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05 DE SETEMBRO DE 2011

096ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Projeta e comenta vídeo acerca da manifestação em defesa da reabertura do Hospital Sorocabana, na qual esteve presente. Fala sobre matéria jornalística que trata sobre da degradação de bairros que tiveram unidades hospitalares fechadas.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Discursa contra o fechamento do frigorífico da JBS de Presidente Epitácio. Diz que essa empresa recebeu financiamentos do BNDES. Pede pela intervenção da instituição financeira em relação ao caso. Dá conhecimento sobre o andamento do projeto de reajuste salarial da polícia militar e civil. Combate alegações, segundo as quais, os deputados das bancadas oposicionistas estariam obstruindo o projeto. Tece comentários em relação ao recálculo da sexta parte e adicionais dos policiais.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Convoca sessão solene, a realizar-se dia 07/10, às 20 horas, pelos "95 anos do Instituto de Engenharia".

 

005 - FERNANDO CAPEZ

Chama a atenção em relação ao aumento da criminalidade em semáforos. Relata caso em que foi vítima de tentativa de assalto, nessa circunstância. Fala sobre o projeto de promoção ao posto imediato para policiais civis e militares. Questiona o termo "imediato" da propositura.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Registra a posição contrária do PSOL ao PL 840/11, que propõe a criação de previdência complementar. Lembra reformas previdenciárias que, a seu ver, prejudicaram os servidores. Defende a integralidade da aposentadoria. Menciona a extinção da aposentadoria específica dos advogados e cartorários.

 

007 - DONISETE BRAGA

Saúda o Presidente do PT, Rui Falcão, pela realização do 4º Congresso do PT, ocorrido em Brasília. Relata temas abordados no encontro. Comenta a visita do ex-Presidente Lula às obras do estádio do Corinthians. Enaltece a Zona Leste da Capital. Registra sua participação em audiências públicas da Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Cita pautas abordadas em seu encontro com o Ministro Fernando Padilha. Informa que a Presidente Dilma Rousseff irá lançar campanha de combate às drogas. Agradece a participação de secretário do Rio Janeiro em audiência, ocorrida neste Parlamento, com a mesma temática.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

009 - JOOJI HATO

Parabeniza o Deputado Donisete Braga por ter convidado o Secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro para participar de audiência pública, nesta Casa. Discorre em favor do "toque de acolher" e da internação compulsória a usuários de drogas. Recorda projetos de sua autoria, enquanto vereador, como a blitz do desarmamento, a proibição de moto com garupa e de ambulantes em semáforos. Relata crimes relativos às questões. Manifesta solidariedade aos Deputados Fernando Capez e Antonio Salim Curiati, vítimas da violência urbana.

 

010 - FERNANDO CAPEZ

Faz pronunciamento acerca do projeto de reajuste salarial dos policiais civis e militares. Discursa em favor do acréscimo de emendas à matéria, a fim de aperfeiçoá-la. Cita propostas, de sua autoria, acerca da diminuição do tempo de contribuição para a aposentadoria das policiais civis e militares femininas.

 

011 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

012 - OLÍMPIO GOMES

Endossa a fala do Deputado Fernando Capez sobre a importância da atuação parlamentar. Comenta o Congresso Nacional do PDT. Defende o projeto do Senador Pedro Taques que visa classificar a corrupção como crime hediondo.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - FERNANDO CAPEZ

Endossa o pronunciamento do Deputado Olímpio Gomes quanto ao Procurador da República, hoje Senador, Pedro Taques. Combate o crime do "colarinho branco", o qual propôs que seja julgado por meio de júri popular. Discorre acerca do trabalho desempenhado pelo Ministério Público. Lê emendas, de sua autoria, apresentadas ao projeto do Executivo que versa sobre reajustes para as polícias Civil e Militar. Defende prazos distintos para aposentadorias de homens e de mulheres. Argumenta com base no princípio da isonomia e suas características. Explana proposta que melhoraria as condições de trabalho dos policiais, sem causar aumento de despesas. Defende o posto imediato aos policiais, sem que os mesmos tenham que esperar o prazo de dois anos para serem promovidos (aparteado pelo Deputado Olímpio Gomes).

 

014 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, informa que apresentou 17 emendas aos Projetos de lei Complementar de nºs 47 a 51, de 2011. Acrescenta que em seis Estados já são respeitadas as regras estabelecidas na Constituição. Propõe a diminuição de vagas para soldados, uma vez que nem todas são preenchidas, e acrescidas outras para cabos. Comenta ajustes propostos para cargos do alto escalão da PM. Repudia as diferenças correspondentes a adicional pago aos policiais, que leva em consideração a graduação dos mesmos.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, indigna-se com a rejeição de emendas que apresentou a projetos do Executivo. Critica os reajustes propostos pelo Governo aos funcionários da Segurança Pública. Diz que o aumento não impactará o orçamento de forma significativa. Acusa o Governador Geraldo Alckmin de sucatear as carreiras e salários das Polícias. Apela aos Deputados que não sejam coniventes com as orientações do Executivo que, a seu ver, prejudicam os servidores do sistema prisional. Comenta matéria publicada na Folha de S. Paulo, no dia 4, intitulada "Alckmin quer vender terra pública do Pontal do Paranapanema". Diz que a iniciativa vai beneficiar apenas os grandes latifundiários da região.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, exige que o Estado invista no assentamento, com apoio técnico e financeiro para a produção de pequenos agricultores. Defende a reforma agrária nas terras do Pontal do Paranapanema. Informa que a região é alvo de conflitos agrários, que tem resultado no assassinato de trabalhadores. Cita publicação capixaba, que aponta que mais de 700 professores estão licenciados por problemas psiquiátricos. Compara o fato ao que acontece em São Paulo, nas redes municipal e estadual de ensino. Repudia a fragmentação das férias do magistério, 15 dias em janeiro e 15 em julho.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

018 - Presidente JOOJI HATO

Registra a solicitação. Saúda a visita do ex-Deputado Leonel Júlio, ex-Presidente desta Casa. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 06/09, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene hoje, às 20 horas, para "Comemorar os 80 anos da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Claudio Marcolino para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, no último dia 27, fizemos um ato público pela reabertura do Hospital Sorocabana, na Zona Oeste de São Paulo, no bairro da Lapa.

Produzimos um vídeo com depoimentos das pessoas, que passaremos a apresentar para que se acompanhe o grande movimento feito pela reabertura desse hospital.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

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Sr. Presidente, é só para mostrar que, além desse ato, conversamos muito com a população da região da Lapa.

Aqui tem uma matéria dos jornais falando sobre a degradação das regiões. Não é só a degradação da região, mas, também, acaba tendo processo que diminui o desenvolvimento das regiões. Os taxistas lá estão quase um ano sem ter clientes, o próprio comércio local e isso não é só na região da Lapa.

