http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

08 DE AGOSTO DE 2012

096ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, ED THOMAS, REGINA GONÇALVES e ULYSSES TASSINARI

 

Secretário: ED THOMAS

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta obras na área habitacional no Estado. Cita projetos no bairro de Colinas do Oeste e Freguesia do Ó, pelo Programa Minha Casa Minha Vida, em São Paulo. Relata incêndio na favela Humaitá, na Capital. Critica a Prefeitura de São Paulo em relação a atrasos na questão habitacional.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Comenta a audiência pública ocorrida em 07 de agosto, nesta Casa, em apoio ao trabalho dos policiais militares do Estado. Combate o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública do Estado por criticarem ações da Polícia Militar no Estado. Relata que a audiência pública obteve grande público e repercussão no meio político. Agradece a direção desta Casa pelo apoio e a Polícia Militar de São Paulo pelo trabalho realizado

 

004 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta diversos casos de violência ocorridos na Capital e no Interior. Defende mais investimentos públicos em transporte e segurança. Cita o projeto de moto sem garupa como forma de combate à violência.

 

006 - ED THOMAS

Comenta a alta do índice de violência no Estado. Cita os seis anos da instituição da Lei Maria da Penha, que combate a violência contra a mulher. Defende a família como maior patrimônio de um homem. Relata vários casos de violência contra a mulher, ocorridos recentemente no Estado. Apela para o respeito aos valores familiares.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - LUCIANO BATISTA

Cita a audiência pública ocorrida nesta Casa, em apoio aos policiais militares do Estado. Discorre a respeito da PEC federal nº 300, que vem sendo discutida no Congresso Nacional. Explica que se trata de matéria que visa melhorar a remuneração dos policias em âmbito nacional. Pede urgência na votação da propositura.

 

009 - ED THOMAS

Assume a Presidência.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Clama pela aprovação urgente da PEC federal nº 300 no Congresso Nacional. Denuncia o caso da professora Elisa Soares de Fátima Bezerra, da Rede Estadual de Ensino, que não recebe seu salário desde o último ano.

 

011 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

012 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta a necessidade de se debater a proposta orçamentária em todo o Estado. Ressalta a importância de o Orçamento Estadual ser descentralizado. Cita exemplo de obras, hoje paralisadas, que seriam retomadas, se o orçamento fosse discutido pela sociedade.

 

013 - REGINA GONÇALVES

Assume a Presidência.

 

014 - JOOJI HATO

Considera precário o atendimento em hospitais públicos. Faz relação entre a violência urbana e super lotação das unidades de saúde públicas. Cita o conceito de "tolerância zero", implantado em Nova Iorque, como solução para o problema de segurança em todo o Estado. Cobra ações do poder público para coibir a violência urbana.

 

GRANDE EXPEDIENTE

015 - LUCIANO BATISTA

Lembra dificuldades para aprovação da PEC federal nº 300, que trata do piso nacional dos policiais. Recorda que o Governo Federal, se aprovada a medida, deverá dar suporte financeiro para os Estados. Faz referência sobre a apreciação da matéria no Congresso Nacional, em 2010, Justifica a necessidade de melhorias salariais para os policiais. Cita compromissos de parlamentares com relação à matéria. Questiona a eventual rejeição da matéria

 

016 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

017 - AFONSO LOBATO

Comenta o aumento da violência na Região do Vale do Paraíba. Cita audiência pública sobre o tema. Lamenta o relaxamento a medidas preventivas da segurança pública, especialmente em Taubaté. Recorda a visita do Governador Geraldo Alckmin, que anunciou o aumento do efetivo policial para a região. Elogia o trabalho do comando militar local. Pede compensações para a região, tendo em vista a existência de presídio. Pede ações contundentes e efetivas por parte do Executivo. Cita problemas do Hospital Regional de Taubaté, do qual pede a ampliação. Informa que não ocorreu integração dos hospitais da região. Pede aumento no repasse de recursos.

 

018 - LUIZ CARLOS GONDIM

Cita aprovação, em Comissões, de projeto de lei que cria o "Dia do Rio Turvo", que banha 21 municípios, a ser comemorado em 21 de março; e moção à Presidente Dilma Rousseff, pedindo melhorias para a citricultura. Cita regiões afetadas pelo problema. Apresenta sugestões sobre o tema. Faz publicar imagens de chácaras na região de Mogi das Cruzes. Cita ações da Frente Parlamentar em Defesa dos Chacareiros. Pede o assentamento desses produtores. Lembra tratativas sobre o tema junto ao Incra e a Parlamentares do Congresso Nacional. Repudia a proposta de substituir os hortifrutigranjeiros por coleta de areia. Dá conhecimento de audiência pública realizada no local e reportagem televisiva sobre o caso.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Convoca reunião extraordinária da Comissão de Infraestrutura, às 16 horas e 30 minutos de hoje.

 

020 - JOÃO ANTONIO

Afirma ser fraco o desempenho fiscalizatório desta Casa, sobre apreciação de contratos do Executivo. Lembra que há muitas denúncias sobre o assunto. Recorda a dificuldade de apreciar requerimentos de CPI. Considera que as CPIs que foram instaladas são inócuas, por interesse dos governistas. Cita denúncias de superfaturamento em obras do Rodoanel, bem como na limpeza do rio Tietê. Recorda acidente em obras do Metrô em Pinheiros. Informa que jornalista que adiantara ganho de licitação seis meses antes na Linha 5 do Metrô, hoje, está no exterior. Lembra resposta à questão de ordem, suscitada pelo Deputado Campos Machado. Comunica que representante do FDE não prestou esclarecimentos a este Legislativo. Pleiteia resgate das funções políticas deste Parlamento. Combate a figura do relator especial.

 

021 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, associa-se à manifestação do Deputado João Antônio quanto aos limites de atuação política desta Casa. Combate as atitudes dos Deputados governistas. Solicita apoio dos Parlamentares para aprovação do PL 517/07, que reduz a lotação de alunos nas salas de aula. Fala da tramitação da matéria, que está pronta para deliberação.

 

022 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, pede a deliberação do PL 07/09, de sua autoria, que trata da inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Justifica os benefícios da matéria. Lembra dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação sobre o tema.

 

023 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

024 - CARLOS GIANNAZI

Pede a suspensão dos trabalhos até as 17 horas, com anuência das lideranças.

 

025 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h35min; reabrindo-a às 17h07min. Convoca sessão extraordinária, a ser realizada hoje, às 19 horas.

 

026 - LUCIANO BATISTA

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

027 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 09/08, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ed Thomas para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ED THOMAS - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, quero trazer no dia de hoje duas experiências positivas de moradia que estão sendo desenvolvidas no Estado de São Paulo.

Primeiro, quero apresentar uma experiência já realizada pela União dos Movimentos de Moradia da zona Oeste de São Paulo, que é o empreendimento Colinas da Oeste. Ele foi feito a partir do crédito solidário em que as famílias adquirem um terreno. Depois faz um projeto com recursos do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo. A construção é feita através de uma construtora, mas em regime de mutirão com a população. Foram entregues, no dia 11 de dezembro de 2011, unidades para 200 famílias, construídas pela população, com a presença dos líderes do movimento: Sra. Inês Magalhães da Secretaria Nacional de Habitação; Sr. Jorge Hereda, Presidente da Caixa Econômica Federal. É essa uma experiência realizada pela própria União dos Movimentos de Moradia. O Colinas da Oeste fica próximo do Pico do Jaraguá. É um trabalho bem estruturado e as famílias já estão morando lá.

Foi também assinado anteontem outro projeto, que fica também na zona Oeste, na Região da Freguesia do Ó, Boca do Jacaré, também pela União dos Movimentos de Moradia, com a presença dos representantes da Caixa Econômica Federal, do Movimento de Moradia. O terreno já foi comprado não pelo crédito solidário, mas pela Minha Casa Minha Vida, movimento de moradia que organizou a demanda, estruturou o projeto e conseguiu o recurso do Governo do Estado. Serão 530 unidades e recursos de 20 mil reais do Governo do Estado, e de 65 mil reais do Governo Federal, com o Projeto Minha Casa Minha Vida da Presidente Dilma.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

Se os Movimentos de Moradia estão conseguindo estruturar programas habitacionais para atender as famílias da Cidade de São Paulo, como é que a Prefeitura de São Paulo não conseguiu entregar ainda nenhum empreendimento da Minha Casa Minha Vida 2? Temos várias áreas de risco em que poderiam ter planejamento, com parceria do Governo Federal e do Governo do Estado. Faz-se o mapeamento da área de risco, com desapropriação de alguns terrenos em que poderiam ser construídas residências. Apresentei experiências positivas nesta cidade, na zona Oeste. São regiões não tão carentes, mas que conseguiram comprar terrenos através dos Movimentos.

É possível então a Prefeitura de São Paulo construir nas áreas de risco. Tínhamos uma reunião marcada para hoje, às 14 horas e 30 minutos, mas a Prefeitura desmarcou, sem dar nenhuma satisfação a mais de 100 famílias que estão desabrigadas por causa do incêndio na Favela Humaitá, zona Oeste de São Paulo, próximo ao Ceagesp.

