19 DE SETEMBRO DE 2007

110ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: CÉLIA LEÃO E DOS SENHORES DEPUTADOS WALDIR AGNELLO e VAZ DE LIMA

 

Secretária: DÁRCY VERA


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 19/09/2007 - Sessão 110ª S. ORDINÁRIA Publ. DOE:

Presidente: CÉLIA LEÃO/WALDIR AGNELLO/VAZ DE LIMA

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a presença do Deputado Estadual por Santa Catarina José Natal Pereira. Informa e saúda a visita de alunos e professores das escolas Capitão Virgílio Garcia, Professor Agenor Medeiros, Liceu Carlos Monteiro e Centro Profissional Miguel Naime; dos Vereadores André Luiz Rodrigues Reche e Adauto Luiz dos Reis este Presidente da Câmara Municipal de São Simão, todos de São Simão e a convite da Deputada Dárcy Vera.

 

002 - DÁRCY VERA

Saúda os estudantes, que são vereadores mirins da cidade de São Simão.

 

003 - ROBERTO FELÍCIO

Para questão de ordem, indaga sobre a tramitação em regime de urgência dos PLCs 60 e 61/07, que tratam de bônus para os profissionais da Educação.

 

004 - Presidente CÉLIA LEÃO

Recebe a questão de ordem e promete levá-la à Presidência efetiva.

 

005 - SIMÃO PEDRO

Relata sua participação em ato de protesto dos funcionários da TV Cultura contra as 68 demissões lá ocorridas. Afirma que TV Cultura é um patrimônio da população do Estado, e não uma televisão de propriedade do governo ou de partido político e preocupa-se com a possível queda de qualidade da programação.

 

006 - WALDIR AGNELLO

Assume a Presidência.

 

007 - VITOR SAPIENZA

Comenta audiência pública realizada nesta Casa com a presença do Secretário da Habitação, e elogia seus planos de gestão.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Pede a votação de PLCs que tratam de reajustes para os policiais. Sugere que a categoria acompanhe o posicionamento em relação à matéria dos Parlamentares de sua região.

 

009 - MARCOS MARTINS

Convida para o lançamento da Frente Parlamentar sobre o pedagiamento do Rodoanel, dia 24/9. Lê manifestação sobre a questão do Fórum Municipal de Desenvolvimento Sustentado de Osasco.

 

010 - DONISETE BRAGA

Reporta visita que fez à Recap, Refinaria de Capuava, de Mauá, onde constatou seu desenvolvimento graças a investimentos da Petrobras, que gerará a abertura de três mil postos de trabalho.

 

011 - MARCOS MARTINS

Informa ter entregue ao Secretário da Saúde nota técnica do Ministério da Saúde, que recomenda proibição do uso do amianto, conforme PL de sua autoria aprovado nesta Casa. Cita a existência de abaixo-assinado pedindo a instalação de unidade do Poupatempo em Osasco.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Critica os dez pontos apresentados pela Secretária da Educação que compõem o Plano de Educação para São Paulo.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - CIDO SÉRIO

Justifica o PL 1069/07, de sua autoria, que obriga o Governador, os Secretários estaduais, os juízes, os membros do Ministério Público a manter seus filhos em escolas públicas. Lamenta a baixa qualidade do ensino público (aparteado pelo Deputado Carlos Giannazi).

 

014 - JOSÉ BITTENCOURT

Refere-se a veto do Governador ao PL 517/05, que visava proteger o consumidor especialmente em relação a bancos (aparteado pelos Deputados Luis Carlos Gondim e Marcos Martins).

 

015 - MARCOS MARTINS

Dá conta de moção de repúdio ao Governador, aprovada pela Câmara Municipal de Rio Claro pela má conservação das escolas daquela região, e afirma que a situação é a mesma em todo o Estado. Reclama da proposta de se instalar pedágios no Rodoanel, citando os problemas que essa medida causará.

 

016 - LUIS CARLOS GONDIM

Repercute noticias sobre a falta de geriatras na saúde pública do Estado e informa ter pedido atenção do Secretário de Saúda ao problema.

 

017 - CÉLIA LEÃO

Saúda a comunidade judaica, que comemora o ano 5.768. Lamenta o falecimento do médico Moisés Liberman, pertencente à comunidade judaica de Campinas, de quem traça biografia (aparteada pelo Deputado Marcos Martins).

 

018 - VAZ DE LIMA

Assume a Presidência. Anuncia a visita do professor José Affonso da Silva, ex-Secretário de Segurança Pública do Estado.

 

019 - WALDIR AGNELLO

Assume a Presidência.

 

020 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, solidariza-se com os bancários, que estão em campanha salarial.

 

021 - BRUNO COVAS

Por acordo de lideranças, pede a suspensão da sessão até as 17h30min.

 

022 - Presidente WALDIR AGNELLO

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 16h40min.

 

023 - Presidente VAZ DE LIMA

Assume a Presidência e reabra a sessão às 17h36min.

 

ORDEM DO DIA

024 - Presidente VAZ DE LIMA

Convoca os Srs. Deputados para duas sessões extraordinárias a realizarem-se hoje, a primeira 60 minutos após o término desta sessão, e a segunda 60 minutos após o fim da primeira. Informa a existência de sete requerimentos pedindo a alteração da ordem do dia, sendo dois do Deputado Barros Munhoz e cinco do Deputado Simão Pedro. Passa à consulta sobre a admissibilidade de alteração da ordem do dia, que dá por aprovada.

 

025 - SIMÃO PEDRO

Solicita verificação de votação.

 

026 - VAZ DE LIMA

Acolhe o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

027 - BARROS MUNHOZ

Para comunicação, informa que se chegou a consenso sobre emenda aglutinativa para aprimorar o PLC 49/07

 

028 - Presidente VAZ DE LIMA

Anuncia o resultado da verificação de votação, que aprova a possibilidade de alteração da ordem do dia.

 

029 - EDSON FERRARINI

Citando acordo entre as lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

030 - JOSÉ BITTENCOURT

Expressa discordância com a suspensão da sessão. Pede a apreciação do PL 479/04.

 

031 - JONAS DONIZETTE

Refere-se ao acordo de Líderes havido para a suspensão da sessão.

 

032 - SIMÃO PEDRO

Fala sobre a posição do PT acerca de entendimentos havidos na reunião do Colégio de Líderes.

 

033 - Presidente VAZ DE LIMA

Anuncia a visita do Secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. Havendo acordo entre os Líderes, suspende a sessão às 17h59min, reabrindo-a às 18h30min.

 

034 - DONISETE BRAGA

Citando acordo entre as lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

035 - Presidente VAZ DE LIMA

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 18h30min, reabrindo-a às 18h58min.

 

036 - BARROS MUNHOZ

Para comunicação, esclarece as tratativas para a confecção de emenda aglutinativa ao PLC 49/07.

 

037 - Presidente VAZ DE LIMA

Suspende a sessão, por conveniência da ordem, às 18h59min, reabrindo-a às 19 horas. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 20/9, à hora regimental, com Ordem do Dia, lembrando-os da realização hoje de duas sessões extraordinárias, a primeira a iniciar-se às 20 horas. Encerra a sessão.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido a Sra. Deputada Dárcy Vera para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

A SRA. 2ª SECRETÁRIA - DÁRCY VERA - DEM - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Convido a Sra. Deputada Darcy Vera para, como 1ª Secretária “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

A SRA. 1ª SECRETÁRIA - DÁRCY VERA - DEM - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Srs. Deputados, antes de darmos a palavra ao primeiro orador inscrito, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença do Deputado Estadual José Natal Pereira, do Estado de Santa Catarina. A S. Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

A Presidência anuncia também a presença, a convite da nobre Deputada Dárcy Vera, de quatro escolas do Município de São Simão: Capitão Virgílio Garcia, Professor Agenor Medeiros, Liceu Carlos Monteiro e Centro Profissional Miguel Naime. Essas quatro escolas foram selecionadas com o Projeto Parlamento Jovem. Registro a presença do Vereador André Luiz Rodrigues Reche, membro daquela Câmara Municipal e também do Presidente da Câmara Municipal de São Simão, Vereador Adauto Luiz dos Reis, ambos representando os nobres Vereadores daquele município. Sejam bem-vindos (Palmas.)

 

A SRA. DÁRCY VERA - DEM - Sra. Presidente, gostaria de ler a lista dos Vereadores mirins da cidade de São Simão presentes hoje: Ana Luiza Amaral Correia Lima, Ana Luisa Salvador Barbosa, Maria Cecília Gorita dos Santos, Helena Leandro Quartarola, Juan Diego Santos Cabrera, Heloísa Mielli Tamborini; Marcelo Henrique Minardi dos Santos; José Augusto de Jesus Nogueira Bíscaro; Jonatas William de Castro.

E também os suplentes: Vinicius Strabelli dos Santos; Danilo Furlani Audi Calobrizi; Adriano Rodrigo do Valle Júnior; Gustavo Pederolli; Rodolfo César Luque Nogueira; Bianca Silveira Duarte Silva; Giovanni Henrique Barbosa dos Santos; Paulo Renato Gasparini Marcantonio e Felippe Augusto de Souza Santos.

Quero dizer sobre a honra que esta Casa sente e que eu particularmente sinto por estar recebendo os Vereadores-mirins da nossa região de Ribeirão Preto, dessa belíssima cidade de São Simão. Meus agradecimentos também aos Vereadores em nome do Adauto e aos professores que estão participando desse belo projeto. Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Parabéns, Deputada Dárcy Vera, pela sua sensibilidade, responsabilidade e compromisso em convidar as escolas de São Simão, particularmente os alunos que hoje estão aqui.

Também gostaríamos de registrar e agradecer as presenças dos professores Maria Aparecida Coelho, Luzia Marco Antonio, Monica Leandro da Silva, Regiane Machado Pereira, Lúcia Aparecida de Souza Silva, Luiz Fernando Porto e dos seus monitores, Juliana Alves Ferreira, Maria Aparecida Longo, Tadeu Aparecido Donizete Santos; e os convidados que estão conosco Sr. Rodrigo Néri e Sr. Marcos de Oliveira.

A nobre Deputada Dárcy Vera vai acompanhar esse grupo pela Assembléia para que conheçam os plenarinhos, esse plenário, que é o principal, e os gabinetes de alguns Deputados, para que os jovens estudantes e Vereadores-mirins possam conhecer de perto o Parlamento.

Também nos sentimos honrada quando esta Casa recebe a sociedade, particularmente jovens estudantes, porque é a partir de vocês que podemos garantir que de fato a sociedade através da sua democracia com participação possa ter um desenvolvimento saudável, possa ter uma caminhada de apoio e de solidariedade a cada município presente em nosso Estado e no nosso País. Portanto, sejam bem-vindos ao Parlamento de São Paulo!

