DIVISÃO TÉCNICA DE
TAQUIGRAFIA 094ªS0
DATA:990831
RODs.Nºs.:02/03/04/05/06/07/08/09/10/11/12/13/14/15/16/17/18/19/20/21/22/23/24/25/26/27/28/29/30/31/32/33/34/35/36/37/38/39/40/41/42/44/46 G
- Passa-se
ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Duarte
Nogueira, por cinco minutos.
O
SR. DUARTE NOGUEIRA -
PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, na manhã desta segunda-feira, no interior do Estado de São Paulo,
mais especificamente no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, aconteceu um
evento pioneiro na nossa América Latina que foi a transmissão de dados
digitalizados, via um projeto piloto da
Internet 2, de uma intervenção cirúrgica que se realizava ontem em
Uberlândia, Minas Gerais, com a avaliação em tempo real dos médicos da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Sem dúvida isso marca um passo enorme
para o avanço tecnológico, sobretudo do procedimentos e da utilização dos meios
digitais, da informática, da eletrônica para a melhoria da medicina e da saúde
pública do nosso país. E é importante que esse evento pioneiro na América
Latina aconteça em São Paulo e em especial no nosso interior, que tem uma
vocação de vanguarda aos acontecimentos na busca da melhoria da qualidade de
vida do nosso Estado e do nosso país, e que brinda o povo brasileiro e a todos
nós paulistas com uma experiência fabulosa do ponto de vista da medicina e do
avanço da tecnologia.
É
importante ressaltar que essas transmissões de imagens de autodefinição somente
estão sendo possíveis graças à implantação de um sistema de fibras óticas
através de um consócio de empresas privadas que vão inclusive interligar a
capital nacional, Brasília, a São Paulo, passando pelo eixo da nossa rodovia
Anhangüera daquilo que o s técnicos denominam de "transmissão faixa
larga". Portanto, além dos médicos dos dois hospitais, também estiveram
acompanhando essa transmissão e participando desse debate que ocorreu logo em
seguida a essa intervenção cirúrgica o Presidente da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, e outros médicos inclusive da equipe do Dr. Adib Jatene, aqui do
nosso Incor e que sem dúvida alguma qualificou essa transmissão como de uma qualidade cem vezes superior às imagens que hoje já se utiliza. Portanto, essa experiência que foi realizada
na segunda-feira passada, ontem, consolida que essa tecnologia de
última geração será também um dos passos importantes para que nós possamos
melhorar a nossa medicina em São Paulo e no Brasil. E de uma certa maneira
acontece simultaneamente a ações que essa Assembléia Legislativa vem
empreendendo, seja na forma do Fórum
São Paulo - Século XXI,
convidando todos os seguimentos da sociedade do nosso Estado a participar
juntamente com o Poder Legislativo do Estado de São Paulo de debates em busca
de propostas e apresentações de soluções para os problemas de São Paulo e esses
eventos servirão de elemento para
fortalecer os debates tanto do tema da
saúde pública que aqui será tratado pelo Fórum São Paulo - Século XXI, como outras ações E é importante lembrar que a Assembléia
Legislativa, inclusive no dia de hoje,
dá segmento ao projeto de lei do Executivo que trata da melhoria e do avanço
dos vencimentos do setor dos pesquisadores científicos do Estado de São Paulo e
portanto acho que é mais uma oportunidade que a Assembléia Legislativa tem
de dar vazão rapidamente a essas ações que buscam incrementar tantos
recursos humanos, quantos os segmentos da infra-estrutura para a melhoria da
nossa saúde pública, em especial quando essa acontecimento ocorre do interior
do Estado de São Paulo para o restante do nosso país. Muito obrigado.
O
SR.PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jorge Caruso
por cinco minutos regimentais.
O
SR. JORGE CARUSO - PMDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, uso a tribuna
desta Casa para salientar uma matéria publicada em um periódico de São Paulo
que traz uma notícia não muito usual,
que é o fato do Metrô passar a cobrar o
uso dos seus sanitários. A matéria cita que cada um que quiser utilizar
o banheiro nas dependências de uma estação do Metrô vai pagar cinqüenta centavos. Aqui há até justificativas da diretoria do Metrô
dizendo que há hoje uma insegurança muito grande nos banheiros do Metrô; que
eles não têm homens para patrulhar os
banheiros, que além do lixo que fica, dos maus tratos, ainda virou ponto de
drogas e uma série de fatos mais.
Acho
esta notícia estarrecedora, não pelo fato dos banheiros serem utilizados como ponto de drogas, mas na medida em que o
Estado confessa que não tem condições nem mesmo de patrulhar o banheiro da
própria Casa. Estão privatizando , vão
conceder o uso do banheiro para uma empresa que vai cobrar 50 centavos,
e 33% vai voltar para o Metrô. Essa
empresa vai cuidar do banheiro e ainda terá direito de vender chicletes,
bolachas, dentro do banheiro do Metrô, de forma bastante estranha.
É
difícil tolerarmos uma situação como esta. Não sabemos como chegou a este pé.
Além do mais, teremos nesta Casa, em
breve, a votação de um projeto bastante
polêmico,o projeto da cobrança da água. Para quem não sabe, a água não é
cobrada; o que é cobrado é o tratamento da água. E agora há um projeto grande onde todos os cidadãos
vão passar a pagar a água também. Então estamos na seguinte situação, vamos
pagar água, vamos pagar para usar banheiro e só falta um projeto para cobrar o ar. Não está faltando mais
nada. Talvez eles utilizem até o nariz,
como instrumento para medir a quantidade de ar que respira cada cidadão.
É uma
situação delicada, que contestamos, não entendemos os motivos. Pedimos à
diretoria do Metrô que repense esta medida, senão o que iremos apreciar em São
Paulo em breve será a situação que vi quando garotinho, ao visitar a Bolívia, onde algumas senhoras estavam utilizando a praça pública para fazer suas
necessidades fisiológicas.
O
paulistano que usa o Metrô vai acabar hoje não tendo nenhum banheiro para usar
aqui na cidade de São Paulo, não porque se não tiver dinheiro vai poder usar o
banheiro.
Fica
aqui meu protesto e o meu apelo para que
a Diretoria do Metrô reveja essa atitude que no meu modo de ver é ridícula e intolerável. Obrigado.
* * *
- Assume a Presidência o Sr.
Henrique Pacheco.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - HENRIQUE PACHECO-PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jungi Abe. (Pausa).
Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Garcia. (Pausa). Tem a palavra o
nobre Deputado Paschoal Thomeu. (Pausa).
Tem a palavra o nobre Deputado José de Filippi. (Pausa). Tem a palavra o
nobre Deputado Pedro Mori. (Pausa). Tem a palavra o nobre Deputado Vitor
Sapienza. (Pausa). Tem a palavra
o nobre Deputado Rodolfo Costa e Silva.
O
SR. RODOLFO COSTA E SILVA-PSDB - (SEM REVISÃO DO ORADOR) Boa tarde Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, trabalhadores, companheiros desta Casa, assistentes que nos
brindam com sua presença, ocupo esta
tribuna para tratar de dois assuntos:
Primeiro,
quero expressar a profunda satisfação que tive neste fim de semana últimoao
visitar a cidade de Presidente Prudente, numa ampla reunião do meu partido, o
PSDB, discutindo o projeto do Pontal do
Paranapanema, numa cobertura política para aquela região.
Acho
que a região do Pontal, a região administrativa de Presidente Prudente dá um
exemplo de como alavancar projetos, de como ter uma proposta positiva para
tentar trazer desenvolvimento econômico e regional. Sabemos que com o enchimento do lago da Barragem Sergio Mota, vamos
ter uma importante mudança econômica, com a possibilidade de um surto turístico
muito grande naquela região.
O
Pontal de Paranapanema e toda região precisam rever o seu modelo de
desenvolvimento econômico.
Outro
assunto de extrema importância é a questão da cobrança do uso da água, que está
sendo discutido, objeto de um grande seminário que ocorreu nesta Casa na semana
passada. Esse projeto é de extrema importância, porque não é uma cobrança, mas
concentração de esforços da sociedade no setor fundamental para a qualidade de
vida para as pessoas, principalmente na região metropolitana.
Na
semana passada falei deste microfone sobre a crise de mananciais, que
precisamos recursos e cobrança para uso da água, para criarmos projetos
consequentes e positivos, que consigam fazer com que a população das áreas da
Represa Billings e Guarapiranga possam conviver de forma racional em áreas de
mananciais, ao mesmo tempo ter uma política de preservação. De um lado temos
que proteger e cuidar de uma população que está abandonada na Zona Sul de São
Paulo, nas áreas de nossas importantíssimas represas no processo de
abastecimento do povo de São Paulo. Por outro lado levar uma política
ambiental. Para isso precisamos de recursos econômicos e cobrança pelo uso da
água, que vem exatamente de encontro a esse anseio da população da Zona Sul,
que clama por uma proposta que possibilite sairmos daquela situação e passarmos
para um novo momento em que os recursos são claramente retirados de outros
setores da sociedade e são colocados
com foco na área da água, tão
fundamental para o desenvolvimento da Zona Sul e solução das áreas mananciais.
É
importante dizer que uma atitude de coragem do Sr. Governador do Estado Mario
Covas fez com que estivesse, neste Estado, uma transformação histórica
importantíssima, que foi a revisão da lei de mananciais do Estado de São Paulo
que mais de décadas pede para que ocorra neste Estado. O governador colocou em
pauta e conseguiu aprovar nesta Casa e agora vamos entrar com um programa
emergencial, com os projetos específicos das bacias, possibilitando reverter o
processo de abandono com que tem tratado ao longo da história, desde 1976 a
população da Zona Sul da região metropolitana de São Paulo e para isso
precisamos de recursos.
Volto
a marcar posição da importância que se deve dar ao recurso água e não
tratá-la com desrespeito como o Rio
Tietê. Demos que dar uma linha de proteção, de recuperação como é o Projeto
Guarapiranga, que o Governo Covas tem implantado de forma significativa, o
sistema de gestão de recursos hídricos. Todas as questões são fundamentais se
quisermos ter um estado que seja competitivo no futuro, que tenha produtos agrícolas
e industriais competitivos. Temos que
dar importância primeira ao recurso água como forma de alavanca do
desenvolvimento econômico e qualidade de vida do povo de São Paulo.
O
SR. PRESIDENTE - HENRIQUE PACHECO - PT - Esta Presidência
registra a presença do Sr. Manoel Rios Medina, ilustre Deputado Federal do
Congresso Cubano e Secretário Geral do Sindicato de Diligeur A S.Exa. as
homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)
O
SR. LUIS GONDIM - PV- SEM
REVISÃO DO ORADOR -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, gostaria de saudar esse grupo de jovens
aqui presente, do 3º Fórum do Setor Juvenil, que aqui vem somar, pensando em
São Paulo rumo ao século XXI. São jovens que estão preocupados , se reunindo e
levantando uma bandeira de apoio à criação da Secretaria da Juventude. Aqui
estou para parabenizá-los.
O SR. PRESIDENTE - HENRIQUE PACHECO - PT - Esta Presidência se soma à manifestação de V.Exa . ,
cumprimentando os jovens que visitam nossa Casa nesta tarde.
Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim.
O SR. ARNALDO JARDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, é crescente, e isso todos
sabem, o sentimento oposicionista da sociedade brasileira diante de um governo
cuja alternativa econômica demonstrou-se já,
de forma cabal, incapaz de
enfrentar os problemas mais sérios de nosso país, diante de um governo que,
assentado em uma coligação que não tem uma sustentação mais profunda, vive
crises constantes, não causadas pela oposição, mas fruto das contradições que
existem dentro da base governista. Hoje, com grande estardalhaço pela imprensa,
o Presidente Fernando Henrique Cardoso tenta, de alguma forma, contrapor-se à
realidade que salta aos olhos de todos e anuncia um programa, um programa já
decantado anteriormente, um programa de metas que já foram anteriormente
proclamadas e que sendo um conjunto de iniciativas, não toca naquilo que é
fundamental, uma alteração profunda no modelo econômico que existe em nosso
país, e que tem sido implantado pelo atual governo. Diante da reivindicação da
população e de uma oposição que vocaliza a necessidade de mudança, o governo
tem buscado, sistematicamente, desqualificar as alternativas, dizendo que
nenhuma das oposições tem alternativas concretas a apresentar. Acreditamos que
se possa ouvir, aqui ou lá, uma voz isolada, que simplesmente contesta,
simplesmente denuncia, sem ter alternativas. Acreditamos, no entanto, que a
oposição tem uma visão correta sobre o que acontece no país. E particularmente
nós, do PPS, do partido de Ciro Gomes, o partido presidido pelo Senador Roberto
Freire, temos sistematicamente nos recusado a ficar apenas no plano das
denúncias, buscando apresentar alternativas concretas do ponto de vista
macroeconômico, do ponto de vista de políticas sociais, do ponto de vista de
alternativas que a sociedade requer. Está claro, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados a orientação que
nos anima. Em primeiro lugar, temos, com muito rigor, apontado a constatação que
fazemos da conjuntura de que a grande contradição política que existe hoje em
nosso país é a de que existe um governo que já não governa e não tem condições
de manter a iniciativa política. Temos um descontentamento enorme da população
em relação ao governo, e não temos ainda, de outro lado, uma força organizada,
sistemática, quem quer que seja, em torno de que partido seja, para gerar uma
alternativa de poder, e isso nos parece o grande desafio de construção a ser
feito. Com a convicção de que qualquer modelo que busquemos estabelecer deverá
passar pelo aprofundamento das instituições e pelo compromisso radical da
democracia, temos nos negado, sistematicamente, a aderir a qualquer movimento
do tipo 'Fora Fernando Henrique!' ou 'Basta
Fernando Henrique'. Reconhecemos que o governo que aí está, institucionalmente
constituído, deve ter respeitado o mandato que lhe foi conferido pela
população, e isso temos várias vezes
temos proclamado. Alguns sentimentos oposicionistas acabam não concordando com
isso, mas achamos fundamental que o nosso combate ao modelo econômico, que o
nosso processo de construção de uma alternativa política ao nosso país seja
algo ditado pelo aprofundamento da nossa convicção democrática e esse
aprofundamento indica um caminho e nesse sentido queremos adiantar alguns
balizamentos.
Primeiramente,
é hoje um nó górdio de qualquer processo econômico no nosso país o que o
Governo Federal paga de juros, quer seja da dívida interna ou externa. Propomos
uma corajosa e decidida reestruturação da dívida. Sei que isto acaba passando
aos jornais a idéia de calote e de não honrar seus compromissos internos e
externos, mas achamos indispensável que haja uma interrupção de pagamentos e
que o governo proponha uma estruturação quer seja no que diz respeito aos
prazos, quer seja no que diz respeito às condições de pagamento.
Pela
escassez de tempo me permito apenas citar a necessidade de políticas sociais
não só compensatórias, mas de desenvolvimento. Permito-me citar uma série de
iniciativas de retomada da atividade econômica e de retomada na capacidade de
investimento do Estado, temas sobre os quais pretendo, dentro em breve, voltar
a discorrer destra tribuna.
O
SR. PRESIDENTE - HENRIQUE PACHECO - PT - Tem a palavra a
nobre Deputada Célia Leão.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Vanderlei Macris.
