04 DE OUTUBRO DE 2006

134ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidência: JOÃO CARAMEZ e PALMIRO MENNUCCI

 

Secretário: PALMIRO MENNUCCI

 


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 04/10/2006 - Sessão 134ª S. ORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: JOÃO CARAMEZ/PALMIRO MENNUCCI

 

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOÃO CARAMEZ

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a visita de alunos do Centro de Aprendizagem e Monitoramento Dr. Joaquim Lourenço, da Capital.

 

002 - PEDRO TOBIAS

Agradece a população da cidade de Lins pelos votos recebidos. Defende o voto distrital como forma de beneficiar uma determinada região. Elogia o trabalho do ex-Governador Alckmin fez na região de Bauru.

 

003 - PALMIRO MENNUCCI

Assume a Presidência.

 

004 - JOÃO CARAMEZ

Agradece a população de São Paulo pelos votos recebidos. Tece comentários sobre as eleições para governador e presidente da República.

 

005 - JOÃO CARAMEZ

Assume a Presidência.

 

006 - PALMIRO MENNUCCI

Homenageia o Dia Internacional dos Animais, comemorado hoje. Critica as práticas experimentais com animais.

 

007 - HAMILTON PEREIRA

Faz agradecimentos à população de sua região pelos votos recebidos nesta eleição. Comenta as irregularidades do governo de Geraldo Alckmin.

 

008 - CONTE LOPES

Agradece aos eleitores pelos votos recebidos. Pede ao Governador eleito que dê mais atenção à segurança pública, com a valorização do policial e melhora no comando das polícias.

 

009 - CONTE LOPES

Por acordo de lideranças, solicita o levantamento da sessão.

 

010 - Presidente JOÃO CARAMEZ

Acolhe o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 05/10, à hora regimental com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Palmiro Mennucci para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - PALMIRO MENNUCCI - PPS - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Convido o Sr. Deputado Palmiro Mennucci para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - PALMIRO MENNUCCI - PPS - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a visita dos alunos do Centro de Aprendizagem e Monitoramento Profissional Dr. Joaquim Lourenço, de São Paulo. Sejam bem-vindos à Casa do Legislativo paulista. Muito obrigado. (Palmas.)

Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Arnaldo Jardim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembléia. Primeiro, vou cumprimentar o nosso companheiro, Vereador de Lins, aqui presente neste plenário, Márcio Gatti. Seja bem-vindo a esta Casa. Cumprimento também os jovens alunos presentes, parabenizando os professores que os trouxeram aqui para conhecer como funciona esse poder, pois isso é uma verdadeira aula de cidadania. Parabéns ao diretor da escola, a seus professores e a todos vocês.

Como falei de Márcio Gatti, vou agradecer aos habitantes da cidade de Lins, onde fomos bem votados; com o trabalho desse grupo, o nosso futuro Governador José Serra, e o nosso candidato Geraldo Alckmin, tivemos mais de 73% de votos. Agradeço à população de Lins, onde eu tive uma votação extraordinária também, e como sempre falei, sou Deputado distrital, regional. Tive 228 mil votos, sendo 98% da minha região, em 48 cidades da região administrativa de Bauru.

Defendo o voto distrital, porque o Deputado é conhecido, é cobrado, é procurado e pode contar com a população, com o prefeito, com o vereador. Acho melhor ter uma base. Como falamos da região toda, quase 48 cidades, ganhamos com Serra, 100%, e com Geraldo Alckmin 98%.

E não é por causa do Deputado Pedro Tobias, do vereador Márcio Gatti, é pelo trabalho sério de Geraldo Alckmin durante esses seis anos como governador, quando olhou toda as cidades da nossa região com carinho, com investimentos.

E se amanhã, chegar à Presidência da República, se alguém disser que precisa de alguma coisa para Lins, para Sabino, para Arealva, para Dois Córregos, porque lá ele teve muitos votos, ele já as conhece, já as visitou várias vezes. Nosso trabalho, na nossa região, no segundo turno, é mostrar para a população o que é melhor para ela, o que é melhor para o estado, o que é melhor para o país, votando no Geraldo Alckmin, que é um homem que representa seriedade e trabalho, como já comprovou no Estado de São Paulo.

Vamos levar esse recado para o Brasil inteiro, porque o que Geraldo Alckmin fez em São Paulo, é a maior experiência de seriedade, porque não tem “mensalinho”, não tem “mensalão”, não tem dinheiro na cueca, não tem roubo na compra de ambulâncias.

