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31 DE OUTUBRO DE 2011

129ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, DONISETE BRAGA, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e SEBASTIÃO SANTOS

 

Secretário: ORLANDO BOLÇONE

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Convoca as seguintes sessões solenes, a realizarem-se: dia 28/11, às 20 horas, pelo "Dia de Solidariedade ao Povo Palestino"; e dia 16/12, às 20 horas, para "Homenagear o Senhor José Graziano, eleito Diretor Geral da FAO", ambas a requerimento do Deputado Simão Pedro.

 

002 - ORLANDO BOLÇONE

Reflete acerca da importância da Saúde como estratégia de desenvolvimento local. Cita reportagem da revista "Veja" sobre o tema. Explica o modo como o município de São José do Rio Preto lida com o assunto.

 

003 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência.

 

004 - EDSON FERRARINI

Menciona incidente entre a Polícia Militar e estudantes da USP. Defende a permanência da polícia no campus da universidade. Atribui a redução do número de crimes ocorridos dentro da universidade à presença da Polícia Militar. Dá conhecimento da legislação penal no que tange ao uso de maconha.

 

005 - JOOJI HATO

Apoia a presença da Polícia Militar no campus da Universidade de São Paulo. Pede por investimento em programas de prevenção à violência. Destaca o trabalho realizado por religiosos na Fazenda Esperança. Menciona projeto, de sua autoria, que visa proibir a garupa em motos nos dias úteis.

 

006 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Combate mudanças realizadas pela Prefeitura de São Paulo, que tem redirecionado linhas de ônibus para o Terminal Grajaú. Dá conhecimento das dificuldades que a medida tem gerado à população. Cita série de reivindicações realizadas pela população por meio do Fórum de Transportes da Capela do Socorro.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - SEBASTIÃO SANTOS

Lê ofício, enviado ao Governador Geraldo Alckmin, sobre contaminação nas águas do Rio Pardo. Exibe e comenta vídeo sobre o tema. Lamenta os prejuízos que o fato traz aos pescadores do local. Lê resposta enviada pela Secretaria de Agricultura sobre o caso.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta a morte de sargento da Polícia Militar, ontem, na zona Norte de São Paulo. Comenta tentativa de assalto à agência do Bradesco, localizada próximo à Academia do Barro Branco. Considera insuficiente o número de policiais militares no Estado de São Paulo. Exibe reportagens jornalísticas sobre o descrédito da sociedade em relação a esta Casa quanto à apuração das denúncias feitas pelo Deputado Roque Barbieri.

 

010 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

011 - DONISETE BRAGA

Agradece à Deputada Regina Gonçalves por ajuda à Frente Parlamentar de Combate ao Crack. Comenta matéria jornalística sobre o aumento no número de mortes em acidentes de trânsito. Cita dados sobre o tema. Pede por atitude do Congresso Nacional quanto ao tema. Deseja melhoras ao ex-Presidente Lula, diagnosticado com câncer de laringe.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Informa que Marcelo Freixo, Deputado Estadual pela bancada do PSOL no Rio de Janeiro, deverá deixar o País após ameaças de morte recebidas por sua atuação como presidente de CPI que investigou as milícias no Rio de Janeiro. Explica a atuação dessas organizações. Considera insuficiente a atuação da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro quanto ao tema. Pede por plano nacional de combate a violência e ao narcotráfico. Defende a aprovação da PEC 300, que cria piso nacional para os servidores da Segurança Pública.

 

013 - SEBASTIÃO SANTOS

Assume a Presidência.

 

014 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para Questão de Ordem, apresenta formulação sobre procedimentos de reuniões da Comissão de Ética, envolvendo a participação do Deputado José Bittencourt, como relator de matéria enquanto filiado ao PDT, tendo em vista o fato de este Parlamentar ter mudado de partido. Faz indagação sobre prazos para tal compatibilidade, além de outros questionamentos.

 

015 - JOOJI HATO

Assume a Presidência. Registra a manifestação, que seria encaminhada para resposta da Presidência Efetiva.

 

GRANDE EXPEDIENTE

016 - EDSON FERRARINI

Indigna-se com o aumento no número de acidentes de trânsito. Cita casos fatais, ocorridos recentemente na Capital. Exige punição aos motoristas alcoolizados, que cometem homicídios nas ruas. Defende a obrigatoriedade do exame de sangue ou o do bafômetro, em casos suspeitos de alcoolismo. Compara o sistema prisional do Brasil ao dos Estados Unidos. Tece comentários sobre um possível aperfeiçoamento da criminalidade, em razão do encarceramento prolongado. Critica pronunciamento do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, favorável à liberação da maconha no País.

 

017 - SEBASTIÃO SANTOS

Pelo art. 82, tece comentários sobre a proibição da pesca no Estado, com base no Decreto 56.031/10. Lamenta a condição dos pescadores, que só poderão exercer a atividade, caso confirmem que são profissionais. Defende a prática pesqueira, a fim de se manter o sustento de famílias.

 

018 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, denuncia ataques a direitos de professores das redes estadual e municipal de ensino. Repudia o fim das férias, em janeiro, para a educação infantil. Combate a resolução, publicada no Diário Oficial dia 7 de julho, que fragmenta as férias dos educadores em dois períodos de 15 dias semestrais. Comunica a vinda do Secretário Estadual de Educação a esta Assembleia, no dia 30 de novembro, para esclarecer este e outros problemas.

 

019 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, propõe que o processo de escolha de aulas seja feito até o final do mês de dezembro. Critica o reajuste salarial concedido ao Magistério, de forma parcelada. Discorre sobre aspectos da Lei 1093, como o que coloca os professores em quarentena. Reivindica a elaboração de um Plano Estadual de Educação.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pede o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

021 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 01/11, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Orlando Bolçone para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Simão Pedro, convoca V.Exas., nos termos do artigo 18, inciso I, letra r, da XIV Consolidação do Regimento Interno, para um sessão solene a realizar-se no dia 28 de novembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino.

Nos mesmos termos esta Presidência convoca V.Exas. para uma sessão solene a realizar-se no dia 16 de dezembro de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o ilustríssimo Sr. José Graziano, que foi eleito diretor geral da FAO.

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Candido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. OLANDO BOLÇONE - PSB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. deputados, público que nos acompanha pela TV Assembleia e nas galerias.

O objetivo deste pronunciamento é registrar a importância da saúde como estratégia de desenvolvimento local e o caso especifico de São José do Rio Preto, que tem no setor de saúde um de seus vetores de desenvolvimento inclusive como uma das âncoras de seu parque tecnológico, juntamente de biotecnologia, tecnologia da informação e indústria de jóias finas.

O fato da importância da saúde como estratégia de desenvolvimento é ressaltado pela revista veja em sua edição 2241, como segue:

“Um grupo de cidades que, além de alcançar a meta de cuidar bem da saúde de sua população, conseguiu fazer sua rede hospitalar funcionar como uma mola propulsora de investimentos. É o caso de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Todos os dias, ônibus enchem as ruas da cidade, trazendo pacientes de outras localidades. Eles buscam os nove hospitais do município.

O maior o hospital de base realiza, por mês, 30.000 consultas pelo sistema único de saúde (SUS). Entre os 5.000 funcionários, há 342 médicos-residentes que atuam na cidade.