Essa briga foi pela reabertura dos hospitais. Temos vários lugares com hospitais fechados, como a Clínica Psiquiátrica Charcot, Sacomã; Complexo Hospitalar Paulista, Jardins; Hospital Alvorada, Chácara Flora; Cristo Rei, Tatuapé; Edvaldo Foz, Santo Amaro; Hospital Itatiaia, Lapa; Hospital Jaraguá, Moema; Hospital e Maternidade Santa Marina, Jabaquara; Hospital Modelo, Aclimação; Hospital Nossa Senhora da Conceição, Brás; Hospital Panamericano, Alto de Pinheiros; Santa Marta, Santo Amaro; Hospital São Leopoldo, Santo Amaro; Hospital São José, Imirim; Hospital Sorocabana, Lapa; Hospital Vasco da Gama, Belém; Maternidade São Paulo, Consolação; Hospital Zona Leste, Vila Formosa; Unimed, Vila Mariana; Unicor, Itaim Bibi.

Esses foram os hospitais que estavam em funcionamento. Boa parte deles privados, mas que, de alguma forma, também atendia a população. Então, a nossa saúde está precária no Estado de São Paulo e na Cidade de São Paulo.

Está na hora de, tanto os municípios como o Estado, também com o apoio do Governo Federal, repensar na saúde do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, amanhã, deveremos ter uma reunião extraordinária da Comissão de Orçamento, Finanças e Planejamento desta Casa que, por iniciativa do Deputado Mauro Bragato, Presidente da Comissão, estarão sendo convidados para debater e chegar a uma solução sobre o fechamento da unidade frigorífica do JBS, no Município de Presidente Epitácio.

Há uma apreensão muito grande na região porque tem 1.300 empregos diretos e mais de 800 indiretos que afetam sobremaneira a vida econômica em todo o Pontal do Paranapanema.

Acabei de falar com o Prefeito Furlan, pelo telefone. Ele está se deslocando para São Paulo com quatro vereadores e mais uma comitiva de trabalhadores do JBS porque principalmente esse frigorífico foi extremamente beneficiado pelo BNDES com um grande aumento patrimonial do JBS, com aquisição de várias unidades, e que no momento em que reduz a margem de lucro, porque prejuízo não dá, simplesmente fala que vai fechar a unidade, que vai transferir o abate para Andradina ou para Naviraí, no Mato Grosso, pois dai tem incentivos fiscais do outro estado. Simplesmente isso não é correto de se fazer, nem com as pessoas nem com a atividade econômica da região.

Sabemos da luta do Prefeito Furlan e o que a Assembleia Legislativa vai fazer. Os 94 Deputados têm a obrigação de pressionar, de fato, o BNDES. O BNDES, que é o grande incentivador através de fomentos financeiros, que agora cobre dessa empresa para que se mantenha no equilíbrio e não faça a dispensa de todos os funcionários. Pelo menos que seja mantida a desossa e a manutenção de carnes. Se há dificuldade em relação aos enlatados e à parte de indústria, que dispensaria 400 pessoas, vamos manter, pelo menos, 800 a 900 empregos com a desossa e a manutenção da carne.

Foi publicado, no sábado, o regime de urgência para os PLCs de 47 a 51, que versam sobre salários e carreiras de policiais civis, militares e de agentes penitenciários do Estado de São Paulo.

Quero dizer, principalmente, à família policial militar que se estiverem ouvindo que os projetos não estão tramitando na Casa, como vários policiais têm me mandado que por conta de obstrução do Major Olímpio, da Bancada do PT, e do Deputado Carlos Giannazi. É covarde e mentirosa uma afirmação dessa natureza.

O PT, o PCdoB, o Deputado Giannazi, o Major Olímpio fizeram emendas para esse projeto no sentido de aperfeiçoá-lo e não havia nem como andar mais célere o projeto até o sábado, quando não existia sequer o regime de urgência.

A urgência constitucional, pelo Art. 26, da Constituição do Estado, diz agora que o projeto é colocado na Ordem do Dia para votação em 45 dias. Ainda teremos discussão dessas emendas, possivelmente uma audiência pública para aperfeiçoamento dos projetos.

Não adianta, principalmente o Comando da Polícia Militar, dizer que nós, da oposição nesta Casa, somos opositores do projeto. Ao contrário, é mentiroso, é falacioso, é covarde querer atribuir ao Deputado Carlos Giannazi e ao Deputado Olímpio Gomes a obstrução desses projetos. Existe obstrução, sim, e aí o governo que teria que ter vergonha na cara e não cometer injustiças como está se cometendo nesses projetos que carecem ser aperfeiçoados.

Finalmente, gostaria de dizer que, com muita tristeza, vi, hoje, no blog do Comandante Geral da Polícia Militar, falando do recalculo da sexta-parte adicional: “Decisão favorável à Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de São Paulo, objetivando o recálculo da sexta-parte e dos adicionais quinquenais sobre os vencimentos integrais”.

Parabéns à nossa Associação de Cabos e Soldados. Também digo parabéns com o valor já sendo pago apenas aos sócios com a devida correção no próximo pagamento dia 6 de setembro.

O Comando Geral já havia solicitado a extensão do benefício a todos os policiais militares em 2010. Estamos, com base nessa decisão, refazendo a solicitação à Procuradoria Geral do Estado.

O que me deixa muito triste é porque o Comando da Corporação orientou os Comandos de Área todos a dizerem aos policiais que não era o caminho correto ou necessário buscar a justiça porque já havia esse pedido administrativo a PGE e os comandantes transmitiram a todos os seus escalões.

Agora vejo que da relação dos 31 mil sócios da Associação de Cabos e Soldados - eu sou sócio, ganhei a ação e cumprimento a Associação - o comandante-geral da Polícia como um dos contemplados com a ação.

Quantas vezes vim à tribuna dizer aos soldados ‘não cofiem na administração do Estado, procurem a Justiça.’ O comandante-geral da Polícia Militar orientou os comandantes a não procurarem a Justiça, mas ele é um dos 31 mil agraciados com a vitória da Associação de Cabos e Soldados.

Tremenda crocodilagem! Vamos aguardar que os outros cem mil policiais militares ativos e pensionistas possam ganhar nas próximas ações judiciais. Orientar uma coisa e fazer outra, me desculpe, não dá!

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra ‘r’, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 7 de outubro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 95 anos do Instituto de Engenharia.

Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, ilustres Deputados Edinho Silva, Donisete Braga, Luiz Cláudio Marcolino, Major Olímpio, meu querido Olímpio, no momento em que os índices de criminalidade começam a cair em vários segmentos - inclusive chamo a atenção do Coronel Camilo para isso - volta um tipo de criminalidade que há muito tinha diminuído e quase acabado em São Paulo: a abordagem em semáforos com arma de fogo.

Neste sábado, na esquina da Alameda Lorena com a Avenida Nove de Julho, parado ao lado do Colégio Assunção, estava pensando na agenda que iria cumprir quando sou surpreendido por um sujeito se aproximando do carro e enfiando a mão numa sacola. Sujeito de estatura média, 1,65, rosto arredondado, cor branca, pele bronzeada, com uma blusa verde e uma sacola a tiracolo. Ele puxa uma pistola semiautomática, provavelmente uma 380 prateada, e anuncia o assalto. Na hora minha reação foi aquela que não aconselhamos seja em palestras, seja em encontros, seja em conversas informais porque o conselho é jamais reagir. Quem reage tem chance próxima a zero de obter sucesso. De cada 16 pessoas que reagem só uma acaba sendo bem-sucedida, aliás, esta é uma estatística de um debate na OAB que tive com o nosso querido então Capitão Olímpio. Mas o instinto na hora é o de revolta, de insatisfação.

