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25 DE NOVEMBRO DE 2011

143ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: BARROS MUNHOZ, JOOJI HATO, OLÍMPIO GOMES e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: JOOJI HATO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Registra o recebimento de PEC que modifica a função de delegado de polícia, estabelecendo normas para a definição de carreira jurídica para a Polícia Civil. Considera a relevância da matéria, enviada pelo Executivo.

 

002 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

003 - JOSÉ BITTENCOURT

Apela à Defensoria Pública do Estado e à direção da OAB/SP que busquem a conciliação acerca de convênios de assistência judiciária gratuita. Comenta cerimônia realizada ontem, em Santo André, para entrega de carteiras da Ordem a novos advogados. Ressalta a situação de 850 advogados, daquele Município, que prestam serviços à população carente, mas não recebem seus proventos. Acrescenta que mais de 15 mil certidões estão em processo de análise para pagamento futuro.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Manifesta-se contrário à matéria publicada na Folha de "S. Paulo", de hoje, sobre a nomeação do tenente-coronel Modesto Salvador Madia para o comando da Rota. Tece elogios à atuação policial de Madia. Destaca os riscos que o tenente corre para defender a sociedade. Explica a participação da autoridade na invasão do Carandiru em 1992. Enaltece o Governador Geraldo Alckmin pela escolha do tenente-coronel para o cargo.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

006 - JOOJI HATO

Faz menção aos possíveis benefícios decorrentes do projeto de lei que proíbe o garupa nas motos. Apela ao Governador Geraldo Alckmin para sancionar a matéria. Alega que 61% de paulistanos que participaram de enquete do jornal SPTV, da Rede Globo, manifestaram-se favoráveis à propositura. Cita dados de pesquisas sobre a criminalidade. Agradece o apoio de seus pares pela aprovação do projeto.

 

007 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta apoio à greve de  funcionários da empresa Johnson & Johnson, de São José dos Campos. Repudia a intervenção da Polícia Militar na manifestação. Considera ilegal a atuação da PM. Exige a retirada da tropa de choque da empresa. Defende a livre negociação de entidades representativas dos trabalhadores.

 

008 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Registra a presença, nas galerias, de funcionários da Unicamp. Informa que a categoria está em greve há 38 dias. Critica o Reitor da instituição, Fernando Costa, acusado, pelos funcionários, de manter postura autoritária e intransigente em relação às reivindicações dos trabalhadores. Parabeniza o movimento pela defesa de interesses dos servidores e de uma universidade pública gratuita e de qualidade.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Saúda os representantes da Unicamp. Solidariza-se com a luta da categoria. Comenta aspectos da PEC, encaminhada pelo Governador, que altera o Artigo 140 da Constituição e estabelece carreira jurídica aos delegados da Polícia Civil. Lê trechos da propositura.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Pelo art. 82, explica as razões que o levaram a votar contrariamente ao projeto, de autoria do Deputado Jooji Hato, que proíbe a garupa em motocicletas no Estado de São Paulo. Afirma que o Governador deve vetar o projeto por vício de inconstitucionalidade. Lamenta a situação do transporte público estadual. Defende o posicionamento do Delegado Geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro, contrário ao projeto.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

013 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, demonstra surpresa por não haver recebido o voto favorável do Deputado Olímpio Gomes a seu projeto, que proíbe a garupa em motocicletas. Defende a constitucionalidade da matéria. Cita casos de assaltos cometidos por criminosos em motocicletas. Condena o posicionamento de Gilberto dos Santos, Presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo, contrário à aprovação do projeto.

 

014 - JOOJI HATO

Para comunicação, combate depoimento do Deputado Geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Marcos Carneiro, contrário a projeto que proíbe a garupa em motos. Exibe e comenta reportagem sobre estudantes baleados, por criminosos que utilizavam motos.

 

015 - JOOJI HATO

Para reclamação, fala sobre a dificuldade da Polícia em lidar com o aumento

da criminalidade no Estado de São Paulo. Cita pesquisas que demonstram o apoio da população ao seu projeto.

 

016 - Presidente CARLOS GIANNAZI

Registra a presença do Deputado Federal Carlinhos Almeida.

 

017 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, comenta vídeo exibido pelo Deputado Jooji Hato. Lamenta a atual situação da Segurança Pública no Estado de São Paulo. Reafirma seu posicionamento contrário à aprovação de projeto que proíbe a garupa em motos. Recorda fala do Papa João Paulo II sobre o uso de armas de fogo. Questiona dados apresentados por Aldo Galiano Júnior sobre o uso de motos em assaltos.

 

018 - JOOJI HATO

Para comunicação, lamenta não poder contar com o voto do Deputado Olímpio Gomes ao seu projeto. Defende as estatísticas apresentados por Aldo Galiano Júnior.

 

019 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, dá conhecimento de ação civil pública iniciada pelo Ministério Público contra o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o Secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge. Informa que o órgão investiga denúncias de fraude no contrato com a Controlar, empresa responsável pela inspeção veicular obrigatória na capital paulista. Questiona parcerias da Controlar com empreiteiras responsáveis pelo financiamento da campanha de Gilberto Kassab. Afirma que a Tropa de Choque da Polícia Militar está sendo usada para conter greve dos funcionários da Johnson & Johnson de São José dos Campos. Recorda que a Polícia deve servir ao interesse da sociedade e não ao de empresas internacionais.

 

021 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

022 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/11, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização de sessões solenes: hoje, às 19 horas, pelo "Dia do Soka Gakkai"; e dia 28/11, às 10 horas, pelos "25 Anos da Peça de Teatro Trair e Coçar é só Começar". Levanta a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Jooji Hato para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - JOOJI HATO - PMDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência faz questão de registrar a importância da PEC - Proposta de Emenda Constitucional que ora este Parlamento recebe, e que trata do acolhimento, pelo menos parcial de uma das mais antigas e justas aspirações da Polícia Civil de São Paulo, qual seja o estabelecimento de normas para definição da consideração como carreira jurídica dos delegados e, repito, aspirações extremamente antigas e justas da carreira dos policiais civis.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR PRESIDENTE JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, queremos aqui fazer um apelo à Defensoria Pública do Estado e também à própria Direção da OAB aqui no Estado de São Paulo que empreendam todos os esforços necessários para se chegar a um entendimento e sair dessa fase judicializada que se encontra no campo do embate jurídico, da hostilidade jurídica entre a Defensoria Pública e a OAB no Estado de São Paulo no que concerne ao convênio de Assistência Judiciária Gratuita àqueles que tem necessidade e que são considerados pobres na acepção jurídica do termo.

Isso é uma situação que está se arrastando há algum tempo. A OAB tem esse convênio com a Defensoria Pública e está, evidentemente, fazendo a sua parte com base em uma liminar concedida pela Justiça Federal.