Literalmente esta Casa é do povo. Esta augusta Casa de Leis é a Casa onde a sociedade de São Paulo e seus mais de 40 milhões de habitantes e dos 645 municípios são representados pelos grandes líderes deste Parlamento, que na sua somatória são 94 Deputados entre homens e mulheres e 13 partidos representados.

Assim, aproveitem esse espaço, aproveitem esse tema. Parabéns aos professores, aos monitores, às escolas e também particularmente a Deputada Dárcy Vera por esse convite. Uma salva de palmas ao colégio e aos alunos! (Palmas.)

 

O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sra. Presidente, antes de dar início à chamada dos oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, quero cumprimentar V. Exa., a Deputada Dárcy Vera, os demais Deputados aqui presentes, funcionários, o nosso grupo de alunos e o público que nos acompanha através da TV Assembléia.

Quero apresentar ao Presidente efetivo da Casa, o Deputado Vaz de Lima, uma questão de ordem. Pretendo fazê-la nesse momento justamente para evitar interromper o debate do Pequeno Expediente.

O assunto em questão refere-se à tramitação dos Projetos de lei Complementar nºs 60 e 61, que tratam sobre o bônus para os funcionários, professores, diretores de escolas e supervisores, enfim, aos profissionais da Educação. A formulação da questão de ordem visa trazer esclarecimentos pelo fato de que sendo presidente da Comissão de Educação, portanto, a comissão que trataria do mérito desse assunto, não está havendo pelos procedimentos aqui adotados a possibilidade de fazê-lo. É neste sentido, então, é que passo a ler a questão de ordem:

“Senhor Presidente, formulo a presente questão de ordem para obter esclarecimentos sobre os dispositivos constitucionais e regimentais referentes à tramitação em regime de urgência, mais especificamente dos artigos 26, da Constituição Estadual e 53, inciso I, 54 e 55, do Regimento Interno e sua aplicação aos Projetos de Lei Complementar nºs 60 e 61, de 2007.

Os PLCs 60 e 61, de 2007, dispõem sobre a antecipação do bônus merecimento aos funcionários de escola e aos professores do quadro do Magistério. As mensagens do Governador foram publicadas em 1º de setembro último e as proposições começaram seu período de pauta em regime de tramitação ordinária. Em 06 de setembro, foi publicada a mensagem do Senhor Governador, solicitando que passassem a tramitar em regime de urgência, nos termos do artigo 26 da Constituição Estadual.

No dia 12 de setembro, Vossa Excelência convocou, pela primeira vez, reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Educação e Finanças e Orçamento, para apreciar as duas proposições. Não havendo quorum para deliberar nessa primeira convocação, Vossa Excelência a reiterou, ocorrendo o mesmo resultado. Na terceira convocação da mesma reunião conjunta, ocorrida ontem, as proposições foram discutidas, mas a reunião foi encerrada sem que houvesse qualquer deliberação.

O SPL registra que foram designados relatores especiais para falar sobre a matéria, em substituição à Comissão de Constituição e Justiça, o Deputado Fernando Capez, para o PLC 60/2007 e a Deputada Maria Lúcia Amary, para o PLC 61/2007. Tal designação ocorreu em 18/09, conforme registra o SPL. Conclui-se, portanto, que não será mais possível realizar reunião conjunta das três Comissões.

Na qualidade de presidente da Comissão de Educação, encarregada de analisar o mérito das duas proposições, tenho todo interesse em promover o debate sobre a matéria, com a presença dos senhores Deputados e Deputadas que tiverem interesse, dos representantes das categorias envolvidas e também dos representantes do Poder Executivo. Por isso, tomei a iniciativa de já convocar reunião extraordinária da Comissão de Educação, para amanhã, quinta-feira, às 14:30, no Plenário Tiradentes.

Determina o artigo 61 que a fixação do prazo para o relator especial será feita de acordo com o regime de tramitação da proposição. Considerando que os relatores especiais foram designados em 18/09, indago a Vossa Excelência que prazo lhes foi consignado e se os projetos estarão disponíveis a tempo de serem discutidos na reunião por mim convocada para o dia 20/09.

Caso não fiquem prontos a tempo os pareceres dos relatores especiais e, tendo em vista a ocorrência do final de semana, que prazo terá a Comissão de Educação para discutir a matéria?

Determina o parágrafo único do artigo 54 que caberá ao presidente da Comissão fixar o prazo para os relatores. Já o artigo 55 diz que, nos casos de urgência, o parecer do relator, designado imediatamente à entrada do projeto na Comissão, será apresentado até a primeira reunião subseqüente ao término do prazo fixado pelo Presidente. Indagamos: poderá a reunião ser convocada após os dois dias estabelecidos para apreciação da matéria em regime de urgência? Ou a proposição deverá, necessariamente, ser encaminhada a um relator especial, em substituição, mesmo havendo interesse da Comissão em discutir e votar o parecer e havendo prazo suficiente para isso, considerados os 45 dias de que a Assembléia Legislativa dispõe para deliberar?

Finalmente, quero indagar a Vossa Excelência sobre a contagem do prazo de 45 dias para a inclusão automática desses Projetos na Ordem do Dia: será considerado termo inicial o dia da publicação da mensagem de envio dos Projetos ou o dia da publicação da mensagem de solicitação de urgência?

Sala das Sessões, em 19/9/07

Deputado Roberto Felício - Presidente da Comissão de Educação”

Sra. Presidente, cabe fazer uma observação em relação à urgência de manifestação do Presidente da Casa, Deputado Vaz de Lima. Existe a possibilidade de que hoje se repita o procedimento de ontem. Portanto, é necessário que essa manifestação seja feita o mais urgente possível, o que rogo ao Sr. Presidente que faça. Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - Célia Leão - PSDB - Esta Presidência recebe a questão de ordem e irá encaminhá-la à Presidência efetiva para oportuna resposta.

Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

O SR. Simão Pedro - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos acompanha nas galerias e pela TV Assembléia, boa arde. Acabei de vir de um ato de protesto dos funcionários da TV Cultura, ocorrido na sede da Rádio e Televisão Cultura, em relação às 68 demissões realizadas pelo diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun.

De acordo com o que foi publicado nesta quarta-feira no jornal “Folha de S.Paulo”, caderno Ilustrada, os funcionários demitidos têm anos de casa e, com todo o seu trabalho, dedicação e profissionalismo, contribuíram para manter a TV Cultura com o padrão que possui atualmente. O próprio governo gosta de dizer “modelo de TV pública no Brasil”.

A matéria publicada não advém de nenhum jornal de esquerda. A “Folha de S.Paulo” tem uma linha crítica ao Governo Federal - e não tão crítica ao Governo do Estado. Segundo esse jornal, as demissões fazem parte de um acordo que o Sr. Paulo Markun fez com o Governador José Serra ao aceitar o convite para ser o presidente da instituição. O objetivo era fazer o corte de sete milhões no orçamento da televisão.

A nossa presença lá foi para nos solidarizarmos com a luta do Sindicato dos Jornalistas e protestarmos contra essa política de demissão, que não é só na TV Cultura. Isso também ocorre na Cetesb, no Metrô, na CDHU, ou seja, o Governo Serra vem aprofundando essa linha de reduzir custos, incrementar arrecadação e fazer caixa para, como o próprio Governador diz, transformar São Paulo num canteiro de obras, cujo objetivo é levar São Paulo à condição de vitrine para as eleições de 2010.

O único objetivo de José Serra é governar para ser candidato a Presidente da República e fazer frente aos bons resultados do Governo Federal na área de obras públicas. O Governador tenta fazer isso, mas descontando naqueles que não têm culpa alguma, demitindo funcionários de carreira, que têm uma longa folha corrida de serviços prestados.

A TV Cultura não é a televisão dos tucanos. Já temos uma desconfiança em relação ao jornalismo. Aquela idéia do jornal que publica uma notícia negativa, normalmente em relação ao Governo Federal, e põe um comentarista para dizer que o jornalismo é isento. No entanto, traz comentaristas para fazer críticas ao Governo Federal.

A TV Cultura é um patrimônio da população do Estado, não é uma televisão de propriedade do governo ou desse partido político que governa o Estado de São Paulo há quase 20 anos. Agora, o governo implementa uma política de enxugamento de quadro, de fazer economias, quando o Estado está tendo excesso de arrecadação.

Nós, da Bancada do PT, já anunciamos que, até o mês de julho, houve cinco bilhões e meio de reais de excesso de arrecadação. Portanto, não há necessidade disso. O que a TV Cultura precisa é de mais dinheiro no orçamento. O próprio Paulo Markun disse que o orçamento atual da TV Cultura não faz frente nem a 50% do que se precisaria ter. Essa situação obriga a TV Cultura a buscar o patrocínio de comerciais, o que vem prejudicando a qualidade e o padrão que sempre admiramos na empresa.

Assim, deixo o nosso protesto em relação a essa política de demissões que o Governo Serra vem fazendo nos órgãos públicos. Neste caso, o nosso protesto à demissão dos 68 funcionários da TV Cultura. A nossa certeza é que isso vai criar muito mais problemas e vai dificultar mais ainda a manutenção dos padrões de qualidade dessa televisão, transformando-a num órgão a serviço de um partido político ou de um governo, fato que não podemos aceitar. Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Waldir Agnello.

 

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Waldir Agnello - PTB - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Rodolfo Costa e Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

 

  O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos honra com a presença, telespectadores, boa-tarde.

  Na semana passada, tivemos nesta Casa a presença do Secretário de Estado da Habitação em audiência pública. Na ocasião, debatemos e saímos entusiasmados com o que o Secretário Lair expôs. Ele foi sabatinado, principalmente pelos Deputados Mário Reali e Enio Tatto, e saiu-se airosamente bem face ao conhecimento demonstrado pela matéria.

  Acredito que, finalmente, vamos ter um plano de Habitação para o Estado de São Paulo, o que nunca tivemos. Por ocasião do Governo Quércia, destinou-se 1% da arrecadação ICMS à Habitação e criou-se a Secretaria da Habitação, o que deu uma nova visão à construção de casas populares.

  Tive a oportunidade de questionar o Sr. Secretário de Habitação sobre o problema da chamada classe média. Existem várias formas de nós a conceituarmos. Segundo o Ibope, é de um jeito, segundo outros institutos de pesquisa, é de outro. Questionei ao Sr. Secretário de Habitação o que a Secretaria, a CDHU pensam a respeito da classe média. Ele me disse - e me preocupei - que o objetivo principal da Secretaria de Habitação é a classe dos menos favorecidos.

