18 DE AGOSTO DE 2010

095ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: RUI FALCÃO, CARLOS GIANNAZI, CARLOS NEDER, HAMILTON PEREIRA e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - RUI FALCÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a visita de alunos da Escola Estadual "Lourenço Castanho", acompanhados das professoras Patrícia Pereira e Camila Flessatti; e de estudantes do curso de Direito da PUC, com a professora Daniela Campos Liborio di Sarno.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Lembra as dificuldades enfrentadas pelos funcionários do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Diz acreditar em uma resolução para o problema caso o Executivo libere a verba requisitada pelo Judiciário. Ressalta a importância de audiência pública a ser realizada dia 24 de agosto, no auditório Franco Montoro, para discutir os rumos da TV Cultura.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

004 - RUI FALCÃO

Critica atitudes do novo presidente da TV Cultura, João Sayad. Defende o aumento das verbas concedidas pelo Poder Executivo ao Judiciário. Destaca o recorde de arrecadação tributária alcançado pelo Governo Federal, fruto, segundo o Deputado, do crescimento da economia nacional.

 

005 - CARLOS NEDER

Tece críticas à falta de publicidade dada às atividades parlamentares nesse período eleitoral. Comenta o programa "Por Dentro da Política", da TV Assembléia. Questiona o fato de não poder gravar o referido programa. Faz apelo à Presidência e Lideranças sobre o assunto.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Recorda os problemas enfrentados pela TV Cultura e pelos funcionários em greve do Judiciário. Apresenta matéria do jornal "Folha de S. Paulo" denunciando as más condições em que se encontram as quadras de determinadas unidades escolares. Comunica que, hoje, o reitor da USP extinguiu o sistema de cotas que privilegiava alunos provenientes de escolas públicas.

 

007 - CARLOS NEDER

Assume a Presidência.

 

008 - HAMILTON PEREIRA

Lamenta a violência ocorrida diariamente nas escolas do Estado. Destaca a importância do programa "Escola da Família", responsável por manter os jovens na escola aos finais de semana. Critica o atual governo por diminuir as verbas destinadas ao programa, o que fez com que muitos jovens voltassem a frequentar as ruas.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Defende a concessão de independência financeira ao Judiciário. Ressalta a necessidade do orçamento do TJ ser fiscalizado pelo Legislativo. Informa que os grevistas do TJ só devem encerrar a greve se suas reivindicações forem atendidas.

 

010 - HAMILTON PEREIRA

Assume a Presidência.

 

011 - SIMÃO PEDRO

Cita a qualidade da programação exibida pela TV Cultura. Lembra convite feito ao presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, para discutir com os parlamentares as modificações que pretende implementar na emissora. Ressalta a necessidade de uma TV compromissada com a cultura, sem preocupações comerciais.

 

012 - Presidente HAMILTON PEREIRA

Convoca os Srs. Deputados para sessões solenes: dia 17/09, às 20 horas, pelo "Dia do Jovem Adventista", a requerimento da Deputada Analice Fernandes; dia 20/09, às 20 horas, pelos "Cem Anos do Sport Clube Corinthians Paulista", por solicitação do Deputado Said Mourad; e dia 24 de setembro, às 20 horas, para saudar o "Corpo Musical da Polícia Militar", por iniciativa do Deputado Conte Lopes.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - OLÍMPIO GOMES

Presta solidariedade aos funcionários da Fundação Padre Anchieta, em especial aos 96 integrantes da TV Assembléia, ameaçados de demissão. Questiona atitudes de João Sayad, à frente da instituição. Fala da importância dos recursos humanos para as empresas. Questiona as propostas dos candidatos a governador, no que tange à Segurança Pública, em especial Geraldo Alckmin, que já ocupara o cargo. Faz reflexão sobre a "Operação Delegada". Tece considerações sobre os problemas dos policiais.

 

014 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

015 - HAMILTON PEREIRA

Requer o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

016 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rui Falcão.

                                                                      

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O SR. PRESIDENTE – RUI FALCÃO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO  EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Antes de iniciar a chamada dos oradores inscritos para falar em Pequeno Expediente, esta Presidência registra a presença entre nós, como visitantes, dos alunos da escola Lourenço Castanho, acompanhados das Professoras Patricia Pereira e Camila Flessatti. Sejam bem-vindos. Registrar também a presença dos alunos do curso de direito da PUC, acompanhados da Professora Daniela Campos Libório di Sarno. Sejam igualmente bem-vindos à nossa sessão. Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa). Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato . (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fausto Figueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.)  Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Bruno Covas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

            O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Rui Falcão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de dizer que dentro de algumas horas haverá uma audiência entre o Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Antonio Carlos Viana e o Governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, para tentar resolver a greve dos servidores do Judiciário, uma greve que já dura 100 dias. O Judiciário do Estado de São Paulo está paralisado por conta dessa crise, por conta do desrespeito aos direitos e à dignidade dos servidores do Judiciário, servidores que têm carregado a Justiça do Estado de São Paulo nas costas. São os verdadeiros trabalhadores da Justiça que têm os seus direitos não respeitados, direitos trabalhistas, como, por exemplo, o não cumprimento da data-base salarial por conta do Tribunal de Justiça, a falta de reajuste salarial.