É preciso que o Governador do Estado, a Defensora Pública Geral, o Presidente da OAB, Dr. Luiz Flávio D’Urso, nós, parlamentares, a representação da sociedade civil, as Associações de Advogados, as Seccionais da OAB, em diversas cidades aqui no Estado de São Paulo, somem esforços para se chegarem a um entendimento.

Inclusive, fizemos uma indicação para que esse convênio fosse administrado pela Secretaria de Justiça e Cidadania. É preciso que isso se reflita. O governador do Estado precisa também dar sua contribuição nessa parte, para que não se prejudique aquele que precisa dos préstimos positivos e bons da Defensoria Pública aqui, no Estado. Quanto ao patrocínio de questões e demandas que a população carente necessita, ela vai buscar o Judiciário para estabelecer os seus direitos.

Estivemos, ontem, em Santo André em uma cerimônia de entrega de novas carteiras e certificado de Exame de Habilitação de Ordem para novos advogados e para estagiários.

Deputado Major Olimpio Gomes, que também defende essa bandeira da Justiça aqui nesta Casa, faz parte da Frente Parlamentar em Defesa do Servidor do Judiciário, lá ouvimos falando, a uma só voz, que a Defensoria Pública não está pagando àqueles advogados que são nomeados para dar assistência, recebe a certidão expedida pela Justiça, encaminha para o órgão competente para ter o reembolso e simplesmente tem cerca - e são palavras do Dr. Fábio Picarelli, Dr. Alexandre, Dr. Ademir Oliveira, que é presidente e vice-presidente da Secção lá de Santo André - de 850 advogados dependem da assistência judiciária, do trabalho que prestam para os carentes através deste convênio da Defensoria Pública com a OAB. Cerca de 850 advogados somente em Santo André represados, sem pagamento, não há nenhuma definição. Cerca de 15 mil certidões estão ainda sendo objeto de análise para futuro pagamento, de tal modo que o advogado presta o serviço, dá assistência ao cliente, portanto chega até a solução do problema, da questão judicial, mas não vê a contraprestação adequada no que tange à percepção dos seus justos proventos, como se pode afirmar no caso concreto.

Queremos fazer um apelo à direção da Defensoria no Estado de São Paulo, ao Governador do Estado e à Secretária da Justiça e Cidadania, que, aliás, já se sensibilizou quanto a esta demanda.

Temos no Estado cerca de 45 mil advogados inscritos neste convênio da OAB com a Defensoria Pública para prestar assistência judiciária gratuita ao menos favorecidos. Estes advogados estão sendo prejudicados. Esta não é uma demanda só destes advogados. É uma demanda da OAB em São Paulo, que tem cerca de 350 mil advogados. Esta é uma demanda da sociedade e nós precisamos levantar essa bandeira.

Quero repetir uma colocação do Deputado Campos Machado, que tem sido também um dos defensores desses advogados. Sua Excelência falou com todas as letras no Colégio de Líderes ‘Não se vota nada da Defensoria Pública enquanto não resolver esse problema com os advogados que prestam assistência judiciária aqui no Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, quero manifestar minha contrariedade a uma matéria da "Folha de S.Paulo" publicada hoje, na página 2, ao fazer uma severa crítica ao Governo por ter nomeado no comando do 1º Batalhão de Choque, na Rota, o Coronel Modesto Salvador Madia em substituição ao Coronel Telhada, que passou para a inatividade compulsado por uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa. Em fevereiro fará 30 anos que conheço particularmente e prezo da amizade do coronel Madia. Desde que foi meu calouro na Academia do Barro Branco, onde ingressou. É um dos melhores profissionais de polícia que a Polícia Militar tem em seus quadros. Uma grande competência profissional. Um indivíduo vocacionado. Filho de um policial civil, de cuja amizade também eu prezo, que reside em Itapetininga e que vibra a todo o momento com a brilhante carreira do filho.

Se o tenente Madia participou da operação de invasão do Carandiru, em 2 de outubro de 1992, foi simplesmente porque ele estava em serviço, numa escala de serviço nas ruas de São Paulo, como tenente da Rota, quando foi acionado pelo Copom para que as viaturas de Choque - entenda a população que o Primeiro Batalhão de Choque constitui das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota. Foi determinado que todas as viaturas de Rota, até por serem mais ágeis e se deslocarem com mais velocidade no trânsito, se deslocassem para o Carandiru onde mais de 2 mil marginais estavam amotinados, tomando ‘maria louca’, com armas de fogo, com armas brancas, se matando, tentando romper grades para chegar à divineia e possivelmente atingir as ruas. E o tenente Madia, com seu pelotão, para lá se deslocou.

Se houve 111 mortes, se tivemos feridos, se tivemos policiais feridos, nesses 19 anos a Justiça ainda não concluiu os seus feitos para apurar responsabilidades. Julgado nesse processo, o falecido coronel Ubiratan Guimarães, que era comandante do policiamento da capital naquele dia, foi inicialmente condenado a 632 anos. Mas no recurso ao Tribunal de Justiça ele foi inocentado pela esmagadora maioria de votos do Pleno do Tribunal de Justiça, pelos 25 desembargadores. Até porque ele foi julgado pelo Pleno porque era deputado estadual e teve foro especial na segunda instância.

Então, estou tentando dizer e até enaltecer o Governador Geraldo Alckmin para o qual normalmente tenho palavras mais duras, de oposição, mas neste momento devo reconhecer: o governador, o secretário Ferreira Pinto não se deixando levar por meias verdades ou qualquer espécie de insinuação sobre a conduta do coronel Madia, designaram-no comandante de importante unidade responsável pelo combate intransigente ao crime organizado no Estado de São Paulo.

O Coronel Madia é uma pessoa extremamente comedida e profissional, não é afoito e nem intempestivo. Se alguém acredita que o coronel Madia incentivará qualquer descumprimento da lei ou permitirá que qualquer um dos seus comandados ou ele mesmo ultrapasse os limites da lei, estão muito enganados. Tenho certeza que o coronel Madia e os seus homens da Rota não se omitirão um segundo que seja à defesa da sociedade. Não é bravateiro nem contador de milongas. Ele é profissional da polícia. Hoje quem está na ponta da linha como profissional de polícia merece todo o nosso respeito, pois estão literalmente, neste momento, correndo sérios riscos de vida na defesa da sociedade.

Não vejo o artigo que saiu na “Folha de S.Paulo” no dia de hoje positivamente. Colocar interrogações sobre a conduta do coronel Madia, ou até do que se passará nos próximos tempos em relação à conduta dos profissionais da Rota. Continuarão com o mesmo trabalho, que é sério, intransigente, e com doutrina de operações e principalmente cumprindo a lei e respeitando os direitos de todos os humanos e até daqueles que são menos humanos, os facínoras.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Deputado Olímpio Gomes, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectadores que nos acompanham pela TV Assembleia, volto a esta tribuna no dia de hoje, pois acredito que a lei que esta Casa aprovou há quatro dias, a moto sem garupa nos dias úteis, trará um beneficio enorme e ajudará na diminuição dos acidentes que sobrecarregam o Instituto de Ortopedia da USP, o Pavilhão Fernandinho da Santa Casa e tantos outros hospitais, fazendo com que possamos administrar melhor os poucos leitos de Ortopedia, cirúrgicos e de UTIs que nós temos, e aliviando o médico que precisa decidir quem utilizará os leitos, pois não há vagas para todos. E acredito que haverá também uma diminuição considerável da violência.