O sujeito aborda, coloca uma arma na sua cara - eu estava com o vidro fechado - eu acelerei e para minha sorte ele não disparou, guardou a arma na sacola, virou-se e saiu no contrafluxo da Lorena.

Eu então, por instinto, saí do carro determinando que ele jogasse a arma. Ele saiu correndo e eu saí atrás em perseguição. Retornei para o carro, rodei fazendo barulho com a buzina, circulei por toda região dos Jardins - fiz do carro uma viatura - andando na contramão, carros se afastando para eu tentar interceptar o meliante. Durou mais ou menos uns 25, 30 minutos essa volta no local sem que o localizasse. Não apareceu ma viatura da Polícia. Depois fui no posto da Maestro Elias Lobo, onde fui muito bem atendido pelo Sargento Acácio. Rodamos nas imediações e lamentavelmente - para usar uma linguagem entre jurídica e jornalística - o meliante se evadiu.

No dia seguinte, no domingo, num bom trabalho da Polícia na esquina da Faria Lima com a Cidade Jardim, três prováveis assaltantes, com arma de fogo, foram algemados.

Pelo que se nota, esse tipo de criminalidade está voltando e é preciso ter atenção. Geralmente vêm de ônibus, de regiões distantes, normalmente da zona sul, muitos provenientes da Francisco Morato, Taboão, descem armados para roubar relógios, correntes e depois fazer a venda para o receptador do crime organizado.

Ao mesmo tempo em que agradecemos o trabalho, o esforço dos policiais civis e militares, chamo a atenção das autoridades para esse tipo de crime do qual quase fui vítima neste final de semana.

Retornarei no Grande Expediente convidando o nobre Deputado Olímpio Gomes a dividir comigo a fala em que vou perguntar a S. Exa. como se chama esta promoção que está no projeto de lei encaminhado pelo Executivo para o oficial da Polícia Militar - os praças já têm - que entra para a reforma. Diz o Major Olímpio que se chama posto imediato.

Ora, mas pelo projeto demora dois anos!

Então eu queria juntamente com S. Exa. refletir sobre o significado semântico da palavra imediato e sobre o interstício de dois anos. Quem sabe pudéssemos mudar para posto mediato. Pelo menos esse ajuste seria feito se não conseguirmos eliminar o interstício. Mas convido S. Exa. para aclarar um pouco o entendimento deste já desgastado professor de Direito que cada vez menos entende as leis deste País.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Alesp, venho à tribuna para manifestar a posição do PSOL em relação ao PL 840, de 2011, do Palácio dos Bandeirantes, que foi protocolado nesta Casa na última quarta-feira. É um projeto que vem na esteira e no diapasão de privatizar a previdência dos servidores públicos do Estado de São Paulo.

Projeto de lei que foi anunciado recentemente pela imprensa, na mesma linha de outro projeto que tramita no congresso Nacional, de autoria do governo federal, que tem como objetivo central a criação da famosa previdência complementar, que nada mais é do que um novo ataque à previdência dos servidores públicos do Brasil. Isso está acontecendo em Brasília e em São Paulo. E temos que recordar aqui que as reformas previdenciárias feitas no Brasil visaram atacar os trabalhadores, para retirar direitos conquistados pelos trabalhadores, tanto da iniciativa privada como também dos servidores públicos.

Não podemos aqui nos esquecer da famosa emenda 20, do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, de 1998, que penalizou imensamente os trabalhadores da iniciativa privada elevando tanto a idade para aposentadoria como também o tempo de contribuição. Muitas pessoas foram extremamente prejudicadas no Brasil com a aprovação da Emenda 20. Posteriormente, no ano de 2002, no governo Lula, tivemos a segunda reforma da previdência, que penalizou, sobretudo, os servidores públicos. A famosa Emenda nº 41, que taxou os servidores já aposentados e pensionistas. Pela primeira vez no mundo um sistema previdenciário cobra de quem já se aposentou, ou seja, uma verdadeira contradição, porque a pessoa já se aposentou, já contribuiu, e é obrigada, mesmo já estando aposentada, a continuar contribuindo com o sistema previdenciário.

Repito, esse sistema não existe em nenhum lugar do mundo; só aqui no Brasil. E agora estamos vivendo talvez a terceira reforma da previdência, que está sendo feita ao mesmo tempo pelo governo federal e pelo governo estadual. Ela vai prejudicar imensamente todos os servidores públicos do Brasil. Porque pelos projetos apresentados, os servidores não terão mais o direito à aposentadoria integral. Na verdade já não existe esse direito.

Aqui em São Paulo, por exemplo, temos uma política salarial fundamentada em bonificações, em gratificações, que tem destruído o salário-base dos nossos professores, dos servidores da Saúde, da Segurança Pública, do sistema prisional, do Judiciário. Praticamente 90% dos servidores do Estado de São Paulo são vítimas dessa perversa e danosa política salarial de gratificações e bonificações. E essas bonificações e gratificações não são incorporadas ao salário-base e com isso, quando o servidor se aposenta, muitas vezes o salário cai até pela metade. É o caso dos profissionais da educação, que são algumas das vítimas preferenciais dessa política educacional, principalmente com a política de bonificações. Então, diante disso os servidores do Estado de São Paulo nem tem mais direito, na prática, à integralidade do salário no momento da aposentadoria. Ela só existe para inglês ver.

Como se não bastasse isso, os servidores terão novas perdas com esse PL 840, de 2011, que foi apresentado pelo governador Geraldo Alckmin. Vamos votar contra. Vamos obstruir a votação desse projeto porque não vamos aceitar um novo ataque à previdência dos servidores públicos do Estado de São Paulo. É incompreensível e não podemos aceitar que os trabalhadores, mais uma vez, tenham de pagar a dívida dessa crise financeira, do desvio de dinheiro da previdência, principalmente da previdência pública. Sabemos muito bem que o governo estadual tem uma dívida com carteira previdenciária dos servidores públicos em mais de 60 bilhões de reais. Foi o dinheiro sequestrado do Ipesp, que era o instituto de previdência dos servidores do Estado de São Paulo, que inclusive abrigava outras carteiras, como as carteiras previdenciárias dos advogados e dos cartorários, que foram nocauteadas e atacadas pelo governo do PSDB, pelo ex-governador José Serra, que extinguiu ambas. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo compactuou isso. Nos do PSOL votamos contra, mas a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo votou a favor; os projetos foram aprovados. Ingressamos duas Adins no Supremo Tribunal Federal para revogar essas duas leis e restituir os direitos à aposentadoria de mais de 40 mil advogados e advogadas e de mais de 10 mil cartorários, trabalhadores de cartórios extrajudiciais.

Agora não podemos aceitar mais um projeto penalizando os servidores do Estado de São Paulo. Por isso estamos nos antecipando a uma verdadeira guerrilha que vai ocorrer na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e no Congresso Nacional. As nossas bancadas no Senado e na Câmara dos Deputados, e nosso mandato representando o PSOL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, vão se colocar frontalmente contra a aprovação do PL 840, de 2011, que vai prejudicar os professores, os policiais civis e militares, os servidores do Judiciário e do Sistema Prisional, e vai beneficiar os grandes bancos que vão controlar essas carteiras previdenciárias. O projeto cria o SPPrecom, que na prática significa previdência privatizada. Mais uma vez estamos assistindo o estado a serviço do poder econômico e dessa vez do sistema financeiro dos grandes bancos.

