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06 DE AGOSTO DE 2012

094ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

003 - JOOJI HATO

Recorda os 67 anos da bomba atômica lançada em Hiroshima, em seis de agosto de 1945 e em Nagasaki, em nove de agosto do mesmo ano. Destaca a morte de 140 mil pessoas inocentes em Hiroshima. Ressalta que o Japão foi o primeiro país que sofreu agressão por este tipo de arma. Cita consequências causadas pela bomba. Ressalta que a paz mundial deve sempre prevalecer. Menciona ato solene realizado no Parque do Ibirapuera, ao mesmo tempo em que ocorria no Japão, para lembrar a data. Informa que foram feitas orações pelas vítimas do Japão. Discorre sobre a construção de diversas usinas atômicas na atualidade e do vazamento das usinas de Fukushima e Chernobyl. Esclarece que a blitz do desarmamento é necessária. Comenta o caso de delegado assassinado no último final de semana.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Menciona o reinício do ano letivo das escolas públicas e privadas de São Paulo. Afirma que a Educação continua em crise por falta de investimento, política educacional e desvalorização dos professores. Destaca escolas que não conseguiram iniciar o segundo semestre devido à falta de reforma. Cita a Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula, no Jardim São Jorge, que está sendo reformada pela segunda vez. Mostra fotos da escola. Informa que as aulas serão reiniciadas em 20 de agosto. Relata a falta de fiscalização das empreiteiras nas obras. Ressalta que acionará a Comissão de Educação e o Ministério Público para este caso. Pede investigação para a punição dos responsáveis.

 

005 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Informa que foram protocoladas, hoje pela manhã, em Brasília, duas representações de sua autoria. Menciona que uma delas foi contra o Procurador da República Matheus Baraldi, devido seus posicionamentos e agressões à Polícia de São Paulo. Destaca que a segunda representação foi contra a Defensora Pública Daniela Skromov de Albuquerque, também pelos seus posicionamentos. Afirma que ambos estimulam os crimes contra os policiais e contribuem para a escalada da violência. Convida a população para participar, amanhã, nesta Casa, de audiência pública de apoio à Polícia Militar de São Paulo, com a participação do coronel Roberval Ferreira França. Cumprimenta o Deputado Jooji Hato pelo ato solene que lembrou a bomba atômica no Japão. Cita a morte de 54 policiais militares neste ano no Estado de São Paulo e do delegado Paulo Pereira de Paula.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Retoma o assunto de seu primeiro discurso. Menciona que o dirigente de Ensino não quer receber as denúncias, evitando os pais e alunos das escolas prejudicadas. Mostra fotos da Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula. Pede investigação e providências imediatas. Destaca a falta de fiscalização nas obras pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). Cita o pedido de CPI para investigar este órgão, com denúncias de superfaturamento nas obras e improbidade administrativa. Afirma que o pedido de CPI foi assinado por diversos Parlamentares desta Casa e aguarda a aprovação. Ressalta que as denúncias ocorrem desde 2007, sendo que não houve mudança na situação.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

009 - JOOJI HATO

Comenta o assassinato de aproximadamente 50 policiais militares no Estado de São Paulo. Menciona a morte de Delegado da Polícia Civil, na Marginal Tietê, neste final de semana. Recorda a atuação do mesmo em casos de destruição de caixas eletrônicos e tráfico de drogas. Lembra projeto de lei da moto sem garupa, de sua autoria, aprovada por esta Casa, mas vetada pelo Governador do Estado. Destaca a rapidez das motos em crimes, dificultando a ação da Polícia. Cita o lançamento da bomba atômica em Hiroshima. Homenageia as vítimas da bomba no Japão.

 