* * *
A
SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB -
SEM REVISÃO DA ORADORA - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, público presente, leitores do "Diário
Oficial" e agora nossos telespectadores da TV Assembléia, gostaria hoje de
falar sobre um projeto de lei que já está pronto para a Ordem do Dia e que nos
parece de extrema importância a sua discussão não só no âmbito da Assembléia
Legislativa, mas a nível de Estado de São Paulo, quiçá pudéssemos discuti-lo a
nível de Brasil, de mundo. Trata-se de um projeto de lei que proíbe a venda de
bebidas alcoólicas a crianças e jovens adolescentes em qualquer estabelecimento
comercial, seja supermercado, hipermercado, enfim. É um projeto que já tem
bastante tempo nesta Casa, é um projeto que já tramitou e teve sua aprovação
pelas Comissões pertinentes e agora está pronto para ser apreciado pelo
plenário desta Casa. Não vou tecer hoje considerações a respeito deste nosso
projeto porque gostaria de deixar registrado nos Anais da Casa, na história desta
Assembléia, o papel relevante que tomou a Mesa desta Casa, na pessoa do
Presidente Vanderlei Macris, ao trazer o jovem e adolescente para dentro da
Assembléia Legislativa, a fim de conhecer
seus direitos e deveres, para participar e viver a cidadania. Ao longo
destes últimos anos temos assistido, com muito prazer, a presença desses
senhores da terceira idade que lutam por seus direitos, querendo a aprovação de
um projeto de lei que lhes dá por justiça e justeza a promoção que lhes é
merecida na Polícia Militar. São homens
persistentes e conhecedoras do cenário do Poder Legislativo Estadual,
conhecem de perto quase que todo trâmite da Casa, porque estão aqui
diariamente, são pessoas que merecem e têm o nosso respeito. Mas se aqui
cumprimentamos, atendemos e respeitamos estas pessoas, temos também a obrigação
de atender, orientar e respeitar aqueles que um dia, se Deus quiser, chegarão à
terceira idade. Falamos tanto em cidadania e em direitos que deveriam ser
garantidos à sociedade como um todo, mas quantos de nós nos preocupamos em
pegar na mão dos jovens e ensiná-los. Hoje, infelizmente, eles acabam indo para
o mundo das drogas e da criminalidade sem muitas vezes ter atenção dentro da
própria casa. Nós, como pessoas públicas, temos a obrigação de não só tecer
comentários sobre essa matéria, como trazer alguma solução.
A
Assembléia Legislativa na pessoa do Deputado Vanderlei Macris, Presidente desta
Casa, juntamente com a Mesa Diretora, tive essa sensibilidade e ontem pudemos
aprovar o nosso projeto Programa de Cidadania. Trata-se de um projeto que
tramita já há algum tempo nesta Casa, inclusive existe um outro similar. O Sr.
Presidente desta Casa, bem como os líderes de partidos entenderam fazer um
trabalho conjunto apresentando o projeto. O projeto foi aprovado na Comissão de
Justiça - da qual tenho o privilégio, o orgulho e a responsabilidade de
presidir - e depois votado em plenário.
O que
isso quer dizer? Isso quer dizer que a Assembléia Legislativa tem um Programa
de Cidadania que irá trazer para dentro desta Casa os jovens do Estado de São
Paulo para participarem e conhecerem esta Casa de Leis, os trâmites nas
Comissões, no plenário, nos gabinetes, a fim de se sentirem também
co-responsáveis com tudo o que acontece na nossa sociedade.
Convoco,
portanto, para este debate a nossa sociedade, especialmente a sociedade jovem.
A partir desse projeto, participando juntamente com os parlamentares, irão
entender que viver a democracia não é somente votar no dia da eleição, o que é
extremamente importante, mas mais do que isso: é participar, é fiscalizar, é
trabalhar em conjunto com a Assembléia Legislativa.
Finalizando,
Sr. Presidente, quero parabenizar, mais uma vez, a Mesa e os Deputados pela
sensibilidade que mostraram ao votar este projeto.
O
SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra a
nobre Deputada Rosmary Corrêa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado
Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PPB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente e Srs. Deputados, quero cumprimentar os policiais militares aqui
presentes, que há anos nesta Casa aguardam uma decisão seja para a derrubada do
veto governamental, seja para a manutenção do veto do Governador. O duro é
ficar nessa situação sem definir nada. Aproveito a oportunidade também para
cumprimentar a juventude aqui presente.
Sr.
Presidente, no último domingo, assistindo o "Fantástico", ouvi uma
coisa que como policial é triste ver: policiais militares com medo de andarem
fardados, com medo de apresentarem suas fardas nas suas residências e serem
mortos por bandidos. Por incrível que pareça até hoje, 31 de agosto, 199
policiais militares foram mortos por bandidos.
Quando
se fala dos 199 policiais mortos, parece que não está acontecendo nada, agora
quando se fala nos 111 bandidos mortos na Casa de Detenção, ah como choram ainda por aqueles 111. Aqui no Brasil é diferente: há morte por atacado e
há morte por varejo. Como se mata um a um, não tem tanto problema. O duro é
quando se mata muitos de uma vez só. Se o policial tem medo e está morrendo,
que dirá a sociedade?
Lendo
os jornais no dia de hoje verificamos que o Governo do Estado vai comprar
viaturas. Cada viatura "Explorer" custa 190 mil reais. O preço de uma
viatura dá pagar o salário de 130 policiais militares ou civis, mas tem uma
vantagem: a viatura vai ser blindada. Então a polícia vai andar com um carro
blindado, porque a ela é proibida de caçar bandido, de correr atrás de bandido.
E o resto da população anda de que forma? Então vamos fazer um projeto de lei,
porque se a polícia tem que andar num carro blindado, que toda a sociedade,
quando comprar o seu carro, também tenha o mesmo blindado; que o Governo do
Estado, o Governo Federal pague a blindagem do carro. Cada blindagem de carro
custa 30 mil dólares. Já que o governo não tem condições de dar segurança à
sociedade, então que pelo menos blinde
os carros de quem os tem. Não adianta
nada darmos um carro blindado para a polícia se, em contrapartida, a população
andar com carro sem ser blindado e
morrer. Mais de mil pessoas vão morrer nas mãos de bandidos este ano em São Paulo, mas é como eu disse:
a morte no varejo não vale nada. A morte no atacado sim. É por isso que até
hoje se grita a morte dos 111 no Carandiru
Aí, todo mundo sai gritando. Mas, vemos uma indiferença quando morre um
a um, como já morreram 199 policiais. Quero ver colocar, nesta Casa ou no
Palácio do Governo, alguns cadáveres dos 199 PMs que foram mortos por bandidos.
Aqui entre nós, não há diferença entre morrer em serviço e não há diferença em
morrer estando de folga. É a mesma coisa. A morte em serviço ou estando de
folga é a mesma coisa. Tanto faz. É a mesma coisa. Para a família, o policial
morreu da mesma forma.
Sr.
Presidente, Srs. Deputados, estamos precisando é de medidas. Que o Governo
Estadual apresente alguma proposta para se combater o crime. Mexe na
secretaria, não estou dizendo mudar o secretário ou mudar o comando, mas
se a coisa já se alastrou demais e não
há um controle, então que se nomeie um secretário em São Paulo, um na Grande
São Paulo e um no Interior. Não adianta termos só uma pessoa para coordenar
tudo isso, se estamos perdendo a guerra. É necessário criar novas medidas, sim.
Tem que se dar condições de trabalho a um policial. Não adianta dar um carro de
90 mil reais para ele, se não recebe salário para dar condições de saúde,
alimentação e educação para os seus familiares. De que adianta ele só ter o
carro? Ele tem o carro e o resto? Não precisa de mais nada?
Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sr. Governador do Estado, antes de mais nada, antes
de carro ou de qualquer coisa, dê valor ao trabalho dos policiais! Valorize um
policial. O pior de tudo, quando o policial começa a agir erroneamente, como
está agindo e vemos que está agindo, então acabou, porque não tem cabeça para
mais nada. Está na hora de pensar no que se vai fazer. Quando vemos oficiais
da Polícia Militar, tenentes com cinco anos de academia e cometeram rros na rua, certos crimes,
alguma coisa tem que ser mudada. Não adianta ficar só torcendo.
Agradeço
ao Sr. Presidente, aos Srs. Deputados e às pessoas aqui presentes.
O
SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Srs. Deputados, esta Presidência, nos termos do
artigo 18, inciso 3º, alínea "d" combinado com 68, ambos da IX
Consolidação do Regimento Interno, convoca reunião conjunta das Comissões de
Constituição e Justiça, Administração Pública e Finanças e Orçamento a
realizar-se hoje, às 16 horas, com a finalidade de ser apreciado o Projeto de
Lei Complementar nº16, de 1999 -
pesquisadores científicos.
Ficam,
portanto, os Srs. Deputados dessas comissões referidas, convocados para a
reunião extraordinária.
Srs.
Deputados, esta Presidência, nos termos do artigo 100, inciso 1º, da IX Consolidação do Regimento Interno,
convoca V. Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, 60 minutos
após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia: Projeto de lei nº 72, de 1998, que dispõe sobre a
redistribuição de servidores
integrantes de quadros especiais.
Tem a
palavra o nobre Deputado Paulo Teixeira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Wadih Helú. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso
Tanauí.
O
SR. CELSO TANAUI - PTB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o assunto segurança pública é realmente
palpitante e está a exigir realmente providências concretas de todos os setores
públicos estadual e federal, a exemplo do que foi dito aqui pelo nobre Deputado
Conte Lopes, porque estamos vendo várias propostas tramitando no Congresso
Nacional e na Assembléia Legislativa que, de certa forma, altera todo o sistema
previdenciário e tudo muda, até mesmo com quantos anos um policial militar vai
se aposentar. Então, pelo projeto da Deputada Zulaiê Cobra, deputada federal, a
PEC nº 613 passa os policiais militares a servidores civis, conseqüentemente os
policiais militares passam a se aposentar somente com 60 anos de idade e 35
anos de contribuição.
Eu não
vou aqui discutir, vou deixar para o telespectador, para o público presente
analisar se é possível ou não um policial militar só aposentar-se com 60 anos
de idade. Hoje, para aposentar com 30 anos de serviço já é difícil, a maioria
dos policiais militares se aposentam antes por invalidez, porque a sua saúde é
atingida pelo esforço, pelo sacrifício que lhe é exigido, além da má alimentação, má nutrição, pelo pouco descanso que tem,
além de tudo isso, pelo parco salário
que recebe. Então, um policial militar
tem que fazer bicos e mais bicos para complementar o seu salário. Não é só um
policial militar que faz bico, todo tipo de ser humano está tendo que fazer
bico, são os professores, os juizes, os delegados, os oficiais, etc.. Agora, o
regulamento proíbe isso ao policial militar. Como ele vai sobreviver, como ele
vai pagar as contas que tem penduradas, todos os dias sendo cobrado? Se ele não
fizer o bico, o salário, o vencimento que ele está ganhando não vai lhe dar
condições de pagar, aí vem o desespero e uma série de conseqüências. Ontem, por
exemplo, uma policial feminina foi assassinada, covardemente, por
marginais. Ela estava passando na frente de um recinto de lazer. O proprietário
também foi covardemente assassinado e os dois acabaram sendo levados no mesmo
velório e enterrados lá na Vila Formosa. Quando estávamos lá participando das
últimas despedidas, tomamos conhecimento que uma outra policial feminina havia
se suicidado na Rua Tutóia, pertinho da Assembléia Legislativa. Tudo isso, Srs. Deputados, é o desespero.
Quando um ser humano tem dignidade e não tem como pagar a sua dívida para
manter o seu nome limpo, é isso que acaba acontecendo. São policiais honestos
que preferem o suicídio a ficar exigindo propinas das pessoas. Estamos vendo
que não é só no Estado de São Paulo que tem esse tipo de projeto, que prejudica
um policial militar. No Rio Grande do Sul
acaba de ser aprovado um projeto: quando um policial tromba com um
marginal armado é obrigado a alertar o bandido dizendo: estou armado. O
policial tem que dizer que está armado. É um absurdo! Não sei até que ponto
isso vai. Está tudo virando de ponta cabeça. Lamentamos isso.
No
Ceará já acabou a aposentadoria aos 30 anos; o pessoal de lá está revoltado
porque só vai poder aposentar-se com 35 anos de trabalho; essa medida também
atingiu a construção civil. Daí para frente tudo muda, contrariando os
interesses dessa grande família laboriosa das policias militares. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE VANDERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado José Rezende. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado
Carlos Zarattini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei
Siraque. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Edir Sales. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre Deputado Cícero de Freitas.
O
SR. CÍCERO DE FREITAS -
PFL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, nobres deputados, nobres deputadas, amigos, funcionários, amigos
dasgalerias, mais uma vez usando a tribuna deste grande parlamento quero dizer
que hoje é um dia de alegria, de festa. Queremos parabenizar o Fórum Terceiro
Setor Juvenil Políticas Públicas. Isso é muito importante, porque traz esses
jovens para participar um pouco mais da vida pública deste parlamento. Há dias
atrás foi criado o Parlamento Jovem e isso vem ao encontro do que falamos sobre
cidadania. Ficaria mais satisfeito se tudo fosse cumprido. Falamos em cidadania
- e ontem usei esta tribuna por alguns minutos para falar - mas hoje, depois de
uma nota, de uma liminar, de uma sentença em que um tal Juiz Dr. Amaro Mohamed,
do Tribunal, jogou por terra, colocou mais quatro mil e 500 trabalhadores no
olho da rua, ficamos chocados e perguntamos: onde está a cidadania que tanto se
fala neste País? Estamos discutindo, mas vamos levar a sério? Vamos fazer uma
representação no Conselho de Magistratura, porque antes de dar uma sentença,
havia um acordo: o Grupo Pão de Açúcar tinha assumido a responsabilidade de
todos aqueles funcionários do Mappin e da Mesbla. Mas, simplesmente, com uma
"canetada" - não sabemos o conteúdo do que aquela caneta escreveu,
nem quais forças estranhas - esse juiz
tomou a decisão de colocar mais quatro mil e 500 homens no olho da rua. Mas os trabalhadores
permanecem unidos, Sr. Presidente, e continuam acampados na porta do Fórum João
Mendes. Estive lá, pela manhã, junto com o Deputado Federal Luiz Antonio
Medeiros e uma comissão de trabalhadores do Sindicato da Alimentação, com o
Romano e o Tatá. Fomos também até o Sr.
Secretário de Segurança Pública. Tivemos uma reunião com ele e lhe pedimos que
fatos como os da madrugada não se
repetissem, quando policiais militares tentaram retirar as pessoas dali. Mas,
como não estávamos atrapalhando ninguém chegou-se a um acordo. Ele foi sensível
a essa parte e disse que só autorizaria a tropa a retirar os trabalhadores de
lá se viesse algum mandado judicial, uma ordem judicial. Mesmo assim, aclamamos
para que tal ordem não fosse cumprida antes de terem um contato com os
dirigentes sindicais que comandam os trabalhadores. São coisas desse tipo que nos deixam assustados. Se falamos tanto
em cidadania, que pelo menos esses senhores que estão no poder se voltem para
outras razões, analisem antes de tomar aquela decisão cruel. Vim a esta tribuna
hoje não para criticar o Governo, para criticar a oposição, porque ontem já fiz
muito isso aqui, mas volto a dizer, o nosso país está sem rumo. E eu pediria ao
Sr. Presidente da República que mudasse o seu palavreado na televisão, porque a
nação brasileira não se empolga, não cria esperança com aquela fala que ele
usa, talvez uma fala que só ele mesmo está acreditando. Aliás acho que nem o
coração dele acredita nisso. Então pediria a S. Exa. que quando falasse na televisão,
falasse com voz firme, para que a população acreditasse que daqui a três anos,
ou seja, em 2003, nós teríamos aproximadamente oito milhões de empregos
criados. Quem está com fome hoje, amanhã vai estar morto com certeza, e quem já
morreu vai estar fedendo. Então são essas as ponderações que quero deixar aqui
e volto a pedir aqui o apoio de todos os Deputados deste parlamento para que
nos empenhemos ao máximo naquilo que vai trazer benefício de fato de fé para a população de São Paulo. Muito
obrigado.