Os servidores do Judiciário trabalham em condições extremamente precárias. Há uma grande crise no Judiciário. Não é à toa que, inclusive, já acionamos o próprio Conselho Nacional de Justiça para que haja a realização de uma inspetoria e de uma audiência pública no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E, ao mesmo tempo, apresentamos a proposta para a instalação de uma CPI do Judiciário aqui na Assembleia Legislativa.

Parece-me que agora, se houver bom senso e vontade política, tanto do Executivo como também do Tribunal de Justiça, poderemos aqui resolver pelo menos parcialmente essa situação. Um grupo de deputados se reuniu com o desembargador presidente do Tribunal de Justiça, Antonio Carlos Viana, e ele nos afirmou que se o Executivo liberar um suplemento orçamentário de talvez 60 milhões, ele conceda pelo menos um pequeno reajuste em nível de gratificação de 4,77, o que é muito distante da reivindicação e das necessidades dos servidores, que estão reivindicando um reajuste de 20 por cento. Não seria nem um aumento salarial, mas um reajuste, uma reposição de uma parte das perdas dos últimos anos. Mas se o Executivo acenar com essa suplementação orçamentária no valor aproximado de 60 milhões, teremos o fim da greve. Espero então que os dois poderes, tanto o Judiciário como o Executivo, tenham esse bom senso e essa vontade política e que ambos façam gestões nesse encontro que será realizado agora, às 16 horas e 30 minutos, para resolver essa situação.

Da nossa parte, vamos continuar lutando para instalar a CPI do Judiciário, vamos continuar lutando também para que na aprovação do Orçamento de 2011, na discussão que será feita agora no segundo semestre, em novembro, haja contemplação das reivindicações do Judiciário para que emendas sejam aprovadas aqui e que os servidores do Judiciário tenham seus direitos básicos respeitados.

            Gostaria de convidar a todos para participar de uma grande audiência pública que vamos realizar aqui na Assembleia Legislativa, no próximo dia 24, às 16 horas, no Plenário Franco Montoro, em defesa da TV Cultura, que está sob intervenção do economista João Sayad - intervenção imposta pelo ex-Governador José Serra. João Sayad já anunciou que vai demitir funcionários, já começou a mudar a programação, extinguindo um dos programas mais interessantes e importantes, o programa “Manos e Minas”, no último sábado. O programa representava a voz da juventude, principalmente da periferia, do Hip Hop. É uma TV pública, mas parece-me que esse João Sayad tem uma visão elitista de cultura e não entende a cultura popular como cultura que tem que ocupar o seu espaço também numa TV pública.

            Na audiência que faremos, estarão presentes o Sindicato dos Jornalistas, o Sindicato dos Radialistas, grupos de cultura da Cidade de São Paulo e do Estado em geral, parlamentares para defender a TV Cultura, que corre um sério risco de ser extinta pelo atual Presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad.

            Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. 

 

            O SR. RUI FALCÃO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, alunos da Escola Lourenço Castanho e da PUC que nos visitam hoje, realmente é lamentável que o Dr. João Sayad se apresente agora como exterminador da TV Cultura. Se há alguém que preze o cinema, a música como ele, várias vezes deixando as suas atividades de Secretário de Finanças, é lamentável essa ofensiva contra a TV Cultura, sobretudo contra os jornalistas da TV Cultura com essa verdadeira devastação que se anuncia e que aparentemente foi contida por duas razões: a primeira pela grande mobilização e pelo repúdio que essa iniciativa causou. Em segundo lugar, mas não menos importante, pelo fato de a campanha eleitoral estar em andamento. E, naturalmente, medidas desse tipo, longe de conquistar eleitores os afugenta, que por sinal já estão correndo em desabalada correria, a julgar pelas últimas pesquisas de opinião.

Mas é importante também que não se veja essa questão da TV Cultura como um ato isolado. Estamos vendo agora a greve do Judiciário. Aliás, o nosso líder, Deputado Antonio Mentor, propôs uma CPI, subscrita por nós também, que além de se solidarizar com o movimento dos servidores do Judiciário, coloca o dedo na ferida. O que está ocorrendo sistematicamente? Os governos tucanos vêm suprimindo do orçamento do Judiciário parcelas crescentes e isso inviabiliza o Judiciário de ter uma política salarial mais condizente com o que merece seus servidores. Não isentamos também que não tenha havido uma certa lassidão por parte da cúpula do Judiciário em anos recentes, mas a questão central é do corte orçamentário voraz que os governos tucanos, sobretudo no último período do ex-Governador José Serra, vêm fazendo em relação ao Judiciário.