Meu caro Governador Geraldo Alckmin, oxalá que Deus me permita que ele possa ler ou ouvir o nosso pedido. Gostaria que V. Exa. Governador, pedisse ao Secretário de Segurança, o coronel Camilo da PM e ao Delegado-Geral qual é o número de assaltos e homicídios que ocorrem na capital, pois eu tenho um dado fornecido pelo Decap, pelo Dr. Aldo Galiano Júnior, delegado muito competente, que revela que 61% dos roubos denominados saidinha de bancos são realizados por motoqueiros acompanhados por garupas. Só isso basta.

Por isso que no SPTV do dia de ontem, apresentaram uma pesquisa em que 61% dos internautas demonstraram ser favoráveis à lei, meu caro Deputado Major Olímpio Gomes, V. Exa. que era da PM. Essa lei vai ajudar muito a Polícia, que não consegue pegar um garupa de moto, que quando tenta identificar uma placa, ela está virada, impedindo que sejam identificados.

Pegar o garupa e o piloto da moto? Jamais! A Polícia não consegue porque eles têm uma moto que é um veículo rápido. Eu sou motociclista, tenho uma moto e sei o que é uma moto. Eles têm um capacete que é uma máscara, meu caro Major Olímpio, têm uma arma de numeração raspada, contrabandeada ou roubada, que a União não cuida nas fronteiras e deixa que passem e cheguem aqui em nossa cidade.

Quando a União não cuida, o Estado tem que cuidar. É por isso que temos que aprovar essa lei, que não é ilegal nem inconstitucional. Quando a lei local é mais restritiva, prevalece sobre a estadual, se a estadual é mais restritiva, prevalece sobre a lei federal. E essa lei prevalece sobre a lei federal porque ela é mais restritiva, porque são dois ocupantes e não um.

A população anseia por essa lei. A maioria silenciosa que teve a oportunidade e se manifestou no SPTV, na Globo, e que está se manifestando agora no Datafolha, que está chegando a 60%, semelhante ao que vimos no SPTV, meu caro jornalista Jorge.

Deputado Major Olímpio, quero dizer que essa lei aprovada nesta Casa vai ajudar a polícia. Fico preocupado quando o Delegado-Geral, Dr. Marcos Carneiro, fala que desconhece que 61,5% de garupa assaltam em saída de bancos.

Eu tentei falar com o Delegado Marcos Carneiro para dizer que o jornal “Diário de S.Paulo”, no dia 21 fevereiro de 2007, publicou esse dado. O Dr. Aldo Galiano Júnior era o chefe do Decap e noticiou esses dados pelo jornal “Diário de S. Paulo”.

No dia 16 desse mês, questão de alguns dias atrás, o mesmo jornal publicou que a PM vai atrás das motos com ou sem garupa, motos que trazem infortúnio, que assaltam e provocam acidentes. Mais de 60% de latrocínios, crimes contra o patrimônio público, são realizados por garupas de moto.

Sr. Governador, estou encaminhando um requerimento a V. Exa. e ao Delegado-Geral Marcos Carneiro, Secretário da Segurança. Meu caro chefe da Polícia Dr. Marcos Carneiro, que eu respeito muito, mas se V.Sa. desconhece esses dados, então qual é o dado que temos?

Infelizmente a jornalista que o entrevistou não perguntou quais são os dados que a Secretaria da Segurança tem. Quantos assaltos, quantos homicídios têm na capital e no Estado? Quantos crimes são cometidos por esses garupas?

Se não for 61%, qual é o número? É isso que queremos saber. Se não tiver nenhum assalto e nenhum homicídio, eu peço aos Deputados para cancelarmos esse projeto aprovado aqui.

Acredito no trabalho do Dr. Galiano Júnior, grande delegado, um dos melhores e o mais competente delegado do nosso Estado quando foi chefe do Decap. Não sei qual cargo ele ocupa na Polícia, mas quero dizer que deveria ser, talvez, chefe da Polícia Civil, porque é um delegado competente e trouxe essas informações, porque a maioria silenciosa que tem seus filhos mutilados, sequestrados, como aquele caso do publicitário Olivetto, por garupa de moto.

Se eu tiver oportunidade, ainda hoje irei passar um vídeo sobre o caso daqueles dois estudantes da Fundação Getúlio Vargas que foram baleados na Av. Nove de Julho, no coração de São Paulo. Se não me falha a memória, o estudante que veio do Rio Grande Sul foi morto com cinco tiros.

Deputado Olímpio Gomes, é na nossa cidade, na maior cidade do Hemisfério Sul, que está ocorrendo esse “bang bang”. Esses dados estatísticos são semelhantes ao de uma guerra. Não vamos mais continuar a aceitar isso!

O Presidente do Sindicato dos Motoboys diz que irá parar São Paulo. Ele já tentou, mas não vai conseguir isso nunca! Fez uma manifestação, mas houve menos de 300 motos no movimento. E, por causa disso ele poderá perder, inclusive, o seu cargo no Sindicato.

Talvez eu assuma o Sindicato dos Motoboys. Talvez os motoboys me elejam porque estou defendo as suas vidas, estou defendo o motoboy que paga as prestações de sua moto com grande sacrifício e corre o risco de sofrer acidente e ser assaltado, pois muitas motos são roubadas pelo garupa de moto. Eles roubam o instrumento de trabalho do motoboy.

Talvez o presidente do Sindicato dos Motoboys, Gilberto Almeida dos Santos, irá ser retirado da presidência, pois, provavelmente, irão me escolher como presidente porque eu estou defendendo o motoboy, coisa que o atual presidente deveria estar fazendo, ou seja, deveria estar defendo essa classe, mas não o faz e ainda se posiciona contra esse projeto. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectadores da TV Assembleia, primeiramente quero manifestar todo o nosso apoio ao movimento dos trabalhadores da Johnson & Johnson, da região de São José dos Campos.

Sr. Presidente, eles estão paralisados desde o dia 22. Estão em greve por conta das péssimas condições de trabalho, dos baixíssimos salários e, também, em razão de muitas reivindicações que não são atendidas pela direção da empresa.