010 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Considera importante a audiência pública a ser realizada amanhã, nesta Casa, para que, através de todos os partidos, possa haver demonstração de apoio à Polícia e aos policiais. Menciona a importância do trabalho de homens e mulheres da Polícia nos 645 municípios do Estado de São Paulo, minimizando os efeitos da violência. Cita caso ocorrido nos Estados Unidos, de ataque em templo religioso. Afirma que, no Brasil, ocorrem 50 mil homicídios e latrocínios por ano. Lembra a execução de 54 policiais militares no Estado de São Paulo, nos últimos sete meses. Convida os cidadãos para manifestar apoio à segurança pública no evento de amanhã. Parabeniza os Deputados desta Casa pela participação nesta audiência pública.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao discurso do Deputado Olímpio Gomes. Afirma que a segurança está abandonada. Ressalta a falta de investimento e de políticas públicas nesta área pelo Governo Estadual. Menciona a falta de investimento nos servidores da Polícia e de policiamento inteligente. Destaca a Proposta de Emenda Constitucional 300, que institui o piso salarial dos policiais civis e militares, e que ainda não foi aprovada no Congresso Nacional. Registra a falta de efetivo policial e de concursos públicos, além dos baixos salários. Cita os servidores do sistema prisional, que trabalham em condições precárias. Pede aprovação da CPI da Segurança Pública em caráter excepcional.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, retoma seu pronunciamento sobre a falta de investimentos para a rede estadual de ensino. Critica o sucateamento e abandono das escolas estaduais. Pede providências ao Governo do PSDB quanto à reforma da Escola Estadual Professor Doutor Lauro Travassos, na Vila Missionária, em São Paulo. Defende a instauração de CPIs, nesta Casa, a fim de investigar a autarquia FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) e a Segurança Pública.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 07/08, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar "O Dia do Agricultor". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, hoje, dia 6 de agosto, completa 67 anos em que houve a primeira agressão ao ser humano através de uma bomba atômica. Isso ocorreu no dia 6 de agosto de 1945, causando pelo menos, de forma instantânea, a morte de 14 mil pessoas inocentes. Três dias depois, dia 9 de agosto, tivemos a morte de mais 80 mil pessoas, inocentes civis, jovens e crianças, na cidade de Nagasaki. O dia 6 de agosto lembra a agressão que ocorreu em Hiroshima; e o dia 9 de agosto, três dias depois, o que ocorreu em Nagasaki. E nós, aqui, num país distante e abençoado por Deus, em que praticamente não houve guerras, essa violência que não interessa a ninguém. Em uma guerra todos perdem, não há vencidos e tampouco vencedores.

Japão e Hiroshima foram o primeiro país e a primeira cidade a sofrerem agressões por essa arma tão terrível. Aquele cogumelo incendiando corpos, matando crianças, cidadãos, em uma guerra sem precedentes na história. Digo isso na tribuna desta Casa de Leis e de paz, em que congregam vários deputados, totalizando noventa e quatro, oriundos de várias raças e etnias. Nesta Casa se congrega a paz, porque este País é abençoado por Deus.

Lembrando a tragédia de Hiroshima, temos sempre que clamar: “Hiroshima e Nagasaki, nunca mais.” A paz mundial é dever de todos. A paz mundial precisa ser construída através do conceito de fraternidade e amor ao próximo. De que adianta a guerra? Quem ganha com ela? Eu não ganho, os deputados também não ganham, ninguém ganha. Talvez quem ganhe são os senhores da guerra, os indivíduos que constroem e fabricam armas, inclusive a bomba atômica, para agredir o próximo, as crianças, os cidadãos de bem.

Ontem, no Parque do Ibirapuera, em frente a esta Casa, houve um ato solene no mesmo horário em que ocorria no Japão um ato semelhante, pois a bomba atômica foi detonada no dia 6 de agosto, às 8 horas, 15 minutos e 17 segundos de uma manhã radiante. Enquanto estávamos ontem à noite, aqui no Parque do Ibirapuera, orando pelas vítimas da bomba atômica, no Japão, país localizado do outro lado do globo terrestre, acontecia a mesma cerimônia.

Meu caro Deputado Olímpio Gomes, V. Exa que pertence à PM e busca trazer a ordem pública e a paz, rendo a nossa sincera homenagem ao povo do Japão. Espero que essa agressão nunca mais aconteça em Hiroshima e Nagasaki.

O ser humano é teimoso e não para de construir usinas atômicas. Tivemos o vazamento da usina atômica de Chernobyl, onde ocorreram muitas mortes e várias sequelas. Tivemos, recentemente, o vazamento da usina atômica de Fukushima, causada pelo maremoto, terremoto e tsunami. Este País é abençoado por Deus, tem recursos hídricos e naturais. Até energia eólica podemos ter. Temos que impedir a todo custo as usinas Angra 4 e 5, entre Rio de Janeiro e São Paulo, essa construção de usina atômica que não interessa a ninguém. Existem vítimas da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki com sequelas terríveis de cânceres e leucemias por conta da radioatividade.

Termino a nossa fala, caro Deputado Olímpio Gomes, dizendo que, como médico, como cidadão, como Deputado, Hiroshima e Nagasaki, nunca mais! Que não tenhamos mais essas guerras, que nós possamos ter, na Cidade de São Paulo, no Estado de São Paulo e no Brasil, blitz do desarmamento. Estão matando tanta gente, não é só na guerra que se mata. Aqui em São Paulo parece ser mais que uma guerra.

