29 DE AGOSTO DE 2006

120ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: DONISETE BRAGA, VANDERLEI SIRAQUE, MARIA LÚCIA PRANDI e UBIRATAN GUIMARÃES

 

Secretário: VANDERLEI SIRAQUE


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 29/08/2006 - Sessão 120ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: DONISETE BRAGA/VANDERLEI SIRAQUE/MARIA LÚCIA PRANDI/UBIRATAN GUIMARÃES

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência e abre a sessão. Cancela sessão solene, a pedido do Deputado Romeu Tuma, que ocorreria em 01/09. Anuncia a visita dos alunos da Escola Estadual Guilherme Dumont Villares, da Capital.

 

002 - VANDERLEI SIRAQUE

Discorre sobre o PL de sua autoria, em tramitação nesta Casa, que trata da criação do Programa do Primeiro Emprego no Estado de São Paulo para jovens de 16 a 24 anos.

 

003 - VANDERLEI SIRAQUE

Assume a Presidência.

 

004 - DONISETE BRAGA

Explana sobre o Projeto de lei nº 279/06, de sua autoria, que trata da proibição das agências de empregos cobrar antecipadamente para a recolocação profissional no mercado. Pede aprovação da lei específica para a represa Billings.

 

005 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência.

 

006 - VANDERLEI SIRAQUE

Apóia o Deputado Donisete Braga em seu projeto sobre o tratamento às agências de emprego. Fala sobre as Centrais de Emprego e Renda instaladas em várias cidades do Estado. Critica o veto do Executivo a projetos de sua autoria como a proibição do comércio de fardas e o que acabaria com os desmanches no Estado de São Paulo.

 

007 - VICENTE CÂNDIDO

Informa a assinatura de protocolo entre a Federação do Comércio do Estado de São Paulo e o BNDES, que visa fomentar o comércio e a pequena empresa.

 

008 - VICENTE CÂNDIDO

Por acordo de líderes, solicita a suspensão dos trabalhos até as 16h30min.

 

009 - Presidente DONISETE BRAGA

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 15h07min.

 

010 - MARIA LÚCIA PRANDI

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h40min.

 

011 - SEBASTIÃO ARCANJO

De comum acordo entre as Lideranças, pede a suspensão da sessão por 30 minutos.

 

012 - Presidente MARIA LÚCIA PRANDI

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 16h40min.

 

013 - UBIRATAN GUIMARÃES

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h32min.

 

014 - ADILSON BARROSO

De comum acordo entre as Lideranças, pede o levantamento da sessão.

 

015 - Presidente UBIRATAN GUIMARÃES

Acolhe o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 30/8, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Vanderlei Siraque para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Convido o Sr. Deputado Vanderlei Siraque para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Romeu Tuma, cancela a sessão solene, convocada para o dia 1º de setembro, com a finalidade de homenagear o Dia do Esporte Clube Corinthians Paulista.

Esta Presidência tem o prazer de cumprimentar e saudar a Profª. Egle Bing, que nos visita com os alunos da Escola Estadual Guilherme Dumont Villares, do município de São Paulo. Agradecemos as suas presenças e sejam bem-vindos à Assembléia Legislativa.

Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celino Cardoso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos Stangarlini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Havanir Nimtz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Palmiro Mennucci. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ubiratan Guimarães. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Souza Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembléia, hoje o tema que me traz à tribuna é referente ao primeiro emprego para jovens entre 16 e 24 anos de idade.

Apresentei um projeto há alguns anos, que está em tramitação nesta Casa, para a criação do Programa Primeiro Emprego no Estado de São Paulo. Esse projeto diz que se uma empresa tem, por exemplo, dez empregados e contratar o décimo primeiro, e este for um jovem que tem entre 16 e 24 anos de idade, que nunca tivesse sido contratado, a empresa, no momento de pagar os seus tributos, terá um desconto no valor de um salário mínimo.

Vejam bem: a empresa contrata o jovem para o primeiro emprego e também ganha. Alguém poderá até achar estranho e se perguntar: “Mas a empresa vai contratar e vai ganhar do Estado na hora de pagar seus tributos?” É isso mesmo. Por quê? Porque entendemos que é melhor investir na juventude, na prevenção à violência, do que o Estado depois ter de internar o jovem na Febem e gastar 1.700 reais por mês. Para o Programa Primeiro Emprego não significa custo. Significa investimento, um investimento de 350 reais por mês, ou seja, daria para contratar cinco jovens durante um período de seis meses e assim evitaríamos - não são todos os jovens que vão parar na Febem, evidentemente - que os jovens estivessem nas mãos dos traficantes, estivessem na rua pensando no que não é bom para eles e para a sociedade.