A demanda por serviços de saúde estimula investimentos públicos e privados. A prefeitura aplica 26% de seu orçamento no setor, e o estado que já inaugurou em 2011 em São José do Rio Preto a rede Luci Montoro vai inaugurar em 2012 o Hospital da Criança, a um custo de 100 milhões de reais. A Unimed está injetando outros 20 milhões de reais para construir uma unidade de pronto atendimento. Um único bairro, o da redentora, já abriga 600 clínicas médicas particulares.

Empresas da área também movimentam a economia da cidade.

A Braile Biomédica, fundada pelo cardiologista domingo braile, começou a produzir válvulas cardíacas nos anos 70.

Hoje, emprega 500 pessoas e exporta para mais de trinta países”.

O Hospital de Base (Hb) que é o braço operacional da Famerp- Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, terá um grande impulso organizacional, com a autorização de realização de concurso pelo Governador Geraldo Alckmin para preenchimento de 150 vagas, resolvendo uma situação que perdurava deste de 1994, quando ocorreu a estadualização da Famerp.

Portanto, o dia de hoje é de agradecimento ao excelentíssimo Governador Geraldo Alckmin, à sua competente equipe de governo, especialmente a secretaria de desenvolvimento econômico ciência e tecnologia, pelo seu secretário Paulo Alexandre Barbosa, e a sua equipe que, competente m ente contribui decisivamente para mais este avanço da saúde da região noroeste paulista, com seus 107 municípios e mais 1.600.000 habitantes.

Muitos são os desafios do futuro como a continuação das obras do parque tecnológico para a instalação da Famerp, Fatec e Unesp e a incorporação de aérea que totalizará 6.000.000 de área verde, destinados a preservação e pesquisa.

Com a criação do parque ecológico do noroeste paulista - ou seja, tecnologia e ecologia a serviço da saúde. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tivemos nesses dias esse problema na USP - Universidade de São Paulo. Praticamente era uma baderna a serviço do crime, sem dúvida alguma. A Polícia Militar lá estava, cumprindo o seu papel, a sua tarefa de manutenção da ordem. Devido ao grande número de crimes dentro do campus da USP, a USP assinou um contrato com a Polícia Militar, para que ela fizesse o policiamento, já que a empresa que fazia era incompetente, insuficiente, não tinha poder de polícia.

A ideia de que a polícia não deve ir ao campus é uma ideia retrógrada. Isso era lá do tempo da revolução; surgiu na Europa essa ideia de que o campus é um território livre, onde o estudante tem o direito de expor as suas ideias e a polícia não pode lá estar. Tudo bem, mas a Polícia Militar foi lá porque um estudante tinha sido recentemente assassinado, com um tiro na cabeça.

Mas três estudantes estavam em um carro, em atitude suspeita. O policial foi verificar, e lá estavam eles fumando maconha, preparando cigarro. E isso é crime. Eles foram convidados a ir à delegacia. Um dos acusados disse que a interferência da Polícia Militar foi pacífica e muito calma. E eis que 200 alunos se revoltam. "Não, aqui é território livre". Mas é território livre no mundo das ideias. Não é território livre para cometer crimes.

A ação da Polícia Militar foi tão eficiente, que no mês de agosto tivemos 81 ocorrências, contra apenas 31 em setembro. A Polícia Militar fez uma ação pacífica, mas ela não está lá para acobertar crimes, tanto que os 300 alunos que se insurgiram quebraram seis viaturas e serão processados para o ressarcimento de patrimônio público. Os três alunos foram à delegacia posteriormente, depois de cinco horas de negociação e depois de policiais feridos e jornalistas com suas câmeras quebradas, e isso não podemos acobertar.

É necessário fazer uma averiguação. Os responsáveis poderão ser demitidos, aliás, deverão ser demitidos da USP, porque a USP é paga por nós. Eles estão lá para estudar. Se eles não correspondem à expectativa, podem mandar embora. Esses serão aqueles pseudo-intelectuais, que vão no futuro engrossar a Marcha da Maconha. As famílias são contra a liberação da maconha, nós sabemos disso. Nenhum país do mundo liberou a maconha, e esse pessoal da USP quer que o campus seja um território livre.

Por que havia 81 ocorrências em agosto, e apenas 31 em setembro? Porque a droga atrai o traficante, o criminoso, o assalto, o banditismo, o crime organizado, aquele que vem trazer a maconha e o crack. Por isso a sociedade agradece à Polícia Militar por essa atitude enérgica. Os três alunos foram levados à delegacia, assinaram o termo circunstanciado e foram embora. De acordo com a legislação brasileira sabem o que pode acontecer com eles? Uma advertência verbal do juiz, trabalhos em uma entidade durante cinco meses. Só isso. Nada mais. É o que diz a legislação brasileira. Esse episódio da USP é lamentável, mas a Polícia Militar continuará lá, pois assinou um convênio.

Só faltou slogan: maconheiros unidos jamais serão vencidos. Só faltou isso. O que está escrito lá é que policiais militares não são trabalhadores, são o braço armado da opressão. Vejam onde está a cabeça desse povo. Com todo respeito a todas as ideias que existem, não podemos de maneira nenhuma aceitar que isso ocorra dessa forma. Estamos vendo que o que ocorreu no embate. Isso não é uma rebeldia intelectual. Isso é uma rebeldia criminosa. Isso é dizer para a sociedade: aqui fumamos maconha, aqui cometemos crime. Não. Não é nem tolerância zero. Aquele espaço é da sociedade. Nós é que pagamos para esses alunos lá estarem. Não pagam nada. Estudam numa das melhores universidades do Brasil e do mundo. Portanto, é necessária uma apuração rigorosa e expulsão desses alunos. É um bom exemplo. Muito obrigado.

 

          O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, vivenciamos todos os dias um grau de violência inaceitável. Parece que esta cidade, o nosso Estado e o nosso País convivem com a violência como se fosse algo normal. Parece que assassinar uma pessoa, agredir uma pessoa, beber e dirigir, atropelar, provocar acidentes é normal. Há uma inversão dos valores. Ficamos preocupados. Se isso continuar, qual será o futuro do nosso País, qual será o futuro dos nossos adolescentes?

No final de semana, vivenciamos uma revolta dos estudantes da USP que não querem a Polícia na Cidade Universitária. Pouco tempo atrás um jovem estudante da USP foi assassinado. A direção da universidade pediu que a Polícia Militar adentrasse a Cidade Universitária e os policiais ajudassem os estudantes a cumprir sua tarefa, que é de estudar. Começaram a fazer um protesto porque pegaram um estudante com maconha, como se a maconha tivesse de ser utilizada nas faculdades. Quando se coíbe, quando mostra que há o outro caminho, há uma rebelião de alguns alunos que não querem mais que a Polícia Militar fique dentro da Cidade Universitária.

Vemos um crescimento muito grande dos acidentes. Houve quinze, no centro privilegiado da Cidade de São Paulo. São acidentes provocados por pessoas que ingerem bebida alcoólica, dirigem com carros potentes, acabam provocando acidentes, pagam fiança e ficam livres - diferentemente de outros países, em que, quando acontece algo assim, há uma punição. No nosso País, paga-se uma fiança: quem tem dinheiro não vai em “cana” e acaba repetindo esse tipo de acidente, dando exemplo para que outras pessoas façam o mesmo porque sentem a impunidade.

