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20 DE SETEMBRO DE 2012

125ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: TELMA DE SOUZA e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: GERSON BITTENCOURT

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - TELMA DE SOUZA

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença de alunos do Colégio São Judas, bairro da Mooca, do município de São Paulo.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comunica que hoje foi promovido ato, por diversas centrais sindicais, visando à melhoria das condições de trabalho. Projeta imagens do evento. Destaca a importância de movimentos sindicais. Frisa que todos os setores econômicos vêm crescendo nos últimos anos. Solidariza-se à causa dos trabalhadores.

 

003 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Combate a instalação de pedágio ponto a ponto. Considera que a medida deverá prejudicar a população da região metropolitana de São Paulo. Afirma que a medida deverá refletir no preço de mercadorias.

 

005 - TELMA DE SOUZA

Associa-se a fala do Deputado Luiz Claudio Marcolino quanto às reivindicações de centrais sindicais. Comenta denúncia envolvendo o candidato do PSDB à prefeitura de Santos, Paulo Alexandre Barbosa. Pede a apuração dos fatos.

 

006 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Saúda os alunos presentes em Plenário, acompanhados pela Sra. Monica Broti.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Comunica que dia 15/10 deverá ser realizada audiência pública, nesta Casa, para o lançamento de projeto de iniciativa popular que propõe alterações na legislação penal. Informa que a medida visa aumentar a punição de crimes praticados contra agentes públicos de segurança.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Fala sobre audiência pública que discutiu a denúncia acerca do extermínio de jovens da periferia. Pede providências quanto ao tema. Critica a falta de investimentos em segurança pública. Discorre acerca da falta de oportunidades aos jovens moradores da periferia.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

010 - Presidente LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defere o pedido.  Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/09, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, dia 21/09, às 10 horas, com o intuito de "Comemorar o Dia do Policial Militar Ambiental". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Telma de Souza.

 

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A SRA. PRESIDENTE – TELMA DE SOUZA - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Gerson Bittencourt para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – GERSON BITTENCOURT - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - TELMA DE SOUZA - PT - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos do Colégio São Judas, do Bairro da Mooca, de São Paulo. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Alesp e alunos da Escola São Judas que nos acompanham no dia de hoje, nobre Deputada Telma de Souza, no dia de hoje, as centrais sindicais realizaram um ato unificado na Avenida Paulista, em que esteve presente a Central Única dos Trabalhadores, a Força Sindical, a CTB e a Intersindical Conlutas. O ato foi por melhores salários; pela isenção do Imposto de Renda na participação dos lucros nos resultados; redução da jornada de trabalho; igualdade de direitos; aumento real para os aposentados, o fim do fator previdenciário e contra o aumento da idade mínima para as aposentadorias; negociação coletiva no serviço público para a regulamentação da Comissão 151, da OIT, o fim da rotatividade e a ratificação da Comissão 158, da OIT, que garante aos trabalhadores e trabalhadoras garantia de emprego, a questão dos 10% do PIB para a Educação e o trabalho decente.

Rapidamente, gostaria de apresentar as imagens do ato em que temos a Juvandia, Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo; o Tião, Secretário-Geral da CUT de São Paulo; o Vagner Freitas, Presidente-Geral da CUT nacional, e os trabalhadores que hoje, pela manhã, na Avenida Paulista, paralisaram praticamente todos os trabalhadores da Petrobras, empresa próxima ao centro; as agências bancárias, que já estão no terceiro dia de greve; os trabalhadores metalúrgicos, químicos, dos Correios, todos os trabalhadores que estão em campanha salarial nesse segundo semestre.

O que é importante nessas ações, nobre Deputada Telma de Souza? Há um tempo, inclusive quando estávamos na Presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, junto com os metalúrgicos do ABC, começamos a organizar um movimento, na época pela correção da tabela do Imposto de Renda, e, na sequência, um movimento pelo acordo nacional para a manutenção e ampliação da correção do salário mínimo de forma permanente. Esse movimento só foi possível a partir de dois sindicatos, o dos Bancários de São Paulo e o dos Metalúrgicos do ABC, e iniciou um processo de debate com o Governo Federal, pois até então não se tinha uma pauta de negociação com o Governo Federal, e quando se negociou a pauta do salário mínimo, garantiu-se a 60 milhões de pessoas no Brasil, o aumento real de salário mínimo de forma permanente.

