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14 DE SETEMBRO DE 2011

100ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença de alunos do curso de Direito da Universidade da Cidade de São Paulo, Unicid, acompanhados da professora Daniela Morais Peres.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Faz menção a audiências públicas, realizadas pelo Estado de São Paulo, com o intuito de discutir a Lei Orçamentária Estadual. Questiona proposta de concessão onerosa da água da cidade de Guaratinguetá, por iniciativa de seu prefeito, Junior Filippo. Parabeniza o trabalho do promotor de justiça José Benedito Moreira, responsável por iniciar inquérito civil público contra a medida. Destaca a criação de cargos para o Poder Judiciário por esta Casa.

 

003 - FERNANDO CAPEZ

Comenta projeto, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, que visa aumentar a pena para determinados delitos de trânsito. Questiona atual legislação no que tange à punição aplicada a motoristas que dirigem embriagados. Sugere mudanças à redação da lei. Reflete acerca da ocorrência do dolo eventual neste tipo de delito.

 

004 - RAFAEL SILVA

Defende a constitucionalidade de projeto, de sua autoria, sobre a possibilidade de castração química para pedófilos. Cita exemplos do crime. Defende a adoção de análise psicológica obrigatória para presidiários quando de sua saída da prisão. Reflete acerca da inimputabilidade assegurada aos menores de 18 anos.

 

005 - JOÃO CARAMEZ

Comemora acordo favorável à hidrovia Tietê-Paraná, firmado entre os governos Estadual e Federal. Discorre acerca das vantagens que a medida trará. Defende maiores investimentos em meios de transporte mais ecológicos, como hidrovias e ferrovias. Enaltece a cooperação do Governo Federal com o projeto. Agradece a todos os envolvidos no projeto.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Faz menção à visita de entidades sindicais representantes das Polícias Militar e Civil, recebidas pelo Colégio de Líderes da Casa. Relata algumas das reivindicações da categoria. Destaca a realização de audiência pública, amanhã, neste Legislativo, com o intuito de discutir os projetos de revisão salarial para os profissionais da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Critica decisão da SPPrev sobre o congelamento do adicional de insalubridade pago às pensionistas de policiais.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Lê notícia, publicada no jornal "Folha de S. Paulo", sobre sugestão do MEC para o aumento da carga horária dos alunos da rede pública de educação. Questiona o fato de tal medida haver sido divulgada logo após o mau desempenho das escolas públicas no Enem. Defende o investimento de 10% do PIB nacional em Educação. Considera necessária uma reforma completa do Sistema Nacional de Educação. Pede por uma maior valorização do Magistério.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

009 - JOOJI HATO

Comenta o pronunciamento do Deputado João Caramez sobre a destinação de verbas para a construção de hidrovias. Enaltece o apoio dado pela Presidente Dilma Rousseff ao tema. Pede por maiores investimentos em ferrovias. Faz menção à utilização deste tipo de transporte em outros países. Fala sobre os recursos hídricos do País, que possibilitam o investimento em hidrovias e hidrelétricas. Combate a construção de usinas nucleares no Brasil.

 

010 - MARCOS MARTINS

Comenta realização, hoje, de audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos. Questiona o investimento realizado pelo Governo do PSDB em ferrovias. Recorda a importação de trens espanhóis pelo ex-Governador Mário Covas. Defende investimentos reais neste meio de transporte pelo Governo Estadual. Lamenta o aumento na produção de alimentos transgênicos.

 

011 - JOOJI HATO

Assume a Presidência. Informa o cancelamento da sessão solene prevista para o dia 16/9, às 20 horas, para "Homenagear a História da Arquitetura e da Decoração no Brasil", por solicitação do Deputado Fernando Capez.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - JOSÉ CÂNDIDO

Destaca a aprovação, ontem, de projeto que beneficia famílias de baixa renda. Informa a realização da Feira da Agricultura Familiar, em Suzano. Explica que o objetivo da feira é potencializar a economia agrícola local e oferecer produtos de qualidade a baixo custo. Cita investimentos para a montagem da estrutura, na ordem de 217 mil reais. Acrescenta que do montante, 194 mil foram destinados pelo Governo Federal e, 22.800, pela Prefeitura. Pontua características que diferem a feira. Parabeniza o Prefeito e o Secretário de Agricultura de Suzano pela iniciativa.

 

013 - JOSÉ ZICO PRADO

Tece comentários sobre a visita da Presidente Dilma Rousseff a São Paulo, ontem. Destaca a parceria entre os Governos Federal e Estadual para as obras do trecho norte do Rodoanel. Informa que os investimentos Federais destinados a São Paulo são de 3 bilhões de reais. Critica o sucateamento de ferrovias do Estado. Enaltece a atuação do ex-Presidente Lula no que diz respeito à recuperação de ferrovias e ao avanço da indústria nacional. Cita problemas em bairro próximo ao Rodoanel. Apresenta sugestões para a preservação ambiental. Demonstra preocupação para com famílias que moram próximas ao Rodoanel (aparteado pelos Deputados Luiz Claudio Marcolino e Marcos Martins).

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Critica o Governador Geraldo Alckmin, a quem acusou de abandonar órgãos como o SPPrev, Departamento de Perícias Médicas e Departamento de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Educação. Faz denúncias de irregularidades nos órgãos citados, como a falta de estrutura, evasão de funcionários e a demora no atendimento aos servidores. Informa que o Departamento de Perícias Médicas do Estado está sendo investigado pelo Ministério Público. Sugere a contratação de funcionários para o SPPrev, além da reforma do Departamento de Perícias Médicas.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita de alunos da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis, de Bragança Paulista, acompanhados dos professores Cléber Costa de Oliveira e Roseli Aparecida Franco Dorta, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

016 - TELMA DE SOUZA

Comenta o lançamento da pré-candidatura do Deputado Carlos Grana à Prefeitura de Santo André. Parabeniza os organizadores do Festival Curta Santos. Lamenta o fim do Festival de Música Nova, que completaria 50 anos em 2011. Cumprimenta o Grupo Madrigal pelo aniversário de 50 anos. Cita sessão solene que homenageará o conjunto musical. Cumprimenta outras entidades de Santos. Repudia situação da Escola Dr. Ablas Filho, de Santos, que desalojará 600 alunos para abrigar a Delegacia de Ensino e 10 estudantes de Engenharia da USP (aparteada pelo Deputado Marcos Martins).

 

017 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, tece comentários sobre a aprovação do PL 688/11, ontem. Aponta características da propositura, que beneficiará mais de 150 mil agricultores de São Paulo. Destaca vantagens aos cerca de 1300 pequenos produtores de São José do Rio Preto. Acrescenta que eles poderão vender seus produtos para os presídios da região.

 

018 - SEBASTIÃO SANTOS

Pede a suspensão da sessão até as 17 horas, com assentimento das lideranças.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h23min; reabrindo-a às 17h01min..

 

020 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, anuncia calendário de atividades da Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Informa que, em 21/09, às 09 horas, nesta Casa, deverá ocorrer evento em que serão apresentadas estatísticas sobre o uso de crack no Estado. Destaca o papel das igrejas no auxílio aos dependentes químicos. Anuncia que o grupo deverá apresentar propostas e emendas ao orçamento do Estado em razão do tema.

 

021 - TELMA DE SOUZA

Pelo art. 82, informa que Santos não enviou dados a respeito do uso de crack no município para a Frente Parlamentar de Combate ao Crack, como requerido. Informa que a Câmara de Vereadores da cidade mudou de sede e encontra-se em região degradada. Pede que o Deputado Donisete Braga, como representante da frente parlamentar, solicite reunião no município sobre o tema.

 

022 - BALEIA ROSSI

Para comunicação, lamenta a decisão do Governador do Estado em iniciar obras de presídio no distrito de Jurucê, no município de Jardinópolis. Relata a opinião contrária do prefeito e da classe política local em relação a este fato. Considera que o presídio deve ser localizado em regiões que já abriguem penitenciárias.

 

023 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, defende a revogação da lei 1093/09, que, segundo o parlamentar, causa prejuízos à Educação pública do Estado. Esclarece o conteúdo da matéria, que estabelece o período de um ano letivo para os professores atuarem na rede pública, sem possibilidade de renovação pelos 200 dias letivos posteriores. Critica avaliações periódicas para os professores da rede pública.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

ORDEM DO DIA

025 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovados requerimentos de tramitação em regime de urgência: do Deputado Campos Machado, ao PL 767/11; e do Deputado Estevam Galvão, ao PLC 46/11. Põe em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Itamar Borges, de constituição de comissão de representação, para participar do Seminário Federação e Guerra Fiscal, em 15/09, em Brasília. Põe em votação e declara sem debate aprovado requerimento, do Deputado Rui Falcão, solicitando licença no período de 17 a 28/09, a fim de representar o PT em visita oficial à República Popular da China. Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 17h25min; reabrindo-a às 17h26min. Convoca sessão solene, a realizar-se dia 03/10, às 20 horas, com a finalidade de "Comemorar o 40º aniversário do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo", por requerimento do Deputado Marcos Martins.

 

026 - VINÍCIUS CAMARINHA

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anota o pedido. Convoca, para 14/09, as seguintes as Comissões, para reuniões conjuntas: de Saúde, de Finanças, Orçamento e Planejamento, às 17 horas e 35 minutos; de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e de Relações do Trabalho, cinco minutos após o encerramento da reunião anterior. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 15/09, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Fernando Capez para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta presidência gostaria de anunciar as ilustres presenças dos alunos do Curso de Direito da Universidade Cidade de São Paulo, Unicid, acompanhados da professora Daniela Morais Peres. Sejam bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, alunos que nos acompanham no plenário, estamos circulando em todo o Estado de São Paulo debatendo o orçamento estadual para que possamos colher sugestões da população e para fazer o Orçamento de 2012, para que seja um orçamento descentralizado, à altura da vontade da população, dos prefeitos, dos vereadores do Estado de São Paulo.

Estivemos em Taubaté na segunda-feira e aproveitei para fazer uma visita à Cidade de Guaratinguetá, que está com um problema sério. O prefeito resolveu, de uma hora para outra, fazer uma concessão onerosa da água da cidade. O Prefeito Junior Filippo, na última semana, encaminhou à Câmara Municipal o projeto com o seguinte argumento: o poder público não possui técnica plena de recursos para investimentos suficientes para fazer face às novas e crescentes demandas do município. É muito estranha essa concessão onerosa da água de Guaratinguetá.