Um dos grandes sonhos que tenho é ter um país com ordem pública. A ordem pública atrai investimento, gera emprego, combate a violência. Sonho com uma tolerância zero. Que possamos oferecer esporte, cultura, educação e religião aos nossos adolescentes. É por isso que proponho que todos os colégios, onde há centros esportivos, abram suas portas até meia-noite. Que possamos diminuir os pontos de venda de bebida alcoólica, que, além da bebida, vendem outras coisas mais que não servem para ninguém, principalmente para os adolescentes.

Sr. Presidente, Deputado Donisete Braga, V. Exa. preside a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Estivemos na Fazenda Esperança, junto com outros deputados, e lá vimos um trabalho extremamente importante do Frei Hans, salvando vidas importantes, encaminhando os jovens e obtendo 80% de recuperação dos pacientes.

Quanto não se gasta com isso? Fico pensando: temos que tomar todas as medidas possíveis para trazermos a tolerância zero e encaminharmos os adolescentes para o caminho do bem, e não para o caminho das drogas, da violência. Os adolescentes precisam de exemplo.

É por isso que proponho um projeto que vai salvar vidas: a retirada da garupa de moto nos dias úteis, quando bancos e comércio estão abertos e circulam grandes recursos. Os marginais usam garupa de moto para assaltar. A moto é um veículo rápido. A pessoa que está na garupa tem capacete, assim como o piloto, o que dificulta na identificação pela vítima. Eles fogem da Polícia com rapidez e ninguém os pega. Com essa impunidade, eles assaltam e atiram, inclusive. Assaltaram o filho do Governador Geraldo Alckmin na Marginal Pinheiros, em plena luz do dia. Essa grande cidade, que exporta “know-how” de tecnologia, educação, ciência, deveria exportar também “know-how” de segurança e qualidade de vida.

Sonho em aprovar um projeto de lei que tire a garupa de moto nos dias úteis, permitindo, é claro, nos finais de semana e feriados, quando o trânsito não é caótico. Sou motociclista e sei que quando se coloca garupa na moto, aumenta-se a instabilidade da moto e isso pode promover um acidente. Em São Paulo, morrem três por dia, fora os paraplégicos e tetraplégicos que estão internados nas clínicas.

Quero dizer da esperança de aprovar essa lei, porque 62% dos assaltos em saída de bancos são efetuados por garupas de moto. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, o Fórum de Transportes denuncia caos no Terminal Grajaú. Passo a ler a carta aberta encaminhada à população:

“Fórum de Transportes denuncia caos no Terminal Grajaú

O Prefeito Kassab a cada dia demonstra seu total desprezo para com a população da periferia. Desde setembro, várias linhas que atendem os bairros Parque Residencial Cocaia, Jardim Eliana e Jardim das Gaivotas foram direcionadas para o terminal Grajaú. Em outubro a linha Residencial Cocaia - Praça da Sé será transferida para o terminal, aumentando a dificuldade dos moradores de se dirigirem aos locais de trabalho.

No horário de pico, o terminal está um verdadeiro cais, com enormes filas para embarque e desembarque.

O Fórum dos Transportes da Capela do Socorro, vem denunciando o descaso da SPTrans com o sistema precário de transporte que atende a região, por isso defendemos:

 

1.                      Duplicação da Belmira Marin com a criação de corredores exclusivo de ônibus.

2.                      Viário alternativa com a construção da 3ª ponte ligando o Parque Cocaia ao Jardim Castro Alves.

3.                      Integração gratuita ônibus-trem-metrô .

4.                      Ônibus-trem-metrô funcionando 24 horas, inclusive finais de semana e feriados.

5.                      Passe livre para os estudantes.

6.                      Extensão do trem até Parelheiros.

7.                      Alça de acesso ao rodoanel em Parelheiros.

8.                      Ampliação do Terminal Grajaú.

9.                      Alteração da saída de ônibus da garagem Viação Cidade Dutra (antiga Bola Branca).

10.                  Aumentar o tempo de utilização do Bilhete Único para 4 (quatro) horas sem limitação de passagens.

Fórum de Transportes da Capela do Socorro

Reuniões: todas terças-feiras às 19:00 horas

R. Adélia Silva Mendes nº. 700 – Parque Cocaia – ao lado da Escola Irmã Charlita

Email: forumtransportescapela@gmail.com”

O Fórum da Capela do Socorro vem atuando na perspectiva de ampliar a Estação de Trem da CPTM, em Grajaú, e estão discutindo a necessidade de se chegar até Varginha. Já há debate da necessidade de se chegar até o bairro de Parelheiros. Até Varginha o Secretário de Transportes já tem indicado e as obras começarão o mais rápido possível para desafogar o congestionamento local. Além disso, estamos propondo uma estação de trem em Icaraí, com ligação até Parelheiros.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O que não pode, antes da execução das obras da CPTM, é a Prefeitura de São Paulo já tirar os ônibus da periferia de São Paulo, que é a região que mais precisa do transporte coletivo. São bairros como Grajaú, Cocaia e Varginha. Estão tirando os ônibus e sobrecarregando o Terminal de Grajaú, que já está abarrotado pela precariedade dos transportes.

Em relação ao item 3 - Integração gratuita ônibus-trem-metrô -, quero dizer que o Terminal Grajaú já está sobrecarregado. As pessoas têm de descer na Estação Grajaú, ir até a estação da CPTM porque não há integração entre o terminal de ônibus com o terminal da CPTM, tendo de pagar duas conduções - uma do trem e uma do ônibus. Isso na ida e na volta.

Outro ponto que quero falar é em relação a 24 horas de funcionamento, item 4: já temos um projeto tramitando na Assembleia Legislativa, com o Metrô 24 horas. Seria importante que o ônibus também tenha funcionamento 24 horas. A cidade de São Paulo já é uma metrópole e necessita urgentemente do funcionamento, do Metrô e do ônibus, durante 24 horas.

Sr. Presidente, o Fórum de Transporte da Capela do Socorro se reúne toda terça-feira, às 19 horas, na Rua Adélia Silva Mendes nº 700, no Parque Cocaia, ao lado da EE. Irmã Charlita. ´

É importante hoje a população que está nos ouvindo na tribuna falar sobre o transporte caótico da zona Sul de São Paulo. Temos um Fórum de Transporte que se reúne toda terça-feira no Parque Cocaia, às 19 horas, para fazer o debate sobre a melhoria do transporte para toda região.

Estamos batalhando para que a estação de trem até Varginha seja construída o mais rápido possível, cobrando da Secretaria Estadual de Transportes.

Estamos apoiando a iniciativa do Fórum de Transporte da Capela do Socorro, para garantir um transporte de qualidade para os moradores de Grajaú, Cocaia, Cantinho do Céu e toda região que hoje tem transporte precário pela retirada dos ônibus dessa região, inclusive do Orion, Graúna, Jardim Guaembu que tem prejudicado muito a vida da população da zona Sul de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, para iniciar a minha fala, vou ler um ofício enviado ao Sr. Governador, que diz:

“Indico, nos termos do Art. 159, da Consolidação do Regimento Interno, ao Exmo. Sr. Governador providências no sentido de possibilitar medidas provisórias para liberação da pesca temporária do pacu e pintado e espécies de peixes atualmente inclusas como ameaçadas de extinção no Decreto Lei 56031, de 2003.”