Nós do PSOL somos contra, vamos obstruir as votações, porque não vamos aceitar que os servidores mais uma vez paguem a conta dessa crise fiscal. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, telespectadores que nos assistem através da TV Alesp, saúdo a todos. Gostaria de saudar o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, que coordenou o 4º congresso do nosso partido, realizado no último fim de semana, em Brasília, bem como todos os delegados que lá compareceram. Nosso partido pautou temas relevantes da política nacional, do processo eleitoral para o próximo ano, alianças e coligações. Não poderia deixar de cumprimentar todos os delegados que participaram desse congresso que apontou diretrizes fundamentais para a organização do nosso partido para o ano corrente e para o próximo também.

Também quero fazer um registro importante que foi a presença do Presidente Lula no sábado pela manhã, bem como a presença do meu presidente estadual deputado Edinho Silva. O Presidente Lula foi vistoriar as obras do futuro estádio do Sport Club Corinthians Paulista.

Faço questão de fazer este registro pela importância do futebol brasileiro, especialmente pelo processo de crescimento e desenvolvimento econômico na zona Leste. Hoje a zona Leste tem o tamanho do Paraguai, quase quatro milhões de habitantes. Queremos discutir a questão da prática do futebol, mas sabemos o quanto é necessário e fundamental o crescimento da zona Leste e dos extremos da nossa cidade.

As instalações do estádio do Corinthians poderão, sem dúvida, significar a geração de empregos, e queremos que a riqueza, que muitas vezes está concentrada na Capital, possa ser pulverizada em toda a região metropolitana.

Além do Presidente Lula, tivemos a presença do Deputado Simão Pedro e do Deputado Luiz Moura que fortalecem bastante a região da zona Leste.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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Participamos, na última quinta-feira, da audiência pública em Barretos; na sexta-feira em Rio Preto e hoje será em São Carlos. Temos levado a bandeira da questão da Frente Parlamentar de combate ao crack, que tem a participação ativa do Deputado Olímpio, assim como o nosso vice-Presidente, Deputado Jooji Hato. Tenho procurado nessas audiências públicas retratar os debates que temos realizado aqui na Assembleia Legislativa, e temos encontrado um grande eco nas regiões aonde temos levado a questão do crack. Realmente, temos uma grande missão, de caráter suprapartidário.

Espero termos um grande êxito, quando iniciarmos o processo de apresentação das emendas ao orçamento do Estado. Que possamos cravar investimentos para o fortalecimento das políticas desenvolvidas pelos municípios do Estado.

No sábado à tarde, em Brasília, conversei com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que assumiu conosco o seguinte compromisso: no dia 23 de setembro a Presidente Dilma vai lançar nacionalmente a campanha de combate às drogas no Brasil. A presença dele estava agendada para o dia 16, e ele pediu que seja depois do dia 23, para ele poder apresentar também as ações e programas para o Estado de São Paulo. O Ministro tem acompanhado as nossas atividades, e inclusive visitou a Cracolândia, para comprovar o que nós vimos há pouco mais de um mês.

Portanto, quero aqui prestar contas do também da Frente Parlamentar, e agradecer ao Deputado Major Olímpio, que sugeriu que trouxéssemos o Dr. Rodrigo Bethlem, Deputado Federal licenciado, que gentilmente esteve conosco e proporcionou um excelente debate. Aproveito a oportunidade para agradecer por tê-lo conhecido, e pela forma como ele conseguiu expor a experiência, ainda embrionária, da prefeitura do Rio de Janeiro. Ele foi muito elogiado, e sua presença foi muito importante para a Assembleia Legislativa.

Temos procurado não vender ilusões de que vamos resolver o problema do crack no Estado de São Paulo, mas não podemos ficar de braços cruzados para essa triste realidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero parabenizar o nosso Presidente da Frente Parlamentar anti-drogas, Deputado Doniste Braga que, com muita sabedoria, convidou o Secretário do Rio de Janeiro para vir contar a experiência no Rio de Janeiro. Com certeza a nossa Frente Parlamentar vai usar de alguns dados e ensinamentos do Secretário para continuarmos lutando por algo que é extremamente importante. Não se combate a violência sem controlarmos as drogas, desde as oficializadas, o álcool, como as ilícitas, a cocaína, heroína, oxi, crack e tantas outras que estão sendo consumidas pelos adolescentes.

Não se pode controlar essas drogas ilícitas sem resgatar aquelas pessoas que são pacientes, são doentes, e não têm nenhum discernimento. Um médico - não é porque sou médico - tem autoridade para dizer se esse paciente tem que ser internado, ou não. Não é o poder Judiciário, não é nenhum poder, porque os poderes são independentes em relação aos pacientes. Quem manda, quem resolve a internação é o médico. Então, o médico estando presente, ele decide se interna ou não, e resgata esse paciente.

Essa reunião aqui na Assembleia Legislativa foi, na verdade, em busca do toque de acolher, o resgate desses pacientes doentes que estão na Cracolândia para o futuro. Qual é o futuro, se deixarmos assim? Por isso, parabéns aos Deputados Fernando Capez, Major Olímpio, e todos os membros da Frente Parlamentar. É uma luta muito difícil, mas é uma luta de todos nós.

Quando vereador, aprovei uma lei proibindo a garupa de moto, mas esse projeto foi vetado. E poderia ter salvo, talvez, a vida de pessoas relacionadas com o Parlamento, pessoas que defendem a Justiça, defendem a população. Tivemos o assassinato de irmãos de dois Deputados: Said Mourad - ele saía de um banco no Ipiranga, e do Deputado Federal Walter Ihoshi, também saindo de um banco em Diadema.

Elaborei uma outra lei, que é vigente, que proíbe na Cidade de São Paulo qualquer atividade nos semáforos. Os ambulantes podem trabalhar, precisam trabalhar, mas tem que ser em locais específicos, não nos semáforos, onde não sabemos quem é o ambulante e quem é o assaltante. Misturam-se os vendedores com os marginais, às vezes com ramalhetes de flores, fingindo que estão vendendo, e de repente estão armados.

Trago minha solidariedade ao nobre Deputado Fernando Capez. Não é fácil ser assaltado. A reação de V. Exa. talvez seja a de muitas pessoas, como o caso ocorrido no final de semana: o motorista de um Porsche, na Haddock Lobo, nos Jardins, não entregou a chave do carro e foi baleado.

Estamos vivendo numa cidade em que não sabemos se voltamos vivos ou não para casa. O que precisamos fazer para resolver esse problema? Blitz e desarmamento. Precisamos tirar essas armas. Nobre Deputado Fernando Capez, V. Exa. é um lutador pela justiça. Certamente o assaltante estava portando uma arma ilegal, talvez comprada no Paraguai por 700 reais, com numeração raspada. Arma ilegal. Temos mais de dez milhões de armas assim no nosso País. Precisamos tirar essas armas de circulação. Temos de fazer blitz pelo desarmamento como nos estádios. Os torcedores são examinados e lá dentro não acontece nada. Como São Paulo é uma cidade-estado, temos de fazer em pontos estratégicos.