Essa movimentação de campanha unificada e depois das centrais sindicais começou a mostrar a capacidade dos trabalhadores de se organizar, automaticamente garantindo a ampliação e manutenção de direitos. Depois da correção da tabela do Imposto de Renda, veio a questão do salário mínimo. Na plataforma dos trabalhadores que foi apresentada aos candidatos à Presidência da República, no ano de 2006 e 2010, essas ações permanentes, e hoje essa ação conjunta das centrais sindicais na Avenida Paulista, demonstram a capacidade de organização das centrais sindicais e de mobilização dos trabalhadores de diversos sindicatos, numa perspectiva de ações comuns e conjuntas garantirem um bom resultado nas campanhas salariais.

É importante a referência dessa unidade de luta, que aconteceu hoje na Avenida Paulista, das centrais sindicais e dos sindicatos, demonstrando que as lutas são muito parecidas: a questão do aumento real de salário, o fim das metas abusivas, a participação dos lucros no resultado, a ampliação e a manutenção do número de trabalhadores nos postos de trabalho, porque com a economia brasileira crescendo, todos os setores da nossa economia têm tido bons resultados, seja na área de serviço, comércio, indústria, seja no próprio sistema financeiro. Hoje os patrões têm condições de absorver as demandas e reivindicações dos trabalhadores.

A cada ano que uma categoria tem um reajuste, um aumento real de salário esse dinheiro acaba voltando para a economia a partir do consumo ou mesmo a partir da poupança. A partir do consumo vai se gerando mais consumo, renda e produção e com isso a economia do Estado e a do Brasil vão crescendo. E quando vai para a poupança, boa parte do recurso da poupança é destinado para a construção de habitação a partir da Caixa Econômica Federal. Então, tanto na poupança quanto em relação ao consumo, os aumentos reais de salário permanentes, como que ocorreu no salário mínimo e das categorias que estão em luta, acaba gerando uma maior renda, maior consumo e o maior desenvolvimento do nosso Estado e do País.

Estive hoje, na Avenida Paulista, prestando a minha solidariedade e a solidariedade do Partido dos Trabalhadores às categorias que estão em luta: bancários, metalúrgicos, químicos e Correios, demonstrando que estão no caminho correto.

 Se a economia cresce, esse crescimento da economia e do PIB tem que ser dividido com os trabalhadores.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - TELMA DE SOUZA - PT - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Alesp e alunos e professores do Colégio São Judas Tadeu, do bairro da Mooca, primeiramente gostaria de manifestar a nossa grande preocupação com a decisão do Governo Estadual em implantar nas rodovias estaduais o famoso pedágio eletrônico, Pedágio Ponto a Ponto, que só vai aumentar ainda mais a farra dos pedágios promovido pelo PSDB no nosso Estado. O Estado de São Paulo tem o maior número de praças de pedágio, um dos pedágios mais caros do mundo e agora, como se não bastasse isso, o Governador Alckmin, dando sequência a esse DNA do PSDB de privatizar, terceirizar e, sobretudo de pedagiar as rodovias estaduais construídas com o recurso público. Com o dinheiro dos impostos que nós pagamos o Governador vai implantar esse modelo de pedágio que na verdade prejudicará, sobretudo as populações das regiões metropolitanas.

Estamos acompanhando o caso da discussão da possível cobrança de pedágio, por exemplo, de quem acessar a Rodovia Ayrton Senna para ir até o Aeroporto de Congonhas. Se esse projeto for implantado do jeito que ele está sendo ventilado e anunciado, quem sair da capital do Estado de São Paulo e ir até o Aeroporto de Cumbica vai ter que pagar pedágio; quem sair da capital e ir em direção a Cotia vai pagar pedágio na Rodovia Raposo Tavares; quem for para São Bernardo do Campo também pagará pedágio na Via Anchieta, e assim por diante.

Não só aqui na Região Metropolitana de São Paulo, mas em outras regiões também. Na Região de Campinas, a população já está horrorizada com as possibilidades de cobrança, por exemplo, para quem for ao Aeroporto de Viracopos. A pessoa que sair de Campinas e for até Viracopos, vai pagar pedágio. A pessoa que for à Unicamp, vai pagar pedágio. Estou falando de um morador de Campinas. Ou seja, é um verdadeiro atentado contra a população do nosso Estado.

