http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

05 DE OUTUBRO DE 2012

136ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que no próximo domingo, dia sete de outubro, serão realizadas eleições municipais. Solicita que os cidadãos exerçam seu direito ao voto. Pede que os eleitores escolham o melhor candidato para prefeito e vereador. Informa os horários de votação.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Relata sua experiência como dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Descreve a atuação desta instituição na sociedade brasileira. Informa que Oficiais da Justiça Eleitoral apreenderam na noite de quinta-feira exemplares do jornal "Folha Bancária", editado por este Sindicato, por suposta propaganda eleitoral indevida. Relata que o ocorrido se deu em função de pedido do PSDB. Cita que o veículo de comunicação daquele Sindicato publicaria reportagem sobre os 3 principais candidatos e que foi retirado de circulação, inclusive sendo proibida sua exibição na internet. Condena tal atitude do PSDB, alertando que se trata de uma ação antidemocrática.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Informa o assassinato de mais um policial militar no Estado de São Paulo. Lamenta o ocorrido e afirmou que já são 79 mortes de policiais neste ano. Comenta reportagem de hoje, no jornal "Folha de S. Paulo", sobre o assunto. Cita entrevista que concedeu a este jornal e que teve repercussão nacional. Combate discursos de autoridades estaduais, de que as execuções em série não estariam ocorrendo. Cobra atitudes destas autoridades no sentido de terminar com esta onda de violência.

 

004 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta o clima de insegurança que tem acometido os usuários do Parque Ibirapuera. Relata diversos crimes ocorridos no local no último ano. Exibe reportagem sobre a troca do comando da Rota e o aumento da criminalidade no Estado. Pede a implantação do conceito de "tolerância zero" na segurança pública em São Paulo.

 

006 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

007 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Critica a maneira como os governos do PSDB em São Paulo conduziram as privatizações do Banespa e Nossa Caixa. Elogia a política, do Governo Federal, de baixar os juros dos bancos públicos sob sua administração. Condena a atitude do PSDB em pedir para que a Justiça apreendesse os exemplares do jornal "Folha Bancária", editado pelo Sindicato dos Bancários, por suposta propaganda eleitoral. Considera a atitude antidemocrática.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 08/10, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, iniciamos o Pequeno Expediente lembrando que esta é a última sessão antes da eleição que acontecerá no dia 7 de outubro de 2012, quando serão eleitos prefeitos e vereadores.

Esta Presidência, em nome de todos os Deputados, solicita aos telespectadores eleitores que cumpram esse ato cívico tão importante escolhendo os nossos futuros dirigentes, escolhendo sempre os melhores prefeitos e os melhores vereadores para termos qualidade de vida. Lembrando a todos que a eleição se iniciará às 8 horas e terminará às 17 horas. Nós desejamos boa sorte a todos os eleitores e que não haja voto nulo e nem branco.

Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, V. Exa. que é o Vice-Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, que faz um belíssimo trabalho.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e funcionários da Assembleia Legislativa, antes de ser Deputado Estadual, fui Presidente do Sindicato dos Bancários durante seis anos. Hoje, nós temos o Sindicato dos Bancários, assim como o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Apeoesp - dos professores, e dos funcionários da Saúde, sendo reconhecido por todo o Estado de São Paulo e no Brasil. É um sindicato que no próximo ano completará 90 anos de existência. Uma convenção coletiva que tem praticamente 20 anos, sendo a única categoria que tem o acordo coletivo nacional.

Visto que o Sindicato dos Bancários de São Paulo não é só um órgão representativo, mas um sindicato que dialoga com seus trabalhadores, que tem uma atuação ativa nas lutas sociais do nosso País, tem um papel muito importante na redemocratização do nosso País, foi um dos sindicatos de resistência na época da Ditadura Militar; foi o sindicato que participou da ecodemocratização do País nas Diretas Já, teve um papel muito importante também no impeachment do ex-Presidente Fernando Collor de Mello. Portanto, este é um sindicato que tem uma ação efetiva, não só nas lutas econômicas da categoria, mas também nas lutas sociais.