Quero me solidarizar mais uma vez com o nobre Deputado Fernando Capez, não é fácil ser assaltado. Só quem é assaltado, como eu também fui, na Cidade de Diadema, sabe. Diadema, aliás, seguiu a lei que aprovamos na Cidade de São Paulo como vereador, a Lei Seca, também conhecida como Lei do Silêncio. Diadema conseguiu reduzir em mais de 80% sua violência. Essa lei está se estendendo a todas as cidades deste País. Quero me solidarizar também com o nobre Deputado Antonio Salim Curiati, que foi assaltado dentro de sua casa, agredido junto com a esposa. Minha total solidariedade ao querido Deputado Fernando Capez, grande deputado, lutador pela justiça.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, agradeço ao nobre Deputado Jooji Hato pela solidariedade.

Como estamos falando num tema atinente à segurança pública, convém tratarmos do excelente projeto apresentado pelo Governador Geraldo Alckmin que prevê um reajuste para os servidores das carreiras policiais civil e militar e traz outras providências. O Governador foi sensível, agiu rapidamente, apresentou um projeto importante. O que queremos agora nesta Casa é, de maneira ponderada, serena, discutir possíveis emendas que possam levar ao aperfeiçoamento desse projeto.

Vou usar o tempo do Pequeno Expediente e retornarei no Grande Expediente para abordar em duas etapas essa questão.

Os deputados percorrem o Estado inteiro, conversam nas suas bases com servidores públicos - nesse caso, entram em delegacias de Polícia, em companhias, batalhões, quartéis, conversam com os integrantes da Polícia Militar - extraem o sumo das pretensões, sonhos, anseios dos integrantes dessas carreiras. Quando a Assembleia Legislativa recebe um projeto de lei, gostaria que os nossos colegas não resolvessem as coisas no atropelo, na base do “O que votei mesmo? Apertei o botão, era para votar o quê?” Não. Temos de refletir, o projeto tem de passar pelas comissões, onde tem de ser discutido. Se necessário for, faremos audiências públicas. Tudo o que queremos é, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, promover alterações, ou pelo menos discutir alterações que possam melhorar ainda mais as condições de trabalho dos policiais.

Venho aqui quase sem voz, mas venho aqui porque é necessário ocupar esta tribuna do parlamento para endereçar a mensagem aos nossos colegas deputados. Apresentamos a Emenda nº 3 ao Projeto de lei Complementar nº 49, de 2011, acrescendo o seguinte artigo: “Os prazos de tempo de serviço previstos nessa lei complementar” - estou me referindo ao prazo para aposentadoria - “serão reduzidos em cinco anos para os integrantes da Polícia Militar do sexo feminino”. E a Emenda nº 2 ao Projeto de lei Complementar nº 48, de 2011, que diz: “Os prazos de tempo de serviço para fins de aposentadoria serão reduzidos em cinco anos para os integrantes da Polícia Civil do sexo feminino”. São emendas que pretendem tornar o prazo de aposentadoria de 25 anos para as mulheres servidoras dos serviços de Segurança da Polícia Civil, da Polícia Científica e Polícia Militar.

Não estamos falando nenhuma aberração jurídica. Já houve um projeto de lei enviado pelo Governo do Estado - não foi por deputados desta Casa - sancionado pelo Governo do Estado que fixou em 25 anos o prazo de aposentadoria das policiais civis e militares femininas. Foi declarado inconstitucional por um vício formal, pois era lei ordinária e deveria ser lei complementar. Portanto, no mérito é algo que já existiu, que partiu do próprio governo, foi feito um cálculo sobre a questão orçamentária. Vão dizer: “provoca aumento de despesa”. No entanto, o aumento de despesa, que é vedado por uma lei federal, não está acima do princípio constitucional da isonomia.

Vamos voltar no Grande Expediente, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, solicito antecipadamente a palavra para uma comunicação ao final do tempo do Pequeno Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, gostaria de fazer coro à manifestação do Deputado Fernando Capez quanto à nossa responsabilidade em nos debruçarmos de fato em cima de todos os projetos que vêm para esta Casa, sejam projetos de deputados, sejam projetos de origem no Ministério Público, no Tribunal de Justiça, sejam projetos do Governador. Não temos o direito de simplesmente olhar para o líder do partido, para o líder da oposição, para o líder do Governo e ver como temos de votar, como inúmeras vezes já me queixei de discutir com pessoas sobre projetos que eram extremamente significativos, como foi a guerra da São Paulo Previdência, projetos de reajustes de servidores, carreiras e o indivíduo dizer que compreendia, que eu tinha razão, mas não ia tomar conhecimento, iria esperar a orientação da liderança do Governo sobre o que devia fazer. Temos de aperfeiçoar.

Na quinta-feira e sexta-feira estive na Convenção Nacional do meu partido, o PDT. Tive a felicidade, juntamente com o Senador Pedro Taques, sermos os mediadores e expositores no Painel de Segurança Pública, um dos 12 painéis que foram desenvolvidos pelo PDT, de propostas do partido para a população brasileira. Saí extremamente entusiasmado com os debates, com a linha que o partido quer adotar nacionalmente, especialmente na área da Segurança Pública, Deputado Capez.

O Dr. Pedro Taques, Senador do meu partido pelo Estado de Mato Grosso, foi Procurador do Estado em São Paulo, é seu colega como Procurador da República, tornou-se Senador pelo combate intransigente ao crime organizado. Ele apresentou um projeto - que gostaria que V. Exa. repercutisse no mundo jurídico, no qual é um dos estudiosos mais respeitados - no qual ele tenta classificar a corrupção como crime hediondo, crime que fere o Art. 5º, inciso 43, da Constituição, e não simplesmente um crimezinho de consenso, entendendo ele que a corrupção é uma das grandes pragas.

O jornal “Folha de S.Paulo” de ontem fez um balanço da corrupção no Brasil que achei até singelo. A matéria aponta que, em sete anos, foram desviados 40 bilhões de reais pela corrupção no País, o que daria um Orçamento da Bolívia. Acho que deve ter uma meia dúzia de Bolívias, pelo menos, se formos a fundo para verificar a corrupção no âmbito federal, estadual e municipal. Precisamos dar um norte em relação a isso.

Além do debate acerca da Segurança Pública ter sido muito rico, esse posicionamento do Senador Pedro Taques, ao ser colocado na internet, em uma semana recebeu mais de 500 mil afirmações em relação a ser um projeto que vai melhorar a vida dos brasileiros: 99,6% dos internautas entenderam que o projeto é absolutamente necessário para ajudar a minimizar essa praga da corrupção que assola o Brasil.

Gostaria de pedir que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo repercuta, mobilize-se, no sentido de termos esse projeto votado e em execução. Não pelo fato de o Dr. Pedro Taques ser um jovem Procurador da República - tem 45 anos de idade, nunca tinha sido candidato a nada. Pelo seu posicionamento como Procurador, foi candidato a Senador e agora está tentando contribuir para o aperfeiçoamento da legislação no País, dobrando a pena, impondo o cumprimento da pena como crime hediondo. Hediondo vem de mal cheiroso, crimes que fedem para a sociedade. E a corrupção fede para a sociedade, sim.