  Em tese, concordo. Só em tese, porque se analisarmos alguém que ganha hoje em torno de quatro mil reais, com desconto de imposto de renda e contribuição previdenciária, se arriscasse comprar um imóvel financiado vai correr o risco de ter o seu reajuste de salário corrigido em 3, 4 ou 5%, e vai ter o reajuste de prestação corrigido pela Selic, ou outra forma de correção. Em que pese o Sr. Secretário ter nos dito que recentemente houve a entrega de um conjunto de edifícios no bairro do Ipiranga, destinado ao Funcionalismo, é muito pouco.

  Nós estamos correndo o risco de, no Brasil, incorrer na repetição do que está acontecendo nos Estados Unidos, onde, na febre consumista, o pessoal adquiriu imóveis na base de uma correção acima daquela que se aplica aos salários. Depois de um certo tempo, a dívida era maior do que o valor do imóvel.

  Estou preparando uma indicação no sentido de fazer com que o “nosso” CDHU, o “nosso” Lair - que teve uma atuação destacada, pois graças ao seu Programa de Habitação, fez um ilustre desconhecido, prefeito de São Paulo - comece a olhar para a classe média, evitando que ela se transforme em proletariado para ser atendida.

  Sem dúvida, o Governo José Serra está de parabéns por ter um secretário competente, que teve condição de fazer com que os Srs. Deputados saíssem satisfeitos com a sabatina que lhe foi imposta. Porém, a função do deputado é querer cada vez mais. Pensando nisso almejo um programa para a nossa sofrida classe média.

 

   O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Carlos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PV - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nosso sempre Deputado Ruy Codo, sempre presente neste Plenário para servir de estímulo para que esta Casa se lembre da sua missão de representar a população do Estado de São Paulo, funcionários, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembléia, família policial, hoje é dia 19 de setembro e temos nesta semana quarta-feira e quinta-feira, e na semana que vem terça, quarta e quinta-feira, para que esta Casa delibere, acorde, ou vote, e que vá à sanção governamental e à publicação dos Projetos de lei Complementar nºs 49 e 47, que tratam respectivamente dos reajustes dos adicionais, e os 57 da atribuição da gratificação da atividade policial aos policiais inativos do Estado de São Paulo.

Expiraram-se os 45 dias de prazo; foi encaminhado em regime de urgência; a Presidência da Casa ficou 25 lamentáveis dias para designar relator especial; foi designado relator do partido do Governo, que perdeu os prazos; foi encaminhado a outro relator especial, Fernando Capez, que ficou 11 dias nas suas profundas avaliações para rejeitar todas as emendas e os três substitutivos, de forma que perdesse os 45 dias de prazo; e estamos agora numa situação com cinco dias para se deliberar o que é justo e legítimo aos policiais do Estado de São Paulo.

Tenho vindo a esta tribuna para prestar contas à população e à família policial, e dizer que o meu compromisso aqui é com a verdade. Não tenho rabo preso com o Governo, não tenho outras questões que me façam ficar com o pé em duas canoas e dizer que estou tentando ajudar a família policial e fazer jogos e conchavos que interessam ao Governo. Estou pronto e ávido ao debate em qualquer circunstância a respeito do que está se passando em relação ao descalabro da Segurança Pública a essa situação caótica de descaso com a família policial, com salários aviltantes, essa desconsideração, a forma de encaminhamento em regime de urgência, as manobras desta Casa para se perder os prazos e não ser respeitadas emendas que melhorariam significativamente o projeto.

Mas quero fazer um alerta a todos os policiais. Fiquem vigilantes para saberem exatamente quem os apóia e quem os engana em todas as circunstâncias. Que a população também saiba que a família policial está sofrida, está enganada, está mutilada pelo Governo. Isso faz com que a auto-estima caia, e também a qualidade da prestação de serviço e o atendimento à população. Perigosamente, no Estado de São Paulo, nós, policiais, não temos o Governo como aliado. Temos o Governo como um grande e perverso inimigo. Temos o crime organizado como primeiro inimigo, e o Governo tentando muitas vezes passá-lo nas maldades que faz em relação à família policial.

Que os policiais que acompanham a população façam contato com Deputados de suas bases, nas cidades do interior e na Capital, e cobrem o posicionamento do seu Deputado em relação ao Projeto de lei Complementar nº 49, e acompanhem como vai votar o seu Deputado. Se o seu Deputado está cumprindo os compromissos de campanha, ou está jogando demagogicamente com a sua vida, com o seu futuro e o da sua família. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, assomo à tribuna para lembrar de um assunto que está na agenda dos paulistanos, que é o pedagiamento do Rodoanel.

É uma preocupação muito grande e todas as pessoas que tomam conhecimento do assunto ficam um pouco assustadas. Por isso, queremos lembrar da audiência pública onde estaremos fazendo o lançamento da frente parlamentar para discutir o pedagiamento do Rodoanel, no próximo dia 24, às 14 horas, no Auditório Teotônio Vilela, e todos estão convidados.

Ontem, houve uma coletiva de uma comissão formada pelo Rodoanel livre, na cidade de Osasco, e recebemos também uma manifestação do Fórum de Desenvolvimento da cidade, composto por vários segmentos, que passo a ler:

“Osasco, 11 de setembro de 2007.

Ofício SICA/GS nº 535/07

Excelentíssimo Senhor Governador,

O Fórum de Desenvolvimento Econômico Sustentado de Osasco, em sua XVIII Reunião Ordinária de 04 de setembro de 2007, manifestou-se, por unanimidade, contrário à implantação de praças de pedágio no Rodoanel.

Na nossa opinião, o pedagiamento dessa via de ligação entre as rodovias desvirtuará sua finalidade primeira que é a redução do tráfego nas vias internas dos municípios e suas marginais.

Faz-se necessário salientar que Osasco e outros municípios já foram atingidos por fato semelhante quando da instalação de pedágios nas marginais da rodovia Castelo Branco, fazendo com que os veículos da região, que utilizavam a rodovia, passassem a rodar pelas ruas e avenidas da cidade, causando sérios congestionamentos e danificando as pistas e rolamento pelos veículos pesados.

Cabe ainda ressaltar que vários trabalhadores e estudantes utilizam-se do Rodoanel para se dirigirem ao trabalho e às faculdades e que com a tarifação não terão condições financeiras de se deslocar satisfatoriamente principalmente, aqueles que trabalham de dia e estudam à noite.

Pode-se mencionar também a oneração dos custos das mercadorias e a conseqüente desmotivação das empresas em se instalarem, ou mesmo permanecerem na região.

Face ao exposto, solicitamos que a decisão de instalação de pedágios seja repensada e revista por Vossa Excelência em prol do desenvolvimento da região e principalmente do bem estar da população.

Segue em anexo a listagem das entidades que constituem o Fórum Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentado.

Aproveito a oportunidade para reiterar protestos de elevada estima e apreço.

Atenciosamente,

Alcides Edilio Valente

Secretário Executivo do Fórum

 

Excelentíssimo Senhor

Doutor José Serra

M.D. Governador do Estado de São Paulo

c/c

-Deputado Vaz de Lima - Presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo

-Prefeito Municipal de Osasco - Emídio de Souza

-Deputado Marcos Martins

-Câmara Municipal de Osasco

-Componentes do Fórum

 

Listagem das entidades conforme previsto no art. 4º do Decreto nº 9470, de 09/09/05, que constituem o Fórum Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentado e estabelece sua organização básica:

. Associação Comercial e Empresarial de Osasco - Aceo

. Associação dos Comerciantes da Rua Antonio Agu

. Associação dos Empresários do Distrito Industrial Norte - Assedino

. Associação de Engenheiros e Arquitetos de Osasco

. Banco do Brasil

. Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco

. Caixa Econômica Federal

. Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - Ciesp Regional Castelo

. Cetesb - Escritório Regional Osasco

. Conselho Regional de Contabilidade - CRC

. Conselho Regional de Corretores de Imóveis - Creci/SP Delegacia Osasco

. Central única dos Trabalhadores - CUT Regional

· Faculdades Integradas da Zona Oeste - Fizo

· Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - Fiesp Regional Castelo

· Força Sindical

· Fundação Instituto Tecnológico de Osasco - Fito

· Sebrae Regional

· Senac Osasco

· Senai Osasco

· Sindicato dos Comerciários

· Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis - Sescon

· Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo - Sieesp

. Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região

. Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Química

. Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Gráfica

. Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Osasco

. Sindicato dos Bancários/Regional

. Unifieo

. Uniban

. ZAF Construtora”

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mário Reali. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cido Sério. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jonas Donizette. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Otoniel Lima. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celino Cardoso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, público presente nas galerias do plenário, funcionários e leitores do “Diário Oficial”. Junto com o presidente municipal do PT de Mauá, Sr. Márcio Chaves Pires, visitei a Refinaria de Capuava, a Recap, de Mauá, onde resido há mais de 30 anos. Conversei com o superintendente, Sr. José Manuel Villar Gulin, e com o Sr. Jorge Ventura, gerente operacional. Pude comprovar o crescimento e os investimentos da Refinaria.

Fiquei muito feliz porque ouvi de viva-voz do superintendente Villar a informação sobre a expansão da Refinaria, empresa da Petrobras, que investirá 300 milhões de dólares, com o objetivo de melhorar a qualidade da gasolina e do óleo diesel produzidos. Pelo menos 3.500 operários serão contratados visando a ampliação, já no primeiro semestre de 2009, e de forma indireta, outros nove mil empregos também serão criados.

Um fator a ressaltar sobre a Recap é a sua importância para o orçamento da cidade de Mauá. Hoje a Refinaria ocupa uma área de três milhões e setecentos mil metros quadrados e contribui com mais de 45% do orçamento do município. É importante fazer esta referência, porque acreditamos no potencial da Petrobras. Atualmente é a 14ª empresa do ramo no mundo. Torço para que a Petrobras continue a se expandir no Brasil, para gerar emprego, renda e economia.

Fiquei feliz em saber que o setor petroquímico vai realizar a maior parte das contratações. A Petrobrás fez um acordo com as prefeituras do Grande ABC para selecionar profissionais entre os currículos cadastrados nos PATs (Postos de Atendimento aos Trabalhadores) e dos CPTERs (Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda) para receberam treinamento gratuito no SENAI.

Ressalto que o nosso Presidente, Lula, tem estabelecido de forma correta a política econômica. Faz investimentos que geram e emprego e renda e que estão desenvolvendo o Brasil

O exemplo da Recap, na região do ABC, que vai gerar três mil empregos diretos e nove mil indiretos, poderá acontecer também na Refinaria de Presidente Bernardes, em Cubatão, como ainda na Replan, em Paulínia, na Revap, no Vale do Paraíba, região do nosso colega de bancada, Deputado Carlinhos de Almeida.

