qual a sua preparação para lidar com colegas mais jovens?

Mais uma vez, no lugar de se discutir o Plano Estadual de Educação, de fazer uma discussão profunda com a sociedade ou especialmente com os educadores para apontar os caminhos para a melhoria da qualidade da escola pública em nosso Estado, assim como o Deputado Hamilton Pereira se referia à Escola da Família, que nós tínhamos alguns questionamentos, mas que obteve alguns resultados positivos e precisariam ser reavaliados e que no início do Governo Serra teve um corte de mais de 60%, o Governo do PSDB fica devendo para o nosso Estado uma política de educação.

Apesar de quase 16 anos no poder, o Governo vem, principalmente no período eleitoral, com pirotecnias, com esses balões de ensaio como se isso fosse melhorar a qualidade da Educação. Eu lembro que às vésperas da eleição presidencial quatro anos atrás, pouco antes de deixar o governo, o ex-Governador Alckmin também lançou a chamada Escola de Tempo Integral, sem nenhuma condição física das escolas, sem a preparação devida do currículo da carga horária das oficinas, das atividades, escolas essas que mais de 70% voltaram ao período de apenas um turno, justamente por conta da não-preparação adequada para o período integral. Foi um marketing de campanha eleitoral e agora mais um marketing de campanha eleitoral com essa novidade com o dinheiro de empréstimo internacional criando a figura do aluno monitor.

Queremos, mais uma vez, lamentar que o Governo do PSDB, apesar de ter uma visão extremamente neoliberal da Educação, cometeu um crime de lesa-geração porque 16 anos de má qualidade de escola pública compromete uma geração e fica a dever o Plano Estadual de Educação, que é, na verdade, uma exigência legal e o nosso Estado não o fez até agora. Muito obrigada, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vanderlei Siraque.

 

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O SR. PRESIDENTE – VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, neste retorno do semestre, temos que retomar a discussão sobre as circunstâncias que mais apavoram o cidadão no Estado de São Paulo, que é a insegurança pública.

Em 2006, eu estava na ativa da Polícia Militar. Deputado Vanderlei Siraque, V. Exa. milita há tantos anos nesta Assembléia, na Comissão de Segurança pública, na Comissão de Direitos Humanos e que acompanha o trabalho da Segurança Pública, naquele momento fui o único policial da ativa que foi dizer à sociedade o que estava acontecendo - eu ainda na ativa em maio de 2006 - quando tivemos os ataques do PCC, onde manifestamente o Estado perdeu completamente o controle da Segurança Pública. Ficou escancarado para a opinião pública de que quem mandava nos presídios eram os marginais e que o crime não era organizado, é o Estado que é desorganizado. 

O tempo passa e agora estou aqui na minha obrigação como parlamentar, na minha tribuna, para dizer à opinião pública que o Estado continua na sua omissão, na sua covardia, sem assumir o seu papel de realmente refrear os ânimos do criminoso, seja o ataque à casa do Coronel Telhada, Comandante da Rota, sejam nas situações que persistem no Estado de São Paulo, com carros incendiados, ameaças de bombas, que demonstram o descontrole na Segurança Pública. Estamos numa seqüência de governos covardes e incapazes.

Em maio de 2006, a criatura que fez com que crescesse pela sua omissão o PCC, que deu guarida a Nagashi Furukawa, então Secretário de Assuntos Penitenciários, a promover os desmandos nos presídios, é o mesmo que se quer reconduzir para o Estado de São Paulo. Covardes! Jamais vou perdoá-los. Quarenta e três policiais - civis, militares, agentes penitenciários e guardas municipais - foram massacrados. Governo covarde. Geraldo Alckmin tinha acabado de deixar o governo, mas não permitiu naquela sexta-feira que os policiais tomassem conhecimento de que iriam ser massacrados. Covardes! Quem é que vem falar em modificar resultado de eleições? Covardes! E são os mesmos covardes hoje. É bom que a população saiba a verdade. São esses mesmos covardes que estão posando de bons mocinhos e dizendo que vão dar salário para a Polícia, que vão dar carreira para os agentes penitenciários. São esses mesmos covardes que fizeram com que 43 viúvas ficassem sem receber o seguro de vida. Foram receber quase três anos depois, judicialmente. Covardes! Eu digo covardes olhando nos olhos desses covardes. Pode ser covarde candidato a governador, pode ser o que for, mas é um covarde!