Estou colocando aqui o pacu e o pintado. Mas gostaria que os senhores assistissem a imagem do vídeo do rio Pardo, de Barretos, o que fazem as empresas não fiscalizadas.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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Todas as vezes que acontecer isso, como aconteceu no rio Pardo, estarei trazendo aqui para que as pessoas ligadas ao meio ambiente possam verificar a falta de fiscalização no nosso Estado. É mais fácil colocar num papel um decreto que prejudica a pesca de um pintado desses, com 60 quilos e que iria dar alimentação a uma família por pelo menos 15 dias. E agora estão todos apodrecendo. Vão ter de ser enterrados e sem fiscalização nenhuma de quem fez isso no Rio Pardo e vejam a resposta que eu tenho da Secretaria de Agricultura: “Em relação à pesca, seria necessário dispor de estimativa do número total de pescadores atuantes e/ou em exercícios na pesca profissional através de realização de um censo estrutural de pesca continental.”

Enquanto estão me mandando uma resposta contra C e contra o V, os nossos pescadores no Rio Turvo, no Rio Grande, no Rio Pardo deixaram de pescar o ano inteiro, infelizmente.

Amanhã começamos a época da piracema e o pescador não vai mais para o Rio Grande, não mais vai para o Rito Turvo, não vai mais para o Rio Pardo, mas os peixes estão na beira do rio todos mortos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, primeiramente quero lamentar profundamente a morte de um companheiro policial militar ontem na zona norte de São Paulo, o Sargento Cabral.

O Sargento Cabral, com quem trabalhei na zona norte de São Paulo, a um ano da aposentadoria, com 29 anos de trabalho, saía do 47º Batalhão da Polícia Militar na zona norte e numa travessa da Avenida Maria Amália Lopes de Azevedo foi abordado por marginais, que possivelmente queriam lhe tirar a motocicleta, e acabou sendo executado, repito: saindo do serviço na defesa da sociedade. Logo a seguir vou me deslocar para onde será velado a partir das 15 horas e sepultado às 17 horas no Cemitério Parque dos Pinheiros na zona norte de São Paulo, zona norte que mais uma vez, hoje pela manhã, foi palco de grande violência.

Deixei minha filha na escola dez para as sete, próximo da Avenida Água Fria, quando tomei conhecimento de que na abertura do Banco Itaú, na porta da Academia do Barro Branco, um dos pontos onde mais circulam viaturas de Polícia se deslocando não só para a Academia do Barro Branco, mas para o centro de telecomunicações da Polícia Militar, de intendência, de engenharia que funcionam dentro do complexo do Barro Branco, como o próprio hospital da Polícia Militar, presídio militar Romão Gomes, o canil da Polícia Militar, o comando de operações especiais, marginais fossem atacar, ali na porta da Academia, não foi 50 metros para baixo, foi na porta. O gerente do banco acabou sendo baleado, um vigilante também foi baleado, um marginal morto e vários dos marginais se evadiram sem terem sido localizados, o que demonstra que não adianta que fará segurança simplesmente com mídia e propaganda, pois a ousadia dos marginais é extrema.

Hoje tivemos pela manhã a formatura de 2.140 novos policiais militares. Formaram-se no Vale do Anhangabaú, eu estive presente, mas devo dizer à população que a falta de soldados da Polícia Militar passa de 5.500. O evento foi feito no Anhangabaú porque o Governador estaria presente e posteriormente teríamos os soldados e viaturas que passariam 10 minutos desfilando e com mídia paga se dá uma ideia de investimento maciço na Segurança. Na realidade simplesmente se coleta imagens para a televisão dizendo que os investimentos existem, porém não influenciam necessariamente na redução da criminalidade visto a ousadia de marginais que assaltaram um banco em frente a um grande complexo policial militar que é à entrada da Academia do Barro Branco.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Mostro, Sr. Presidente, dois editoriais de jornais que refletem o pensamento da mídia e da população em relação à Assembleia Legislativa. Observe o primeiro, que diz: “Pizza paulista”. E o segundo editorial diz: “Barracão na Assembleia Legislativa.” Esses editoriais mostram exatamente o quanto a população está estarrecida não pelas denúncias feitas pela eventual comercialização de emendas parlamentares, mas sobre a falta de providências adotadas. Na realidade é preciso que a população cobre e pergunte a cada um dos 94 Deputados, se assinaram o requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito e se a resposta for negativa, por que não o fizeram.

Por que não assinar uma CPI para apurar essas gravíssimas irregularidades? Por que será que o Governo do Estado pressiona os 66 Deputados da sua base a não assinarem de maneira alguma o requerimento de CPI para apurar esse escândalo que envolve, não sabemos a porcentagem correta, a Assembleia Legislativa, se há fato concreto ou não? Temos uma série de evidência, mas o que demonstra de forma maior e inequívoca é o total descontrole do Governo do Estado em relação a essas emendas.

Eu mesmo fiz requerimentos pedindo e exigindo as emendas de todos os parlamentares, o PT fez, o Deputado Carlos Giannazi fez e até agora o Governo de São Paulo não conseguiu se organizar para divulgar as emendas e então verificarmos se nos 4 anos de mandato do mesmo parlamentar se as emendas são sempre dirigidas para as mesmas empreiteiras e as mesmas pessoas que fazem os serviços. Mas é preciso ter uma CPI para simplesmente dizer “encaminharemos ao Ministério Público.” Isso já é obrigação.

Deputado Luiz Claudio Marcolino, que está no Conselho de Ética, é o cumprimento pelo seu trabalho lá e que tentou na última sessão dizer: “Pelo amor de Deus, olhem o que estamos fazendo com o nome da Assembleia Legislativa.”

Continuaremos perseverando, temos 30 assinaturas para abrir esta CPI, chegaremos em trinta e duas. Todos nós e não só o PT, faremos esta campanha perguntando e colocando no sites para que cada eleitor pergunte ao seu deputado se assinou a CPI, e se não, por quê não o fez. Se tiver uma explicação plausível iremos nos quedar, mas hoje não temos esta explicação. É rolo compressor e pressão do Governo de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT – Obrigado, nobre Deputado Olimpio Gomes.

Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo regimental.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Deputado Luiz Claudio Marcolino, quero cumprimentar os parlamentares aqui no plenário, saudar nossos servidores, cumprimentar os telespectadores que nos assistem pela TV Assembleia Legislativa. Gostaria de aproveitar a presença de minha colega, a Deputada Regina Gonçalves, do PV, que faz parte da Comissão de Finanças e Orçamentos, muito sensibilizada com a Frente Parlamentar e em nenhum momento estabeleceu a condição partidária, Sr. Presidente, e garantiu inclusive que possamos ter recursos no Orçamento do Estado no ano que vem, na questão do combate as drogas.

