16 DE AGOSTO DE 2006

115ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: UBIRATAN GUIMARÃES, PALMIRO MENNUCCI e HAMILTON PEREIRA

 

Secretário: VANDERLEI SIRAQUE


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 16/08/2006 - Sessão 115ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: UBIRATAN GUIMARÃES/PALMIRO MENNUCCI

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - UBIRATAN GUIMARÃES

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - PALMIRO MENNUCCI

Assume a Presidência.

 

003 - UBIRATAN GUIMARÃES

Tece comentários sobre a escalada da violência no Estado de São Paulo, que culminou com o seqüestro de jornalista da Rede Globo no útlimo final de semana, caracterizando atos de terrorismo. Fala que a presente situação se deve à falta de disciplina.

 

004 - UBIRATAN GUIMARÃES

Assume a Presidência.

 

005 - PALMIRO MENNUCCI

Faz a defesa dos professores aposentados do Estado de São Paulo, que são discriminados por não receberem gratificações como os professores da ativa.

 

006 - PALMIRO MENNUCCI

Por acordo de líderes, solicita a suspensão dos trabalhos até as 16h30min.

 

007 - Presidente UBIRATAN GUIMARÃES

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 14h55min.

 

008 - HAMILTON PEREIRA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h35min.

 

009 - ROBERTO FELÍCIO

Por acordo de líderes, solicita o levantamento da sessão.

 

010 - Presidente HAMILTON PEREIRA

Acolhe o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 17/08, à hora regimental com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Vanderlei Siraque para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Convido o Sr. Deputado Vanderlei Siraque para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Arnaldo Jardim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Havanir Nimtz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nivaldo Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Palmiro Mennucci.

 

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O SR. PRESIDENTE - PALMIRO MENNUCCI - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Ubiratan Guimarães.

 

O SR. UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, aqueles que nos assistem das galerias, nossos policiais militares sempre presentes, assomo à tribuna mais uma vez para falar sobre a segurança pública do Estado de São Paulo.

Temos visto o crescimento do crime organizado. Temos visto o crescimento do crime nos presídios e agora estamos presenciando atos de verdadeiro terrorismo. Verdadeiro terrorismo quando se seqüestra um jornalista e seu assistente para obrigar - esta é a palavra - uma rede de televisão a expor o que pretende, o que quer uma organização criminosa. Isso foi feito no tempo do terrorismo no nosso estado, no país todo e nós conseguimos vencer. Essa é a grande verdade. Estou entre aqueles que conseguiram vencer, que lutaram contra Carlos Lamarca, Marighella, Genoíno e outros. Participei da luta como oficial da ativa da Polícia Militar destacado para atuar no Vale do Ribeira e aqui em São Paulo no combate a essa guerrilha. Se os vencemos sem saber quem eram - grande parte deles camuflados-, por que não vamos vencer agora que sabemos quem são? Sabemos quem são e onde estão. Por que perder essa guerra? Por que não retornarmos à disciplina, ao cumprimento das ordens?

Posso falar muito do sistema prisional, conheço quase todas as cadeias, CDPs deste estado e fora dele. Lembro-me de quando era jovem ainda, segundo-tenente, com 20 anos e servindo no Regimento de Cavalaria. Fui fazer um serviço que me fora designado na Casa de Detenção. O diretor da Casa era o Sr. Fernão Guedes. Eu vi o que vou relatar. Fernão Guedes entrava a qualquer hora em qualquer lugar do presídio sozinho. Eu o acompanhei numa dessas inspeções. Aonde ele chegava o preso mais velho tinha um apito, apitava, todos paravam o que estivessem fazendo, levantavam-se, “Bom dia, Sr. diretor!”, “Boa noite, Sr. diretor!” Hoje diretor de presídio não entra no seu presídio nem com a tropa de choque. E quando entra arrisca-se a morrer, como morreu aquele delegado diretor de presídio em Jaboticabal.

O que houve de lá para cá? A quebra da disciplina. Não eram maus tratos, não era violência, era disciplina. E se não houver disciplina nada funciona. Começa pela nossa casa. Se cada filho chega na hora que quer, se a mulher vai e não volta vira uma verdadeira anarquia, exatamente o que aconteceu no sistema prisional. Por que cresceram? Porque deixaram. Por que estão dando ordens, estão matando nossos policiais, estão fazendo barbaridades? Porque não houve o devido enfrentamento.

Já disse aqui inúmeras vezes e repito que bandido só respeita uma coisa: força maior do que a dele. Não respeita discurso, não respeita palestra, “sou da paz”, vou soltar pombinha, vou vestir branco, vou desarmar São Paulo. Ele não respeita nada. Só respeita força maior do que a dele. E quando essa força não é utilizada para enfrentá-lo acontece o que estamos vendo agora, o que estamos passando, com o nosso povo sofrendo, atemorizado, nossos policiais morrendo. Alguma coisa séria e enérgica tem de ser feita para podermos voltar à tranqüilidade anterior. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ubiratan Guimarães.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Renato Simões. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Palmiro Mennucci.