Estamos na iminência de situações graves e o que posso dizer à população é que temos um Governo frouxo, mas a Polícia não é frouxa e o policial não é frouxo. Digo aos meus companheiros policiais: redobrem as cautelas e a munição. Se tiver de ficar viúva, que fique a mulher do bandido. Não acredite que o Estado vai lhe dar guarida. O Governador agora está indo para a mídia dizer que dá todo apoio à Polícia.

Pergunte, cidadão, ao primeiro policial que encontrar - civil, militar, da Polícia Técnico-Científica - qual o apoio de fato que tem hoje? Tem salários aviltantes e condutas operacionais impróprias. Quero que venham debater Segurança Pública comigo. Onde estão os deputados do Governo que falam que conhecem tanto disso?

Gostaria de dizer à opinião pública neste momento o seguinte: confie, sim, na sua Polícia, no seu policial. Ele vai morrer por você. O Governo está preocupado com resultado de eleições. A Polícia está preocupada com a sua sobrevivência e a sobrevivência do policial e seus familiares. Nós não vamos dar guarida ao crime e ao criminoso! Fazer insinuações menores dizendo que haveria insuflação de partidos oposicionistas para tentar mostrar que está havendo o desmantelamento da Segurança Pública é criminoso, é leviano. Nenhum de nós torce para jacaré em filme de Tarzan não! Nenhum de nós torce para dar errado para faturar politicamente não! É que o Governo é frouxo, é covarde, não tem atitude, não tem política de Segurança Pública e quem paga a conta disso, cidadão, é você.

 

 O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Bruno Covas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, retorno à tribuna ainda neste Pequeno Expediente agora para referir-me à Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo José Gomes da Silva.

A Fundação Itesp é um instrumento do estado que no Estado de São Paulo tem a responsabilidade pela reforma agrária, pela legitimação de terras, pela regularização fundiária. É natural e normal observarmos aqui mesmo na Assembleia Legislativa vez por outra um projeto de lei destinar terras do Estado que estão em determinados municípios para as prefeituras fazerem a redistribuição, o assentamento urbano, o assentamento rural e a legitimação, a documentação dessas terras.

Os municípios, como todos sabem, não dispõem de instrumentos para a  regularização fundiária então é normal também que os municípios façam uma composição, um convênio com o Instituto de Terras do Estado para que este, com seus técnicos habilitados, possa fazer essa regularização fundiária. Além disso observamos pelo Interior do Estado que os técnicos do Instituto de Terras do Estado também ajudam os assentamentos. Aqueles assentamentos que não dispõem de engenheiro agrônomo, de técnicos agrônomos inclusive, acabam se socorrendo exatamente dos técnicos do Itesp. Estes têm ajudado muitos assentamentos nos processos de legitimação de áreas e os municípios  como já disse. As prefeituras fazem convênio com o Itesp e este envia seus técnicos para fazerem a legitimação dessas áreas em nome do município e dos assentamentos, tanto os rurais quanto os urbanos. Pois bem.

Ontem me reuni com representantes do Instituto de Terras, técnicos, amigos nossos que trabalham lá em Sorocaba no nosso escritório político. Eles foram nos comunicar que entrariam em greve a partir de hoje. E por que os técnicos do Itesp entrarão em greve?

Tenho aqui uma carta aberta à população apresentada por eles, eles mesmos estão distribuindo isso junto à população lá em Sorocaba.

Existe uma área muito grande - Vila Barão, Jardim Zulmira, os sorocabanos sabem do que estou falando - que no passado foi tida como uma área de assentamento irregular, mas como eram terras do Estado, foram repassadas ao município e o Itesp está, através de um convênio com a prefeitura, fazendo os assentamentos urbanos e a regularização fundiária daquela área. Pois bem.