Pelos levantamentos feitos na cidade - inclusive gostaria de parabenizar o belíssimo trabalho do Dr. José Benedito Moreira, promotor de justiça daquela cidade, que abriu um inquérito civil público - desde 1971 a autarquia municipal de serviço autônomo de água e esgoto de Guaratinguetá até os dias de hoje vem desempenhando a contento e de modo elogiável como poucos municípios o fizeram até hoje. Isso demonstra a qualidade de atendimento da empresa de água da Cidade de Guaratinguetá. E vai além. Nos anos de 2007, 2008 e 2009 vêm demonstrando superávits consecutivos. Então, não há justificativa nesse atual momento da concessão onerosa para essa empresa de água em Guaratinguetá.

Mas pasmem, Srs. Deputados, um dos maiores problemas que terão agora os consumidores é que só poderão utilizar a água da empresa concessionária. Se por ventura a população tiver um poço artesiano ou alguma bica em qualquer propriedade na Cidade de Guaratinguetá terá de pedir autorização à empresa concessionária para poder se utilizar da água da Cidade de Guaratinguetá.

Novamente, quero parabenizar o Dr. José Benedito Moreira, Promotor de Justiça de Guaratinguetá, por ter solicitado o arquivamento - ele abriu inquérito de público - para apurar as irregularidades no processo de licitação na concessão onerosa do setor de água do Saeg, solicitado pelo Prefeito Junior Felippo. A solicitação foi feita a partir da 19ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil.

Solicito que o meu depoimento seja encaminhado à Câmara Municipal de Guaratinguetá, ao Prefeito da cidade, à OAB e ao Promotor de Justiça, Dr. José Benedito Moreira, colocando o nosso posicionamento contrário ao movimento feito pela Prefeitura de Guaratinguetá. Do mesmo jeito que a população entende que não tem que ser privatizada a concessão da água em Guaratinguetá, espero esse mesmo entendimento de toda a Assembleia. Portanto, o nosso posicionamento contrário ao movimento que está sendo realizado pelo Prefeito da Cidade de Guaratinguetá.

Por ações como essa do nobre Promotor, aprovamos o Projeto de lei nº 41/2009, do Tribunal de Justiça. Ontem, esta Assembleia Legislativa autorizou a criação de 2.993 cargos para o Judiciário do Estado de São Paulo, sendo 177 para juiz de Direito, 332 para cargos de comissão e 2.480 para os cargos efetivos.

É a Assembleia Legislativa fazendo a sua parte para fortalecer o Judiciário do Estado de São Paulo, para que juízes ou promotores, como o de Guaratinguetá, possam efetivamente ajudar a população do nosso Estado. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa., nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, quero saudar os nossos queridos alunos da Unicid. Transmitam nossos cumprimentos ao estimado professor Rubens, meu amigo Rubinho. Quero dar-lhes parabéns pelo bem sucedido projeto universitário, e também parabenizar a professora pela iniciativa.

Em homenagem aos alunos da Unicid que aqui se encontram, vou abordar um tema jurídico. Encontra-se em discussão, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, o projeto de lei que visa a alterar as penas dos crimes de trânsito, aumentando a punição para o motorista que dirigir embriagado e, nessa condição, provocar lesão corporal culposa ou morte.

Agora à tarde, fui entrevistado pela Rádio Jovem Pan para que me posicionasse a respeito desse projeto. O Código de Trânsito cometeu um equívoco que tem gerado a impunidade de motoristas imprudentes. O Art. 306 do Código de Processo Penal, ao tratar do delito de embriaguez ao volante, assim tipificou a conduta: “constitui crime conduzir veículo automotor em via pública com mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue.” Está na lei: é crime dirigir com mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue.

Pois bem, como ninguém é obrigado a se submeter a exame pericial, seja pelo popular bafômetro, seja por meio de exame de sangue - porque ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si mesmo -, como é que vamos saber quantos decigramas de álcool tem por litro de sangue? Se o sujeito diz “não vou respirar no bafômetro; não vou fornecer sangue para a perícia”, como é que vai se demonstrar a quantidade de álcool que ele tem em cada litro de sangue? É impossível!

A legislação exigiu algo que não pode ser provado, a não ser com a colaboração do próprio infrator. Recusando-se o motorista a respirar no bafômetro ou a fornecer sangue para o exame, não há como saber se ele tem 0.6, 0.7, 0.5, 0.8 ou 10 decigramas de álcool por litro de sangue.

Já que o projeto pretende aumentar as penas, assim nos posicionamos e esperamos que haja uma reflexão. Amanhã, estaremos à tarde com o Ministro da Justiça, em Brasília, e vamos discutir entre outros assuntos essa pauta, a necessidade de se mudar a redação da lei. Tem que ser crime não dirigir com tantos decigramas de álcool por litro de sangue. Simplesmente, tem que estar na lei: é crime conduzir veículo automotor em evidente estado de embriaguez, sem atribuir na lei quantos decigramas, até porque há organismos que têm maior ou menor resistência ao álcool.

Assim agindo, caso o sujeito se recuse a respirar no bafômetro, pode ser feita uma constatação pelo policial militar que atendeu a ocorrência, pode ser produzida a prova por meio de filmagem do comportamento do sujeito, descrição da sua reação, da deficiência de locomoção, da dificuldade de fala. Aí, fica mais fácil produzir a prova. Se não mexermos na redação, pode colocar a pena que quiser, porque continuarão saindo impunes os motoristas.

Fui também indagado se era correta a decisão do Supremo Tribunal Federal de dizer que nem toda direção mediante embriaguez ou proveniente de racha é dolosa, ou seja, há dolo eventual, o sujeito tem que responder por homicídio doloso. Está correto. A intenção de matar ou não, tem que ser aferida em cada caso concreto. Como é que a jurisprudência vai dizer que toda condução dessa maneira é dolosa? Tem que analisar se houve o dolo eventual ou não.

Relembrando a clássica distinção entre culpa consciente e dolo eventual. Na culpa consciente, o sujeito prevê o resultado, mas não quer produzi-lo. No dolo eventual, ele prevê o resultado e não se importa se vai ser produzido ou não. Na clássica fórmula do professor Reinbhard Frank, de 1907, o dolo eventual é: haja o que houver, aconteça o que acontecer, continuarei agindo da mesma forma. Para ficar mais fácil de entender, o dolo eventual ocorre quando o sujeito diz para si mesmo “dane-se”. O “dane-se” é o dolo eventual, que é essa expressão que estamos usando na tribuna.

Quando o sujeito age por imprudência, ele prevê o resultado e não deseja produzi-lo, culpa. Quando ele age com dolo eventual, é porque ele prevê o resultado e não se importa se vai produzi-lo ou não.

Esperamos que haja essas modificações na legislação do trânsito e que seja retirada a quantidade de alcoolemia da lei para ser substituída pela expressão do tipo “em evidente estado de embriaguez”. Assim, estaremos diminuindo a violência e reprimindo com mais rigor, e não simplesmente revelando uma mera boa intenção no projeto de lei.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: Fico triste quando um profissional da área do Direito ou alguma autoridade com conhecimento jurídico analisa o projeto que tenho nesta Casa de castração química e diz que é inconstitucional.

Um leigo sobre o assunto pode falar, mas uma pessoa que tenha conhecimento na área não. Fala por desconhecer o projeto ou por hipocrisia ou não sei por quê.

O projeto que apresentei de castração química é plenamente constitucional. Só não sabe disso quem não entende do assunto, quem não leu o projeto ou quem tem má intenção sobre a matéria.

Um camarada de sobrenome Orpinelli, de Rio Claro, esteve preso, vamos colocar dessa forma, num hospital psiquiátrico. Saiu e foi matando crianças, segundo ele mesmo mais de 100 crianças. Já foi condenado pela morte de 11 ou 12 meninos. Disse que tinha necessidade de matar as crianças e de praticar abuso sexual.

Um outro, no Estado de Goiás, esteve preso e foi solto. Em poucos dias matou seis garotos. Quando foi preso novamente falou: “Eu não posso ficar solto (ele deu uma entrevista numa emissora de televisão) se ficar solto eu faço essas loucuras. Eu vou praticar o suicídio na cadeia, eu não posso viver.” Ele entendia que não podia ficar solto e se matou. Preso se matou. Mas a lei não pode agir nesses casos.

Tivemos um debate nesta Casa com a participação de um grande psiquiatra, um conhecedor profundo da matéria, inclusive dá assistência aqui nos assuntos do fórum relativos a esta matéria, professor da USP. Ele disse que em seu consultório particular de alto nível - é bom deixarmos claro - tem muitos pacientes que tomam remédios e lhe confessam ‘Se eu não tomar o medicamento eu perco o controle. Eu tenho atração sexual por crianças. Eu preciso do remédio.” Ora, essas pessoas podem pagar.

Agora quando faço um projeto que dá ao preso o direito de receber tratamento se assim quiser e com a anuência do seu advogado, aí é inconstitucional. O preso não pode optar por receber um tratamento porque é inconstitucional.

Gente, eu fico triste porque aceito a idiotice, a ignorância, mas não a hipocrisia e alguns deputados ainda batem no peito para dizer que é inconstitucional.

Parem com isso gente! Isso é vergonhoso. Analisem o projeto, analisem a questão.

O que o projeto traz de novidade?

No caso da concessão de liberdade condicional ou de uma vantagem que o preso tenha numa época especial ou na progressão da pena o juiz vai ter a informação de que o preso tem problema e não aceitou passar por um tratamento.

Tenho outro projeto também, porque hoje não existe mais aquele exame para ver a condição psicológica do detento para saber se ele pode ou não ir para a rua, se ele pode ou não receber o benefício. Esse exame não é obrigatório e algumas pessoas passaram a entender que não sendo obrigatório seria proibido. Então não é mais realizado. O camarada vai para a rua sem a análise de um psicólogo ou psiquiatra, ou seja, sem a análise de uma autoridade no assunto e é colocado na rua para cometer mais e mais crimes. Este país precisa ser repensado, mas com muita seriedade.

uma outra questão que quero colocar.