Esses trabalhadores estão exercendo o direto de greve, garantido pela Constituição Federal, porque a empresa não tem cumprido os acordos e não tem atendido as suas reivindicações básicas. Mas, Sr. Presidente, o que mais nos incomoda é que durante todos esses dias de greve, ainda em continuidade, a Polícia Militar tem sido acionada pela empresa. A polícia que me refiro é a Tropa de Choque da Polícia Militar que tem reprimido com veemência e truculência esse movimento dos trabalhadores, apesar de ele ser pacífico, democrático, legítimo e organizado dentro dos parâmetros e marcos da legislação da Constituição Federal.

Sr. Presidente, e nobre Deputado Olímpio Gomes, a Tropa de Choque da Polícia Militar, de São José dos Campos, virou polícia particular da empresa Johnson & Johnson. É um absurdo! Não podemos permitir que isso aconteça. Queremos explicações sobre esse processo de repressão.

A Tropa de Choque da Polícia Militar tem escoltado os ônibus da empresa para impedir os trabalhadores de se organizarem e conversarem com as lideranças dos sindicatos. Ou seja, a Tropa de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo está sendo instrumentalizada, se transformando em uma guarda particular de uma empresa privada para reprimir os trabalhadores e para acabar com o seu direito de livre manifestação e organização sindical ao qual eles optaram.

As lideranças não podem ter contato com os trabalhadores porque há um processo de repressão. Os ônibus são acompanhados pela Tropa de Choque até a entrada da empresa. Essa polícia obriga os trabalhadores a trabalharem, pois obriga a ingressarem na empresa, mesmo contra sua vontade. Essa é uma denúncia grave que estamos fazendo aqui na tribuna da Assembleia Legislativa. Recebemos documentos com fotos dessa truculência, dessa verdadeira ilegalidade. A Polícia Militar pertence ao Estado, tem que defender a população, defender os trabalhadores, e não o interesse privado, ainda mais de uma empresa multinacional.

Queremos providências imediatas, que a polícia saia da Johnson, que ela deixe que os trabalhadores, que são representados pelo seu sindicato, façam a negociação com a direção da empresa. Exigimos que o Governador Geraldo Alckmin determine a saída imediata da Tropa de Choque da Johnson, e pare de reprimir os trabalhadores. A Polícia Militar tem uma função muito mais importante do que essa de reprimir trabalhadores, principalmente trabalhadores que estão exercendo o livre direito de greve.

O documento explica sobre todo esse procedimento de repressão, de autoritarismo, em pleno estado democrático do direito. Nós já acabamos com a ditadura militar. Para quem não sabe, a ditadura no Brasil acabou em 1985. Ela foi derrotada, ela durou 21 anos. Tivemos um período autoritário, de 64 a 85, e depois em 88 nós aprovamos a nova Constituição Federal, que garante o direito de greve, de manifestação. A Polícia Militar não pode ser instrumentalizada e transformar-se na guarda particular de uma empresa multinacional, para reprimir, para arrebentar os trabalhadores em greve.

Nesse sentido, exigimos que o Secretário de Segurança Pública, o Comando Geral da Polícia Militar, e, sobretudo o Governador Geraldo Alckmin tomem providências em relação a esse fato.

Passo a ler o referido documento, para que a população tenha a clareza do que vem acontecendo na Johnson. É inconcebível que a Polícia Militar, a Tropa de Choque se transforme numa guarda particular, a serviço dos patrões, a serviço de uma empresa multinacional:

“Químicos param Johnson

Os trabalhadores e trabalhadoras da Johnson deflagraram greve na empresa ontem, 22, no terceiro turno, por reivindicações específicas na fábrica. Hoje, durante a assembleia no primeiro turno, às 6 horas, e no horário administrativo, às 7 horas e 30 minutos, a empresa acionou a tropa de choque da PM para impedir a assembleia, negar o direito de greve e massacrar os trabalhadores com a força da opressão comum a um regime de Ditadura.

A tropa de choque reuniu os ônibus da empresa na Avenida Cassino Ricardo, conduziu todos em comboio até a empresa, interrompeu o trânsito no Jardim das Indústrias, impediu os trabalhadores de descerem para participar das assembleias e obrigaram os motoristas dos ônibus a avançar sobre o canteiro e entrar na empresa em alta velocidade. Os dirigentes do Sindicato dos Químicos foram barbaramente impedidos de chegar perto dos ônibus e falar com os trabalhadores, que foram mantidos em cárcere privado e violentamente oprimidos pela mira de escopetas da tropa de choque. O tal direito de ir e vir de cada trabalhador, de cada motorista que passava pelo local, sucumbiu diante a violência da PM e da intenção da empresa em criar uma praça de guerra.

Cenas antes só vistas na época da Ditadura Militar foram produzidas pela tropa de choque para, ilegalmente, atuar como agentes da repressão a serviço dos interesses e lucros da empresa. É a barbárie da democracia da empresa e da violência da tropa de choque. É inadmissível constatar que em um estado de democracia, os trabalhadores sejam tratados como reféns da Polícia Militar e coagidos sob a mira de armamento. A instituição que deveria proteger os trabalhadores e toda a sociedade colocou a vida dos cidadãos em risco.

Na assembleia do horário administrativo, a tropa de choque saiu marchando de dentro da empresa, como a Johnson fosse o quartel da PM, para, mais uma vez, tentar impedir a adesão à greve.

No total, a violência armada da polícia colocou cinco ônibus do primeiro turno e cinco do administrativo para dentro a força. Os outros dez ônibus do primeiro turno e sete do administrativo chegaram até a portaria da empresa na Dutra, mas não conseguiram impedir estes trabalhadores de descerem para participar da assembleia e aderir à greve ainda com mais vontade e sentimento de revolta contra a barbárie da tropa de choque.

Os trabalhadores mantiveram a greve deflagrada ontem à noite e ainda aprovaram um repúdio à ação da empresa em usar a polícia militar como guarda particular para escoltar e oprimir a categoria. Isso, de nenhuma forma, é aceitável em uma democracia.

Os trabalhadores também são solidários aos companheiros que foram mantidos reféns da tropa de choque e obrigados a entrar na empresa, mesmo querendo participar da assembleia de greve.

A paralisação continua por tempo indeterminado. Dos quatro mil trabalhadores da empresa, aproximadamente 600 foram escoltados a força, dois mil seguem de braços cruzados.

A Johnson fica no KM 154 da Rodovia Presidente Dutra. A portaria principal fica no Jardim das Indústrias.

Reivindicações específicas na Johnson

· Abono salarial;

· Vale-alimentação;

· 85% de hora extra em dias normais e 130% durante o descanso semanal renumerado, dias compensados e feriados;

· Gatilho salarial de 5%;

· Redução do custo do transporte dos trabalhadores;

· Redução da jornada para os trabalhadores das empresas terceirizadas em igualdade com os trabalhadores do grupo Johnson;

· Restabelecimento e reposição dos valores de piso salarial rebaixado pela empresa com equiparação garantindo-se função igual, salário igual;

· Fim do sistema de operações em que um trabalhador opera mais de uma máquina ao mesmo tempo;

· Garantia de 60 minutos de intervalo para refeição.”