Ouvimos um pronunciamento emocionado do Deputado Fernando Capez, dizendo: “Fui vítima num farol e, graças a Deus, não saí ferido ou machucado.” Sabemos que em um pouco daquela situação, no fato de aquele marginal estar solto com uma arma de fogo, de ter possivelmente vários mandatos de prisão expedidos e não cumpridos, tem a praga da corrupção institucionalizada.

A corrupção é um crime hediondo, pois mata, não diretamente, como aquele marginal, que poderia ter ferido mortalmente o Deputado Fernando Capez, ou como o marginal que invadiu a casa do Deputado Antonio Salim Curiati e poderia ter feito uma vítima fatal. O corrupto mata através de, amplia essa cadeia do crime e do criminoso.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Há uma permuta entre o nobre Deputado Adriano Diogo e a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. Também há uma cessão de tempo da nobre Deputada Maria Lúcia Amary ao nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. Fernando Capez - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre Deputado Jooji Hato, eminente Deputado Olímpio Gomes, Deputado Carlos Giannazi, sempre presente e combativo, eu me somo à manifestação do Deputado Olímpio Gomes em relação ao ilustre Procurador da República, pelo Estado de Mato Grosso, atualmente Senador, Dr. Pedro Taques, meu colega de Ministério Público, meu amigo de longa data.

Conversamos a respeito da entrada dele na política. O Dr. Pedro Taques estava hesitante. Por ter ingressado no Ministério Público após 1988, era obrigado a pedir exoneração para entrar no pleito dificílimo para Senador. E ele o fez, por acreditar em seus ideais. Tenho a impressão de que a política reserva um futuro promissor ao nobre procurador da República e hoje Senador Pedro Taques, que fala com convicção, com transparência, pelo exemplo de vida. A iniciativa dele é muito importante.

Há 20 anos, eu já havia escrito um artigo para que os crimes do colarinho branco fossem levados a julgamento perante o júri popular. Não são as pessoas do povo que estão sendo mortas vagarosamente pela corrupção? Deixe o povo, através do Conselho de Sentença, julgar crimes do colarinho branco, que, muitas vezes, têm a prova mais difícil de ser demonstrada no juízo técnico, mas, com certeza, teriam uma repressão muito eficiente no júri popular.

Trabalhei no Tribunal do Júri durante os cinco primeiros anos da minha carreira, acusando homicidas, em diferentes crimes: homicidas ocasionais, homicidas em série, homicidas premeditados, homicidas profissionais. Trabalhei no 4º Tribunal do Júri, Zona Leste; no 3º Tribunal do Júri, Santo Amaro; no 1º Tribunal do Júri, de toda a Região Central, Vila Mariana; no 5º Tribunal do Júri, Pinheiros. Realmente, cada região tem uma característica própria. Mas eu troquei, eu me removi da Promotoria do Júri para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público por acreditar que a corrupção - que traga para o ralo recursos que poderiam ser aplicados em hospitais, escolas, assistência social, muitas vezes, por malversação do dinheiro público - acaba impedindo pessoas de terem um futuro.

Essa Promotoria da Capital em que trabalhei durante muito tempo - com os Promotores Sílvio Marques, Wallace Paiva Martins Júnior, Nilo Spinola Salgado Filho, Mário Tebet, Saad Mazloum, Marcelo Daneluzzi, Nadir de Campos Júnior, Luiz Fernando Rodrigues Pinto e tantos outros colegas -, só nas ações propostas, está trazendo de volta aos cofres do Estado e Município mais de 20 bilhões de reais. É a folha de serviço prestado pelo Ministério Público de São Paulo.

É importante que a história de vida seja levada para a política, como é o caso do Deputado Carlos Giannazi, na área da Educação; do Deputado Olímpio Gomes, como policial militar, oficial valoroso; e do meu, como membro do Ministério Público. É o que Pedro Taques fez. Ele deve ser apoiado por todos nós nesse projeto, que, a meu ver, colocando a corrupção como crime hediondo, pode ser acrescido como uma alteração no Código de Processo Penal para que seja julgado pelo júri popular.

Tenho agora que meditar sobre algumas emendas que apresentamos. No telão, mostraremos as emendas, na ordem em que se encontram, ao telespectador da TV Assembleia.

O Governo do Estado encaminhou um projeto propondo reajustes salariais para os policiais civis e militares. Entendo que os Deputados desta Casa devem meditar sobre o projeto. E, se for possível, sem demagogia orçamentária, promover alterações pontuais que possam atender anseios dos representantes da classe.

Por problemas técnicos, vou apresentar as emendas aqui para meditarmos sobre elas. Além da aposentadoria aos 25 anos para as policiais femininas civis e militares, apresentamos outras emendas.

A aposentadoria aos 25 anos para as policiais civis e militares não apenas produz um impacto orçamentário mínimo, mas constitui uma justiça às mulheres que, reconhecidamente, possuem uma carga de trabalho extra, que é a carga de trabalho em casa com os filhos, com o lar, além de ter que ser uma policial como os outros policiais masculinos.

Quando a Constituição Federal diz que todos os homens e mulheres são iguais perante a lei, ela consagra o princípio da igualdade, também chamado de princípio da isonomia. E, de acordo com esse princípio, todas as pessoas devem ser tratadas igualmente quando se encontram numa situação igual e desigualmente nos limites das desigualdades quando estiverem em posições diferentes.

Quando se fixa o mesmo prazo de aposentadoria de 30 anos na hipótese das policiais civis e militares, para homens e mulheres se fixamos o mesmo prazo essa igualdade é discriminatória. Essa igualdade estabelece uma diferença. Essa igualdade produz prejuízo para as mulheres porque a sua carga é reconhecidamente maior não no trabalho, fora dele. Daí porque, quando apresentamos a Emenda nº 3 ao PLC 49, a nº 2 ao PLC 48, não estamos afrontando a lei, estamos ajustando, adequando o projeto à nossa Constituição Federal.

Já há inúmeras decisões do Poder Judiciário reconhecendo o direito da aposentadoria aos 25 anos para policiais femininas. Por quê? Porque é constitucional. É um princípio constitucional.

O Professor Celso Antonio Bandeira de Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, aponta que a mais grave forma de inconstitucionalidade é a violação de um princípio constitucional. Quando violado o princípio constitucional da igualdade ele significa afronta a um feixe de regras e valores que constitui o arcabouço da constituição e o projeto viola nesse aspecto do princípio constitucional sensível.

Peço aos colegas a compreensão para meditarmos e debatermos a respeito dessas emendas. Mesmo que não sejam aprovadas, tem que ser discutidas, votadas e não atropeladas pelo método de discussão, votação e aprovado. Vamos votar individualmente as emendas.

Apresentamos, também, a Emenda nº 8 ao PL 49, que extinguem 809 graduações de soldado da Polícia Militar e que criam 647 no Quadro de Praças, a emenda nº 7 que extinguem 1.641 graduações de 3ª Sargento e criam 1.124 graduações de subtenentes.

Ora, por que estamos extinguindo nesse projeto cargos de soldados e criando o de cabos? Extinguindo de 3º Sargento e criando de subtenente? Para movimentar a carreira. É para que o 3º Sargento possa se promover a 2º Sargento. 2º Sargento para o 1º Sargento; 1º Sargento para subtenente e para que o soldado possa se promover a cabo. É uma movimentação na carreira.