Tivemos ontem mais uma vítima da garupa de moto. Um delegado, aqui na Marginal Tietê foi fuzilado por um garupa de moto. Eram duas motos, com dois garupas que atiraram e massacraram o delegado. Essa é a nossa cidade, esse é o nosso país, que não tem ordem pública, que não tem segurança, que não tem qualidade de vida.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, a volta do nosso trabalho legislativo, neste segundo semestre, coincide com o reinício do ano letivo, no segundo semestre, das nossas escolas públicas e privadas, principalmente da nossa Rede Estadual de Ensino, que continua em crise, por falta de investimento, por falta de uma política educacional, por falta de um Plano Estadual de Educação, por falta da valorização dos profissionais da Educação.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Iniciamos o segundo semestre do ano letivo de 2012 já com várias denúncias de escolas que não conseguiram iniciar o ano letivo, por conta, mais uma vez, da irresponsabilidade, da leviandade do Governo estadual, principalmente da FDE, que não reforma as escolas corretamente, não fiscaliza as empreiteiras e as construtoras que estão realizando as reformas - quando há reformas, logicamente. Existem outras escolas na mesma situação, mas quero citar o caso da Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula, que fica na região do Jardim São Jorge da Diretoria de Ensino Sul 1. Esta escola está totalmente abandonada e já a visitei duas vezes. O nosso mandato esteve lá pela terceira vez fazendo uma diligência por conta das denúncias da comunidade escolar. A escola já passou por uma reforma, que foi mal feita, tendo sido vítima de várias irregularidades da construtora, da empreiteira. Tenho fotos que mostram a situação desta escola.

Essa é a situação da rede estadual de ensino, é assim que o PSDB trata a Educação do nosso Estado. Essa é a escola do Governador Geraldo Alckmin, a escola que o PSDB oferece para a população do Estado de São Paulo: sucateada, abandonada, com obras atrasadas, como desta escola que está com obras sendo realizadas pela segunda vez. E o seu ano letivo, praticamente, não se iniciou. Temos um comunicado da escola dizendo que aulas estão suspensas: “Senhores pais, alunos, comunidades, estamos reiniciando as aulas no próximo dia 20 de agosto, segunda-feira. A escola continua com a reforma geral.” É a reforma geral que nunca termina por conta da falta de fiscalização. A FDE não fiscaliza as empreiteiras, pois a fiscalização é terceirizada. Portanto, quem fiscaliza e realiza a reforma da escola é uma empresa privada.

O fato é que queremos uma investigação e vamos acionar a Comissão da Educação e o Ministério Público porque se trata, sem dúvida nenhuma, de improbidade administrativa. Portanto, o Governo Estadual precisa ser responsabilizado, Sr. Presidente, porque é um crime deixar as nossas crianças e os nossos adolescentes praticamente sem aulas, sendo que a reforma já tinha sido feita e nós tínhamos alertado quanto às imperfeições e irregularidades. A FDE realiza outra reforma totalmente precarizada que prejudica os alunos, os professores, os profissionais da Educação e toda a comunidade escolar.

Vamos acionar o Ministério Publico, pois ele tem que investigar e responsabilizar, eu diria até criminalmente, porque se trata de um atentado contra a Educação Pública e contra um direito básico garantido pela Constituição Federal, que é o direito a uma Educação Pública gratuita e de qualidade. Mas do jeito que está aqui no Estado de São Paulo, com esse tipo de escola que o Governador Geraldo Alckmin - o PSDB - oferece para nossa população, a situação tende a piorar.

Então, vamos acionar a Comissão de Educação e o Ministério Público para que haja uma rigorosa investigação e os culpados sejam punidos. A FDE, a Secretaria Estadual da Educação e as empreiteiras são culpadas porque estão realizando reformas irregulares e precarizadas nessa escola. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem o palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, foram protocoladas nesta manhã, em Brasília, duas representações que fiz contra o Procurador da República, Matheus Baraldi Magnani, pelos seus posicionamentos e por suas agressões à Polícia de São Paulo, criando um clima de instabilidade e convulsão social que lamentavelmente estimula até marginais a atacarem policias, escudos da sociedade.

Protocolei em Brasília, com o Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, uma reclamação disciplinar contra o Procurador da República e representei junto ao Excelentíssimo Procurador Geral da República, pedindo também a instauração de procedimento disciplinar para avaliação das ações pirotécnicas e midiáticas desse Procurador da República.

De igual forma, também apresentei à Defensoria Geral do Estado uma Representação contra a Defensora pública Daniela Skromov de Albuquerque também pelos seus posicionamentos midiáticos - ou talvez eleiçoeiros - o que contribui para a escalada da violência.

Na mesma medida quero reiterar o convite a toda a população, em especial aos nossos deputados, para a audiência pública que será realizada nesta Casa amanhã promovida pela Assembleia Legislativa, não por um parlamentar ou por um partido, de apoio à Polícia Militar de São Paulo. O Coronel Roberval Ferreira França, Comandante-Geral da Polícia Militar, será recebido no Colégio de Líderes, ocasião em que irá expor a política do comando, o planejamento, as operações, as metas da Polícia Militar e logo em seguida participará dessa grande audiência pública.