Aqui se compravam ambulâncias pela compra eletrônica, economizando 25%; e com o mesmo dinheiro usado para comprar mil ambulâncias, na última vez compramos 1.250. Isso é seriedade. Seriedade é fazer, não é discursar. Nosso Presidente da República é bom só de discurso. Muito bom de discurso.

Desafio a mostrarem uma obra federal feita em uma cidade da na nossa região: casa popular, uma escola, ampliação de hospital, posto de saúde, asfalto. A famosa BR de Lins até São José de Rio Preto foi interditada pela Justiça; a única BR que temos. Com isso, só temos estradas estaduais. Muito obrigado.Vamos até a vitória em 29 de outubro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Palmiro Mennucci.

 

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O SR. PRESIDENTE - PALMIRO MENNUCCI - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Arcanjo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Castilho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez.

 

O SR. JOÃO CARAMEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembléia, alunos do Centro de Aprendizagem e Monitoramento Profissional Dr. Joaquim Lourenço, senhoras e senhores.

Assomo à tribuna inicialmente para agradecer ao povo de São Paulo o fato de me terem conferido mais um mandato como Deputado estadual, o terceiro mandato consecutivo. Para mim, é um motivo de orgulho, de muita satisfação, poder representar São Paulo no maior parlamento da América Latina.

Aproveito também a oportunidade para agradecer a todos os nossos companheiros de luta, que heroicamente levaram nosso trabalho aos quatro cantos do nosso estado, fazendo com que obtivéssemos o número satisfatório de 84.560 votos, levando a ocupar, por mais uma vez, uma cadeira na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Aliás, este final de semana foi muito gratificante, por duas grandes razões: primeiro, pelo povo de São Paulo ter consolidado de vez a grande soberania do PSDB aqui no Estado de São Paulo.

Depois de doze anos, vamos ter mais um governador do PSDB, mostrando que a população de São Paulo reconhece sobremaneira o trabalho sério, honesto, transparente, mas acima de tudo, um trabalho solidário feito pelo PSDB no maior estado da nossa federação.

Outra alegria foi, sem sombra de dúvida, a grande sabedoria que o povo brasileiro demonstrou nesse final de semana, fazendo com que haja o segundo turno nas eleições presidenciais. Aliás, à medida que os anos vão passando chegamos à conclusão de que o povo brasileiro melhor do que ninguém sabe exercitar o seu grande momento de cidadania. Se já tivesse sido definido o presidente no primeiro turno, com a eleição do atual Presidente, estaríamos num primeiro momento consagrando nada mais nada menos que a mentira, a corrupção, o desmando, o desvio do dinheiro público, a improbidade administrativa.

Com o advento do segundo turno a população brasileira vai ter um pouco mais de tempo para poder analisar os concorrentes, para poder fazer uma grande reflexão e uma grande avaliação para decidir o que é melhor para o Brasil. Será que é melhor avançar ou recuar? Será que é melhor progredir ou regredir? Chegou o momento de a população brasileira dar um basta a todos os desmandos que aconteceram nesses últimos quatro anos. Com certeza a eleição do Serra aqui em São Paulo consagrou definitivamente a lisura, a honestidade, a transparência e a eleição de Geraldo Alckmin como Presidente da República levará sem sombra de dúvida a experiência de ter sido vice-Governador do grande estadista e grande governador que tivemos, o saudoso Governador Mário Covas, e a experiência também do grande governador que foi durante seis anos do maior estado da federação. Todos nós aqui estamos torcendo para que a população brasileira acerte de vez no próximo dia 29 de outubro.

Sr. Presidente, mais uma vez quero aqui aproveitar a oportunidade de agradecer aos nossos companheiros, aos funcionários que tão brilhante e heroicamente levaram o nosso trabalho, e também cumprimentar os nossos companheiros que se reelegeram, desejando a todos um mandato repleto de felicidade. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - PALMIRO MENNUCCI - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidente o Sr. João Caramez.

 

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O SR PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - Tem a palavra o nobre Deputado Palmiro Mennucci.

 

O SR. PALMIRO MENNUCCI - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários da Casa, alunos do Centro de Aprendizagem e Monitoramento Profissional Dr. Joaquim Lourenço. Parabéns alunos, parabéns colegas professores.