Temos que comemorar. Parabenizo o superintendente Villar, que tem grande vontade de gerar emprego e renda para o nosso país, especialmente para a região do ABC paulista. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Bertaiolli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, e aqueles que nos acompanham das galerias, assomo novamente à tribuna para tratar de assunto de interesse da coletividade.

Tivemos audiência pública aqui, ontem, com a presença do Secretário da Saúde. Muitas dúvidas, muitas perguntas foram levantadas e discutidas. As perguntas que fizemos ao secretário sobre o relatório trimestral, ele disse que dará resposta por esses dias.

Aproveitamos também a oportunidade para tratar de um tema, que já é de conhecimento dos Deputados, uma vez que é a aplicação da lei que proíbe o uso do amianto. Entregamos ao secretário uma nota técnica do Ministério da Saúde, que recomenda proibição do uso do amianto, recomenda o banimento do amianto. E, como esta Casa aprovou o meu projeto e o Governador sancionou, há interesse dos Poderes em pôr em prática essa medida. Então, mesmo à revelia dos lobbies e dos pedidos de liminares, fomos fazendo tratativas de pôr em prática algumas medidas, que os órgãos públicos já parassem de usar esse produto porque já temos um precedente. O Estado da Bahia já tem um acordo, um entendimento de que não usará esse produto em nenhum órgão público.

Como temos a CDHU, eu já observava que já tem esse tratado para não usar madeiras que não tenha procedência. Há um termo de compromisso para que seja examinada a procedência das madeiras utilizadas na CDHU e em outros órgãos públicos.

O amianto, que provoca câncer e mata, já tem uma lei aprovada, então que o estado fosse antecipando providências com apoio desta Casa. Então, entregamos essa nota técnica e vamos continuar tratando com a Secretaria da Saúde esse assunto. Como membro da Comissão de Saúde, vou me dedicar para que possamos dar alguns passos a exemplo de 48 países que já proibiram o uso do amianto e o Brasil não pode ficar atrás, muito menos o Estado de São Paulo.

Há outro assunto importante, que gostaria também de lembrar aqui porque aquilo que não é lembrado não é visto. Continuamos passando o abaixo-assinado para que o famigerado Poupatempo, tão necessário e tão encalacrado, vá para a região oeste. Ele beneficiará cerca de dois milhões de habitantes. Já tem o local, já tem a empresa vencedora, mas há também um empecilho aqui. Algumas forças ocultas entraram com recurso para impedir a instalação do Poupatempo na cidade de Osasco. Então, continuamos fazendo a campanha, com abaixo-assinado, para que a população não seja penalizada por qualquer capricho político que possa existir.

A população tem que estar em primeiro lugar, e precisamos fazer com que esse benefício de tirar carteira profissional, carteira de identidade etc., que é obrigação do estado e direito do cidadão, não seja retirado daquela população que já aguarda isso há muitos anos porque por ali passaram o Poupatempo móvel, passa e vai embora, e queremos um fixo. A população tem direito e precisamos fazer com que o Secretário de Gestão Sidney Beraldo acelere as tratativas para instalação desse Poupatempo.

O Sr. Governador já está sinalizando isso, então vamos acelerar para que a região Oeste, a cidade de Osasco, Carapicuíba, Barueri, Itapevi, Jandira, Cotia, Jaguaré, não sejam penalizadas. Que esse serviço tão importante seja, o mais rápido possível, instalado e disponibilizado para a população dessa região. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo restante do tempo do Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores da TV Assembléia, ontem discutimos no Congresso de Comissões um PL, enviado aqui pelo Governador José Serra, que faz parte do famoso plano de metas para educação tão alardeado pela Secretária Estadual da Educação, dizendo que o plano vai resolver o problema da educação estadual.

Há muito tempo que estamos questionando que não é um plano, mas uma carta, uma cartinha com dez pontos requentados, muitos pontos, inclusive, já consolidados na educação brasileira. Por exemplo, um dos pontos dessa carta é a instituição do ensino fundamental de nove anos. Isso já é lei federal, já é uma imposição da legislação federal. Inclusive, a própria LDB foi alterada para que em todo território nacional o ensino fundamental seja de nove anos.

A carta da secretária aparece como uma novidade, como uma meta a ser atingida pelo governo estadual. E várias outras metas, como a diminuição da reprovação escolar na 8ª série, do ensino fundamental e médio, em 50%, estipulando o prazo até 2010. É um absurdo a Secretaria de Educação ter a expectativa de aprovar só 50% dos alunos na 8ª série e no ensino médio. É um retrocesso, uma falta de perspectiva muito grande. Ou seja, a própria Secretaria de Educação não acredita na educação estadual, porque já vem com essa expectativa baixíssima.

Outro ponto também muito contraditório e que toda a lógica e o bom senso da população, dos profissionais da Educação e dos alunos também diz respeito à alfabetização, ter como meta alfabetizar 50% dos alunos até o ano de 2010, alunos na idade de oito anos.

Outro ponto ainda mais grave é colocar na carta - que ela chama de plano - a instituição da recuperação da aprendizagem. A recuperação já é inerente ao processo, assim como temos avaliação temos recuperação paralela e a Secretária conhece muito bem a LDBEN. Acho que às pressas estipulou dez pontos, requentou alguns para apresentar proposta de governo para a opinião pública dizendo que há investimento na Educação. Não há, principalmente nos profissionais da Educação; não há reajuste salarial, o que existe é uma política salarial de gratificação, de bônus que destrói cada vez mais a carreira do magistério. Sem contar, logicamente, as péssimas condições de trabalho dos profissionais, a falta de infra-estrutura nas escolas, da superlotação e da violência escolar.

Se a Secretaria de Educação não apresentar metas para resolver esses pontos não haverá saída para a nossa rede estadual de ensino. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Cido Sério.

 

O SR CIDO SÉRIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, hoje vou entrar na seara do nobre Deputado Carlos Giannazi. Apresentei nesta Casa um projeto de lei sobre Educação, quer repercuti-lo, mas brevemente vou contar a história de como surgiu a idéia, que talvez não seja novidade, mas considero importante.

Debati com alguns amigos na cidade de Pirajuí, no interior do estado, perto de Bauru. Discutíamos o país, o estado, o que falta par melhorar, o que é fundamental para o país dar um salto de qualidade, até que acompanhasse o bom momento que estamos vivendo na economia. E foi unanimidade das pessoas que estavam no debate que a Educação é questão fundamental.

E por que a Educação não melhora? Porque todo mundo é a favor da Educação pública e ano após ano a Educação pública piora. Manifestaram-se, em determinado momento, no sentido de que os Deputados estaduais são contra a Educação pública. Eu disse que não sou, mas todos os Deputados com os quais já falei dizem que são favoráveis à Educação pública. “Então o Governador é contra? Eu conheço o Governador José Serra e imagino que não.” Mas então qual é o problema, por que a Educação pública do maior estado da federação não melhora? Um dos colegas presentes, membro do Ministério Público, perguntou: Cido, seus filhos freqüentam a escola pública? Eu disse, meio envergonhado com a questão que não. Ele disse aposto que o filho do Governador, da Secretária de Educação do nosso estado, que os filhos dos Deputados na sua maioria - pode ser que haja exceção -, não freqüentam a escola pública. Assim fica muito fácil falar que nós somos favoráveis, pois não vivemos a crueza da escola pública para os nossos.

Li um artigo de Ricardo Oliveira da Silva que achei muito interessante: “Quando eu era criança meu pai tinha um pequeno comércio em casa, uma barraca, par ser mais preciso, que vendia tudo. Uma das coisas que ele falava com orgulho é que tudo que vendia na barraca a família consumia. Ou seja, o que não serve para a família não serve para os clientes”. O que tem a ver com o tema Educação? Tudo a ver.

Há alguns anos era orgulho para as famílias de maior poder aquisitivo ter seus filhos em escola pública, era garantia de educação de qualidade; as vagas nas escolas públicas eram disputadíssimas e utilizava-se até de influência política para consegui-la. Depois se passou a preencher as vagas por concurso e a concorrência era altíssima. Depois, toda essa gama de pessoas que usavam a escola pública, dos setores médios, os filhos dos Governadores, dos Deputados, dos juízes e dos promotores passaram a estudar em escolas privadas. Ao lado disso, mesmo que todas essas pessoas declarem de pés juntos e mãos atadas que são favoráveis a escolas públicas elas não vão lá no dia-a-dia, não se interessam, não vivem as dificuldades ou as melhorias que essa escola tem e pode oferecer.

Nesse sentido apresentei a esta Casa projeto de lei que obriga o Governador do estado, os secretários estaduais, os juízes, os membros do Ministério Público a manter seus filhos na escola pública, para quando debatermos aqui dizendo que precisa melhorar o salário do professor e as condições de infra-estrutura da escola não falemos de algo que não nos diga respeito. Porque via de regra é isso que acontece. Vimos aqui, fazemos discursos inflamados pela escola pública, mas é algo que não nos diz respeito porque não usamos.

Então venho a esta Casa de maneira muito humilde pedir apoio dos Deputados para o Projeto de lei nº 1069/07, que obriga os gestores do estado a não usar todos os serviços do estado, o que seria justo, mas que pelo menos os serviços de Educação do estado nós usemos. O Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário, quando debaterem a questão tão importante, tão fundamental para o avanço do nosso país, que discutam algo que lhes diga respeito e não algo que seja para as camadas mais pobres da população. Porque na verdade o que acontece hoje é isso, quem usa escola pública, a maioria, são as crianças, principalmente as mais pobres.

Fizemos uma justificativa para o projeto e vou ler: “Esta propositura tem o objetivo de discutir a educação sob a ótica qualitativa. Por que a Educação Pública Básica (ensino infantil, fundamental e médio) vive dias tão negativos? Certamente porque as classes sociais detentoras de mais recursos e formadoras de opinião não dependem dela. Caso contrário, muitas medidas já teriam sido tomadas no sentido de melhorar a qualidade da escola pública.

Vivemos hoje um círculo vicioso. A maioria das crianças (principalmente as mais pobres) só tem como alternativa a escola pública. Estas, por serem carentes de infra-estrutura material e humana, oferecem uma péssima qualidade de ensino. Os estudantes oriundos destas escolas acabam por ter uma formação básica deficiente, o que redunda na impossibilidade de ingresso em boas universidades (principalmente as públicas), e também, é conseqüência da debilidade de formação. Porque é assim, os filhos do Governador, dos Deputados, dos secretários de Estado, estudam em escolas privadas, mas quando vão para a universidade, aí sim, vão para as universidades públicas - USP, Unicamp, Unesp, ou para universidades federais. Estes estudantes acabam por assumir postos de trabalho de melhor qualificação e remuneração, isso quando conseguem um emprego. Desta forma, aquelas crianças se tornarão adultos sem perspectiva de ascensão social e cultura, fechando um círculo vicioso”.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Em primeiro lugar, gostaria de parabenizá-lo pela iniciativa desse projeto, que tem todo o apoio do nosso mandato e, com certeza, do mandato do nosso companheiro de bancada, Deputado Raul Marcelo. Um projeto que vai ajudar muito no sentido de que possamos pressionar o poder público a investir mais na escola pública.