Nesse sentido, convido todos os segmentos da sociedade que apoiam o trabalho da Polícia, que demonstram esse carinho e esse apoio no dia a dia para que compareçam à Assembleia Legislativa, sejam representantes dos conselhos comunitários, das sociedades amigos de bairro, das entidades representativas de classes, de partidos políticos, das associações e sindicatos policiais e representantes de instituições públicas e privadas. Temos de demonstrar para a sociedade que temos de fortalecer a instituição Polícia, temos de ajudar a Polícia a combater o crime e não o crime combater a Polícia como as que temos visto através das lamentáveis e insignificantes manifestações de pessoas como às que citei e represento junto à Justiça. Encareço que entidades de classe e cidadãos façam o mesmo, porque o direito de representar é afeto a qualquer pessoa, não precisa ser deputado para representar não.

Fica o convite, portanto, para que amanhã, às 14 horas, participem deste ato cívico pró-Segurança Pública, pró-instituição Polícia Militar aqui nesta Casa.

Quero ainda, Sr. Presidente, cumprimentá-lo por estar participando desse ato solene realizado em várias partes do mundo - como lá no Japão também aqui no Brasil - que serve para lembrar à humanidade que em várias circunstâncias a bestialidade e a desumanidade promovem o extermínio de milhares e milhares de pessoas e que é preciso buscar, como V. Exa. disse, a todo custo, a paz lembrando que aqui no Estado de São Paulo de forma muito triste continuamos vivendo uma verdadeira guerra. Tivemos mais um policial militar executado: Cabo Reis, de Bebedouro, o quinquagésimo quarto policial militar executado este ano no Estado de São Paulo. Também temos de falar, com tristeza, da morte, executado por marginais, do bravo Delegado Paulo Pereira de Paula. Digo bravo delegado porque esse delegado, em 2006, já teve sua casa atacada a tiros de metralhadora, exatamente porque ele era um dos homens linha de frente no enfrentamento das quadrilhas organizadas, do PCC, enfim, de uma série de coisas.

E o que ele fez? Talvez, na insensatez de ater uma motocicleta um pouco mais chamativa, estava - como V. Exa. falou - trafegando na Marginal Tietê, quando outros indivíduos conduzindo outras motocicletas atacaram-no, desferindo tiros contra sua cabeça.

Esse policial tinha 49 anos de idade, uma folha de serviços prestados à sociedade, como eu disse, um delegado de linha de frente, foi assassinado. Ainda estão apurando as circunstâncias que ensejaram o fato, se realmente foi um latrocínio, se foram para roubar a moto ou se estavam no acompanhamento do delegado.

Ele era o chefe da Dise de Guarulhos e continuava na linha de frente, continuava liderando investigações, presidindo inquéritos, enfim, colocando marginais nas barras da Justiça. Infelizmente, hoje, quem está do lado da lei acaba sendo penalizado demasiadamente. Lamentamos, profundamente, as mortes de policiais, mas devemos dar um recado à sociedade: os policiais não vão esmorecer.

Amanhã, contamos com esta Casa cheia de cidadãos, de várias partes deste Estado, com faixas e bandeiras com os seguintes dizeres: “Nós apoiamos a Polícia Militar do Estado de São Paulo”. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Olímpio Gomes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de retomar o assunto que iniciei na minha primeira intervenção no Pequeno Expediente, para continuar mostrando a situação da Rede Estadual de Ensino.

Enquanto fazia o referido pronunciamento, professores e pais de alunos tentavam conseguir uma audiência com o dirigente da Sul I, para levar essas questões a ele, para que ele as resolvesse e encaminhasse para a Secretaria da Educação e para a FDE a paralisação das obras e toda a confusão da Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula - já mostrei as fotos; daqui a pouco quero mostrá-las novamente.

O fato é que o dirigente de ensino não recebe os pais, não recebe os alunos; ele está resistindo; não quer conversar, não quer receber as denúncias em relação ao que vem acontecendo nessa escola e em outras também. Recebi agora uma informação de que, além da comunidade escolar da Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula, estão também os pais de alunos e professores da E.E. Bento Pereira da Rocha, uma escola que fica na região do Jardim Guaporé.

Os pais estão na Diretoria de Ensino, tentando ser recebidos, para também denunciar o que vem acontecendo nessa escola. Existem lá várias irregularidades por conta do comportamento da direção da escola, e o dirigente da Sul I não recebe nem a comunidade escolar da E.E. Professora Júlia Della Casa Paula, como também não recebe a comunidade escolar da E.E. Bento Ferreira da Rocha, um absurdo. Já percebemos que não há gestão democrática da escola pública. Tudo isso, para esconder o autoritarismo e as irregularidades da Rede Estadual de Ensino.