Entendemos que o Estado fazendo esse investimento no presente, no futuro poderia economizar milhões para a sociedade, para o próprio Estado, enfim, para todo mundo. Para se ter uma idéia, no presídio o preso custa em torno de mil reais por mês e a maioria dos presos, infelizmente, são jovens que dificilmente conseguem se recuperar, até porque dentro dos presídios também não se trabalha e não se estuda.

É nesse sentido, então, que eu peço para que a Assembléia Legislativa aprove este projeto de lei e que o Governador do Estado depois não vete, porque muitas vezes aprovamos projetos de lei nesta Casa e o Governador veta. E o interessante é que a culpa passa a ser nossa. Acho interessante que haja um controle externo da Assembléia Legislativa até porque o meu livro é sobre controle social da função administrativa do Estado, mas vale também para a função legislativa. Mas não podemos ser responsabilizados individualmente porque os nossos projetos não são votados. Agora coletivamente a Assembléia tem de ser responsabilizada. Vi uma pesquisa dando conta de que existem Deputados que tiveram aprovados dez projetos. Só se for em 30 anos de mandato, porque neste ano não vi projetos de Deputados serem aprovados nesta Casa.

Temos de ter transparência em tudo. Isso vale tanto para a Assembléia, como para qualquer outro Parlamento, porque o princípio da transparência vale para todo mundo. Qualquer pessoa que se responsabiliza em caráter público, sejam entidades ou não do Estado, tem de trabalhar com critérios.

Acho que o meu projeto é importante, é uma política pública importante para a nossa juventude, até porque o jovem não acha emprego porque não tem experiência e não tem experiência porque não tem emprego. Isso gera um círculo vicioso negativo. Portanto, é importante que ele seja votado. Se alguém quiser assinar o projeto junto comigo ou então se o Governador achar que a iniciativa deve ser do Executivo, que encaminhe o projeto para esta Casa que tenho certeza a juventude e a sociedade do nosso Estado vão agradecer e todo mundo terá um futuro melhor e mais feliz. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Renato Simões. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vanderlei Siraque.

 

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O SR. PRESIDENTE - VANDERLEI SIRAQUE - PT - Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rodolfo Costa e Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Dilson. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, nobre colega, companheiro de bancada Deputado Vanderlei Siraque, quero parabenizá-lo pela iniciativa do projeto de lei, uma iniciativa importante para a juventude do nosso Estado, haja vista as notícias sempre negativas em relação à violência, atual situação da Febem. Que haja sensibilidade por parte da Assembléia Legislativa para sua aprovação e vontade política por parte de quem governa nosso Estado para concretizar essa importante iniciativa. Quando o parlamentar ouve a sociedade e apresenta as demandas, sem dúvida alguma na essência da palavra a representação da relação parlamentar/eleitor/cidadão está garantida. E essa relação eu tenho procurado estabelecer.

Apresentei também um projeto de lei, o de nº 279/2006, fruto de uma reivindicação, de uma queixa apresentada por um jovem morador da Zona Sul. Esse jovem, desempregado, dirigiu-se até uma agência de emprego aqui na Capital. Essa agência apresentou-lhe um contrato de um curso de formação de três meses. O jovem assinou esse contrato, fez o curso que, diga-se de passagem, tinha de ser pago, mas a agência não o recolocou no mercado de trabalho. Ele não pagou o curso e seu nome foi para o Serasa. Então, partindo da iniciativa desse jovem, apresentamos esse projeto de lei para coibir a máfia das agências de emprego que se aproveitam muitas vezes da simplicidade, da ansiedade das pessoas que se encontram desempregadas e terminam cobrando um absurdo. É uma incoerência: se a pessoa está desempregada, como vai poder pagar o curso?

No nosso projeto as agências não poderão cobrar antecipadamente por serviço de cadastramento, divulgação de currículos por quaisquer meios: intermediação, agenciamento de qualquer tipo, serviços de psicólogos, treinamentos, palestras, simulação de entrevistas e outros similares. Quanto aos contratos, esses deverão ser mais claros e com detalhes da relação do consumo para que quem não cumprir as regras receba uma multa de 500 Ufesps.

É importante destacar que a nossa iniciativa está se baseando nos Termos de Ajustamento de Conduta que o Ministério Público Estadual vem firmando com prestadoras de serviço denunciadas por propaganda enganosa e práticas abusivas. Essas agências devem obediência ao Código de Defesa do Consumidor que preconiza a Lei Federal 8078, de 1990.

Acredito que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo irá referendar este nosso projeto de lei porque não estabelece despesas na conta do Tesouro do Estado. É uma iniciativa para proteger os trabalhadores que com muita ansiedade procuram as agências de emprego, e nessa expectativa de recolocação profissional acabam sendo penalizados.