Se alguém visitar uma penitenciária vai encontrar em sua grande maioria pessoas analfabetas ou semi-analfabetas. Qual a origem dessa pessoa? Qual a estrutura familiar? Onde morava? Temos de entender que o crime tem antes de tudo origem social.

O garoto com problema de frustração e problema social recebe a informação de que é inimputável até os 18 anos.

Quem conhece um pouco de psicologia, de sociologia sabe que esta informação é registrada na mente do indivíduo - e a mente do camarada funciona como um computador maravilhoso. Registrada essa informação ele tem uma motivação a mais para entrar para a criminalidade e ele se acostuma na criminalidade. Muitos dizem: eu fiz pesquisa sobre esse assunto com menores. Quando eu fizer 18 anos eu paro. Muitos deles afirmaram isso. Pararam, sim. Uns na cadeia e outros no cemitério.

Encerrando eu digo: já passou da hora de este País ter gente séria, competente, com conhecimento de causa decidindo sobre aquilo que deve ser feito.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez.

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, quero cumprimentar inicialmente os alunos e professores da Unicid, da mesma forma mandar um abraço ao nosso Reitor professor Rubens.

A razão da minha vinda à tribuna é festejar o grande evento ocorrido ontem em Araçatuba quando Governo Federal e Governo do Estado assinaram um protocolo de intenções para investimentos na hidrovia Tietê/Paraná.

Sou coordenador da Frente Parlamentar das Hidrovias criada em março de 2006. Já naquela oportunidade um grupo de deputados - fazendo parte também agentes do Governo do Estado e da iniciativa privada - começava um trabalho no sentido de fazer um diagnóstico sobre a situação das nossas hidrovias, especialmente a Hidrovia Tietê/Paraná e propor ações para a sua melhor utilização. Acreditávamos que a solução para os prolemas ambientais e de logística, passavam necessariamente pela diversificação da matriz de transporte do nosso Estado, pela maior utilização da hidrovia e da ferrovia. Hoje o mundo exige uma mudança de paradigmas e do comportamento das pessoas.

Só iremos recuperar nossa atmosfera a partir do momento em que diversificarmos a nossa matriz de transporte. Hoje ela está extremamente concentrada no modal rodoviário e o último inventário publicado pela Secretaria do Meio Ambiente mostrou que o maior vilão da emissão de gases efeito estufa no Estado de São Paulo é o transporte, agravado em virtude do trânsito e do congestionamento nos grandes centros urbanos. É, portanto, fundamental que seja incrementado o uso das nossas hidrovias, que, além de propiciar um transporte mais seguro e barato, causa menor impacto ambiental.

O convênio assinado ontem foi no valor de um bilhão e meio de reais: 900 milhões do Governo Federal e 600 milhões do Governo do Estado. Esse dinheiro será investido basicamente no trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná, nos 800 km dentro do Estado de São Paulo, de um total de 2.400 km de extensão.

As obras a serem feitas irão melhorar a movimentação de barcaças pela Hidrovia. No ano passado, entre grãos, milho, soja, carvão, madeira e adubo, foram transportados 5 milhões, 776 mil toneladas de carga. Com esses investimentos poderemos dobrar a capacidade de transporte de carga na Hidrovia Tietê-Paraná, o que corresponde,  apenas, a  2% do total de volume de cargas transportadas no nosso modal rodoviário. E nossa meta é fazer com que daqui a cinco ou seis anos possamos atingir 6% do total de transporte de carga.  Esses novos recursos serão, portanto, investidos na eliminação de gargalos, extensões, duplicação de eclusas, terminais e operação. Dentre as eliminações de gargalos está a ampliação dos vãos entre pontes, porque várias rodovias atravessam a hidrovia, como as SP333 e SP 425, e a distância entre os pilares é estreita para a passagem de barcaças duplas. Além da ampliação desses vãos, também estão previstas obras de proteção de pilares, construção de eclusas, e a extensão da hidrovia até Santa Maria da Serra, levando a hidrovia para o rio Piracicaba. Com isso estaremos estendendo a Hidrovia Tietê-Paraná em mais 55 km e, com sua extensão até Salto, também prevista, serão mais 200 km. Então, com esses investimentos estaremos passando de 800 km para 1.055 km de hidrovia dentro do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, não poderia deixar de comparecer a esta tribuna para enaltecer o esforço do governo federal e do governo estadual nessa parceria que, sem sombra de dúvida, só traz benefícios para a população. As disputas partidárias se encerram nas eleições, as bandeiras partidárias, temos que defendê-las na campanha; depois que passam as eleições, a única bandeira que prevalece é a bandeira do povo do Estado de São Paulo.

Então, como coordenador da Frente Parlamentar das Hidrovias, não poderia deixar de enaltecer esse esforço das duas esferas governamentais, mas, sobretudo, enaltecer e agradecer a todos aqueles que participaram entusiasticamente durante esses cinco anos desta frente, sobretudo dos representantes da sociedade civil e dos órgãos governamentais que colaboram com os nossos trabalhos.

Para ter uma ideia, no dia 19 de agosto de 2009, houve uma reunião itinerante da frente Parlamentar das Hidrovias, a bordo de um navio, em Barra Bonita, da qual resultou a Carta de Barra Bonita, que foi entregue no governo passado, na Secretaria da Casa Civil, na presença do Consórcio Hidrovia Tietê-Paraná e da Associação dos Municípios daquela região. E todas essas obras que ora estão sendo divulgadas foram discutidas e inseridas na carta de Barra Bonita. Isso mostra a sintonia que existe entre Legislativo e Executivo.

E com essa sintonia quem ganha não é só o Estado de São Paulo, mas toda a população brasileira. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, ontem, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, tivemos uma grande caravana de dirigentes associativos e sindicais representativos de entidades de policiais militares, policiais civis, polícia técnico-científica, agentes penitenciários, agentes de escolta e vigilância. Foram recebidos pelo Colégio de Líderes, onde por 45 minutos tiveram oportunidade de tentar sensibilizar os líderes partidários em relação ao necessário acolhimento de emendas parlamentares apresentadas por vários deputados, de vários partidos desta Casa. Eu mesmo apresentei 17 emendas e um substitutivo.

Algumas coisas são mais que óbvias: temos que fazer respeitar a data-base de 1º de março. Em relação aos projetos de vencimentos, não podemos manter distintos o valor de Adicional de local de Exercício simplesmente pelo volume populacional onde o policial trabalha ou, pior ainda, sua hierarquia. Hoje é pago um ALE diferente de soldado, de sargento, de oficial; de agente policial, de escrivão, de técnico pericial fotográfico e delegado de polícia.

Espero que os encaminhamentos levem para o acolhimento de emendas, não minhas, mas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no intuito de se aperfeiçoar esses projetos.

Amanhã, às 14 horas, neste auditório teremos uma grande audiência pública, e aproveito para convocar a família policial civil, militar, os agentes penitenciários, a trazer suas manifestações e pedir o compromisso do seu deputado, da sua região, da sua confiança, para que haja o aperfeiçoamento desses projetos.

Sr. Presidente, quando parece que a coisa está ruim para a família policial, ainda há formas de piorar. Vejo uma manifestação da diretoria de benefícios militares da São Paulo Previdência com relação ao congelamento da insalubridade para pensionistas da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Vejo, desgraçadamente, a Procuradoria Geral do Estado, ao invés de interpretar a lei, legislar na conveniência de economizar da forma mais porca e burra de uma administração.

Esse ofício, assinado pelo coronel diretor de benefícios militares da São Paulo Previdência, que é um coronel da reserva, Davi Antonio de Godoy, diz o seguinte: “em relação à solicitação de esclarecimentos sobre o descongelamento da insalubridade para as pensionistas da diretoria de benefícios militares da SPPrev, tenho a informar que o congelamento se deu em função da súmula vinculante nº 4, que inconformadas, algumas entidades de classe apresentaram reclamações ao STF, sob a alegação de que a referida súmula não dava guarida ao congelamento do Adicional de Insalubridade. Embora o indeferimento das liminares requeridas, na maioria das reclamações havidas, as de nº 9.942 e 10.885 prosperaram, e os ministros do STF determinaram a manutenção do salário mínimo como parâmetro para cálculos do adicional. Daí a Polícia Militar ter se beneficiado dessas determinações judiciais para o pagamento de pessoal do serviço ativo e inativo”.

Aquela coisa que o déspota José Serra tinha feito no parecer com a procuradoria, o STF derrubou.

Mas aí vem a vírgula: “Quanto aos pensionistas, a manifestação da Procuradoria Geral do Estado, concluiu que não existe amparo legal para o alcance das decisões judiciais, proferidas nas reclamações 9942 e 10885, cujo caráter é provisório e não representa interpretação definitiva do STF acerca do conteúdo da súmula vinculante nº 4. Assim, requeridas decisões deverão produzir efeito somente no âmbito da competência das autoridades reclamadas, não se admitindo a extensão às pensionistas, o que será possível apenas se houver decisão judicial nesse sentido. Por tudo isso, permanece o congelamento dos valores do adicional de insalubridade às pensionistas do SPPrev.

Esse documento está assinado no dia 02 de setembro. Essa é uma forma porca, burra, de a administração pública economizar em cima de alguns milhares de coitadas, esposas de policiais mortos em serviço, fora de serviço, defendendo a sociedade. Não é o que o Supremo diz, é o que a Procuradoria Geral do Estado está interpretando, congelando o adicional de insalubridade das coitadas das viúvas de PM. Lamentável a conduta desse Governo, lamentável a conduta da Procuradoria Geral do Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar essa notícia de hoje, da "Folha de S.Paulo", sobre uma sugestão do MEC, em relação ao aumento da carga horária dos nossos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Essa proposta está sendo apresentada pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, e vem criando uma certa polêmica nos meios acadêmicos, nos meios educacionais, e nós aqui na Assembleia também estamos debatendo esse tema.