Gostaria de mostrar novamente aqui as fotos, porque alguns telespectadores da TV Assembleia me ligaram, dizendo que querem ver de novo as fotos da EE Professora. Della Casa Paula e a situação da Rede Estadual de Ensino. É uma obra abandonada; depois foi retomada e acaba agora prejudicando o início do segundo semestre do ano letivo.

Queremos providências imediatas, queremos uma investigação. A Secretaria da Educação tem que fazer uma investigação e acelerar as obras, tem que fazer também uma auditoria e uma sindicância na E.E. Bento Ferreira da Rocha, para apurar as denúncias de irregularidades na escola.

A FDE - Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, uma autarquia da Secretaria estadual da Educação, tem culpa no cartório, porque não fiscaliza. Aliás, temos um pedido de CPI. Assinei aqui um pedido de CPI para a instalação dessa Comissão, para investigar a FDE. Existem várias denúncias contra a FDE, de superfaturamento de obras, de improbidade administrativa, tanto que já existe um pedido na fila de espera para que haja a instalação da CPI, a CPI da FDE, que foi assinada por vários parlamentares, de vários partidos políticos, inclusive por parlamentares da base de sustentação do Governo, tamanha a gravidade da situação.

Esse caso, da EE Professora Júlia Della Casa Paula, tem a ver com essas irregularidades que já estamos denunciando aqui pelo menos desde 2007. Nada foi feito até agora. Visitei essa escola em 2007, logo que assumi aqui o primeiro mandato. Fui até a escola, fiz uma diligência, e a situação não mudou. Isso foi em 2007.

Fico então imaginando qual é o papel, qual a função da FDE, que tem a responsabilidade de reformar, de construir escolas estaduais, que tem a responsabilidade de comprar material pedagógico para as nossas escolas. Fico imaginando quanta irresponsabilidade, quanta leviandade. Por isso temos que investigar, temos que fazer uma profunda investigação na FDE.

Após apresentar as fotos de toda a tragédia da Rede Estadual de Ensino, solicito que cópias do meu pronunciamento sejam enviadas para o Governador Geraldo Alckmin, para o Presidente da FDE e para o Secretário da Educação, para que providências sejam tomadas imediatamente, em relação a essas duas escolas, ambas da Diretoria de Ensino da Capital Sul-1. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Quero cumprimentar o pronunciamento do Deputado Carlos Giannazi. Também sou signatário desse pedido de CPI, e inclusive também da convocação a esta Casa do Presidente da FDE, que por diversas vezes foi convidado e convocado, e insiste em não comparecer. Parabéns ao Deputado Carlos Giannazi.

Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, infelizmente tivemos mais uma morte. Fuzilam e matam pessoas que estão nos defendendo.

Disse da tribuna várias vezes que muitos PMs estavam sendo mortos. Em pouco tempo, mais de 50 PMs foram assassinados nas ruas de São Paulo, infelizmente. No sábado à noite foi assassinado um delegado da Polícia Civil. Ele estava na sua moto, na Marginal Tietê, e o tipo da sua moto é muito cobiçado por ladrões. Ele investigava os roubos, os saques, as destruições das caixas eletrônicas, inclusive o tráfico de drogas. Ele tinha 49 anos e deixa a família. Talvez, poderíamos ter salvado a sua vida. Esta Casa cumpriu a sua tarefa de dar segurança a esse tipo de violência quando aprovou a lei da que proíbe garupa de moto. Mas, infelizmente, ela não foi sancionada porque o delegado geral do Estado de São Paulo - que deveria ter protegido a vida deste delegado, que foi fuzilado na Marginal Tietê - foi apelar ao Governador Geraldo Alckmin para que não sancionasse essa lei, vetando-a. Se os marginais usassem bicicleta para assaltar, ou andando, não teriam facilidade na fuga. Até num carro a polícia teria mais chance de prender os ladrões por causa do trânsito caótico. Mas, numa moto, é mais difícil. Tenho uma moto e sei o que é andar de moto: é muito rápido. E com o capacete, que serve de máscara, como a polícia vai pegar? Somente através da investigação, do trabalho de inteligência, das câmeras. Quem sabe, consiga descobrir alguma coisa porque este delegado foi assassinado em frente a uma loja de materiais de construção, onde tem uma câmera instalada. Mesmo assim é muito difícil.

Poderíamos ter salvado a vida também daquele cidadão italiano. A sua família, na Itália, deve estar decepcionada dizendo “Que país é este onde o nosso filho é assassinado na Avenida 9 de julho com a Rua São Gabriel, a 500 metros da maior Casa de Leis do Hemisfério Sul, que é a Assembleia Legislativa?

