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29 DE AGOSTO DE 2011

092ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: EDSON FERRARINI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - EDSON FERRARINI

Comemora o 18º aniversário da Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo (Adepom). Relata a trajetória dessa entidade. Cita número de unidades, programas sociais e cursos oferecidos pela associação. Elogia o trabalho do presidente da entidade, coronel Luiz Carlos Nogueira.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Registra sua participação nas audiências públicas, realizadas em Registro, Franca e Ribeirão Preto, pela Comissão de Orçamento e Finanças desta Casa. Questiona o afastamento do Secretário de Comunicação deste Legislativo. Informa que deverá interpor queixa-crime no Ministério Público acerca do tema. Pede esclarecimentos sobre inserções realizadas pela TV Assembleia a partir de 11/02.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Parabeniza o Deputado Olímpio Gomes pela investigação do caso.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Dá conhecimento da manifestação, ocorrida na cidade de Apiaí, em razão da pavimentação da Rodovia SP-249. Cita prejuízos aos moradores da região do Alto Vale do Ribeira. Alega que o Executivo Estadual tem verba orçamentária disponível para a obra. Apela ao Governador Geraldo Alckmin pela solução do caso. Repudia a privatização de rodovias do Estado, assim como a instalação de postos de pedágio.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Discorre acerca do projeto de lei, do vereador paulistano Floriano Pesaro, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis da cidade de São Paulo. Manifesta sua expectativa em relação à aprovação da matéria. Destaca que lei, com o mesmo propósito, foi aprovada na cidade de Mauá. Cita danos que o consumo do álcool pode causar à saúde e à sociedade. Menciona a abordagem do tema pelo programa "Bom Dia Brasil".

 

008 - FERNANDO CAPEZ

Considera baixo o número de votação de projetos parlamentares neste Legislativo. Salienta a importância do debate das matérias. Informa que irá encaminhar questão de ordem em relação ao caso. Fala sobre a sanção, pelo Prefeito Gilberto Kassab, de projeto que proíbe o uso de celulares em bancos e caixas eletrônicos. Cita matéria de sua autoria semelhante ao tema. Defende emendas a projeto de reajuste salarial dos servidores da Segurança Pública, como a extinção do cargo de terceiro-sargento e o aumento dos cargos de subtenente. Destaca a importância do exercício parlamentar.

 

009 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Discursa em defesa da ex-diretora da Escola Estadual Wander Taffo, multada em 190 mil reais, pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, por ato realizado em exercício da função. Explica que a multa foi motivada pela poda de árvore da escola, ocorrida em 2002. Justifica o motivo do corte. Pede providências às autoridades sobre o caso.

 

011 - FERNANDO CAPEZ

Retoma discurso sobre a revisão salarial dos servidores da Segurança Pública. Discorre acerca do plano de carreira da categoria. Afirma que é necessário considerar o posicionamento da classe em relação ao projeto. Enaltece a importância da acolhida de emendas ao projeto.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, endossa o pronunciamento do Deputado Fernando Capez acerca do projeto de lei, do Governador, de reajuste e reestruturação das polícias Civil e Militar. Comenta os pisos salariais das categorias mencionadas. Critica e comenta a lei que trata das carreiras policiais. Pede a realização de audiências públicas com representantes da classe, a fim de aprimorar o projeto, no qual viu erros.

 

013 - EDSON FERRARINI

Para comunicação, informa que o projeto que trata dos servidores da Segurança Pública vai gerar um reajuste de 15%. Acrescenta que alguns oficiais não serão beneficiados pela promoção ao posto imediato. Argumenta que o melhor prestígio ao policial é a melhoria de seus vencimentos. Comunica que irá levar as reivindicações da categoria ao Colégio de Líderes.

 

014 - FERNANDO CAPEZ

Comenta emendas parlamentares que, a seu ver, mereciam destaque de votação. Lembra os princípios do Parlamento de saber ouvir o clamor popular no Estado Democrático de Direito. Recorda o despotismo esclarecido do século 18. Cita viagem à cidade de Berlim, e lembra a construção do Legislativo alemão, com piso e teto de vidros. Comenta propostas de assunção mais ágil aos policiais. Cita emendas de sua iniciativa a projeto que trata dos policiais femininos (aparteado pelo Deputado Edson Ferrarini).

 

015 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, informa que, em seis estados da Federação, os policiais femininos se aposentam com 25 anos de serviço. Recorda emendas sobre a unificação de quadros da categoria. Argumenta que, na reforma da cobertura de vidro que leva ao estacionamento desta Casa, anulou-se o acesso ao parlatório.

 

016 - Presidente JOOJI HATO

Informa que levaria a manifestação sobre o parlatório à Presidência Efetiva.

 

017 - EDSON FERRARINI

Lembra o aumento da violência no bairro do Morumbi e ato dos moradores, realizado ontem, que pedem mais policiamento na região. Recorda assalto à residência do Deputado Antônio Salim Curiati. Fala do rigor na seleção de policiais. Comenta as diferenças entre a legislação federal e a estadual no que tange à Segurança pública. Questiona a anistia concedida a Cesare Battisti pelo ex-Presidente Lula. Repudia os atenuantes legais concedidos aos marginais. Informa que 1.240 indultados pelo Dia dos Pais não retornaram aos presídios.

 

018 - EDSON FERRARINI

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/08, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 20 horas, para "Homenagear a Soberana Ordem de Malta". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Edson Ferrarini como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - EDSON FERRARINI - PTB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito para falar no Pequeno Expediente o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Assembleia, quero fazer um destaque a uma entidade da Polícia Militar. Todas têm um trabalho digno e voltado para o bem do associado, mas quero fazer um destaque muito especial à Adepom.

Esta entidade, a Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo, é muito bem dirigida pelo Coronel-Presidente Luiz Carlos Nogueira, uma entidade que completa 18 anos de vida, mas 18 anos de bons serviços, 18 anos de destaque. O jornal da Adepom é este aqui. Ele está fazendo o passeio ciclístico. Uma marca da zona norte de São Paulo é fazer o seu passeio ciclístico. Desde sua fundação, em 25 de agosto de 1993, a Adepom - Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo -, tem como objetivo a defesa dos interesses políticos e jurídicos de seus associados. Sou sócio da Adepom. Quando alguém me diz que quer ser sócio de uma entidade, indico a Adepom.

Quando de sua criação, ainda muito tímida e cheia de receios, a associação foi fundada como uma alternativa no sistema associativo da época, que contava basicamente com clubes de serviços voltados ao lazer de seus associados. Analisando o que era ofertado aos policiais militares e sabendo o que realmente necessitavam, surgiu a Adepom. Hoje, a associação conta com mais de 16 mil associados espalhados pelo Brasil, no Brasil todo, e está em posição de líder no segmento das ações contra a Fazenda Pública. O seu departamento jurídico é invejável. Além de oferecer todo suporte jurídico aos seus associados da capital e do interior, com seus seis escritórios jurídicos parceiros das cidades de Campinas, de Santos, de Taubaté, São José do Rio Preto e Bauru, também se preocupa com o bem-estar e melhoria da qualidade de vida de seus associados e de sua família, disponibilizando diversos serviços para atender suas necessidades. Um deles, por exemplo, atividades com o projeto ‘Viva + Feliz’. Aulas gratuitas de Inglês, Espanhol, ginástica, Yoga, Tai Chi Chuan, Dança de Salão, etc. Serviços de Clínica Multidisciplinar- atendimento gratuito nas áreas de Psicologia, Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, além de preços e formas de pagamentos especiais no atendimento das especialidades de Odontologia, Ortodontia, Fisioterapia, Podologia e o nosso Salão de Beleza que também é espetacular.