            Mas eu queria hoje também, no Pequeno Expediente, fazer menção a um dado recente divulgado pela imprensa, na terça-feira, do recorde de arrecadação tributária que tivemos no mês de julho, cerca de 67 bilhões, que no semestre representa um crescimento de 12% mais ou menos - estamos beirando no semestre uma arrecadação de meio trilhão -,  fruto do crescimento da nossa economia. Para aquelas aves de mau agouro, para os corvos de vários partidos que vaticinavam a queda da economia, e que ocorreu levemente no segundo trimestre, mas agora já a indústria, recebendo um aumento maior de encomendas, prevendo que o comércio terá vendas de Natal recordes, temos vários setores em crescimento. A indústria automobilística está novamente crescendo, a despeito de desaparecerem as isenções fiscais que foram promovidas durante a crise pelo Governo Lula, tudo isso mostra que o nosso País agora cresce, não na forma de voo de galinha, mas cresce de forma sustentável, prenunciando que nos próximos anos, a continuar o atual modelo, teremos um país próspero, uma população ascendendo socialmente, tudo na direção para a qual torcem as pessoas de boa-fé, que querem o bem do País.

            Claro que haverá sempre aqueles que dirão “ah, aumentou a carga tributária!”. Na verdade, aumentou a arrecadação. O nosso governo promoveu sucessivas isenções tributárias. Novas isenções virão, na medida em que a economia mantenha esse ritmo.

            Queremos aqui comemorar esses números que os jornais estamparam ontem, dando maior razão ainda àqueles que dizem que o Brasil hoje tem uma reputação internacional positiva, que a nossa economia cresce de forma sustentável, que a geração de empregos vai bater em 15 milhões de novos empregos com carteira assinada, que a distribuição de renda prossegue, e que, diferentemente do que se disse no passado, distribuir renda, gerar emprego e estimular o consumo não provocam a inflação.

A inflação está sob controle, dentro da meta de 4,5%, e assim esperamos que o Brasil prossiga, sem o retorno daquelas políticas que no passado nos levaram à estagnação, ao desemprego e à quebra da economia por três ou quatro vezes seguidas.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Rui Falcão.

 

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            O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

            Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder.

 

            O SR. CARLOS NEDER - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, não bastasse o problema que vem sendo relatado aqui, referente à TV Cultura, à Fundação Padre Anchieta e à continuidade ou não dos trabalhos e a permanência dos profissionais que exercem suas funções na TV Assembleia, temos observado um tratamento discriminatório no que diz respeito à participação de parlamentares e a sua presença inclusive nas páginas do Diário Oficial do Legislativo.

Nós, parlamentares, Deputados estaduais, não estamos exercendo uma função clandestina. Fomos eleitos pelo voto popular e estamos em pleno exercício de nossos mandatos. A legislação eleitoral nos permite que continuemos atuando como parlamentares, ainda que isso se faça simultaneamente ao processo eleitoral. Cabe ao parlamentar a decisão se será ou não candidato no pleito vigente, mas isso não implica em nenhum tipo de conflito com o exercício do mandato eletivo. Ou, pelo menos, não deveria implicar em nenhum tipo de conflito.

O que tenho observado, olhando o Diário Oficial do Legislativo, é que a atividade parlamentar sumiu. Ela deixa de constar das informações referentes ao dia a dia do Poder Legislativo. É como se os parlamentares já não tivessem mais uma imagem pública: meramente os seus nomes é que são citados. E para boa parte daquilo que se faz no Parlamento estadual deixa de ser feita a devida publicidade. Entendo que há um rigor excessivo no tratamento que vem sendo dado à divulgação das atividades parlamentares pelo Poder Legislativo estadual.

No meu caso, tendo ficado um ano e quatro meses sem poder exercer o mandato parlamentar, pelas razões que são conhecidas, dado que houve uma disputa entre dois partidos envolvendo o tema da fidelidade partidária, observo que na programação da TV Assembleia existe uma iniciativa denominada “Por dentro da política”. Esta gravação é feita com os parlamentares em exercício, e por meio dela esses parlamentares podem fala da sua origem, do seu trabalho, das prioridades que têm, os projetos mais relevantes e as leis que conseguiram viabilizar na Assembleia Legislativa.

O que não consigo entender, e gostaria até que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa pudesse me esclarecer, é por que eu, estando no exercício do mandato parlamentar, também não posso gravar esse programa “Por dentro da política”.

Ora, se outros parlamentares puderam fazer essa gravação, e durante o período eleitoral corretamente elas estão sendo veiculadas, porque ali não se faz apologia do partido político ou do candidato majoritário A, B ou C, ou tampouco os candidatos se apresentam nesta condição, na verdade o que estão fazendo é apresentar à população as prioridades e as características do mandato parlamentar que exercem. Não entendo, então, por que este parlamentar do Partido dos Trabalhadores está sendo impedido de gravar o referido programa, na medida em que estou no pleno exercício das minhas funções como Deputado estadual, eleito que fui pela população de São Paulo .