Amanhã poderá ser você, ninguém está imune a isso. Todo dia acontece esse tipo de coisa. Ontem, se não me falha a memória, uma funcionária desta Casa foi assaltada por um garupa de moto na Avenida Rebouças. Graças a Deus ela não foi baleada, não a feriram. Essas coisas não são publicadas pela imprensa que, às vezes, é omissa. Ela não denuncia esse grau de violência. Aqui se mata mais que na Guerra da Bósnia e nós ficamos de braços cruzados. Ninguém reage, a violência está se tornando banal, como se fosse algo corriqueiro o filho de Geraldo Alckmin ser assaltado na Marginal Pinheiros, em plena luz do dia. Elaboramos a lei aqui, mas ela é vetado.

É este o nosso país, o nosso Estado, a nossa cidade. Será essa a herança que queremos passar aos nossos descendentes? Não. Hoje marca a maior agressão que o ser humano já sofreu: em Hiroshima e, três dias depois, em Nagasaki, ceifando 140 mil pessoas instantaneamente. Corpos sendo incendiados pelo poder da bomba. As vítimas andando como se fossem bolas de chama.

Meu caro Deputado Olímpio Gomes, veja como está a humanidade. Parece que as pessoas não têm Deus no coração, que acabaram a fraternidade e o amor e que o mais importante é o poder, o dinheiro. Os valores se inverteram. Quantas pessoas não morreram depois da detonação da bomba de Hiroshima, através de leucemias e cânceres e tantas outras moléstias graves causadas pela radioatividade? Mais uma vez, rendo as nossas homenagens às vítimas de Hiroshima e Nagasaki.

Termino a nossa fala dizendo que a paz mundial é dever de todos, e nós temos que construí-la e buscá-la. Precisamos também buscar a paz para a Capital, para o Estado de São Paulo e para este País, que ceifa 150 mil adolescentes entre oito e 16 anos. Cento e cinquenta mil pessoas foram assassinadas no período de 10 anos neste País, que convive com um elevado grau de extermínio que não podemos aceitar. E esta Casa tem cumprido a sua tarefa.

Nós, deputados, precisamos fazer leis, e estamos fazendo, mas infelizmente a imprensa não divulga e, quando divulga alguma coisa, é nos criticando e criticando o Poder Legislativo, que realmente cumpre as suas funções. Talvez, quem infelizmente não está cumprindo as suas funções são as autoridades constituídas dos órgãos Executivos. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, que realizará amanhã, uma reunião com todos os Consegs e várias associações em busca da paz e da segurança. Esperamos estar nesse evento para dar o apoio total, pois certamente ele será muito profícuo à Cidade, ao Estado e ao País.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, realmente esperamos que amanhã seja um dia em que a Assembleia Legislativa de São Paulo - que certamente representa o pensamento dos 42 milhões de habitantes do nosso Estado - possa dar, através de todos os partidos e representações partidárias, uma demonstração de apoio à Polícia, aos policiais.

Quero dizer que nem um de nós compactua com os desvios de conduta, protege ou quer proteger o mau policial, o policial que se desvia da sua conduta e que muitas vezes sai do seu papel de escudo da sociedade e fiscal da lei para se aliar ao crime e ao criminoso. O que não podemos, de forma alguma, é achincalhar as instituições e desmerecer o trabalho de milhares de homens e mulheres da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Polícia Técnico-Científica que se desdobram nos 645 municípios tentando minimizar os efeitos da violência e da criminalidade, já que neutralizar é utópico e impossível. Devemos perseverar sempre na direção do crime zero. Mas sabemos que a violência está presente, infelizmente, em todas as sociedades e em todos os países.

Neste final de semana, tivemos mais um episódio lamentável nos Estados Unidos, onde insanos, por motivações políticas, religiosas ou ainda por desvios psiquiátricos, ingressam em ambientes públicos - desta feita, foi num templo religioso - e começam a disparar contra pessoas.

Em nosso País, não temos episódios semelhantes - tomara Deus não passemos a tê-los. Mas temos violência com número elevado de homicídios, de latrocínios - latrocínio é quando alguém vai para roubar e acaba matando pessoas. Na sua somatória, são números muito mais elevados do que os registrados em locais em que houve crimes de repercussão nacional, como esses ocorridos nos Estados Unidos. Lamentavelmente, no nosso País ainda temos cifras muito maiores.

Sr. Presidente, ainda temos quase 50 mil vidas ceifadas ao ano no nosso País. São 50 mil homicídios e latrocínios. Pode parecer um número pequeno, mas, no espaço de sete meses, tivemos 54 policiais militares executados no Estado de São Paulo. São números astronômicos quando levamos em consideração a vida humana, o bem maior a ser preservado pela lei e pela sociedade.