O
SR.PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado Wilson Morais. (Pausa.)Tem a palavra o nobre Deputado
Edson Ferrarini.(Pausa.)Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Gouveia,
pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. ROBERTO GOUVEIA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados , quero saudar a presença entre nós do Fórum 3º Setor Juvenil, particularmente
cumprimentá-lo pela principal postulação que faz na criação da Secretaria de
Juventude para que venha a funcionar com a participação da sociedade civil
organizada, por meio de um conselho deliberativo, representativo e paritário,
servindo como interlocutor entre a Secretaria e o Governo. Portanto um pleito
mais do que justo, aliás democrático, fundamental nesse processo de conquista
da cidadania e da justiça em nosso país e nosso Estado.
Retomo
aqui um depoimento que fiz na semana próxima passada, com relação à ação civil
pública que o Ministério Público do Estado de São Paulo, grupo de atuação
especial da saúde pública e da saúde do consumidor, impetrou contra o Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, aliás,
faculdade e hospital que foi o meu campo de estudo, de estágio e de formação.
Disse aqui e quero repetir na tarde de hoje que lamento profundamente o fato de
não ter havido um acordo. O Ministério Público propunha que houvesse um
compromisso da superintendência do Hospital das Clínicas de acabar com a
discriminação naquele hospital público. Foram quatro meses de tentativas em que
vários segmentos, vários setores e personalidades também tentaram colaborar
e buscar uma pauta que levasse a um
entendimento para o cumprimento da legislação.
No entanto, lamentamos aqui o fato de não ter se conseguido esse acordo.
O que obrigou o Ministério Público, e ele não tinha outra providência a não ser
cumprir com a sua missão constitucional, qual seja, fazer cumprir a legislação, porque não podemos, em hipótese
alguma, no final do século, no limiar do terceiro milênio, concordar que todos
são iguais perante a lei, mas há alguns que
acham mais iguais que os outros. Não podemos concordar com
isso. Por mais ilustres que sejam, aqueles que defendem a dupla porta no
Hospital das Clínicas, uma vez que ela fere a Constituição Federal, a Constituição
do Estado de São Paulo, a Lei Orgânica da Saúde, nº 8080 e o Código de Saúde,
aprovado por esta Casa, nós não podemos, em hipótese alguma, permitir que essa
prática continue dentro daquele Hospital Público. Então, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, público que
acompanha nossos trabalhos nesta tarde, passo a ler a Inicial da Ação do
Ministério Público, bem como os depoimentos que foram colhidos pelo Grupo
Especial da Saúde e da Saúde do Consumidor, para que, através do "Diário
Oficial" esta Casa, os Deputados, aqueles que nos acompanham, e toda a
população do nosso Estado possam tomar conhecimento da argumentação que está
aqui arrolada, de forma extremamente
profunda, ética, competente e humana, pelo Ministério Público.
Tenho
a certeza de que todos aqueles que lerem os depoimentos de cidadãos e
profissionais irão convencer-se de que de fato temos que colocar um ponto final
no processo de discriminação em hospitais públicos.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, Sras e Srs. Deputados.
ENTRA
LEITURA
O
SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno
Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se
ao
GRANDE
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - VANDERLEI MACRIS - PSDB - Esta Presidência
gostaria de prazerosamente anunciar, em visita a esta Casa e a este Plenário
dos representantes de mais de 30 entidades participantes do 3º Setor Juvenil,
que aqui comparecem acompanhados do Presidente do Fórum do 3º Setor Juvenil, Sr. Renato Augusto
Amaral, para os quais rendemos as homenagens do Poder Legislativo de São Paulo.
(Palmas.)
A
Presidência gostaria de comunicar também que a presença de todos aqui ligados
ao 3º Setor Juvenil se prende ao fato de solicitarem a urgência do Projeto de
lei que cria a Secretaria da Juventude, em tramitação nesta Casa.
Tem a
palavra o nobre Deputado Cícero de Freitas, pelo tempo regimental.
O
SR. CÍCERO DE FREITAS -
PFL - Sr. Presidente, gostaria
de permutarmeu tempo com o nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar.
O
SR. PRESIDENTE - VANFERLEI MACRIS - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar, por permuta de tempo com o Deputado
Cícero de Freitas, por 14 minutos restantes do Grande Expediente, da sessão
passada.
O
SR. ALBERTO TURCO LOCO HIAR - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como todos sabem e conforme já
anunciado pelo Presidente, houve hoje aqui na Casa a entrega do Manifesto do
Fórum do 3º Setor Juvenil, através do Sr. Renato Augusto Amaral, que teve uma
brilhante iniciativa de reunir os jovens organizados deste Estado. Hoje, neste
plenário, estamos recebendo esta comissão representativa do 3º Setor Juvenil,
formado por ONGs mobilizadas por propostas de propor soluções e, acima de tudo
.e acima de tudo marcar a linha de pensamento e de procedimento, para que a
sociedade tenha uma representação expressiva no Conselho Estadual da Juventude,
que será incorporado à Secretaria Estadual de Juventude.
O
Líder do Governo nesta Casa, o nobre Deputado Walter Feldman, tem um papel
importante para a juventude, no campo das idéias, da sua história como líder
jovem, como grande líder partidário, e como grande liderança nesta Casa. O Fórum do 3º Setor Juvenil tem um papel
fundamental no Fórum São Paulo Século XXI, criado pelo Presidente desta Casa, o
nobre Deputado Vanderlei Macris, pois nele não pode faltar o pensamento da
juventude acerca do século XXI.
É este
um momento muito propício, pois, ao mesmo tempo que o Presidente Vanderlei Macris
cria nesta Casa o Fórum Pensando o século XXI, o Sr. Renato traz para esta Casa
o Fórum do 3º Setor Juvenil.
Quando
a gente fala em juventude, há algumas questões que não poderiam deixar de
passar, como a informação, a conscientização e a noção da importância da
juventude nesta sociedade. Hoje a
juventude tem uma participação inegável nesse processo, pois é cidadã e
necessita de políticas públicas para ela, a fim de viabilizar junto aos
governantes, seja na esfera municipal, estadual ou federal, propostas que
atendam de fato nossas necessidades.
O que
poderia ser feito, por exemplo, em relação a emprego, ao primeiro emprego? Ao
terceiro setor? Por
exemplo, uma linha de crédito para empresas que fossem geridas por jovens, ou
que estivessem empregando jovens. Temos
hoje cerca de 50% dos jovens estão desempregados.
Quando
a gente fala de esporte, a que estamos nos referindo? Será que
para os jovens esporte é só futebol? Eu adoro futebol, gosto de jogar, de
assistir a uma partida. Mas como foi
bonito, no último Pan- americano, ver o Brasil ganhar medalhas em esportes em
que talvez a gente jamais imaginasse que nosso País tivesse participação. E por que não acreditar nos esportes
radicais, onde temos grandes atletas, como no skate, no surf. E ainda em outros esportes como no pólo
aquático, basquete, rugby. Há da parte da classe política, às vezes, um
preconceito com relação aos esportes.
No entanto, é através dos esportes e da cultura que muitas vezes se pode
conscientizar o jovem a respeito de muitas coisas importantes que atingem os
jovens, como as drogas, a violência, a gravidez precoce, a gravidez desejada e
com responsabilidade.
É
preciso esclarecermos o que se entende por droga. Álcool é droga? É claro que é droga, e aqui tem-se falado muito a respeito
disso. Muitas outras coisas ainda podem
ser discutidas no Fórum do 3º Setor Juvenil.
O
SR. GILBERTO NASCIMENTO -
PMDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR
- Nobre Deputado Alberto Hiar, quero aqui externar minha alegria em poder
apartear V. Exa. num momento em que está tratando de um assunto de tamanha
grandeza, que é o problema da nossa juventude.
É muito gostoso ver alguém como V. Excelência, que tem uma militância
muito forte nessa área jovem, a quem já
tive a oportunidade de dizer por várias vezes, precisei convencer meus filhos a
votarem em mim, porque estavam convencidos
em votar em V.Exa., até que V.Exa. consegue falar muito o que essa
juventude gosta de ouvir, isto leva uma influência na escola, em todos os
lugares. Mas o importante é saber que juntando-se a V.Exa. vamos discutir nos próximos dias a criação
da Secretaria da Juventude. Somos um País jovem, com necessidade de que surjam lideranças fortes e firmes como
V.Exa., que possam dar um norte a essa nossa juventude.É gostoso,
digo mais uma vez, saber que o nosso governador também esteve preocupado com
esta juventude; está preocupado com ela, sabendo que o nosso País está nas mãos
exatamente desses mais jovens e manda para a Assembléia uma projeto como este.
Entendo que seremos os pioneiros neste País a criar a Secretaria da Juventude.
Espero que a matéria criada e aprovada nesta Casa, sancionada por Sua Excelência, o
Governador Mário Covas possam outros Estados também ter a sua Secretaria da
Juventude para que possam dedicar-se aos problemas dos jovens, aos esportes, ao
combate às drogas, à orientação e assim por diante e quem sabe um dia tenhamos
um Presidente da República, também, nobre Deputado Alberto Turco Loco, que
possa criar, quem sabe, o Ministério da Juventude, e possamos ver
este País no caminho certo. Mais
uma vez parabéns a V.Exa. e que Deus
continue iluminando-o para que seja um exemplo para os jovens
deste Estado Obrigado.
O
SR. ALBERTO TURCO LOCO HIAR - PSDB - Obrigado. Não
poderia esquecer aqui de falar das ONGs.
É muito importante o papel da ONG nesse processo de criação da
Secretaria da Juventude e do Conselho Estadual da Juventude. Mais do que nunca, não temos só que esperar que o
Governo faça algo por nós. Mais do que
nunca acho que nós, jovens, que temos uma energia, que temos disposição,
criatividade talvez possamos usá-las
para estar alertando e conscientizando também o Governo. Acho muito importante
a participação de todas as ONGs.
Gostaria
de falar, nobre Deputado Gilberto Nascimento, que o Governo Mário Covas mais
uma vez atua de forma brilhante e
inovadora quando propõe não só como proposta de campanha, mas manda para esta
Casa a criação da Secretaria de Juventude, detectando a necessidade de
políticas públicas voltadas para a juventude, discutindo com a sociedade,
principalmente com os jovens, a necessidade
que a própria juventude tem de
políticas públicas. Mais do
que nunca, vendo a juventude neste plenário, me enche de alegria ser deputado,
porque ser deputado sem poder trabalhar para a juventude me frustra. Gostaria
de pedir que todos os dias, se possível, houvesse um grupo de jovens aqui
presentes reivindicando ações não só para o Deputado Turco Loco mas para todos
os deputados jovens. Acho que é nesta linha que com certeza vamos conseguir algo
de muito importante para nosso futuro.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Sidney Beraldo.
* * *
O
SR. MARQUINHO TORTORELLO
- PPS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado, quero em primeiro lugar parabenizar V.Exa. por essa
iniciativa. Vemos que o movimento que
V.Exa. desenvolve com a juventude coincide
exatamente com a nossa atividade. Professor de Educação Física que
sou, estou lidando com jovens
diretamente e diariamente. Aqui mesmo na Assembléia, juntamente com outros
Deputados, ouvimos todos os dias pronunciamentos dos nobres
Deputados falando em drogas, falando na perdição da juventude, mas até ontem não tínhamos ouvido falar nada
sobre a opinião da juventude, o que ela
pode nos oferecer. Está na hora de a juventude ocupar o espaço que é de direito
e graças a V.Exa. vai poder estar
falando o que se passa com ela,
qual é a solução para seus problemas.
Vão poder falar o que eles vivem. Parabéns e conte com este par para esse movimento.
O
SR. ALBERTO TURCO LOCO HIAR - PSDB - Eu não poderia deixar de falar da importância
do meio ambiente para nós que somos jovens. Com certeza seria muito triste
termos adoração muito grande pelo mar e não cuidar dessa costa linda que o
Brasil tem. Ao falarmos em cultura,
esporte, emprego, saúde, de habitação não poderíamos deixar de falar
sobre o meio ambiente.
Agradeço
a presença de algumas entidades, associações
e ONGs: Ação Educativa, Ação Jovem, CARP, CUT/SP, Centro de Violência da
USP, CDCA - Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, Diretório Acadêmico
da Fundação Getúlio Vargas, BCGI, Debate do Eleitor, Estado de São Paulo, Força
Sindical Jovem, FENEAD, FENEA - Fórum de Jovens Empresários da Associação
Comercial de São Paulo, Grêmio do Colégio Basílio Machado, Sindicato dos
Bancários, Projeto Aprendiz, TV Futura, Hei de Vencer, UNICEF , UEB - União dos Escoteiros do Brasil, Instituto Pró-Ação, Instituto
Ecoar, JULAD - Juventude Latino Americana para a Democracia - não poderia
deixar de lembrar do Ex-Deputado Franco Montoro, que nos deixa saudades para sempre - GPTOS, ROTARACT/SP, MEEP/SP
- Movimento de Estudantes de Escolas Públicas, NAPES, Núcleo de Consciência
Negra, Pastoral da Juventude, Pastoral Universitária e União de Grêmios.
Galera,
a luta é árdua mas tenho certeza que se acreditarmos nisso conseguiremos
revolucionar o nosso Estado, nosso município e nosso País, porque garra temos.
Valeu galera! (Palmas.)
Passo
a ler o Manifesto de Iniciativa da Sociedade Civil Organizada:
ENTRA
LEITURA.
O
SR. PRESIDENTE SIDNEY BERALDO - PSDB - A Presidência tem a grata satisfação de
anunciar a presença do Deputado
Estadual Valdomiro Távora da Assembléia Legislativa do Ceará, que também
exerce a função de corregedor, acompanhado da nobre Deputada Rosmary Corrêa. A
S. Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)
Tem a
palavra o nobre Deputado Dimas Ramalho pelo tempo regimental de 5 minutos.
O
SR. DIMAS RAMALHO - PPS -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, a minha
presença aqui é para abordar três temas relevantes: Primeiro, tenho lido
nos jornais notícias de que a Nossa Caixa Nosso Banco poderá ter seu capital
aberto é a proposta que o Presidente da Nossa Caixa-Nosso Banco, mais uma vez,
de maneira autoritária, passa à imprensa sem antes realizar uma discussão ampla
com o funcionalismo daquela empresa.
Quero
dizer que já estamos tomando providências com funcionários da Nossa Caixa-Nosso
Banco, com setores sindicais dos bancários da Capital e do Interior no sentido
de realizar, nesta Assembléia, um seminário para estudar a melhor forma de abertura de capital, qual a real vocação
da Nossa Caixa-Nosso Banco e quais seriam as garantias indispensáveis para que
os funcionários do banco tenham assegurados seus empregos, até porque se hoje
há um banco que realmente tenha sabido corresponder aos anseios da coletividade
paulista - assim como o Banespa - é a Nossa Caixa-Nosso Banco e por isso mesmo,
sendo um patrimônio do povo paulista, não vamos permitir que aja abertura do
capital sem um amplo debate dos setores envolvidos.