Sr. Presidente, peço ao Líder de nossa Bancada, Deputado Antonio Mentor, que faça chegar ao conhecimento da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa esses dois aspectos: pleiteio o mesmo direito de poder gravar o programa e ter esse programa veiculado durante o período eleitoral, e ao mesmo tempo que seja repensada a forma como as atividades parlamentares estão sendo divulgadas no Diário Oficial do Legislativo.

Muito obrigado.

 

            O SR. PRESIDENTE - RUI FALCÃO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

            O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estávamos há pouco discutindo a questão do desmonte da TV Cultura, patrocinado agora pelo novo Presidente interventor, que assumiu a Fundação Padre Anchieta, o economista João Sayad, que já anunciou a demissão de funcionários, mudança na programação da TV, a extinção do programa Manos e Minas, um programa que ecoa a voz dos jovens da periferia, que são excluídos dos bens culturais produzidos pela nossa cidade e pelo nosso Estado, mas estão produzindo a sua própria cultura, e têm todo o direito de ecoar essa cultura dentro de uma TV pública, que é patrocinada pela população do Estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Neder.

 

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            Ao mesmo tempo, estávamos discutindo também a questão da crise do Judiciário, o desrespeito aos direitos e à dignidade dos servidores do Judiciário, que estão sofrendo, numa greve de mais de 100 dias. Há servidores do Judiciário já passando fome, literalmente. E os que estão trabalhando estão em condições extremamente precárias, pois não há investimento nesse setor importante do funcionalismo público do Estado de São Paulo.

Gostaria de citar outros exemplos de como este Governo do Estado vem destruindo os bens públicos do Estado de São Paulo. Parece-me que em tudo que o PSDB toca há um processo de destruição. Podemos citar, por exemplo, a Educação pública do Estado de São Paulo, que está sucateada, degradada, abandonada, e nada é feito para melhorá-la.

Recentemente, acompanhamos as últimas denúncias feitas pela própria imprensa. Já tínhamos feito essas denúncias da tribuna da Assembleia Legislativa, já tínhamos levado ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado. Por exemplo, a manchete da semana passada da “Folha de S.Paulo” diz: “São Paulo gasta 63 milhões em quadras mal feitas. Tribunal de Contas relata falhas em escolas estaduais com colocação de pilares muito próximos às linhas das quadras.” Essa denúncia já foi feita pelo nosso mandato inúmeras vezes. Diversas vezes apontamos o superfaturamento de construções de escolas, de reformas escolares.

Há também a denúncia da não construção de quadras. O Estado não constrói quadras e, quando constrói, é com superfaturamento. Citamos recentemente o caso da Escola Estadual Comendador Benevides, da região de Itapecerica da Serra, onde denunciamos esse tipo de procedimento das empreiteiras, que superfaturam as obras, constroem quadras irregulares, com material irregular e cobram um valor altíssimo, que nunca corresponde ao valor da obra executada. Denunciamos aqui a falta de quadras em várias escolas da Rede Estadual de Ensino, como a Escola Estadual Presidente João Goulart, na região do Grajaú, uma escola com 30 anos de existência que não tem quadra para Educação Física até hoje. Na mesma região, no Jardim Lucélia, temos uma escola nova, a Escola Estadual Presidente Leonel Brizola, também sem quadra de esporte. É um verdadeiro absurdo, uma afronta à LDB, à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que traz a obrigatoriedade da disciplina de Educação Física. Temos também quadras que não são cobertas, os alunos são obrigados a ter aulas de Educação Física no sol ou na chuva. Ainda mais agora, com a questão do aquecimento global, os alunos e os professores correm um sério risco de terem câncer de pele.

O fato é que é uma destruição do patrimônio público na área da saúde, com as terceirizações, privatizações da escola pública, da TV Cultura.

Sr. Presidente, outra denúncia que gostaria de registrar é em relação à Universidade de São Paulo. O reitor da USP - que é um interventor do Governador José Serra, pois foi colocado lá por ele, não foi o que teve a maior quantidade de votos dos três indicados, mas foi indicado, está a serviço do ex-Governador José Serra - extinguiu o sistema de cotas para os alunos das escolas públicas. Tínhamos um avanço - ainda pequeno, mas importante - para esses alunos, que tinham direito a uma cota de três por cento, uma pequena pontuação a mais por serem de escolas estaduais. Ele simplesmente extinguiu esse sistema de cotas para os alunos das escolas públicas.

Sr. Presidente, estamos preocupados com o Governo do Estado, que vem, nesses quase quatro anos de Governo, degradando o patrimônio público do nosso Estado. Mas vamos continuar denunciando, acionando o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a imprensa e a população para reverter essa situação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS NEDER - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores públicos da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna nesta tarde para denunciar a escalada da violência nas escolas. Temos constatado isso na minha região, na Cidade de Sorocaba. As escolas estão se tornando cada vez mais o epicentro da violência, que acaba vitimando os jovens e também os funcionários das escolas. Vislumbramos uma possibilidade de resolver esse problema por meio de uma lei aprovada nesta Casa em 1999.