Eventos voltados à responsabilidade social - Passeio Ciclístico. Eu queria que os senhores vissem o sucesso que é esse passeio, que foi o último que aconteceu na zona norte de São Paulo, onde foi arrecadada uma tonelada de alimentos. Era o preço para participar.

Café dos Veteranos e Pensionistas e almoços temáticos para o entretenimento dos sócios; nossa responsabilidade social, além do passeio ciclístico tem o Natal Solidário, Campanhas de Vacinação, Campanhas de Arrecadação de Roupas e Brinquedos, Feira da Saúde. Mais de 500 convênios com empresas em todo o estado que oferecem uma infinidade de produtos e serviços com excelentes descontos, preços especiais e facilidade no pagamento aos associados.

Parceria com a Rede de Hotéis Harmonia, que oferece diárias a preços especiais em hotéis e pousadas no interior e litoral de São Paulo, por meio do trabalho do cabo Nadir Pereira dos Santos, assessor parlamentar, que desenvolve o papel de relações públicas para a ADEPOM. Tudo isso presidido pelo coronel Nogueira, que é realmente um presidente que merece todos os elogios. 

Por todas essas realizações e pelo sucesso alcançado nesses 18 anos, a Adepom e sua diretoria, comandada pelo presidente coronel Luiz Carlos Nogueira, comemora a cada ano a confiança de seus associados, colaboradores e parceiros que acreditam no trabalho sério da entidade, um trabalho focado na qualidade dos serviços oferecidos, transparência em seu trabalho e respeito aos associados.

Na PEC 300, por exemplo, todas as entidades da PM se mobilizaram, estiveram em Brasília, lutando para que ela acontecesse. E a Adepom estava presente, o seu grupo de associados, a sua diretoria sempre estava junto com as outras entidades em defesa da Polícia Militar, batalhando, em Brasília, pela PEC 300.

Parabéns à Adepom, entidade da qual tenho muito orgulho de ser associado. Às pessoas que querem ser sócias de uma única entidade de todas da Polícia Militar, uma que me dê apoio jurídico, uma que me dê opções de lazer, uma que me dê apoio social, indico a Adepom, essa entidade fantástica que é a Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo, a qual saúdo pelos 18 anos de vida.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, pela manhã estive em Registro participando de mais uma audiência pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento desta Casa. Aliás, um belíssimo trabalho do presidente da comissão, Deputado Mauro Bragato; do vice-presidente Deputado Luiz Claudio Marcolino, e demais componentes da comissão em todo o Estado de São Paulo. Na sexta-feira tive oportunidade de acompanhar as audiências públicas de Franca e Ribeirão Preto.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, algum tempo atrás o Senhor Presidente leu um texto dando conta do afastamento do Sr. Antonio Denardi, Secretário de Comunicação da Alesp. Causa-me muita estranheza que na terça-feira, dia 23, num almoço de negócio, no restaurante La Casserole, em São Paulo, estavam a Sra. Sueli Navarro Garcia, que é diretora da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados, representantes da TV Câmara, da Câmara Municipal de São Paulo, e o Sr. Antonio Denardi, falando como diretor da TV Alesp. Então, V.Exa. que está na Mesa, não sei mais quem dirige a TV Alesp, porque foi anunciado o afastamento desse senhor de suas funções. Aliás, tudo em relação a esses contratos, a essa atividade, cada vez nos deixam mais em dúvida. Gostaria até, olhando para a câmera da TV Alesp, de que pudessem me dar essa resposta: quem é o responsável, se o Sr. Antonio Denardi continua como diretor - nesse almoço de trabalho se intitulava o dirigente da TV Alesp, porque muita coisa continua muito estranha em relação às atividades da TV Alesp. E vamos esclarecer. É bom que fique muito bem claro. Essa semana estou aguardando mais alguns deputados que estão sendo signatários comigo, como já fez o Deputado Carlos Giannazi, na representação para apuração pelo Ministério Público, principalmente dessas inserções que eram pagas e que os deputados não fizeram. Pela primeira vez vi os deputados serem utilizados como laranjas em planilhas para falar de inserções que eram impossíveis de serem realizadas.

Então fica aqui essa minha preocupação, o meu questionamento. Apresentei também, Sr. Presidente, um requerimento à Mesa, pedindo todos os extratos das inserções pagas já no novo contrato e já com administração da Fundac, a partir de 11 de fevereiro, quando assumiram esse contrato, que vai até 11 de novembro. Acho que agora todos os deputados querem saber quantas inserções fizeram ou quantas inserções foram pagas usando o seu nome. E há contradição entre as planilhas: a planilha que veio da Fundação Padre Anchieta, por exemplo, dizia que o Deputado Gondim fez 70 inserções. Na da Assembleia Legislativa, ele já fez 84, Deputado Giannazi. É o milagre da multiplicação das inserções, e o duro é que cada inserçãozinha dessas multiplica por R$ 1.939,04. Não é pouco dinheiro, não. É muito dinheiro e precisa ficar muito bem esclarecido.

Agora, eu questiono a Mesa, se o Sr. Antonio Denardi tinha a legitimidade na terça-feira, dia 23, no restaurante Le Casserole, para falar como diretor da TV Alesp.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Caro Deputado Major Olímpio, esta Presidência levará ao Presidente efetivo desta Casa, Deputado Barros Munhoz, esse seu questionamento. E quero parabenizá-lo, como deputado, não como membro da Mesa, pelo seu trabalho, por essa contribuição, até porque temos a Comissão de Apuração desta Casa que está cuidando do assunto. Mas é importante V. Exa. trazer os dados e tenho certeza absoluta de que a Mesa Diretora vai averiguar e punir os responsáveis, doa a quem doer. Cheguei agora, praticamente, não faço parte da Casa há muito tempo, mas fui vereador aqui na Capital e lá tínhamos a TV Câmara. Não sei se lá acontecia a mesma coisa. Vale a pena verificar isso; vou checar lá na Câmara se fizeram algumas inserções em meu nome.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, hoje está ocorrendo uma grande manifestação na região da Cidade de Apiaí, exatamente na Rodovia SP 249, que eu inclusive citei aqui na semana retrasada, e em outras oportunidades, uma rodovia que tem 46 quilômetros de extensão sem pavimentação. E temos naquela região 20 municípios que ficam basicamente ilhados, principalmente quando chove.

Então as pessoas que moram em Apiaí, em todos os municípios da região do Alto Vale do Ribeira, estão sendo prejudicadas pela omissão e pela irresponsabilidade do Poder Público, sobretudo do Estado, em não pavimentar essa rodovia. As pessoas ficam impedidas de acessar hospitais, escolas. A não pavimentação desse trecho tem prejudicado também o desenvolvimento turístico de uma região que tem potencial. Já enumerei aqui os grandes prejuízos e transtornos que a população de Apiaí e região vem sofrendo por conta da falta de investimento. É uma região pobre, que não tem investimento nem do Governo estadual e nem do Federal, e tem esse grande problema ainda.

Até hoje, apesar das promessas de vários governos, principalmente os governos do PSDB, de Deputados que também só aparecem lá em época de eleição para pedir votos, até agora nada, absolutamente nada foi feito.

Nós aqui já acionamos a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão de Transportes. Já encaminhamos essa reivindicação algumas vezes para a Secretaria de Transportes, para o DER, para o próprio Palácio dos Bandeirantes, mas também até agora nada foi feito.