Quando há vontade política, é possível sim a construção de moradias para a população do nosso Estado. O vídeo mostra o descaso da Prefeitura de São Paulo. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Sousa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, a quem agradeço as carinhosas manifestações, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores que nos acompanham pela TV Alesp, ontem, tivemos um dia histórico para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e para a família policial militar. Os 94 Deputados desta Casa acabaram e entenderam por promover uma audiência pública de apoio à Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A partir de um convite do Presidente da Assembleia, a quem agradeço de forma especial tanta deferência com relação à Polícia Militar, esteve no Colégio de Líderes o Coronel Roberval Ferreira França, Comandante-Geral da PM, onde teve a oportunidade de apresentar aos líderes partidários o seu programa de gestão e administração à frente do comando da Polícia Militar, os números indicativos criminais e operacionais da Organização e os seus oito pontos centrais de implementação de uma política de gestão administrativa e operacional.

Ao mesmo tempo, tivemos uma concentração de policiais da ativa, da reserva ou reformados, de associações, sindicatos, entidades representativas de classe, entidades públicas e privadas, entidades representativas de policiais civis, conselhos comunitários de segurança, vereadores, prefeitos e, como não poderia deixar de ser, Deputado Ed Thomas, dezenas de deputados que estavam presentes na Casa e alguns que estavam em missões do mandato, fizeram ou mandaram as suas manifestações de apoio à Instituição Polícia Militar.

Tudo isso por causa de um achincalhamento covarde e vil promovido por alguns integrantes de instituições sérias, como a Procuradoria da República, a Defensoria Pública de São Paulo e o representante do próprio Ministério Público que, com surtos psicóticos midiáticos, querem seus 15 minutos de fama. E estimulados muitas vezes, e se achando semideuses que vão mexer na consciência das pessoas e produzir alterações significativas nas eleições municipais que virão, procuraram desestabilizar a Segurança Pública no Estado de São Paulo, dizendo que a PM perdeu o controle sobre os seus homens e que eles são um bando de jagunços prontos para assassinar covardemente cidadãos, levando para a população um sentimento de desconfiança em relação a quem a protege. Promoveram até, na sede do Ministério Público Federal, um verdadeiro circo armado, pois aquilo não era uma audiência pública. Só não contaram que iríamos aparecer lá. Eu e vários representantes da sociedade estávamos lá para dizer que não aceitamos circo armado.

Pela busca da Justiça, ontem, fiz na Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e no Conselho Nacional do Ministério Público, uma representação contra o Procurador da República, Matheus Baraldi. E aqui, na Defensoria-Geral do Estado, fiz uma representação contra a postura da Defensora Pública, Daniela Skromov de Alburquerque. Além disso, tivemos uma resposta da Assembleia Legislativa que representa o pensamento de 42 milhões de habitantes.

Ontem, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo abriu as suas portas, as galerias e os pequenos auditórios ficaram cheios para uma audiência pública, para a qual esses covardes que achincalham a Polícia foram convidados. Diferentemente do que tentaram fazer no Ministério Público Federal, em que precisei cobrar o uso da palavra como Deputado da Comissão de Segurança Pública, aqui todos tiveram a palavra livremente, mas, como covardes que são, calaram-se e não compareceram.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

Agradeço a todos os partidos e a todos os deputados que se manifestaram ou que mandaram as suas manifestações. Com certeza assinarão uma moção, não de repudio, mas de apoio à Instituição Polícia Militar, proposta pelo Presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz, no Colégio de Líderes. Os lideres partidários tiveram a cópia e entregarão aos 94 deputados. E tenho a grande esperança de que tenhamos essa moção com 94 assinaturas.

Todos os partidos querem e buscam a paz. As palavras dos representantes policiais, do próprio Comandante-Geral, Coronel Roberval, que se manifestou nesta tribuna. Nem um de nós compactua com os excessos, desvios de conduta e comportamentos criminosos.

Agradeço à Assembleia Legislativa e parabenizo a Polícia Militar do Estado de São Paulo por ser esse escudo, manto protetor da sociedade paulista.

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Luiz Claudio Marcolino, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, como podemos aceitar viver e conviver com esse grau de violência? Eu sou médico, a função de um médico é prolongar a vida. Infelizmente, vemos isso sendo tratado como algo banal. Vemos o filho do Governador, Thomaz Alckmin, sendo assaltado na Marginal Pinheiros, em plena luz do dia, por um garupa de moto; vemos um turista, que veio da Itália, sendo barbaramente fuzilado no cruzamento da Avenida São Gabriel com a Avenida Nove de Julho, a 600, 700 metros da nossa Casa de Leis. Vemos um delegado de polícia, em um sábado à noite - talvez, estivesse se preparando para ir de encontro à família, sair para jantar; talvez, nesse domingo, estivesse comemorando o Dia dos Pais -, ser fuzilado na Marginal Pinheiros, na maior cidade do Hemisfério Sul. Que exemplo que estamos dando para outras cidades. Que exemplo que estamos dando para outros países. Isso é a exportação brasileira para Nova Iorque, Inglaterra, Londres, Tóquio porque lá não acontece isso.

Na manhã de ontem, às seis horas e 20 minutos, na zona Norte, Casa Verde, 13º DP junto com o 9º Batalhão policial, foi fuzilado um Polícia Militar por dois indivíduos. Era garupa de moto disparando na fachada da delegacia. Ele atira e vai embora. Sorte que não feriu nenhum delegado que quer nos proteger. Até quando vamos aceitar isso? Que baderna, falta de respeito à vida! Será que ninguém consegue enxergar isso?

Esta Casa cumpriu a sua tarefa. Aqui aprovamos a lei que proíbe a garupa de moto. Com isso estamos, com certeza, salvando muitas vidas. Sessenta e dois por cento de crimes é praticado por garupa de moto.

Deputado Ed Thomas, V. Exa. pertence a uma cidade pacata chamada Presidente Prudente, lá mataram um juiz. Foi garupa de moto, em Presidente Prudente, região Oeste do Estado. Ficamos aqui pensando: “Nós aceitamos isso?” Os deputados não aceitam. Estamos reagindo aprovando um projeto. Mas, infelizmente, o delegado geral foi atrás do governador dizer para não sancionar porque garupa de moto é nocivo. As pessoas precisam de moto para trabalhar. Os trabalhadores precisam de transporte público coletivo como metrô, ônibus. Um trabalhador precisa de segurança para ir trabalhar e não em cima da moto.

Sabe quantas pessoas morrem aqui na Cidade de São Paulo? Morrem três, por dia, fora esse exército de cadeirantes que estão lá no HC, no Instituto de Ortopedia, no pavilhão da Santa Casa. Se alguém tem dúvida, vamos comigo lá ver quantos cadeirantes tem lá fazendo fisioterapia. Eles são vítimas de assaltos praticados pela garupa de moto.

Vem aqui o presidente do Sindicato dos Motoqueiros invadir a Assembleia Legislativa para não aprovarmos essa lei. Queriam invadir esta Casa. O delegado geral defendeu e não deixou o governador sancionar essa lei. O governador não protegeu seu delegado que foi assassinado com 49 anos de idade, na Marginal Pinheiros.

É este o nosso País, é esta a nossa cidade. É essa herança constrangedora que vamos dar para os nossos netos, tataranetos porque para os nossos filhos já estamos dando. Temos que fazer algo. Vamos ficar vendo na televisão, lendo nos jornais, na mídia, na internet toda hora as pessoas sendo assassinadas como os PMs, delegados, civis, cidadãos de bem? Vamos ficar de braços cruzados?

Se Deus quiser, nessa eleição temos que começar a fazer a mudança. Temos que escolher pessoas que nos ajudem a buscar a qualidade de vida.

Estou terminando a minha fala aqui, mas voltarei porque não aceito isso. Vou protestar todos os dias desta tribuna porque essa violência é radical e não serve para nós. É tão simples resolver, é só fazer blitz para o desarmamento e tirar das ruas armas ilegais, contrabandeadas, roubadas com numeração raspada que infelicita muita gente. Não deixar um garoto de 16 anos no Jardim Miriam, com o R15 assaltando, matando gente, trazendo infortúnio, infelicidade e constrangendo pessoas. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aos funcionários da Assembleia Legislativa meus cumprimentos e sempre o meu agradecimento pelo que fazem não somente no meu mandato, mas de todos desta Casa. Quero cumprimentar também o Deputado Luiz Claudio Marcolino que agora preside os nossos trabalhos. Deputado Luciano Batista seja bem-vindo, que Deus o abençoe, bom trabalho, ânimo, coragem e força.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Neste microfone, desde as 14 horas e 30 minutos, quando começou o tempo do Pequeno Expediente, já tivemos na tribuna os dignos Deputados como o Deputado Jooji Hato, o Deputado Major Olímpio porque é impossível não falar da violência, que é latente e, infelizmente, crescente.

Queremos que as notícias fossem melhores e com menos violência porque temos bons projetos nesta Casa. No caso, como o de V. Exa. e de todos os outros deputados para coibir a violência, para não perdermos mais vidas.

Venho aqui falar em especial dos seis anos que completou a Lei Maria da Penha. Essa lei levou esse nome porque foi quase uma tragédia vivida por essa senhora que deu nome a essa lei. Tragédia essa violenta que continua acontecendo todos os dias neste País imenso contra as mulheres brasileiras.