Acho
fundamental deixarmos reiterada nossa posição. Que esta Assembléia, que vem discutindo temas tão
importantes, possa, neste instante, discutir a questão da abertura do capital
da Nossa Caixa-Nosso Banco. Não queremos mais medidas impostas ao funcionalismo,
não queremos mais que aqueles que construíram esse banco sejam pegos de
surpresa com essa abertura atabalhoada. Falta uma política salarial justa no
banco. O PCS necessita, rapidamente, de uma mudança, de um aprimoramento para
que contemple os trabalhadores que fazem parte dessa instituição tão
importante. É fundamental a implementação do crédito agrícola, é fundamental a
implementação de políticas públicas de infra-estrutura com as prefeituras
municipais do Estado de São Paulo. Fica aqui o alerta, Srs. Deputados, Sr.
Presidente, queremos um amplo debate a respeito da provável alardeada abertura
do capital da Nossa Caixa- Nosso Banco. Outro assunto importante que me traz à
tribuna é a discussão que se faz, neste momento, em relação ao setor de suco de
laranja no Estado de São Paulo e no Brasil. Todos sabem que o setor citrícola
no Estado de São Paulo é responsável por milhares de empregos, é responsável
pela geração de receita para nosso Estado, é responsável pelo desenvolvimento
de nossa região - Araraquara, Ribeirão Preto, Itápolis, Taquaritinga, Bebedouro
e tantas outras cidades - gerando riqueza, emprego, trabalho e principalmente
arrecadação, a fim de que o Estado possa investir em setores sociais. Temos
hoje, infelizmente, uma política de não abertura de negociação por parte dos
produtores rurais do Estado de São Paulo no setor da citricultura. Isso tem
levado ao desespero os citricultores, isso tem feito com que esse setor tão
importante que gera tanta riqueza veja jogado por terra um trabalho de tantos
anos, gerando desemprego, miséria e, sobretudo, falta de condições de uma
agricultura forte e pujante. Queremos
nos congratular com a Comissão de Agricultura e com os Srs. Deputados que estão
discutindo o assunto, mas solicitamos que o Governador de São Paulo receba uma
comissão de Deputados e de citricultores que estão enfrentando um verdadeiro
caos. Por outro lado, o Governo Federal havia se comprometido a liberar uma
verba que seria fundamental para o combate do cancro cítrico, mas infelizmente,
mais uma vez, o Ministério da Agricultura não repassou a verba prometida a
Fundecítros, comprometendo, de certa forma, o combate ao cancro cítrico que
infelizmente está assolando o nosso Estado de São Paulo e os setores onde a
laranja é plantada. Assim, pedimos a
atenção do Governador Mário Covas no sentido de dar a mesma atenção que deu ao
setor sucroalcooleiro. É fundamental a intervenção do Governo para que haja a
abertura de negociação, no sentido de que o citricultor possa ter preço justo
da sua produção. Hoje, quando procurado para negociação, recebe um preço
irrisório e indigno, comprometendo a safra e a dignidade de todo citricultor.
O
SR. MARQUINHO TORTORELLO
- PPS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado, a propósito da discussão que V.Exa. faz sobre a
citricultura, este Deputado no final de semana em visita à Alta Araraquarense e
Alta Mogiana pode observar as laranjas no pé
e no chão, já que o produtor hoje não tem condições de colhê-las devido
ao preço. Assim, eles vão ter de pagar para entregar esta laranja às moendas de
laranja, à Cutrale, à Citro-Suco dentre outras. Se não tivessem de colher a
laranja, estariam ganhando 20 centavos por caixa. Agora tendo de colher, terão
de pagar. Então a Secretaria da Agricultura tem de tomar uma atitude para
resolver o problema dos citricultores.
O
SR. DIMAS RAMALHO - PPS - Agradeço a intervenção oportuna do nobre
Deputado Marquinho Tortorello. V. Exa. é testemunha, já que esteve na região
visitando os municípios na última semana, de que grande parte dos produtores já
perderam uma parte significativa da safra agrícola, comprometendo sobremaneira
a continuidade da produção citrícola do Estado de São Paulo.
O que
nos deixa preocupados é que realmente, não obstante os esforços da Secretaria
da Agricultura, não estamos verificando nenhum tipo de ação ou abertura de
discussão por parte das grandes empresas que hoje, de certa forma, assumem o
mercado da citricultura no Brasil e no exterior. No entanto, com esse alerta e
com o apoio de todos os Deputados desta Casa, com certeza, conseguiremos
possibilitar a abertura de negociação para que os citricultores possam ter o
que merecem, que é o preço justo de uma safra que foi alcançada com muito suor,
com dificuldade de financiamento agrícola, com o preço dos insumos crescendo a
todo instante e que se hoje forem colhidas, não pagarão sequer o custo da
produção. Por isso merecem a atenção da nossa Casa. Sr. Presidente, gostaria de
fazer uma homenagem ao grande brasileiro que faleceu e que deixou na sua vida
um exemplo de retidão, cristandade e humanismo que foi a vida do Cardeal Dom
Helder Câmara. Foi um dos mentores do Conselho Episcopal Latino Americano,
bispo da Igreja Católica Apostólica Romana, que ampliava o diálogo com outras
religiões e que, realmente, teve uma participação fundamental na elaboração de
um projeto social para que a Igreja se aproximasse dos setores excluídos da
sociedade. Nos tempos de ditadura, nos tempos do autoritarismo, quando havia
uma perseguição implacável a todos aqueles que ousavam discordar do regime
então vigente, foi a palavra serena, firme e sempre presente de Dom Helder
Câmara que ressoava por este Brasil afora e também no exterior levando as
denuncias de tortura e violações aos direitos humanos que ocorriam aqui no
nosso País. Portanto, Sr. Presidente, Srs. Deputados, nada mais
justo do que realçarmos a importância desse cidadão brasileiro que, mais do que
um líder religioso, era um cidadão do mundo e que, durante muito tempo, teve
seu nome vetado em todas as redações de jornais e televisões. Durante muito
tempo foi o depositário das esperanças de setores sociais em nosso País que
desejavam mudanças, anistia, democracia, eleições diretas e liberdade sindical.
Lembro-me
muito a presença de Dom Helder Câmara no ato ecumênico, na Catedral da Sé,
quando do assassinato do jornalista Vladimir Herzog. Com a presença tranqüila e
silenciosa ao lado de tantos outros presentes, ao lado de rabinos e cristãos de
outras religiões, ao lado do Cardeal Dom Evaristo Arns e tantas lideranças, era
uma presença que chamava muita atenção de todos aqueles que lá estavam - e eu
estava presente. Era a presença de um senhor de batina branca, ao lado do
altar, que não dirigiu a palavra nem uma vez, mas sua presença significava a
força, a esperança da tolerância e, sobretudo, da firmeza do cidadão brasileiro
que deixou em todos nós uma lição imensa que é o respeito à democracia, ao
pluralismo e com a certeza de que as relações dos direitos humanos com o regime
autoritário, a falta de democracia não combinam com o ser humano.
A
minha homenagem, neste instante, ao grande brasileiro, Dom Helder Câmara, que
faleceu e deixou uma grande história para todos nós.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Sobre a mesa, requerimento de permuta de tempo
entre a nobre Deputada Maria do Carmo Piunti e o nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar.
O
SR. ALBERTO TURCO LOCO HIAR - PSDB - Sr. Presidente, cedo meu tempo ao nobre Deputado Cícero de Freitas.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a
palavra, por cessão de tempo do nobre Deputado Alberto Turco Loco Hiar, o nobre
Deputado Cicero de Freitas, por 15 minutos.
O SR. CÍCERO DE
FREITAS - PFL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente e Srs.
Deputados, quero agradecer ao nosso amigo Deputado Alberto Turco Loco Hiar, um
homem que vem despontando com firmeza no meio da juventude. Quero também
parabenizar a força sindical jovem que estava presente com outras entidades até
há pouco. É muito importante participar.
Sr. Presidente, Srs.
Deputados, volto a esta tribuna, mais uma vez, para mostrar o que está escrito,
hoje, no jornal Diário Popular: " Justiça suspende negócio entre Mappin e
Pão de Açúcar". Isso é o que chamo de anticidadania, porque, até há pouco
tempo, todos vocês sabiam que a Força Sindical, eu e o Medeiros, e o Sindicato
do Comércio, encampamos uma grande guerra e uma grande luta. E alguns deputados
nossos, como os Deputados José Zico Prado, Hamilton Pereira e Henrique Pacheco
participaram dessa grande luta e conseguimos essa vitória. Conseguimos que o
Grupo Pão de Açúcar assumisse parte dos problemas existentes, tanto dos
encargos trabalhistas e todos os benefícios que os trabalhadores já tinham
naquela loja. Isso foi concedido nesse acordo.
Para nós, foi uma
notícia desesperadora que saiu hoje no jornal, onde uma tal Desembargadora
Débora Pierre é a vilã de toda
história. O que ela está arrumando por trás disso, não sabemos e não posso
provar. Mas, deve ter alguma por aí. E também, aceitando a sua liminar, o Desembargador
Mohamed Amaro, simplesmente com uma canetada, desfez um acordo que já tinha
sido concluído com o Grupo Pão de Açúcar, onde os trabalhadores das empresa
Mappin e Mesbla não iriam perder os seus direitos trabalhistas e os seus
direitos assegurados para a volta ao trabalho.
Cerca de mais de dois
mil, já estavam de volta ás lojas. Eles simplesmente foram impedidos de
entrarem novamente nas lojas Mappin. Mas, nesse horário, às
16: 00 horas, está ocorrendo uma audiência no Fórum João Mendes com o Presidente do Tribunal e os Deputados José
Zico Prado e Henrique Pacheco. O Deputado federal Luiz Antônio Medeiros,
acompanhados dos dirigentes sindicais e de uma comissão de trabalhadores, foram
para lá nos representar. Esperamos que o presidente seja sensibilizado e corrija o erro de, talvez, um ou dois
subordinados.
Outra questão que quero
colocar aqui, Sr. Presidente, é que estamos atravessando muitas dificuldades no
nosso País e faltam três anos e dois meses para as novas eleições para
governadores, deputados estaduais, deputados federais e para a Presidência da
República.
São tantos problemas que
devemos lutar firmes, tanto o Poder municipal, como o Poder Estadual e o Poder
Federal para apressarmos, por exemplo, o reajuste de salários de todos os
trabalhadores brasileiros das indústrias privadas, como também dos funcionários
públicos que há cinco anos estão sem aumento. Mas a guerra já começou.
Sr. Presidente, estou me
recordando aqui de seis a sete candidatos à Presidência da República: temos o
ACM, o Ciro Gomes, o Lula, o Brizola, o Simon, o Covas , o Tasso. Eles só falam
na Presidência da República. Será que não temos outra coisa a fazer que
ficarmos falando por todos os cantos do País, ao invés de corremos atrás
do câncer social, como o desemprego que está desenfreado, o problema da
segurança, porque ninguém está mais podendo sair nas ruas? Vimos agora grupos
de jovens, grupo de 10, 12 jovens atacando as pessoas da rua, dando pedradas,
pauladas, roubando, por quê? Porque não têm o que fazer. Porque não têm
emprego, não têm escola, não têm educação suficiente. Está na hora, Sr. Presidente, de todos esses candidatos que estão
se lançando candidato a deputado ou à
presidência da República, trabalharem. Se for assim, Sr. Presidente, sou
um jovem de 47 anos, já tenho acima de 21 anos, brasileiro, honro a minha
Pátria, gosto do Brasil, se for para gozação, estou me lançando a candidato a
presidente da República também. Será que nossos políticos não prestaram atenção
que quando se fala em poder é melhor esperar a hora certa? Não tiro o chapéu
para o Sr. Fernando Henrique Cardoso! Hoje eu não tiro! Por quê? Não tem punho
firme. Não convence a Nação do que fala na televisão ou pelo rádio. Além do
mais, está deixando muito a desejar, e realmente como disse e digo sempre,
volto a repetir, o governo está sem rumo.
Quero
parabenizar esses jovens de cabelos brancos que estão aqui no auditório, que
estão esperando aqui no plenário, estão esperando que este nobre parlamento dê
para eles a vitória que estão esperando, dentro de mais alguns dias, e com certeza,
o nosso apoio vocês terão.
Sr.
Presidente, cedo os minutos restantes do meu pronunciamento ao nobre Deputado
Newton Brandão.
O
SR. PRESIDENTE - PSDB - Tem a palavra, por cessão do tempo do nobre
Deputado Cícero de Freitas, o nobre Deputado Newton Brandão, por oito minutos.
O
SR. NEWTON BRANDÃO - PTB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
assessoria, imprensa, amigos que nos
honram com a sua presença nesta Casa.
Quero voltar a um tema sobre o
qual já me pronunciei aqui da tribuna. Ficamos felizes por compor esta Casa,
que honra a todos, pelo convívio com os colegas e pela instituição que é.
Mencionei
algumas das comissões de inquérito que estão para ser efetivadas nesta Casa, e
uma delas é aquela proposta pelo ilustre deputado Milton Flávio, sobre essas
desapropriações absurdas. Na semana vindoura, a nossa Comissão de Assuntos
Metropolitanos - e toda a Casa está convidada e desejamos a sua participação -
deverá receber os técnicos que estão construindo o grande anel rodoviário.
É uma
obra mais do que necessária. É uma obra imprescindível para o nosso
desenvolvimento. Temos algumas preocupações. Uma delas é o valor das
desapropriações. Uma obra gigantesca como esta, que redimirá o transporte da
nossa capital, dará uma melhor condição de vida não somente para a população,
mas para todas as estradas que dão acesso à nossa capital. Vemos algumas
desapropriações e até é bom o Dr. Milton Flávio, ilustre Deputado estar aqui ao
lado, para saber que nós comungamos plenamente da sua preocupação, e a
preocupação é a respeito desses valores, dessas desapropriações. Nós vemos isso
na esfera municipal, estadual e nacional.
Na minha cidade mesmo houve duas desapropriações, que felizmente não
foram propostas por mim quando prefeito, que até hoje não houve condição de
haver o pagamento, por quê? É muito
além, não só do seu valor venal, mas do seu valor comercial. Por isto, quando o
ilustre deputado aponta, sugere, indica uma Comissão de Inquérito para reavaliar,
para reanalisar esses valores, seja
através dos peritos do meritíssimo juiz, seja dos peritos proprietários, seja
dos peritos da própria prefeitura ou do Estado, acho um absurdo. Tempos atrás,
por vingança política, desapropriaram-se áreas, sem indenização.
O
SR. MILTON FLÁVIO - PSDB -
COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado Newton Brandão,
eu fico muito feliz de receber o endosso, o apoio de V.Exa., porque como V.Exa.
já bem sabe eu apresentei esse pedido de CPI há mais de dois anos.
Infelizmente, naquela ocasião, na Casa, já existiam cinco CPIs em andamento e
essas desapropriações que penalizam de maneira inaceitável, criminosa o Estado
de São Paulo, não puderam ser analisadas. Reapresentamos com número regimental
essa mesma CPI no início deste ano e
V.Exa. sabe que as desapropriações em áreas ambientais representam praticamente
três quintos do valor do débito precatório que São Paulo tem. Nós sabemos que
existem acordos feitos, documentados e que o perito recebeu 30 a 50% do valor
calculado, que essas terras estão hoje
avaliadas em valores dezenas de vezes superiores àqueles do mercado no dia de
hoje, áreas super avaliadas do ponto de vista da dimensão; áreas que foram
avaliadas duas vezes, já foram pagas pelo Estado, estão sendo pagas novamente e
a Justiça as vezes até com a conivência daqueles que no passado deveriam
defender o Estado, a pretexto de terem perdido prazo, continuam penalizando o
cidadão paulista. Portanto, eu acho que é um crime de responsabilidade que esta
Casa também assume, no momento em que tendo consciência do que está
acontecendo, do que isso representa para São Paulo, não permitir que essa
investigação de prolongue, que essa investigação ocorra e que a Assembléia diga para a Justiça o que nós, representantes do povo,
entendemos que deva acontecer.