A população, corretamente, ficou indignada, e hoje, exatamente neste momento, está realizando uma grande manifestação pacífica, democrática, dentro da mais possível legalidade, para chamar a atenção da opinião pública, da imprensa, do Governo estadual, do Governo Federal, e também, logicamente, da Assembleia Legislativa, para que o Governo estadual cumpra sua função e faça a pavimentação da SP-249.

Existe dinheiro, o Governo do Estado tem um excesso de arrecadação de quatro bilhões neste semestre. É possível fazer em caráter de emergência a pavimentação.

O Governo estadual é tão especialista em privatizar, em entregar as nossas rodovias para as concessionárias, para as empresas privadas, ou seja, privatizando as estradas paulistas, como fez agora com o Rodoanel Sul, uma obra que mal acabou de ser entregue e já tem lá uma concessionária cobrando pedágio, extorquindo a população do Estado de São Paulo.

Portanto, o Governo estadual é pródigo nesse aspecto, mas abandona uma rodovia importante como a 249, numa região carente do nosso Estado, o Alto Vale do Ribeira, e as pessoas estão ali expostas a um sofrimento social imenso, com um grande prejuízo, principalmente na área da Saúde pública, da Educação, da Segurança, no escoamento da produção.

Mais uma vez assomamos à tribuna para apoiar a população de todos os municípios, de todas as pessoas envolvidas nessa movimentação. É um movimento popular, um movimento social. A população está lá, milhares de pessoas mobilizadas. A rodovia está fechada, por conta desse movimento. Foi a única maneira que a população encontrou, para pressionar o Governo estadual.

Fazemos um novo apelo e a exigência para que o Governador Geraldo Alckmin tome providências, libere os recursos e faça a pavimentação da SP-249. O mesmo pedimos ao Secretário estadual de Transportes e ao DER, que tem a função de viabilizar a pavimentação dessa rodovia.

É inconcebível que o Estado permita a cobrança de tantos pedágios - São Paulo tem mais de 240 praças de pedágio nas nossas rodovias, com um dos pedágios mais caros do planeta - e abandone essa rodovia.

Temos que nos mobilizar. Nosso mandato vem já fazendo gestões. É importante que os 94 Deputados pressionem também, porque o Deputado só aparece lá para pedir voto para a população carente, para os pequenos produtores. Eles têm uma economia fundamentada na atividade familiar, na agricultura familiar, e o Estado tem obrigação de investir naquela região.

Não adianta aparecer só na época da eleição, pedindo o voto da população. Nós exigimos aqui que o Governo estadual faça imediatamente a pavimentação da SP-249, porque dinheiro existe, são mais de quatro bilhões de excesso de arrecadação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna pois tenho uma satisfação enorme em dizer que um vereador da Câmara Municipal de São Paulo, o Vereador Floriano Pesaro, protocolizou um projeto de lei proibindo a venda de bebida alcoólica em postos de combustíveis e lojas de conveniência.

Aqui, temos o mesmo projeto. Trouxemos esse projeto da Câmara Municipal de São Paulo, onde foi aprovado mas, infelizmente, foi vetado pelo Executivo e está na lista de espera dos projetos vetados. Se houver uma votação única com a maioria absoluta, ou seja, 28 dos 55 votos, estará promulgada na Cidade de São Paulo uma lei cujo projeto fizemos há mais de dez anos. Saí daquela Casa sem ter conseguido promulgá-la. Aprovamos, mas não promulgamos, pois ela foi vetada. Quem sabe o Vereador Floriano Pesaro tenha mais sorte do que eu e consiga aprovar. Quem sabe, com o apoio dos colegas deputados, eu consiga aprovar essa lei que enviamos para o Rio de Janeiro, para várias Câmaras Municipais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul. Muitas cidades já têm essa lei. Na Cidade de Mauá o Prefeito Oswaldo Dias, do PT, promulgou uma lei semelhante.

Sonhamos que possamos aprovar e promulgar no Estado de São Paulo uma lei que, na verdade, não deveria nem existir, mas percebemos que nesses locais há muitos jovens que ficam se embebedando e até se drogando. Depois, esses jovens saem pelas ruas de São Paulo, pelas Marginais, pela Avenida Faria Lima, pela Ricardo Jafet, pela Salim Maluf, sofrendo acidentes, trazendo a seus familiares um “presentão”, um acidente, a hospitalização, as cirurgias, os prontos-socorros e as UTIs. Isso quando não vão parar no IML. Quando os pais pensam que seus filhos estão numa igreja, orando, estão nas lojas de conveniência, embebedando-se.

Nós, legisladores, temos de mudar isso. São 56 milhões gastos só na Cidade de São Paulo. Com essa verba, daria para construir um hospital de 200 leitos, numa cidade em que falta atendimento médico-hospitalar. Temos 40.400 internações provindas desses locais, de ingestão de bebida alcoólica e outras coisas, pessoas que sofrem acidentes e dão um prejuízo enorme para os cofres públicos. Vamos continuar vendo isso na mídia a todo instante? Jovens sendo ceifados.

Tivemos uma reportagem da Rede Globo - se não me falha a memória, no “Bom Dia Brasil” -, relatando a mesma coisa em Maceió. Em todo o País existe esse problema: na capital, no interior, nos outros estados.

Esta Casa tem o poder de aprovar um projeto de lei para trazer ao país uma lei nacional. Quase consegui transformar uma lei municipal em uma lei nacional. Se eu tivesse conseguido derrubar o veto da Prefeita. Infelizmente, não consegui. Quem sabe, possa aprovar aqui e o Governador Geraldo Alckmin, que está trazendo a esta Casa um projeto de lei relativo à proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de idade, com punição administrativa, porque a punição criminal já existe.

Sonho com uma cidade, com um estado, com um país melhor. Do jeito que está, não serve. Nossos adolescentes estão se acabando. Não vamos fazer nada? Vamos ficar de braços cruzados? Esta Casa tem essa força. Estou aqui há quase cinco meses, mas tenho a esperança, sim, de aprovar esse projeto para o Estado inteiro. Certamente, esse projeto será seguido por todo o Brasil. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Olímpio Gomes - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres deputados, assomo à tribuna para reiterar um discurso que venho fazendo há algum tempo, um discurso de que a Casa vota poucos projetos de deputados. E, quando o faz, é sem debate, sem discussão, sem controvérsia, sem polêmica.

Não é possível uma Casa heterogênea, como a maior Assembleia Legislativa do Brasil, formada pelos mais diferentes representantes, provenientes dos mais diversos setores. Vejo aqui os Deputados Olímpio Gomes, Edson Ferrarini, representantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Vejo aqui o Deputado Carlos Giannazi, que representa o importante segmento da área da Educação.

O projeto vem, discute-se por acordo no Colégio de Líderes, o projeto é votado por aclamação, aprovado com o Plenário vazio e falta a essência do Parlamento, que é o contraponto, o debate de ideias.

Recentemente, tive uma polêmica com o Deputado Enio Tatto, de quem gosto, que é meu amigo. O Deputado Enio Tatto preside a Frente Parlamentar de Combate ao Crack, da qual tenho a honra de integrar. Ele é a favor da volta dos mastros aos estádios; sou contra. Mas não tivemos a oportunidade de, em Plenário, que é o terreno correto, fazermos esse debate com discussões. Por quê? Porque esse é o sistema da Casa. Só para citar um exemplo.

Provavelmente amanhã, vou encaminhar à Mesa da Assembleia Legislativa uma Questão de Ordem que está percorrendo todos os gabinetes dos deputados para colher assinatura. A Questão de Ordem é a seguinte: pode um projeto de lei, que está na Ordem do Dia, lá permanecer indefinidamente sem que seja discutido e votado?