O que vamos comemorar nesses seis anos da Lei Maria da Penha? Setenta por cento dos casos de violência contra a mulher são praticados pelo seu companheiro, marido, namorado, por aquele com quem ela convive. É necessário que a mulher faça a denuncia. Mas, se ela o faz, morre por fazer. Isso é uma realidade. A imprensa mostra isso quase que em todos os estados. Essa violência não é apenas e tão somente contra a mulher. É uma violência física, sexual, mas a violência pior de todas é a psicológica não só a ela, que é mães, mas também para os filhos.

Esta Casa tem o meu projeto, o Projeto Casa Abrigo, que acredito ser muito digno, que precisa ter a participação do Governo do Estado, Governo Municipal, da digna Polícia Militar, do Ministério Público, enfim, da OAB e de todos nós para a proteção da família, porque família é tudo aquilo que acumulamos nessa vida. De todos os diplomas que recebemos, nenhum patrimônio é comparado à família. Nenhuma riqueza, nenhum patrimônio se compara a ter uma família e essa, com certeza, é a grande riqueza que está sendo manchada todos os dias.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em briga de marido e mulher o governo tem que meter a colher. A sua função é de proteger. Faço questão de repetir que em briga de marido e mulher o governo precisa meter a colher. Isso é necessário porque está havendo muita omissão. Não é somente fazer a campanha na televisão, mas fazer a proteção à mulher, aos filhos porque ninguém vive sem a família.

O que vemos é o crescimento da violência seja no Estado de São Paulo, seja no Piauí, um dos estados mais violentos, seja no Nordeste de forma geral. Todos os dias, nós temos notícias de mulheres espancadas e que se sentem envergonhadas. Ainda vivemos num país machista, a ponto de um pai dizer à sua filha que é espancada “ruim com ele, pior sem ele”. Mas essa mulher vai para onde? É por isso que tenho nesta Casa de Leis não só o Projeto “Casa Abrigo”, mas um projeto de qualificação para que, quando essa mulher for acolhida junto com seus filhos, possa aprender uma profissão. Para que ela não seja dependente de um homem, pois a mulher não pode, de maneira nenhuma, ser submissa ao homem.

Então, nesta Casa tem bons projetos; tem boas ideias. Faço esse apelo nos seis anos da Lei Maria da Penha. Tivemos avanços, tivemos melhoras e a lei mais recente é que o agressor terá que pagar todo o tratamento de saúde da mulher espancada ou pagar pensão àqueles que ficaram no caso de morte.

Creio poder coibir e melhorar, mas a sociedade precisa discutir mais. Acho que se todos nós fizermos um ajuntamento, teremos boas ideias para que, aquela que é a célula maior, a família, não se acabe ou não se desfaça. São seis anos da Lei Maria da Penha. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista.

 

O SR. LUCIANO BATISTA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, ontem, nesta Casa de Leis, tivemos em Audiência uma sessão para falar dos problemas que afligem a Segurança Pública de São Paulo, em especial a violência contra a Polícia Militar. Eu ouvi as pessoas que vieram se expressar, manifestando-se neste Plenário, numa espécie de tribuna livre.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ed Thomas.

 

* * *

 

Nós percebemos a aflição, por exemplo, no depoimento de uma moça que tem toda a família de policiais militares, seu depoimento foi muito emocionante.

São dois temas que hoje afligem a Comunidades das Polícias Militar, Civil e Científica: a violência descontrolada com mortes de policiais de várias patentes e a questão da PEC 300.

Hoje eu quero me manifestar, Sr. Presidente, sobre a PEC 300. No mundo político, nas Câmaras Municipais e Estaduais, nas Assembléias Legislativas, na Câmara Federal e no Senado, ouvimos muito falar em PEC 300, mas muitas pessoas não sabem de que se trata. A PEC 300 é uma Proposta de Emenda Constitucional nº 300, que iguala o salário das Polícias no Brasil ao salário do policial no Distrito Federal.

A aprovação de uma PEC, qualquer que seja ela, qualquer mudança na Constituição é muito mais difícil do que fazer uma lei. Qualquer lei, seja ela de um Deputado Federal ou de um Senador da República que decida apresentar uma lei no Congresso, a aprovação será muito mais rápida e fácil para uma lei especifica do que para uma alteração na Constituição.

No caso da PEC 300, já há uma demora absurda. O que eu ouço na rua, o que eu vejo e o que eu leio. Embora haja toda essa complexidade em aprovar uma PEC, não é possível que não haja uma mobilização, a começar por São Paulo, Presidente Ed Thomas. Somos 94 Deputados e Deputadas aqui em São Paulo, e há no Congresso 70 Deputados e Deputadas Federais.

Eu quero fazer uma sugestão: por que nós aqui, através das forças vivas com que temos ligações, através do Colégio de Lideres, não fazemos uma Audiência Pública convidando esses Deputados Federais para virem aqui, no maior Parlamento da América Latina - o Parlamento de São Paulo, para convencê-los a um esforço concentrado para que se vote logo esta PEC 300. Eu estou no segundo mandato desta Casa, cada mandato tem quatro anos. No mandato anterior, eu já ouvia falar da PEC 300. Vamos admitir que, pelo destino, eu dispute as eleições de 2014 e seja reeleito Deputado. Voltarei aqui, falando da PEC 300.

É preciso que haja uma ação mais sólida. É preciso que as entidades das três Polícias façam um esforço, todos juntos com esse Poder Legislativo, pois São Paulo é, e sempre será, um exemplo para o Brasil nas grandes mudanças que já tiveram no País. São Paulo não é o único exemplo, mas é um dos maiores exemplos de movimentos que deram resultados.

Acho que esta Casa pode participar disso. Esta Casa pode reunir os Deputados Federais e Estaduais numa posição clara: se vota ou não vota. E, se não vota, por que não vota? Não dá mais para ficar enrolando esse assunto porque o policial precisa ter um salário digno.

É engraçado que em todas as profissões existe um horário de trabalho estabelecido - para o motorista, para o manobrista ou para o taxista. Eles têm horário de trabalho, mas o policial tem que trabalhar em seu horário, o que não é fácil, e depois ter aquele “bico”, oficial e não oficial.

Então, em que horário ele fica com a família? Se não houvesse um motivo, isso já seria suficiente para a aprovação da PEC 300, e assim os policiais teriam mais tempo com sua família, para o seu laser, divertimento e descanso.

Para concluir, Sr. Presidente, deixo uma sugestão ao Colégio de Lideres, que é tão importante nesta Casa: que tratem desse assunto. O Deputado Major Olímpio, que tem uma penetração fantástica na Tropa Militar, e outras pessoas, inclusive eu, que tenho alguns amigos do meio, precisamos nos mobilizar. Nós, que conhecemos os Deputados Federais, que dobram conosco nas eleições, temos que trazê-los aqui com uma posição clara. Qual é a posição de São Paulo em relação a PEC 300? São Paulo tem que puxar essa discussão.

Eu não acredito que o aumento de salário dos policiais vá quebrar o Orçamento da União ou dos estados. Não acredito. No caso de São Paulo, Deputado Carlos Giannazi, é de 170 bilhões a Previsão Orçamentária para 2013. Se aumentar o salário do policial vai quebrar o Orçamento? Eu não acredito e digo que um salário digno é a solução para uma série de problemas que afligem a Tropa Paulista.

Acho que esse esforço pode partir de nós, de São Paulo, e parar com essa conversa que ‘é o Governo Estadual ou Governo Federal que não aprova’, pois quem decide é a Câmara. É ela que tem a autonomia estabelecida pela Constituição. Então que votem, inclusive os que forem contra, porque a expectativa da Tropa é todo dia: será que vota esta semana? Será que vota este mês? Será que vota este ano? Não dá para continuar assim.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, primeiramente quero concordar com o Deputado Luciano Batista em relação à urgência da aprovação da PEC 300, uma reivindicação importante dos servidores da Segurança Pública, das Polícias Militar e Civil.

Quero ressaltar, Deputado Luciano Batista, que o nosso partido, o PSOL, ajudou a aprovar a PEC na primeira votação e continua pressionando a Câmara dos Deputados a aprovar em segunda votação. Vossa Excelência foi muito feliz na colocação que fez, qual seja, que aprovar a PEC 300 não quebra o Brasil, aliás, salva o Brasil porque nós vamos poder oferecer Segurança Pública para a população do País, sobretudo aqui no Estado de São Paulo onde a Segurança Pública está totalmente abandonada, à deriva.

O Ministro Mantega recentemente disse, dentro do que V. Exa. colocou, que se o Brasil investir 10% do PIB em Educação pública o Brasil vai quebrar.

Eu digo que o que quebra o Brasil é não investir em Educação porque investir em Educação pública é quebrar a ignorância, é quebrar o subdesenvolvimento, é quebrar o desemprego. O Governo canaliza milhões e milhões de reais para o pagamento da dívida pública, para enriquecer ainda mais os especuladores e rentistas da dívida pública e não para as áreas sociais, para a PEC 300 e para a Educação. Portanto, concordo e me associo ao que V. Exa. acabou de dizer da tribuna.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Aproveito ainda a oportunidade para trazer mais um caso representativo do que vem acontecendo na burocracia do Governo Estadual. Quero me referir à professora Elisa de Fátima Soares Bezerra que trabalha na Escola Estadual Professor Roldão Lopes de Barros, da Diretoria de Ensino Centro Sul.