Gostaria de manifestar a nossa posição inicial. Para nós, que somos profissionais da Educação, entendemos que essa medida é extremamente duvidosa e discutível, porque normalmente essas propostas aparecem quando são publicados os índices das avaliações institucionais, como agora, quando acabamos de receber o resultado do Enem.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Esse resultado já era previsível. Era muito previsível que as nossas escolas públicas não teriam um bom desempenho, porque não há investimento em escola pública no Brasil. O Brasil é um dos países que menos investem em Educação, em toda a América Latina. O Brasil não chega a investir nem 4% do PIB em Educação pública. Logicamente, é uma falta de investimento, uma falta generalizada, que gera a decadência do ensino, sobretudo a falta de qualidade, tanto que o nosso grande movimento hoje no Brasil é pela aprovação do Plano Nacional de Educação, e que nesse Plano seja aprovado um dispositivo obrigando o País a investir no mínimo 10% do PIB em Educação pública.

Essa é a nossa grande luta. Sem investimento em Educação não haverá oferta da qualidade de ensino. Portanto, essa medida do Ministério da Educação é estéril, e não terá com certeza nenhum efeito prático para resolver a questão da crise da Educação brasileira.

Gostaria de frisar ainda que já tivemos uma experiência com o aumento da carga horária, e não houve nenhuma repercussão nessa questão da oferta da qualidade de ensino. Até 1996, antes da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 9394/96, a carga horária era de 180 dias letivos. Depois de um amplo esforço, um amplo debate, nós avançamos para 200 dias letivos. Isso é recente, foi em 1996. Essa medida não significou necessariamente uma melhoria na qualidade de ensino.

Portanto, essa é uma medida estéril, inócua, que não terá efeito prático, no sentido de valorizar a Educação e, sobretudo garantir sucesso na aprendizagem dos nossos alunos, tanto das escolas públicas, como também das escolas privadas. É uma medida paliativa, que na verdade não resolve a situação.

Defendemos, Sr. Presidente, uma ampla reforma educacional, porque o currículo escolar tem que ser reformulado, mas esse currículo tem que ser debatido com o Magistério brasileiro. O Magistério público tem que participar dessa grande reforma da Educação, que tem que ser feita no Brasil.

Ao mesmo tempo, temos que aumentar o investimento em Educação. É inconcebível que o Brasil não invista nem 4% do PIB em Educação. Por isso temos essa crise na Educação brasileira.

Aqui em São Paulo a situação é muito pior, aqui na Rede Estadual de Ensino. Vimos agora, nessa avaliação do Enem, que as escolas estaduais ficaram muito abaixo, mal pontuaram. Uma vergonha o desempenho da rede estadual, porque o Governo estadual é muito pior, investe menos em Educação. Investimento aqui é ínfimo, é insignificante, professores com salários aviltantes, com salas superlotadas, com falta de estrutura material nas escolas. As escolas estaduais não têm sala de leitura, não têm sala de informática.

Falta infraestrutura básica nas escolas estaduais para que nossos professores possam desenvolver o processo de ensino/aprendizagem, oferecendo qualidade aos nossos alunos. Falta material didático-pedagógico adequado à nova realidade, e também, sobretudo falta a valorização dos profissionais da Educação, falta a valorização do Magistério público estadual.

Nesse sentido, Sr. Presidente, queremos dizer que aumentar a carga horária dos dias letivos, de 200 para 220 dias, não resolve a situação da crise educacional no Brasil. Precisamos atacar o mal pela raiz. Do jeito que a escola está organizada hoje, de nada vai adiantar o aluno ficar mais alguns dias numa escola degradada, sucateada, sem infraestrutura para receber adequadamente esses alunos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ouvi atentamente o nobre Deputado João Caramez, o presidente de Frente Parlamentar das Hidrovias, achei extremamente importante a ida da nossa Presidente da República Dilma Rousseff, juntamente com nosso Governador Geraldo Alckmin, a Araçatuba, dando esse impulso às hidrovias com a aplicação de recursos importantes para que a hidrovia possa ser utilizada. É um transporte extremamente mais econômico do que outros modais de transporte. Os nossos rios precisam ser recuperados. Esse investimento vai ser extremamente importante para o futuro.

Mas não podemos esquecer as ferrovias, o segundo modal mais econômico, mais eficaz, que pode transportar enormes quantidades de produtos, além do transporte das pessoas. Quando vamos para a Europa, para outros países, estive na Rússia, tomamos um trem de Moscou a São Petersburgo, o trem Estrela Vermelha, que deu um conforto enorme para mim e para os outros passageiros. É um transporte barato, eficaz, tranquilo. Fomos num leito, num trem extremamente limpo. O transporte de produtos é realizado em todos os países do Primeiro Mundo por meio da ferrovia.

Acho que a Presidente da República e o Sr. Governador têm de investir muito nas ferrovias e não acabar com elas, como aconteceu na Alta Paulista, por exemplo. Acabaram com as ferrovias. Hoje vemos as estações demolidas. Não temos ferrovias naquele local. Passam os caminhões para ir ao Estado do Mato Grosso, para levar ou trazer produtos, encarecendo, desgastando, com acidentes. As rodovias naquela região estão em condições precárias, precisa recapear a todo instante, a manutenção é caríssima. Isso sem contar com as perdas de vidas. É uma estrada de pista única. Os caminhões sofrem acidentes, percorrem longos percursos, para se ter uma ideia são 600 quilômetros ou mais. Isso poderia ser feito pelas ferrovias que, infelizmente, acabaram naquela região, como em outras regiões.

Este país é um dos que têm maiores recursos hídricos. Por isso é importante apostar na hidrovia, mas não podemos nos esquecer de aproveitar os recursos hídricos para energia. Não precisamos construir usina atômica. Tivemos o vazamento da energia nuclear em Fukushima, no Japão, aquilo serviu de lição para o mundo inteiro. A Alemanha hoje não quer mais construir nenhuma usina atômica, como a Itália, a China. Parece-me que outros países estão aderindo na não construção de usinas atômicas. Com a sensibilidade da Presidenta Dilma Rousseff, tenho certeza absoluta de que ela vai acatar o desejo do Congresso Nacional para não construir usina atômica em Angra dos Reis. Se não me falha a memória, há um projeto para construção de cinco usinas atômicas.

As hidrovias são extremamente importantes, esse recurso que Deus nos deu. A não construção de usinas atômicas é fundamental. Chernobyl matou mais de 80 mil pessoas naquele acidente nuclear.

Se não apostarmos nos recursos hídricos, temos outras saídas, como a energia solar. Neste país tem sol o ano inteiro. Também temos a energia eólica. Tenho esperança de que possamos investir nas hidrovias, na energia solar e na energia eólica. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gilmaci Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estivemos até agora pouco numa audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos, com a presença da Secretária de Justiça do Estado Eloisa Souza Arruda. Houve diversos depoimentos de extrema importância a respeito de violações aos direitos humanos em várias ordens, desde crianças, adolescentes, até a questão dos policiais, tanto como vítimas quanto como agressores. Os depoimentos foram os mais variados. Foi uma audiência importante. Quero cumprimentar todos os membros da comissão.

Ouvi atentamente o nobre Deputado Jooji Hato que falava sobre as ferrovias. Eu me recordo que, quando pequeno, havia trens que vinham do Paraná até aqui. Hoje não há mais. Sou da cidade onde havia a Cobrasma, que foi paralisada justamente do Governo de Fernando Henrique Cardoso e reativada, com outro nome, no Governo do Presidente Lula. A Mafersa foi outra empresa que acabou sendo terceirizada e virou Alstom. Aqui no Estado de São Paulo, durante o Governo Mário Covas, houve importações de trens espanhóis. Sei que o Deputado José Zico Prado está inscrito e deve abordar esse tema também, mas constatamos esse sucateamento das ferrovias. Inclusive houve uma CPI nesta Casa para discutir o sucateamento das ferrovias a começar pela CPTM. Hoje ainda continuamos timidamente com os investimentos no Metrô, por exemplo, ou nas ferrovias, especialmente em São Paulo. Ontem, tive a oportunidade de fazer uma menção. O Metrô é um trem da capital, porque ele não sai para a região metropolitana. O Governo está criando regiões metropolitanas pelo Estado afora, mas o transporte coletivo não é metropolitano, principalmente de ferrovias ou metrô. Então, deixa muito a desejar.

Concordo com V. Exa. sobre a importância dessa modalidade de transporte. A preocupação com as usinas nucleares deve ser permanente, assim como também com os transgênicos. Essas modernidades poderão trazer transtornos irreparáveis no futuro. Com os transgênicos, certamente, teremos problemas. Empresas estrangeiras vão investindo e trazendo esse tipo de modernidade, que, carrega consigo vícios e problemas seriíssimos para a população. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Há uma permuta entre a nobre Deputada Ana Perugini e o nobre Deputado José Cândido.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Fernando Capez, cancela a Sessão Solene, convocada para o dia 16 de setembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de prestar homenagem à história da Arquitetura e da Decoração no Brasil.

O SR. JOSÉ CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Srs. funcionários, público que nos assiste pela TV Assembleia, imprensa, quero agradecer à Deputada Ana Perugini pela permuta. Ontem, 13 de setembro, foi um dia histórico, quando esta Casa aprovou o projeto de lei que beneficia as famílias de baixa renda e pequenos proprietários.

É oportuno porque na minha cidade está acontecendo algo semelhante, que vem também beneficiar essas famílias. A partir de 16 de setembro, a região do Jardim Imperador, um bairro da Cidade de Suzano, será a primeira a receber a Feira da Agricultura Familiar.

Trata-se de um grupo de pequenos produtores que formaram uma Associação de Produtores Orgânicos do Alto Tietê, ou seja, não só na minha cidade, mas também em toda a região. Esse grupo vai vender frutas, verduras e legumes diretamente aos consumidores, sem intermediários.

O objetivo é potencializar a economia agrícola local e proporcionar a oferta de produtos mais frescos e saudáveis, com qualidade e preços mais acessíveis. Essa iniciativa será realizada todas as sextas-feiras, às 16 horas, na Praça Cruzeiro do Sul, e tornará disponíveis produtos de cultivo tradicional e orgânico.

É muito importante essa parceria entre a Prefeitura de Suzano e a Associação. Houve um investimento de 217 mil reais, sendo 194 mil do Governo Federal para a aquisição da estrutura - barracas, uniformes -, e 22 mil da Prefeitura.