Entendo que cada um dos deputados desta Casa tem, não ele, mas os seus eleitores, o direito público subjetivo a que os seus projetos sejam discutidos. Quantas idéias, quantos projetos na área de prevenção às drogas, de tratamento a dependentes alcoólicos não teria aqui para apresentar e discutir, Deputado Edson Ferrarini? Quantos projetos e quantas idéias não se encontram aguardando indefinidamente a discussão? Quanta coisa a Assembleia Legislativa não perde quando ele está trazendo aqui para o debate a sua experiência, a sua vida, o seu trabalho? Mas, os projetos estão parados.

Hoje, tristemente, vejo que o prefeito do Município de São Paulo sancionou um projeto de lei apresentado pela Câmara Municipal idêntico a um projeto que apresentei que proíbe o uso de celulares dentro do banco. Sei que o projeto é polêmico. Mas eu não tive a oportunidade desse projeto chegar a tempo e ser discutido na Casa, ser debatido, ouvir quem é contra, quem é a favor, sopesar porque assim fica coarctado o exercício do mandato parlamentar. Assim penso, Deputado Edson Ferrarini.

Por outro lado, chegam os projetos do Executivo. Projetos do Executivo do meu governo, do governo que apoio, do governo a quem sempre servi com lealdade em todos os momentos. Projetos do Governador Geraldo Alckmin ao lado de quem sempre estive pessoalmente em toda sua trajetória política. Portanto, de lealdade tenho certeza que nunca ninguém há de reclamar de mim nesta Casa, muito menos nesse governo.

Agora vem, por exemplo, um projeto, encaminhado pelo governo, que trata de aumento para a Polícia Militar e para a Polícia Civil. Entendo, pelas mesmas razões que acabo de externar, que esse projeto não pode entrar na Casa, passar por um Congresso de Comissões e vir à votação como um trator, quando existem inúmeras emendas apresentadas não para prejudicar o projeto, mas para melhorar ainda mais as condições dos policiais civis e militares.

Vários deputados desta Casa apresentaram emendas a esse projeto de lei do governo. São emendas que não são irresponsáveis, demagógicas, aquelas que já se sabe que não podem ser aprovadas. São emendas calculadas, pensadas e meditadas, que não trazem aumento de despesa e que, se acolhidas pelo Plenário, tenho certeza, serão sancionadas porque são emendas que aperfeiçoam e melhoram o projeto. São emendas dos quais já ouvi a opinião do Comandante Geral de Polícia, que é a favor, a opinião do Secretário da Segurança Pública, que é a favor. Portanto, emendas que em nada atrapalham o desempenho da atividade governamental. Pelo contrário, melhoram e deixam mais satisfeitos os servidores da área da Segurança.

Temos aqui uma emenda, que vou tratar no Grande Expediente, que extingue todos os 1.641 cargos de 3º Sargento e criam 1.124 cargos - para não dar aumento de despesa fizemos essa conta - de Subtenentes.

Sei que o Deputado Olímpio Gomes tem uma emenda similar a essa e outros deputados também. Não é a minha emenda. São várias emendas apresentadas nesse sentido. Por quê? Porque enquanto o governo está extinguindo a 4ª Classe na Polícia Civil, a Polícia Militar continua com o quadro mais dilatado e a carreira dos praças está muito demorada. E, em se demorando, desestimula.

Temos aqui projeto do Deputado José Zico Prado, projeto do Deputado Edson Ferrarini, projeto do Deputado Olímpio Gomes, uma PEC nº 3, minha, que transforma em 25 anos o prazo de aposentadoria das policiais femininas civis e militares.

Já ouvi todos os representantes do governo e todo mundo é a favor. Ninguém discute isso. No entanto, veio o projeto e não consta a aposentadoria das policiais femininas e tem uma emenda nesse sentido. Uma emenda que poderia ser discutida, votada e aprovada.

Pergunto: se nós não exercitarmos nossa atividade parlamentar, então não somos nós que legislamos, mas os gabinetes tecnocráticos, os burocratas que muitas vezes têm o conhecimento técnico mas não têm a sensibilidade que tem o deputado.

Temos de valorizar um poder. O poder se conquista. Ninguém outorga um poder a quem não merece.

Venho de uma instituição, o Ministério Público, que cresceu muito nos últimos anos, mas conquistando seu espaço pela atuação.

Se relegarmos o nosso mandato à atividade de simplesmente apertar um botão votando a favor do que não sabemos, estaremos diminuindo a nossa importância. Por esta razão peço que meditemos. Todos aqui têm uma história e uma responsabilidade. O Coronel Ferrarini tem uma história na Polícia Militar, uma história como deputado. Todos nós temos nossa contribuição a dar.

O que estou pedindo é que amanhã as emendas ao projeto de lei, se vierem a ser apreciadas, sejam apreciadas não em bloco, mas individualmente, discutidas para que seja, sim, aprovado este ótimo projeto que o Governo envia, mas aprovado com melhorias, com sugestões para que esta Casa, que tem deputados com história de vida, deputados que conhecem profundamente essa questão e não foram ouvidos, seja ouvida em algum momento antes da votação.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, quero fazer uma grave denúncia patrocinada tanto pela Prefeitura de São Paulo, pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, como pelo Governo Estadual principalmente pela Secretaria da Educação. Refiro-me ao caso específico de uma diretora de escola estadual aqui da Capital, da região do Campo Limpo, a Escola Estadual Wander Taffo, que fica no Jardim Cláudia, de jurisdição da Diretoria de Ensino Sul II.

Em 2009 um pai de aluno, um morador do bairro, fez a poda das árvores dessa escola porque a copa dessas árvores que davam para o lado de fora do muro da escola era utilizada para o depósito de drogas, principalmente cocaína. Os traficantes utilizavam a copa dessas árvores para colocar drogas. A comunidade já tinha reclamado, denunciado isso às autoridades mas nada foi feito. Então um pai, morador do bairro, fez a poda dessas árvores, ele não cortou as árvores, fez apenas alguns reparos em algumas árvores para não permitir que elas servissem de depósito de drogas, principalmente cocaína.

Acontece que a Secretaria do Verde multou a diretora da escola à época, a professora Maria das Graças de Souza Matos. Esta diretora foi autuada pela fiscalização da Secretaria do Verde e hoje esta servidora pública, uma diretora de escola, está sendo multada - não é o Estado que está sendo multado - a professora Maria das Graças está sendo multada em 190 mil reais. A diretora não tem culpa dessa poda de árvores. As autoridades já tinham sido acionadas pela própria comunidade e nada foi feito. Agora a diretora está sendo obrigada a pagar essa multa para a Prefeitura de São Paulo. Isso é inconcebível, é uma injustiça sem tamanho. E essa diretora, servidora pública, deve ganhar uns 2 mil reais por mês, porque o salário do magistério é muito baixo, muito aviltante. Então ela não tem condições de pagar essa multa e na verdade procurou o Estado o qual lavou as mãos, disse que não poderia defendê-la.

São duas as injustiças. Uma da Prefeitura de São Paulo, que emitiu essa multa contra a diretora, que é vítima de todo um processo. Ela foi inclusive foi ameaçada de morte, na ocasião, pelos traficantes que achavam que a diretora é que tinha feito a poda. Ela foi obrigada a sair daquela escola e ir para outra da região.