Quero aqui, publicamente agradecê-la por sua compreensão. Ela, que tem demonstrado inclusive na prática, em sua trajetória, o quanto tem contribuído e que não tem feito qualquer processo de politicagem, muito pelo contrário, tem entendido e compreendido a missão deste Parlamento, que é fortalecer as políticas públicas do Estado de São Paulo. Portanto, eu não poderia deixar, Deputada Regina Gonçalves, de fazer aqui neste momento, este registro. Muito obrigado.

Sr. Presidente, eu gostaria nesse momento, de abordar um tema que para mim é de grande relevância. O Deputado Jooji Hato tem falado muito e temos debatido, sobre a questão do carona nas motocicletas que seu projeto de lei permite nos feriados e finais de semana.

Mas eu gostaria, Sr. Presidente, de falar sobre a matéria que foi publicada na imprensa semana passada que diz que 40 mil pessoas são mortas no trânsito em apenas um ano. O número registrado em 2010 pelo Governo é o maior em uma década e meia, e o relaxamento da Lei Seca é apontado por técnicos como uma das explicações para o aumento das mortes.

É um dado alarmante, Sr. Presidente, Deputado Sebastião e Deputado Ferrarini V.Exa., que debate muito este tema das questões do álcool. Não sei o Congresso Nacional conseguirá fazer isso porque ano que vem temos um calendário eleitoral, mas seria uma missão nobre do Congresso estabelecer regras rigorosas para que possamos não apenas penalizar, mas no dia a dia acompanhar nos noticiários da imprensa sobre a questão do álcool, do trânsito e das mortes.

Isso tem ocorrido e gostaríamos muito que o Congresso Nacional pudesse pautar esse tema. Que tivéssemos não apenas por parte do Governo Federal campanhas institucionais nos meios de comunicação com a nossa juventude, com a sociedade civil, com ONGs, institutos e prefeituras, para que não precisemos registrar aqui esses dados. Se fizéssemos uma conta simples, seria como se a cada mês aqui no Brasil, houvesse um ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, em que morreram quase 4 mil pessoas, enquanto temos 40 mil pessoas que morrem no trânsito.

Portanto, é um dado alarmante e preocupante, Deputado Carlos Giannazi, e temos mais do que nunca que estabelecer um processo de conscientização, informação e orientação, porque temos uma faixa etária de crianças e adolescentes de 12 a 17 anos que morrem. De acordo com as estatísticas recém-compiladas pelo Governo Federal 111 pessoas morreram por dia em acidentes durante o ano de 2010. Oito por cento a mais que no ano anterior. Em dois dias é o suficiente para superar a quantidade vítimas da queda do Airbus da TAM em 2007, maior tragédia da aviação brasileira.

Por isso, Sr. Presidente, eu quero além de fazer essa reflexão para os pais e às mães que nos acompanham neste momento pela TV Alesp, também destacar a necessidade de uma campanha educativa em relação à orientação de trânsito para que não precisemos vir frequentemente registrar esses dados alarmantes que contribuem muito com a violência no trânsito do Brasil, principalmente no Estado de São Paulo.

Essa é minha manifestação, Sr. Presidente Luiz Claudio Marcolino. Registro meu agradecimento e, para finalizar minha fala, quero prestar minhas homenagens ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira passada, a mídia anunciou que ele está com câncer na laringe. Sabemos que milhares de brasileiros sofrem com esse mal, por essa razão o caso dele também serve de alerta para que as pessoas façam exames de prevenção para, se necessário, iniciarem rapidamente o tratamento.

Tenho certeza que o Brasil inteiro abraça com muita força o ex-Presidente Lula. Com muita força e com muita fé em Deus ele, seguramente, irá vencer essa batalha.

Também foi publicado pela oposição e pelos os companheiros do nosso partido que o nosso ex-Presidente Lula é uma figura, um ícone internacional da política brasileira. O Brasil precisará muito dele. Estamos torcendo pela sua recuperação. Por isso, Sr. Presidente, não posso deixar de fazer esse registro. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores da TV Assembleia, eu quero inicialmente prestar o nosso apoio e a nossa solidariedade ao Deputado Estadual, Marcelo Freixo, da Bancada do PSOL do Rio de Janeiro, porque ele está recebendo várias ameaças de morte.

Para quem não se lembra, o Deputado Marcelo Freixo foi o Presidente da CPI que investigou as milícias do Rio de Janeiro e denunciou o esquema que extorquia dinheiro de comerciantes e de moradores. Essa CPI foi importante porque 225 pessoas foram indiciadas, mais de 500 foram presas e mais de1000 foram investigadas. Boa parte dessas pessoas é relacionada às Polícias Civil e Militar, conhecidos como a “banda podre da Polícia do Rio de Janeiro.”

Devido a essa CPI, desde 2008, o Deputado Marcelo Freixo está sendo ameaçado de morte. E, para se proteger, ele e a sua família andam com escolta policial, com seis, ou, sete seguranças. As ameaças continuam cada vez mais fortes, tanto que a situação se tornou insustentável, principalmente agora após a morte da juíza Patrícia Acioli que foi assassinada por grupos milicianos do Rio de Janeiro.

As milícias matam promotores, jornalistas, juízes, e ameaçam parlamentares que as investigam. Agora as ameaças estão aumentando!

A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro não dá reposta, não investiga e não está combatendo as milícias. A evidência disso é o crescimento de seu poder nos últimos anos, mesmo após as denúncias feitas pelas CPIs das milícias que as investigaram.

Hoje as milícias controlam mais de 300 áreas do Rio de Janeiro. O fato é que o Deputado Marcelo Freixo está sendo ameaçado de morte assim como a sua família e a situação se tornou tão insustentável que o deputado está sendo obrigado a sair do Brasil. Ele vai ter que se licenciar do mandato, fugir do Rio de Janeiro e ir morar na Europa. É um absurdo que num país como o nosso não exista política de segurança pública e um parlamentar tenha que sair do seu estado, do seu país por estar sendo ameaçado de morte. O mandato desse deputado vai até final de 2014, mas ele tem que abandonar o Brasil para salvar a sua vida e a da sua família.

É isso que vem acontecendo no Rio de Janeiro. As milícias crescem e controlam mais de 300 áreas, matam juízes, ameaçam promotores, jornalistas e agora o Deputado Marcelo Freixo, que foi presidente da CPI que indiciou 225 policiais, colocou outros 500 na cadeia e investigou mais de mil pessoas. É um escândalo nacional e internacional. É uma vergonha para o Brasil conviver com essa situação. As milícias continuam controlando essas 300 áreas, controlando o abastecimento de gás, controlando o transporte alternativo e outros serviços sociais e a intervenção da Secretaria de Segurança Pública não é para valer; suas intervenções feitas parecem cosméticas.

Fico imaginando: se um deputado é ameaçado dessa forma, se uma juíza é morta, se promotores e jornalistas são ameaçados, como fica a população que vive nessas 300 áreas, o cidadão comum? Uma população desprotegida, vivendo sob constante ameaça?

Algo tem de ser feito no Rio de Janeiro. Que haja combate de fato não só aos narcotraficantes, mas às milícias que tomam conta dessas áreas. O Estado brasileiro tem que proteger o deputado do nosso partido, o PSOL, tem que proteger a população vítima da violência das milícias e dos narcotraficantes. Tem que proteger juízes, jornalistas.