O
SR. NEWTON BRANDÃO - PTB - Agradeço o aparte do ilustre Deputado
e quero manifestar mais uma vez o meu aplauso pela sua iniciativa,
Deputado Milton Flávio, e dizer que eu acredito que a sociedade está madura
para receber esta Comissão em tão boa
hora sugerida por V.Excelência. Nós já temos sentido que o próprio Poder
Judiciário percebeu que alguma coisa de errado está acontecendo e nos preocupa,
vamos citar só três obras do Estado que estão em execução: o Anel Rodoviário, que nós lá do ABC estamos aguardando
ansiosamente para chegar na nossa área; a descida da nova Imigrantes, onde
vamos ter também problemas de desapropriação, e um trecho da própria Rodovia
Fernão Dias, que vamos fazer chegar a divisa de Minas e um trecho da própria Rodovia Fernão Dias,
de 100 km., por onde vamos chegar até a divisa de Minas, sem falar daquela área
do Túnel da Mata Fria, naquela região toda com aquelas obras de arte;
precisamos de tudo isso. E o que está acontecendo hoje é um absurdo. Muitas
vezes eu indago e até vou voltar a esta Casa, em época oportuna, inclusive para
saber que Reforma Agrária é essa que vamos fazer. Não estou entendendo nada! É
um preço absurdo que o Governo paga por essas desapropriações. Essas
desapropriações para esses assentamentos chama-se Reforma Agrária Capitalista?
Não sei! Precisamos ver os métodos de produção dos assentados. Mas voltaremos ao assunto, porque se formos
levar em consideração o valor dessas desapropriações, seja na área urbana, seja
na área rural, temos limitações nos nossos propósitos e a verdade é que
precisamos fazer uma Reforma Urbana. Não podemos permitir, em absoluto, que
esta situação permaneça, engessando a atividade governamental. O Governo
precisa achar meios e condições para que essa desapropriação seja justa, por um
preço justo; aquilo que a Constituição Federal determina. Mas entre o preço
justo, o valor justo e aquele valor abusivo que hoje ocorre, é evidente que
temos uma preocupação. Mas não é só uma preocupação; é uma responsabilidade. E
ao terminar, Sr. Presidente, quero mais uma vez cumprimentar o Deputado Milton
Flávio e incentivá-lo na sua luta para a criação dessa CPI. Estarei sempre ao
seu lado batendo palmas.
O
SR. PRESIDENTE SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Afanasio
Jazadji. Sobre a mesa comunicação solicitando a permuta de tempo do nobre
Deputado Afanasio Jazadji com o Deputado Jilmar Tatto. Tem a palavra o nobre
Deputado Jilmar Tatto.
O
SR. JILMAR TATTO - PT - Sr. Presidente, cedo cinco minutos do meu tempo
ao nobre Deputado Hamilton Pereira.
O
SR. PRESIDENTE SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado Hamilton Pereira, por cessão de tempo do nobre Deputado Jilmar
Tatto.
O
SR. HAMILTON PEREIRA - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, senhores que
nos acompanham, há cerca de 12 dias uma área de cinco mil metros quadrados foi
ocupada por cerca de 500 famílias de trabalhadores sem teto, na cidade de
Sorocabana, área pertencente ao Poder
Público Municipal. Essa área é vizinha de um bairro que faz parte de um projeto
de desfavelamento naquele município, e foi originado por um projeto de
desfavelamento posto em prática pelo atual Prefeito de Sorocaba. Como morador em Sorocaba, hoje pela manhã
tomei conhecimento de que estava havendo a reintegração de posse daquela área,
pedida pelo Prefeito de Sorocaba, contra 500 famílias. E, segundo noticiário do
próprio rádio, Rede CBN que tem uma emissora em Sorocaba, estaria havendo
excesso por parte da Polícia Militar contra os ocupantes daquele terreno.
Dirigi-me
então ao local e pude testemunhar a desproporcionalidade da força policial
empregada contra aqueles moradores, por parte de um batalhão de Tropa de
Choque; uma força desproporcional. Polícia, um contingente muito numeroso, com
cachorros, cavalos, faziam a desocupação do terreno . Segundo depoimentos que
colhi junto a alguns moradores que viveram os momentos mais críticos daquela
agressão, a tropa de choque, não se limitando a agir sobre a área ocupada,
perseguiu os moradores do bairro vizinho que assistia à desocupação. Nessa
invasão ao bairro vizinho, agrediram o público que se encontrava nas ruas e
mesmo nos quintais de suas casas, a
golpes de cassetete, tiros de balas de borracha, e arremesso de bombas de efeito
moral. Alguns exemplos, pois fiz questão de anotar alguns depoimentos.
A Sra. Patrícia Orsi Guimarães lavava roupa no tanque do quintal de sua casa, foi
atingida por dois tiros de bala de borracha que deixaram hematoma no rosto e na
perna dela. A Sra. Vera Lúcia Rosa do Santos, da mesma maneira encontrava-se no
seu quintal de costas para a rua quando foi atingida também por um tiro de bala
de borracha, que feriu suas costas. Seu filho, Lindoval Neves dos Santos, de 24
anos que houvera saído de manhã, e foi pego na rua pela tropa de choque, foi barbaramente agredido e arrastado pelas
ruas do bairro. O Sr. José Carlos Corrêa, de sessenta anos de idade, segundo
depoimento de um seu sobrinho - embora
eu tenha anotado o nome faço questão de omitir o nome desse garoto - levou um tiro na coxa esquerda e esse não
foi de bala de borracha. E quando o garoto tentava socorrê-lo foi também
agredido pela tropa de choque que pegaram seu tio das suas mãos e arrastaram-no
para um posto improvisado da PM onde foi providenciado o socorro. Ainda segundo
populares que ouvi no local, uma garota de doze anos, a Daiane Cristina Peres,
grávida de quatro meses, abortou após um susto com o estouro de uma bomba de
efeito moral que explodiu dentro de sua casa.
Com tudo isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados nós queremos questionar o
papel da polícia de choque, em eventos que resultem da ausência de políticas
sociais. Problemas sociais não podem continuar
sendo tratados neste Estado como caso de polícia. E muito menos por
parte desse tipo de polícia, tropa de choque, que é uma polícia violenta,
avessa ao diálogo e que trata cidadãos indefesos como se fossem criminosos,
amotinados, ocupantes de presídios.
Queremos deixar o nosso repúdio a essa prática contra os direitos da
pessoa humana e denunciar que esse comportamento repressor da tropa de choque
depõe não só contra os direitos da pessoa humana, não só contra esses direitos,
mas depõe contra a imagem da corporação. Queremos dizer aqui que existem
pessoas sérias na Polícia Militar. Mas a tropa de choque, ao nosso ver, tem sido
usada em ações inconseqüentes e inoportunas. É polícia de conflito, não é
polícia para tratar de questões sociais. Ainda na tarde de hoje oficiamos o Dr.
Marco Vinicio Petrelluzzi, Digníssimo Secretário da Segurança Pública do Estado
de São Paulo, pedindo-lhe que tome providências contra os excessos praticados pela polícia de choque, que no ato
de hoje está sendo comandada pelo Coronel Barros. Sua ação envergonha a
corporação e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Muitas pessoas têm desfilado por esse
microfone aqui dizendo que lugar de bandido é na cadeia, da mesma forma eu
queria dizer que lugar de polícia a é atras de bandido. Aliás os órgãos de
comunicação a rádio Jovem Pan tem feito campanha contra a violência, dizendo
que não tem polícia nas ruas para assegurar a integridade física do cidadão,
mas tem polícia para atuar contra a integridade física do cidadão. Eu tomei a
liberdade... (Segue Odila)
Tomei
a liberdade - aproveitando que agora
temos a TV Assembléia - para trazer alguns
artefatos para podermos mostrar, que apanhei no local desse conflito: bombas de
efeito moral, cartucho calibre 12
milímetros para efetuar arremesso de balas de borrachas contra cidadãos
que andam nas ruas, nos quintais das suas casas; cartuchos enormes que nem
sei - desconheço que tipo de arma
dispara isto no quintal e dentro das casas dos cidadãos. - S.Exa. exibe os
objetos.
Sr.
Presidente, aqui deixo o meu protesto
e, repito, vou oficiar agora mesmo ao Sr. Secretário da Segurança Pública do
Estado de São Paulo. É inadmissível que a tropa de choque continue sendo
mobilizada para reprimir cidadãos que
só estão nas ruas sem ter moradias,
porque neste Estado falta política
social, falta moradia para as pessoas;
falta emprego e oportunidade para que os cidadãos, para que o artigo 5º da
nossa Constituição seja cumprido na íntegra:
que todos tenham direito a uma vida digna. E a polícia não pode ser uma
polícia que agrida o cidadão, tem que ser uma polícia que proteja a integridade
física do cidadão.
Agradeço os minutos cedidos pelo nobre Deputado
Jilmar Tatto.
O
SR. MILTON FLÁVIO - PSDB
- PELO ART. 82 - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, dois assuntos nos interessam, particularmente nesses
minutos que encerram o Grande Expediente.
Primeiro,
ouvimos atentamente o pronunciamento do nobre Deputado Hamilton Pereira, que
tenta responsabilizar os incidentes acontecidos em Sorocaba à falta de uma
política habitacional do Governo de São Paulo. Queríamos apenas lembrar que
durante os primeiros quatro anos do Governo Mário Covas construímos aqui em São
Paulo 120 mil casas. Isso é mais do que
fizeram todos os Governadores de São Paulo ao longo da nossa história. E temos
uma proposta que se concretizará,
porque o PSDB cumpre quando assume um compromisso, de neste segundo
mandato fazermos 250 mil casas.
Na
verdade, tenho a impressão de que o Deputado reclama porque com a política
habitacional que temos desenvolvido acabaram os espaços para que aquela
política de mutirão do passado, das associações que, para conseguir as suas habitações, precisavam participar de
manifestações públicas, o que não acontece mais. Temos a absoluta
convicção de que o nosso Governo continuará trabalhando com a mesma
seriedade. Reitero que fizemos, durante o
primeiro mandato do Governo Mário Covas, mais casas do que fizeram todos
os Governadores de São Paulo, ao longo
da nossa história. Mas, quando pedimos a palavra não era para responder ao
Deputado Hamilton Pereira. Sr. Presidente, queremos aqui dizer que esperamos
que hoje o nosso Governador tenha a oportunidade de discutir com o Secretário
da Saúde, José da Silva Guedes, uma proposta que este Deputado vem
patrocinando, juntamente com o SindSaúde há muito tempo, de correção do projeto
da GEA, que nos foi encaminhado.
Faço esse esclarecimento porque ainda há pouco
tivemos a informação incorreta de que
essa emenda seria originária da Secretaria da Saúde, quando na verdade
essa proposta de correção partiu deste Deputado, com uma negociação que fizemos
com o SindSaúde.
Constatada
a necessidade de que o pessoal de nível universitário fosse também incluído no
projeto da GEA, fizemos gestões junto à Secretaria da Saúde e pedimos que
fizesse um estudo complementar, para que o Governador, havendo acordo e sendo
convencido da propriedade do nosso pedido, que pela necessidade de iniciativa
Executiva, fizesse ele próprio a correção, embora tivessémos já a unanimidade
na Comissão de Saúde e a concordância de todos os Deputados de que essa
proposta é adequada .
Na
Comissão de Saúde já tenhamos tomado a decisão de que, não vindo essa proposta do Governo, a Comissão de Saúde vai subscrever essa de Plenário.
Continuamos entendendo que existe sensibilidade do Governador, e parece-nos
ser sua iniciativa, já que foi ele quem encaminhou para esta Casa a proposta de GEA. Nós
entendemos que, conversando com o Secretário da Saúde, com o Secretário da Administração, Dr. Angarita, com o Dr. Celino e com o nosso Governador,
encontraremos o fórum e o cenário adequados, para que essa emenda chegue ainda
hoje nesta Casa, evitando que tenhamos de tomar uma iniciativa discutível do
ponto de vista constitucional. Temos certeza de que, em assim acontecendo,
estaremos contemplando, primeiro, o compromisso que temos com o SINDSAÚDE.
Segundo, vamos estar corrigindo uma distorção que pode provocar a necessidade
de um outro encaminhamento futuro do próprio Governo. E tenho a convicção de que, pela forma como tem sido conduzido
esse assunto na Comissão de Saúde, da maneira como nosso Governador a tem
entendido, teremos mais uma vez sucesso
nessa demanda e nessa gestão.
Obrigado.
O
SR. JILMAR TATTO - PT -
PELO ART. 82 - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, em nome da Bancada do PT, quero fazer um
protesto. Ainda há pouco o nobre
Deputado Hamilton Pereira subiu à tribuna e denunciou a forma como a Tropa de
Choque agiu na cidade de Sorocaba num
processo de reintegração de posse a pedido da Prefeitura. Mstrou inclusive, Sr.
Presidente, vários artefatos, como esta bolinha de borracha, que a Tropa de
Choque atira contra as pessoas, como este dispositivo de borracha e esta bomba
de gás lacrimogêneo de efeito moral. -S. Exa. exibe os objetos. Sabemos que a política do Sr.
Mário Covas e do Sr. Secretário de Segurança Pública não é
essa. A questão é que tem sido praxe
nas ações da Tropa de Choque, em se tratando de conflito social - e estamos
tratando aqui de conflitos sociais envolvendo pessoas que não têm casa - essas
expulsões de forma truculenta, sem diálogo, quando a Justiça dá reintegração de
posse aos proprietários. Ainda na
semana passada, tive desta tribuna a oportunidade de comentar a forma como a
Tropa de Choque atuou em frente à Câmara Municipal de São Paulo, quando do ato
público dos perueiros e condutores, já tendo sido acordado pelas lideranças
desses dois grupos uma ação pacífica, sem problemas. Tanto é que o pelotão de policiamento da região estava lá e não
havia problemas.
Simplesmente
a Tropa de Choque chegou, sem diálogo, sem avisar nada para ninguém, e começou
a atirar bomba de gás lacrimogêneo, inclusive em cima do caminhão de som, que
ainda foi removido. Ora, o caminhão de
som é um instrumento importante para o controle de qualquer movimento
social. E qualquer pessoa democrática e
que tem uma ação decente neste País sabe que ele é um instrumento importante
para controlar qualquer movimento. A
Tropa de Choque chegou e simplesmente começou a soltar bombas, agredindo não só
manifestantes, mas também jornalistas e cinegrafistas.
A
gente pede, então, Sr. Presidente, para que o Secretário Marco Petrelluzi e o
Governador sentem, conversem, chamem os comandantes da Tropa de Choque,
advertindo-os para parar com essa arrogância, porque não estão lidando com
bandidos. Se fosse com bandidos, a
gente até entendia, mas não é o caso.
Estão tratando com pessoas decentes deste País, que, infelizmente, fruto
dessa política econômica do Governo Federal, fruto dessa política econômica do
Governo Estadual, não têm emprego, não têm casa, não têm saúde. E ainda sofrem a ação de uma polícia
truculenta.
Semana
passada, o Líder do Governo veio aqui na frente, e lhe falei que a polícia do
Covas estava batendo em trabalhador. O
nobre Deputado Walter Feldman me retrucou, dizendo que já há um importante
trabalho de recuperação, de atendimento, para fazer com que a Polícia seja uma
polícia preparada. Acredito que isso
esteja acontecendo, mas há setores da Polícia Militar que ainda não entenderam
que, depois de 20 anos de ditadura, precisamos ter uma relação democrática.