Tratava-se da lei que cria o Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária no Combate à Violência nas Escolas. Num primeiro momento, foi apresentado pelo Governo à época com o nome fantasia de Parceiros do Futuro. Depois, o Governo mudou o nome fantasia para o nome Escola da Família. São escolas abertas aos finais de semana, com programas de esporte, lazer, cultura, envolvendo os jovens e a comunidade. O Programa Escola da Família tem sido muito importante, pois propiciou, num segundo momento, que jovens universitários pudessem realizar estágios remunerados nas escolas abertas nos finais de semana, interagindo com esses jovens nesses programas, ocupando seu tempo de forma saudável em vez de ficar nas ruas. Isso foi muito importante até um determinado momento, quando o Governo Serra cortou 50% de todos os recursos que mantinham esse programa funcionando regularmente. A partir daí, muitas escolas encerraram esse programa, muitos universitários bolsistas perderam as bolsas e, gradativamente, temos assistido ao retorno da escalada da violência, tendo a escola como epicentro e tendo como maiores vítimas os jovens e adolescentes do Estado de São Paulo.

Não é em todo lugar que temos um centro esportivo, um centro comunitário, mas todo bairro tem uma escola. Quando propusemos aquele projeto, que se tornou a Lei nº 10.312, a nossa ideia era utilizarmos as escolas como referência cidadã nos bairros, envolvendo os jovens, os adolescentes, tirando-os das ruas, do convívio com violência e drogas, fazendo com que esse jovem fosse assistido pelos grupos interdisciplinares de participação comunitária.

Infelizmente, esse também foi um artigo que o Governo do PSDB tirou da lei, de certa forma, cortando o que era muito importante para que o programa funcionasse adequadamente. Com isso, a violência vem voltando. Cotidianamente, temos visto nos jornais episódios de violência envolvendo jovens e escolas. Inclusive, houve casos de agressões a professores e diretores.

Mais uma vez, fazemos esta denúncia exigindo que o Governo do Estado determine à Secretaria de Educação a destinação de recursos para a reimplantação do Programa Escola da Família. Enquanto isso não acontece, já estamos elaborando um novo programa, resgatando aquele artigo que diz sobre a composição dos grupos interdisciplinares na convivência e interatividade com a juventude nas escolas.

De qualquer maneira, seria de bom tom que o governo atual, que substituiu José Serra - que se afastou para ser candidato à Presidência da República -, reabrisse as escolas nos finais de semana e voltasse a destinar recursos para sustentar esse programa que foi tão importante no Estado de São Paulo. Foram inúmeros os corais e grupos de teatro que surgiram entre esses jovens, o que afastou - pelo menos, durante um bom tempo - a violência das escolas. Agora, a violência retorna. Seria muito importante se tivéssemos de volta o Programa Escola da Família na sua integralidade, com tudo o que preconizamos na Lei nº 10.312, de 1999.

Obrigado.

 

O Sr. Presidente - CARLOS NEDER - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, em especial os sofridos servidores do Judiciário, boa-tarde.

Acabo de chegar da Praça João Mendes, onde, às 14 horas, iniciou-se mais uma assembleia geral dos servidores do Judiciário, que se encontram em greve há 110 dias em função da completa intransigência do Tribunal de Justiça no processo de negociação, numa falta total de transparência em relação aos gastos com recursos humanos. Isso vem trazendo um malefício não só aos servidores do Judiciário, mas principalmente à população.

Às 16 horas, haverá um encontro do presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Viana Santos, com o Governador do Estado, Alberto Goldman, cujo objetivo principal é a tratativa de recursos suplementares para que se dê uma solução minimamente coerente à paralisação.

Às 17 horas, a presidência do Tribunal fez um convite-convocação aos líderes sindicais e associativos, representantes dos trabalhadores do Judiciário, para tentarem deliberar sobre uma proposta que seja submetida à assembleia geral, numa tentativa de pôr fim a esse terrível sofrimento aos servidores e à ausência do sentimento da presença da Justiça para o cidadão.

Participei desse processo numa tentativa de mediação, de levar ao Tribunal de Justiça os anseios da população e dos servidores. No entanto, o descaso e a descortesia por parte do Tribunal aconteceram não só para com os servidores do Judiciário. Os parlamentares da Assembleia Legislativa - destaco os Deputados Carlos Giannazi, Maria Lúcia Prandi, Deputado José Cândido, Simão Pedro - desdobraram-se, revezaram-se, numa mobilização de apoio aos servidores do Judiciário. Da mesma forma, o Senador Suplicy, o Deputado Federal Ivan Valente, o Deputado Federal Fernando Chiarelli. Eles também encontraram as portas do Tribunal literalmente fechadas.