Esta professora está trabalhando nesta escola já há um ano. Há um ano que leciona na Escola Estadual Professor Roldão Lopes de Barros, da Centro Sul, capital, e não recebe o seu salário porque ela é vítima do descaso e do desprezo que o Governo Estadual tem para com os servidores, sobretudo com o magistério estadual. O que acontece com esta professora vem acontecendo com vários servidores do nosso Estado, principalmente com os da Educação. Temos vários professores aprovados em concurso público, que já assumiram e não estão recebendo os seus salários. É uma burocracia que massacra os nossos servidores, tanto nas diretorias de ensino como no Departamento de Recursos Humanos da Secretaria estadual de Educação, um órgão inoperante, paralisante nesse sentido. E os processos dos servidores da Educação passando pela SPPrev.

Indo mais fundo ainda não posso deixar de citar o caso do Departamento de Perícias Médicas do Estado. O nosso mandato já tomou providências. Já apresentamos projetos de lei que tramitam aqui na Assembleia Legislativa para evitar esse tipo de ataque e descaso para com os nossos servidores.

Também já fomos ao Ministério Público. Já entramos com duas representações. Uma delas já virou inquérito civil. Refiro-me à investigação que o Ministério Público está realizando no departamento de perícias médicas para averiguar as denúncias que fizemos de assédio moral, de não publicação das licenças médicas dentre tantas outras que já citei exaustivamente deste microfone e na Comissão de Educação. Já levamos para a Secretaria de Gestão, para o próprio departamento de perícias médicas e até agora nada foi feito. Os nossos servidores continuam reféns e vítimas desta insana burocracia estadual que o governo do PSDB não consegue resolver, o que é engraçado, pois o PSDB se arvora em ser o governo da competência, do bom gerenciamento administrativo, mas é tudo mentira, é uma farsa.

O PSDB realiza aqui no Estado o governo da burocracia, é um governo burocrático, paralisante cuja máquina administrativa não funciona e prejudica quem está na ponta, quem presta serviço público para a população. Prejudica os servidores da Educação, da Saúde, da Segurança Pública, prejudica os servidores do sistema prisional. Esta é a máquina emperrada do PSDB. Entra e sai Secretário da Gestão Pública e a situação continua a mesma.

Gostaria que o Governador Geraldo Alckmin, que o novo Secretário de Gestão Pública o nosso colega Deputado Davi Zaia tomasse providências em relação a isso. Da mesma forma o Secretário da Educação, porque a Secretaria da Educação é extremamente burocratizada e ineficiente nesse aspecto.

Queremos que a professora Elisa de Fátima Soares Bezerra que trabalha na Escola Estadual Prof. Roldão Lopes de Barros, da Diretoria de Ensino Centro Sul, receba o seu salário. Há um ano que ela não recebe o seu salário. Está trabalhando um ano na rede estadual e não tem salário. A situação dela é representativa do que vem acontecendo na rede estadual. Gostaria que providências fossem tomadas imediatamente em relação a esse caso e outros que já denunciamos.

Para me certificar de que esta minha manifestação será ouvida pelo Governador, solicito que cópia deste meu pronunciamento seja encaminhada ao Governador Geraldo Alckmin e aos Secretários de Educação e de Gestão Pública.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência pede à ATL que o pedido do nobre Deputado Carlos Giannazi seja atendido.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Regina Gonçalves.

 

* * *

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, debatemos nesta Casa no ano passado o plano plurianual pensando o planejamento do Estado por um período de quatro anos. Só que muitas das ações desenvolvidas no Estado em algumas obras acabam sendo estruturadas num período de 10, 15, às vezes até 20 anos.

Nesse sentido, temos nos manifestado via Comissão de Finanças e Orçamento dizendo que não dá mais para pensarmos o Estado no curto prazo.

No final do ano passado e começo deste ano, a Assembleia Legislativa fez a estruturação das regiões metropolitanas e de alguns aglomerados urbanos, numa perspectiva de fortalecer não só cada uma das regiões do nosso Estado, mas que pudéssemos debater um Orçamento do Estado efetivamente descentralizado. Já no PPA tinha sido aprovado que, a partir de 2013, o Orçamento estadual seria descentralizado.

Aprovamos agora, no primeiro semestre do corrente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e também o Orçamento de 2013, que deve ser aprovado no final deste ano. O Orçamento deveria ser descentralizado e as ações deveriam ser feitas a partir das regiões metropolitanas e dos aglomerados urbanos, levando ainda em consideração as regiões administrativas. Não temos ainda região metropolitana e aglomerado urbano em todo o Estado de São Paulo.

Sra. Presidente em exercício, nobre Deputada Regina Gonçalves, inclusive relatora do Orçamento, causa-nos estranheza que no dia 2 de agosto o Governo Geraldo Alckmin veta, justamente, o item que debatia sobre a descentralização do Orçamento.

Houve um debate na Comissão de Finanças e Orçamento entre os 94 Deputados desta Casa. Foi feita uma reunião com o Secretário do Planejamento, Semeghini. Já tínhamos mantido diálogo com a Casa Civil, anteriormente, com o Secretário Sidney Beraldo. Houve, então, todo um entendimento entre o Executivo e o Legislativo de que, a partir de 2013, o Orçamento já seria descentralizado, inclusive pelas regiões metropolitanas e pelos aglomerados urbanos.

Esse debate foi feito nesta Casa, no final do primeiro semestre deste ano. Havia esse entendimento e muito nos estranha que, depois de um forte diálogo com o Executivo, o Governador do Estado veta justamente o item que trata da regionalização do Orçamento para o Estado. Não dá mais para que pensemos o Orçamento ou o planejamento do Estado ano a ano. Só se consegue montar um planejamento de longo prazo a partir da regionalização do Orçamento.

Estamos fazendo as audiências públicas pelo Estado. Estivemos em Santos, onde estão discutindo que tem que ter um aeroporto na região de Santos, tem que ter outro no Vale do Ribeira. É necessário pensar em hospitais regionais, é necessário pensar em duplicações de estradas no estado inteiro. Essas têm sido demandas reiteradas, em todas as audiências públicas no nosso Estado.

Fomos debatendo, até agora, em todas as audiências públicas, a necessidade da regionalização, e agora o Governador Geraldo Alckmin joga um balde d’água fria na Assembleia Legislativa, atingindo todo o Estado de São Paulo. Muitos prefeitos falavam: “Nossa, mas vocês acreditam em Papai Noel? Vocês acreditam em histórias da Carochinha? Imagine se o Governador do Estado vai autorizar, ou vai querer um Orçamento descentralizado!”

Portanto, mais uma vez o Governador Geraldo Alckmin demonstra uma irresponsabilidade com este Parlamento por parte do Executivo. Foi feita uma negociação, foi feito um debate em que se construiu um entendimento para que a LDO pudesse ser votada no primeiro semestre desse ano. Agora, o Governador vem e veta justamente a parte que fala sobre a regionalização do Orçamento.

Preocupa-nos sobremaneira, depois de um diálogo, o Executivo não cumprir um dos itens mais importantes na aprovação da LDO, no primeiro semestre deste ano: a regionalização do Orçamento. Deixamos aqui nosso alerta: se não há um respeito aos compromissos firmados com o Legislativo, nós ainda teremos que votar o Orçamento até o final do ano.

Esperamos que haja um entendimento a partir do Secretário Semeghini, que firmou compromisso com essa questão, do Sidney Beraldo, na Casa Civil, no ano passado. Esperamos que, efetivamente, seja cumprido o compromisso firmado com a Comissão de Finanças e Orçamento, que foi feito com todos os Deputados desta Casa, que é a questão do Orçamento a partir de 2013. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - REGINA GONÇALVES - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente em exercício, nobre Deputada Regina Gonçalves, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, V. Exa., que é uma Líder do ABC, convive no Grande ABC com o mesmo grau de violência que temos na Capital.

Quero perguntar aos telespectadores se sabem o porquê do mau atendimento, ou da dificuldade de ser atendido nos pronto-socorros, nos hospitais. Qual é a causa disso? Claro que os telespectadores sabem que a causa disso é a falta de recursos, falta de investimentos. Se você investir na área da Saúde, você terá saúde decente. Mas qual Governo aguenta investir tanto na Saúde quando tem um grau de violência que consome mais de duzentos bilhões, Deputada Regina Gonçalves; estou falando em bilhões. Reparem que não estou falando em milhões, mas em bilhões. Mais de 200 bilhões de reais são consumidos pela violência em nosso País.

Nós temos um assassinato, um sacrifício dos jovens adolescentes, na faixa etária de 8 a 14 anos. Cerca de 170 mil adolescentes do nosso País foram sacrificados. Esse é o País em que vivemos. Essa é a realidade com que convivemos. Você tem mau atendimento médico hospitalar porque grande parte dos recursos da Saúde são consumidos pela violência. Mais de 200 bilhões de reais não vão para o SUS, não vão para o esporte (o esporte combate a violência), não vão para a cultura (a falta de cultura aumenta a violência), não vão para a geração de emprego (o desemprego aumenta a violência). A falta de Educação aumenta a violência, a falta de esporte idem.

Quando o ex-Prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, instalou o programa “tolerância zero”, ele investiu no esporte. Andando pelas ruas de Nova Iorque você vê, a cada 300 ou 400 metros, uma quadra esportiva; lá há iluminação.