Essa feira é diferente das feiras tradicionais e terá barracas personalizadas. Os trabalhadores vão usar uniformes e passarão por cursos e treinamento a fim de aprimorar o conhecimento.

Por isso, vai ser muito boa essa iniciativa da Cidade de Suzano. Na tela, vi a foto de um trator. É a Patrulha Agrícola, outra iniciativa que também está dando certo em Suzano. Os pequenos produtores agrícolas da cidade, que levam dias ou até semanas para fazerem o preparo do solo manualmente, agora podem contar com o apoio da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e de Agricultura e Abastecimento (Sesana), pilotada pelo meu amigo Paulinho, que teve a iniciativa. Eles realizam serviços de dias ou meses em poucas horas.

Para usar os equipamentos, basta o interessado preencher um formulário, que é fornecido pela Secretaria de Agricultura. Neste documento, o produtor deverá detalhar os serviços de que necessita.

Feito isso, um agrônomo da Secretaria irá ao local para fazer uma avaliação técnica. Caso o parecer seja favorável, é emitida uma guia para pagamento de taxa, conforme previsto no Decreto 8.093/11, que regulamentou a Lei da Patrulha Agrícola para a utilização de veículos ao custo de 14 Unidades Fiscais (UFs) do município, equivalente a R$ 29,84 por hora. Para o uso de implementos, o valor/hora é de cinco UFs, R$ 10,66.

Para a execução desse projeto, a Secretaria já conta com um trator e um encanteirador - equipamento utilizado para fazer os canteiros -, ambos adquiridos com recursos oriundos de uma emenda parlamentar no valor de R$ 90 mil reais, liberada por este Deputado no mandato passado.

Neste mandato, estamos preocupados em destinar nova emenda, no valor de R$ 110 mil reais, para a aquisição de novos equipamentos, dos que ainda faltam. Tomara que consigamos o apoio do Governo Estadual. Não basta encanteirar: tem que plantar, tem que adubar. Há necessidade de outros maquinários não só para a produção das plantações, como também para as cercas. A Secretaria fez um pedido de 17 equipamentos para que a população da nossa cidade tenha êxito para gerar os seus recursos e ter a sua independência.

Ontem, ao defender o projeto dos pequenos produtores eu dizia do sacrifício deles. Uma coisa é com o enxadão ou a enxada afofar a terra para fazer os canteiros, outra coisa é trabalhar com equipamento mecanizado.

Portanto, quero parabenizar a iniciativa do Secretário da Agricultura da cidade de Suzano, meu amigo Jesus Paulo Rita, o popular Paulinho, que está empenhado não só nessa iniciativa da feira de produtos orgânicos como em outras que estão bem encaminhadas na Secretaria.

Parabéns ao prefeito de Suzano, que tem dado todo apoio. Da mesma forma à população, que tem participado de todas as atividades da Secretaria levantando a auto-estima de todos os produtores agrícolas da cidade.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Chico Sardelli. (Pausa.)

Há uma permuta de tempo do nobre Deputado Rui Falcão com o nobre Deputado José Zico Prado.

Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, funcionários da Casa, quero registrar a satisfação da nossa bancada e com certeza do povo do Estado de São Paulo e do Brasil com a vinda da Presidenta Dilma Rousseff ontem ao nosso Estado para anunciar a construção em Araçatuba de mais uma indústria: a construção das barcaças que vão transportar todos os grãos produzidos no interior do Estado e os que vêm do centro-oeste.

Depois assistimos no Palácio dos Bandeirantes a nossa Presidenta Dilma também anunciar a parceria entre o Governo Federal e o Governo do Estado nas obras do trecho norte do Rodoanel.

Este trecho norte do rodoanel foi um exemplo de trabalho conjunto - graças à parceria dos nossos deputados e vereadores - com a população da zona norte para que o impacto ambiental e social fosse o menor possível.

Na pessoa do Deputado Luiz Claudio Marcolino, parlamentar de primeiro mandato, mas que nos ajudou muito nesse processo, quero agradecer a todos que participaram dessa discussão do trecho norte do Rodoanel.

Eu participo dessa discussão desde o primeiro trecho das obras e nunca tivemos tantas vitórias, inclusive discussão direta com o Governo como estamos tendo agora no sentido de diminuir o impacto ambiental e social da obra. A Presidenta Dilma anunciou três bilhões para o Estado de São Paulo.

Estava prestando atenção no discurso do Deputado Jooji Hato, que falava da importância da ferrovia para o Estado de São Paulo.

Deputado Jooji Hato, estou aqui desde as privatização das ferrovias e esse abandono das ferrovias no Estado de São Paulo tem nome.

O então Governador Mário Covas entregou ao Governo Federal todas as rodovias como pagamento de dívidas. Da mesma forma as ferrovias, que o então Presidente Fernando Henrique Cardoso entregou de graça para todas estas empresas que operam hoje no Estado. Aqui no Estado de São Paulo quem ganhou foi a ALL. Aí acabou de vez com as ferrovias. As ferrovias no Estado de São Paulo hoje não têm nenhuma estrutura. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso não só acabou com as ferrovias, como também com as indústrias. A Cobrasma, em Osasco, praticamente fechou. O Brasil não fabricava trilhos.

Temos de colocar isso para o povo brasileiro e para o povo paulista porque isso tem nome: foram os governos do PSDB que sucatearam e venderam as ferrovias e nós agora estamos tentando recuperá-las. É a Presidenta Dilma oferecendo ajuda nesse processo do trecho norte do ferroanel.

Queremos dizer com muito orgulho que o governo do Presidente Lula não só recuperou as ferrovias e a indústria nacional, como fez mudanças profundas no Brasil para que hoje a nossa Presidenta Dilma pudesse destinar três bilhões de reais aqui no Estado para o seu desenvolvimento.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado José Zico Prado, quero testemunhar o papel importante que V. Exa. teve na discussão do trecho norte do Rodoanel. Inicialmente houve dificuldade em dialogar com o Governo do Estado em relação ao trecho norte, como foi em relação aos trechos sul e oeste. Mas o mais importante nesse processo foi a participação da população do Jardim Paraná, do Jardim Corisco, de Taipas e da comunidade do Flamingo, que demonstraram a insatisfação pelo menos pela forma como o traçado inicial do trecho norte do Rodoanel vinha sendo apresentado. E várias alterações foram feitas no traçado. Portanto, esta é uma vitória não só da bancada de deputados estaduais, federais e vereadores do Partido dos Trabalhadores, mas também da população, que participou ativamente de todas as manifestações.

De uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa, tirou-se uma comissão para acompanhar essas obras, inclusive no Jardim Corisco transformando uma parte que é de corte e de aterro em obras de arte, o que vai melhorar a vida das pessoas que teriam suas casas desapropriadas. Com isso o impacto será menor.

Aproveito ainda a oportunidade para falar do documento a ser assinado com o Dersa garantindo a construção das casas que serão desapropriadas a preço de mercado para quem tem escritura e garantindo uma casa da CHDU para quem não tem como comprovar, diferentemente do que tivemos em relação às obras dos trechos oeste e sul. O Rodoanel foi entregue e as pessoas ainda não têm suas casas. O compromisso é começar a construção das casas o mais rápido possível. Esta também foi uma vitória da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Parabenizo o Deputado pelo esforço que vem demonstrando e agora com a parceria do Governo Federal e Governo do Estado nas obras do trecho norte do Rodoanel. Mas ainda é muito importante o acompanhamento da execução da obra.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - O Deputado Marcolino teve grande empenho. Com a experiência de sindicalista e de bancário fez com que tivéssemos oportunidade de abrir esse espaço no Dersa, que não foi fácil.

O Deputado Marcolino falou do Jardim Corisco.

O Jardim Corisco ia ser aterrado, a proposta era de aterrar o bairro até a escola. Depois deixaram de fora a escola, permitiram que o Rodoanel passasse do lado da escola, menos de quatro metros e agora numa decisão mais lógica e inteligente vão fazer um grande viaduto que do meu ponto de vista, discutindo com a população, deveria se estender por pelo menos 400 metros, para que pudesse livrar um trecho da mata que ainda tem lá e que poderia ser preservada. Mas essa discussão, vamos continuar com o Dersa, com certeza, queremos chegar a um entendimento. A população está muito preocupada com o que vai acontecer porque no bairro do Corisco ninguém tem documentação. O único documento é um contrato feito com um suposto dono do terreno. Então, queremos garantir que os proprietários daquelas casas grandes, boas, dignas, tenham no mínimo o mesmo valor para adquirir novas casas.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Caro deputado Zico, é muito importante a participação nesse debate porque o trecho oeste ainda tem muitas coisas que não foram feitas. Por exemplo, barreiras de contenção de ruídos. Fizeram num trecho pequeno na região da Alphaville e o restante da população ficou sem. Tem que plantar árvores para ajudar na contenção e até agora isso não foi feito. E aquele trecho vive permanentemente em reforma. Não sei que tipo de material foi utilizado que sempre está em reforma. Isso atrapalha, além dos pedágios que são uma forma de barreira que impede o fluxo do trânsito. Além dos altos preços dos pedágios, que desviam o tráfego para dentro das cidades, o que sobra tem que ficar em fila.

 

O SR. JOZÉ ZICO PRADO - PT - Também em São Mateus, no Iguatemi, na zona leste, casas estão trincadas, comprometidas, prometeram recuperar, mas até hoje não vimos nenhum sinal de reforma.

Quero agradecer essa oportunidade e ao deputado Rui Falcão pela cessão de tempo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta com a nobre Deputada Leci Brandão, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, gostaria de mais vez denunciar, mas, sobretudo, exigir que o Governador Geraldo Alckmin tome providências imediatas em relação ao total abandono que o estado vem mantendo nossos órgãos intermediários. Gostaria de me referir a três órgãos importantes que deveriam atender com o mínimo de agilidade e dignidade os processos dos servidores públicos do Estado de São Paulo.

Refiro-me aqui, em primeiro lugar, à SPPrev, que já foi tema de uma audiência pública que realizamos recentemente, dando conta da falta de funcionários, do acúmulo de processos de aposentadorias e de pensões, prejudicando dessa maneira milhares de servidores do Estado de São Paulo que já deveriam estar aposentados, de pessoas que já têm direito à pensão e estão sendo prejudicadas por conta dessa falta de estrutura e, sobretudo, pela falta de funcionários. A situação é tão séria que fomos obrigados a pedir a convocação do diretor superintendente da SPPrev, Carlos Henrique Flory. Protocolamos um requerimento de convocação na Comissão de Direitos Humanos.