Apelamos ao Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente no sentido de que a multa seja revista. Essa multa deve ser contra o Estado e não contra a servidora, uma diretora de escola. Apelamos também ao Estado, que tem de sair em defesa da sua servidora. Ele não pode lavar as mãos. A professora não tem culpa nesse episódio e é inconcebível que o Estado a abandone, que a Secretaria de Educação lave as mãos e não tome nenhuma providencia, não entre com recurso para defender a professora. Então, a Prefeitura e Estado têm responsabilidades em relação a esse caso. Apelamos ao secretário do Verde e Meio Ambiente e da Educação que intervenham em defesa dessa servidora.

Recentemente fui à escola quando da entronização do nome do grande músico brasileiro que foi homenageado com seu nome dado a ela e vi que não houve nenhum prejuízo para o meio ambiente. As árvores já cresceram e não há sequer necessidade de multar o Estado porque foi um incidente o que aconteceu ali. Não houve má-fé da direção e talvez nem do pai de aluno que também foi ameaçado de morte pelo narcotráfico e teve de sair do bairro.

Gostaria que cópias deste meu pronunciamento fossem encaminhadas para o secretário estadual de Educação e para e também o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente de cidade de São Paulo para que ambos intervenham em defesa da servidora pública, diretora de escola Maria das Graças de Souza Matos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Retomando, nós temos agora um projeto encaminhado pelo Poder Executivo a esta Casa e que trata da remuneração dos servidores da área de Segurança Pública, civis e militares. Hoje está havendo uma tendência, dentro da linha administrativa do estado, de um encurtamento das carreiras para ter, em primeiro lugar, uma promoção, porque a promoção, além de dar uma satisfação pessoal, além de ser uma consagração dentro da sua própria carreira, traz também um maior conforto remuneratório ao servidor.

Então, dentro desta tendência o governo tem se esforçado para buscar dentro da apertada margem do nosso orçamento soluções inteligentes, administrativamente viáveis, que possam dar uma maior satisfação, neste caso, ao nosso policial civil e militar.

Pois bem, venho conversando com deputados da área, Edson Ferrarini, Olímpio Gomes, conversava muito com o deputado conte Lopes, porque são deputados que integraram a força Castrense, viveram aquilo, é a carreira deles, são representantes da instituição, conhecem com profundidade os problemas de suas categorias.

Como deputado estadual, não temos um delegado de polícia, que também seria importante ouvido dentro do processo; um policial civil, um agente policial seria importante ser ouvido. Agora, esses deputados que aqui se encontram na Casa precisam participar do projeto de elaboração de uma lei, seja na elaboração do projeto que parte do Executivo, seja no seu aperfeiçoamento, quando entra na Casa e começa a tramitar.

Estou na Comissão de Constituição e Justiça, integro a Comissão de Segurança Pública ao lado do deputado Olímpio Gomes. Quero ter oportunidade de analisar esse projeto em ambas as comissões. E na Comissão de Segurança Pública, discutir o seu mérito, já que na Justiça apreciamos a constitucionalidade. Discutir se ele é bom; tenho certeza que é bom. O comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo quer o melhor para sua instituição, o delegado geral de polícia quer o melhor para sua instituição. Não tenho dúvidas que o projeto é excelente. Mas por ser excelente, significa que não pode ficar melhor? Significa que aqui nesta Casa ninguém tem capacidade para discutir e melhorar esse projeto?

Um deputado já tem uma certa sensibilidade. Quando ele chega a esta Casa, com 100, 150 mil votos, mais de 200 mil votos, é porque ele tem uma representatividade. Se ele tem representatividade é porque milhares de pessoas acreditam no seu trabalho, na sua mensagem. Ele tem legitimidade popular que nenhum cargo técnico outorga. É a sensibilidade social. Agora, quando você soma a esta legitimidade popular o conhecimento técnico específico não há como desprezar que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo não pode ser um mero órgão chancelador, mas um órgão de discussão, em que se levanta o debate, que surgem essas questões.

O deputado Olímpio Gomes tem uma emenda exatamente idêntica porque temos sensibilidade, porque conversamos com as classes, com os servidores, conversamos com a sociedade, recebemos e-mails, temos as portas dos gabinetes abertas. Uma proposta de extinguir todos os cargos de terceiro-sargento da Polícia Militar do Estado de São Paulo e transformá-los em Argos compatíveis para não criar aumento de despesa em cargos de subtenente para acelerar a carreira. No Grande Expediente vou discutir o mérito de algumas dessas emendas. Queremos discutir, debater, não chegar um projeto aqui elaborado dentro de um gabinete, muitas vezes sem ouvir as bases e sem ouvir ninguém. O projeto é apresentado, tramita com rolo compressor e é aprovado.

Vamos legislar, vamos votar projetos de deputados e vamos discutir e aperfeiçoar projetos encaminhados pelo Poder Executivo. Penso ser o mínimo que podemos dizer aos nossos eleitores.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, está terminado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria fazer coro à manifestação do Deputado Fernando Capez, porque temos assistido nesta Casa projetos do Executivo que chegam aqui com rito. Chegam à Casa; depois há um requerimento de urgência, congresso de comissões, rolo compressor e votação. É necessário que se prestigie o Parlamento. É necessário que se prestigie a Comissão de Constituição e Justiça. É necessário que se prestigie a Comissão de Segurança Pública. São cinco projetos na área de Segurança Pública, no momento. Eles carecem, Deputado Fernando Capez, como já conversamos a respeito, de muito aperfeiçoamento. Essa sua emenda - e eu também apresentei por iniciativa e criatividade de policiais da região de São José do Rio Preto - transformam vagas não preenchidas de soldados em cabos; vagas não preenchidas de 3º sargento em de subtenente.

E quando V. Exa. fala do chão de fábrica, algumas pessoas vão ficando com os ouvidos moucos, inebriados pelo poder, que é momentâneo, principalmente nas organizações militares, e esquecem de ouvir as bases. O Governo está cometendo um equívoco terrível agora. No momento em que está melhorando a carreira dos nossos irmãos policiais civis, suprimindo a quarta classe, está criando um buraco salarial e acabando com a paridade da Lei 731, a lei que estabeleceu a paridade de vencimentos entre os policiais civis e militares. Longe de mim discutir. Acho que tem, sim, que descer para três níveis hierárquicos funcionais, diminuir de 14 para sete carreiras, que ainda não veio para a Casa essa reestruturação da Polícia Civil, para se tornar mais célere, tornar-se um facsímile a Polícia Civil do Estado da Polícia Federal.

Isso é muito importante, mas agora estamos criando um buraco, que o piso do jovem investigador, do jovem escrivão é o piso correspondente quase do 1º sargento da Polícia Militar. Nós tínhamos uma paridade. O piso do delegado que ingressa na Polícia Civil agora é o piso do capitão, quase major da Polícia Militar. Em relação aos projetos, a retomada do posto imediato para os oficiais, realmente tinha que se fazer mesmo. É um absurdo o que a Lei 693 de 91 fez. Mas na exposição de motivo está escrito que estamos reparando uma injustiça, só que colocando agora um pedágio de dois anos para isso acontecer. E estamos dizendo que os 20 anos que ficaram lesados, um direito assegurado no Art. 30 das Disposições Transitórias da Constituição, vai para a Justiça. Mas a própria exposição de motivos do Governador está dizendo que está reparando uma injustiça e mandando se socorrer aos tribunais.

Então são coisas que carecem de uma audiência pública para se discutir. São as carreiras policiais. Em relação ao salário, é preciso se dar alguma incrementada, o policial civil com a supressão da quarta classe. Quem está na quarta classe passa a ter um reajuste de 27 % agora. É mais do que justo e legítimo. Mas precisamos reparar isso também para as carreiras policiais militares, até para existir o equilíbrio de tratamento e o cumprimento da Lei 731 de 93, que estabeleceu essa paridade de vencimentos.