E
relação democrática não precisamos ter só nesta Casa, não, entre os partidos e
as lideranças. Temos de ter uma relação
democrática com o movimento social, a polícia precisa ter uma relação
democrática com o movimento seja político, seja social, e isto a Tropa de
Choque não está fazendo, infelizmente, porque toda a sua atuação é dentro da
truculência. Isto não aceitamos e esperamos que o Governador comece a agir com
pulso firme. Espero que o Secretário de Segurança Pública, Dr. Petrelluzzi,
comece a agir de maneira firme, porque nós não brigamos, nós não lutamos. Está
aí, inclusive, a homenagem que fizemos a Dom Hélder Câmara pela sua
participação na redemocratização deste país, está aqui a história de Franco
Montoro pela redemocratização deste país. Não
lutamos durante vinte anos pela anistia para que um governo eleito pelo povo faça com que a sua polícia volte a
bater em trabalhadores e nas pessoas de bem que estão reivindicando um direito:
o direito de morar. Se a Justiça está tirando esse direito, não cabe ao
governo, não cabe à polícia tirá-los desta forma. Tem de haver diálogo, tem de
ter casa para todo mundo, tem de ter emprego para todo mundo. Melhor seria o
Governador se preocupar mais em oferecer emprego, casa e saúde. Com certeza essa truculência da
Polícia Militar, da Tropa de Choque, não iria acontecer. Enquanto não houver
isto, espero que a relação democrática da polícia se faça presente no movimento
social no Estado de São Paulo. É o mínimo que esperamos de um Estado com a
pujança de São Paulo.
O
SR. CÉSAR CALLEGARI - PSB
- PELO ARTIGO 82 - Sr.
Presidente, uso da palavra para chamar a atenção dos nossos companheiros
Deputados líderes partidários a respeito de uma decisão importante tomada ontem
na Assembléia Legislativa, quando da aprovação de um projeto de resolução que
cria o Programa de Cidadania, o Parlamento Jovem no âmbito da Assembléia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Na
realidade, foi uma reunião importante que a Mesa soube conduzir a partir de
indicações e proposituras formuladas pela Deputada Célia Leão, do PSDB, e por
este Deputado, a partir de dois
projetos de lei que tinham coincidências e tudo isto foi materializado
neste projeto, nessa lei interna da Assembléia criada ontem, como uma grande
novidade no país, aliás, um exemplo importante, já que teremos a partir do
final deste ano, provavelmente em novembro, a reunião de 94 jovens,
adolescentes de 11 a 15 anos vindos de todas as regiões do Estado de São Paulo,
aqui na Assembléia Legislativa, como deputados jovens, apresentando e debatendo
suas idéias, os seus projetos, os seus programas, enfim, representando suas
escolas nas diferentes regiões do Estado de São Paulo.
É
importante que se diga que esses deputados jovens serão filiados não a partidos
políticos tradicionais, mas queremos que os deputados jovens venham como representantes
do partido da Educação, do partido da Saúde, do partido da Natureza, do Partido
da Segurança Pública. Portanto, nós aqui da Assembléia Legislativa, com o
descortino da Presidência, da Mesa, estamos dando um passo inovador para formar
as novas gerações de dirigentes das questões públicas no país. Se quisermos de
fato mudar a fisionomia da política e dos políticos brasileiros é necessário
basicamente investir em Educação e esse programa da Assembléia Legislativa, o
Parlamento Jovem, tem exatamente esse sentido inovador de criar uma forma de
incentivar uma participação cada vez mais ativa do jovem, do adolescente, nas
questões públicas, nas questões maiores da nossa sociedade. Agora às 18 horas,
isto é importante, o Presidente Vanderlei Macris convocou reunião de bancadas para que possamos tomar
decisões, já que o tempo é escasso. Quer dizer, até 26 de novembro, quando esta
Assembléia estará sendo ocupada de uma maneira magnífica por jovens
parlamentares, precisamos tomar várias providências, entre elas a de notificar
as cerca de 12 mil escolas no nosso Estado, porque estamos falando de escolas
públicas e particulares, estamos falando de escolas estaduais e municipais
envolvendo uma população de quase cinco milhões de estudantes no Estado e esta
providência não demanda a mobilização de apenas dois, três ou quatro Deputados,
mas uma tarefa de todos Deputados, independente de partido, independente
daqueles que foram proponentes desse tipo de idéia, enfim é uma tarefa de
todos. Portanto, ao aproveitar o ensejo de comemorar a aprovação dessa
iniciativa importantíssima e inovadora em São Paulo que é o Parlamento Jovem,
conclamamos os líderes partidários para que indiquem os seus representantes
para essa reunião que vai acontecer no Salão Nobre da Presidência, às 18
horas, a fim de que tomemos as decisões
operacionais e comuniquemos o universo dos estabelecimentos de ensino para que tenham tempo hábil de participar
desse programa.
O
SR. WADIH HELÚ - PPB -
PELO ARTIGO 82 - Sr. Presidente,
ouvi a manifestação dos nossos colegas e não poderia me silenciar. Sou daqueles
que admiro a Polícia Militar do Estado de São Paulo de hoje, a Força Pública do
Estado de São Paulo de ontem e as milícias que foram formadas em 1830 pelo
então Governador do Estado Brigadeiro Tobias. São os 131 primeiros milicianos
que em 1830 constituíram a milícia do Estado que veio a ser a nossa Força
Pública do Estado.
A
nossa Polícia Militar de hoje como as de ontem tem tradição e história. Ela
serviu a São Paulo em todos os instantes.
Quem
pode negar a participação ativa daqueles que fizeram a Revolução de 1932 de São
Paulo contra o Governo Federal, a chamada Revolução Constitucionalista. Quando
ouço críticas à Tropa de Choque da Polícia Militar, é justo que se esclareça
que esses militares quando vão para cumprimento de uma missão o fazem para dar a uma decisão judicial. Quem
determinou a reintegração de posse de um imóvel, de propriedade de terceiros,
cuja propriedade é assegurada pela própria Constituição toda hora invocada, foi
o Judiciário. Estes senhores que lá estiveram apenas cumpriram o ordem de
reintegração de posse da propriedade que deveria ser entregue ao seu legítimo
dono. Deveria tirar de lá aqueles que invadiram de forma ilegal. Compreendemos
bem o problema social do Brasil e não vemos esta Casa apontar responsabilidade
àquele que é o seu causador maior: o Presidente da República.
A
sociedade passa, na verdade, miséria. Hoje não há mais pobreza, mas miséria,
mercê de um governo que está impondo miséria como norma social deste país.
Então não vamos atacar aqueles militares que cumprem ordem, que são obrigados a
exercer uma função e a exerce com probidade. Há reação de ambas as partes. Eles
são obrigados a agir dessa forma com aqueles que invadiram, de forma criminosa
- porque entendo a crise social - a propriedade de alguém. O direito de
propriedade é de todos nós, a Constituição assegura a toda a população
brasileira.
Queria
ver a reação desses parlamentares se esses chamados sem-terra, ou sem-casa
invadissem suas casas. Acredito que iriam abrir as portas, os quartos e alojar
todo esse pessoal e não chamariam a polícia, ao contrário, sairiam da casa para
que tivessem um alojamento melhor. Não pactuo com a miséria que hoje grassa em
nosso país. Não podemos responsabilizar o pelotão de Choque da Polícia Militar,
mas a nós mesmos por permanecermos
silentes, quando um governo faz deste Brasil um país que marcha para a
miserabilidade em todas as classes e setores. Vamos respeitar a Polícia Militar
do nosso Estado que estão acima de muitos governantes e de muitos secretários
da segurança e que se melhor não atendem à nossa população é porque estão
tolhidos em seu trabalho pelo próprio Secretário da Segurança, que atende às
determinações do atual Governador do Estado. Era o que queríamos registrar, Sr.
Presidente e Srs. Deputados.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Esgotado o tempo
destinado ao Grande Expediente, vamos passar à Ordem do Dia.
* *
*
-
Passa-se à
ORDEM
DO DIA
* *
*
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Proposições em
Regime de Urgência.
1-
Veto - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 38, de 1997,
(Autógrafo nº 23868), vetado parcialmente, apresentado pelo Sr. Governador,
instituindo Plano de Carreira, Vencimentos e Salários para os integrantes do
Quadro do Magistério da Secretaria da Educação. (Artigo 28, § 6º da
Constituição do Estado).
O
SR. ELÓI PIETÁ - PT - Sr. Presidente,
gostaria de esclarecer se não há sobre a mesa um pedido de inversão de pauta.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB -
Não há, nobre Deputado.
O
SR. ELÓI PIETÁ - PT - Sr. Presidente, pelo que foi acordado no
Colégio de Líderes, seria colocado como item 1º o item 2º- 'Veto, discussão e
votação do Projeto de Lei Complementar nº 1/99.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB -
Esta Presidência não foi informada deste acordo.
O
SR. SIDNEY BERALDO - PT - Em face disto, Sr. Presidente, peço a
suspensão de nossos trabalhos por um período de cinco minutos.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - É
regimental o pedido de Vossa Excelência.
Está suspensa a presente sessão
por cinco minutos.
* * *
- Suspensa
às 16 horas e 51 minutos,
* * *
a
sessão é reaberta às 16 horas e 56 minutos, sob a Presidência do Sr. Sidney
Beraldo.
* * *
- Passa-se
à
ORDEM DO
DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Sobre a mesa o
seguinte requerimento: "Nos termos do art. 169, inciso II, da IX
Consolidação do Regimento Interno, requeremos que a disposição dos itens da
Ordem do Dia seja modificado, com observância das seguintes preferências: o
item 1, para atual item 2, renumerando-se os demais." Assinado pelo nobre
Deputado Walter Feldman.
Em
votação.
O
SR. ELÓI PIETÁ - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar
a votação pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado Elói Pietá, para encaminhar a votação pelo PT, por 10 minutos.
O
SR. ELÓI PIETÁ - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, este
requerimento de inversão coloca como item 1º, da pauta de hoje, o veto que foi
aposto pelo Governador ao Projeto de Lei Complementar n° 1, de 99, do próprio
Governo, que cuida da obrigatoriedade do gozo da licença prêmio, não mais
permitindo o seu pagamento em dinheiro.
Este é
o item nº 2 da pauta. O Projeto de Lei Complementar nº 1, passa pela proposta a ser o item 1º, substituindo o veto
apresentado pelo projeto do Governador, que institui um plano de carreira,
vencimentos e salários para integrantes do quadro do magistério da Secretaria
da Educação. Por que a Bancada do PT e outras lideranças concordamos com a
mudança da Ordem do Dia? Em primeiro lugar, porque o item 1º, que institui o
plano de carreira e vencimentos para o magistério da Secretaria da Educação,
para os professores do Estado de São Paulo, é fundamental para que haja
uma possibilidade de melhoria na
carreira dos professores.
Houve
mais de uma emenda consensual, apresentada pela Assembléia Legislativa,
inclusive com concordância da liderança do Governo. O Governador vetou aquelas
emendas que tinham sido objeto de um consenso entre os deputados na legislatura
passada e o Governo, que é o mesmo. Sendo assim, esta questão é fundamental
para nós, porque não modificou o Governo, foi reeleito o Governador Mário
Covas, não modificou a Secretária da Educação, embora quiséssemos que fosse
modificada, embora todos nós e a comunidade escolar também a quiséssemos fora
do cargo, o Sr. Governador manteve. Houve uma continuidade de uma maioria
parlamentar do Sr. Governador na Assembléia Legislativa. Então, não há razão para
que o acordo feito entre os Srs. Deputados com a liderança do Governo - o mesmo
Governo que foi eleito - seja alterado de modo que a Assembléia aceitasse o
veto do Sr. Governador. Por isso é que aceitamos, como líder do PT, e
participamos do acordo entre as lideranças no sentido de que esse item
primeiro, que cuida do Plano de Carreira, vencimentos e salários dos
professores, não vá a voto na sessão de hoje, mas que vá a voto o Projeto de
lei Complementar n.º 1, veto que foi
colocado na questão que diz respeito ao gozo da licença prêmio e à sua
percepção em dinheiro. Então, nesse sentido é que estamos encaminhando,
favoravelmente, a mudança da Ordem do Dia. Consideramos que profissionais de
educação têm que participar da definição do Plano de Carreira. Por isso é que a
emenda assegurava uma paridade na comissão que iria definir as mudanças a serem
feitas no Plano de Carreira. Evidentemente isso foi consensuado entre os
líderes e aceito pelo Governo.
Acontece
que não foram feitas as mudanças no Plano de Carreira. Há uma comissão
funcionando sem a participação dos representantes dos professores e o Governo
que vetou esse acordo feito na Assembléia Legislativa não quer que isso
prossiga. Mas nós estamos aqui cobrando a coerência, além de que no mérito da
questão estamos colocando nossa posição favorável. Então, essa é uma inversão
que a Bancada do PT considera necessária para que haja um intenso debate aqui
na Assembléia Legislativa e para que se consiga aprovar aquilo que foi acertado
de tal maneira que os professores do Estado de São Paulo tenham uma
participação partidária na definição das mudanças a serem feitas na carreira do
Magistério. Sabemos que estamos em uma época em que o Governo central e o
Governo estadual estão jogando nas costas dos municípios as tarefas da Educação
Fundamental sem que o município que recebe além desses deveres seja beneficiado
para que possa assumir esse tipo de tarefa. Ao contrário, o que temos assistido
sistematicamente na Assembléia Legislativa é uma invasão do poder central sobre
as prerrogativas dos municípios. Sempre que se faz uma isenção aqui na
Assembléia Legislativa - está aqui no plenário o nobre Deputado Cesar Callegari
que, também, tem defendido enormemente essa questão - temos defendido a parte
dos municípios contra essa invasão do poder central que procura isentar
impostos onde o município tem participação sem que o município tenha direito à
sua parte ou sem que a educação tenha direito a seu percentual. Então, o
Governo do Sr. Mário Covas tem se caracterizado, junto com o Governo Fernando
Henrique Cardoso, na mesma linha de atropelar o pacto federativo de tal
maneira que a União atropela os Estados
através das medidas provisórias e das determinações que faz, como fez na reforma
da previdência em que determina aos Estados o que devem fazer na reforma dos
seus sistemas previdenciários. O Estado também atropela os municípios, e isso tem sido feito
sistematicamente pelo governador. Nesse caso aqui, quem está sendo atropelado é
a categoria de professores que luta incessantemente por uma participação nas
definições da Educação no Estado de São Paulo e quando consegue uma vitória,
que foi essa do ano passado, vem o governador e veta, impedindo a participação
de todos os professores na definição do plano de carreira. Temos também
assistido aqui na Assembléia Legislativa uma série de projetos do governador
que terminam querendo atropelar a própria Assembléia, isto é, não querem dar a
oportunidade, e temos que defender
intensamente essa prerrogativa da Assembléia de ela fazer as mudanças
necessárias nos projetos do governo ou
querendo evitar o próprio debate aqui na Assembléia Legislativa. Temos
defendido essa prerrogativa porque é uma prerrogativa democrática, e no caso a
Assembléia foi mais democrática ao acolher as reivindicações dos professores, e
o governo que naquele momento disse que aceitaria também, voltou atrás e está
agora trazendo à Assembléia Legislativa a apreciação do veto que fez ao acordo
que havia sido feito com o próprio governo
dando a oportunidade da participação
dos professores na definição das mudanças na carreira do magistério.