 

O SR. PALMIRO MENNUCCI - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários da Casa, público presente, mais uma vez assomo à tribuna para defender os aposentados, principalmente os professores aposentados. Vou defender os aposentados até o fim do meu mandato.

É impressionante como as investidas contra a qualidade de vida dos aposentados, contra a sua dignidade e seu direito de cidadania plena são cada vez mais ousadas. A criatividade das pessoas e das instituições é inesgotável quando se trata de retirar direitos dos mais fracos. Os aposentados e os idosos, de uma forma geral, vêm sendo tratados como a “bola da vez”, já há muito tempo.

Tenho vindo com freqüência maior do que eu desejaria a esta tribuna, para alertar as autoridades do Estado a respeito da penosa situação pela qual passa os professores aposentados do magistério estadual. Mas essas autoridades permanecem surdas às minhas palavras e aos meus pedidos.

Os governos adotaram já há alguns anos, uma perversa política de gratificações para os professores estaduais: perversa, pois destrói a carreira do magistério e discrimina os aposentados.

Por ocasião da discussão da lei complementar 836/97, o governo afirmou que um de seus objetivos era acabar com a política de abonos e gratificações adotada pelos governos anteriores, pois reconhecia que este procedimento era danoso para a categoria, Infelizmente isto não aconteceu. A política de concessão de gratificações, injusta e prejudicial, continuou sendo adotada, e até ampliada.

Esta é uma distorção que precisa ser corrigida, pois esta forma de remuneração prejudica sobremaneira os professores, os quais vêem as suas vantagens pessoais, que são o seu patrimônio enquanto funcionários, conquistadas, a duras penas, ao longo do tempo, por mérito e/ou tempo de serviço, serem calculadas sobre o ínfimo salário-base que recebem.

E, o mais grave, é que essas gratificações podem ser retiradas a qualquer momento e, várias delas não são extensivas aos já aposentados. Portanto, fica claro que a extensão e incorporação das gratificações, que hoje são pagas ao magistério ativo é medida urgente!

Há também a questão do que é pago apenas aos integrantes do magistério, em atividade, todos os anos. É medida da mais cristalina justiça estendê-los aos professores aposentados.Se o tesouro pode financiar a despesa com o pagamento do bônus aos profissionais que não atuam no ensino fundamental, deve, da mesma forma, arcar com o pagamento do mesmo bônus aos inativos.

Como disse, no início deste pronunciamento, esta não é a primeira vez que venho a esta tribuna para tentar demonstrar ao Governo o quanto esta política é insustentável. É preciso que as autoridades reflitam e se sensibilizem com a triste situação dos professores aposentados do Estado mais rico da federação e, finalmente, resolvam o problema de uma vez por todas.

Em nosso país, conseguir o justo descanso, depois de cumprir a sua missão, deixou de ser prêmio. Virou castigo. Envelhecer, não é mais razão para ser respeitado, mas sim, para ser humilhado e constrangido.

Até quando, Senhores? Até quando esta odiosa discriminação da qual são vítimas os aposentados, vai persistir?

Senhor Presidente, Senhores Deputados, precisamos ensinar às novas gerações a importância do respeito permanente aos direitos fundamentais, desde o nascimento até a terceira idade. O reconhecimento àqueles que construíram com amor, trabalho e esperança a história de nosso país tem efeito multiplicador de cidadania. Isto tem que se dar através do exemplo.

E, este exemplo, o Poder Público faz questão de não dar. Ao contrário, os exemplos que a juventude tira das ações dos governos, em relação aos meios de sobrevivência dos aposentados, sejam eles do setor público ou do setor privado, seja ele metalúrgico ou professor, é o de que, após uma determinada fase da vida, as pessoas passam a ser um estorvo para a sociedade.

É preciso fortalecer o salário dos professores ao invés de aumentar as gratificações. Senhores Governantes e Senhores Deputados, é possível. É apenas uma questão de vontade política e sensibilidade. Muito obrigado!

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Nobre Deputado Palmiro Mennucci, permita-me cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento, porque essa é uma luta nossa, uma luta de aposentados como eu e uma luta dos policiais aposentados da Polícia Militar e da Polícia Civil!

 

O SR. PALMIRO MENNUCCI - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Palmiro Mennucci e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 14 horas e 55 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 35 minutos, sob a Presidência do Sr. Hamilton Pereira.

 

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O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - HAMILTON PEREIRA - PT - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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-  Levanta-se a sessão às 16 horas e 35 minutos.

 

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