Vamos torcer realmente. Vamos prestigiar a comissão temática, principalmente a da Segurança Pública nesse momento, que possamos fazer, Deputado Capez, a Assembleia, com seus líderes, uma grande audiência pública, colocar os líderes e representantes, o comandante-geral, o delegado-geral, o superintendente da Polícia Técnico-Científica para aperfeiçoamento desse projeto. Queremos o projeto, sim, mas não queremos que esse projeto gere tantas outras injustiças, e que esqueça do principal: se há realmente uma vontade do Governo da valorização da família policial civil e militar, temos que aperfeiçoar esse projeto.

Há erros crassos nesse projeto. O digitador acabou colocando um dispositivo no Parágrafo 4º, na lei que restabelece o posto imediato, o que não se aplica mais desde a Constituição de 89. São 22 anos já de letra morta. O indivíduo foi digitar e os demais, no afogadilho para fazer os devidos encaminhamentos, não tomaram o zelo devido.

Aqui nesta Casa temos que fazer leis e discuti-las, para que essas leis possam durar 100 anos, pelo menos, que possam ser efetivas e que atendam ao interesse e bem comuns, e não fazer de afogadilho, porque assim restarão grandes injustiças para serem reparadas judicialmente.

Deputado Capez, parabéns! Tomara Deus que consigamos fazer que o Colégio de Líderes, a Presidência da Casa, a Mesa Diretora dos trabalhos posicionem a Assembleia Legislativa como ela merece estar: discutindo de fato. Não é só fazer a homologação do encaminhamento feito, que até me causou estranheza. O encaminhamento, a exposição de motivos desta feita não foi uma exposição de motivos do Sr. Governador, ou uma exposição de motivos do Sr. Secretário da Segurança Pública. Foi uma exposição de motivos do Comandante Geral da Polícia Militar e do Delegado Geral de Polícia.

Pode ser técnica, mas está cheia de vícios e, com todo o respeito a essas autoridades, temos que corrigir aqui.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Na mesma linha em que falou o Deputado Fernando Capez, com muita propriedade, e na mesma linha em que falou o Deputado Olímpio Gomes, o projeto trouxe o aumento de 15%, a partir de 1º de julho.

Quanto aos oficiais, teremos um equívoco. Apresentei uma indicação ao Governador porque o oficial que passou para a reserva, a partir de 1991 - e são 1.431 oficiais - não será beneficiado por essa lei do posto imediato. Então, dentro de algumas turmas alguns ainda estão na ativa e outros já passaram para a reserva; teremos oficial de primeira classe e de segunda classe, com salários diferenciados.

Esse projeto, que tem todo o meu apoio, do Deputado Major Olímpio e do Deputado Fernando Capez, transforma postos, valoriza a corporação e seus integrantes, que se sentirão prestigiados. A melhor maneira de prestigiar é colocar vencimento nos seus bolsos, é colocar dignidade na carreira. O maior bem que se tem na polícia não são os automóveis, não é a informática; é o homem, é ele que precisa ser beneficiado. Agora a pensionista vai ser atendida, o pessoal da reserva vai ser atendido. Mas temos que fazer que o pessoal tenha o seu amor-próprio incentivado sempre.

Portanto, o que foi dito aqui pelo Deputado Fernando Capez e pelo Deputado Olímpio tem todo o meu apoio. Vamos batalhar na reunião de Líderes, para que todas essas dificuldades sejam atendidas, para que façamos justiça a todos os companheiros da Polícia Militar, corporação a que temos muito amor. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há uma permuta de tempo entre os nobres Deputados Carlos Giannazi e Fernando Capez. Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, em primeiro lugar gostaria de agradecer ao nobre Deputado Carlos Giannazi pela permuta de tempo para permitir que eu faça a complementação do raciocínio. Em segundo lugar, gostaria de deixar os microfones de aparte abertos aos nobres deputados presentes em plenário.

Estou falando de algumas emendas que gostaríamos que fossem votadas destacadamente, gostaríamos que fossem aceitas pela Comissão de Constituição e Justiça, pois não são inconstitucionais, não provocam aumento de despesas e também fossem aprovadas na comissão de mérito, na Comissão de Segurança Pública, pois, no mérito, são emendas que podem aperfeiçoar o projeto.

Não sou o único deputado que as apresentou. Vários outros deputados também as formularam - emendas semelhantes, emendas parecidas, emendas idênticas. Por quê? Porque todos nós como deputados temos como parte de nossa atividade ouvir. O parlamento vem de parlar, falar. Pressupõe, antes de falar, ouvir, pois senão você não vai saber falar. Percorremos o estado inteiro, conversamos com pessoas não só da área de segurança, mas dos mais variados segmentos e de lá extraímos as ideias, os anseios. A verdadeira democracia pressupõe que os projetos, que os sonhos sejam despertados de baixo para cima e não idealizados de cima para baixo como no tempo da final do século XVIII em que se defendia o chamado despotismo esclarecido, em que uma pequena camada de pessoas ética e intelectualmente diferenciadas pensava as soluções para a sociedade. Não é o perfil nem o viés da nossa Constituição. A nossa Constituição Federal, que consagrou o estado democrático de direito, pressupõe que todo o poder emane da sociedade e seja exercido por seus representantes legitimamente eleitos e escolhidos. Esses representantes vão ouvir nas suas bases quais são as postulações mais importantes.

Recentemente estive em viagem à Cidade de Berlim, capital da Alemanha, que foi totalmente destruída pela guerra, sofrida pela guerra, de um povo que aprendeu com sofrimento, com as marcas da maior tragédia da história da humanidade, a Segunda Guerra Mundial, o valor da democracia e o valor da vontade popular legítima. Lá, o Reichstag, o parlamento alemão, tem um chão de vidro. Os deputados trabalham, no plenário, embaixo, no subsolo, a população consegue olhar o trabalho pelo teto, que é de vidro, e lá embaixo estão os deputados para que sejam sempre lembrados que o parlamentar está abaixo do povo, pois foi por ele colocado, é seu representante. É por essa razão que o parlamentar, tendo essa origem democrática, ouve, consulta e aí, então, tira as conclusões. Como vamos saber, por exemplo, o que os praças ou os oficiais da Polícia Militar querem, se não formos ouvi-los? Podemos adivinhar, pressupor, mas não saber. Para saber, temos de conversar.

Por exemplo, ouvi que há um pleito dos praças da Polícia Militar para que o cargo de terceiro-sargento PM seja extinto. Por quê? Para diminuir a tramitação na carreira, para agilizar as promoções, para permitir que haja uma movimentação maior, estimular o servidor público. Aí, apresentamos uma emenda a esse projeto, segundo a qual ficam extintas as 1.641 graduações de Terceiro Sargento PM do Quadro de Praças Policiais Militares. No outro artigo, ficam criadas 1.124 graduações de Subtenente. Por que extinguimos 1.641 e criamos 1.124? Pela diferença de salário; não queremos criar aumento de despesas.

Estava comentando agora com o Deputado Olímpio Gomes a outra emenda: “Ficam extintas 809 graduações de soldado e criadas 647 graduações de cabo.” Para quê? Para propiciar maior agilidade na tramitação da carreira. Sendo apresentadas as emendas, passa-se ao método de votação. As emendas todas são votadas em conjunto: “Em discussão. Em votação. Aprovado.” Hã? O que está aprovado? Um segundo que se distrai e acabou! Agora, vamos votar em bloco: “Quem quiser que elas sejam rejeitadas, permaneçam como se encontram. Aprovado.” E são todas rejeitadas. Esperem um pouquinho! Não é isso o que se imagina de um Parlamento, no qual as questões são discutidas, são meditadas.