O evento de amanhã - repito - é um evento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Não é momento de termos vaidades, ou interesses políticos individuais. Graças a Deus a manifestação de Colégio de Líderes, na última terça-feira, foi um sinal, claro e inequívoco, de que o espírito é de valorização da força policial, de valorizar aqueles que oferecem a vida em holocausto na defesa da sociedade.

Portanto, reitero o convite a todo cidadão que puder dispor de duas, três horas do seu tempo amanhã para, a partir das 14 horas, virem à Assembleia Legislativa. Aqueles que quiserem manifestar o seu apoio, a sua eventual censura ou a sua sugestão à Segurança Pública terão aqui na Assembleia Legislativa um cenário propício.

Tenho certeza de que todos os deputados e todos os partidos querem a paz, querem demonstrar que a paz e o equilíbrio da sociedade é o único caminho e o momento é este.

Neste momento, a Assembleia Legislativa está num papel de vanguarda. É muito bonito o papel da Assembleia em nome da população. As instituições devem ajudar a Polícia a combater o crime, e não o crime a combater a Polícia.

Parabéns a todos os Deputados e a toda a Assembleia Legislativa. Neste momento, independentemente das condições ideológicas e políticas, se somos opositores ao Governo ou se outros estão em situação de Governo, todos somos pró-segurança e paz.

 

 O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente e telespectadores da TV Assembleia, primeiro eu gostaria de fazer coro ao que disse o Deputado Olímpio Gomes com relação à Segurança Pública em nosso Estado, que está totalmente abandonada.

Hoje, o crime organizado toma conta do Estado de São Paulo. Temos toque de recolher em varias regiões, principalmente na periferia das grandes cidades do Estado. Temos arrastões em restaurantes e condomínios. Temos assaltos e crimes generalizados em todo o Estado, principalmente na Capital, na Grande São Paulo e na Baixada Santista. Estamos vivendo, de fato, um caso de calamidade pública na Área da Segurança Pública.

É muito sério o que vem acontecendo, mas sabemos que a causa principal é a falta de investimentos e de uma política pública de Segurança no Estado. O PSDB, na verdade, criou esse grande colapso, esse grande esgotamento nessa área. Temos o colapso na Saúde Estadual, na Educação, como acabei de citar.

Volto a esse assunto, agora apresentando mais uma escola na mesma situação das anteriores. Isso porque, em nosso Estado, o Governo Estadual não investe nem em Segurança Pública e nem em seus servidores. Não há o financiamento correto para os servidores das Polícias Civil e Militar. As nossas Delegacias de Polícia estão sucateadas e desaparelhadas. Não há investimentos em policiamento inteligente. Essas são as principais causas do que vem acontecendo em nosso Estado.

Ainda queremos citar a luta que está sendo travada no Brasil pela aprovação da PEC 300, que estabelece o piso nacional salarial para os policiais civis, militares e bombeiros. Até agora não foi aprovada no Congresso Nacional porque os partidos políticos, que se dizem defensores da Segurança Pública, em Brasília não apoiam e não votam nessa PEC, que ajudaria muito a efetivar uma política de segurança pública no Brasil, principalmente aqui, em nosso Estado. Essa é a situação que estamos vivendo hoje no Estado de São Paulo

Em vários momentos, Sr. Presidente, fiz uso da tribuna para denunciar esse fato em regiões que visitei, dando conta de uma onda crescente de assaltos e de crimes. Sempre que converso com os comandantes de cada região da Polícia Militar, ou com os próprios policiais, aparece uma questão gravíssima: não há efetivo policial.