É por
isso então e por outras razões e em face da impossibilidade de votação hoje do
veto ao Projeto de lei Complementar nº 1, que cuida da licença prêmio, é que a bancada do PT é
favorável à inversão da pauta de tal
maneira que o item 2 seja colocado em primeiro lugar, como pede o requerimento,
e o item 1º, que trata da carreira do magistério fica, então, como segundo
ponto de discussão na Ordem do Dia.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, para encaminhar pelo PTB.
O
SR. PRESIDENTE - SIDNEY BERALDO - PSDB - Tem a palavra o
nobre Deputado Campos Machado para encaminhar pelo PTB, pelo tempo regimental
de 10 minutos.
O
SR. CAMPOS MACHADO - PTB
- SEM REVISÃO DO ORADOR- Nobre
Deputado Sidney Beraldo, ora ocupando a Presidência desta Casa, Srs. Deputados
e nobre Deputado Wadih Helú, orgulho e honra desta Casa, Deputado Pedro Tobias,
esta manhã acordei trazendo aos olhos um provérbio italiano que diz: "
Toda manhã na África, acorda uma gazela. E ela sabe que vai ter que ser mais
rápida do que o leão para que não possa ser comida por ele." Toda manhã, na África, acorda um leão que sabe
que tem que ser mais rápido do que a gazela porque senão morre de fome. Com
esse pensamento cheguei a esta Casa, achando que também tinha que ser o mais
rápido porque estamos com um projeto aqui que diz respeito à licença prêmio e
que o governo, por equívoco, vetou uma emenda apresentada nesta Casa que assegura direitos adquiridos a todo
funcionário referentemente ao gozo da licença prêmio, e que se estende a todos
os funcionários que vão completar o prazo em 31 de dezembro.
Fiquei
indagando, Deputado Pedro Tobias, fiquei refletindo, fiquei meditando, esta
Assembléia não definir essa questão. Esta
Assembléia não vai votar este caso não. Esta Assembléia não vai derrubar este
veto não. E a angústia que se apoderou de todo o funcionário, que já assegurou
o seu direito, ou que vai ter o seu direito até 31 de dezembro? Se não
rejeitarmos este veto, esses funcionários, que já têm o direito adquirido, vão
perder os seus sonhos, vão deixar de lado os seus horizontes, e aqueles que vão
adquirir o seu direito em 31 de dezembro, Deputado Milton Flávio?
E o
governo já acena, já acena com a possibilidade desse veto cair. O que não
entendo é que esta Casa está a 120 dias sem entrar no mérito desse veto. Quem é
que vai explicar, Deputado Pedro Tobias,
a esses funcionários que já têm o seu direito adquirido, quem é que vai
explicar que ele não tem mais? Que num passe de mágica ele perdeu o seu
direito? Quem é que vai explicar a esses mesmos funcionários, que vão
completar, Deputado Pedro Mori, o seu
direito em 31 de dezembro futuro?
Pergunto:
se votarmos esse projeto, derrubando o veto, o ano que vem tem validade? Ora
Srs. Deputados, é necessário que sejamos mais rápidos do que a gazela, mais
ágeis do que o leão, para que possamos dar uma satisfação não só aos
funcionários não, a nossa consciência. O que se trava aqui, é um jogo de braço.
É uma queda de braço. Só derrubamos aquele veto se derrubarmos o outro. Ora Deputado Milton Flávio, essa
queda de braço atende aos reclamos dos funcionários? Atende aos reclamos do
direito? Atende, Srs. Parlamentares, aos reclamos das justiça? Não. O que
fazemos aqui é o seguinte: Eu só concordo com a derrubada do veto se o outro
veto também for derrubado.
* * *
- Assume a Presidência a Sra.
Maria do Carmo Piunti .
* * *
Ora, o
governo já está acenando, vai entrar com uma ADI, para ajuizar junto ao
Supremo, e vamos ficar aqui á mercê de quê? Por isso iniciei esse pequeno pronunciamento, Deputado Pedro
Tobias, trazendo esse provérbio italiano, mas que se aplica bem. Nós parecemos
as gazelas, vamos ser trucidados pelos leões, da injustiça, se não agirmos
rápidos. É isso o que quero aqui. Por esse motivo, Deputado Pedro Tobias, é que venho a essa tribuna. Venho à tribuna
para fazer um apelo aos Srs. Deputados. Temos um compromisso. Temos a
responsabilidade. Ora, se temos esta responsabilidade, por que dela fugir? Parece-me
que essa música já ouvi e não gostei. Essa música vai ser entoada o resto do
ano. Este plenário vai viver sob os acórdãos desta música, sob o tambor da
passividade, Deputado Milton Flávio, não verifico a vontade manifesta desta
Casa de efetivamente fazer justiça e não me venham com ilações não, aquelas
ilações que dizem, eu só voto essa, se aquela for votada. Ora, Srs. Deputados,
nós temos um caminho e o caminho é fácil de ser seguido, ora se temos uma
decisão do governo que já avisa, já noticia, já notifica, que vai ao Supremo
Tribunal Federal, em relação a outra emenda, mas nós ficamos aqui amarrando,
criando amarras uma a outra, de maneira que não se vota nenhuma. E quem é que
vai ser convidado para dar explicações a ex-funcionários, que não vão poder
usufruir o seu direito adquirido? Que comissão vai ser formada nesta Casa, partidária ou suprapartidária? Quem é que
vai explicar a funcionários que vão completar ou que deveriam completar cinco anos em 29 de dezembro deste ano? Quem
vai explicar que ele não tem mais direito? Que deputado vai ter essa ousadia, o
Presidente, a Mesa, os líderes? Não vai
haver explicação nenhuma. Portanto, nobres
Deputados Pedro Mori e Pedro Tobias, esta efetivamente é a minha
preocupação, refleti, meditei como se fosse um monge budista hoje pela manhã.
Meditei profundamente para ver se encontrava uma explicação que me
satisfizesse. Nenhuma explicação foi dada a mim, não encontrei, só encontrei
razões maiores para que viesse aqui e defendesse a rápida derrubada do veto dessa
emenda. Hoje, 31 de agosto, tem 7 de setembro, chega o orçamento e vamos votar
quando?
E o
silêncio é o pior dos males, nobre Deputado Pedro Tobias, nós deveríamos
protestar, por que silenciar?
Deveríamos protestar, transformar os homens em covardes, temos que
protestar e protestar como? Pedir que a
Assembléia assuma o seu papel, pedir que a Assembléia venha aqui e vote.
Barganhas em supermercado, lá é que se barganha, "eu voto uma, você vota
aquela", aqui não. Aqui se vota ou não se vota. Agora, essa história de
que eu só posso votar aquela se votar
essa, me lembra a história de minha pequenina cidade de Cerqueira César, Deputado Pedro Tobias, lá
reina a simplicidade. Infelizmente,
nobre Deputado Nabi Chedid, não terei
condições de esculpir aqui a minha Cerqueira César, mas voltarei, novamente,
nobre Deputado Milton Flávio, para pintar em cores vivas a minha pequena
cidade, de maneira que retratando a minha cidade pequena eu possa, quem sabe,
adentrar os corações dos deputados, de maneira que possamos reparar essa
cristalina injustiça que hoje se comete contra funcionários, que nada mais
querem do que justiça.
Era o
que tínhamos a dizer, Sr. Presidente e Srs. Deputados.
O SR. CESAR
CALLEGARI - PSB - Sr.
Presidente, para encaminhar em nome da Bancada do PSB.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Tem a palavra, para encaminhar em nome da Bancada do PSB, o nobre
Deputado César Callegari.
O SR. CESAR
CALLEGARI - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
público que acompanha os nossos trabalhos,
estamos diante da proposta de inversão de pauta, em relação às
proposições em regime de urgência, passando o item 1º para item 2º, como prioridade de análise aqui do
plenário. E nos sentimos muito à
vontade em debater esta questão porque, tanto em relação a um caso como a
outro, o PSB e eu mesmo tivemos uma participação bastante ativa, oferecendo
propostas, oferecendo emendas e debatendo com setores da sociedade em relação a
esses dois projetos.
Em
primeiro lugar, é um projeto que visa a reforma do Plano de Carreiras e
vencimento de salários da Educação e devemos
resgatar uma consideração muito importante: o Projeto Plano de Carreiras
era um dos primeiros compromissos, aliás um compromisso de primeiros dias do
primeiro mandato do Governador de São Paulo Mário Covas.
Lembro-me
perfeitamente bem que num dos atos de posse a Secretária de Educação convocou
as entidades representativas do magistério dizendo que, com a participação
dessas entidades representantivas de todo o magistério de São Paulo - e estamos
falando em mais de 240 mil professores, educadores, supervisores, diretores de
escola e tudo mais - esses homens, mulheres e suas entidades estariam sendo
convocados pela Secretária Estadual de Educação para que pudesse apresentar, de
uma maneira discutível e democrática, o novo Plano de Carreiras, incorporando
várias e antigas reivindicações extremamente justas do magistério em São Paulo.
É
importante que se diga que esse Projeto de lei complementar nº 1, de 1999, relativo ao Autógrafo 24.335, acabou sendo
apresentado para discussão dos deputados estaduais no apagar das luzes do ano
letivo. No final do ano, quando a Assembléia Legislativa se preparava para
encerrar seus trabalhos e, no final do ano letivo, quando muitos professores
acabavam tendo suas ocupações relacionadas ao encerramento do ano letivo para
tirarem suas merecidas férias depois de uma jornada extremamente exaustiva. Eis
que, encima da hora, com prazo extremamente reduzido, o Governo de São Paulo e
a Secretária Estadual de Educação remetem para cá um plano controverso, cheio
de problemas, que foi objeto de apresentação de centenas de emendas por parte
dos deputados. E essas emendas foram, de uma maneira muito rápida, discutidas o
quanto pudemos aqui, nesta Assembléia, e acolhidas após intensa participação,
após intenso debate com os
representantes do governo nesta Assembléia Legislativa.
O
magistério, em relação a esse Plano de Carreiras, pouco tem a comemorar, porque
várias de suas lutas e direitos vieram de uma maneira definitiva, a partir da
aprovação dessa lei, simplesmente a desaparecer, significando para muitos
profissionais da educação, da ativa e também dos inativos, o comprometimento, não de vantagens, mas de
conquistas importantes que foram cevadas ao longo de décadas e décadas de
militância profissional dentro das escolas. Hoje o plano de carreiras, embora
alguns avanços tenham sido conquistados, como por exemplo...
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB
- Sr. Presidente, solicito
uma verificação de presença.
A
SRA. PRESIDENTE MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - É regimental o pedido de vossa excelência.
Convido os nobres Deputados Nabi Chedid e Carlos Sampaio para
secretariarem na verificação de presença requerida pelo nobre Deputado Roque Barbiere.
* * *
- É iniciada a chamada.
* * *
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - A Presidência agradece aos
nobres Deputados Nabi Chedid e Carlos Sampaio, pois constata quorum regimental,
e devolve a palavra ao nobre Deputado Cesar Callegari. .
O
SR. CESAR CALLEGARI - PSB - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, continuando, apenas quero terminar minhas
considerações a respeito da lei que instituiu o Plano de Carreira em São
Paulo O que mais uma vez que temos com
esse veto é uma extrema frustração do trabalho parlamentar, e aqui faço questão
de enfatizar porque foi um trabalho de construção desse projeto oferecendo
emendas, negociando essas emendas exaustivamente, procurando convencer as entidades do magistério a aceitarem aquilo que muitas vezes
elas talvez nem pudessem aceitar. Mas
sempre na perspectiva de que aquilo que fosse acordado, tratado pelos Deputados,
inclusive aqueles que representam o Governador aqui na Assembléia Legislativa
,fosse simplesmente uma coisa tranqüila e que o projeto de lei votado pela
Assembléia Legislativa fosse tranqüilamente referendado pelo Sr. Governador.
Mais uma vez o que verificamos é que tudo isso não passou quase que de um
engodo , porque participamos de um processo de engodo em relação à expectativa
da opinião pública, porque veio o veto, e veto em matéria extremamente
importante e tudo isso, que se afaste aqui, de maneira completa a idéia de que se está privilegiando
professor e funcionário público. De jeito nenhum; estamos aqui numa tentativa
de defender condições elementares para que profissionais do ensino, em São
Paulo, possam exercer as suas funções com o mínimo de dignidade e de condições
de retribuição básica em relação ao
exercício do seu trabalho.
O
outro projeto de lei aqui considerado, diz respeito ao Projeto de Lei
Complementar nº 1, de 1999, que foi vetado parcialmente. Projeto esse
apresentado pelo Governador, dispondo sobre o gozo de licença prêmio no âmbito
da administração pública direta e
indireta e outros poderes do Estado.
Sr.
Presidente, este Deputado - vou aqui direto ao ponto que me toca - apresentou uma emenda nº 11. Essa emenda,
que foi aprovada pelos Deputados e posteriormente vetada pelo Governador, diz: "A atribuição de licença prêmio
poderá ser negada ou obstado o seu gozo, a qualquer tempo, em caso de absoluta necessidade de serviço, devidamente
justificada, sem prejuízo do direito adquirido pelo seu titular. O que quisemos
defender quando propusemos essa medida.
Em
primeiro lugar, é necessário mais uma vez, embora vamos cansando até as pessoas ao falar tanto nisso, falarmos de
servidores públicos, porque estamos falando de homens, mulheres, profissionais
nos mais diferentes campos de atividade que realizam serviços públicos
essenciais à população. Estamos falando de médicos, de professoras e
professores, de atendentes de enfermagem, de policiais civis e militares, de
promotores de justiça e promotores públicos no Estado de São Paulo. Homens e
mulheres que, no quadro de globalização neoliberal e tudo mais, são os poucos
que realizam trabalhos fundamentais à população, principalmente à população
pobre, que não pode pagar plano de saúde de instituições privadas, que não
podem contratar a segurança privada, que não podem matricular os seus filhos
numa escola particular, que não podem, muitas vezes pagar advogados e precisam
do promotor de justiça. Estamos falando, portanto, de profissionais abnegados,
que têm um contrato de trabalho com o Estado, que freqüentemente recebem uma
remuneração menor do que a que paga o mercado da área privada. E, nesse caso, a
licença prêmio, porque sei que há
amplos setores O Governo de São Paulo
quer passar uma idéia de que o servidor público é um sujeito que fica lixando
unha, que não trabalha, que apenas absorve o duro resultado das contribuições
feitas pela população, através do seu imposto, e que não devolve nada à
sociedade. Isso não é verdade! A verdade é que desses é que depende a
população, principalmente a mais desassistida e mais pobre que precisa do
Estado como última possibilidade da prestação de serviços públicos essenciais.
E, neste caso específico da emenda nº 11, de autoria deste Deputado, propusemos
apenas e tão somente o reconhecimento de que há muitas funções no Estado de São
Paulo e que o servidor público tem direito a licença prêmio depois de uma
dedicação de não faltar, de ser assíduo e competente. É importante dizer que há
prêmios também na iniciativa privada, como há licença prêmio no serviço
público, esse profissional que, muitas vezes,
dentro de uma política que é essa colocada em prática, do Governador
Mário Covas, de dispensar muitos profissionais essenciais, muitas vezes não
pode se ausentar de suas funções, porque não há substituto.
Fico
verificando se um Promotor de
Justiça de uma determinada comarca, que
é o único homem capaz de promover a justiça para a população humilde, pode
passar três meses sem ser substituído. Quem fará a justiça? E o médico de um
hospital de uma cidade pequena, de um bairro pequeno? No momento que esse
servidor público é convocado para
continuar trabalhando, porque não pode se ausentar, seria justo que ele
perdesse um direito, um direito que faz parte do contrato de trabalho desse
homem? Não é
justo. Portanto, Sra. Presidente, Srs.