Até porque, como o nobre Deputado colocou, existe muita demagogia em torno do tema da Educação. Muitos pronunciamentos, muitos discursos, muitas promessas que aparecem em época de campanha eleitoral, nos programas partidários. Mas quando o partido chega no governo, ele não investe na educação pública. Temos o caso aqui, nobre Deputado Cido Sério, das emendas que aprovamos para aumentar o orçamento da educação pública, principalmente da educação básica, que foram vetadas pelo Poder Executivo. Muitas vezes, quando temos iniciativas nessa área do financiamento da educação, os projetos não passam, nem entram em discussão porque o governo não deixa, o governo nunca quer investir mais recursos na educação pública. Então, a proposta de V. Exa. é maravilhosa. Acho que é uma ferramenta a mais na grande luta em defesa da escola pública.

Gostaria de acrescentar uma emenda ao projeto de V. Excelência. Voltando um pouco ao passado, anos 70 e 80, antes do crescimento neoliberalismo, tínhamos uma luta, nós educadores que estamos representados pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, e várias organizações dessa área. A nossa grande bandeira era a instituição da escola unitária, pública, gratuita, estatal, laica, e única em todo o território nacional. Ou seja, só escola pública no Brasil, para colocarmos de lado o privatismo educacional. Porque no Brasil, infelizmente, a educação está privatizada. Quem quiser ter acesso a uma educação de qualidade, tem que pagar por ela, tem que pagar mensalidades para as melhores escolas da educação básica. Mas é o contrário no ensino superior, porque o filho do Deputado, do Governador, estuda na USP, na Unicamp e na Unesp. Quando interessa, ele vai para a pública; quando não interessa, vai para a escola particular.

Então, a proposta de V. Exa. é muito interessante neste sentido. Acrescentamos isso pensando também em escola única, nada de escola privada. Aí não tem alternativa, todos terão que lutar por essa escola única, pública, gratuita, laica e estatal, e logicamente de qualidade social para todos. Essa escola vai receber do mais pobre ao mais rico. Não haverá saída. Quem quiser estudar no Brasil, terá que estudar nessa escola pública. Então, resolvemos, de uma vez por todas, essa crise na educação pública. Parabéns, nobre Deputado Cido Sério. V. Exa. tem todo nosso apoio.

 

O SR. CIDO SÉRIO - PT - Muito obrigado, nobre Deputado Carlos Giannazi.

Recentemente, o Presidente Lula esteve na Finlândia, onde as escolas são das melhores do mundo do ponto de vista de que a escola é pública e não há diferença entre o filho do pobre e do rico, que estudam na mesma escola. Isso é fundamental para darmos um salto de qualidade no nosso País. É isso que estamos propondo a esta Casa.

O Deputado Giannazi falou das emendas à LDO, de que também tratamos na justificativa. Chama a atenção para a questão da má qualidade do ensino, de não ter uma grita em relação a isso. Porque quando a classe média da população é atingida por algo, há uma organização e uma grita muito rápida em torno daquilo.

A escola pública vem sendo deteriorada ao longo do tempo, os setores médios foram afastados dela. Não há uma reclamação, há discursos, mas não há uma ação efetiva para que se melhore a escola pública. Acho que essa ação efetiva se concretizaria no momento em que os gestores do Estado passassem a utilizar esse serviço.

Então, é fundamental que o Poder Judiciário, o Executivo, o Ministério Público e os Deputados estaduais utilizem o serviço de educação pública do seu Estado. Só aí vamos ter condição de falar disso, como quem usa. E quando fizermos propaganda de que estamos melhorando a escola, ela será real, não vai ser discurso político, blábláblá para ganhar voto. Será algo que afetará a vida dos nossos filhos, dos nossos netos, que estarão na escola pública, que dependerão da escola pública.

Acho que é uma contribuição, mesmo não sendo especialista na área, mas fui alertado por esses colegas de Pirajuí, a quem agradeço, que estavam no bate-papo, porque achei uma idéia maravilhosa, uma coisa simples. Se nós somos os gestores do Estado, se representamos o poder do Estado, temos obrigação de usar esse serviço. Por que gerimos um serviço e dizemos que ele só é bom para os mais pobres? Não. É um serviço que tem que ser de qualidade para efetivamente mudar as condições do nosso Estado, as condições do nosso País e mudar o mundo. Porque o debate que fazemos hoje é sobre ter um mundo melhor, onde as pessoas vivam com solidariedade, fraternidade e justiça. O saber e o conhecimento são fundamentais para que se alcance essa luta - que é uma luta histórica do meu companheiro Adriano Diogo, que está nela há mais tempo que eu - por justiça, por solidariedade.

Então, Sr. Presidente, Srs. Deputados, caros telespectadores, esta é a proposta que gostaríamos de ver debatida e aprovada, para que ajudasse a fomentar um debate em torno da Educação e permitisse efetivamente mudar a vida, e mudá-la para melhor. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra, por cessão de tempo, o nobre Deputado José Bittencourt, pelo tempo regimental.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. parlamentares, telespectadores da TV Assembléia, todos que nos assistem neste instante, funcionários desta Casa, queremos somente dar uma pincelada no veto aposto pelo Sr. Governador a um projeto de nossa autoria, que tinha a seguinte finalidade: normas de segurança ao consumidor no atendimento em caixas, guichês e assemelhados. Um projeto de grande relevância para o consumidor, principalmente aquele que vai à rede bancária. Ele precisa de uma proteção maior. O consumidor tem de ser visto por essas entidades financeiras, principalmente rede bancária, com melhores olhos, como pessoas que precisam ser destinatárias de um aparato de segurança adequado.

A fundamentação do veto do Governador a este projeto de nossa autoria, Projeto de lei 517/05, fala da alçada legislativa de competência dos municípios para a normatização dessa questão. Cita até o Supremo Tribunal Federal, que, em recentes julgamentos, declarou ser da competência do município a edição de leis que disponham sobre instalação de equipamento de segurança e comodidade nos estabelecimentos bancários. Há vários julgados a esse respeito.

O que pretendemos fazer diante disso? Para se evitar uma aventura jurídica você deve solicitar a um Vereador do seu município - estamos extraindo cópias para mandar para todas as Câmaras Municipais, para Vereadores amigos e também para os Prefeitos dos 645 municípios do Estado - empenho diante nossa iniciativa legislativa vetada pelo Governador do Estado.

De repente Vereadores e Prefeitos se dão conta da necessidade que existe dos bancos darem mais segurança ao consumidor na boca do caixa. A proposta era para que se fizesse uma redoma de vidro na boca do caixa, com “insulfilm”, de forma a não dar visão àquele que está na fila do que o consumidor está fazendo. Quem estivesse na fila não observaria que tipo de operação estava sendo feita pelo consumidor, aquele tipo de crime que é comum no meio da bandidagem, a saidinha, ou seja, fica um marginal no banco olhando quem está sacando dinheiro e dando as dicas para quem está lá fora. O objetivo deste projeto era justamente amparar o consumidor na boca do caixa, dando-lhe mais segurança nesse momento.

A nossa parte fizemos, mas como o Governador vetou, vamos encaminhar para os Prefeitos, para os Vereadores essa nossa fundamentação jurídica porque é de competência dos municípios legislar sobre essa matéria conforme o fundamento jurídico do veto do Governador do Estado. Os bancos precisam dar mais segurança ao consumidor. Chega de a sociedade observar com certa passividade, de o Governo observar com certa passividade enquanto as redes bancárias apontam lucros e mais lucros exorbitantes. Não vou fazer propaganda delas, mas os senhores conhecem pela imprensa. Bancos com cinco bilhões, 10 bilhões de lucro e não vemos a devida contrapartida no investimento social, cumprindo a responsabilidade social.

Chega de lucros exorbitantes, com juros extrapolando o que diz a própria Carta Magna, beirando a usura sem dar o devido respaldo e a contrapartida necessária em termos de segurança ao consumidor, ao cliente.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado, ficamos tristes quando o Governo veta um projeto com esse alcance. Quando V. Exa. fala das pessoas que são lesadas por esse golpe da boca do caixa, quero lembrar que o mais visado é o idoso, que recebe o seu salário, vai retirá-lo e é assaltado lá fora. A pessoa já sabe que ele vem com seus 700 reais, 1200 reais, 2000 reais. Achei uma falta de sensibilidade, uma falta de bom senso do Governo do Estado vetar um projeto como este porque ele protege única e exclusivamente o banqueiro.

Agora, nós que fazemos o banco, nós que depositamos, nós que fazemos empréstimos somos prejudicados. Lamento principalmente pelas pessoas da terceira idade que são as mais lesadas e que seriam protegidas pelo seu projeto. Uma proteção ali na boca do caixa não tinha como saber se a pessoa estava pegando dinheiro ou pagando contas. Quero parabenizá-lo pelo projeto e ao mesmo tempo dizer da minha tristeza pelo veto do Governo.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Mas existe uma saída, nobre Deputado Luis Carlos Gondim, com os agradecimentos pelo aparte. Vossa Excelência lembra muito bem os idosos. Além de ficarem nas filas muito tempo, embora hoje haja prioridade no atendimento, não tem como negar que são vulneráveis. Mas existe a possibilidade de derrubarmos o veto nesta Casa e discutirmos a matéria novamente. E o Governo que entre com medida jurídica cabível para em grau de recurso discutir a matéria. Nós vamos insistir. Nós vamos continuar falando. Temos de utilizar os mecanismos legais para, cumprindo nossas atribuições, darmos guarida à população que nos investiu do mandato popular.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Quero, primeiramente, cumprimentá-lo pela iniciativa e pelo mérito do projeto. Segundo, essas barreiras que a gente vai encontrando quando defendemos uma tese fazem parte da nossa vida. Quero prestar minha solidariedade porque sei o quanto um Deputado se prepara para elaborar um projeto, para expor uma idéia. Essa nossa lei do amianto, eu apresentei três vezes na cidade de Osasco. Imagine quantas idas e vindas até conseguir finalmente aprová-lo. É não desistir e persistir. Apresentamos no âmbito do município projetos que dizem respeito à porta giratória dos bancos, a bancos para as pessoas se acomodarem enquanto aguardam serem atendidas, a banheiros, aos 20 minutos, enfim.