Sr. Presidente, estamos recebendo aqui os trabalhadores da Unicamp, que estão em greve há 38 dias. Estamos dando o nosso apoio a esse movimento importante, e denunciando também o autoritarismo e a intransigência do reitor da Unicamp, Fernando Costa, que imita o seu colega Rodas, que também é alvo de muitas denúncias, de improbidade administrativa, de malversação do dinheiro público. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Gianazzi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, servidores da Unicamp em greve há 38 dias, terminamos uma grande audiência pública realizada no Auditório Paulo Kobayashi, inclusive com a presença do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, com o Sindicato dos Professores, que participou da mesa, trazendo outras denúncias gravíssimas contra a estrutura autoritária mantida pela reitoria da Unicamp.

A situação da Unicamp é muito semelhante à da USP. Temos uma estrutura autoritária na organização das nossas três universidades - Unicamp, USP e Unesp. No caso da Unicamp, a situação é grave do ponto de vista dos trabalhadores, que são oprimidos, não têm suas reivindicações atendidas, não têm nem a isonomia salarial garantida. Em 2001, o próprio Conselho dos Reitores, Cruesp, aprovou um documento garantindo a isonomia salarial entre todos os professores e funcionários das três universidades. No entanto, até hoje a Unicamp não cumpriu esse acordo estabelecido pelo próprio Cruesp. É um absurdo. Isso sem contar que muitos servidores são ameaçados, existe assédio moral, existe um grande processo de terceirização dos serviços que compromete a oferta de um serviço de qualidade e compromete as bases de funcionamento da Universidade de Campinas.

Temos inúmeras denúncias. Estamos acionando o Tribunal de Contas para fazer uma devassa nas contas da Unicamp. Temos de investigar profundamente o que vem acontecendo, até porque a Unicamp hoje se tornou um verdadeiro canteiro de obras, mas que não investe no fator humano, os funcionários, responsáveis pelo funcionamento da universidade. Sem o trabalho dos funcionários, não há universidade, não vamos ter o processo ensino-aprendizagem, o processo acadêmico, o ensino, a pesquisa e a extensão em pleno funcionamento na Universidade de Campinas.

Recebemos muitas denúncias, mas principalmente essa de autoritarismo, de intransigência de o reitor se utilizar do dispositivo do estágio probatório para ameaçar os funcionários, para constrangê-los. Inclusive, Sr. Presidente, querem descontar os dias parados, os trabalhadores estão em greve protegidos pela Constituição Federal. No entanto, já estão sendo penalizados, tendo o desconto nos seus holerites. Isso é ilegal, inconstitucional. Toda a greve é negociada. Vai para a justiça, depois entra num processo de negociação. Mas o reitor da universidade, de forma autoritária e intransigente, não respeita a legislação trabalhista brasileira. São tantas as denúncias que tivemos de realizar uma audiência pública. Vamos acionar o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Vamos também pedir a convocação do reitor Fernando Costa na Comissão de Direitos Humanos.

São muitas denúncias. A Assembleia Legislativa, que aprova o Orçamento das três universidades, tem de tomar uma posição, tem de sair em defesa dos servidores, como fizemos em relação ao reitor João Grandino Rodas. Já apresentamos três requerimentos em três comissões diferentes pedindo a convocação do reitor, que vai ter de depor na Comissão de Educação, na Comissão dos Direitos Humanos e na Comissão de Meio Ambiente. O reitor da USP está cortando 1.300 árvores no campus da Universidade de São Paulo para construir um suposto museu de história, mas o museu já existe dentro da USP. Parece-me que há uma semelhança no caso das denúncias, o não atendimento das reivindicações básicas dos servidores, do processo de privatização, de terceirização e de várias irregularidades de malversação do dinheiro público e de improbidade administrativa, principalmente em relação a uma fundação que existe dentro da Unicamp.

Não posso deixar de mencionar aqui que há um processo de tentativa de privatizar o Hospital Universitário da Unicamp - o Hospital das Clínicas foi lamentavelmente privatizado através da aprovação de um projeto de lei aprovado pela base do Governo na semana passada, criando a dupla porta dentro do Hospital das Clínicas -, e me parece que essa proposta foi aprovada pela Reitoria e será encaminhada pela Assembleia Legislativa. Vamos votar contra e obstruir essa votação porque é um verdadeiro absurdo essa onda privatista das nossas universidades públicas.

Gostaria de manifestar o nosso total apoio aos funcionários da Unicamp e cumprimentar esse movimento legítimo e democrático que defende os interesses dos servidores, mas defende também uma universidade gratuita e de qualidade. Parabéns pelo movimento que estão organizando. (Manifestação nas galerias.) Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, cidadãos da TV Assembleia, a família Unicamp presente nas galerias para manifestar e reivindicar justiça e tratamento digno através do Estado, com aporte de recurso suficiente e gestão focada na Educação. Parabéns pela mobilização. Existe a frase “A luta muda a lei” - ir a campo e demonstrar a insatisfação. É mais do que isso o que vocês estão fazendo: mostrar concretamente o quão equivocados estão os gestores da Educação através dessa Administração do Estado. Tenham a minha solidariedade e o meu compromisso de alinhamento com essa luta de vocês.

Gostaria de dizer que deu entrada hoje nesta Casa, dia 25, o Projeto de Emenda Constitucional encaminhado pelo Governador, em que altera o Art. 140 da Constituição, que trata da Polícia Civil de São Paulo. Faz alterações justamente para sedimentar e solidificar a situação da carreira da Administração da Polícia Civil, dos delegados de polícia:

“Aos integrantes da carreira de delegado de polícia fica assegurada, nos termos do disposto no art. 241 da Constituição Federal, isonomia de vencimentos. § 3º - A remoção de integrante da carreira de delegado de polícia somente poderá ocorrer mediante pedido do interessado ou manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia Civil, nos termos da lei.”

Isso cria inamovilidade mais do que necessária para as ações da Polícia Judiciária, e estabelece exigência de tempo mínimo de atividade jurisdicional para quem vai fazer os concursos de delegados de polícia de pelo menos dois anos de atividade jurídica. E, principalmente, “§3º - Aos delegados de polícia é assegurado independência funcional pela livre convicção nos atos de Polícia Judiciária.” É uma reivindicação antiga da Polícia Civil. Não se pode esquecer nesse momento dos operacionais da Polícia Civil, dos oficiais de praça da Polícia Militar, das carreiras das superintendências da Polícia Civil. Mas, à primeira vista, se trata de um aperfeiçoamento mais do que necessário para dar garantia àquele que preside atividades de Polícia Judiciária.

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, para complementar o meu depoimento, quero dizer que até agora eu não tinha feito nenhuma manifestação de quanto prezo o carinho que tenho pessoal, profissional por V. Exa., Deputado Jooji Hato.