“Há muito, desde 2001, os servidores da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo José Gomes da Silva vêm reclamando junto aos dirigentes bem como junto aos escalões superiores, que há necessidade de recomposição dos salários dos servidores aos níveis anteriores às reconhecidas perdas; de valorização do material humano que representa o corpo funcional; de investimento na contratação de mais funcionários; de definição mais clara da política de trabalho da Fundação e de suas metas e objetivos.

Os anos foram passando e as perdas salariais acumuladas de 43% foram nos desestimulando.

De julho de 2001 a março de 2010, 440 servidores deixaram a Fundação Itesp. O Plano de Cargos, Carreiras e Salários nunca implementado - prometido pelo Governo mas nunca implementado - gerou insatisfação e estagnação. Sucessivos cortes no orçamento fizeram com que as atividades exercidas pelos profissionais perdessem muito da qualidade e efetividade.

A sobreposição dos critérios políticos ante os critérios técnicos de competência nas nomeações dos 36 cargos de confiança da Fundação Itesp fez com que fossem devolvidos ao Tesouro do Estado quase seis milhões de reais do orçamento da folha de pagamento de pessoal da mesma fundação no período de 2001 a 2010.

  Pois bem, os trabalhadores da Fundação Itesp estão entrando em greve porque, a despeito da sua data base, dia primeiro de março deste ano, não tiveram nenhuma abertura de negociação com o Governo do Estado, com a Secretaria da Agricultura, com a Secretaria de Justiça e já estão passando necessidade. Estão clamando ao Governo do Estado que lhes dê o reajuste de direito, que faça justiça salarial para esses técnicos, esses trabalhadores que fazem regularização fundiária no Estado de São Paulo. É um absurdo, um massacre salarial que se faz no Estado de São Paulo sobre os profissionais do Instituto de Terras.

            Estamos aqui apresentando a nossa solidariedade a esses profissionais que são responsáveis pela Reforma Agrária no Estado de São Paulo.Tenham nosso reconhecimento. Estaremos juntos nessa luta por justiça salarial e reconhecimento do valor profissional desses profissionais - engenheiros agrônomos, técnicos da agronomia - que fazem os assentamentos no Estado de São Paulo.

            Obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

   O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

  O SR. DONISETE BRAGA - PT - Caro Presidente dos trabalhos Vanderlei Siraque, funcionários da Assembleia, telespectadores da TV Assembleia, parlamentares presentes, quero fazer uma menção ao meu colega Deputado Carlos Neder que retorna a este Parlamento. Depois de um período de discussão na Justiça, felizmente, ele retorna, e quero saudar nosso colega Pedro Bigardi que estava entre nós. Depois da decisão, a nossa bancada tem a grata honra e o prazer de ter de volta entre nós o Deputado Carlos Neder. Com certeza a Justiça foi restabelecida.

  Gostaria de neste momento me referir ao Projeto de lei que ontem o presidente Lula sancionou. Trata-se da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Recordo-me de que participamos da elaboração do projeto nesta Casa, que na oportunidade foi coordenado pelo Deputado Arnaldo Jardim, hoje deputado federal. Nosso estado não tinha uma política estadual de resíduos sólidos. Hoje, mais de 400 municípios têm lixões clandestinos, aterros clandestinos. A sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos não só estabelece uma nova perspectiva, um novo processo de fiscalização, de controle dos lixões clandestinos, mas ao mesmo tempo estabelece uma política pública de geração de emprego e renda. Todo  ano realiza-se debate com relação aos catadores do estado e o presidente no primeiro semestre esteve presente e emocionou-se com os relatos. Às vezes não valorizamos o papel importante dos catadores de lixo, que separam o lixo que tem um valor e ao mesmo tempo é um mecanismo de geração de emprego e renda no País.