Vossa Excelência sabe que sou da categoria bancária e, portanto, tudo isso merece o nosso respeito. Que V. Exa. continue na batalha; tem o nosso apoio, a nossa solidariedade porque isso não acontece apenas com as pessoas idosas: é comum acontecer com pessoas simples que não tenham muita experiência com isso. Todos nós estamos sujeitos a isso. Então parabéns pela iniciativa. Receba minha solidariedade.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Obrigado, Deputado Marcos Martins, combativo Deputado desta Casa. Lembrou muito bem da necessidade que existe de estrutura nos edifícios de bancos do Estado de São Paulo e do Brasil. O cliente não pode nem tomar um copo d’água. É difícil entrar num banco e ter bebedouro. Banheiro nem se fala. E quando a necessidade fisiológica aparece, o que se faz? Não há banheiro público dentro de banco. Isso é um absurdo, Deputado Luis Carlos Gondim. Se a competência é do município, por que o município não legisla sobre essa matéria? Não disciplina essa matéria? É uma situação complicada, o município precisa atuar em cima disso porque vai dar certamente uma boa condição e uma melhor qualidade de atendimento para o consumidor.

Temos de continuar debatendo. De repente agimos com tanta ingenuidade e às vezes com muita sapiência. Isso é do ser humano. Às vezes se praticam atos astutos, muita tolice e em outras vezes atos com muita sabedoria, muita esperteza. Até havia sugerido ao líder do Governo para que derrubássemos esse veto. Estive analisando - vou reconsiderar essa minha posição - e vou trabalhar, articular nesta Casa para derrubá-lo. O Governo que entre com a medida jurídica necessária porque esta não é nossa função fazer o controle da constitucionalidade. Claro que temos de ter coerência naquilo que estamos elaborando e legislando, mas até para provocar o debate, até para que a população saiba que esta Casa também se preocupa com o consumidor, com o idoso, com o cliente da rede bancária.

O Deputado Gondim falou muito bem. Os patrões desses bancos somos nós. Aliás, tenho ojeriza de andar com talão de cheques. Quando um cartão de crédito chega em minha casa eu rasgo, quebro, jogo fora. Se não precisasse ter conta em banco eu não teria. Mas para receber o salário somos compulsoriamente obrigados a ter conta senão não recebemos.

Temos de nos mobilizar, o maior Parlamento de São Paulo, para dar uma resposta a essa população tão carente, tão necessitada de amparo legal mas também da estrutura necessária. Vou repetir: os patrões desses banqueiros somos nós. E às vezes não nos insurgimos com base no princípio da legalidade, não nos insurgimos organizadamente para fazer frente a essas taxas escorchantes, exorbitantes, estratosféricas de cobrança de IOF, CPMF e o diabo a quatro!

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra, por permuta de tempo, o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia que nos honram com sua audiência, público presente, assomo à tribuna mais uma vez para tratar de assuntos da coletividade.

Gostaríamos de acusar aqui o recebimento de uma moção de repúdio ao Governador do Estado, aprovada pela Câmara Municipal de Rio Claro, - todos os Deputados receberam - pela má conservação das escolas daquela região. Na região de Osasco temos também várias escolas com problemas. Oitenta e poucas escolas municipais foram reformadas e as do Estado estão aí para serem feitas. Então estamos cobrando a Secretária de Educação para que reforme as escolas, de preferência sem usar nenhum produto de amianto porque lá no nosso município, além de ter sido feita a rampa de acesso para os cadeirantes, também já não se usa mais cobertura de amianto e outros produtos de amianto por ser esse material considerado cancerígeno.

Mas por falar na região oeste, vou abordar um outro problema - já tivemos oportunidade de falar um pouco hoje aqui sobre ele -, que é a questão do pedagiamento do Rodoanel que trará, sem dúvida nenhuma, um prejuízo muito grande para a população e que vai na contramão da História. Talvez 80, 90% da população não tenha conhecimento de que isso está previsto - e queremos que não aconteça -, primeiro porque não foram feitas audiências públicas com usuários para saber a sua opinião.

Além da parte econômica que poderá afetar inclusive empresas da região, já temos um trânsito caótico aqui nas marginais, vias públicas que seriam afetadas com o pedagiamento do Rodoanel. Aliás, até já se pensou em pedagiar as marginais da Capital, mas as pesquisas revelaram que nem 1% aceitava esse pedagiamento. Mas imaginem o que aconteceria se isso tivesse ocorrido: as vias públicas que não foram projetadas e nem preparadas para o trânsito pesado entrariam em colapso.

Pois bem, isso já ocorre nas cidades do entorno da Castelo Branco devido à marginal pedagiada. E esse trecho do Rodoanel já construído vinha ajudando um pouco a cidade de Taboão da Serra que tinha a BR bem no seu centro com um trânsito caótico - ainda é precário, mas o Rodoanel acabou ajudando um pouco; a cidade de Embu das Artes e outras. Agora, quando se pensou em tomar essa medida de cobrança de pedágio, contrariou-se até o ex-Governador Mário Covas, que disse no dia da inauguração que não haveria pedágio no Rodoanel. Se estivesse vivo talvez pedisse para morrer de novo!

O outro ponto negativo é o impacto ambiental: a poluição sonora e ambiental que os centros das cidades sofrerão. Os planos diretores das cidades depois do pedagiamento terão de ser revistos - algumas cidades ainda não têm - porque foram projetados para um tipo de transporte, para um tipo de projeto viário das cidades, das interligações. Já temos problemas porque o desvio do pedágio da Castelo Branco já traz transtornos enormes para o corredor Oeste.

E já fizemos aqui cobranças para que o Governador desse seqüência, terminasse aquele corredor Oeste, pelo menos para minimamente ser já compensadas aquelas cidades, que é o caso de Itapevi, Jandira, que estão ali meio isolados, e esses municípios não têm como fazer uma desapropriação e fazer essa via. Já estão sendo penalizados pelo pedágio da Castelo Branco. Agora imaginem chegar ao ponto do pedagiamento desse trecho, que foi feito com recurso público e vai ser penalizado, pelo menos a intenção é de privatizar. Espero que não seja. Vamos debater aqui essa questão durante o lançamento da Frente Parlamentar que discutirá o pedagiamento do Rodoanel no próximo dia 24, aqui no Auditório Teotônio Vilela. Aliás, tem um Secretário, acho que de Segurança Pública, fazendo um debate hoje nesta Casa.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, com esse lançamento, queremos tornar público, para que a população que será atingida, direta e indiretamente, possa se manifestar, possa dar sua opinião. Quando vem aqui para a cidade, enfrenta o trânsito das duas marginais, que já não se consegue trafegar em quase que dia nenhum, imaginem, com o pedagiamento, como ficará o trânsito nessas vias.

O sindicato de transportadores de carga já fez uma pesquisa na sua categoria, e os caminhoneiros disseram que não vão entrar no Rodoanel, obra que poderá, por isso mesmo, vir a se transformar num “elefante branco”. E outra coisa, eles terão que pagar o pedágio, porque as empresas se recusarão a pagar os pedágios. Portanto eles terão que desviar, caminhões com vários eixos. E isso precisa ser medido, essa questão precisa ser pensada.

As cidades terão que tipo de compensação? Por exemplo, as cidades que produzem água para a população. Essas cidades precisam ter uma compensação, porque não podem poluir, não pode jogar lixo, enfim, precisa ser preservado o manancial. Aliás, o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal é justamente parte desse recurso para recuperar aqui as represas Guarapiranga e as outras, os córregos, enfim, para tirar a população dessa zona de risco e de perigo, e despoluir. Porque quando se fala em aquecimento global, fala-se até em andar de bicicleta, construir vias próprias para bicicletas e motos, até para se resolver o problema de acidentes fatais que ocorrem diariamente com motociclistas e ciclistas. Isso certamente dará o reflexo e não podemos aceitar que isso vá sendo feito sem o devido debate, o devido conhecimento da população.

A vinda do Secretário a esta Casa, foi apenas uma comissão de Deputados, ou seja, somente alguns dos Deputados desta Casa, tiveram condição de falar e argüir o Secretário. Foi tão restrito, que nem os Deputados tiveram o acesso que deveriam ter. A outra reunião que fizeram, foi com os empresários, para se ver quem administrará as praças de pedágio que serão implantadas, aberta a licitação que foi adiada, ainda bem que foi adiada. Mas cada empresário mostra-se interessado numa parte dos lucros do pedagiamento do Rodoanel. Aqueles que virão da Bandeirantes, enfim de outros lugares e que já pagaram pedágio, vão tentar desviar desse pedágio. Quem vem de São José do Rio Preto, por exemplo, quantos pedágios paga? Gasta mais com pedágio do que com combustível. E chega aqui encontra mais um pedágio, ao invés de entrar pelo Rodoanel, adivinha, vão desviar para as marginais. Isso afetará toda a região metropolitana.

E nesse lançamento da Frente Parlamentar, queremos, juntamente com os demais colegas, programar audiências públicas, nos locais que serão atingidos e travar com a população e as lideranças locais, uma discussão séria e o questionamento a respeito dos reflexos, do impacto ambiental no seu entorno, porque tem também a questão do barulho, que é uma outra questão a ser estudada. O entrono do Rodoanel precisaria já ter árvores plantadas. Fizeram esse plantio, mas ainda insuficiente para conter o barulho, o vento, assim como também a poluição do ar, e à medida que se plantar árvores, temos o processo de fotossíntese que libera oxigênio, e assim recuperando um pouco do nosso oxigênio, uma cidade tão carente de verde e de parques. Aliás, por falar em parques, temos o parque Tizo, local que precisamos preservar. É mais importante do que o Ibirapuera, encostado a três cidades: São Paulo. Taboão da Serra e Osasco. Talvez atinja também Cotia e Embu. Uma área de um milhão e quinhentos mil metros quadrados, com várias nascentes de água, com mata nativa, e correndo o risco da especulação imobiliária irresponsável.

Sr. Presidente, quero passar um pouco do meu tempo, conforme previamente combinado, ao nobre Deputado Luis Carlos Gondim, mas dizer à população que nos assiste que querem pedagiar o Rodoanel. Você que não sabia, pense nas conseqüências disso tudo, e principalmente, pense em fazer algo a respeito, antes que seja tarde demais.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Tem a palavra, por cessão de tempo, o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Agradeço ao nobre Deputado Marcos Martins, dizer ao nobre Deputado que solicitei esse tempo porque nos revolta ver nos jornais, como por exemplo no periódico “Folha de S.Paulo” dizendo, “Sobram idosos e faltam geriatras”. Vem o jornal de Limeira e diz a mesma coisa “Rede pública continua sem geriatras”. Um outro diz o seguinte “Sobram idosos, faltam geriatras”. O número de pessoas idosas precisando de geriatras hoje ultrapassa a quatro milhões. Se temos pediatras na rede pública, temos que ter também, geriatras na rede pública.