O mesmo fato ocorre com Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, conhecido como o departamento casa dos horrores, onde os processos e publicações estão extremamente atrasados, onde os servidores são vítimas de assédio moral, são desrespeitados por médicos e desrespeitados pela burocracia; seus processos se perdem e constantemente são atrasados principalmente no que diz respeito à publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

Gostaria ainda de comentar sobre outro órgão intermediário da burocracia do estado que é o DRU - Departamento de Recursos Humanos, da Secretaria Estadual de Educação, que também age no mesmo diapasão, não publicando em tempo hábil os processos, as decisões, por conta de falta de estrutura e evasão de funcionários porque os salários estão tão baixos e aviltantes. Quem paga a conta acaba sendo os servidores, os professores da rede estadual de ensino; outras secretarias são penalizadas, servidores da Segurança Pública, do sistema prisional, da Secretaria da Saúde e tantos outros que necessitam do serviço dessa parte da burocracia estatal.

Nesse sentido, Sr. Presidente, o governador tem que tomar providências, porque já fizemos aqui inúmeras denúncias em relação a todos esses fatos, continuamos recebendo reclamações de vários servidores, de várias secretarias, de várias partes do estado de São Paulo. Inclusive acionamos o Ministério Público estadual que já abriu inquérito civil em relação ao Departamento de Perícias Médica. Ele está sendo investigado pelo Ministério Público por conta de uma representação que protocolamos. Inclusive já tivemos uma audiência com o promotor responsável que está averiguando, investigando e pedindo informações em relação a todos os casos, todas as denúncias que citamos de licenças médicas que não são publicadas ou que demoram anos para tal. Como eu disse, quem paga a conta é o servidor público que necessita de aposentadoria, de pensão, ou outro serviço. Porque essa situação se estende também, do ponto de vista da educação, que é uma área onde atuamos muito, para as diretorias de ensino.

Dias atrás recebemos um ofício de uma diretoria de ensino da capital porque estávamos pedindo a agilização de processos, e fomos surpreendidos com um ofício confirmando todas as denúncias, falando o tempo todo da falta de funcionários, da estrutura precária de trabalho e do número excessivo de processos. No caso dessa diretoria de ensino, são 4.373 processos paralisados de professores, de funcionários do quadro de apoio, de supervisores, de diretores, de coordenadores pedagógicos. Essa é uma situação generalizada em todas as 91 diretorias de ensino.

Então, é inconcebível que os profissionais da Educação, no caso aqui das diretorias de ensino, além de serem penalizados com os baixíssimos salários, com as condições precárias de trabalho, com a superlotação de salas, com a violência nas escolas, com o desrespeito, agora eles não terão mais férias de 30 dias consecutivos. Até isso a Secretaria Estadual de Educação tirou da rede estadual aprovando a Resolução nº 44. No mês de janeiro, os professores terão 15 dias de férias, e mais 15 em julho. Ou seja, nunca em toda a história do magistério público, talvez até privado também do nosso estado, tenha acontecido isso em nenhuma prefeitura, em nenhum município. Nunca na história do Magistério público do Estado de São Paulo, uma Secretaria teve a coragem de fazer um ataque tão desumano e perverso contra o Magistério estadual fragmentando as férias dos professores.

Assim, além de todas essas mazelas e todos esses ataques aos profissionais da Educação, os nossos professores e funcionários da rede estadual são também penalizados nessa burocracia: não conseguem uma sexta-parte, não conseguem um salário-família, não conseguem uma licença médica, não conseguem a publicação de um quinquênio, de uma evolução funcional, não conseguem a publicação de uma aposentadoria, de uma contagem de tempo. Essa é a situação real de caos e de abandono dessas estruturas intermediárias.

É nesse sentido que apelamos e exigimos que o Governador faça a intervenção, faça concurso público, contrate profissionais, reformule os módulos das Diretorias de Ensino, do DRHU - Departamento de Recursos Humanos, contrate servidores para a SPPrev, faça uma verdadeira reforma no Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo. Porque é inconcebível que um estado com um orçamento como o nosso, o maior orçamento da Federação, não invista minimamente nos seus servidores, servidores que atendem a população. A população só será atendida com respeito, com dignidade, se tratarmos também os servidores do Estado com dignidade, com planos de carreira, principalmente com a valorização desses profissionais, porque senão a população de 42 milhões de habitantes será penalizada.

É por isso que a nossa luta aqui é sempre em defesa dos direitos e da dignidade de todo servidor do Estado de São Paulo: profissionais e servidores da Educação, da Segurança Pública, do Sistema Prisional, do Poder Judiciário, da Saúde. Essa tem sido a nossa grande luta aqui porque entendemos que não se trata de corporativismo. Trata-se de defender algo muito lógico e objetivo: que o servidor seja valorizado na sua carreira e nas suas condições de trabalho, isso tudo tem um reflexo no atendimento à população.

É nesse sentido, Sr. Presidente, que vamos continuar cobrando o Governo Estadual para que haja investimento nos servidores do Estado de São Paulo. Foi por isso que apresentamos aqui emendas a todos os projetos apresentados pelo Governo - do reajuste dos professores, do reajuste dos professores e servidores do Centro Paula Souza, e aos projetos da Segurança Pública, da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Sistema Prisional. Essa tem sido a nossa atuação aqui.

Agora o Governo tem que cumprir o seu papel fazendo uma grande reforma nessas estruturas intermediárias, valorizando de fato os nossos servidores, porque temos dinheiro no Orçamento. Só no primeiro trimestre tivemos um excesso de arrecadação. O Estado arrecadou mais de 4 bilhões, então, tem dinheiro em caixa para fazer uma reforma e investir em todas as carreiras dos servidores. Falta de recurso é o que não é. Falta a vontade política do Palácio dos Bandeirantes e também da base do Governo aqui aprovar as emendas que apresentamos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a visita dos alunos da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis, da Cidade de Bragança Paulista, acompanhados pelos professores Cleber da Costa Oliveira e Roseli Franco Dorta, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. Uma salva de palmas aos ilustres visitantes. (Palmas.)

Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza, por permuta de tempo com o nobre Deputado Carlos Grana.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, saúdo mais uma vez os alunos e professores da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis, da Cidade de Bragança Paulista, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. Sejam muito bem vindos à nossa Assembleia. Também sou professora e sabemos que repousam na Educação e em vocês o futuro deste país, e particularmente do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, agradeço ao Deputado Carlos Grana pela permuta de tempo. Ontem, houve o lançamento da candidatura do Deputado Carlos Grana a prefeito de São Bernardo do Campo. Desculpem-me, a Santo André. Estou tirando a candidatura de Luiz Marinho. Para que possamos governar a partir de 2013 a Cidade de Santo André, que já foi governada pelo nosso queridíssimo, ausente, e falecido prematuramente Prefeito Celso Daniel.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - apenas para colaborar, o nosso colega foi lançado pré-candidato. Ele será candidato depois da homologação.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Muito obrigada. Eu me esqueço desses trâmites todos. Espero que com a ajuda do nosso ex-Deputado Vanderlei Siraque, juntos em Santo André, possamos fazer uma boa campanha na pré-candidatura e futuramente como candidato oficial do Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, tenho algumas informações a dar: algumas exitosas, algumas generosas, mas algumas muito desastrosas que têm a ver com a questão da Educação.

Primeiramente cumprimento o Festival Curta Santos, um festival que reúne filmes de cinco minutos na Cidade de Santos. É um festival que já tem uma trajetória cultural de eficiência e está enraizado no mapa cultural e na agenda de turismo e de cultura da minha cidade. Ontem teve mais uma edição e nesse ano em homenagem às mulheres.

Penso que o Curta Santos teve sempre o patrocínio através de emendas da minha pessoa quando deputada federal e da ex-Deputada Maria Lucia Prandi. Para a nossa alegria, nós duas somos consideradas madrinhas do festival.

Não pude estar presente ontem na abertura do festival porque estávamos aqui debatendo sobre a questão da Agricultura Familiar, mas envio hoje através da nossa TV Assembleia todos os possíveis votos de muita energia para os coordenadores, principalmente para o Júnior, que é o nosso grande amigo que está à frente de uma turma que tem amor no coração à cultura e completamente ao Curta Santos.

A segunda questão não é tão boa assim. Tínhamos em Santos o Festival de Música Nova, que completaria esse ano 50 anos. É um festival de música de vanguarda, música dodecafônica, música atonal, música de várias situações complexas, e sempre foi dirigido pelo nosso maravilhoso maestro Gilberto Mendes.

Lamentavelmente pela falta de estrutura da ação cultural do Governo do Estado, esse festival que vinha acontecendo nos últimos anos, acaba por se extinguir de maneira absurda. Nós, que tínhamos nele um suporte de vanguarda internacional, com pessoas que vinham de outros países. Só temos a lamentar essa lacuna, essa ausência, especialmente do nosso queridíssimo maestro Gilberto Mendes. Fica aqui o pesar.

Vamos tentar fazer todos os esforços para que o nosso Festival de Música Nova volte para o nosso calendário.

Quero aproveitar para cumprimentar vários aniversários de 50 anos. Começo pelos 50 anos do Madrigal Ars Viva, um conjunto de música erudita, de câmera, de canto gregoriano. Esse conjunto faz 50 anos de boa música na minha cidade. É comandado pelo maestro Roberto Martins. Por ocasião desses 50 anos, na segunda-feira teremos uma Sessão Solene às 20 horas. Entregaremos uma placa alusiva a esse conjunto que tanta alegria e tão boa música tem trazido para a Baixada Santista e também para outros rincões do nosso País.

Também faz 50 anos o Clube de Soroptimistas de Santos. Minha amiga Carmen Sgarbi, na pessoa de quem cumprimento todas as outras senhoras que fazem parte desse clube exclusivamente feminino, dirigido por Eleonor Marques, esposa do ex-Vereador Jama. Antes do jantar comemorativo já mando meus cumprimentos por esses 50 anos.