Neste momento, quero manifestar meu repúdio à coligação do PSDB no processo de eleição na cidade de São Paulo, pois no dia de ontem solicitou a retirada de circulação a “Folha Bancária”. É um jornal que circula às terças e quintas-feiras com a tiragem de 100 mil exemplares. Também é um jornal que sempre apresentou sua posição, majoritária ou não, na direção do Sindicato em relação aos pleitos ora colocados.

Ontem, a Diretoria foi praticamente surpreendida com a Polícia Militar que chegou acompanhada de um Oficial de Justiça do Tribunal Superior Eleitoral, visitando a sede do sindicato com a perspectiva de tentar retirar do ar a “Folha Bancária”, que ficou no ar por tanto tempo, e conseguiram. Portanto, a “Folha Bancária”, que só deixou de circular no Brasil na época da Ditadura Militar, no dia de ontem foi retirado do ar.

A “Folha Bancária” só deixou de ser situado no Brasil na época da Ditadura Militar, demonstrando mais uma vez aqui a face de partidos que muitas vezes se dizem democráticos. Mas o que apresentou ontem foi cercear a democracia, cercear o direito de opinião de uma categoria representativa, como é a dos bancários.

A nota oficial encaminhada no dia de ontem, a direção do sindicato coloca que a censura teve o pedido da coligação do candidato José Serra Avança São Paulo - PSDB, PSD, DEM, PV e PR -, que solicitou o recolhimento dos exemplares da “Folha Bancária”, além de retirar da versão online do site.

O mandato afirma que a matéria denigre a imagem do Serra. O jornal trazia na última página reportagem que penalizava propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Russomanno, Serra e Haddad. Também declarava apoio à maioria da direção executiva da entidade, afinal era o único candidato a se comprometer com a agenda da classe trabalhadora apresentado por todos os sindicatos da cidade de São Paulo.

Aqui o sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estão fazendo o debate com os bancários, o que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial por melhores condições de trabalho é o sindicato cidadão e sempre se preocupou com a cidade de São Paulo, o Estado e o País.

O que os trabalhadores dizem? “Sabemos da importância desse debate”, afirma aqui o presidente do sindicato. “Os trabalhadores têm o direito de analisar as propostas de candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura”, ressalta o dirigente, lembrando que a “Folha Bancária” coloca em prática o bom jornalismo. “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não podemos noticiar o plano de governo de alguns candidatos que não teve seus materiais divulgados no site oficial da campanha”.

Esta foi a nota oficial ontem, já apresentada pela direção do sindicato. Vale lembrar que, quando o Ex-Governador Covas foi candidato a governo do Estado de São Paulo, a mesma direção indicou o posicionamento da maioria não do sindicato, mas da diretoria do sindicato, e o mesmo ato foi feito também, na época, com o Governador Covas. A diretoria do sindicato se posicionou favoravelmente naquele momento. A disputa era entre o Covas e o Maluf e favoravelmente foi apresentado não pelo sindicato, como eu disse, mas pela maioria da diretoria um posicionamento de que o melhor naquele momento seria o Governador Covas, o qual foi eleito governador do Estado de São Paulo. E, naquele momento, o atual encabeçador da chapa da coligação “Avança São Paulo” não fez nenhum questionamento. Agora tenta, mais uma vez, fazer a censura ao veículo de comunicação que tem muitos anos, que é reconhecido pela categoria o sindicato com mais de 90 anos. Então, repudiamos a censura. Essa censura só aconteceu no caso dos bancários na época da Ditadura Militar.

Fica aqui o meu repúdio a mais uma ação de uma coligação, que muitas vezes se dizem democráticos mas que muitas vezes tem prejudicado a população, principalmente a censura jornalística. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, para variar, mais um policial militar foi executado no dia de ontem.

O cabo Renato Ferreira da Silva estava numa oficina mecânica e teria reagido a uma abordagem de criminosos. Digo teria porque ainda tem que se apurar circunstância que ensejaram a 79ª execução de policial militar este ano. Não me equivoquei, não. São 79 casos.

Anteontem, foi executado, no litoral, o soldado Sá. E até alguns canais de televisão veicularam as imagens das câmeras no ambiente onde o Sá foi executado. E dá para se perceber claramente que os marginais se aproximam em uma motocicleta, desembarcam, o surpreende, pelas costas, e passam a desferir inúmeros tiros executando o policial militar.