É por isso que nós, do PSOL, estamos nos posicionando contra essa metodologia que será adotada pelo Governador Geraldo Alckmin, dando sequência à farra dos pedágios no Estado de São Paulo. Isso vai onerar ainda mais a nossa população. Mesmo aqueles que não pagam pedágio serão penalizados, porque as mercadorias que são transportadas por essas rodovias estaduais terão o acréscimo do valor desse pedágio. E a cesta básica será alterada - encarecida, logicamente - por conta dessa medida.

Estamos dispostos a acionar a Justiça, o Ministério Público, o Poder Judiciário. Vamos cerrar fileiras com a população, que já começa a se organizar contra esse projeto “Ponto a Ponto”, que, na essência, até seria interessante. Mas era muito bom para ser verdade, já que reduziria o valor do pedágio no Estado, como foi proposto pelo Governo. O que estamos vendo, na verdade, é um presente de grego, que vai aumentar ainda mais a cobrança de pedágios em São Paulo.

Como se já não bastasse o que estamos passando, existem cidades que são repartidas ao meio por pedágios. Acompanhamos o caso de Itatiba, onde, dois anos atrás, o Governo do PSDB instalou uma praça de pedágios, dividindo a cidade ao meio, obrigando pessoas da mesma cidade a pagarem pedágio para ir à escola, ao trabalho, à padaria, à igreja. Para atravessar com o automóvel de um lado para o outro da rodovia, paga pedágio. Existem várias regiões vivendo esse drama. Aqui mesmo, em São Paulo, no quilômetro 26 da Via Anhanguera, as pessoas são obrigadas a pagar pedágio no mesmo bairro, na região de Perus. É um absurdo.

Vamos, portanto, acionar o Ministério Público, o Poder Judiciário, e vamos denunciar exaustivamente essa farra dos pedágios do PSDB, que vem penalizando os 41 milhões de habitantes do nosso Estado.

Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Luiz Claudio Marcolino - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, boa tarde. Alunos que nos visitam hoje, sejam muitíssimos bem-vindos!

Quero juntar minhas palavras às palavras dos Deputados Luiz Claudio Marcolino e Carlos Giannazi. Um, para saudar a resistência dos trabalhadores. Na Av. Paulista, as centrais sindicais celebram um ato enérgico em relação à greve, especialmente à greve bancária. Sabemos que se trata de uma greve extremamente justa, uma vez que os lucros e os ganhos dos bancos não são compatíveis com os salários que os bancários de todo o Brasil, particularmente do Estado de São Paulo, recebem.

Em segundo lugar, para lembrar que, sendo eu de Santos, apresentamos naquela região, lamentavelmente, o maior pedágio em custos do País: mais de 20 reais, por cerca de 67 quilômetros rodados, um pouco menos até, para unir Santos a São Paulo.

Estou usando esta tribuna para fazer algumas declarações que têm a ver com as eleições municipais na minha cidade. Hoje, a cidade acordou absolutamente sacudida por denúncias envolvendo o PSDB e o candidato local, Paulo Alexandre Barbosa, Deputado nesta Casa. Há quatro denúncias protocoladas por diversos partidos políticos, que são as seguintes:

- gastos antes da convenção do PSDB, o que é absolutamente proibido por lei;

- ausência de CNPJ, que é o carimbo de exclusividade de gastos para o partido e para o candidato, que todos têm que ter no início da campanha;

- uso de carros da firma Transbraçal, contratada pelo Governo do Estado e de Curitiba, que está oferecendo seus serviços por meio da campanha do candidato do PSDB, o que é mais do que escorchante, é mais do que aberrante. Isso significa uso de dinheiro público para a ação de eleição;

- e a quarta e última denúncia, pelo menos até agora, é com certeza a mais grave: telegramas que não cessaram de ser enviados às pessoas da minha cidade, oferecendo cursos no “Via Rápido” e empregos subsequentes em torno de medidas financeiras que são absolutamente inaceitáveis, uma vez que, dessa maneira, concretizam a compra de votos.

Para piorar toda a situação, temos o caixa de campanha e todos os valores. Pois não é que um programa televisivo, de sete minutos e meio, apresenta gastos de 80 mil reais, contabilizando uma situação que apoia o que sabemos ser o caixa dois.