Todos defendemos a necessária autonomia financeira do Poder Judiciário. Aliás, uma boa parte de nós. Se todos realmente defendêssemos, não haveria porque não se fazer votar nesta Casa de Leis um projeto para que um percentual do Orçamento fosse destinado ao Judiciário, como já ocorre em alguns estados. Dessa forma, o Judiciário não precisaria ficar com a canequinha na mão, pedindo pelo amor de Deus ao Executivo, o que acaba provocando reflexos no resultado da aplicação da justiça.

Contamos com 23 assinaturas para a realização de uma CPI do Judiciário, mais do que necessária, mais do que legal. Se esta Casa de Leis fiscaliza e vota o Orçamento do Estado, tem a obrigação de fazê-lo centavo a centavo, inclusive a destinação de recursos ao Judiciário. As acusações são muito graves em relação a pagamentos de verbas indenizatórias indevidas a magistrados, desembargadores e juízes. Isso estaria comprometendo o resultado final do Orçamento, impedindo que se desse a reposição constitucional estabelecida na data-base para os servidores do Judiciário.

Não há uma motivação para que um parlamentar não assine e não apoie. Alguns dizem: “Sou da base de governo.” Não sei se há base governamental quando se trata de justiça de um poder harmônico, mas independente. A não ser que já haja uma prostração da Justiça diante do Executivo, como há notoriamente do Legislativo.

Portanto, ficamos numa expectativa. A partir das 18 horas, quando houver o encerramento da reunião dos líderes sindicais e associativos, estaremos de volta para acompanhar a deliberação da assembleia geral de funcionários do Judiciário na Praça João Mendes. A nossa expectativa, repito, é de que haja um encerramento do movimento, desde que haja tratamento digno, uma proposta minimamente responsável para a aplicação imediata em relação à reposição salarial e ao retorno do desconto dos dias paralisados.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Hamilton Pereira.

 

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O SR. PRESIDENTE - HAMILTON PEREIRA - PT -    Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre Deputado Hamilton Pereira, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, ontem usei o meu tempo para falar sobre os problemas na área habitacional do Estado, quando, neste plenário, discutia-se sobre a TV Cultura, que é um patrimônio do povo paulista. A sua programação repercute no Brasil inteiro, o seu programa infantil é de qualidade e marcou muitas gerações. Este patrimônio não pode continuar sendo discutido dessa forma. O Governo resolve mudar o presidente da Fundação, e este presidente, nomeado pelo Governo, diz “Vou acabar com esse programa, vou encerrar o contrato com a TV Assembleia, vou demitir funcionários, vou enxugar o orçamento”, sem nenhum debate. Quando presidi a Comissão de Educação, tive a oportunidade de, por um ano, participar do Conselho Curador da TV Cultura. Como deputado do PT, éramos uma minoria absoluta, mas tive a oportunidade de conhecer um pouco a TV Cultura por dentro, tendo ainda participado de uma assembleia dos trabalhadores - radialistas e jornalistas - na porta da TV, exigindo pagamentos atrasados e reajuste salarial.

Quero informar a todos que eu, como vice-Presidente da Comissão de Cultura, Ciência e Tecnologia, estou protocolando hoje um requerimento, convidando - “convidando” porque não conseguimos aprovar uma convocação aqui - o professor João Sayad, novo Presidente da Fundação, para que compareça à comissão para esclarecer as suas propostas. Achamos que esse é o melhor caminho. Se há proposta, submeta-a ao debate, e a Assembleia Legislativa tem um papel importante porque aprovamos anualmente o orçamento, inclusive da TV Cultura que não é um orçamento pequeno. Ele é de quase 250 milhões de reais por ano, um terço do orçamento da Secretaria da Cultura.

Queremos então um debate transparente a respeito dos números, dos contratos, dos gastos, do custo da programação e dos projetos. Penso que a TV Cultura tem de dar um salto para frente. Discordo desse debate que já ouvi de alguns membros tucanos pela imprensa, evidentemente, pois nunca fizemos um debate decente sobre a audiência da TV Cultura. A TV Cultura, como patrimônio, precisa primar pela qualidade, pelo conteúdo. É evidente que a cultura do povo quilombola, do Vale do Ribeira, não terá um valor comercial que interesse à TV Globo, a não ser numa programação de madrugada ou coisa parecida. É importante que essas manifestações culturais tenham um espaço para serem divulgadas e a TV Cultura pode ser esse canal àqueles que se interessam. Queremos qualidade e temos disponibilizado recurso. A TV Cultura tem autorização para captar recursos e nos preocupa esse aumento de patrocínio no seu orçamento. Ninguém vai colocar dinheiro ali se depois não houver interesse em manipular a programação. Esse é o nosso receio.

Mas nós confiamos no quadro de funcionários. Eles precisam de respeito. Não é possível um diretor, ou o presidente, vir e dizer, com todo o respeito que tenho pelo ex-Secretário João Sayad, “Vamos demitir, vamos enxugar.” As pessoas precisam ter segurança para trabalhar com tranquilidade, com vontade e dedicação.