São Paulo, a capital, é uma cidade muito escura, e os marginais adoram a escuridão. Se bem que hoje eles atacam até à luz do dia; hoje eles não têm mais respeito nenhum. Assaltam nos semáforos, em saídas de bancos; atacam até o filho do Governador Geraldo Alckmin. O filho do Governador foi assaltado à luz do dia por garupa de moto. Mataram um turista na Avenida 9 de Julho (garupa de moto). Às seis e vinte da manhã - já estava claro -, um indivíduo passa na frente da delegacia, dá uma rajada na delegacia e vai embora impunemente. Não foi pego; tomara que seja.

Infelizmente, é assim. Mata-se a todo instante; país de violência. A cidade violenta afugenta investimentos, gera desemprego; e nós ficamos aceitando isso. Várias pessoas foram correndo pedir ao Governador para não sancionar a moto sem garupa. Falaram muito mal de mim. Mas esta Casa cumpriu sua tarefa. Nós Deputados estamos cumprindo nossa tarefa. Nós queremos qualidade de vida, queremos segurança, queremos respeito à vida. Queremos preservar o direito do cidadão de ir e vir; de ir ao trabalho, de ir à igreja, de ir ao hospital, de ir à escola e voltar vivo.

Sabe por que você é mal atendido, não consegue marcar uma cirurgia? Porque a violência consome esses recursos. Há dois pilares que sustentam a violência. É muito fácil trazer segurança para nós. Eu não vejo nenhuma dificuldade. Sou médico, não sou expert em segurança, mas é uma questão de raciocínio lógico. O que os marginais pegam para matar? Com uma arma de fogo ele sai assaltando, atirando, matando e assim infelicitando várias famílias. Ou pega uma arma branca, apunhala, esfaqueia e mata. Basta tirar essas armas. Qual é a dificuldade? Por que não colocar detectores de metais? Por que não revistar?

Podemos aplicar, sim, a tolerância zero nesta cidade. É o meu sonho. Precisamos iluminar a cidade. Precisamos controlar a sonorização. As pessoas elevam o som pelas madrugadas, não permitindo que as pessoas durmam, com músicas pornográficas e com apologia ao crime. E as autoridades não fazem nada.

Nessa eleição temos que trocar, eleger pessoas comprometidas com a qualidade de vida. Precisamos colocar câmeras em pontos estratégicos. Precisamos controlar esses dois pilares, pagar bem aos policiais, treinar. Como vamos pagar bem aos policiais, se a violência consome todos os recursos? Não conseguimos investir na Educação, na Cultura, no Esporte. Precisamos repensar muito. Vamos mudar este País. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - REGINA GONÇALVES - PV - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - REGINA GONÇALVES - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista, por permuta com o nobre Deputado Marcos Neves.

 

O SR. LUCIANO BATISTA - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, falei há pouco no Pequeno Expediente, mas o assunto da Segurança Pública é um tema que está na cabeça de todos nós.

Estava aqui desenvolvendo um raciocínio em relação à PEC 300. Uma PEC, por si só, já é de difícil aprovação. Não acredito que a PEC 300 possa vir a afetar a previsão orçamentária do Estado de São Paulo, porque todos os Estados brasileiros que tiverem dificuldade em relação ao pagamento, a própria PEC já diz que é o Governo Federal que se encarregará de fazer a complementação.

Disse também que há tanto se discute isso, e eu lembrei que a votação em Primeiro Turno foi em julho, na Câmara Federal, uma votação massacrante. Havia no plenário 349 Deputados, e todos votaram a favor da lei, dos 500 e tantos Deputados. Dos presentes no plenário, foi unanimidade.

Essa votação foi em julho de 2010. Estamos em agosto de 2012. Não quero acreditar que essa votação foi uma brincadeira, porque uma PEC necessita de dois turnos de votação. Como é que se pode votar uma PEC em julho de 2010, e portanto lá se vão dois anos e um mês, ou 25 meses, e ainda não se votou em Segundo Turno? O que não quer dizer também que não está resolvido o assunto.

Na hora em que a Câmara Federal aprovar, em Segundo Turno, a PEC 300 terá que ser encaminhada ao Senado que, por sua vez, terá que votar em dois turnos também. Então, esse assunto vai render muito ainda. A expectativa criada na Tropa, com a aprovação em julho de 2010, já tem 25 meses.

 

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Temos grandes e boas ideias, das pessoas que compreendem essa questão que angustia a Tropa, mas a sugestão de convidar para este Parlamento os 70 Deputados para que façamos, a partir de São Paulo, um movimento para que esse assunto seja definitivamente resolvido, é fundamental. É fundamental essa união de forças, como disse agora pouco o Deputado Carlos Giannazi, do PSOL, e mais os Deputados do meu partido, do PSB, e do PTB, que é o partido, se não me falha a memória, de autoria da PEC 300, o Deputado Arnaldo Faria de Sá.

Então, todos os Deputados precisam se mobilizar. Estamos falando de um salário de 3.500 reais. Não estamos falando de um salário de 20 ou 30 mil reais. Essa enrolação toda, que começou em 2008, e que depois de dois anos foi votada em Primeiro Turno, estamos falando de um piso nacional de 3.500 reais.

Estamos falando de saber que o policial, quando deixar a viatura na garagem, ou no batalhão, ou na companhia, ele vai para sua casa. Ele vai olhar para o seu filho, para a sua filha. Ele não vai ter que sair do batalhão, ou da companhia, e ir para o “bico”. Ou alguém pode achar que o policial faz “bico” porque quer? Faz “bico” por necessidade, porque precisa, porque quando chega a casa, tem o IPTU para pagar, tem água, luz, imposto, telefone, tem que fazer compra, tem despesas como qualquer trabalhador. Só que os outros trabalhadores chegam a casa e vão curtir a família - os filhos, a esposa. Aqueles que são solteiros vão curtir a mãe, o pai, a namorada.

Eu sinto uma venda do Governo Federal para esse assunto. O Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia, tinha compromisso de votar essa lei. Alguns Deputados, aliás, a maioria de São Paulo, Deputado Roberto Luciano, do PV, por exemplo, protocolou o pedido para a votação. O Deputado Arnaldo Faria de Sá também protocolou, para que se vote essa PEC.

Precisamos nos mobilizar. A Segurança Pública tem tantos tópicos dentro dela, que não é possível tratar todos de uma vez. Tratar todos os assuntos de uma vez é não resolver nada. Precisamos focar num assunto. Todos são importantes, mas aquele que resolve a maioria dos problemas é a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 300, datada de 2008, votada em julho de 2010 em Primeiro Turno, e que precisa ser votada em Segundo Turno na Câmara Federal e em dois turnos no Senado.

Aliás, deveríamos inclusive convidar para essa reunião os três senadores de São Paulo. Deveríamos convidar, porque eles vão votar esse projeto lá no Senado - Dr. Aloysio Nunes, Senador Eduardo Suplicy e Senadora Marta Suplicy -, para começarem a se inteirar do assunto, não ter de começar do zero e explicar tudo de novo. Podemos aproveitar e fazer isso nesta Casa.

Seria um passo significativo, pois são assuntos de vida. Quando entramos em campo, no futebol, temos de estar preparados para ganhar e para perder. Será muito trágico perder, se a Câmara não aprovar esta PEC, pois é um assunto aprovado por todos os presentes. E será inexplicável, até porque se os ausentes da primeira votação estiverem presentes na segunda votação não haverá número suficiente para derrotar os 349, que já votaram a favor, mesmo que outros cento e tantos que faltaram votarem contra - o que não acredito.

Vamos nos mobilizar. Conheço alguns deputados de São Paulo, mas de amizade mesmo conheço o Deputado Roberto Lucena, o Deputado Beto Mansur, o Deputado Márcio França. Tenho de trazê-los aqui, e me comprometo a isso, para que eles se manifestem pelo sim ou não, ajudando a diminuir o tempo de angústia que aflige a Tropa paulista, não só a Militar, mas também a Civil e a Científica. Era só, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra, por permuta de tempo com o nobre Deputado Feliciano Filho, o nobre Deputado Afonso Lobato.

 

O SR. AFONSO LOBATO - PV - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, vamos acompanhando a fala dos deputados e percebemos a ressonância do nosso Estado: as preocupações são as mesmas. Trago aqui a nossa preocupação do Vale do Paraíba, principalmente a da violência. O Vale do Paraíba tem aparecido como uma das mais violentas do Estado. Infelizmente é uma realidade. Fizemos algumas audiências públicas, conversamos com o Secretário de Segurança Pública, Dr. Antonio Ferreira Pinto, e com o Coronel PM, Comandante Geral da Polícia Militar, Dr. Roberval, e Delegado Geral Dr. Marcos. Quando marcamos audiência com essas autoridades, eles sabem o que o deputado vai pedir. Mas Taubaté, sobretudo, ficou marcada como sendo bastante violenta porque houve descuido das políticas públicas, com o básico. Não se cuida da criança, do adolescente, de uma política de prevenção ao uso de drogas, de recuperação daqueles jovens que perambulam em minicracolândias. É preciso uma ação mais efetiva de toda a sociedade, mas quem precisa tomar as rédeas, dar uma resposta imediata, é o poder público.