Setenta e nove casos, 63 registrados como homicídios e 16 como latrocínios. Ocorre que esses latrocínios, roubos que não deram certo em que executaram para roubar, o que é roubado do policial, normalmente, é simplesmente a sua arma como mais um instrumento nas mãos dos criminosos.

E hoje, Sr. Presidente, a “Folha de S. Paulo” estampa, como vem fazendo a semana toda, a partir de um levantamento de 400 documentos, 400 páginas documentais que teve a “Folha de S. Paulo”, através do Ministério Público e a Polícia: “Facção deu ordem a criminosos para assassinar policiais em São Paulo.” O que pode parecer uma lenda como dizem algumas autoridades nesse momento: “ Ah, esse art. 18, no novo estatuto da facção PCC - “sangue se lava com sangue”, “Vamos matar policiais”, “Vamos matar os botas pretas”, se tudo isso é lenda, 79 policiais no ano. Qual é a tese?A tese é: “Ah, só três foram em serviço, os demais são azarados, estavam no lugar errado, na hora errada.”

 Dezessete desses mortos, executados, já eram inativos, Deputado Luiz Claudio Marcolino, e não estamos vendo a necessária tomada de medidas pelo Governo na investigação mais profunda sobre essas execuções, sobre o mando. Se existem facções criminosas dentro dos presídios que demonstram uma falência no Sistema Prisional, emanando ordens para a execução de policiais que estão nas ruas defendendo a sociedade, e até alguns que já estão aposentados, como os 17 dos executados este ano que já eram aposentados, mas que estavam prestando serviços de segurança, chegando ou saindo de casa, no ambiente onde moram.

E hoje, na “Folha de S.Paulo” vem uma matéria em que fizeram uma entrevista comigo, - e muitos mecanismos de imprensa no pelo País passaram a manhã me perguntando - que diz: “Major vê risco de novos ‘esquadrões da morte.” Deputado Luiz Claudio Marcolino, isso é extremamente perigoso. Quando o Estado talvez se preocupa mais politicamente para não resvalar à imagem política e diz que isso é uma lenda e que não está acontecendo, eu vou ao enterro de policiais e vejo não só soldados e investigadores desesperados, mas coronéis e delegados de classe especial desesperados e dizendo: “Se a lei e a estrutura do Estado não dão respaldo, vai começar a se fazer justiça com as próprias mãos.” Isso é a barbárie, não queremos isso!

E o meu alerta para o Governo, para os segmentos da Justiça e para esta Casa, pois temos a Comissão de Segurança aqui é o seguinte: não podemos deixar chegar a isso.

Agora, o policial está tentando se defender, e todas as vezes que se pensa em sair da lei para cumpri-la, o resultado é ruim para a sociedade, para a própria instituição policial, para o Governo; é ruim para o policial que vai se tornar um marginal tentando se proteger ou tentando achar que está fazendo justiça ou que está vingando os seus que foram executados. Extremamente perigoso isso. Mas não dá para dizer que é lenda. Aliás, é fácil dizer que é lenda e usar carro blindado, usar segurança. É muito fácil. Não estou dizendo que as autoridades em todos os níveis não devam ter as medidas protetivas inclusive do Estado. Defendo até que as tenham, mas não venham com blábláblá dizendo que isso é história da carochinha porque as situações são irrefutáveis. As execuções estão acontecendo, fora as tentativas de homicídios este ano de policiais que foram feridos em circunstâncias não esclarecidas, que já passam de uma centena, Sr. Presidente. Não dá para tapar o sol com a peneira. É desesperador.

O policial Renato vai ser enterrado agora às 16 horas e 30 minutos no Cemitério dos Ipês.

Lamentável, profundamente lamentável! Não adianta lavar as mãos dizendo ‘graças a Deus não foi em serviço.’ Que conversa é essa!

Será que a vida do homem vale menos? Será que não foram executá-lo exatamente por ser um policial ou porque ele agiu, já que era um policial e viu pessoas ameaçadas de morte? Isso diminui o valor da vida?