            Temos dito nesta tribuna que hoje percebemos que a sociedade civil tem discutido a questão do meio ambiente, que esse não é um tema apenas dos ambientalistas, dos ecologistas ou de algumas organizações governamentais. Hoje, em nosso País, todos os setores discutem a questão do meio ambiente. A questão dos resíduos sólidos é tema extremamente importante e a sanção feita pelo presidente Lula estabelece novo debate, novas políticas públicas para que os municípios possam se reunir de forma regional. Quero inclusive reafirmar a experiência bem sucedida da região do grande ABC paulista. Lá o Consórcio Municipal tem discutido as políticas públicas. O saudoso ex-prefeito Celso Daniel, quando idealizou o consórcio municipal do ABC, sua política municipal prioritária era o lixo orgânico da região.

  Ao mencionar a sanção do presidente Lula, quero dizer também que temos um novo marco regulatório para essa questão tão importante. Até em função do processo eleitoral certamente esse tema tem de ser colocado em primeiro lugar na pauta da nossa agenda para que as regiões possam discuti-lo, para que os candidatos a governador possam fazer esse debate que sem dúvida alguma a sociedade aguarda com muita expectativa. Que possamos redesenhar uma situação importante, uma situação propositiva com relação aos resíduos sólidos do nosso país, ressaltando e salientando a sanção do presidente Lula com relação à Polícia Nacional de Resíduos Sólidos.

  Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Nobre Deputado Donisete Braga, de fato o presidente Lula está de parabéns por ter sancionado e determinado a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Muito bem lembrado o saudoso Celso Daniel que em sua primeira gestão em Santo André fez a Política Municipal de Resíduos Sólidos e tinha levado ao Consórcio de Municípios da região do Grande ABC.

Está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, passa-se ao Grande Expediente.

                                              

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- Assume a Presidência o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ouvimos as palavras do nobre Deputado Donisete Braga com relação a essa Política Nacional de Resíduos Sólidos. Tivemos o prazer de participar do projeto sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, assunto que requer uma atenção muito grande, pois até municípios grandes como o nosso de Mogi das Cruzes temos problemas com o destino final do lixo, que é um assunto sério para ser discutido em todo o Estado de São Paulo. Há necessidade de acelerarmos a discussão sobre a transformação do lixo em energia. Empresas desejam participar desse trabalho de transformação de lixo em energia assim como da reciclagem do lixo. O país está produzindo mais lixo e temos de fazer esse estudo seriamente, principalmente sobre áreas de proteção de mananciais.

Quero parabenizar o presidente Lula por ter sancionado essa lei. Agora, com a lei aprovada nesta Casa podemos fazer com o que o governo do Estado de São Paulo e o governo federal invistam nos municípios para terem o destino final do lixo.

Estive na estrada SP-88, que liga Mogi das Cruzes, Biritiba, Salesópolis, Pitas, que vai encontrar a Tamoios, onde aumentou muito o tráfego de veículos. O serviço prestado pelas empresas de pavimentação é de alto nível. Estamos fiscalizando e verificamos a necessidade da instalação de rotatórias porque vários produtores de hortaliças precisam ter condições de entrar e sair de suas propriedades.

O DER tem fiscalizado. Temos verificado o acostamento, principalmente no trecho que liga Mogi das Cruzes a Biritiba, até o bairro dos Remédios, que pertence a Salesópolis. Só temos problemas de Salesópolis a Pitas. De um a dez, a nota é oito ou nove para o trabalho que está sendo feito; que também precisa ser realizado em todas as estradas. Por outro lado, o trecho que liga Salesópolis a Santa Branca não é pavimentado enquanto o asfalto é feito numa estrada vicinal.

Então, fazemos um apelo ao governo do estado, ao secretário Mauro Arce e ao superintendente do DER para que verifiquem esse trecho Salesópolis-Santa Branca. Não é da SP-88, mas é uma estrada que liga Salesópolis à Ayrton Senna, chamada Carvalho Pinto, que liga Santa Branca-Salesópolis-Jacareí. Culpo os caminhões e treminhões que passam com excesso de carga e que estão acabando com essa estrada. O mesmo acontece em outras estradas, mas precisamos fazer uma fiscalização maior nesses veículos que trafegam em nossas estradas com mais de 70 toneladas. Nenhuma estrada suporta isso.