Queria cumprimentar o Deputado João Caramez e o Deputado Pedro Tobias pelas suas palavras, só que quero dizer o seguinte: sou um Deputado que não caço votos. Fui a Bauru também pedir votos a professores onde obtive 600 votos. E pergunto a qualquer outro Deputado, inclusive ao Deputado Tobias, se há uma obra feita por algum Deputado como eu fiz naquela cidade.

Hoje, 4 de outubro, é o Dia Internacional dos Animais, Dia da Natureza e de São Francisco de Assis. É um dia especial para nos lembrar que fazemos parte de um mesmo todos, independente da nossa condição neste planeta.

Somos seres vivos criados pela mesma força divina. Somos filhos do universo e, como tal, somos responsáveis por ele, na parte que nos toca: o planeta Terra. Hoje é o Dia Internacional dos Animais e da Natureza.

Neste dia, quero falar um pouco sobre as torturas a que são submetidos os animais nos procedimentos de vivissecção. Infelizmente, sabemos que, num contexto de lucro, pouco importa a vida de seres que não têm como mudar seu destino

Creio que nem todas as pessoas sabem o que é vivissecção. Mas é muito importante que todos saibam o que significa, tanto a palavra, quanto a sua prática. Vivissecção é o uso de seres vivos, principalmente animais, na prática experimental e .didática, e todo tipo de manipulação sofrida pelos seres vivos, havendo violações corporais, de todos os tipos, nos animais.

Propus, nesta casa, um Projeto de lei alterando o Código de Proteção aos Animais de Estado de São Paulo, para acabarmos, de uma vez por todas, com a barbárie que representa a vivisseção, no âmbito de nosso Estado. O Projeto de lei encontra-se, no momento, na Comissão de Constituição e Justiça.'

A utilização de animais em cirurgias e experimentos nos cursos de medicina, medicina veterinária, biologia, psicologia e odontologia, dentre outros, é uma prática ainda comum no Brasil. Cães, gatos e outras espécies (cavalos, coelhos, camundongos...) são submetidos a cirurgias e testes, na maioria das vezes dolorosas, sob o pretexto de ensino didático ou pesquisa científica. Os procedimentos são indescritíveis e é preciso ter coragem para conhecer detalhes e ver fotos dos animais submetidos a tal crueldade.

Cães e gatos, vira-latas ou de raça, que foram abandonados por seus donos ou encontrados vagando pelas ruas, aguardam o sacrifício nos centros de zoonoses e são vendidos por algumas prefeituras às universidades. Estressados e muito assustados, são enviados aos institutos de ensino para servirem de cobaias em aulas práticas. Depois de mutilados, são colocados em canis ou gatis, em condições precárias, sem assistência adequada no pós-operatório (analgésicos, principalmente), onde ficam aguardando uma próxima cirurgia ou experimento.

Em muitos países os experimentos com animais, assim como seu uso didático, já foram abolidos. Isto quer dizer que existem alternativas para a vivissecção. E, se existem alternativas, não há razão para se continuar utilizando animais em experimentos, causando-lhes sofrimentos indescritíveis. No Brasil, embora exista uma lei que os proteja, os animais ainda continuam a serem utilizados.

Senhor Presidente, Senhores Deputados, o homem de ciência deve dedicar-se ao respeito pela vida humana ou não humana e a tecnologia substitutiva é a única compatível com os direitos do ser vivo. A experimentação animal é diretamente responsável pelo aumento do câncer, doenças do coração, defeitos físicos, Aids, etc...

A talidomida foi um medicamento indicado para gestantes contra náuseas e tonturas. Durante três anos, foram feitos exaustivos testes em animais para se estudar reações adversas. O medicamento foi considerado próprio para uso humano e aprovado pela FDA, dos Estados Unidos e, nos anos 50 foi comercializado. O resultado catastrófico do uso de animais como modelo humano resultou em diversas deformações gravíssimas em milhares de crianças. Quem não se lembra desta tragédia?

A vivissecção continua, em parte, porque oferece prêmios lucrativos e perpetua a tradicional filosofia médica. Experimentação animal é parte da indústria multimilionária, a qual inclui suprimentos diversos, gaiolas, fabricantes de equipamentos, criadores de animais, empresas de ração, imprensa especializada, e outros interessados. Portanto a abolição total da experimentação animal, por lei é, não somente desejável, mas é também possível.