Esses indícios terão que ser averiguados de uma maneira profunda por todas as ações eleitorais, pelos juízes eleitorais; terão que ser divulgados pela mídia que hoje poupou o candidato, tentando colocar as denúncias como simples boatos, quando, na verdade, são dados incrivelmente incriminatórios. Citei cinco denúncias. Para não dizerem que está havendo luta política por parte do Partido dos Trabalhadores, nenhuma delas foi feita pelo PT.

Acho que é mais do que o momento de termos essa situação revelada de uma maneira transparente, principalmente porque estamos tentando legar a este País um outro momento, uma outra história.

Vim fazer uso da palavra, Sr. Presidente, para que esses atos fiquem registrados em ata; para que mídias que sejam afinadas com o PSDB não desvirtuem e deixem de trazer à tona a verdade dos fatos; e para que esta Casa, sabedora disso, tenha sempre o dever, antes, durante e depois da eleição, de fiscalizar aqueles que, em seu nome, dizem ser representantes do povo.

Essa é a minha fala; essa é a minha indignação.

 

O Sr. Presidente - Luiz Claudio Marcolino - PT - Obrigado, nobre Deputada Telma de Souza.

Aproveito a oportunidade para, mais uma vez, saudar os nossos visitantes, alunos do Colégio São Judas, do bairro da Mooca, São Paulo, acompanhados pela Sra. Mônica Broti. Sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa!

Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, jovens que visitam hoje a Casa, sejam bem-vindos aqui na Assembleia Legislativa e passem uma boa tarde.

No próximo dia 15 de outubro, Sr. Presidente, realizaremos aqui na Assembleia Legislativa, no Auditório Paulo Kobayashi, uma grande audiência pública que será o pontapé inicial para o lançamento de uma coleta de assinaturas.

Essa audiência pública será realizada inicialmente no Estado de São Paulo, mas tenho certeza que será estendida ao País, visando apoio a um projeto de iniciativa popular que precisa da assinatura de 1% do eleitorado brasileiro, tendo como objetivos: aumentar as penas, criminalizar condutas e impor restrições a todos que atacam agentes da lei.

Entendendo-se como agentes da lei, desde aqueles que trabalham nas ações ostensivas, como os guardas municipais, os policiais e bombeiros militares, os policiais rodoviários e ferroviários federais. Mas também aqueles que trabalham nas ações de Polícia Investigativa, que são os policiais federais, os policiais civis nos estados, bem como os membros do Ministério Público que atuam na ação penal, quanto aos funcionários do Poder Judiciário, não necessariamente só o Juiz, mas os funcionários do Sistema Judiciário e do Sistema Prisional. Estendendo-se as penas e as restrições àqueles que atacarem também familiares diretos desses agentes públicos, em função de sua atuação pela lei.

E por que isso, Sr. Presidente? Porque no Estado de São Paulo foram mortos, no ano de 2012, setenta policiais militares, três policiais civis e dezesseis agentes penitenciários. Então não é razoável que continuemos desta forma e é preciso tomar atitude já.

Eu protocolei uma proposta de moção e espero ter o acolhimento da Assembleia Legislativa, de encaminhamento ao Congresso Nacional, e sugestão dessa Casa de alteração ampla e geral no Código Penal brasileiro. Tendo em vista que nós temos até uma comissão especial e que está apresentando proposta no Senado da República, por iniciativa do Presidente do Senado, José Sarney.

Mas nesse caso das agressões, das execuções de agentes da lei e da intimidação a juízes e promotores, passou da hora da sociedade brasileira, através da lei, fazer uma revisão comportamental; fortalecer os órgãos, instrumentalizar, dar melhores condições aos profissionais, é fundamental, mas temos que ter o suporte na lei. E, neste momento, diante da inércia dos Poderes constituídos, a iniciativa popular, um instrumento que está na nossa Constituição para apresentação de projetos, tem uma força e um apelo maior.

Se fosse pela tramitação, Deputado Carlos Giannazi, que representa um dos partidos mais combativos no Congresso brasileiro, duvido que se não fosse por iniciativa popular, que a Lei da Ficha Limpa teria se tornado uma realidade. Também duvido que se coloquem o dedo na ferida para responsabilizar, na forma da lei e de modo mais contundente, aqueles que atacam e intimidam os agentes da lei, sem a iniciativa da população.

Nessa audiência pública estarão todos os segmentos representativos de guardas municipais, de policiais civis, militares e federais, juízes, promotores, defensores públicos, agentes penitenciários, agentes de escolta e vigilância; conselhos comunitários de segurança e todos os segmentos da sociedade que querem uma sociedade mais segura. Porque se estão atacando e intimidando os agentes da lei cabe ao império da lei potencializar a punição.