Essa Assembléia Legislativa tomou os cuidados necessários, através de um projeto feito em 2002, aliás, de nossa autoria, que diz o seguinte: “Torna obrigatória a presença de médicos geriatras nos postos de saúde do Estado de São Paulo” Melhoramos o projeto porque sabemos que tem poucos geriatras formados no Estado de São Paulo, e fizemos com que a lei que hoje foi sancionada pelo Governador José Serra, faça com que se tenha e se dê condição para que se prepare geriatras, para que se dê condição dos idosos serem a tendidos por geriatras. Se não começarmos a formar geriatras ou clínicos com especialidade que possa fazer um curso de geriatria, nunca vamos ter profissionais nessa especialidade para, assim, zerarmos essa condição de termos mais idosos do que médicos geriatras, proporcionalmente falando.

Fizemos esse apelo ao Secretário Barradas, ontem durante sua audiência, e comentávamos da necessidade de termos geriatras no Estado de São Paulo, pois o número de crianças de zero a seis anos, já quase iguala ao número de pessoas idosas. Temos que pensar no futuro. Não adianta fazermos aqui o projeto e ele se tornar inócuo, porque como disseram “olha vocês fizeram um projeto que não podemos por em prática”. Mas temos que por em prática. E como é que podemos fazer isso? Dando incentivo às escolas e formar geriatras, fazendo com que os professores de geriatria façam cursos, aqueles cursos de sábado, de domingo com cem ou duzentas horas, e que forme médicos clínicos em cursos de geriatria.

Para isso é necessária boa vontade. E queremos que essa boa vontade não seja motivo de crítica, ou de críticas, como as que estão sendo feitas nos jornais. E nós aqui na Assembléia Legislativa fizemos nossa parte. O Governador sancionou o projeto, está fazendo a sua parte. Mas precisamos dar incentivos, fazermos investimentos para que as Universidades formem geriatras. É um apelo que fazemos, em caráter de urgência, ao Secretário de Saúde e às Universidades do Estado de São Paulo, para que formem geriatras e dêem atenção a essa população, que aumenta dia-a-dia.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão, pelo tempo restante reservado ao Grande Expediente.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, funcionários da Casa, convidados, é sempre uma honra manifestarmo-nos desta tribuna, obviamente nunca em nome pessoal, porque estamos aqui representando a nossa comunidade de 40 milhões de habitantes do Estado de São Paulo e particularmente as regiões que os Deputados representam.

Agradeço ao Deputado Celino Cardoso, que nos permitiu fazer a permuta para aqui registrarmos um pouco daquilo que é o primordial na história de cada um de nós, a nossa vida. Esta tribuna serve para trazermos alegrias, reivindicações, determinações, divergências e concordâncias, mas penso que nada é mais importante e sagrado quando podemos falar um pouco da vida, mesmo quando essa vida já tenha cumprido a sua tarefa, no local onde a pessoa viveu e conviveu com sua família, amigos e comunidade.

Respeitamos todas as religiões e comunidades, todas as profissões de fé, cada um acreditando no seu Deus, e na verdade tudo leva para um mesmo Deus. Queremos lembrar que estamos numa semana sagrada, que deve ser respeitada. Desde o dia 13 de setembro a comunidade judaica comemora o ano 5.768; também o Dia do Perdão se concretizará no próximo sábado, o dia do Yom Kipur, quando toda a comunidade judaica de São Paulo, do Brasil e do mundo estará agradecendo pela vida, respeitando a vida.

Nesta tarde queremos lembrar a história e o legado de uma dessas pessoas que soube valorizar não só a sua vida pessoal, mas sobretudo a vida de uma comunidade. Nós, que somos da região metropolitana de Campinas, e particularmente vivemos na cidade de Campinas, tivemos o privilégio de conviver com essa pessoa.

Sou cristã, católica, batizada. Meu marido é judeu e convivo com a comunidade israelita. É nas diferenças e divergências que aprendemos o respeito, o crescimento e as grandes e melhores soluções para uma sociedade que possa viver com justiça.

E para se viver com justiça só existe um caminho. Não é o melhor caminho. Só existe esse caminho. A justiça nós só alcançaremos se de fato promovermos a igualdade: de oportunidade, de raça, de religião, com as suas diferenças, sendo elas todas - religiões e raças - respeitadas.

 

* * *

 

-              Assume a Presidência o Sr. Vaz de Lima.

 

* * *

 

É por isso que assomo hoje à tribuna para me juntar aos milhares de vozes, corações, inteligências, sofrimentos, agradecimentos, pedidos do povo judeu por esse mundo afora, na história do povo judeu. Trago aqui para ficar registrado nos Anais da Casa, na história de São Paulo e do Brasil um pouquinho da extensa vida de um daqueles homens que com seu legado, na Educação, nos seus valores, dentro do Judaísmo, com a sua família e a sua comunidade, pôde fazer a diferença.

Recentemente a comunidade e a sinagoga de Campinas perderam um dos grandes nomes, o Dr. Moisés Liberman, médico renomado, respeitado não só na sua comunidade, mas também na sociedade organizada em geral, como grande profissional que foi. Queremos marcar aqui um pouco da sua história, da sua família.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Peço vênia à nobre Deputada Célia Leão, para anunciar a presença de uma figura muito cara e muito ilustre, o Prof. José Affonso da Silva, que foi Secretário de Segurança Pública do nosso Estado, e veio para um encontro com a Comissão de Constituição e Justiça e gentilmente faz uma visita à Presidência da Casa, oferecendo o seu livro, que está em 2ª edição, com dedicatória à Biblioteca da Assembléia Legislativa. Quero dizer do apreço que esta Casa tem pela sua história e o nosso reconhecimento pelo seu trabalho pelo nosso Estado e nosso país, particularmente na formação jurídica da nossa gente. A V. Sa. as homenagens do Poder Legislativo.

Os meus agradecimentos à nobre Deputada Célia Leão.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - Obrigada. Nós é que agradecemos, Sr. Presidente. É uma grande honra para nós recebermos o Prof. Dr. José Affonso da Silva, que pela sua trajetória marcou não só o nosso Estado de São Paulo, mas todo o nosso país. Mais uma vez quero parabenizar esta Casa pela gentileza de fazer o convite e, mais do que isso, a gentileza do nosso professor em estar sempre presente, quando convidado. Parabéns!

Cedo um aparte ao nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, gostaria de cumprimentar o Prof. José Affonso da Silva, em nome da bancada do PT. Certamente V. Sa. contribuiu muito com seu empenho e trabalho para o progresso deste país.

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - Continuando nosso registro, queríamos nos solidarizar com a família e a comunidade.

Embora seja triste despedir de uma figura que nos é cara, por outro lado, temos a alegria do tempo em que o Dr. Moisés Liberman - e não foi pouco - conviveu com todos nós e nos ensinou. Um grande mestre. Na sua singeleza, pôde ajudar muitas pessoas de toda a comunidade, não só judaica, de Campinas e do Estado de São Paulo.

Rapidamente queremos contar a história do Dr. Moisés Liberman, casado com a Dona Rachel, uma grande mulher. Teve dois filhos, Dr. Alberto Liberman, casado com a Sra. Ruth, que seguiu os passos do pai e hoje é um grande e renomado médico em Campinas, e a Sra. Gilza Strachman, casada com o Dr. Ismar. Seus netos são Marcel e Flávia, Henry e Adriana, Renato e Paula, Thaisa e Marcelo.

O Dr. Moisés Liberman teve uma trajetória muito bonita de vida pessoal, familiar, e chegou a ter uma bisneta: Layla. Chegou como imigrante da Polônia, em março de 1931. Residiu, por escolha pessoal, em Campinas, onde seu pai, que já havia imigrado dois anos antes, trabalhava como mascate, estabelecendo-se posteriormente como comerciante numa das ruas principais, a mais famosa hoje da cidade de Campinas, Rua 13 de Maio.

Ao chegar em Campinas, iniciou seus estudos - foi aluno do Correia de Melo -, dali saindo em 1938, para completá-los em São Paulo, em 1946. Logo após sua formatura, em 1947, voltou para Campina, instalando seu consultório no Bairro do Botafogo, um bairro tradicional de Campinas, onde tem sua clínica particular até hoje. Foi pioneiro na especialidade de Cardiologia em Campinas, atendendo toda a região.

No fim da década de 1940, publicou trabalhos científicos sobre Doença de Chagas, citados até hoje em referência bibliográficas no Brasil e no exterior. Nos anos 50, organizou os primeiros cursos de Eletrocardiografia no interior do Estado de São Paulo. Participou, entre 1952 a 1988, de todos os Congressos da Sociedade Brasileira de Cardiologia, participando também neste período da vários congressos internacionais.

Nas atividades de classe, foi Presidente da Comissão que construiu a Casa do Médico de Campinas - até hoje a Sede é na Sociedade e Cirurgia de Campinas -, foi fundador e diretor do Sindicato dos Médicos de Campinas, fundador da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Fundador do Departamento de Cardiologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas.

Pertenceu à Associação Médica Brasileira, Associação Paulista de Medicina, Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, Sindicato dos Médicos de Campinas, Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Associação Médica de Israel.

Fazendo uma síntese do trabalho do Dr. Moisés Liberman, quero dizer que ele foi uma referência não só para Campinas, mas para toda comunidade do Estado de São Paulo, na sua especialidade médica, como grande cardiologista.

Encerrado nosso tempo, só nos resta dizer ao Dr. Moisés Liberman - que por certo está conosco de alguma forma -, à sua família e a todos da comunidade judaica do Brasil, especialmente de Campinas. Shaná Tovah.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Waldir Agnello.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, pessoas que nos acompanham das galerias desta Casa, temos hoje várias categorias - professores, metalúrgicos - em campanha salarial, lutando por melhores condições de trabalho.

Antes de iniciar meu pronunciamento, gostaria de fazer uma ressalva. De vez em quando, ouço dizer “classe médica” ou “classe dos advogados”. Na verdade, são categorias, pois classe é uma estratificação com todos os segmentos.

Gostaria de pedir licença às outras categorias, mas quero me referir especialmente à categoria bancária - categoria com a qual tenho relação há muitos anos, participando de várias lutas -, que hoje fará uma passeata no centro de São Paulo, para sensibilizar os donos dos bancos, que só têm lucros. Dois ou três dos maiores bancos têm 4 bilhões de lucros só no semestre.