A Universidade Santa Cecília também faz 50 anos. Teremos uma Sessão Solene no dia 24 de outubro para comemorar.

A universidade onde me formei, a Unisantos, universidade católica, fará 60 anos de existência. Teremos outra solenidade nesta Casa em 21 de novembro.

Finalmente, deixei para o fim uma situação bastante desagradável. Em Santos, temos uma escola estadual chamada Ablas Filho. Dr. Ablas Filho foi um médico conceituado na minha cidade. Essa escola, que fica em frente à praia, completa 40 anos de existência. Por acaso, foi a última escola em que lecionei como professora do Estado antes de virar vereadora, depois prefeita, deputada estadual, deputada federal etc.

Vejam . Santos conquistou o direito de ter a USP, uma faculdade de engenharia, mas apenas dez vagas. Vou insistir: a USP fará um vestibular para 10 vagas em engenharia. Para tal, está sendo desalojada, pelo menos estava sendo até ontem à noite, a unidade da delegacia de ensino, um órgão estadual, sediada num colégio tradicional da cidade chamado Cesário Bastos, que não tem mais aulas, mas hoje é sede da delegacia de ensino, agora comandada pela professora Dulce Ceneviva.

Muito bem, para alocar esses dez alunos vão retirar a delegacia dessa unidade, passá-la para a escola Ablas Filho, desalojando 600 alunos da Rede Estadual e cerca de 70 professores. É um absurdo. Quando a diretoria e o corpo docente me chamaram para que eu pudesse ajudar na luta, eu não quis acreditar em tamanha aberração. É uma situação surreal, que não se concebe. Essa escola fica na avenida da praia, é extremamente bem localizada. Alunos que vêm de Guarujá e de Bertioga usam a condução, que é bastante generosa na orla da praia, para poder estudar. A ideia é colocá-los em outra escola onde não temos o transporte coletivo com a mesma qualidade e regularidade, desalojar a tranquilidade em termos de segurança dos alunos - de 568 famílias. Estivemos lá a chamado da diretoria, conversamos com a delegada, com o assessor do Secretário de Educação. Estamos sustando essa movimentação. Não entendo que para abrir uma universidade, por mais que se queira a USP na minha cidade, dez vagas, desalojemos 600 crianças e adolescentes. Isso é um absurdo.

O Sr. Secretário se comprometeu a não fazer esse desalojamento. Amanhã a Bancada do PT teria um encontro com ele, não está confirmado ainda, mas vou me encaminhar a ele, pois precisamos por escrito para enviar para a diretora Carmem e para o corpo docente da Ablas Filho uma confirmação de que isso não acontecerá. Não se abre uma escola fechando-se outra. A educação é o futuro deste país. Aliás, é o aqui e o agora. Se não estivermos lutando por essa escola e tantas outras onde isso possa acontecer, estaremos sendo cúmplices de um crime de lesa-geração. Estamos fazendo essa luta, o Prefeito de Santos se juntou a ela também para que não fechemos o Ablas Filho.

Na sexta-feira, teremos um abraço simbólico na escola nos três períodos - de manhã, de tarde e de noite - para dizer que a Cidade de Santos reage, somos contra o fechamento de uma escola de 600 alunos, mesmo que seja para dez vagas engenharia, que se arrume outro lugar. Agora o Secretário já está acenando com a possibilidade de compartilhamento dos futuros dez alunos dentro da delegacia de ensino que funciona no Cesário Bastos.

Vida longa ao Ablas Filho, vida longa aos alunos e pais de alunos, a sua direção e principalmente aos professores que junto com os alunos estão fazendo essa manifestação de resistência. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem tivemos a oportunidade de nos posicionar favoravelmente ao projeto de lei n° 688, de 2011, que trouxe mais um mecanismo no nosso Estado que traz benefícios aos agricultores. O projeto cria o Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social. O Governador Geraldo Alckmin enviou esse projeto a esta Casa.

Segundo o projeto, o programa é voltado aos agricultores familiares, assim considerando os que atendem aos requisitos da Lei Federal n° 11.326, de 14 de junho de 2006, bem como as respectivas associações e cooperativas. Esse programa deve estimular a produção da agricultura familiar contribuindo para a prática e preços adequados e ampliação do mercado de consumo. O programa também vai favorecer a aquisição dos produtos provenientes da agricultura familiar nas compras realizadas pelos órgãos públicos e estaduais. Os órgãos do estado deverão empregar pelo menos 30% dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios in natura ou manufaturados para hospitais públicos, presídios, escolas públicas, instituições de amparo social e outras entidades na compra direta mediante chamada pública da produção da agricultura familiar. E deixa o valor, dizendo que “as aquisições de gêneros alimentícios, na forma do exposto no Caput desse artigo, poderão ser feitas até o valor de doze mil reais”.

Essa aprovação de ontem é mais um passo que damos a favor daqueles que ainda sobrevivem do campo, daqueles que não arrendaram os seus poucos alqueires para o plantio apenas da cana, mas que estão lá brigando para manter a família no seu espaço e poder levar uma alimentação do campo direto para o consumidor, sem o atravessador.

O Governo do Estado deixa claro, principalmente, que desses 14 milhões de pessoas que estão sobrevivendo da agricultura familiar no País, 150 mil agricultores familiares estão no Estado de São Paulo. Esses 150 mil poderão, junto com a lei federal, ter um programa para produzir e vender direito às escolas, aos presídios, aos hospitais, tendo assim uma condição de sustento para a sua família.

Quero deixar evidenciado que no dia 15 de julho, quando lançamos a Frente Parlamentar da Agricultura no noroeste paulista, em São José do Rio Preto, tínhamos justamente a preocupação de ter o conhecimento do que está dando certo no Estado, do que tem trazido benefícios aos agricultores familiares.

É por isso que, hoje, com a lei sancionada, esses 1.300 agricultores, principalmente da minha cidade de São José do Rio Preto, terão condições de participar de uma licitação ou de uma carta-convite para, junto com a cooperativa, vender o seu produto diretamente para o presídio da nossa cidade. Temos três presídios em São José do Rio Preto, com quase seis mil presos. Com certeza, há um benefício muito grande para a agricultura familiar de Rio Preto, com a aprovação dessa lei. Muito obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas.

 

O SR. PRESIDENTE - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Sebastião Santos e suspende a sessão até as 17 horas.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 23 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e um minuto, sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, gostaria de formular um convite ao telespectador que nos acompanha pela TV Alesp. A nossa Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, composta por 29 parlamentares, preocupada com a grande proliferação do uso de drogas no país, especialmente no Estado de São Paulo, estabelecemos um cronograma de várias atividades desde que a frente foi constituída.

No próximo dia 21 de setembro, às 9 horas, aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, estaremos apresentando um importante levantamento sobre a questão do crack nos municípios do nosso estado. Apresentamos um questionário aos 645 municípios perguntando aos prefeitos e prefeitas em relação às políticas, ações e iniciativas, quanto cada município recebe do governo federal e estadual, quantos dependentes químicos há em cada município, faixa etária, enfim, é um importante relatório que hoje o governo do estado não tem. Quero convidar todos os deputados e deputadas para participarem dessa apresentação. Ontem convidei representantes do Ministério da Saúde para que possam participar.

No dia 20 de setembro, teremos uma agenda com o Secretário de Segurança Pública, quando iremos apresentar esse mapeamento, porque entendemos que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo precisa cumprir esse papel de não apenas sensibilizar, mas ser um importante braço de apoio, especialmente a igrejas católicas e evangélicas, ONGs e instituições, também associações, que muitas vezes cumprem uma tarefa que o estado não faz, que é esse processo de atenção e recuperação dos dependentes químicos do nosso estado.

Não tenho dúvida de que esse movimento terá um resultado positivo e desde já quero agradecer muito o empenho de vários parlamentares, mesmo daqueles que não fazem parte da frente parlamentar, que nos têm ajudado muito nesse diagnóstico.

Ontem conversei com o presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, deputado Mauro Bragato, e lhe disse que apresentaremos propostas e emendas ao orçamento para que possamos ter investimentos, se não em políticas de erradicação das drogas no Estado de São Paulo, pelo menos em algumas medidas importantes sobre esse tema que todas as famílias brasileiras discutem, porque sabemos que muitos estão morrendo porque não há espaços de recuperação.

A iniciativa da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, quando edita essa importante resolução, reconhece comunidades terapêuticas como entidades que podem ajudar no combate ao crack e outras drogas, e que poderão receber recursos do governo federal.

Portanto, mais do que nuca, precisamos integrar as políticas, as ações, os resultados bem sucedidos de muitas prefeituras, e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo poderá contribuir e compartilhar nesse importante debate.

Portanto, mais uma vez, quero convidar todos os colegas, os funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o telespectador que nos assiste, a participar dessa reunião.

Carinhosamente, quero agradecer aos 325 municípios do nosso estado, que compõem uma população de aproximadamente 32 milhões de habitantes, que responderam esse questionário que será fundamental para fazer um cruzamento de informações e, em caráter oficial, termos dados para fazer um grande debate sobre relação às políticas públicas de combate ao crack e outras drogas no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - PELO ART. 82 - Gostaria de parabenizar as iniciativas da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, coordenada pelo deputado Donisete Braga, e prestar algumas informações que entendo pertinentes por pertencer a esta frente parlamentar.

Em primeiro lugar, a cidade de Santos, na Baixada Santista, cidade de onde venho, ou porque não teve tempo hábil, ou porque não teve a possibilidade, ou porque não teve interesse, não mandou o mapa da situação do crack na nossa região, especialmente na cidade.

Quero dizer ao deputado Donisete Braga que se fala a voz pequena - é algo oficioso - que a situação do crack na cidade de Santos é muito mais grave do que se possa imaginar.

Havia um bolsão de pobreza no centro velho da cidade, para onde migrou a Câmara Municipal porque ela funcionava dentro da própria prefeitura, isso não existe. Está 70 anos funcionando de uma maneira não irregular, mas inapropriada. Fui vereadora até então, até o ano passado, e aconteceu que ao migrar para o novo espaço, que se chama Castelinho, a antiga sede do Corpo de Bombeiros, de valor arquitetônico, o "entorno" ficou limpo.