E a situação do Rio de Janeiro se espalha por todo o Brasil. Em São Paulo, nas periferias das grandes cidades isso existe, é forte na Grande São Paulo. Principalmente na periferia há grupos criminosos organizados controlando áreas, controlando a área do transporte coletivo. Mas não há um plano nacional de combate à violência e ao crime organizado, às milícias e aos narcotraficantes. Temos que avançar nessa área. Uma das bandeiras que defendemos é exatamente a aprovação da PEC 300, que vai melhorar o salário dos policiais em todo o território nacional.

Até recentemente, no próprio Rio de Janeiro, um policial militar do Corpo de Bombeiros ganhava 900 reais por mês. Houve necessidade de uma manifestação dessa importante categoria profissional que salva vidas, que teve apoio de toda a sociedade do Rio de Janeiro para que o governador aumentasse minimamente, o que ainda não foi suficiente.

Então, temos que se investir, hoje, na aprovação da Emenda Constitucional 300 que cria o piso nacional para os servidores da segurança pública, os policiais civis e militares. Essa a nossa grande tarefa hoje no Brasil. Que haja um plano nacional e que se invista de fato em segurança púbica.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Sebastião Santos.

 

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O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, passo a ler a seguinte questão de ordem:

Questão de Ordem

Formulo a presente questão de ordem, com fundamento no artigo 260 e seguintes do regimento Interno, para obter os esclarecimentos e o posicionamento de Vossa Excelência acerca de fatos ocorridos no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e sua adequação aos artigos 23 e 25 da Resolução nº 766, de 16 de dezembro de 1994 - Código de Ética e Decoro Parlamentar.

No decorrer dos trabalhos da reunião de 27/10, no Plenário D. Pedro I, o Deputado Major Olímpio, Líder do PDT, anunciou que o Deputado José Bittencourt, membro do Conselho, se desfiliará oficialmente do PDT e que não poderia, portanto, ocupar a vaga destinada ao partido do qual ele, Major Olímpio, era Líder.

O Deputado José Bittencourt, além de membro do Conselho de Ética, ali comparece também na qualidade de Vice-Corregedor, substituindo a Corregedora, Deputada Célia Leão, em seus impedimentos, nos termos do parágrafo único do artigo 26 do Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Em uma das primeiras reuniões do Conselho, seu Presidente, Deputado Hélio Nishimoto, havia designado o Deputado José Bittencourt Relator dos trabalhos da apuração preliminar sumária ora em curso naquele órgão.

Tendo em vista os fatos acima enumerados, indagamos a Vossa Excelência:

1.                      A partir de que momento o Deputado José Bittencourt deixa de ser membro do Conselho de Ética, na vaga destinada ao PDT?

2.                      São válidos os votos proferidos pelo Deputado José Bittencourt, após a comunicação, aos membros do Conselho, feita pelo Líder do PDT, de que ele não mais pertencia àquela bancada partidária?

3.                      Sabendo-se que o Corregedor participa das deliberações do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, com direito a voz e voto, nos termos do artigo 25 do Código de Ética e Decoro Parlamentar, sendo substituído, em seus impedimentos, pelo Vice-Corregedor, mas que não é membro do referido Conselho, pode ele ser designado relator dos trabalhos?

Tendo em vista que os trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar foram prorrogados apenas por até quinze dias mais, esperamos receber rapidamente a decisão de Vossa Excelência.

Sala das Sessões, em

Deputado Luiz Claudio Marcolino

Deputado Marco Aurélio

Deputado Enio Tatto

Deputado João Paulo Rillo

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência acolhe a questão de ordem e a encaminhará à Presidência efetiva da Casa.

Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por cessão de tempo da nobre Deputada Heroilma Soares Tavares, tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, temos ficado estarrecidos com os acidentes no trânsito de São Paulo. Por brechas na legislação acontecem coisas inacreditáveis. O motorista bebe, bate, mata e sai do DP dirigindo. São brechas na legislação que o Congresso Nacional ou o STF tem que resolver para coibir essas situações. Quanto vale uma vida? O gerente de banco Fernando Mirabelli atropelou três garis na marginal; dois morreram, um continua hospitalizado. O PM disse que ele tinha sinais de embriaguez. Pagou 50 mil reais, não teve a habilitação suspensa e saiu dirigindo. O estudante Felipe Alezon, de 19 anos, bateu em diversos carros entre as zonas oeste e norte, uma pessoa morreu, pagou uma fiança de 245 mil, mas a habilitação não foi suspensa. Num outro caso, o estudante Nassib Mohamed Orra, de 20 anos, atropelou e feriu três pessoas num ponto de ônibus. E vários outros, todos com sinais de embriaguez.

Há uma falha na legislação, baseado no princípio constitucional de que ninguém é obrigado a fazer prova contra si próprio. Então, a Polícia Militar faz a sua parte. A lei autorizou o bafômetro, para saber se o sujeito está embriagado ou não. Só que a Polícia Militar, que fazia essa operação até as quatro da madrugada, aumentou para as seis horas, e está fazendo em vários locais. Um grande trabalho! O cidadão não para em pé, vai para o Distrito, não aceita fazer exame de sangue, não aceita soprar no bafômetro, e ele vai para a rua, baseado na falta de leis.

Ou o Congresso Nacional altera a lei - nós, Deputados estaduais, não podemos - ou o Supremo tem que dar uma decisão. Nos Estados Unidos, quando o cidadão é flagrado e não aceita fazer o teste do bafômetro ou o exame de sangue, ele responde por mais uma infração: desrespeito a atividade policial.

Aqui no Brasil essa falha na legislação tem que ser suprida urgentemente pelo Congresso Nacional, que faria um grande serviço à Nação. O número de mortos no trânsito está crescendo muito no Brasil inteiro. A polícia sozinha não consegue acabar com a criminalidade. Ela prende, mas a legislação não lhe dá respaldo. No Brasil, de cada 100 crimes cometidos, oito a dez, no máximo, são esclarecidos. Vejam a sensação de impunidade!

O Poder Judiciário diz que o inquérito foi mal feito na delegacia, e por isso eles não podem punir. Mas o bandido tem todas as vantagens. Todos têm direito a homicídio amostra grátis. Você pode matar alguém, você não vai para a cadeia se tiver residência fixa, tiver documentação. É a Lei Fleury, que beneficia as pessoas. Um homicídio, para ser julgado, leva 60 meses, uma média de cinco anos. Para você conseguir a condenação é difícil. Então, no Brasil o crime compensa.

No Brasil inteiro temos 400 mil presos, 180 mil só na Capital de São Paulo. O Brasil tem 200 milhões de habitantes; os EUA têm 310 milhões. O Brasil tem 400 mil presos, e os EUA têm dois milhões. Lá o crime não compensa, então o cidadão conta até dez para cometer um crime.