A categoria precisa ter resposta para sua minuta de reivindicação entregue aos banqueiros, que interromperam as negociações. Estou concitando os bancários para a luta: haverá uma caminhada, hoje, no centro de São Paulo, na Rua São Bento com a Avenida São João, a partir das 18 horas, por melhores condições de trabalho, melhora do PLR; para chamar a atenção em relação ao problema de assédio moral, de doenças da categoria, como tenossinovite, bursite, tendinite.

Os bancários precisam lutar, porque banqueiro não faz caridade. Precisam estar presentes para reivindicar seus direitos. São inúmeros os problemas de saúde da categoria bancária, entre eles o stress muito acentuado - muitos têm de se afastar do trabalho -, provocado, entre outras coisas, pelos assaltos, roubos, porque eles estão sempre na linha de frente.

Ontem, houve uma manifestação na Praça Patriarca, onde compareceram trabalhadores da economia familiar, pequenos proprietários de assentamentos. Trouxeram produtos cultivados por eles, como batata, banana, tomate, e distribuíram à população como um alerta, pois os bancos dificultam o financiamento. Parte do lucro dos bancos deveria ser investido socialmente, mas, ao contrário, os bancos dificultam. Muitos perdem suas propriedades, seus implementos agrícolas por falta de financiamento ou impossibilidade de pagamento. Eles estão mostrando que produzem, lutando juntamente com os bancários que estão em campanha salarial.

Um dos bancos grandes - que não vou citar o nome para não fazer propaganda - precisa pagar os PLRs. E, como ele, muitos ainda não pagaram. Dia 1o de setembro é a data-base dessa categoria. Queremos que os bancários trabalhem de forma a atender bem a população, que é castigada, enfrentando filas e mais filas, sem nenhum conforto. O lucro dos bancos vai aumentando, e a categoria bancária sofrendo. Poderia haver mais caixas para atender à população, mas querem transformar tudo em máquinas, em robôs, de uma forma fria. A população que não tem acesso à internet sofre ainda mais.

Bancários, hoje, às 18 horas e 30 minutos, haverá o encontro no centro de São Paulo, na São Bento, onde ocorrerá a largada da campanha salarial. Compareçam.

 

O SR. BRUNO COVAS - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - WALDIR AGNELLO - PTB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Bruno Covas e suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 16 horas e 40 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 36 minutos, sob a Presidência do Sr. Vaz de Lima.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência faz a seguinte convocação: “Nos termos do Art. 100, inciso I, da XII Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, sessenta minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 777, de 2007, que autoriza o Poder Executivo a realizar operação de crédito com instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito e bancos privados internacionais bem como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES”.

Segunda convocação: “Nos mesmos termos, convoco V. Exas. para uma segunda Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, sessenta minutos após o término da 1ª Sessão Extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 777, de 2007, já enunciado”.

Há sobre a mesa sete requerimentos de inversão da Ordem do Dia, dois deles assinados pelo Deputado Barros Munhoz, Líder do Governo, e cinco deles assinados pelo Deputado Simão Pedro, Líder da Bancada do PT.

Esta Presidência vai consultar o Plenário se admite ou não a modificação, conforme o Art. 24 do Regimento Interno.

Em votação a consulta. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

 

O SR. Simão Pedro - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - Vaz de Lima - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

-              É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, de acordo com o aventado por mim quando do andamento das tratativas a respeito do Projeto de lei Complementar nº 49, que trata da gratificação de acúmulo de titularidade e outras, eu afiancei que nós estaríamos elaborando uma emenda aglutinativa, obviamente com o aval do Governador - não adiantaria apresentarmos uma emenda para ser vetada.

Estamos chegando à conclusão dessa emenda e distribuirei suas cópias a todos os Srs. Deputados. Logicamente, ela só poderá ser apresentada ao final da discussão. Se porventura houver um entendimento e caminharmos para a discussão e, posteriormente, ao encerramento da discussão, ou entrarmos em entendimento para não discutirmos e partirmos já para a votação, a emenda estará em condições de ser apresentada e votada.

Ela trata da mudança do Art. 5º da Lei 689, incluindo licença-paternidade, licença ou afastamento para tratamento de saúde em razão de ter sido vítima de crime, ou atentado, em razão de suas atribuições, ou acometido de doença profissional. Ela muda as regras de contagem de licença-prêmio, retroagindo para maio de 2005.

Acredito que aprova a emenda nº 19, do Deputado Edson Ferrarini, que inclui aspirantes ao oficial da PM no texto indicado, e acredito ser fundamental que, sendo ela aprovada, atribui os efeitos da lei para dirimir, inclusive, uma ansiedade que existe no seio das Polícias Civil e Militar, a partir de 1º de setembro de 2007. Portanto, não mais no primeiro dia subseqüente ao mês da aprovação, mas no dia 1º de setembro de 2007.

Eu sei que não é o desejado, mas sei que é o possível - com esforço, luta, pertinácia, dedicação, crença e vontade de fazer -, e que houve por parte de todos os Srs. Deputados desta Casa. Acredito que, se não resolve, melhora em muito o projeto, razão pela qual peço a esta Casa que aprove essa emenda que será mais uma vitória da Assembléia Legislativa de São Paulo nesta Legislatura. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Srs. Deputados, participaram do processo de votação 59 Srs. Deputados: 58 votaram “sim”, nove se abstiveram e este Deputado na Presidência, quorum que admite a consulta ao plenário.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, para que possamos viabilizar o Projeto de lei Complementar nº 49, do Governo, que cuida do aumento das Polícias.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sr. Presidente, primeiro, não concordo com a suspensão dos trabalhos, uma vez que precisamos também priorizar projetos de interesse dos servidores da Justiça. É justa a reivindicação dos parlamentares que defendem evidentemente o aumento de salário para a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil. Mas também é justo, Sr. Presidente, que priorizemos aqui o Projeto de lei nº 479, de 2004, de iniciativa do presidente do Tribunal de Justiça, que prevê o aumento de salário para os servidores da Justiça, e que até agora não houve deliberação.

Este parlamentar indica a V. Exa. que não concorda com a suspensão dos trabalhos porque queremos debater essas matérias.

 

O SR. JONAS DONIZETTE - PSB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nobre Deputado José Bittencourt, eu pediria um minuto da sua atenção. O nobre Deputado José Bittencourt e o nobre Deputado Campos Machado têm lutado pelos funcionários da Justiça, pelos serventuários. Vossa Excelência, Deputado, tem usado da tribuna desta Casa, tem debatido nas comissões e faz um trabalho justo, porque os serventuários realmente merecem essa atenção da Assembléia Legislativa e do mandato de Vossa Excelência.

Agora, existe um entendimento, Deputado José Bittencourt, de que esse projeto da Polícia está pronto para ser votado, demorou, e caso não o votemos, os policiais não receberão o aumento, porque existe um artigo no projeto que diz que só receberão depois de votado por esta Casa.

Então, Deputado José Bittencourt, fica o apelo a V. Exa., para que possamos conduzir desta forma, e essa questão de ordem, Sr. Presidente, vem no sentido de que possamos suspender por 30 minutos a sessão, mediante o acordo que tivemos com as lideranças, para a análise do projeto, e logo em seguida, possamos fazer a votação da emenda aglutinativa.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, só para registrar que se for para entrar em votação esse primeiro item, quero encaminhar pela bancada.

Segundo, gostaria de fazer uma reclamação: não aceitamos essa forma de tratamento. Tivemos um debate no Colégio de Líderes, esse assunto não foi ponto de pauta, e não temos conhecimento do conteúdo dessa proposta de emenda aglutinativa, por isso não podemos concordar com esse procedimento, esse atropelo que se tentou instalar aqui.

Se V. Exa. concordar em suspender os trabalhos agora, por 30 minutos, pelo menos, para tomarmos conhecimento e tentarmos entrar num entendimento de como dar encaminhamento a essa emenda, aceitaremos. Sem isso, não vamos concordar com esse tipo de conduta no plenário.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Srs. Deputados, já há existe um pedido de suspensão dos trabalhos, e esta Presidência percebe que há agora um entendimento entre os líderes.

Antes de suspender a sessão, esta Presidência anuncia a presença entre nós, do Secretário de Segurança Pública, Dr. Ronaldo Marzagão, que esteve participando do Congresso de Comissões, da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, vindo espontaneamente a esta Casa, e gentilmente fez questão de se despedir de todos nós.

Queremos dizer a V. Exa. da nossa alegria em recebê-lo e agradecer publicamente a gentileza com que V. Exa. tem tido sempre para com esta Casa, independentemente de ser oposição, de situação, V. Exa. merece o respeito desta Casa. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - Sr. Presidente, procuramos um entendimento, inclusive com o Deputado Campos Machado, com o Deputado Estevam Galvão, Deputado Davi Zaia, Deputado Donisete Braga, todas as lideranças, para que na próxima reunião do Colégio de Líderes, apresentemos esta reivindicação, e que haja por parte do Colégio de Líderes, um efetivo posicionamento sobre o Projeto de lei nº 479, de 2004, de interesse dos servidores da Justiça do nosso estado. Diante disso, Sr. Presidente, concordamos com o andamento regular dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Edson Ferrarini e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 17 horas e 59 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Vaz de Lima.

 

* * *

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito a suspensão da sessão por mais 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Em face do acordo entre as lideranças a Presidência suspende os nossos trabalhos por mais 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 18 horas e 30 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 58 minutos, sob a Presidência do Sr. Vaz de Lima.

 

* * *

 

O SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, como disse anteriormente, procurei me desincumbir da melhor maneira possível de uma missão, aliás coadjuvado por inúmeros companheiros, colegas Deputados, e conseguimos apresentar um esboço, uma idéia de emenda aglutinativa ao Projeto de lei complementar nº 49/07.

Obviamente não era nosso intuito enfiar goela abaixo essa emenda aglutinativa de quem quer que seja, simplesmente coloca-la à disposição para que todas as pessoas pudessem ter acesso a ela, ler, conhecer, discutir, avaliar e tomar a decisão que julgar mais conveniente. Há pressa na votação, indiscutivelmente. Gostaria que o Projeto de lei Complementar nº 49 /07, o mais rápido possível fosse votado, mas essa é uma decisão que cabe ao Plenário tomar, e que saberemos respeitar. Era esse o esclarecimento que reputava necessário fazer. Agradeço a atenção de todos os colegas.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência suspende a sessão por um minuto, por conveniência da ordem.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

Suspensa às 18 horas e 59 minutos, a sessão é reaberta às 19 horas, sob a Presidência do Sr. Vaz de Lima.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, lembrando-os ainda das duas Sessões Extraordinárias de hoje, a primeira a realizar-se às 20 horas, e a segunda 60 minutos após o encerramento da primeira.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

-              Encerra-se a sessão às 19 horas.

 

* * *