A promoção é um estímulo psicológico. É o reconhecimento ao trabalho e, além disso, traz uma retribuição, um ganho financeiro. É uma emenda que melhora as condições de trabalho dos policiais, deixa os policiais mais satisfeitos, mais motivados, mais recompensados sem criar aumento de despesa. Por que emendas como essas não podem ser discutidas aqui entre os deputados? Por que os deputados não podem operar os projetos que muitas vezes são feitos por técnicos, em gabinetes fechados, que não têm sensibilidade?

Temos, aqui, a última emenda que suprime o §3º do Art. 2º do PLC.

Foi criada a figura do posto imediato agora para os oficiais, os praças já o têm. O oficial da Polícia Militar se aposenta no determinado posto, se reforma. Ao se reformar, ele tem direito a uma promoção. Agora, se parar, ao mesmo tempo em que o projeto dá com uma mão o posto imediato para os oficiais, que é justo, com a outra mão cria dificuldade, cria um interstício de dois anos. Ele tem que se promover ao cargo de oficial, tem que ficar dois anos no cargo para, depois, se promover.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Sr. Presidente, o Deputado Fernando Capez tem toda razão porque esse retorno do posto imediato aos oficiais simplesmente em harmonia, em isonomia, que é o que acontece com as nossas praças, dá se passagem no ato da inatividade com mais uma promoção. Então, tem que ser de imediato.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Quer dizer então que o oficial se aposenta e se reforma imediatamente? Ele teria que se promover, aguardar dois anos para, depois, obter a promoção a posto imediato? Não é isso?

Agora a emenda ao projeto coloca dois anos. Ele tem que ficar dois anos naquele posto para, depois, se aposentar e ter direito à promoção ao posto imediato.

Ora, fui ver no dicionário Michaelis a palavra imediato. O adjetivo imediato quer dizer instantâneo, direto, sem permeio. Não tem nada de permeio. Seguido, logo depois, de consecutivo, próximo, contiguo, instantâneo. Como adjetivos esses são os significados. Não tem nada de permeio.

O que estamos pedindo chama-se posto imediato. Há uma questão no Direito que se chama costume. Tem a consagrada expressão: posto imediato. Mas os Deputados da Assembleia Legislativa vão votar um posto imediato que não é imediato. Um posto imediato que é mediato. Um posto imediato que tem que ter o interstício de dois anos? Então, não é uma questão de ser a favor ou contra. É aperfeiçoar o projeto.

Estamos pedindo que o projeto passe na Comissão de Justiça, passe na Comissão de Segurança Pública e, quando chegar ao plenário, discutir as emendas porque, do contrário, vamos, sim, aprovar um posto imediato daqui a dois anos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apresentei 17 emendas aos PLCs 47, 48, 49, 50 e 51 e um substitutivo e gostaria de fazer coro à manifestação do Deputado Fernando Capez reforçando que no caso da aposentadoria para os policiais femininos, seis estados brasileiros já respeitam a regra estabelecida na Constituição.

Em relação a essa emenda apresentada pelo Deputado Fernando Capez, eu também fiz uma semelhante porque fomos orientados nesse sentido por policiais militares de São José do Rio Preto. Nela, diminuímos vagas de soldados não preenchidas - é importante que a população saiba que não vai perder nada, ao contrário; os claros na Polícia somam cinco mil - acrescemos vagas de cabos, suprimimos 1600 vagas de sargento e criamos 1100 de subtenentes. Por que essa diferença? Exatamente para que não haja aumento de despesa. Nós não estamos discutindo, estamos em harmonia: o Deputado Fernando Capez, eu e vários outros deputados que apresentaram emendas a esses projetos. Ninguém quer ser pai de criança alguma. Queremos que os projetos sejam aperfeiçoados.

Em relação ao posto imediato, ele foi suprimido em 1991 pela Lei 693. Desgraçadamente se tirou o posto imediato dos oficiais - manteve-se o das praças, graças a deus naquela ocasião - a troco de nada. E agora o Governador na sua exposição de motivos ou acompanhando a exposição de motivos do comandante-geral diz ‘é para reparar uma grave injustiça.

Ora, se é uma grave injustiça, temos de reparar como era em 91, imediatamente na passagem para a inatividade e não com dois anos de carência. E também: que todos aqueles que passaram para a inatividade de 1991 a 2011 não sejam prejudicados, porque o Governo os esqueceu.

E o comando da Polícia Militar está dizendo ‘vamos entrar na Justiça.

Mas se estamos escrevendo na exposição de motivos que é extremamente injusto, onde temos de reparar as injustiças na legislação? Aperfeiçoando os projetos nesta Casa.

Amanhã, no Colégio de Líderes, deverá ser apreciado um pedido que fiz para que representantes das entidades associativas e sindicais da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica e agentes penitenciários sejam recebidos na próxima terça-feira no Colégio de Líderes, bem como a realização de uma grande audiência pública para se lotar esta Assembleia de policiais com o intuito de sensibilizar os parlamentares e o Governo a aperfeiçoarem estes projetos.

Fiz uma emenda estabelecendo o Adicional de Local de Exercício para todos os policiais civis, militares, Polícia Técnico-Científica em 1575 reais por quê? Porque pagamos com o Adicional de Local de Exercício quem está em municípios com menos de 500 mil habitantes, que recebem menos de quem está em municípios com mais de 500 mil habitantes. Quem é oficial recebe um Adicional de Local de Exercício, quem é praça recebe um outro, quem é investigador recebe um outro, quem é delegado recebe um outro e o adicional é pelo local do exercício não pela graduação ou pelo posto no local em que trabalha.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, gostaria de ressaltar que nós do PSOL apresentamos inúmeras emendas aos projetos enviados pelo Palácio dos Bandeirantes versando sobre reajuste nas carreiras dos servidores da Segurança Pública: policiais militares, policiais civis e servidores do sistema prisional.

Gostaria ainda de registrar que vamos apoiar todas as emendas apresentadas pelos partidos de oposição e por deputados que apresentaram emendas que representam as reivindicações dos servidores da Segurança Pública e do sistema prisional. Esta será a nossa posição no trâmite aos projetos.

Estranhamos os reajustes tão baixos, que não terão nenhum impacto significativo nos holerites dos nossos servidores da Segurança Pública.

O discurso do Governo em defesa da Segurança Pública é de que investe em Segurança, de que há uma diminuição na taxa da criminalidade, no que duvidamos até porque sabemos que o crime só tem aumentado no nosso Estado. São assaltos a caixas eletrônicos, assaltos a mão armada, como o próprio Deputado Fernando Capez colocou aqui hoje. Agora até deputado é assaltado. O Deputado Salim Curiati foi assaltado na sua casa, enfim, estamos vendo o aumento da insegurança e da criminalidade no Estado de São Paulo e o Governo Alckmin dizendo que existe uma queda na criminalidade.