Citei o caso da região de Interlagos, pois estive recentemente no Comando Policial daquela região e constatei que ali o quadro de PMs está quase pela metade porque o Governo Estadual não realizou os concursos públicos de provas e títulos para contratar novos policiais. Então, temos uma defasagem muito grande em nosso quadro de policiais, sem contar os baixíssimos salários, o que tem levado muitos policiais a se exonerarem e buscarem outras profissões ou mesmo a ingressarem em polícias de outros estados, que muitas vezes pagam mais do que o Estado de São Paulo. Daí a evasão, porque a profissão não é atraente, os salários são aviltantes, as condições de trabalho são as mais precárias. Não há investimento, não há valorização dos servidores da Segurança Pública, nem da Polícia Civil nem da Polícia Militar e quero incluir nessa discussão os servidores do sistema prisional, que estão abandonadas e vivem também a mesma situação com salários arrochados e trabalhando em condições precárias. Dentro desse quadro o Estado de São Paulo não vai ter Segurança Pública enquanto não houver investimento por isso a audiência pública citada pelo nobre Deputado Major Olímpio a ser realizada aqui amanhã será importante. Sobretudo temos de aprovar a CPI da Segurança Pública para investigar essa omissão do Governo Estadual em relação à Segurança Pública: a falta de investimento, o sucateamento, a degradação das nossas Polícias, a falta de um plano estratégico de Segurança Pública para o Estado. Isso tem de ser investigado e o Governo tem de ser punido. Temos de aprovar uma CPI urgente, em caráter excepcional, dando conta dessa investigação porque hoje o Estado de São Paulo está entregue à sua própria sorte na área da Segurança Pública.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela Liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente a Presidência concede a palavra ao nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo Art. 82.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos dois primeiros pronunciamentos citei o colapso na área da Educação, citei a situação de duas escolas abandonadas pelo Governo Estadual na Diretoria Sul 1. São escolas que no geral visitamos, fazemos diligências através do nosso mandato e conversamos com os professores, os funcionários, alunos, comunidade escolar, sobretudo os pais de alunos. Nesse sentido fizemos dois encaminhamentos: um em relação à Escola Estadual Professora Júlia Della Casa Paula e outro em relação à Escola Estadual Bento Pereira da Rocha. Mas na mesma região da Diretoria Sul 1, aqui da capital, temos também um outro caso para o qual exigimos que o Governo tome providências. Refiro-me à Escola Estadual Lauro Travassos. Uma escola abandonada, degradada. Precisa de uma reforma geral. Já vimos denunciando a situação de abandono dessa escola desde 2007 e até agora nada da reforma. Os professores, alunos e comunidade não aguentam mais. Há um clima de revolta na comunidade escolar pela omissão do Estado.

Para afirmar o que estou falando quero mostrar as fotos para que os deputados e telespectadores da TV Alesp tenham noção da gravidade da situação.

Esta é mais uma escola que o Governador Geraldo Alckmin, que o PSDB oferece para a nossa população, para os nossos alunos, crianças e adolescentes.

Esta escola já pediu a reforma inúmeras vezes e até agora nada. Desde 2007 o nosso mandato está exigindo que a FDE faça uma reforma geral. A Escola Lauro Travassos, no bairro da Vila Missionária, está carecendo de uma reforma. Mesmo com os apelos, com os pedidos feitos pela direção da escola, pela comunidade escolar, pelo nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa, mesmo com os ofícios que já encaminhamos à Secretaria Estadual de Educação e à FDE, até agora nada foi feito na E.E. Professor Lauro Travassos.

A E.E. Professor Lauro Travassos fica na Vila Missionária, e é uma escola também da competência da diretoria da Capital Sul I; é um caso de abandono extremo, Sr. Presidente.

Na verdade, as escolas que estou mostrando aqui, tanto essa quanto a E.E. Professora Júlia Della Casa Paula, mostra um pouco o retrato da Rede Estadual, como que a rede é abandonada pelo Governo Estadual, como que não há política nem para reformar as escolas.

É dentro dessas escolas que nossos alunos estudam e que lecionam os nossos professores. E depois é feita avaliação dos alunos e professores pelo Saresp. Não há um bom desempenho, logicamente, nessas condições; e ainda culpam e criminalizam os professores, atribuindo esse fracasso a eles.

O grande fracasso escolar hoje existente deve ser, na verdade, creditado ao próprio Governo Estadual do PSDB que não investe na Educação, não investe no Magistério, não investe nos seus servidores. É uma rede que paga salários aviltantes e que oferece uma estrutura extremamente precária para os nossos alunos, para as nossas crianças e adolescentes, e para os nossos professores e servidores da Educação.

Essas são as verdadeiras causas da decadência, do fracasso escolar no Estado de São Paulo. A culpa não é do aluno, muito menos do professor e dos servidores da Educação. A culpa, certamente, é do Governo do PSDB, que está, cada vez mais, levando a Rede Estadual a um verdadeiro colapso, como está levando a Saúde Estadual ao colapso, privatizando hospitais públicos, e também a Segurança Pública. Por isso é que precisamos de uma CPI da FDE e outra CPI da Segurança Pública.

Sr. Presidente, solicito que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao Governador Geraldo Alckmin, ao Secretário Estadual de Educação, como também ao Presidente da FDE, exigindo a reforma da Escola Estadual Professor Lauro Travassos, situada no bairro da Vila Missionária, da Diretoria Sul I da Capital. Essa escola precisa, urgentemente, passar por uma ampla reforma financiada pelo Estado. A referida escola não tem dinheiro para fazer a reforma necessária. O Estado é o responsável pela manutenção e desenvolvimento do ensino.

Portanto, repetindo, gostaria que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas para o Governador, para o Secretário de Educação e para o Presidente da FDE, na tentativa de sensibilizá-los a fazer a reforma dessa escola e de todas as outras que citei, e da E.E. Professora Júlia Della Casa Paula. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicitamos o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária a realizar-se amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da 92ª Sessão Ordinária, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje, às 20 horas, para comemorar o “Dia do Agricultor”.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 34 minutos.

 

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