Senhoras e senhores, conforme afirmou, com muita sabedoria, Leonardo Da Vinci, "Chegará um dia no qual os homens conhecerão o íntimo dos animais; e nesse dia, um crime contra um animal será considerado crime contra a humanidade”.

Ou como diz Adovaldo Fernandes Sampaio: - “O homem é parte integrante da natureza. Ao revoltar-se contra ela, destruindo animais e plantas, está decretando o fim do planeta e da raça humana. O vencedor será derrotado.” Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Afanasio Jazadji. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Havanir Nimtz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mário Reali. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ricardo Tripoli. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Sérgio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, funcionários da nossa querida TV Assembléia, cumprimento os alunos do Centro de Aprendizagem e Monitoramento Profissional Dr. Joaquim Lourenço - São Paulo, agradecendo pela visita que fazem a nossa Casa na tarde de hoje.

Sr. Presidente, quero aproveitar, mais uma vez, o uso desta tribuna, como já o fiz na tarde de ontem, para cumprimentar a todos os Srs. Deputados recém-eleitos no último dia 1º de outubro e que estarão conosco a partir do próximo dia 15 de março de 2007 para uma nova legislatura na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. A propósito, aproveito para agradecer novamente às 82.256 pessoas que depositaram seu voto de confiança neste Deputado, renovando assim o compromisso deste Parlamentar junto à sociedade do Estado de São Paulo para trabalhar aqui por mais quatro anos na defesa dos interesses do povo deste Estado.

Quero também fazer referência a uma fala feita desta tribuna há pouco por um dos Deputados do PSDB, que afirmou neste partido não haver nenhum erro na condução administrativa do Estado, não existirem episódios de dinheiro desviado.

Quero lembrar que em meados do ano passado a imprensa trouxe à tona o episódio do gasto de cerca de 45 milhões de reais com apaniguados do governo donos de jornais, de revistas na periferia da Capital e também nas grandes cidades do Estado de São Paulo, recursos da Nossa Caixa que beneficiaram amigos do Governador.

É bom lembrarmos que por várias vezes o ex-Governador Geraldo Alckmin confundiu o público com o privado. Assim o fez, por exemplo, em relação às privatizações. Foram cerca de 171 bilhões de reais arrecadados com privatizações sob o álibi de que esses recursos seriam investidos nas áreas sociais, na recuperação das vicinais.

Hoje, quando percorremos o Interior do Estado, verificamos que a maior revolta dos prefeitos do Interior é exatamente em relação à falta de atenção para com as vicinais, prejudicando assim a nossa agricultura, prejudicando aqueles que produzem, que gostariam de ter estradas mais transitáveis e não tiveram no Governo Geraldo Alckmin.

Lembro também que no biênio 95/96 a dívida do Estado de São Paulo era de 34 bilhões de reais. Hoje, essa dívida, herança deixada pelo Sr. Geraldo Alckmin, é de 138 bilhões de reais. Lá se foi a nossa ferrovia, desmontada com a demissão de 19 mil trabalhadores ferroviários no Estado. Na área da Educação, um desastre total: fechamento de 200 escolas públicas estaduais com a conseqüente demissão de mais de 40 mil educadores, professores. Dentre as 200 escolas fechadas no Estado de São Paulo, tivemos o fechamento de 54 Cefams - Centro de Educação e Aperfeiçoamento do Magistério - um centro de excelência educacional, que tantos professores formou. Mas foram fechados pelo Sr. Geraldo Alckmin, causando um prejuízo inestimável na área da Educação deste Estado. Isso, como disse, ocasionou a demissão de mais de 40 mil educadores, professores.

Na área da Segurança Pública, todos conhecem o comando do crime organizado no Estado de São Paulo, que assassinou dezenas de pais de famílias, dentre eles 17 agentes penitenciários. É o caos a área da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Falta entrosamento entre as Polícias Civil e Militar. Como conseqüência, o crime organizado tomou conta do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, encerro aqui. Usei a tribuna, na tarde de hoje, apenas para fazer menção a alguns desmandos do Sr. Geraldo Alckmin à frente do Governo do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Edir Sales. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, mais uma vez retornamos a esta Casa e queremos agradecer nossos eleitores. Pela sexta vez consecutiva nos fizeram chegar a esta Casa confiando-nos o seu voto, confiando no nosso trabalho. Foi uma eleição realmente difícil. Portanto, voltamos a batalhar na área que tanto trabalhamos: Segurança Pública.