Vejo que é um dos Deputados que chegaram a esta Casa para engrandecer o Legislativo. V. Exa. foi eleito para a Mesa Diretora dos trabalhos como um dos Vice-Presidentes e é aquele que de fato acaba estando mais presente presidindo os atos e as sessões da Assembleia Legislativa.

Devo dizer a V. Exa. - e V. Exa. sabe - do por que tenho votado contra o seu projeto em relação à restrição do carona nas motocicletas. Fiz com absoluta convicção de profissional de Segurança Pública, como V. Exa. é um grande profissional da área de Medicina.

Vejo esse projeto como uma restrição absurda ao direito de ir e vir dos cidadãos. Temos 1 milhão e 200 mil motocicletas, na cidade de São Paulo, e, dados estatísticos, 45% delas são usadas para o transporte e a carona solidária, seja do parente, do amigo, do vizinho acaba sendo uma realidade. Então, não vejo fundamentação técnica.

Os dados que o Delegado Aldo Galiano passou a V. Exa. em relação a 51%, vi, sim, a manifestação firme do Delegado Geral mostrando-se contrário a esse projeto de lei exatamente pela sua inaplicabilidade.

Se fôssemos resolver as questões de Segurança Pública, ou de insegurança porque o Estado não proporciona, aí, sim, tem que ser através da ação de Polícia, ação de Justiça, ação do Sistema Prisional. Mas se fôssemos, por exemplo, tentar reduzir o número de homicídios, nós temos uma única fábrica de cartuchos para armas no Brasil, chamada CBC. Se fechar a CBC, em tese, nós não teremos mais ninguém ferido à bala no nosso País. Mas as coisas não funcionam assim.

Tenho a convicção de que esse projeto de lei será vetado, como aconteceu quando votei contra o projeto do Deputado Enio Tatto, da minha bancada, meu amigo, meu aliado, meu irmão, em relação à possibilidade de se retornar, no Estado de São Paulo, os mastros de bandeira em campos de futebol. Eu tinha plena convicção do voto que fiz que o interesse da segurança pública, o interesse público seria prestigiado.

Tenho evitado falar com a imprensa para não me tornar um mecanismo de contraposição à pretensão de V. Exa. que, tenho certeza, é mais do que legítima em proteger a vida. Mas o instrumento está inadequado em relação à legislação, em relação ao contexto da sociedade em cidades com mais de 1 milhão de habitantes neste Estado que seriam São Paulo, Campinas e Guarulhos.

O transporte público é uma lástima, uma vergonha. Não dá para colocar restrições aos cidadãos de bem em relação a se deslocarem. Se o marginal usa o estratagema em algumas circunstâncias, quem não tem fundamentação técnica aos dados do Delegado Aldo Galiano? No que diz o Delegado Marcos Carneiro - e até por isso ele é hoje o Chefe da Polícia Civil - vejo muito mais substância.

Então, não querendo polemizar com V. Exa., tenho evitado órgãos de imprensa para dar o meu posicionamento a respeito disso. Mas não poderia ficar calado diante de algumas afirmações que V. Exa. fez em relação ao Delegado Marcos Carneiro, que é o Chefe da Polícia Civil hoje, e que é um posicionamento da Polícia como um todo de que não é essa a situação que poderá resolver a questão de marginais estarem se deslocando impune no nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, meu caro Deputado, amigo Major Olímpio Gomes, sempre sonhei, em vindo a esta Casa, em aprovar este projeto da moto sem garupa e contava com o seu voto. Fiquei surpreso por não ter recebido o voto de V. Exa., que é um grande policial, um grande deputado, que briga pela vida, que briga pela segurança de todos nós. Tenho profunda admiração pelo seu trabalho, Major Olímpio Gomes, mas era o voto personalizado que eu precisava para este projeto. Contudo, vou contrariar a sua fala quando diz que o projeto fere o direito de ir e vir.

Quem fere o direito de ir e vir são os marginais que usam a garupa da moto, aliás, ferem o direito à vida, que é o bem maior de um cidadão. O que há de mais importante no ser humano nesse direito de ir e vir? De ir para a casa depois do trabalho ou de ir para o trabalho, para a escola, para a faculdade? Muitas dessas pessoas têm suas vidas ceifadas, sofrem acidentes porque vivemos um trânsito caótico, que mata os nossos adolescentes, os nossos filhos, que mata as pessoas que utilizam a garupa de moto.

Digo sempre, Major Olímpio, que se você ama a esposa, se você ama seu filho e quer arriscar o pescoço não utilizando o transporte coletivo - concordo com V. Exa. que não é de boa qualidade, mas todos utilizam - que o faça sozinho, não levando o filho numa garupa de moto nesse trânsito caótico de São Paulo. Muitos não têm amor à sogra. Então pode ser que o cara não leve a esposa, mas leve a sogra e a gente pensa que ele está levando a esposa, a mãe, a irmã, mas é a sogra porque assim ele pode se livrar dela. Existe um provérbio que diz que Adão foi feliz porque não teve sogra. Então aqueles que querem eliminar a sogra, coloque na garupa de moto.

Major Olímpio, nós lutamos por aquilo que é o mais importante: o direito à vida, o direito de ir e vir do cidadão que quer ir para a escola, para a faculdade, para o trabalho e voltar vivo, não como aquele contabilista de 43 anos que faleceu na marginal Pinheiros assaltado pelo garupa de moto na última sexta-feira na maior cidade do país, que, aliás, deveria dar o exemplo e infelizmente vemos essa guerra. Quem utiliza garupa de moto para trabalhar é uma minoria, é menos de 1% e não 45%, porque sabe o perigo que corre.

Respeito a decisão de V. Exa., Major Olímpio, mas continuarei buscando o seu apoio para este projeto tão importante.

Se Deus quiser o Governador Geraldo Alckmin não vai se intimidar com o Sr. Gilberto Almeida, Presidente do Sindicato dos Motoboys, a quem, a propósito, não defende porque eles são assaltados, são trabalhadores que têm a sua ferramenta de trabalho, a moto, roubada. Mas o Governador é um homem corajoso. Ele sancionou a lei que proíbe a venda de bebida alcoólica como punição administrativa. Esse é o grande segredo, e alguns deputados estão querendo modificar, tirar a responsabilidade dos proprietários de bares ou de restaurantes que vendem bebida alcoólica para adolescentes.

Acho que o governador, como homem corajoso, não vai se intimidar com ameaça do sindicato de vir para a Assembleia; está falando que vão paralisar São Paulo, fazer manifestações. O governador vai sancionar essa lei. Mesmo porque um filho seu foi assaltado, assim como eu também fui. Quem é assaltado como eu, por garupa de moto, jamais há de querer ver alguém - mesmo inimigo - sendo assaltado por garupa de moto.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Gostaria de me dirigir ao delegado geral Marcos Carneiro de Lima, que disse o seguinte: “Para o bandido é muito fácil escapar de qualquer lei; agora, para o cidadão comum, um peso enorme seria o Estado interferir na vida particular dele.” Outra frase do nosso querido chefe da polícia: “Então tem que pensar bem. Porque se leis, simplesmente, resolvessem asa coisas no Brasil, o Brasil seria o melhor país do mundo.”