Queremos que o Secretário, em vez de ficar dando entrevista nos jornais ou em outros órgãos da mídia, possa aqui comparecer. Chamaremos as pessoas interessadas, os funcionários, e os próprios funcionários da TV Assembleia que prestam grandes serviços. Em muitos lugares em que vou, as pessoas dizem “Deputado, eu te vi no debate da Assembleia, gostei do seu pronunciamento, gostei daquele debate na comissão.” A nossa TV também tem uma audiência e é importante que as pessoas conheçam o posicionamento do deputado em quem votou, quais as polêmicas que estão sendo travadas aqui.

Gostaria então de chamar atenção dos líderes; irei conversar com o 1º Secretário, que é do meu partido - Deputado Carlos Almeida -, para alguns esclarecimentos, tais como o vencimento do contrato, quais providências estão sendo tomadas para a renovação do contrato da TV Cultura, quais são as alternativas para que os funcionários tenham seus empregos assegurados, com um salário digno, e quais as suas condições de trabalho. Isso tudo deve ser abordado com muito cuidado, sem causar nenhuma intranquilidade. Precisamos fazer um debate porque é dinheiro público que é ali colocado. A TV Cultura tem todas as condições de avançar e ganhar mais apoio da sociedade e o Poder Legislativo precisa cumprir o seu papel.

Convido então a todos para essa audiência. Espero que a Presidente da Comissão, Deputada Célia Leão, convoque uma reunião - faz tempo que a Comissão de Cultura, Ciência e Tecnologia não convoca uma reunião - e coloque o nosso requerimento em votação para que possamos debater, dando transparência nesse tema tão importante.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - HAMILTON PEREIRA - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência faz as seguintes convocações:

Esta Presidência, atendendo solicitação da nobre Deputada Analice Fernandes, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 17 de setembro de 2010, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Jovem Adventista.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Said Murad, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 20 de setembro de 2010, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 100 anos do Esporte Clube Corinthians Paulista.

Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Conte Lopes, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “r” da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 24 de setembro de 2010, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Srs. Deputados, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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            O SR. PRESIDENTE - HAMILTON PEREIRA - PT - Por cessão de tempo do nobre Deputado José Bittencourt, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionário da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, inicialmente, quero manifestar a minha total solidariedade aos funcionários da TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta, e, em especial, aos 96 profissionais que dão vida a essa quase morta Assembleia Legislativa, dando publicidade, divulgação, conhecimento à população das poucas realizações e até das omissões da Assembleia Legislativa ao transmitir para quase 300 cidades do Estado de São Paulo como funciona ou como deveria funcionar o legislativo.

Causa-me grande preocupação esse superadministrador que entende de tudo, que já passou em todas as áreas de gestão e administração pública, que agora entende também de cultura, comunicação e que assume a Fundação com o intuito de afundá-la, de destruí-la notadamente, porque o que qualquer empresa tem de melhor e o que faz a sua história são os seus recursos humanos. Se não houver cuidado com quem faz, realiza de fato e faz acontecer numa empresa, acaba por destruir a história, os objetivos, os ânimos  e o porquê  da sua existência.

Os funcionários da TV Cultura, em especial, que já se tornaram nossos amigos do dia a dia aqui da TV Assembléia, que fazem o trabalho com excelência, com zelo e dedicação, são parte do problema. Os problemas de gestão acontecem exatamente por colocar pessoas do naipe do Sr. João Sayad que entende de tudo e que vai exatamente com o objetivo não de aperfeiçoar, mas de destruir valores.

Tomara que a Assembleia Legislativa não se deixe seduzir por circunstâncias menores, porque se quer sucatear, destruir a instituição TV Cultura, simplesmente vê com bastante zelo o porquê do encerramento intempestivo de um contrato de 20 milhões de reais/ano com a Assembleia Legislativa de São Paulo, se realmente isso vai ser para sanear ou para ajudar a acabar com as receitas, sucatear e destruir a TV Cultura.

A minha participação neste Grande Expediente, hoje, voltando a um tema  que me trouxe à Assembléia Legislativa e onde tenho me debruçado maior tempo no exercício do mandato, é na questão da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Nesse momento em que estamos hoje com metade da campanha para as eleições já realizada, tenho ficado abismado com o posicionamento de candidatos, principalmente de candidatos majoritários, na questão da Segurança Pública.

Nobre Deputado Hamilton Pereira, V. Exa. que milita na defesa e na melhoria das condições para os agentes penitenciários, V. Exa. que tem trabalho no apoio à família policial militar e com tanta experiência legislativa nesta Casa, também deve estar abismado com as coisas que temos ouvido.

Eu vejo o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, dessa aliança que vem governando o Estado de São Paulo há 16 anos, vir à mídia, aos debates e dizer que vai tratar como prioridade salários para a polícia. Céus, que coisa maravilhosa! Depois de seis anos como governador e mais seis como vice massacrando literalmente a Polícia de São Paulo, colocando-a como a pior paga do País, vem dizer que vai colocar como uma das suas prioridades o salário para a polícia.