A exemplo da Cracolândia aqui em São Paulo, a exemplo do que se quer fazer, trazendo revitalização para essa região, espantando as pessoas, tem-se a impressão leviana de que houve uma resolução e uma solução para o caso. Evidentemente isso não acontece. Os usuários migram para outras regiões.

Este é o mal do século que, junto com o oxi, nos faz perder o sono, porque sabemos o que significa ter alguém na família, algum conhecido, algum vizinho que tenha esse problema entre seus familiares e seus conhecidos. E todos nós estamos sujeitos a isso.

O que penso que tem que acontecer? Vossa Excelência terá que chamar uma reunião na Cidade de Santos, porque Santos sempre esteve na vanguarda do combate à Aids. Quando eu tive a honra de ser prefeita, era uma equipe de Saúde, não fui eu exclusivamente, comandada pelo Dr. David Capistrano e nós conjugamos a erradicação da Aids, que tem voltado à cidade, e isso é muito triste, é uma cidade portuária e sabemos que existem facilitadores para essa questão, e agora temos o crack e o oxi.

Se não temos um mapa, que foi feito, a Unifesp está lá e tem este mapa. Eu me comprometo a fazer que isso chegue às mãos da Frente Parlamentar. Temos que fazer uma reunião lá, inclusive trazendo pessoas que participaram em outras épocas, e que hoje estão no Ministério da Saúde, para tal discussão.

Tive, por ocasião da última semana, a felicidade de me encontrar com o Dr. Tikanori, coordenador da intervenção na Casa de Saúde, que nada de saúde tinha, Anchieta, que nós conseguimos fechar, e inquiri de uma maneira bem forte sobre a questão da internação compulsória. Ele disse que não existe essa posição do Governo Federal.

Existe a avaliação do diagnóstico caso a caso, uma estrutura de atendimento, porque cada caso é um caso, cada condição do entorno, a entourage familiar e social também, e ele se colocou à disposição da Frente, Deputado, para que ele possa fazer esse debate conosco.

Eu prontamente aceitei em seu nome, e estou aproveitando os microfones e a televisão da Alesp para informá-lo. Penso que é uma aquisição extraordinária a possibilidade de nós termos esse debate. Se esse debate puder ser feito em Santos, por causa dessa tradição do combate à questão da Aids e das drogas, só teremos a lucrar.

Não estive em Carapicuíba por outras atividades parlamentares. Vossa Excelência sabe que nós temos que nos dividir, redividir, e por aí vai. Mas quero, mais uma vez, parabenizá-lo porque, com certeza, aquilo que nós trouxermos de luz para o dependente, para as famílias, para esse flagelo que nos assola, com certeza estaremos aliviando a carga das famílias, das pessoas, e fazendo que o bem público seja cada vez maior. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. BALEIA ROSSI - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de lamentar uma decisão tomada pelo Governo do Estado, de iniciar as obras de um presídio no município de Jardinópolis, mais especificamente no distrito de Jurucê, uma cidade pacata, que inclusive está no caminho de Portinari, uma área cultural extremamente importante para Jardinópolis, Jurucê, Ribeirão Preto e Brodósqui, que é berço de Portinari.

Todas as alternativas foram dadas ao Governo do Estado. O ex-prefeito, lá atrás, já esteve na Secretaria de Assuntos Penitenciários, colocando inclusive outras áreas no próprio município, para a construção desse presídio. O atual prefeito é contra a construção desse presídio nesse local, que é extremamente inapropriado. A Câmara de Vereadores, toda a classe política regional acabou mobilizando não só Jardinópolis, mas também Ribeirão Preto, Brodósqui, Batatais e todas as cidades da região.

Mas, infelizmente, não houve sensibilidade do Governo do Estado, em atender a solicitação das forças vivas da região, de mudar o local desse presídio. Temos, na região de Ribeirão Preto, próximo à nossa cidade, vários locais onde já existem presídios e penitenciárias. No meu entendimento, o local correto seria nessas áreas, que já estão "prejudicadas".

Portanto, quero deixar aqui o meu repúdio a essa decisão do Governo do Estado, de começar já as obras desse novo presídio em Jardinópolis, no distrito de Jurucê.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de reafirmar a necessidade da revogação da Lei 1093/09, fruto de um Projeto de lei do próprio Poder Executivo, do próprio Governo do PSDB, do ex-Governador José Serra, que foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa pela base do Governo.

Nós votamos contra, logicamente, porque sabíamos da perversidade desse projeto, principalmente em relação aos prejuízos que ele acarretaria para a Educação pública do Estado de São Paulo. Nós aqui obstruímos a votação, votamos contra o Projeto de lei, mas a base do Governo, sempre passiva, sempre com uma fidelidade canina ao Governo estadual, ao Palácio dos Bandeirantes, aprovou o projeto.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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E agora nós estamos pagando a conta. A Educação do Estado de São Paulo está pagando a conta, os nossos cinco milhões de alunos e os nossos professores. Essa lei criou a famigerada quarentena para os professores admitidos em caráter excepcional, os professores que eram admitidos pela Lei 500/74, e que agora são admitidos por essa Lei 1093.

A situação é a seguinte, para o telespectador entender: a partir da aprovação dessa lei, os professores contratados pelo Estado só podem lecionar durante um ano, os 200 dias letivos. Após esse período, esse professor não pode mais ser contratado para lecionar na rede estadual durante um ano.

Recentemente a Secretaria da Educação abriu inscrições para contratar professores para a rede estadual. Temos um déficit enorme de professores, faltam professores em muitas escolas da Rede Estadual de Ensino. Não existem professores contratados. Temos várias disciplinas sem professores.

Essa lei diz que os professores que estão lecionando neste ano de 2011 não poderão se inscrever, para lecionar no ano que vem. É uma lei que representa um verdadeiro contrassenso, um verdadeiro absurdo. Nós alertamos aqui a base do Governo sobre os prejuízos que a lei traria para a Educação. Não fomos ouvidos, e agora a solução é revogar a Lei 1093.

Por isso, logo após a aprovação dessa lei, nosso mandato apresentou um Projeto de lei para revogar essa famigerada Lei 1093. Nosso projeto está aqui nesta Casa, tramitando. Tem que ser aprovado em caráter de urgência, para corrigir essa grave injustiça feita com os profissionais da Educação. Inclusive, juntamente com entidades representativas do Magistério, acionamos também a justiça com o mesmo objetivo: revogar, banir do ordenamento jurídico da Educação essa perversa legislação. É inconcebível que um professor que esteja lecionando neste ano, que já criou vínculos com os alunos, com o projeto pedagógico da escola, com seus colegas professores, com os funcionários da escola, com a comunidade escolar, seja impedido de lecionar. Ele ficará um ano afastado da Rede Estadual, ele fica de quarentena ou, como os professores denominam, de duzentena, porque pela legislação esse professor fica 200 dias letivos fora da Rede Estadual de Ensino. É uma lei insana.

Nesse sentido pedimos o apoio da Assembleia Legislativa para que o nosso projeto seja aprovado em caráter de extrema urgência para sanar esse grave erro da Lei nº 1.093. Na verdade, esse é um dos erros dessa lei, existem outros erros gravíssimos, como a criação dessa falsa prova para os professores OFAs e ACTs. Essas provas são organizadas como forma de tentar desmoralizar o magistério estadual. Essas provas têm um caráter político e ideológico para desqualificar o magistério, os professores da Rede Estadual. Prova se faz para concurso público de provas e títulos. Temos de fazer concursos públicos para todas as disciplinas e áreas. Esse é o verdadeiro instrumento que defendemos para a contratação de professores, não essas falsas avaliações que são criadas pelo Estado - prova para professor OFA, ACT, a própria divisão de professores ACTs em várias categorias, dividindo a classe do magistério.

Fazemos uma crítica a outra famigerada lei, a Lei nº 1.097, que criou a famosa prova de mérito, que também representa uma falsa avaliação no Estado de São Paulo. Vamos retornar a esse tema no momento oportuno. O que nos interessa agora é defender a imediata revogação da Lei n° 1.093. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há sobre a mesa os seguintes requerimentos.

“Requeiro nos termos regimentais tramitação em regime de urgência para o Projeto de lei nº 767, de minha autoria, que proíbe a exposição de qualquer forma, inclusive promocional de bebidas alcoólicas e sua consequente comercialização e consumo em qualquer recinto público de uso coletivo, independente de sua natureza e no qual o Estado detém sua titularidade patrimonial.” Assina o nobre Deputado Campos Machado.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento solicitando tramitação em regime de urgência ao Projeto de lei Complementar n° 46, de 2011, de autoria do nobre Deputado Estevam Galvão, que objetiva dar nova redação à lei estadual que especifica.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento assinado pelo número regimental de Srs. Deputados solicitando a constituição de comissão de representação com a finalidade de participar do Seminário Federação e Guerra Fiscal, que ocorrerá em Brasília no dia 15 de setembro, assinado pelo nobre Deputado Itamar Borges.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento assinado pelo nobre Deputado Rui Falcão solicitando licença no período de 17 a 28 de setembro de 2011 para representar o Partido dos Trabalhadores na República Popular da China em visita oficial, cujo convite se encontra anexo. Informa o Deputado Rui Falcão que as despesas decorrentes da presente viagem correrão por conta do parlamentar, sem ônus para o Poder Legislativo.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Esta Presidência suspende os trabalhos por um minuto por conveniência da ordem.

 

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- Suspensa às 17 horas e 25 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 26 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Marcos Martins, convoca V. Exas. para uma Sessão Solene a realizar-se no dia 3 de outubro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 40 anos do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, nos termos do disposto no Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoca V. Exas. para uma reunião conjunta das Comissões de Saúde, Finanças, Orçamento e Planejamento a realizar-se no Salão Nobre da Presidência hoje, às 17 horas e 35 minutos, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei nº 698, de 2011, que proíbe a venda, oferta ou fornecimento da entrega e a permissão de bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos.

Nos mesmos termos, esta Presidência convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e Redação, Administração Pública e Relações do Trabalho, a realizar-se no Salão Nobre da Presidência, cinco minutos após o término da primeira reunião, para apreciar o Projeto de lei nº 835, de 2011, de autoria dos nobres Deputados Vitor Sapienza e Orlando Bolçone.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 28 minutos.

 

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