Uma outra dificuldade é que a polícia prende a mesma pessoa várias vezes. Toda pessoa que cumpre pena fica na cadeia à disposição do Estado. O Estado tem o sujeito ali trancado durante um período, e 70% das pessoas que cumprem pena voltam ao crime. Entraram no primário do crime e saem na universidade do crime. Entrou com algumas informações, sai associado a facções criminosas, com todo o respaldo para ser um criminoso com mais experiência. A polícia, de novo, vai prendê-lo. É complicado prender cada bandido desses com uma rosa na mão. É complicado ir buscar um criminoso às quatro horas da madrugada. Lá vai a viatura, lá vai o soldado, mal pago na maioria das vezes; 70% das pessoas que ficam à disposição do Estado voltam para o crime.

Na Fundação Casa, então, a reincidência é muito grande. Ali é que o Estado tem de investir também. Tem de investir no policial que vai buscar o criminoso. Em São Paulo, seja qual for o bandido, seja qual for o calibre da sua arma, a Polícia Militar vai buscá-lo. Ligou para o 190, rua tal, número tal, lá vai a polícia. Se uma viatura não dá, vão dez; se dez não dá, vão vinte. Se não dá, vem o Batalhão de Choque, o Regimento de Cavalaria. Isso tudo imediatamente. É a Polícia de São Paulo, a melhor do Brasil, embora não seja a mais bem paga do Brasil.

Quando tiramos de circulação um delinquente e ele vai para o sistema judiciário, ali o ladrão que tem uma grande quadrilha, tem seus advogados, dificilmente vai para a cadeia. Se forem, há tantos benefícios legais que, cumprindo pena, em todas as penitenciárias do Estado, 70% voltam para o crime. É aí que as coisas complicam. É aí que o crime compensa em São Paulo. Estamos fazendo um apelo pela PEC 300, que dá a todas as polícias do Brasil um piso, o mesmo da Polícia do Distrito Federal. Mas o Governo Federal saiu fora, disse que não pode. Outros estados fizeram campanha contra. E os policiais no Brasil vão buscar o criminoso, mas são muito mal pagos. No caso da bebida, motorista que bebe e mata continua dirigindo. Isso é uma afronta à sociedade.

Não vamos nem falar da USP. Que pena que eles não querem ler esse meu livreto. Os pais podem ter em sua casa, é só entrar no meu site. O livro mostra que elogiar a maconha é propaganda enganosa, mostra o quanto o Presidente Fernando Henrique Cardoso está equivocado. É só entrar no meu site, você recebe esse livro gratuitamente na sua casa. Eles vão entender que nenhum país liberou a maconha. A maconha provoca uma dependência brutal. Nesses 40 anos recuperando pessoas, pelas minhas mãos passou um Maracanã lotado de pessoas drogadas, em 95% dos casos a maconha é porta de entrada para a cocaína. É bom saber que antes da maconha o primeiro degrau das drogas é o álcool. Sobre ele falaremos em outra oportunidade.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB – PELO ART. 82 - Sr. Presidente, quero continuar a intervenção que estava fazendo sobre a pesca no nosso Estado. Desde março, quando assumimos uma cadeira na Assembleia Legislativa, tivemos a preocupação de questionar o Secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas, acerca do Decreto nº 56.031/2010. Perguntamos quais medidas estão sendo tomadas contra o Decreto nº 56.031, de 20 de julho de 2010, que dispõe sobre a proibição da pesca de diversas espécies de peixes no Estado de São Paulo; perguntamos quais os critérios para a inclusão das diversas espécies nesse decreto.

A resposta chegou e diz: “Portanto, o Decreto nº 56.031/2010, ao considerar que, nessas circunstâncias, as espécies de peixes continentais não são classificadas, deixa claro que é possível a exploração das mesmas como pescado.” Há um equívoco na resposta com a fiscalização que está acontecendo até hoje. Amanhã, dia 1º de novembro, os pescadores já não poderão mais ir ao rio para buscar a condição de sustento da família porque terá início o período de defeso, que vai até 1º de março. Vão se manter alguns deles, que conseguirem comprovar que são pescadores profissionais, com um salário mínimo. Outros, talvez, com nada.

Quero deixar registradas algumas fotos que coletei no Rio Grande, no Município de Icém, com fronteira. Nessa bela paisagem, ao fundo temos a Barragem de Marimbondo. Do lado de cá, vem um pescador. As próximas fotos mostram, em Minas Gerais, os pescadores pescando livremente. No Estado de São Paulo, esse decreto está impondo a proibição, mas, em Minas Gerais, está lá a prova. Essa foto foi tirada no sábado, por volta do meio-dia. Eles estão pescando livremente em Minas Gerais e levando o sustento para as suas famílias. Em São Paulo, infelizmente, não temos a possibilidade. A partir de amanhã, teremos menos ainda.

Portanto, Sr. Presidente, estamos trazendo fatos claros; estamos trazendo evidências de que existe o peixe, de que existem as pessoas passando necessidade, mas, até então, as respostas que nos chegam são apenas o “control C” e o “control V”, que, muitas vezes, são realizadas por estagiários. Essa resposta vem da Secretaria de Meio Ambiente, só que ninguém assina. Para mim, é “control C” e “control V”, mas, na boca do familiar do pescador profissional ou do amador que leva a família para se divertir, é o cerceamento da vida natural. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, estamos vivendo em São Paulo um momento inusitado de ataques aos direitos dos professores, tanto da rede estadual como também da rede municipal de ensino. Refiro-me em primeiro lugar a uma decisão da Defensoria Pública. Nós respeitamos muito a Defensoria pública, mas ela cometeu um grave erro tentando anular as férias das escolas de Educação Infantil da Prefeitura de São Paulo através de uma ação, que foi aceita no primeiro momento pelo Tribunal de Justiça. Houve inclusive um julgamento cancelando as férias de todas as escolas da Educação Infantil da rede municipal de ensino, tanto das nossas creches, CEIs, como das Emeis.

Felizmente, esse julgamento foi anulado no último dia 24, e haverá um novo julgamento que será marcado pelo Tribunal de Justiça. Mas, inicialmente, o próprio Tribunal de Justiça tinha dado um parecer favorável na votação à anulação das férias, tanto para as crianças como também para as professoras da Educação Infantil. Esperamos que o Tribunal de Justiça não cometesse o mesmo erro do primeiro julgamento, impedindo que crianças pequenas tenham acesso às férias de janeiro. As férias são necessárias para que crianças pequenas tenham contato com a sua família. É inadmissível que uma criança, de zero a cinco anos, não tenha férias durante o ano letivo. O mesmo para as professoras. Há aí um conflito enorme de interesses que têm de ser resolvidos, e o Tribunal de Justiça tem de julgar e debater esse tema diante das necessidades da Educação Infantil, sobretudo do Magistério municipal.

Outro fato em relação às férias é sobre a Resolução publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo pela Secretaria Estadual, no dia 7 de julho, fragmentando as férias dos professores da rede estadual de ensino em 15 dias, como se não bastassem as precárias condições de trabalho dos professores da rede estadual, a superlotação de salas, a violência nas escolas, a longa e estafante jornada dos nossos profissionais da Educação. Tudo isso vem prejudicando inclusive a saúde física e mental dos nossos educadores que, constantemente, são obrigados a se licenciarem para cuidar da saúde.