Por acaso, estão aqui dos parlamentares com história profissional, os Deputados Edson Ferrarini e Olímpio Gomes. Há quase 25 anos, sou Procurador de Justiça. Temos uma história. Queremos ser ouvidos; queremos discutir. Não estamos escrevendo bobagem, mas fazendo coisas que vão melhorar o funcionamento do serviço público e deixar o servidor público mais estimulado, numa área sensível como a da Segurança.

Vi que o Deputado Olímpio Gomes tem uma emenda parecida: “Suprime-se o § 3º do Art. 2º do projeto em epígrafe.” O que é isso? Trata da introdução do posto imediato para os oficiais, que significa a possibilidade de o oficial da Polícia Militar promover-se e, em seguida, reformar-se. É um prêmio para quem teve 30, 35, 40 anos de carreira servindo como policial. Estamos dando-lhe um presente. Como costuma dizer um deputado da Casa, estamos dando um terno bonito de presente, como um prêmio. Só que esse terno vem rasgado: ele tem direito ao posto imediato, mas, ao ser promovido, tem que ficar dois anos no exercício da profissão, exigência que nunca existiu para o posto imediato.

Vou conceder um aparte ao Deputado Edson Ferrarini, que não só tem um trabalho consagrado no combate às drogas, como também é um oficial que conhece profundamente a estrutura da Polícia Militar.

 

O SR. Edson Ferrarini - PTB - O nobre Deputado fala com muita propriedade, pois sua ligação com a Polícia Militar é muito grande. Como promotor, durante o tempo em que trabalhou junto às torcidas uniformizadas, cuidando do problema dos estádios, V. Exa. conviveu com os batalhões de choque da Polícia Militar e fez um belíssimo trabalho. Também sou contra a volta dos mastros nas bandeiras. Mas é democrático. Torço até para que o Governador vete o projeto.

No que diz respeito ao Deputado, também tenho uma emenda parecida com essa, suprimindo os dois anos. São e-mails e mais e-mails chegando ao nosso gabinete, dizendo “vamos acabar com essa injustiça.” Há muitas pessoas que não estão indo para a reserva, esperando por essa vantagem. Para que segurar por dois anos? Para o posto de coronel, a pessoa já é obrigada a ir embora cinco anos depois. A Polícia Civil não tem isso, e as pessoas eternizam-se no posto máximo.

Como dizia Vossa Excelência, Deputado Capez, deputado é aquele que amassa barro, é aquele que anda nas ruas, é aquele que vai aos quartéis, é aquele em cujo gabinete recebe...

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Deputado Ferrarini, apenas para dialogar com Vossa Excelência. Vou falar com relação à Polícia Militar no tocante a V. Excelência. Tem sentido entrar um projeto de lei dessa natureza na Casa e V. Exa., aqui, e não participar do processo de aprimoramento? Com todo respeito, por mais bem elaborado que ele tenha sido, nós sempre aprendemos quando temos a humildade de ouvir os outros, quando temos a humildade de receber sugestões.

Em palestras e aulas, quando termina a aula vem uma pergunta de um aluno, às vezes, de primeiro ano, isso me enriquece, abre a minha cabeça. É só para concordar com V. Excelência.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sem dúvida, Deputado Fernando Capez.

Aliás, esse projeto, que traz promoção para o posto imediato, é a minha batalha de muitos anos, mas principalmente deste ano.

Nos três últimos encontros meus com o governador, chamei o Comandante Geral, Comandante Camilo, ao meu lado, que é testemunha, e invoquei, solicitei, pedi enfaticamente ao governador. Isto desde o começo do ano, para que ele mandasse para cá o posto imediato e em todas às vezes ele aquiesceu.

Então, esse posto imediato, além de tudo, é uma bandeira do Governo, do Comandante Geral, mas, como deputado, eu tive a oportunidade de participar em cada momento. Esta a função do deputado que V. Exa. fala com tanto brilhantismo.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Ninguém há de deixar de reconhecer o trabalho valoroso de V. Exa., que está indo para o sexto mandato.

Eu, na legislatura passada, logo no primeiro ano, encaminhei uma indicação ao governador para que retornasse o posto imediato aos oficiais.

A última emenda que apresentamos aqui, a emenda ao PLC nº 49, restitui para 25 anos o tempo de aposentadoria das policiais femininas. É a única emenda que vai suscitar um debate quanto à constitucionalidade porque poderá haver algum impacto. Ainda que haja impacto orçamentário mínimo, a médio e longo prazo, alguém poderá arguir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quero lembrar que os óbices dessa natureza, de acordo com as mais recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, não são instransponíveis, não são regras absolutas.

Esta emenda aqui serve para reparar uma grave inconstitucionalidade e uma distorção. Se você não cria uma diferença entre o servidor homem e a servidora mulher, se você equipara está criando uma diferença em desfavor da mulher. E, por essa razão, viola a Constituição com o prazo uniforme de aposentadoria para os policiais masculinos e para as policiais femininas.

Essa emenda está de acordo com o princípio constitucional da isonomia. Não aprová-la é chancelar uma inconstitucionalidade. Aliás, uma grave inconstitucionalidade desse projeto que, inexplicavelmente, desconhece o direito das policiais femininas de se aposentarem aos 25 anos.

Vamos lutar por essa emenda que não é só deste deputado, mas de vários deputados desta Casa. Não vamos passar por cima dessa emenda como um trator, desprezando-a como se o deputado aqui não tivesse opinião e capacidade para legislar.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, para o efeito de contribuição à manifestação do Deputado Fernando Capez, gostaria de dizer que em seis estados brasileiros as policiais femininas já passam para a inatividade com 25 anos.

Quero dizer, também, Deputado Fernando Capez, que sou signatário da sua PEC que promove essa redução de tempo de aposentadoria das policiais femininas.

Quando tivemos agora a votação da unificação de quadros, também, como V. Exa., apresentei uma emenda que foi rejeitada por inconstitucionalidade. Mas devo dizer que a luta é mais do que válida e é mais um momento de se tentar fazer justiça em relação à mulher policial no Estado de São Paulo, devo dizer, inclusive, que a Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre a lei que criou a SPPrev e sobre a aposentadoria dos policiais civis promovida pelas entidades representativas dos policiais civis está justamente no artigo que manteve o mesmo tempo de serviço para o policial civil homem e policial civil mulher.

Sr. Presidente Jooji Hato - V. Exa. que tem feito um trabalho brilhante - a título de contribuição com a Mesa e a Direção da Casa gostaria que se verificasse o que aconteceu na reforma do Parlatório da Casa, feita no princípio do ano. Posteriormente trocou-se a cobertura do acesso para o átrio branco por uma cobertura de vidro e metal.

Pois, Deputado Fernando Capez, puseram metal e vidro no caminho para entrar no Parlatório. Agora só se entra no Parlatório se for pelo subsolo. Pela entrada principal não mais. Parece coisa feita de brincadeira, mas é dinheiro público, dinheiro da Assembleia Legislativa que tenho certeza V. Exa. e a Mesa vão observar com cautela. Basta ver o que fizeram ali fechando o acesso do que foi reformado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO PMDB - Esta Presidência irá comunicar a Mesa e se houver erros, providências serão tomadas.

Quero anunciar uma permuta de tempo do nobre Deputado Antonio Mentor com a nobre Deputada Heroilma Soares.