Na verdade, um governo sério, um governo que de fato invista em Segurança Pública tem de investir prioritariamente nos seus servidores porque os policiais civis e militares são protagonistas da Segurança e se essas carreiras estão desvalorizadas, não são contempladas com uma recuperação salarial, não vamos ter Segurança Pública no Estado. Estamos tendo o sucateamento da carreira da Polícia Civil, como da Polícia Militar e principalmente dos salários, que são aviltantes para este segmento de trabalhadores. É nesse sentido que apresentamos inúmeras emendas corrigindo estes projetos apresentados pelo Governo Estadual. Agora apelamos aos deputados principalmente da base do Governo para que aprovem, para que não sejam submissos e passivos à orientação do Palácio dos Bandeirantes. Este vai ser o nosso comportamento.

Nós, da Liderança do PSOL, vamos aprovar todas as emendas que representem de fato as reivindicações dos servidores da Segurança Pública, policiais civis, policiais militares e do sistema prisional, que vivem uma situação extremamente difícil. Salários baixíssimos, condições precárias de trabalho e uma carreira destruída por conta da política salarial implementada pelo Governo Estadual.

Gostaria ainda de fazer um comentário em relação à matéria publicada no último dia 4 pela "Folha de S.Paulo": ‘Alckmin quer vender terra pública no Pontal.

Além deste projeto que apresentou no mês passado e que tramita nesta Casa de Leis, há um outro projeto de 2007 do PSDB, do ex-Governador José Serra, que permite a venda, a entrega praticamente de vários trechos de terra do Pontal do Paranapanema para os grandes latifundiários que ocuparam essas terras, os famosos grileiros latifundiários. Não estou me referindo aqui a sem-terras ou agricultores. Esse projeto apresentado pelo Governador Geraldo Alckmin, que reivindica sua aprovação imediata aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo juntamente com outro projeto do ex-governador do José Serra, vai beneficiar os grandes latifundiários, donos do agronegócio, do Pontal do Paranapanema que ocuparam terras públicas do estado.

Eles serão praticamente anistiados por dois projetos de lei que tramitam nesta Casa. Enquanto isso a reforma agrária fica abandonada no nosso estado, o investimento no assentamento de milhares e milhares de homens do campo que foram expulsos de suas terras, famílias que vivem nas margens das estradas passando fome, necessidades, expostas ao sol, à chuva, ao frio. Para essas famílias, nenhum projeto de lei tramita nesta Casa. Agora para os grandes latifundiários, para os donos do agronegócio que invadiram as terras públicas. Esses serão beneficiados por duas leis.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, é inconcebível para nós que a Assembleia Legislativa aprove dois projetos beneficiando invasores de terras, grandes latifundiários que invadiram as terras do estado, que estão lá há muitos anos tendo lucro, explorando os trabalhadores, e agora serão beneficiados pela aprovação de dois projetos. Enquanto isso os trabalhadores do campo sem-terra são perseguidos pela polícia, são mortos pelos jagunços desses latifundiários e abandonados pelas políticas públicas do Estado de São Paulo.

Vamos também obstruir, votar contrariamente esses dois projetos e levar essa discussão para a Comissão de Direitos Humanos, que terá que reagir contra a aprovação desses dois projetos que vão privilegiar os latifundiários do Estado de São Paulo que invadiram terras públicas em detrimento da construção de uma política pública rural que acomode, que assente as milhares de famílias que foram expulsas de suas terras de agricultores. Temos que exigir que o estado invista em assentamento, e dê apoio técnico e financeiro para que essas famílias produzam nessas terras. É disso que precisamos e não de projetos para beneficiar para quem já está beneficiado pelo poder econômico e até mesmo pelo próprio estado.

Essa vai ser a posição do nosso partido PSOL e do nosso mandato durante a tramitação desse projeto. Fazemos um apelo ao governo para que envie projetos semelhantes no sentido de fazer de fato a reforma agrária no Pontal do Paranapanema, onde tantos trabalhadores rurais foram mortos, exterminados pelos grandes latifundiários, pelos jagunços, pelos capatazes. Essa região tem muitas terras devolutas, terras do estado que foram invadidas indevidamente pelos grandes proprietários de terras. Então é nesse sentido que vamos nos posicionar, Sr. Presidente.

Também gostaria de citar uma matéria publicada duas semanas atrás na imprensa do Espírito Santo que tem tudo a ver com a rede pública de ensino de São Paulo. A matéria dá conta de que no Espírito Santo existem 700 professores licenciados pro problemas psiquiátricos: depressão, transtorno de ansiedade, transtornos bipolares e estresse. Doenças responsáveis por mais de 50% dos afastamentos dos professores da rede municipal de Vitória, Espírito Santo, segundo dados do Sindiupes/ES - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo.

Sr. Presidente, essa notícia tem uma profunda relação com a situação das nossas redes públicas, municipal e estadual, do Estado de São Paulo.o diagnóstico e a radiografia são os mesmos. Temos hoje, no Brasil, principalmente nas grandes cidades, uma taxa muito alta de professores afastados por licença médica, sobretudo na área de licença psiquiátrica. Como foi dito, professores com estresse, com depressão, com transtornos de ansiedade, com síndrome do pânico, e tantas outras doenças mentais que são agravadas e potencializadas, primeiramente, pela violência nas escolas, pelo número excessivo de alunos por sala, ou seja, superlotação de salas; pelos baixíssimos salários e pelas condições extremamente precárias de trabalho desses professores da rede pública. Então, todo esse cenário tem gerado a doença psíquica ou mental, ou tem potencializado e ajudado a desenvolver esse tipo de doença.

Então, é nesse sentido que fazemos um paralelo com o que vem acontecendo com os professores da rede municipal de Vitória com os professores da nossa rede estadual. Também constatamos essa situação visitando o Hospital do Servidor Público Estadual, o Hospital do Servidor Público Municipal. Os nossos professores estão adoecendo cada vez mais, com falta de perspectiva na rede pública, reféns dos baixíssimos e aviltantes salários, da superlotação de salas, da falta de uma carreia digna, porque cada vez mais a carreira do magistério vem sendo degradada e atacada pelos nossos governos.

Cito a última resolução da Secretaria da Educação, publicada em julho, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em pleno recesso dos professores, fragmentando as férias de janeiro. Os professores do Estado de São Paulo perderam o direito a 30 dias de férias no mês de janeiro; terão 15 dias em janeiro e 15 dias em julho. Ou seja, com esse novo ataque da Secretaria da Educação aos professores da rede pública de ensino vamos ter mais professores adoecendo, mais professores com síndrome do pânico, com depressão, e desenvolvendo outras doenças e transtornos mentais. Sem contar o falso reajuste que foi apresentado agora fragmentado em praticamente quatro anos; reajuste que nem repõe as perdas inflacionárias.

Então, esse é o cenário de destruição da rede estadual de ensino e, sobretudo, da carreira do magistério. Não há investimento no magistério estadual. Logo, não há investimento na rede pública de ensino e, sobretudo, na oferta de qualidade de ensino. Além dessa antipolítica educacional prejudicar os nossos professores e profissionais da educação, ela prejudica os nossos mais de cinco milhões de alunos matriculados na rede púbica de ensino.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicitamos o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Deputado Leonel Julio, ex-Presidente desta Casa. A S. Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia os Projetos de lei vetados, de números: 631/04, 322/08, 501/08, 332/09, 695/09, 731/10, 350/11, 386/11 e 532/11.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão de 01/9/11, com os aditamentos ora anunciados, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 80 anos da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 11 minutos.

 

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