Fica aqui mais este triste relato. É a manifestação que faço e vou continuar a fazer, inclusive exigindo providências. Não adianta posicionamentos lacônicos como este de dizer que é lenda. Vejam a realidade: 79 execuções num ano e mais de cem tentativas. Isso não é lenda não!

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, aqui na frente da Assembleia Legislativa, um dos maiores parlamentos do Hemisfério Sul, temos o Parque do Ibirapuera. Este parque é o símbolo de São Paulo e merece todo nosso carinho, atenção e segurança. Só que não temos segurança no Parque do Ibirapuera.

Recebi alguns usuários do parque no dia de ontem, que relataram alguns casos. Lerei alguns trechos deles.

“A coisa está tão sem ordem que até as cabines de talão Zona Azul estão fechando mais cedo por conta dos roubos.”

“Tive meu carro arrombado no estacionamento do parque. Lá só funciona a indústria da multa. Da segurança nem pensar.”

“Numa terça-feira, por volta de 19 horas mais ou menos, uma moça foi vítima de uma tentativa de estupro próximo ao portão da Avenida IV Centenário. Não tinha nenhum guarda por perto. A moça foi socorrida por colegas meus que estavam treinando corrida e graças a Deus nada de mais grave aconteceu.” Isso foi em 2011.

Outro caso foi o de um cidadão que estava correndo no Parque do Ibirapuera há coisa de dois anos e foi assassinado no parque, enfim.

Os usuários procuraram a Guarda Metropolitana, que disse não ter contingente. Então eles ficam no portão.

Se eles se dividissem e fizessem a ronda andando com bicicleta talvez multiplicassem essa fiscalização. Mas não acontece. Como também ocorre na Praça Frei Maria Lorenzetti, na Saúde, estão desativando um posto da Guarda Metropolitana que estava na Praça, e tiraram esses Guardas Metropolitanos que dão segurança à população que frequenta a Praça Frei Maria Lorenzetti, próximo a Avenida do Cursino, junto com a avenida Boqueirão.

Quer dizer, é um absurdo isso ocorrer sabendo que o grau de violência está aumentando. Solicito ao técnico da Audiofonia, Sr. Wagner, que, por gentileza, exiba o vídeo sobre violência.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Embora eu não seja um expert em segurança, não sou delegado de Polícia, Coronel, nem PM, sou médico, e minha função é prolongar a vida. Mas, sugiro que coloque em vigor a “tolerância zero”.

Tolerância Zero é punir os pequenos delitos como estão acontecendo aqui no Parque Ibirapuera, como meliantes arrombando carros, tentando estuprar mulheres, cometendo todo tipo de crimes, e todo mundo aceitando essas coisas que acontecem, até chegar a assassinatos e crimes até mais violentos.

Então, a Polícia tem que procurar fazer as blitz do desarmamento, tirar as armas ilegais, contrabandeadas, roubadas, com numeração raspada, tirar de circulação essas armas que infelicitam tantas vidas, e também controlar a bebida alcoólica e droga, que é outro pilar da violência. Deveria, por exemplo, colocar em todas as portas dos colégios pelo menos um policial munido de um rádio, de um celular, enfim, de um aparelho comunicador e que pudesse as viaturas dar apoio a esse policial que esteja em determinada escola. Tem também que fazer com que esse policiamento seja mais eficaz.

Sr. Presidente, digo que não tem muito segredo para nós buscarmos essa segurança para o cidadão. E por isso é que sugiro essa “Tolerância Zero”, a teoria da vidraça quebrada aplicada em Nova Iorque, aplicada também em qualquer parte, qualquer cidade desenvolvida da Europa, da Ásia, mesmo da América e que tem dado resultados surpreendentes, dando o direito à população de ir e vir sem ser molestada.

Termino essa fala dizendo que não dá para aceitar esse grau de violência. Temos agora uma eleição no próximo domingo. Espero que possamos escolher um prefeito que ilumine mais esta cidade, que se preocupe mais com a segurança, lutando contra essa violência radical. E que possamos fazer com que o prefeito da Cidade de São Paulo, juntamente com a Presidenta da República Dilma Rousseff e o Governador, segurança e qualidade de vida à população com o implemento de uma Força Tarefa.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, não dá para ver esse crescimento do índice de violência de 15 % e aceitarmos isso como uma estimativa natural, normal. Sei que a violência, a criminalidade, o assassinato, assaltos, arrastões em restaurantes e apartamentos virou rotina, foi banalizado. O uso de bebida alcoólica e de drogas também está banalizado, está descambando para uma anarquia neste Estado. Portanto temos que escolher, sim, um prefeito que, junto com o Governo Federal e Estadual, traga melhor qualidade de vida e o direito à vida. Que o direito de ir e vir seja garantido aos nossos cidadãos.