Também gostaria de dizer que estamos aguardando com muita expectativa, mas será difícil viabilizar ainda para este ano, a aprovação da Lei Específica da Billings. Vamos trabalhar para que no primeiro semestre do próximo ano a Assembléia Legislativa possa cobrar do governo do Estado de São Paulo uma proposta para rapidamente aprovar essa lei que estabelece um montante importante de recursos para a recuperação e a preservação desse manancial. Muito obrigado.

 

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-         Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Palmiro Mennucci. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, concordo com o projeto do Deputado Donisete Braga. As pessoas já têm a dificuldade - não somos contra as agências - mas não se pode abusar da falta de informações das pessoas vulneráveis para torná-las ainda mais vulneráveis, porque o que elas buscam é a renda.

Gostaria de lembrar que existem as Centrais de Trabalho e Renda. Em Santo André, por exemplo, a Central de Trabalho e Renda funciona junto ao Ministério do Trabalho, a Prefeitura de Santo André e a Central Única dos Trabalhadores. Aqui em São Paulo temos o Governo Federal e a Força Sindical. Temos as Centrais de Trabalho e Renda junto com as Centrais Sindicais, que é o local apropriado, porque além do emprego oferecem a formação profissional adequada.

Lembro também um outro projeto de lei de V.Exa., da taxa dos diplomas, que foi bastante comentado. Não somos contra as universidades privadas, porque elas são complementares, uma vez que não há vagas para todos nas universidades públicas. Elas estão dando oportunidades também, mas não se pode abusar, por exemplo, na taxa do diploma. O projeto apresentado por V.Exa. foi muito bem feito, foi aprovado pela Casa, e felizmente o Governador não vetou, porque não ficaria bem.

O então Governador Geraldo Alckmin vetou um projeto de minha autoria, que proibia a venda de fardas da Polícia Militar e coletes da Polícia Civil. O motivo eu não sei. Quem tem que usar farda é a polícia, e não entendo por que existe um comércio de fardas. Os policiais em São Paulo são obrigados a comprar fardas. É como se uma pessoa fosse trabalhar para um feirante vendendo batatinhas na feira e tivesse que levar, por exemplo, a balança. Não é possível. É como se nós, parlamentares, para fazermos o discurso, tivéssemos que trazer o microfone de casa.

O policial tem que receber a farda gratuitamente. É o que consta no nosso projeto. Os policiais que mais trabalham, que mais estão correndo atrás de bandidos, são os que mais correm o risco de terem as suas fardas rasgadas. E eles vão ser penalizados? Então, nós apresentamos uma lei para acabar com o comércio de fardas. Os representantes do lobby dos que vendem fardas foi ao Palácio dos Bandeirantes e ao Secretário da Segurança Pública do Estado, conseguindo assim vetar o projeto. É lamentável.

Quero informar à população sobre um outro projeto de minha autoria, muito bem elaborado, aprovado por unanimidade por esta Casa, vetado pelo Sr. Governador, que acabaria com os desmanches clandestinos no Estado. Nós ouvimos o Ministério Público, a Polícia Civil, a Polícia Militar e a população sobre o número alarmante de roubos e furtos de veículos. São dois milhões no Estado de São Paulo, o que corresponde a 10% da frota nacional. De todos os veículos que são produzidos no Brasil, 10% são roubados no Estado de São Paulo, e a maioria vai parar nos desmanches clandestinos. Este projeto de lei foi aprovado pelos colegas Deputados, mas foi vetado pelo então Governador Geraldo Alckmin.

Lamentamos, porque são projetos importantes. Alega-se que a iniciativa não é do Estado, é do Governo Federal. Só que ele tem um decreto ineficiente e ineficaz sobre os desmanches no Estado de São Paulo. É tão ineficiente que toda a população do Estado sabe onde ficam esses desmanches e sabe onde vão parar os carros roubados.

As seguradoras estão ganhando muito dinheiro. Em Santo André, por exemplo, chegam a pagar 300% a mais. Estão enchendo as burras de dinheiro. Aliás, esta Casa também precisa investigar essas seguradoras.

Já que esses projetos foram vetados, na próxima legislatura, se esta Casa permitir uma CPI, talvez seja sobre roubos e furtos de veículos do Estado de São Paulo. Ela já foi proposta nesta Casa, mas não foi instalada. Há pessoas ganhando com isso. Não é possível que este projeto tenha sido vetado! Não é possível que continue esse grande número de roubos e furtos de veículo. As cidades de Santo André e São Caetano do Sul se revezam nos postos de campeã e vice-campeã.

E continuamos vendo as coisas acontecerem. Talvez o meu projeto ferisse alguns interesses. Era para ferir mesmo porque estou aqui para defender o interesse público, o interesse do Estado e da nossa sociedade. Quem vetou o projeto de lei terá de explicar para a sociedade por que o fez, o que até agora não sabemos. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Vicente Cândido.