Recentemente, há uma semana mais ou menos, o nosso Governador Geraldo Alckmin esteve em Taubaté anunciando a ida de mais 31 policiais a esta cidade, e duzentos e poucos policiais para o Vale. Foi um passo, mas ainda muito tímido. Temos uma carência de efetivos não somente em Taubaté, mas em todas as cidades do Estado de São Paulo. Sabemos que efetivo não se resolve do dia para noite, mas é preciso buscar uma forma de responder para que a população perceba uma ação direta da polícia.

Temos a satisfação de ter em Taubaté, comandando o 5º Batalhão, Major Nicoluk, uma pessoa extraordinária que tem procurado responder a esses desafios, e com toda a limitação que tem a polícia. Muitos policiais nos procuram, mas existe carência de viaturas e de equipamentos. Os discursos são belíssimos, mas às vezes não percebemos na prática as coisas acontecendo. Infelizmente, em ano eleitoral, tudo se torna viciado com a questão eleitoral. Precisamos ter bom senso, racionalidade e um espírito público que esteja acima de todo e qualquer interesse para perceber o interesse da população.

É preciso avançar mais. Dê o primeiro passo. Coronel Roberval, Comandante da Polícia Militar, e o Dr. Marcos Carneiro estiveram em Taubaté ouvindo os prefeitos. Ouvimos os poucos prefeitos que estavam lá presentes e os deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba, mas é preciso dar outros passos. Em Taubaté, por exemplo, onde a presença de muitos presídios impacta na segurança, necessita que o Estado encontre uma forma de compensar isso. Houve avanços sim, como o Bom Prato, a Fatec e o Hospital Regional. A população não acredita mais porque está desanimada e desacreditada, e não percebem ações efetivas. Foi dado o primeiro passo, mas é preciso uma ação mais contundente.

Aproveito para falar de uma situação muito difícil na região do Vale do Paraíba onde moro e em que o povo nos elegeu por três vezes: a questão da Saúde. Temos um Hospital Regional na cidade de Taubaté que tem assumido a demanda de toda a região. Mas muitas pessoas de Taubaté, infelizmente, estão morrendo no Pronto Socorro Municipal de Taubaté. Não encontram vaga porque não há hospital que acolha e atenda toda aquela demanda. O nosso Governador esteve lá no dia 3 de junho de 2011 e prometeu uma resposta em 50 dias. Mais de um ano se passou e até agora não houve resposta sobre a integração dos hospitais Universitário e Regional. É preciso que a política seja de fato mais eficiente, porque a pessoa que precisa do atendimento não pode esperar um ano, não pode espera nem 50 dias, quanto mais um ano. Precisa existir um atendimento prático, um atendimento urgente e qualificado.

Por isso, Sr. Governador e Sr. Secretário de Saúde, precisamos reforçar e ampliar o Hospital Regional para atender não somente uma demanda. Hoje, pela manhã, estive lá e conversei com pessoas de Piquete, Ilhabela, Cruzeiro, Guaratinguetá, várias cidades do Vale do Paraíba. Mas Taubaté, na sua primeira demanda, está com um pronto-socorro abarrotado, pessoas aguardando 40, 45 dias para uma vaga nos hospitais, clamando o amor de Deus. Não se pode pedir favor a político. Político não existe para fazer favor ao munícipe. Político precisa organizar o sistema de tal forma que ele atenda a todos de uma forma digna para que a população não precise pedir “Pelo amor de Deus, me socorra.”

Aproveito este espaço para dizer ao Governador que ele deu um passo extremamente importante quando implantou na nossa cidade um Hospital Regional, no Vale do Paraíba, a única região do Estado que não tinha um hospital público. Porém, é preciso investir mais porque tem havido uma diminuição dos repasses de recursos aos hospitais que precisam do custeio, as Santas Casas sempre com chapéu e pires na mão. Para cuidar da saúde do povo, precisamos ser mais solidários e encontrar mecanismos mais ágeis, pois não é possível que após tantos anos a questão da integração dos dois hospitais não tenha sido resolvida.

Portanto, Sr. Governador e Sr. Secretário de Saúde, se não é possível a integração dos dois hospitais, por motivos burocráticos ou jurídicos, será possível aumentar o repasse para os Hospitais Regional e Universitário para que eles possam atender mais dignamente o nosso povo? É triste perceber uma população è mercê, buscando e pedindo socorro em uma cidade e em uma região tão rica quanto a Região do Vale do Paraíba.

Fica aqui, Sr. Presidente, o nosso pedido para que se aumente o repasse de recursos para os hospitais de Taubaté, para que ele possa atender melhor e com mais qualidade a nossa população. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim, por permuta de tempo com o nobre Deputado Roberto Engler.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, primeiramente gostaria de agradecer que no dia de ontem, 7 de agosto, conseguimos aprovar um projeto de lei que institui o Dia do Rio Turvo na data de 21 de março. O Rio Turvo banha 21 municípios e a sua nascente está na Cidade de Monte Alto. Por intermédio do Vereador Alencar, do PCdoB de Monte Alto, fizemos esse projeto de lei que foi aprovado ontem.

Agradeço a todos os deputados que aprovaram esse projeto, como também uma moção à Presidente Dilma Rousseff, pedindo ajuda ao setor da Citricultura, para o qual pedimos redução e isenção tributária incidente sobre a cadeia produtiva dos insumos utilizados no cultivo da laranja - como também a linha especial de crédito para os citricultores. Essa moção foi aprovada ontem e agradecemos à Assembeia Legislativa, pois, para quem assistiu ao Programa Fantástico, sabe que é uma situação muito delicada. As regiões de Taquaritinga, Monte Alto, Jaboticabal e Bebedouro estão perdendo, pelo menos, 80 milhões de caixas de laranja.

A Secretária da Agricultura do Estado de São Paulo marcou uma reunião no dia 14, às 14 horas, para que o setor que comercializa a laranja no Estado de São Paulo se reúna e traga algumas ideias ao Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, com o intuito de discutir alguns pontos como, por exemplo, colocar a fruta na merenda escolar e a isenção de pedágios, medidas que poderão trazer essa laranja para o consumo na cidade de São Paulo e Grande São Paulo com um custo mais baixo.

Sr. Presidente, gostaria de tratar um assunto que temos comentado muito: a Chácara dos Baianos, a Chácara do Santo Anjo, assunto que temos tratado na Frente Parlamentar em defesa dos chacareiros. São pessoas que produzem todas as verduras e hortaliças do Estado de São Paulo. Esse local fica em Mogi das Cruzes. Essas pessoas estão sendo ameaçadas por uma empresa chamada Itaquareia, que comprou as terras da Santa Casa de São Paulo, onde ficava o leprosário do Conjunto Santo Anjo e que hoje abriga o Hospital Dr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti.

Os familiares que vivem nessas terras são pessoas simples, que moram nesse local há 30, 50 anos e que apelam ao Incra a posse dessas terras. Eles são pequenos agricultores, têm terrenos de 5 mil metros, fornecem aproximadamente 15% das verduras para o Ceasa, aqui em São Paulo.

Em memória ao Deputado José Cândido, estamos nessa luta muito grande, juntamente com o Deputado Carlos Giannazi e o Deputado Simão Pedro. E agora apareceu uma luz para clarear o assentamento dessas pessoas. Quando se fala em assentamento pensamos em pessoas que precisarão de tratores e que iniciarão um trabalho de produção, mas aqui eles já produzem. Para cada terreno de 5, 10 mil metros existem três famílias e 344 posseiros que faltam serem reintegrados ao Incra, aproximadamente 2 mil pessoas. E apareceu essa luz. Devido ao nosso convite, Wellington Monteiro, superintendente do Incra, vai à Chácara dos Baianos. Deputado Carlos Giannazi, há um trabalho muito grande feito pela ex-vereadora do seu partido, na cidade de Mogi das Cruzes, juntamente conosco. E apareceu a luz dizendo o seguinte: “Vamos fazer o assentamento agora na Cidade de Mogi das Cruzes.”

Temos a documentação que está em Brasília. Já viajamos aproximadamente 28 vezes, pedindo a todos os deputados federais que por aqui passaram - principalmente o Deputado Paulo Teixeira; o Senador Suplicy; o Deputado Praciano, que é do Amazonas, mas que é ligado a essa condição no Ministério de Desenvolvimento Agrário - que se envolveram na luta pelo assentamento dessa população.

Provavelmente, essa medição feita pelo Sinésio, que hoje é o adjunto do Superintendente Wellington do Incra de São Paulo, a coisa parece que vai ser resolvida. Vai ter o pagamento em dinheiro ou em título da dívida agrária com depósito em juízo. Com isso, vamos parar todas aquelas ações que existem contra essas pessoas. Eles querem tirar essas pessoas para tirar a areia daí de baixo. É para vender a areia.

É um absurdo a ganância financeira no Estado como o nosso. Quem vai ao lado dessas terras, vai encontrar verdadeiras crateras. São coisas lunáticas onde têm que ter esses assentamentos.

Quero, aqui, dizer que já fomos até a Ministra na época, Dilma Rousseff, e ela se interessou pelo assunto. Já fomos a vários ministros, como do Desenvolvimento Agrário, mas parece que agora toma uma decisão pelo interesse social de que essas famílias têm que ser assentadas.