Portanto, Sr. Presidente, quero agradecer a atenção especial dada à SP-88 e mais uma vez reafirmar que precisamos fiscalizar os caminhões que trafegam com peso excessivo. Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS – PT - PELO ART. 82 - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos acompanham nas galerias ou pelo serviço de alto-falante, quero dar as boas-vindas ao nosso querido companheiro, deputado Carlos Neder, que retoma os trabalhos nesta Casa. É uma satisfação muito grande tê-lo aqui de volta.

Ouvimos as intervenções dos nossos colegas deputados, cada um observando deficiências claras no estado: segurança pública, problemas das vicinais que necessitam de reparos. Ouvi o Deputado Luis Carlos Gondim falar, cheio de razão. Na região de Sorocaba há algumas estradas vicinais tão esburacadas que até helicóptero pula quando passa por lá. Há necessidade de o governo do estado dar atenção às estradas vicinais uma vez que recursos vieram, inclusive de empréstimos internacionais.

Agora quero falar sobre os serviços da Sabesp. Ontem, juntamente com uma comissão de vereadores de Osasco, discutimos sobre a falta d’água num trecho da zona norte da cidade. Existe uma quantidade grande de vazamentos que precisam ser solucionados. Como a solução é maior do que os remendos que vêm sendo feitos, há necessidade da substituição da rede que tem um tempo de vida útil vencido e uma grande parte de tubos de amianto. No Estado de São Paulo há muitos quilômetros desses tubos. Nem sei se a Sabesp tem controle disso. Mas na região parece que não tem. São tubos de amianto, cancerígenos, que levam água para as residências de São Paulo. Há necessidade da substituição da rede, primeiro, para não haver tanto desperdício. Segundo os técnicos da Sabesp que estiveram aqui na comissão de Saúde, naquela região há um desperdício de água em torno de 27 por cento. Segundo, porque precisamos garantir a saúde pública. Se os tubos são de amianto, é preciso trocar, principalmente porque a Lei estadual nº 12.684, de minha autoria, proíbe esses tubos. Com a sua substituição, entramos na questão do resíduo sólido: onde jogar esses resíduos de amianto. Temos apenas três cidades no Estado de São Paulo com locais apropriados para isso: Caieiras, Tremembé e São José dos Campos; todos particulares, que cobram o olho da cara para depositar esses resíduos.

Então, o Estado de São Paulo tem necessidade de ser o indutor, de criar regiões para depositar resíduos sólidos comuns, orgânicos, e entulhos que podem ser reaproveitados. E o resíduo perigoso? Já que existe uma lei que proíbe o uso desses produtos, no futuro teremos um descarte desses materiais, e é preciso que o governo do estado tenha sensibilidade de reunir municípios de várias regiões para fazer o depósito desse material de tal forma que não coloque em risco nem a saúde pública nem o meio ambiente. Está chegando o momento. Uma vez que o Presidente Lula sancionou o Projeto de Resíduo Sólido, São Paulo precisa também se adequar a esse desenvolvimento, a essa caminhada.

  E por último, queria falar sobre os pedágios. Muita gente deve ter viajado agora em julho e deve ter percebido a quantidade de pedágios no Estado de São Paulo com os preços mais caros do País. Estou apresentando um projeto para que haja uma redução nos preços, pelo menos de madrugada, para que possamos tirar um pouco de carros, principalmente caminhões, das estradas durante o dia. E quem sabe com isso possamos baratear um pouco o preço das mercadorias para o consumidor final. Esperamos que possa ser uma contribuição, pelo menos para os futuros contratos. E se houver uma mudança de rumo aqui no Estado de São Paulo na administração, isso poderá ocorrer também para os pedágios atuais, com uma revisão de contrato.

  Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - HAMILTON PEREIRA - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Marcos Martins, mas antes de suspendermos os trabalhos gostaria de registrar o aniversário da nobre Deputada Célia Leão. Parabéns, Deputada. E agora, portanto, suspendo a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Roberto Morais.

 

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O SR. VAZ DE LIMA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 32 minutos.

 

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