Vejo esse senhor dizer que, se voltar à administração de São Paulo, vai fazer contratos de ampliação da Operação Delegada. O que é a Operação Delegada? Foi realizado pela Prefeitura de São Paulo um convênio com o Estado. O senhor é tão mal informado que a Operação Delegada só pode ser para atividades que são competências específicas do município, para serem geridos por servidores do Estado recebendo recursos, um pró-labore, uma gratificação do município. Tem utilizado centenas de policiais militares para fazer a fiscalização tributária, fiscalização para a utilização e para permissão do uso do solo e, também, para o chamado  bico oficial.

Esse senhor Geraldo Alckmin tem a “cara de pau” - não tem outra palavra melhor - de vir para a opinião pública dizer que é amplamente favorável, que vai estimular, que vai fazer. Primeiro, são os municípios que pagam. Segundo, foi ele que, à frente do governo, encaminhou o projeto para esta Casa que se transformou no regulamento disciplinar atualizado da Polícia Militar, que colocou como falta muito grave o bico e que agora diz que não vê o menor problema para o policial trabalhar na sua escala normal e na sua folga de 36 horas trabalhar mais oito horas. Como se não fosse papel do Estado dar um mínimo de condição para que um policial pudesse usufruir da sua folga para o repouso, para o laser, para o convívio com a família.

Vejo esse senhor se esquecer de que manteve, nesses 12 anos que esteve na gestão do Estado de São Paulo, o mesmo valor do vale coxinha de 4 reais para os policiais de São Paulo.

Por que venho usando a tribuna? Para alertar a população dessas mentiras deslavadas. Como gostaria de debater com os Deputados governistas, alguns até policiais que vivem batendo palmas para esses crápulas por interesses menores, interesses na reeleição. Como queria debater, olhando nos olhos, para dizer: “Diga-me, Deputado que diz na tribuna que é um defensor da polícia, por que do vale coxinha de 4 reais; por que se falar agora em dar salário digno à Polícia; por que mentir no debate dizendo que vai ampliar o efetivo da Polícia Militar em seis mil homens? Porque temos um buraco hoje de exatamente seis mil homens? Se temos um buraco de seis mil homens é porque o Governador José Serra, no primeiro dia de mandato, assinou decreto suspendendo os editais de concurso público para a Polícia Civil e Polícia Militar, o que criou exatamente esse buraco de seis mil homens. A população está gritando que não tem segurança e o Governo mentindo com propaganda falsa, dizendo que nunca teve tanta segurança nas ruas.

Pergunte, cidadão, a qualquer policial civil, militar ou da Polícia Técnico-científica, em qualquer município deste Estado, o seu grau de satisfação. Quem é o maior inimigo do policial e da Polícia no Estado de São Paulo? É o PCC? É o Marcola? É o Macarrão? É o L.H.? Não! É o Governador de São Paulo. Ao invés de ser o patrão o primeiro aliado, transformou-se malditamente nestes 16 anos no principal responsável por tanta desgraça na família policial.

É preciso dizer à opinião pública que esse sujeito Geraldo Alckmin foi quem criou o Adicional de Local de Exercício. Maldita lei! E esta Assembleia continua se omitindo.

Quando um policial tem enfarte ou um câncer e é afastado para tratamento de saúde, malditamente o Estado, com esta lei encaminhada pelo Sr. Geraldo Alckmin e aprovada covardemente pelos covardes desta Casa, acaba arrancando esse beneficio durante o tratamento. É preciso que se diga que continua o pagamento diferenciado para policiais proporcionalmente ao volume populacional onde ele trabalha. Na gestão da Segurança Pública do Século XXI, um rádio de comunicação da Polícia Civil não pede socorro com rádio da Polícia Militar ou vice-versa, tampouco às Guardas Municipais porque a gestão é tão ruim, os gestores são tão incompetentes que não há condição da Polícia se comunicar.

Vejo esse senhor falar em integração, em inteligência policial, algo muito longe da realidade.

            Encerrando meu posicionamento, tenho a dizer à população do Estado de São Paulo  cuidado com esse Pinóquio, cuidado com essas mentiras porque você, cidadão, pode correr o risco de ter uma Segurança Pública pior do que a que pode vir nos próximos quatro anos.

Muito cuidado.

Aqueles que se apadrinharam, que fecharam os olhos, que se omitiram e deixaram nascer o PCC e os ataques do PCC, que geraram a morte de 43 policiais em 2006, podem estar de volta. Cuidado, cidadão! Quem vai ser penalizado será você.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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            O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, alguns deputados encontram-se reunidos para organizar a Ordem do Dia e não tendo havido consenso na organização dessa pauta, solicito o levantamento da presente sessão, de acordo com as lideranças presentes em plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, de levantar a sessão por acordo entre as lideranças, a Presidência convoca V. Exas para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão de hoje.

Está encerrada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 46 minutos.

 

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