Antecipo o convite aos parlamentares e a sociedade como um todo. Vamos, muito rapidamente, capilarizar em todo o Estado de São Paulo. Será o nosso ‘Reaja São Paulo’, que se expanda ao País e se transforme num ‘Reaja Brasil’, protegendo a todos os agentes da lei intimidando os criminosos e proporcionando mais segurança à população.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício desta sessão, nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente e telespectadores da TV Assembleia, ontem foi realizada uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa, organizada pela Comissão de Direitos Humanos, que confirmou as graves denúncias que estamos recebendo em relação ao extermínio de jovens, na periferia da cidade de São Paulo e também na Grande São Paulo.

Essa audiência pública tratou desse tema com a participação de várias entidades e representantes de organizações sociais, como o SOS Racismo, o grupo Tortura Nunca Mais. Nós tivemos representantes do Ministério Público Estadual e Federal, e ficou claro que hoje há grupos de extermínio, não só na periferia do Estado de São Paulo, mas em varias regiões da Grande São Paulo.

As denúncias discutidas na Comissão de Direitos Humanos se referem às regiões de Campo Limpo, do M’ Boi Mirim, aqui na Capital, no Capão Redondo, Jardim Ângela e alguns municípios vizinhos, como Taboão da Serra, Embu das Artes. Enfim, são vários casos de extermínio de uma juventude, de adolescentes que já são privados do acesso à Cultura e à Educação Pública de qualidade. Eles são privados porque não têm acesso a cursos profissionalizantes e não têm uma perspectiva de vida por conta da grande desigualdade social e por conta do isolamento social que são colocados pelo Poder Público, pela falta de políticas públicas que possam incluir socialmente, economicamente e culturalmente toda uma geração que está sendo formada.

O que também ficou claro nessa audiência pública, confirmando as denúncias que já estamos fazendo há um bom tempo, é que esses jovens estão sendo exterminados por grupos de extermínios, muitos deles ligados às Polícias Militar e Civil, o que chamamos de “banda podre” dessas Polícias.

De acordo com relatos, até os policiais que não são a favor desses grupos de extermínio, os próprios policiais que são dignos e sérios e se colocam contra esses grupos, são também mortos.

A situação é muito grave. Temos de tomar providências imediatas e o Ministério Público tem de agir com mais rigor, inclusive o Governo estadual. Uma coisa é combater a criminalidade, que é a função da polícia e nós apoiamos. É para isso que ela existe e é paga, ainda que muito mal paga. Tanto é que nós, do PSOL, defendemos a PEC 300 pela valorização dos profissionais da Segurança Pública. Não vamos tolerar essa situação de extermínio da juventude, principalmente a pobre e negra, que mora tanto na periferia da nossa cidade como também nas periferias das outras cidades da Grande São Paulo, que vêm crescendo de forma assustadora. Se, de um lado, o crime organizado está se fortalecendo por conta da falta de uma política de Segurança Pública, temos o aumento da criminalidade em todo o Estado, principalmente nas regiões metropolitanas. Não há investimento em Segurança Pública e a população é vítima hoje de toque de recolher, de arrastões em prédios, em condomínios, em restaurantes, bares e lojas; por outro lado, a própria polícia acaba também sendo vítima desses grupos de extermínio.

Não podemos tolerar que setores, a famosa banda podre da Polícia Militar, se organizem como grupos de extermínio e façam justiça com as próprias mãos contra toda uma juventude pobre e negra da nossa periferia. Essa juventude já é excluída da escola pública de qualidade, de serviços de saúde e dos espaços de cultura, sem alternativa de futuro, esperança e de vida, e ela é exterminada por esses grupos, verdadeiros esquadrões da morte do Século XXI que já tínhamos banido após a Ditadura Militar no Brasil.

Hoje se mata mais do que na época do Regime Militar, principalmente em São Paulo. É muito grave essa situação. Vamos continuar denunciando, e pedindo, principalmente para o Governador Geraldo Alckmin, que tome providências em relação a isso, e faça uma investigação rigorosa em relação a todos os fatos apresentados por nós e pela Comissão de Direitos Humanos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Policial Militar Ambiental.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 14 minutos.

 

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