 

O SR. VICENTE CÂNDIDO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia, hoje o BNDES estará na Federação do Comércio do Estado de São Paulo com o objetivo de assinar um convênio para a instalação, na Federação e nas outras unidades do estado, de postos avançados do BNDES, para treinamento dos possíveis tomadores de recursos do setor comercial de São Paulo. Esse acontecimento de hoje é fruto de um pedido que partiu da Frente Parlamentar em Defesa da Pequena Empresa, coordenada por mim. Travamos aqui vários debates, realizamos várias conferências para que o BNDES também atue junto ao empresário do comércio.

O BNDES foi criado no Brasil em 1953 muito com a cara da indústria, ou seja, sempre fomentando a indústria. Havia uma barreira entre o BNDES e o setor de comércio e de serviços. A partir desse convênio com a Federação do Comércio procuramos mudar esse quadro.

O BNDES foi muito solícito nessa questão e hoje o diretor Mauricio Borges, da área de pequena empresa, está vindo juntamente com o superintendente Cláudio Bernardo e sua assessoria para assinar esse protocolo. A partir de então o empresário do pequeno e médio comércio poderá acessar créditos do BNDES, hoje o dinheiro mais barato no Brasil, competitivo inclusive com os juros internacionais.

Hoje, o dinheiro do BNDES está por volta de 7,5% ao ano, e o spread nunca é superior a 2,8%. Estamos falando em dinheiro que custaria por volta de 10%, 11% ao empresário brasileiro. Esse dinheiro passa a ser bastante competitivo e viável ao setor produtivo, mais em conta talvez do que captar dinheiro fora do Brasil, onde existe também o risco cambial.

Quero cumprimentar a Federação do Comércio, sob a presidência de Abram Szajman, e o BNDES por atender esta solicitação. Um dos gargalos pesados do fomento da economia do Estado de São Paulo é exatamente a falta de acesso a crédito barato.

Nosso estado não tem hoje nenhum instrumento de fomento à economia. O Estado de São Paulo teve, no passado, o Badesp, o Banco de Fomento ligado ao Banespa. Quando o Governador Covas vendeu o Banespa o Badesp foi junto e a indústria e os empresários do Estado de São Paulo ficaram sem nenhum instrumento de fomento, ancorando-se apenas nos bancos privados. As grandes empresas tinham acesso ao BNDES, mas, mesmo assim, não de uma forma tão tranqüila, porque a sede do BNDES é no Rio.

Tramita nesta Casa proposta de criação de uma agência de fomento que poderia operar com o próprio dinheiro do BNDES, já de acordo o Presidente do BNDES e o ex- Presidente e hoje Ministro da Fazenda, Guido Mantega, pois há necessidade de termos em São Paulo um banco de fomento que forneça dinheiro mais barato ao empresariado paulista.

A iniciativa de hoje é inovadora, porque, além de o BNDES estender sua vocação para os serviços, dá um recado ao Governo de São Paulo sobre a necessidade de termos aqui um instrumento, como no Rio Grande do Sul, onde o BNDES tem três instrumentos de incentivo ao empresariado da região, assim como na Bahia.

O BNDES patrocina mais de 180 agências e bancos de cooperativa no Brasil todo, possibilitando ao empresário captar dinheiro mais em conta. Um dos grandes gargalos do baixo crescimento paulista, sobretudo da pequena e média empresa, é a falta de acesso a financiamentos mais competitivos.

Essa iniciativa vem ao encontro do anseio do pequeno empresário, mas ainda é tímida, porque São Paulo não trabalhou essas questões. A Assembléia Legislativa ainda não quis deliberar sobre isso. A baixa produtividade legislativa da Assembléia neste ano acaba emperrando a votação de projetos de importância para o desenvolvimento econômico. Espero que até o final do ano consigamos deliberar projetos dessa natureza, com o objetivo de proteger a pequena empresa, facilitar o acesso a crédito, à tecnologia, que são os anseios do setor. É evidente que temos mais problemas aqui. A pauta de investimento e infra-estrutura fez com que a economia de São Paulo não crescesse à altura do nosso estado, ficando muitas vezes aquém da média brasileira.

Cumprimento a diretoria do BNDES na pessoa do seu diretor, dr. Mauricio Borges, que hoje às cinco horas assinará esse convênio juntamente com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Espero que esse exemplo seja seguido pelo nosso estado, que poderá criar outros mecanismos para o financiamento da economia, sobretudo para o pequeno e médio empresário. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. VICENTE CÂNDIDO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Vicente Cândido e suspende a sessão até as 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 07 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 40 minutos, sob a Presidência da Sra. Maria Lúcia Prandi.

 

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O SR. Sebastião Arcanjo - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE - Maria Lúcia Prandi - PT - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Sebastião Arcanjo e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 40 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. Ubiratan Guimarães.

 

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O SR. ADILSON BARROSO - PSC - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 33 minutos.

 

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