Tenho uma grande confiança de que pelo trabalho que está fazendo o Wellington, juntamente com o Sinésio, do Incra de São Paulo, e pelo interesse do ministro do Desenvolvimento Agrário, vamos fazer assentamento dessas famílias.

Vocês não imaginam o que é uma pessoa estar na sua casa e, às 5 horas, passar um trator e dois caminhões fazendo um barulho intenso como quem diz: “Vamos tirar vocês daqui e tirar areia para vender.” Isso é um absurdo. A pessoa fica atordoada, sem saber o que fazer e tem vontade de quê? De jogar uma dinamite, dar um tiro no coitado do motorista que está trabalhando para essa empresa.

Enquanto era somente da Santa Casa, não existia essa intimação, esse medo que se faz a essa população que lá mora.

No domingo, fizemos uma grande audiência pública no local onde tivemos a presença de aproximadamente 600 pessoas. Estivemos juntos com o Sr. Wellington, com o representante do Deputado Simão Pedro e do Deputado Carlos Giannazi.

Nessa audiência pública vimos essa população sofrida, amedrontada por uma empresa que tem o egoísmo e a vontade apenas de desalojar mais de duas mil pessoas para tirar areia das terras que já são produtivas.

Quero, aqui, agradecer ao Incra de São Paulo e aos deputados dessa Frente Parlamentar, onde presidimos aqui, em defesa dos chacareiros.

Sr. Presidente, quero agradecer também à TV Mogi News, de Mogi das Cruzes, e dizer que já tivemos o assentamento de 44 famílias. Agora, nos restam 340 famílias, aproximadamente.

Tenho certeza que, com o empenho do Sr. Wellington, do Sr. Sinésio, do Incra de São Paulo, vamos conseguir deixar as terras produtivas com quem é de direito. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência faz a convocação: Sras. e Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, Inciso III, alínea “D”, do Regimento Interno, convoca uma reunião extraordinária da Comissão de Infraestrutura para hoje, às 16 horas e 30 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de ser apreciada a matéria em regime de urgência: PL nº 1009/11.

Por permuta de tempo com a Deputada Telma de Souza, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqueles que estão assistindo a TV Assembleia, assomo a esta tribuna motivado por um debate recente na Comissão de Infraestura desta Casa, que tem como função, talvez uma das principais, fiscalizar os contratos no Estado de São Paulo.

Em que pese, do ponto de vista da oposição, reconhecermos o fraco desempenho da Assembleia Legislativa no controle externo, no trabalho fiscalizatório por conta do hegemonismo do Governo do Estado nesta Casa, que controla diversas bancadas, que exerce com a força da caneta um poder muito grande neste Legislativo não permitindo a sua independência, a sua autonomia prosperar, mesmo assim, tentamos fazer com todas as nossas forças, com toda a nossa capacidade de convencimento de alguns que estão na base governista, com que a Assembleia Legislativa possa cumprir com a sua função de fiscalizar os atos do Poder Executivo.

Denúncias há aos montes nesta Casa. Infelizmente, aqui não se consegue protocolar e instalar as CPIs, que deveriam ser um instrumento eficaz de controle e fiscalização. Mas as CPIs que são instaladas nesta Casa por força da Constituição, que são cinco, elas normalmente atendem aos interesses do governo. Então são CPIs que costumamos chamar aqui de faz de conta. Não fiscaliza nada. Pelo contrário, são para constar formalmente que estamos cumprindo com a Constituição instalando cinco CPIs que funcionam ao mesmo tempo aqui na Assembleia Legislativa. Mas nenhuma que, de fato, diz respeito à fiscalização profunda de denúncias, desvios, foram instaladas nesta Casa, com raríssimas exceções.

Só para relembrar aqueles que estão nos assistindo pela TV Assembleia, quero dizer que tivemos denúncias graves da CDHU de corrupção, desvio de verba. Nada foi feito nesta Casa em que pese a luta da oposição para instalar uma CPI.

Há denúncias de superfaturamentos em vários jornais no contrato do Rodoanel. Há pedido de CPI nesta Casa, mas a maioria aqui não permitiu a sua instalação para investigar o superfaturamento nas obras do Rodoanel.

A indústria da lama no Rio Tietê, que consome bilhões de reais há décadas, que tem denúncia de superfaturamento, pedido de CPI aqui, pela oposição, mas nada foi instalado.

Esse escandaloso acidente na Estação Pinheiros do Metrô. As mortes são responsabilidade direta do Governo do Estado, por falta de fiscalização. É responsabilidade direita das prestadoras de serviços que ali faziam uma obra pública. O pedido de CPI nesta Casa foi arquivado e nada foi feito.

Recentemente, tivemos uma denúncia. Olha só, aqueles que nos assistem pela TV Alesp. Seis meses antes, um jornalista do jornal “A Folha de S. Paulo” que, aliás, não está no Brasil. Eu não sei por que, mas ele teve que sair do País. Temos que perguntar o que motivou esse jornalista a viver fora do País. Objetivamente, esse jornalista denunciou, seis meses antes, quem ganharia os lotes da Linha 5 do Metrô. Seis meses antes, ele registrou um vídeo sobre a linha 5 do Metrô. Aqueles que estão nos assistindo podem pesquisar no “You Tube”, que terão acesso a esse vídeo. Esse jornalista registrou seis meses antes quem ganharia os lotes da Linha 5 e, pasmem nobres Deputados e aqueles que nos assistem na TV Assembleia, acertou 100%, depois de proclamado o resultado da licitação.

Entramos com um pedido de CPI aqui, mas nada. A Casa não tem disposição. Depois que os tucanos assumiram sucessivos governos isso aqui, infelizmente, passou a ser um departamento desqualificado do Poder Executivo. Sem nenhuma autonomia e, mais uma vez, nada se fez para fiscalizar e instalar uma CPI nesta Casa que investigue a denúncia de conluio das empresas para ganharem essa licitação. Com certeza, se investigássemos, iríamos concluir que agentes públicos participaram desse processo. Ou alguém acredita que esse conluio foi feito sem a participação de agentes públicos? Eu não acredito. Mas só descobriria quem de fato teria responsabilidade, enquanto agentes públicos nesse processo, instalassem uma CPI aqui. Mas nada fizeram.

Então, fizemos na Comissão de Infraestrutura um requerimento para que fossem convocados o jornalista, o Presidente da Companhia do Metrô e os presidentes dos consórcios que ganharam os lotes da Linha 5 Lilás.

Conseguimos aprovar na Comissão de Infraestrutura, mas, infelizmente, em menos de 24 horas, o Presidente desta Casa, respondendo uma Questão de Ordem do Deputado Campos Machado... Há controvérsias jurídicas interpretativas quanto à força para que pudéssemos convocar os presidentes dos consórcios. Estranhamente, em 24 horas, o Presidente desta Casa respondeu uma Questão de Ordem dizendo que não tínhamos força regimental para convocá-los nesta Casa.

São milhões investidos nessa obra, são milhões do cofre do Tesouro dos paulistas, eu pergunto: Quem vai fiscalizar essa denúncia? Se não instalamos uma CPI porque o Governo não permite, se as Comissões não conseguem exercer seu trabalho de fiscalização do contrato, quem vai fiscalizar e quem vai apurar essas denúncias? Ou esta Casa não tem responsabilidade?

Então me estranha, pois há cinco meses está na mesa do Presidente desta Casa um requerimento porque o Coordenador da FDE foi convocado pela Comissão de Educação, mas não comparece a esta Casa para dar explicações sobre diversos desmandos naquela fundação. Ou nós também não temos o poder de convocá-los? É uma fundação pública.

Ou seja, nobres Deputados desta Casa, infelizmente ou os paulista se voltam para que nós possamos resgatar as prerrogativas desse Legislativo, de exercer o controle externo, fazer a fiscalização devida aos contratos deste Governo, ou esta Casa não vai cumprir plenamente suas funções. Não conseguimos instalar CPIs, nenhuma para valer nesta Casa. Se as comissões, que têm a finalidade de investigar os contratos, não conseguem convocar ninguém... Porque eles não comparecem nesta Casa, então a Assembleia Legislativa não está cumprido com a sua função de fiscalizar.

Os Deputados e as Deputadas desta Casa precisam ficar atentos porque precisamos resgatar a função política desta Casa. O poder político desta Casa precisa ser respeitado, Deputado Giannazi. Não podemos aceitar a condição de departamento desqualificado do Executivo. Não podemos chegar ao nível de pragmatismo, como alguns nesta Casa acabam adotando como conduta de mandato, enfraquecendo este Legislativo, dia após dia. É uma tristeza notar que as Comissões desta Casa não tenham função nenhuma. Nem mesmo para analisar projetos, Sr. Presidente.

Para terminar, aqui existe a figura de Relator Especial. De repente, você está na Comissão de Justiça, uma comissão que não analisa matéria. É uma comissão técnica desta Casa debatendo a constitucionalidade de um projeto de lei. E aparece a figura do Relator Especial. Esse projeto sai da Comissão de Justiça, vai para um instituto chamado Congresso de Comissões e lá, sem nenhum debate, misturando o mérito com o técnico, vota-se rapidamente, principalmente em se tratando de matéria de interesse do Executivo. E as Comissões cada vez mais enfraquecidas, não cumprem o seu papel de fazer um debate apurado e qualificado de todas as matérias em debate nesta Casa.