Estamos nesse grau de violência radical, meu caro delegado geral, matando jovens por aí. Mataram um vigilante perto do Palácio do Governo. Garupa de moto deu-lhe um tiro na cabeça. E tantos outros casos. Mataram dois estudantes e gostaria de exibir a reportagem em um vídeo de 1 minuto. Exatamente porque as leis não são cumpridas é que isso acontece.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - PARA RECLAMAÇÃO - É uma reclamação contra essa situação de violência, meu caro Deputado Major Olímpio Gomes. Acabamos de assistir a um entre tantos casos.

Meu caro delegado geral, Marcos Carneiro, as leis não estão funcionando. A polícia não está dando conta de nos dar segurança. Matam estudantes na flor da idade! Essa a reclamação que faço no dia de hoje. Porque não dá para aceitar de braços cruzados esse grau de violência. Tem que ser feita alguma coisa. Se como o senhor disse, meu caro chefe da polícia, “de que adiantam as leis, ora as leis,” temos que fazer mais leis então. Temos que fazer a prevenção. Tirar o garupa de moto é fundamental.

Por que eu traria um projeto assim para esta Casa e iria mendigar aos meus nobres pares e colegas o apoio? Eu não precisaria. Mas a violência está muito aguda. E pessoas morrem e se acidentam com o garupa, pois a instabilidade da motocicleta é comprometida em setenta por cento. Enchem os prontos-socorros e clínicas ortopédicas e neurológicas, muitas vezes mutilados. É por isso, caro Deputado Major Olímpio, que a população está se manifestando. A maioria silenciosa está se manifestando contra a minoria barulhenta e nós estamos na margem dos 61%, como foi apresentado pelo SPTV. Peço, Major Olímpio, que nos dê o seu apoio. V. Exa. que é um grande Deputado e Militar, que possui uma folha ilibada de prestação de serviços ao povo de São Paulo e brasileiro. Nós precisamos mudar esse País.

Sr. Governador, não se intimide mediante as ameaças de paralisação. A Marta Suplicy talvez tenha vetado, não pela ameaça do presidente do sindicato, mas pelo coração de mãe que a mulher tem e que fez com que ela aceitasse a reivindicação dos sindicatos dos motoboys, o que foi um erro. Quantos já morreram! E em nome dessas vítimas, meu caro Deputado, amigo e irmão Major Olímpio Gomes, rogo o apoio de Vossa Excelência. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados, registro a honrosa presença do nosso Deputado Federal Carlinhos Almeida. Seja bem-vindo a esta Casa!

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Srs. Deputados, primeiramente saúdo o nosso amigo, que é liderança no Vale do Paraíba e São José dos Campos, Carlinhos Almeida. Seja sempre bem-vindo a esta Casa!

Para contribuir com o debate amistoso, como disse o Deputado Jooji Hato, temos convicções pessoais e amizade. Gostaria de dizer que as imagens que foram mostradas acerca do caso de execução do jovem da Fundação Getulio Vargas, na Av. Nove de Julho, foi inclusive apurado pela polícia, que constatou que se tratava de uma agressão de natureza passional. E a despeito dos capacetes e etc., foi realizada a identificação do condutor ao pararem para executar o jovem. Não podemos culpar a motocicleta, pois eles poderiam estar a pé ou em um automóvel. O fato é que eles foram com a intenção de matar.

A questão da Segurança Pública é fundamental, e vejo que São Paulo tem uma tragédia neste setor, que é proporcionada pela ineficiência, principalmente do Governo do Estado, que é o principal gestor da segurança dos estados.

Devo dizer que corroboro o posicionamento do Delegado-Geral de Polícia, que será o mesmo da Polícia Civil e Militar em relação a essa condicionante, e não vejo a possibilidade desse projeto ser sancionado.

Aliás, faço um paralelo em relação às armas de fogo e afirmo que não dá para dar vida a instrumentos inanimados. As pessoas cometem ações indevidas sejam quais forem os instrumentos utilizados.

O Papa João Paulo II, quando foi baleado em 1981, no Vaticano, usou a expressão “Guns don’t kill people”, ou “Armas não matam pessoas”; “People kill people” ou “Pessoas matam pessoas”.

Em relação às motocicletas, Deputado Jooji Hato, “Motorcycles don’t kill people.” Volto a repetir “People kill people”, ou “Pessoas matam pessoas”. A Polícia tem que se fazer presente com ações ostensivas, tem que identificar e inibir a conduta. Não interessa se está na garupa de uma moto, na traseira de uma Kombi, ou em cima de um caminhão. O que não temos é resposta de Segurança Pública.

Por outro lado, 45% dos condutores de motocicletas as adquiriram para o transporte pessoal e muitas vezes dão carona solidária para um parente ou amigo. Isso é um dado oficial das próprias empresas que fabricam motocicleta em nosso país. E acho também interessante. Aí sim, nós temos um dado fundamentado naquele que está comercializando. Podem ter seus vícios, mas está muito distante de nos ampararmos no que diz o Delegado Aldo Galiano, em uma entrevista jornalística, usando o pesquisador alemão Schütz, disse que 61% dos ataques a roubos em São Paulo são a partir de caronas de motocicletas. Até porque invariavelmente nos registros policiais não estão anotados de forma concreta a partir de qual situação se deu a abordagem. Muitas vezes o indivíduo desembarca no farol, em uma motocicleta, vai a outro farol, aborda a pé, avança quatro carros à frente, retorna.

Apenas para contribuir com o debate e com V. Exa., não posso dizer que torço para que o projeto seja sancionado, porque não vejo aplicabilidade nem jurídica nem técnica em relação à Segurança Pública para ele.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Só para dizer que lamento não contar com o apoio do Deputado Major Olímpio Gomes, porque é um voto personalizado, o voto que sonho em obter.

Até porque o Dr. Aldo Galiano Júnior, meu Deputado, obteve esses dados por um levantamento feito no Departamento da Polícia, no Judiciário da capital, no período de dezembro de 2006 a janeiro de 2009, quando houve registro de 15 mil casos de furtos, roubos e latrocínios em três áreas importantes da cidade. Em nove mil e duzentos e vinte e cinco deles, os bandidos utilizaram motocicletas. De 15 mil, mais de 9 mil, quase 10 mil utilizaram motocicletas, é muito grave. E o Dr. Aldo Galiano Júnior obteve esses dados, que foram publicados no “Diário de S.Paulo” no dia 21 de fevereiro de 2007, portanto, é público.