Muito obrigado, e espero que todos os eleitores escolham muito bem seus representantes nas prefeituras e nas Câmaras Municipais.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, esta semana chega um projeto do Governador, fazendo a alteração da nomenclatura do banco de fomento, o Banco Nossa Caixa. É importante, nesse momento de encaminhamento da proposta de alteração, que façamos uma reflexão, no caso do Estado de São Paulo, porque hoje nosso Estado está sem banco público. Temos visto a ação da Presidenta Dilma, primeiro cobrando do Banco do Brasil a redução da taxa de juros; cobrando da Caixa Econômica Federal também a redução da taxa de juros, e também de todo o sistema financeiro privado nacional, para melhorarmos não só a competitividade da indústria brasileira, mas para melhorarmos o processo de produção e para que aumente o consumo da população.

Só que ao mesmo tempo em que temos, hoje, uma Presidenta com esse olhar desenvolvimentista, que cobra dos bancos públicos e do sistema financeiro privado a redução da taxa de juros, olhamos para alguns atrás e vemos que o Estado de São Paulo tinha o Banco Nossa Caixa, um banco importante para a agricultura do País, importante para o desenvolvimento do nosso Estado, que tinha carteira forte de crédito agrícola, que potencializava micro e pequena empresa em todos os 645 municípios no Estado de São Paulo. Mas perdemos o Banco Nossa Caixa.

Antes tínhamos também no Estado de São Paulo o Banespa, também um banco forte, reconhecido por toda a população do Estado de São Paulo, muito bem estruturado, mas que também foi privatizado.

É importante frisar que tanto o Banespa, quanto o Nossa Caixa foram privatizados na gestão do PSDB. Inclusive quem efetuou a privatização do Banco Nossa Caixa foi o ex-Governador José Serra, e essa privatização fez com que o Estado de São Paulo perdesse sua capacidade de fazer seu próprio financiamento, a partir dos bancos públicos do Estado de São Paulo.

É importante fazer essa reflexão, hoje, porque esse mesmo Governador que privatizou o Banco Nossa Caixa - sorte que foi comprado pelo Banco do Brasil e que ainda foi potencializado por um banco público - ontem cerceou o direito dos trabalhadores bancários de terem informação.

Há mais de 90 anos, o sindicato existe no Estado de São Paulo e tem uma folha bancária que leva informação à categoria. Ontem, o Governador - que vendeu a Nossa Caixa, criou condições de o Banespa ser privatizado, ajudou a vender o Bemge, o BEG, o Banestado, a Vale do Rio Doce e as nossas empresas de telecomunicações - tentou cercear o direito do trabalhador bancário de ter acesso à informação.

Concluo minha fala declarando minha indignação com a coligação Avança São Paulo, que, ontem, solicitou uma intervenção e o recolhimento das folhas bancárias de uma categoria importante, a dos bancários. Essa categoria acabou de sair de uma campanha salarial forte, com conquistas de aumento real de salário, melhoria na participação nos Lucros e Resultados, melhoria dos direitos, aumento do número de postos de trabalho, um debate pela redução da taxa de juros. Trata-se de uma categoria reconhecida pela sociedade e pela Cidade de São Paulo. E uma coligação, que não tem o mínimo de respeito pelos trabalhadores, faz um pedido à Justiça eleitoral e, com isso, cria um mecanismo para questionar a liberdade de imprensa.

Só vimos episódios como esse na ditadura militar. Nossa cidade não pode se privar do direito de liberdade de imprensa, que, ontem, foi cerceada ao se tirar dos trabalhadores bancários o direito à livre informação. Destruíram o Banespa, destruíram a Nossa Caixa e não querem garantir o mínimo de informação à categoria dos bancários. Muito obrigado.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e sete minutos.

 

* * *