Deputados, fazemos questão de dizer que a Emenda nº 11, que é objeto talvez
central a respeito desse Item 2 da pauta, é uma emenda positiva para o usuário
do serviço público, que é a população. Vamos aqui continuar a defendê-la, e
temos a impressão de que ela ganha a simpatia de setores importantes das
bancadas, inclusive das bancadas do Governo.
Obrigado.
O
SR. JAMIL MURAD - PC DO B - Sra. Presidente, peço a palavra para
encaminhar a votação pelo PC do B.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA PRANDI - PT - O pedido de V.
Exa. é regimental, mas o nobre Deputado Milton Flávio havia pedido a palavra
anteriormente. Passamos, neste momento, portanto, a palavra para o nobre
Deputado Milton Flávio, para encaminhar a votação pelo PSDB, por 10 minutos, e
V. Exa. falará em seguida.
O
SR. JAMIL MURAD - PC DO B - Já que o ilustre Deputado Milton Flávio vai à
tribuna, gostaria que S. Exa. justificasse se tirar a licença prêmio resolve o
problema da economia do Estado.
O
SR. MILTON FLÁVIO - PSDB
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, nobres Deputados, eu poderia
começar meu pronunciamento, perguntando ao nobre Deputado Jamil Murad se o
pagamento em pecúlio do descanso da licença-prêmio, que foi uma conquista de
trabalhador, resolve o problema para o qual ele foi criado.
É
exatamente esta a nossa preocupação.
Falo agora com toda a tranqüilidade sobre esse tema, porque entendemos
que com relação ao projeto anterior, a inversão de pauta se faz necessária,
primeiro porque tivemos a oportunidade de, derrubando o veto da maneira como
foi inicialmente combinada no Colégio de Líderes, portanto garantindo aos
servidores que tenham o direito de gozo de sua licença garantido até o final do
ano, poderemos dar a eles a tranqüilidade e a orientação que se faz necessária.
Entendemos, em segundo lugar, que esse projeto foi objeto de discussões
candentes nesta Casa. Aliás, foi um
projeto que começou a acompanhar os Srs. Deputados na legislatura anterior. Esta Casa se debruçou sobre esse projeto
durante todo esse período, e tivemos muita tranqüilidade ao discutir o problema
da licença-prêmio. Entendemos - e falo mais uma vez como médico - que a
licença-prêmio foi criada como uma forma de dar ao trabalhador um descanso
complementar que lhe permitisse na sua instituição, primeiro, o repouso
necessário e, segundo, a eventual requalificação, o que é muito utilizado em
países de Primeiro Mundo. Em função da
deterioração progressiva dos salários em nosso País, o trabalhador brasileiro
vem trocando progressivamente benefícios que foram conquistados e adquiridos
para sua saúde por salário. E o que nos
surpreende é que deputados que deveriam aqui defender essas conquistas,
garantir esses direitos, vêm, ao contrário, Deputado Newton Brandão, médico, como
eu, justificar a troca de uma conquista da saúde do trabalhador por um salário,
como se isso fosse suficiente para devolver ao trabalhador a saúde que ele
perdeu.
E o
que me surpreende, e é exatamente essa pergunta que faço, e espero que ele me
responda da tribuna, o Deputado Jamil Murad, médico respeitado, conceituado,
bem informado, se entende que se pode comprar com um salário a saúde do
trabalhador. É exatamente essa
discussão que se deve fazer. Temos vindo a esta tribuna para tentar diferenciar
sempre as conquistas no campo salarial, as conquistas no campo da legislação,
das conquistas que a duras penas o trabalhador brasileiro conseguiu no campo da
saúde. E me sentiria constrangido - não
como deputado, mas como professor de medicina - de vir aqui defender que se
possa pagar o trabalhador pela saúde que não se lhe garante.
E
sempre virei aqui, com muita tranqüilidade, dizer que pobre do País que tem que
pagar seu trabalhador para sobreviver nestas condições. O argumento que me
dizem é o seguinte: "mas ele ganha
pouco". E porque ganha pouco nós médicos vamos aceitar que o trabalhador
perca essa conquista, deixe de poder usufruir, trocando esta conquista
necessária? Porque foi esta a justificativa que tivemos na constituição deste
prêmio por um salário, apenas e tão somente porque entendemos que este salário
está aviltado. Então quero mais uma vez dizer, Deputado Jamil Murad, que
efetivamente não seria assim se o nosso País corrigisse as suas diferenças,
corrigisse suas dificuldades, ultrapassasse nossas divergências apenas e tão
somente com a solução da licença-prêmio. Mas vou ficar aqui muito à vontade
para dizer que temos obrigação - particularmente nós, médicos, pessoas
comprometidas com a saúde do trabalhador - não podemos trocar esse benefício ou
benefícios desta natureza em função de uma eventual correção ou uma
complementação salarial que entendemos necessária.
Tenho a mesma dificuldade em aceitar que o trabalhador brasileiro, que
tem o direito de usufruir ao final de um ano de trabalho de 30 dias de férias,
que também ele tenha que trocar 1/3 das
suas férias por salário, a pretexto de complementação salarial ou até de lhe
garantir um eventual recurso financeiro para ele poder usufruir de suas férias.
Não sou daqueles que vão continuar justificando; posso até entender, posso até
aceitar, mas eu como médico, Deputado, vou continuar defendendo o benefício na
sua integralidade e tenho a certeza de que V.Exa., tanto como eu, ficará muito
feliz quando o trabalhador paulista, o trabalhador brasileiro puder com muito
orgulho dizer: "vou usufruir sim da minha licença prêmio; vou usufruir sim
dos trinta dias de férias a que tenho direito. Não vou vender a minha saúde.
Não vou vender o meu descanso semanal." Mas também entendo que esse projeto
corrige distorções que são inaceitáveis. Temos que - e pretendo me
estender aqui sobre isto - falar sobre
várias categorias que têm férias acima daquilo que o trabalhador comum tem.
Trabalhadores que em função do regime do seu trabalho, da forma como
desempenham a sua função do seu regime de trabalho, da forma como desempenham
sua função, têm durante o ano trinta, sessenta dias de férias, não de férias
regulamentadas, não de férias regulares, mas são condições de trabalho que lhe
permitem durante longos períodos do ano exercitar um descanso remunerado e
depois, além das férias que não são pessoais, mas são coletivas, são férias da
sua corporação e ainda se sentem com o direito de usufruir os dias de férias a que todo trabalhador
brasileiro tem direito. E não é por acaso
que esse sim, o trabalhador, se sente com todas as condições de trocar a sua
licença prêmio por dinheiro, até porque necessariamente , ele não sente a falta
e não sente a necessidade como os
demais trabalhadores de exercitar, usufruir dessa licença.
Seja
como for, nobre Deputado, o que queremos agora, é que aprovado o projeto, e tendo o colégio de líderes combinado, todos
sabemos que neste momento e nesta hora um dos vetos poderia e deveria inclusive
ser derrubado, por conta do reconhecimento do Governo de que alguns
trabalhadores tinham adquirido um direito que não seria justo que nesse momento
que lhes fosse subtraído desse direito, que em função da possibilidade de
conferir aos chefes de determinadas seções, dos chefes de serviço que eles
viram quando, onde e para quem esse benefício poderia ser atribuído, em função
disso penalizemos o conjunto de trabalhadores, até porque se não for mantido o segundo veto, o veto
que permite, a pretexto da justificativa de trabalho, que a licença prêmio seja
concedida é melhor que não aprove esse projeto, porque nenhum chefe conseguirá
impor ao seu subordinado o gozo da licença prêmio.
O que
estamos cobrando hoje é que seja derrubado o veto, que todos sabemos há a predisposição do governo para
aceitar. Que aceitemos o veto, que
inviabiliza a execução do projeto e o governo avisou, de antemão, que se
derrubar, obrigará o governo a avançar e do ponto de vista judicial, o que
seguramente obstará o benefício que poderá ser estendido àqueles que, hoje, nos interessa atender. Portanto, fico com o
nobre Deputado Campos Machado, tendo a
certeza de que a Assembléia Legislativa, finalmente, hoje, vai cumprir com sua
obrigação, dando aos trabalhadores um norte, um rumo e garantindo àqueles que
ainda esperam por essa decisão a certeza de que poderão usufruir o direito que
com muito trabalho conquistaram.
O
SR. JAMIL MURAD - PC DO B
- Sr. Presidente, peço a palavra para falar em nome da Bancada do
PC DO B.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad para encaminhar em nome da
Bancada do PC DO B.
O
SR. JAMIL MURAD - PC DO B
- SEM REVISÃO - Sr. Presidente,
Srs. Deputados, infelizmente, instalou Brasil uma filosofia de governo que
procura, em torno de uma idéia falsa de incluir o Brasil no Primeiro Mundo. Em
torno dessa idéia procurou agredir e eliminar todo o papel do Estado e do Poder Público, principalmente, na
economia.
Divulgou
com o dinheiro público o preconceito, a
calúnia irracional e absurda contra tudo que era nacional, de caráter público e
estatal.
Fez
uma campanha nunca antes vista, a não ser no tempo do Hitler, na Alemanha, que
procurava impingir todos os problemas do Brasil sobre os servidores públicos
por causa dos servidores públicos. Tudo de mal que acontecia na sociedade
brasileira era devido aos servidores públicos e os Srs. Deputados, ao lado
disso, procurou abrir a economia para importação indiscriminada, para entrada
do chamado capital financeiro, estilo frequentador de motel, entra à noite e
sai de manhãzinha.
Srs.
Deputados, temos um Brasil endividado. Entre a dívida interna e externa o valor
passa de 500 bilhões de dólares.
O
Brasil desnacionalizou a sua economia, empobreceu enquanto nação, porque era
detentor de 30% da economia na mão do Estado e depois se desfez, de maneira
criminosa, de patrimônio público como a Vale do Rio Doce, como a
Telecomunicação e na semana passada, 100 mil
brasileiros representando um milhão e 300 mil brasileiros foram a
Brasília, levando assinatura e RG de um milhão e 300 mil brasileiros. Foram os
poucos que tiveram a chance de colocar sua assinatura, porque se dessem
oportunidade, mais de cem milhões brasileiros estariam pedindo a CPI das
telecomunicações, que protocolizamos junto ao Presidente da Câmara Federal, em Brasília.
O que
queremos? Queremos, Srs. Deputados, não a retirada de uma licença-prêmio, como
se isso fosse a salvação da lavoura, não a aprovação do Projeto da Previdência
do Governo do Estado, que sangra cruelmente. Todos os servidores do Estado,
inclusive os aposentados, têm de arcar com aumentos de remédios, da luz, do
aluguel, do gás, da água. A vida está ficando mais difícil para o povo
brasileiro e para o servidor público. Há cinco anos não há reajustes e o
Governo insiste em fazer projetos, em vetar projetos aqui aprovados, como esse
da licença-prêmio.
O
Governo insiste no rumo de alimentar os banqueiros, os parasitas nacionais e
internacionais. Insiste em subsidiar um dos maiores complexos industriais do
mundo, que é a Ford. Aos magnatas ele dá tudo, tudo é possível. Até mesmo a
CPMF de 0,38% aos banqueiros internacionais determinou que seja paga uma só
vez, enquanto que o assalariado, o empresário nacional e o agricultor têm de
pagar em toda e qualquer movimentação de dinheiro.
Srs.
Deputados, esta situação está mudando. Mais de cem mil brasileiros na praça
pública de Brasília. Há alguns metros dali o Presidente Fernando Henrique
Cardoso estava solitário, isolado. Até seus amigos correram dele e se
apressaram em declarar que não estão com o Presidente, que é necessário
mudar-se a economia, que não é possível manter-se este governo que escraviza o
povo brasileiro, que empurra o Brasil para a dependência e para uma
neocolonização. Srs. Deputados, na véspera da Marcha dos Cem Mil os
agricultores saíram de Brasília mas deram seu grito de guerra, incendiando um
trator que lá ficou, fumegando, para dizer "estamos saindo para deixar
entrar o pessoal que está desempregado, com salário baixo, sem saúde, os
aposentados que aqui vêm protestar."
Vejam,
Srs. Deputados, setores que antes apoiavam o Governo agora deixam a praça
pública com um trator fumegando, para apresentar um recado ao Presidente
Fernando Henrique: "Vamos voltar! Não estamos abandonando nossa
luta." A produção, no Brasil, não pode ser marginalizada, assim como os
desempregados, os que têm salários de fome não podem viver em sua pátria como
mendigos e miseráveis. Um pouco antes, nobre Deputado Paulo Teixeira, os
proprietários de caminhões, donos de transportadoras e outros, fecharam a
rodovia por uma semana. Há aqueles qe viajam dia e noite, que pela profissão
que exercem mal podem ver sua mulher e filhos. E a política de privatização das
estradas levou a um aumento de pedágio, de cobrança de todo tipo, aumento de
combustíveis, que está inviabilizando a política econômica deles. Depois da marcha dos 100 mil nada será como
antes. Os caminhoneiros não ficarão sozinhos, os agricultores não ficarão
sozinhos, nenhum setor da sociedade que se levantar contra este Governo vai
ficar isolado. Terão a simpatia, o apoio e a participação de amplos setores da
nossa sociedade. O que pudermos fazer
para encurtar a vida deste Governo no Palácio do Planalto e ajudar o Brasil a
se livrar desse inimigo que, em nome do FMI, sacrifica o povo, nós o faremos. É
hora de manter unidade, é hora de ampliar a unidade do povo, é hora de fincar a
trincheira do lado de lá, com os seus banqueiros, com as suas multinacionais e
o povo brasileiro, os produtores, os assalariados, os desempregados do lado de
cá. Desta união haverá de sair um novo rumo para o Brasil, um rumo de
desenvolvimento e de progresso, uma união em torno da defesa do Brasil, da
democracia e do trabalho. Por isso vamos derrubar os vetos para manter os
direitos dos servidores públicos,
porque o seu sacrifício de nada vai ajudar a sociedade de São Paulo e o povo
brasileiro.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Em votação o requerimento de inversão de pauta assinado pelo nobre
Deputado Walter Feldman. Os Srs. Deputados que forem favoráveis, queiram permanecer
como se encontram.
(
Pausa.) Aprovado.
O
SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sra. Presidente, solicito uma verificação de
votação.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação
de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis
deverão registrar o seu voto como "sim", os que forem contrários
deverão registrar o seu voto como "não".
* * *
- É
feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.
* * *
Participaram
do processo de votação 76 Srs. Deputados; 74 Srs. Deputados votaram
"sim", um Sr. Deputado votou "não", e esta Deputada no
exercício da Presidência, resultado que
aprova o requerimento de inversão de pauta.
O
SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - Sra.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta
Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por dois minutos em função do acordo
já existente entre as lideranças.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Tendo havido acordo entre as
lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado e suspende a
sessão por dois minutos.
Está
suspensa a sessão.
* *
*
- Suspensa
às 18 horas e oito minutos,
|
* * *
- a
sessão é reaberta às 18 horas e 15 minutos, sob a Presidência da Sra. Maria do
Carmo Piunti.
* * *
O
SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - Sra. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em
plenário, solicito o levantamento da sessão.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA DO CARMO PIUNTI - PSDB - Havendo acordo entre as lideranças esta Presidência vai levantar a
sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje,
aditada do Projeto de lei nº 16/99, lembrando V.Exas. de sessão extraordinária
a realizar-se sessenta minutos após o
término da presente sessão.
Está
encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se
a sessão às 18 horas e 16 minutos.
* * *