Pena que o delegado-geral não tenha tomado conhecimento, porque é um dado da Polícia, da Secretaria de Segurança. E lamento ainda, porque o Delegado-Geral, Dr. Desgualdo, foi assaltado com a filha e a esposa na Av. Jabaquara. Deu dois tiros no garupa da moto, mas eles fugiram. Eles e o próprio delegado tiveram muita sorte.

Mas quero dizer que esse direito de ir e vir não é verdadeiro. O direito dizendo que é ilegal, também não é. Assim nós temos que tirar a lei que fiz dos caminhões para adentrar na capital, cancelar e revogar, como tem que fazer também em Mariana, em Ouro Preto, e dizer ao Major Olímpio, que é importante fazermos algo.

Quando falei recentemente com o Comandante-Geral da PM, o Coronel Camilo disse o seguinte: “Tudo que for para ajudar a PM manter a Segurança, é bem-vindo.”

Para terminar, Sr. Presidente, eu digo que se fizermos uma pesquisa - gostaria que o Major Olímpio ouvisse isso - entre os PMs na ativa e os aposentados, certamente teríamos uma aprovação de mais de 80%, porque a PM sabe a dificuldade que tem para abordar um garupa de moto. Eles são tão ousados, meu caro Presidente Carlos Giannazi, os garupas de moto são tão ousados que assaltaram a Base da Aeronáutica de Congonhas, bem perto de nós. Entraram no local com três a quatro motos e assaltaram em Congonhas.

Eles são ousados porque sentem a impunidade, visto que seu capacete serve de máscara. Além disso, possuem armas, metralhadoras e a moto, que é rápida. Por isso assaltaram até um batalhão da Polícia Rodoviária, em Barueri, em Alphaville.

Digo a V. Exa. que, infelizmente, há pouco tempo vimos uma reportagem em que os dois estudantes da Fundação Getúlio Vargas que foram mortos, aqui no coração de São Paulo, foram ceifados por armas de uso restrito do Exército, fato esse comprovado pelo exame feito nas balas. Então, caro Presidente Carlos Giannazi, temos que ajudar os nossos estudantes a chegarem à aula, à escola ou à faculdade e voltarem vivos para suas casas. Temos que ajudar a todo cidadão que vai para o trabalho e quer voltar para sua casa. Às vezes, o direito de voltar para casa, o direito à saúde e à vida é ceifado pelo garupa de moto. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, telespectador da TV Assembleia, quero comentar a ação civil que foi impetrada pelo Ministério Público contra a Prefeitura de São Paulo, exatamente contra o Prefeito Gilberto Kassab, e também contra o Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge.

Sr. Presidente, a ação civil pública que foi impetrada na Justiça pede o ressarcimento de um bilhão de reais à Prefeitura de São Paulo, em razão de uma contratação irregular feita por ela com a Controlar, empresa que organiza e realiza na cidade de São Paulo a inspeção veicular.

Em 1994 houve uma licitação, um contrato feito com muitas irregularidades, inclusive já apontadas pelo próprio Tribunal de Contas do Município. Mesmo assim, em 2007, muitos anos depois, visto que a licitação ocorreu em 1994, mesmo com todas as irregularidades apresentadas pelo Tribunal de Contas do Município, o Prefeito Gilberto Kassab ressuscitou esse contrato, Sr. Presidente.

Logicamente, nós defendemos a inspeção veicular, pois ela é importante. Mas, sempre questionamos o preço desse valor absurdo de quase 62 reais que a população tem que pagar. Estávamos certos porque o próprio Ministério Público em uma profunda e devassa investigação que fez a respeito do contrato e do funcionamento da inspeção veicular na cidade de São Paulo, constatou que esse valor é muito alto, pois está além do sensato e do bom senso de uma cobrança de inspeção veicular.

O fato, Sr. Presidente, é que a ação pede o afastamento do Prefeito Gilberto Kassab, bem como do Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente. E, pede também, a indisponibilidade dos bens, tanto do Prefeito quanto do Secretário. O que mais nos chama a atenção é que a Controlar, essa empresa acusada de ter um contrato irregular com a prefeitura, é controlada pela CCR, que é uma concessionária de pedágios no Estado de São Paulo. Pior do que isso, é que a CCR tem como acionistas majoritários duas grandes construtoras brasileiras: Camargo Corrêa e Serveng.

O Ministério Público mostra, em matéria publicada hoje na "Folha de S.Paulo", que essas duas empreiteiras foram as principais doadoras e financiadoras da campanha do Prefeito Gilberto Kassab. Parece que as empreiteiras mandam mesmo na prefeitura, no Estado; elas estão em todos os negócios do Estado. As empreiteiras controlam os pedágios, controlam a inspeção veicular, as obras públicas, as grandes construções. Estamos totalmente dominados pelo poder econômico dessas empreiteiras e dessas construtoras. Elas controlam tudo.

A população tem que perceber que é o poder econômico que controla o Estado hoje. O Estado brasileiro está a serviço do poder econômico, dessas grandes empresas nacionais e multinacionais, que têm os seus tentáculos sólidos dentro do aparelho do Estado.

Falei há pouco sobre o que vem acontecendo em São José dos Campos, onde a Tropa de Choque da Polícia Militar virou a tropa de choque da empresa, virou a guarda particular da empresa, para reprimir a paralisação, a greve dos trabalhadores. É o Estado servindo como aparato de defesa dos interesses dos empresários nacionais e internacionais. A Johnson é uma empresa internacional, de capital internacional, mas que tem a ajuda do Estado, da Tropa de Choque, para reprimir o movimento dos trabalhadores.

Vamos torcer para que essa ação civil do Ministério Público seja vitoriosa, no sentido de coibir, de impedir que o dinheiro público seja desviado dessa maneira. Tudo isso é corrupção, é malversação do dinheiro público, é improbidade administrativa. É o dinheiro dos nossos impostos sendo canalizado exatamente para as grandes empreiteiras e , construtoras desse setor empresarial que cada vez mais vai se beneficiando e sugando o dinheiro dos nossos impostos, o nosso erário.

Sr. Presidente, a Controlar, que tem o monopólio da inspeção veicular na Cidade de São Paulo, é controlada pela CCR, uma empresa que controla pedágios no Estado de São Paulo, e que por sua vez é controlada também por grandes empreiteiras, como a Camargo Corrêa e a Serveng.

Estamos perdidos. Estamos cercados, na verdade. É o poder econômico que manda nos parlamentares, nos governadores, nos prefeitos. Está aí uma prova cabal de que temos hoje prefeitos, governadores e, parlamentares que são verdadeiros funcionários dessas empresas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se hoje às 19 horas, com a finalidade de comemorar o Dia do Soka Gakkai, solicitada pelo Deputado João Caramez e da Sessão Solene a realizar-se segunda-feira, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o 25º aniversário da peça “Trair e Coçar é Só Começar”, solicitada pelo nobre Deputado Pedro Bigardi.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e cinco minutos.

 

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