Esta Presidência consulta o nobre Deputado Edson Ferrarini, vice-Líder do PTB, para saber se deseja fazer uso do tempo da nobre Deputada Heroilma Soares. Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, estamos vendo o problema da violência em alguns momentos recrudescer.

Neste final de semana, no Morumbi, 2.500 pessoas se reuniram na Praça Vinicius de Morais para pedirem um basta à violência. Os moradores pedem mais policiamento. A Polícia Militar incrementou o policiamento. Mas isso não resolverá o problema enquanto a lei puser de novo nas ruas aquele que for preso 10, 15, 20 vezes pela Polícia.

A Presidenta Dilma aprovou recentemente mudanças no código penal para piorar ainda mais a situação. Não se faz mais flagrante na delegacia de polícia se o crime for apenado com quatro anos, tudo para facilitar a vida do bandido. Tenho visto pessoas reclamarem da atividade da Polícia porque num entrevero, a Rota matou dois bandidos. Eles ficam tristes porque o soldado foi ferido e o bandido morreu. Mesmo aqui na Assembleia ouço esse tipo de manifestação. Parece que se assiste filme policial para torcer para o bandido. A torcida é para que o bandido consiga matar o policial. Não estão preocupados com a Segurança.

O Deputado Antonio Salim Curiati foi agredido durante um assalto em sua casa, como todas as outras pessoas foram. O Deputado Antonio Salim Curiati, esse grande amigo, esse brilhante deputado.

Agora, a polícia faz o que pode. Ela prende. Dentro do mais moderno possível a Polícia Militar de São Paulo faz o que pode. Para os senhores entenderem, de 100 pessoas que se candidatam a soldado da Polícia Militar, às vezes se aprovam oito e 92 são reprovados no exame psicotécnico, de saúde, médico. É na investigação social que se vai buscar tudo. Essas pessoas são tiradas da sociedade paulista, da sociedade brasileira, elas não vêm da Suíça. E o salário delas é de dificuldade; pequeno. Mas a Polícia Militar faz o que pode. Não podemos mudar aqui a legislação federal; em Brasília não vejo ninguém reclamar nem nesta tribuna.

A Polícia Militar defende direitos humanos, tem muitas aulas sobre direitos humanos no seu curso. Mas no Dia dos Pais, dos 21.470 presos que foram para casa – e alguns não têm nem pai -, 1.240 não voltaram. Vocês acham que estão todos eles na Congregação Cristã, nas igrejas Católicas, nas igrejas Evangélicas, que estão todos pregando a Bíblia? Não. Vocês sabem o que eles estão fazendo agora. Eles estavam no Primário do crime e agora voltam com toda informação de dentro da cadeia, fazendo parte de grupos organizados. Um deles até devolveu a tornozeleira via Sedex. E no Brasil não há nenhum controle sobre isso. O cidadão está no regime semi-aberto, tem de trabalhar de dia, dormir na cadeia, mas de dia ele assalta e à noite vai dormir na cadeia. E, de novo, a Polícia Militar não pode por um policial ao lado de cada um deles. Queremos dizer que ou você pune as pessoas ou fica com essa dificuldade.

O Brasil recebeu aqui o cidadão chamado Battisti, que assassinou 4 pessoas na Itália. Ele revoltou o Brasil inteiro, mas o Presidente Lula falou ‘Não, é gente boa, fica aqui no Brasil. Ele matou só 4 lá. É problema político. Os que ele matou eram... não, deixa para lá”. Battisti tem cidadania brasileira, pode andar nas ruas. Aqui virou um paraíso.

Essa sensação de impunidade que acarreta toda essa insegurança para nós. Falar mal da polícia, pagar mal a polícia. Imaginem que a Presidente Dilma sabotou em Brasília a PEC 300. O Lula começou a sabotagem. Ele fala que, imaginem, ia dar para a Polícia Militar o piso salarial da Polícia do Distrito Federal. Ele sabotou e já saiu fora. Disse: “O governo federal não vai arcar com nada disso.” A Presidente Dilma já colocou toda sua tropa de choque para impedir que fosse votado favoravelmente. Então a polícia vai sendo desmotivada, mal paga.

E tem mais: a polícia tira os bandidos de circulação. Ela vai para o entrevero. Sabem por que a polícia vai para o entrevero e acaba morrendo o bandido ou o policial? Geralmente a polícia está bem armada. É porque eles ligam para a Polícia Militar, para o 190. Eles não ligam para o Diretório do PT, para a Cúria Metropolitana, para a Liga das Senhoras Católicas. Eles ligam para o 190. Chegam lá, os caras estão com assalto, com metralhadoras, então, há um entrevero e eles reclamam. Eles torcem para o bandido ganhar. Nós prendemos. Ele entra num tubo, que é o sistema judiciário. Nesse sistema judiciário é tudo para beneficiar para o bandido, tudo que você possa imaginar. Se tivesse uma reunião de bandidos e sugerissem a mudança do Código de processo Penal e o Código Penal, eles falariam para deixar como está, porque se melhorar atrapalha. Porque é tudo para beneficiar o bandido. Se o crime for menos de 4 anos, não faz flagrante, responde em liberdade; se matou alguém, tem endereço fixo, é a Lei Fleury, tem direito a homicídio amostra grátis. Tudo para beneficiar o bandido. Depois ele conseguiu ser condenado. Agora, ele vai cumprir a pena, vai ficar em torno de 400 mil presos que tem em São Paulo; 72% que cumprem pena nas cadeias voltam para o crime, aperfeiçoados, reciclados. Essa situação da criminalidade é de impunidade. Ele sabe que não vai para a cadeia, sabe que vai cumprir 1/6 da pena, sabe que o Pimenta Neves levou 11 anos para ir para a cadeia, ele sabe que os advogados não querem a videoconferência porque é capaz de acontecer alguma coisa enquanto eles vão para o fórum. É tudo para dificultar para a polícia, para a sociedade e tudo para beneficiar o bandido.

Por esta razão, Sr. Presidente, tudo que pudermos fazer para melhorar o salário da polícia, com 100 mil homens, a Polícia Militar do Estado de São Paulo prestigiar o pessoal da reserva, cujo aumento vai ser aprovado nesta Casa. A partir de 1º de julho, você terá 15%. A boa notícia: não será sob a forma de abono; outra boa notícia: atingirá o aposentado e a pensionista; outra boa notícia: vai incidir sobre o padrão de vencimentos, então beneficia a sexta-parte, os quinquênios, você carrega esse aumento para o resto da vida. O posto imediato, por que tanto lutei e conversei nos meus últimos encontros com o governador. Ele está mandando para cá agora. Minha luta é que aqueles 1341 que perderam o posto imediato nesses últimos 10 anos, é preciso resgatá-los também.

Portanto, Sr. Presidente, aqui estamos defendendo a sociedade, a polícia, e esclarecendo que esse movimento no Morumbi é um desespero, é uma situação de calamidade pública. Mas seria bom que o governo federal, em vez de fazer essas leis que abrem, escancaram as portas das cadeias para os bandidos dizendo que há impunidade, fossem diferentes. Seria bom que o bandido, ao cometer um crime, tivesse a certeza da punição.

 

 O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicitamos o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo acordo de lideranças, esta presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária de nº 90, lembrando-os ainda da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear a soberana Ordem de Malta, em agradecimento aos trabalhos humanitários em prol da população carente do Estado de São Paulo, pelo Centro assistencial Cruz de Malta, solicitada pelo nobre Deputado Olímpio Gomes.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 10 minutos.

 

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