Vamos torcer para que o Governador recém-eleito José Serra analise a fundo a questão da Segurança Pública, da mesma forma o Sr. Geraldo Alckmin, a quem acompanhamos durante a campanha eleitoral. Que tenha boa sorte nesse segundo turno.

Em relação à Segurança Pública alguma coisa tem de mudar. Não em termos de governo, mas em termos de polícia. Temos de valorizar mais o policial, temos de dar condições de trabalho. O crime está aí e para combatê-lo precisamos do policial. Mas temos de dar condições de atuar a esse policial.

Para quem não sabe, ontem, na cidade de Limeira, um policial militar foi atender uma chamada: um assalto a uma joalheria. Esse policial foi baleado e morto a tiros de fuzis. Posteriormente, vários bandidos foram presos com fuzis e metralhadoras.

Hoje, na Zona Sul de São Paulo, em Parelheiros, policiais foram atender uma ocorrência: bandidos usando coletes à prova de balas e se passando por policiais do Garra estariam ameaçando o dono de um mercado. Chegando lá, foram recebidos a bala. Na fuga dos bandidos, um policial militar foi baleado também com um tiro de fuzil e acabou perdendo a vida. Tive oportunidade de conversar com o sargento que participou da ocorrência, que me disse: “Deputado, eu trabalho em São Paulo, mas moro em Cruzeiro. Como troquei tiro com os bandidos - não devo ter acertado em ninguém porque fugiram - apreenderam minha arma e agora sou obrigado a ir daqui até a divisa do Rio de Janeiro desarmado.”

Vejam que situação difícil. Evidentemente não é o Governador o responsável por isso. Ele escala o Secretário e o Comando da Polícia. Agora essas pessoas têm de acompanhar mais a polícia, tem de estar ao lado do policial, tem de dar condições para o policial poder cumprir o seu dever. Às vezes, o policial não reclama nem do salário. O que ele quer é poder trabalhar. Mas ele não pode trabalhar por causa dos psicólogos, por causa dos filósofos dos Direitos Humanos. Então, o policial que enfrenta o crime é afastado das ruas e ainda fica sem sua arma, como aconteceu com esse sargento. Ele acabou de perder o companheiro, que tinha duas filhas, inclusive um casal de gêmeos de dois anos de idade. O policial tomou um tiro na cabeça e morreu essa madrugada em Parelheiros. O comandante dele que estava na ocorrência vai para a delegacia fazer a ocorrência - nenhum bandido preso - recolhe a arma de todos os policiais que estavam sob seu comando naquele momento e o sargento vai para sua casa desarmado. Tem condições de um policial que enfrenta o crime organizado, com bandidos inclusive usando o uniforme da Polícia Civil, voltar para sua casa desarmado?!

Portanto, há certas coisas que precisam mudar. E espero que mudem. Não adianta ouvir só coronel. Tem de ouvir soldado, tem de ouvir investigador de polícia para saber o que ele passa na linha de frente.

Como um homem que mora em Cruzeiro pode trabalhar em São Paulo? Ele fica 12 horas viajando e ainda é obrigado a trabalhar mais oito horas. Qual a condição física desse homem no seu turno de serviço? É correto esse policial ir daqui até sua casa desarmado porque enfrentou um bandido? A polícia, de imediato, deveria providenciar um armamento para ele. O comando deveria providenciar um armamento para esse sargento, para esse soldado, para os que sobreviveram ao enfrentamento com os bandidos.

Espero que realmente alguma coisa mude, em relação ao problema. Espero que se fale em termos de Segurança Pública com quem entende de Segurança Pública. Vamos parar de ler no jornal que a pessoa é especialista em Segurança Pública, se ele nunca sentou numa viatura, não sabe o que é isso. Especialista em quê? Quando o homem  está com problema de doença grave, ele procura o Hospital do Câncer ou um cardiologista. Ele não vai ao farmacêutico.

Estamos vivendo uma situação grave em termos de Segurança Pública. É importante que se ouçam os policiais, o drama que estamos vivendo na área da Segurança Pública, para que possamos realmente ter uma solução melhor, e não tenhamos o crime organizado querendo mandar em São Paulo. Obrigado.

 

O SR. CONTE LOPES - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 11 minutos.

 

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