Isso é um verdadeiro absurdo. Todos sabem que a profissão de professor é uma das estafantes e desgastantes não só do Brasil, mas do mundo. No entanto, a Secretaria de Educação, em vez de ajudar e formular políticas educacionais para melhorar a situação do Magistério paulista, publicou uma resolução dividindo as férias dos professores: 15 dias em janeiro e em julho.

Isso vai prejudicar imensamente o Magistério estadual por vários motivos, principalmente na sua saúde, física e psíquica, em primeiro lugar. O professor não vai ter tempo de repor as suas energias, descansar e ter contato com a sua família.

Em segundo lugar, porque a maioria dos professores da rede estadual tem outros vínculos empregatícios em outras redes de ensino. Tem professor que acumula cargo de professor na rede municipal e na rede privada. Esse professor na rede municipal vai ter 30 dias e na rede estadual 15 dias. Ou seja, os prejuízos são imensos e danosos para o Magistério Municipal.

O nosso mandato já apresentou dois projetos aqui: um PDL para revogar, anular, cancelar a Resolução 44/11 e outro PL institucionalizando as férias de janeiro em 30 dias para que não sejamos pegos de surpresa por outro secretário de Educação ou outro governador.

Temos que ter uma lei estadual garantindo que o professor tenha, no mínimo, 30 dias de férias em janeiro. Nós defendemos inclusive que em julho também haja férias de 30 dias, até porque a rede particular de ensino oferece 30 dias em janeiro e 30 dias em julho e garante os 200 dias letivos.

Não sai prejudicado o aluno, nem o professor e nem a sociedade. No entanto, cada vez mais há diminuição das férias dos professores das escolas públicas, tanto das redes municipais como também da rede estadual de ensino.

Tomamos essa iniciativa com PDLs e também pedimos a convocação do secretário Estadual de Educação para depor aqui. Será no dia 30 de novembro, na Comissão de Educação. Vamos priorizar o debate em torno desse tema das férias para que haja imediata revogação, imediato cancelamento da Resolução nº 44/11, que dividiu as férias de janeiro dos professores da rede estadual.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero continuar falando ainda sobre a Educação.

Esse tema das férias é preocupante, principalmente porque estamos partindo para o encerramento do ano letivo.

Participamos, na semana retrasada, de uma manifestação da Apeoesp, dos professores da rede estadual que debateu muito sobre esse tema. Uma das principais luta hoje do magistério é pela revogação dessa danosa e perversa portaria. Mas, ao mesmo tempo, temos que pressionar a Secretaria Estadual de Educação a fazer um processo de escolha de aulas no mês de dezembro.

Não tem sentido a Secretaria Estadual de Educação publicar essa Resolução dizendo que era para melhor organizar as escolas no processo de atribuição de aulas. Isso pode ser feito no final do mês de dezembro. Há momento para organização da escola e o momento para escolha de aulas. A Secretaria pode organizar dessa maneira porque temos outras redes que organizam dessa maneira. No entanto, aqui há uma resistência da Secretaria Estadual de Educação que tem, parece-me, resistência a mudanças, principalmente a mudanças que podem beneficiar professores e servidores da Educação.

Além dessas reivindicações do fim da fragmentação das férias, a escolha de aulas e a organização das escolas no final do mês de dezembro, também reivindicamos à Secretaria Estadual de Educação para que incorpore as gratificações de todos os servidores porque hoje o magistério ainda é vítima dessa política de gratificação, de bonificação e essa política salarial que destrói, corrói e liquida a carreira do magistério porque essas gratificações e bonificações não se incorporam ao salário-base dos servidores da Educação e de outras categorias profissionais também.

O professor quando se aposenta acaba se aposentando com um salário que chega quase à metade do salário que recebe na ativa. Então os prejuízos são imensos nessa área da política salarial que é mantida com gratificação e bonificação. Quero ressaltar que o Governo Estadual vem não só dividindo as férias dos professores. Não podemos nos esquecer - gostaria de lembrar ao telespectador e à sociedade que foi de uma certa forma vítima de uma propaganda enganosa feita pelo Governo Estadual que repercutiu na grande imprensa - que os professores tiveram um reajuste salarial de 42% que foi fragmentado também, dividido em quatro anos. Parece-me que o Governo Alckmin gosta de dividir tudo para os professores.

Divide as férias dos professores, o reajuste em quatro anos, em 2014 este reajuste aprovado neste ano não terá coberto nem a inflação do período. Então além das férias divididas e fragmentadas, além do reajuste também fragmentado e dividido que não atende nem de longe o processo de reposição das perdas inflacionárias, o Governo ainda dividiu o magistério em várias categorias, criando a maior confusão e injustiça na Rede Estadual de Ensino. Tem categoria OFA, ACT, L, O, F. Isso cria uma confusão, uma injustiça, jogando professor contra professor. Não posso me esquecer de dizer que a Lei 1093 aprovada aqui pela Assembleia Legislativa, lei que votamos contra porque é uma lei perversa, danosa, criou a quarentena.

O professor que é admitido hoje por esta lei ele só pode lecionar durante um ano na Rede Estadual de Ensino, depois ele fica no período de quarentena, ficando fora por força dessa lei 200 dias letivos. Os professores falam quarentena ou duzentena. Isso esvazia as nossas escolas. Nós temos já muitas escolas sem professores por conta dessa perversa legislação aprovada pela base do Governo. Portanto, temos de resolver todos esses gargalos, todas essas mazelas da Educação estadual, sobretudo, discutir com o magistério, com as entidades representativas da Educação, o plano estadual de Educação porque a Educação no Estado de São Paulo está à deriva, está sem norte, sem sul. Não temos um projeto pedagógico para a rede estadual.

Nós funcionamos aqui na base dos humores da Secretaria da Educação, não há um plano definido por isso a Rede Estadual de Ensino continua degradada, sucateada e sem investimento porque não temos política educacional. Temos programas de Governo, mas isso não é plano estadual de Educação. O plano tem de ser construído coletivamente pela população, pelo magistério, pelos alunos, pelas entidades, pela Comissão de Educação, pelos amplos setores da sociedade. Nós definimos a política educacional como política de Estado, não política de Governo. Faz-se urgente debater um plano estadual de Educação, mas discutido amplamente no Estado de São Paulo e depois votado aqui na Assembleia Legislativa para combater a descontinuidade das políticas educacionais que transformaram a política educacional no Estado de São Paulo em política de fato do Estado e não do PSDB ou de outro partido, aliás, só do PSDB porque o partido já está 17 anos no Governo do Estado de São Paulo. Então há 17 anos que temos uma política educacional fracassada, arruinada, que destruiu, que degradou a Educação no Estado de São Paulo, sobretudo prejudicou e continua prejudicando imensamente o magistério paulista.

Por um plano estadual de Educação já debatido coletivamente pelo magistério, pelas entidades da Educação e por toda a população para tirar a Educação do Estado de São Paulo dessa situação humilhante em que ela se encontra: sem investimento e, sobretudo, sem a valorização dos profissionais da Educação. Era isso, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com os Projetos de leis vetados nºs 231, de 2007; 99, de 2010; 315 e 497, de 2011. Adita, ainda, a Ordem do Dia com o Projeto de lei Complementar nº 79, de 2006, que tramita em regime de urgência. Havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da Sessão Ordinária de 27 de outubro de 2011 e os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e seis minutos.

 

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