Meus protestos. A Comissão de Infraestrutura é uma Comissão para fiscalizar os contratos. Esta Casa precisa ser fortalecida, sob pena de estar enterrando um dos papéis mais importante do Legislativo, que é exercer a fiscalização dos Atos do Poder Público. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de fazer uso da tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra, pelo Art. 82, pela liderança do PSOL o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente desta sessão, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, em primeiro lugar, gostaria de me associar ao que diz o Deputado João Antonio em relação à dependência da Assembleia Legislativa com o Palácio dos Bandeirantes. O Deputado João Antônio deixou muito claro que a Assembleia Legislativa não passa de um cartório que homologa as decisões do Poder Executivo, que a Assembleia Legislativa não fiscaliza o Poder Executivo, não fiscaliza as autarquias do Estado, não fiscaliza as Secretarias; que quem pauta as votações nesta Casa é o Governo Estadual, que tem uma base de sustentação de 66 parlamentares. Eles é que controlam praticamente não só a pauta de votação, como as comissões e as CPIs, que na verdade não fiscalizam o Poder Executivo.

As CPIs que temos em andamento têm a função de obstruir os pedidos que fazemos para investigar o Governo, para investigar os casos de corrupção e de superfaturamento de obras da Dersa, do Metrô, da FDE e tantas outras. Muitas vezes nem conseguimos as 32 assinaturas para os nossos pedidos porque a base do Governo é orientada a não assinar. Eu mesmo já tentei instalar a CPI da Educação, a CPI de FDE, a CPI do Judiciário, a CPI da Segurança Pública e não tivemos êxito porque houve obstrução por parte da base de sustentação do Governo, dos 66 deputados que estão fechados com o Governo Alckmin, com o governo do PSDB. Alguns até compõem secretarias de Estado, têm cargos no Governo, têm diretorias de ensino, diretorias na Sabesp. Esses parlamentares apoiam o Governador Geraldo Alckmin por isso, não pelos lindos olhos de S. Exa. mas porque têm benesses, têm emendas parlamentares, por isso a Assembleia Legislativa não tem independência, não tem autonomia. Só no papel, só na Constituição porque na prática é o inverso.

Na verdade, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu gostaria de ocupar a tribuna para mais uma vez pedir aos 94 deputados, aos partidos políticos representados na Assembleia Legislativa para que aprovem o Projeto 517/07, que acaba com a superlotação de salas de aula na Rede Estadual de Ensino, que hoje representa um verdadeiro drama, um verdadeiro câncer para a oferta do processo ensino-aprendizagem, sobretudo para que a rede estadual possa de fato oferecer o mínimo de qualidade no ensino para os mais de cinco milhões de alunos matriculados na rede. Apresentamos este projeto em 2007, início do nosso primeiro mandato e até hoje o projeto não foi apreciado. Passou pelas comissões permanentes sendo aprovado em todas. Portanto, está pronto para ser votado, porém, a pauta de votação da Assembleia Legislativa é controlada pelo Governo Estadual, é o Governo que decide o que entra e o que não entra em votação. Todo projeto sugerido por deputado, seja ele quem for, depende de autorização do Palácio dos Bandeirantes, na verdade da Casa Civil, ele tem de ter a chancela, o carimbo, a autorização.

Nesse sentido, apelamos para que a população pressione a Assembleia Legislativa, para que os professores, para que a comunidade escolar pressione a Assembleia Legislativa para vermos aprovado este projeto porque é a única forma de resolver essa situação de submissão e passividade da Assembleia Legislativa. Como disse muito bem o Deputado João Antonio, é uma Assembleia que não vota projetos, quase não temos projetos aprovados aqui na Assembleia Legislativa, é muito difícil aprovar um projeto de lei aqui.

A Assembleia Legislativa também acaba não cumprindo uma outra função importante: a de representar os interesses da população.

Mais uma vez, então, apelo aos 94 deputados para que aprovem o nosso Projeto 517/07 que acaba com a superlotação de salas na Rede Estadual de Ensino. É uma das principais lutas hoje do magistério público estadual. As nossas salas estão superlotadas, tanto na área do Ensino Fundamental como na área do Ensino Médio. Temos salas com 45 e até 50 alunos em várias regiões do Estado. Isso prejudica o trabalho pedagógico dos nossos professores. É fundamental que o nosso projeto seja aprovado para colocar um fim nesse verdadeiro drama que assola as nossas escolas e o trabalho pedagógico dos nossos professores. Este nosso projeto estabelece um número máximo de alunos por sala: de 1ª a 4ª série no máximo 25 alunos; de 5ª a 8ª série no máximo 30 alunos e no Ensino Médio no máximo 35 alunos. Estes são os números estabelecidos pelo nosso projeto, um projeto feito a partir de uma ampla discussão coletiva e que se inspirou na luta do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública pelo fim da superlotação das salas de aula.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero agora utilizar a tribuna pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem V. Exa. a palavra pelo Art. 82, pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, ainda dentro desse diapasão em relação às salas de aula quero dizer que temos um outro projeto que tem a ver com essa questão das salas superlotadas. Refiro-me ao Projeto 07/09, que trata de uma questão muito importante hoje na área educacional, ou seja, a inclusão de crianças e adolescentes que têm necessidades especiais de aprendizagem, uma inclusão extremamente precarizada hoje na rede pública de ensino, ela quase não existe. É muito difícil hoje uma família conseguir matricular uma criança com necessidade especial de aprendizagem na rede pública de ensino porque as escolas não estão aparelhadas para receber essas crianças - uma criança com Síndrome de Down, com Síndrome de Williams, enfim, com qualquer tipo de deficiência. Eu nem gosto de usar a palavra deficiência, criança deficiente até porque já foi banida pelo menos na terminologia da Educação. Estou usando para esclarecer a população. Eu prefiro me referir a esse tema falando em crianças com necessidades especiais de aprendizagem. O fato é que não há esse atendimento na Rede Estadual de Ensino e quando há ele é extremamente precarizado.

Nesse sentido também apresentamos projeto que tramita pelas comissões permanentes limitando o número de alunos nas salas de aula com essas necessidades especiais. Ou seja, o projeto obriga a escola a diminuir o número de alunos nas salas em que haja alunos com necessidades especiais.

Então se aprovarmos o Projeto 517 estabelecendo que no Ensino Médio teremos no máximo 35 alunos por sala e nessa sala tivermos um aluno com necessidade especial, ela então deverá reduzir para 25 alunos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

* * *

 

Uma classe que tenha um aluno com necessidade especial é uma sala que precisa ter menos alunos até para que o professor possa dar um atendimento mais individualizado para esse aluno. Essa é uma reivindicação justa do Magistério e de toda a comunidade escolar. Primeiro, para atender com qualidade os nossos alunos com essas necessidades especiais, sobretudo para viabilizar o processo educacional. Enfim, para que todos os alunos sejam beneficiados com essa medida.

Sr. Presidente, nós defendemos a inclusão, pois é importante. Nós defendemos a inclusão da criança com necessidade especial nos cursos regulares, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que tem, inclusive, um capítulo só sobre Educação especial.

O primeiro artigo desse capítulo é muito claro, dizendo que a criança com necessidade especial de aprendizagem deve ser matriculada preferencialmente no curso regular. A criança não pode ir para um gueto, para um isolamento. Ela tem que ser incluída; nós defendemos isso; é importante.

Porém, há um grande abismo entre o que determina a legislação e a realidade educacional, porque não há investimento nessa área de educação especial. Tanto é verdade que a lei é clara. Fala que “preferencialmente” e não “obrigatoriamente”; então a palavra “preferencialmente” faz uma diferença total nessa discussão. Não é obrigatório, mas preferencialmente, quando há possibilidade, a criança deve ser matriculada. Agora, para que haja inclusão de fato, não adianta ficar só fazendo discurso. Temos que preparar a rede estadual para receber e incluir, de fato, esse aluno com necessidade especial de aprendizagem.

Por tudo isso que temos que aprovar além do Projeto de lei nº 517, que citei agora, que limita o número de alunos por sala. No âmbito geral, nós temos o Projeto de lei nº 07/2009, que aprofunda a redução do número de alunos - no bom sentido - para as salas que matricularam os alunos com necessidades especiais.

Sr. Presidente, era isso que tinha a colocar hoje. A aprovação desses dois projetos que, na verdade, têm o objetivo de combater a superlotação de salas da rede estadual, que significa hoje um verdadeiro drama e um verdadeiro óbice para o trabalho dos nossos professores e professoras, sobretudo para a própria aprendizagem dos alunos matriculados na rede. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo de Líderes, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - É regimental. A sessão está suspensa até as 17 horas.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 35 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e sete minutos sob a Presidência do Sr. Ulysses Tassinari.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, convocação. Nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, esta Presidência convoca V. Exas para a Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, às 19 horas, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PL 1009/11, de autoria do Governador do Estado, que autoriza a Fazenda do Estado a alienar, mediante doação, à Fundação Antonio Prudente, mantenedora do Hospital A. C. Camargo, imóvel onde se encontra edificada parte do referido hospital.

 

O SR. LUCIANO BATISTA - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de líderes, esta Presidência, antes de levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas e oito minutos.

 

* * *