20 DE DEZEMBRO DE 2010
161ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidentes: CARLOS GIANNAZI e ADRIANO DIOGO
Secretário:
ADRIANO DIOGO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
001 - CARLOS
GIANNAZI
Assume
a Presidência e abre a sessão.
002 - ADRIANO
DIOGO
Assume
Presidência.
003 - CARLOS
GIANNAZI
Fala
sobre a votação da peça orçamentária para 2011. Afirma que as sugestões da
Assembleia Legislativa não foram contempladas na referida peça. Informa que o
orçamento não atenderá às solicitações dos hospitais das Clínicas e do Câncer.
Menciona nota divulgada na coluna "Painel", do jornal "Folha de
S. Paulo", sobre possível indicação do Deputado Bruno Covas ao cargo de
Secretário de Assistência Social. Repudia o PLC 45/10.
004 - CARLOS
GIANNAZI
Assume
a Presidência.
005 - ADRIANO
DIOGO
Discorre
sobre ausência de Deputados nesta Casa. Menciona falta de quorum para a votação
do PLC 45/10 e da peça orçamentária para 2011. Faz paralelo entre movimentos
estudantis da década de 60 e o apoio do PCdoB ao Prefeito Gilberto Kassab.
006 - ADRIANO
DIOGO
Requer
o levantamento dos trabalhos, havendo acordo entre as lideranças.
007 – Presidente CARLOS GIANNAZI
Defere
o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 21/12, à hora
regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a
sessão o Sr. Carlos Giannazi.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS
GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIII
Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas
presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Adriano
Diogo para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do
Expediente.
O SR. 1º SECRETÁRIO - ADRIANO
DIOGO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente,
publicada separadamente da sessão.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
- Assume a Presidência o Sr.
Adriano Diogo.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ADRIANO DIOGO - PT - Tem a palavra o primeiro
orador inscrito, nobre Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente em exercício, nobre Deputado Adriano Diogo, telespectadores da TV
Assembleia, amanhã iniciaremos, provavelmente, a discussão da peça orçamentária
de 2011. Preocupa-nos muito que essa peça orçamentária construída pelo governo
Goldman-Serra, encaminhada a esta Assembleia Legislativa, seja uma peça
antissocial e autoritária e, quando protocolada aqui, parece que a situação piorou.
Isso porque foram apresentadas mais de 11 mil emendas e as sugestões não foram
incorporadas à peça orçamentária. Tanto que nesse Orçamento de 140 bilhões
tivemos suplementação de apenas 50 milhões, ou seja, 0,04%, algo
insignificante. É a taxa de remanejamento mais baixa, talvez, da história da
Assembleia Legislativa, colocando em xeque o papel da Assembleia, a existência
da Assembleia Legislativa de São Paulo, que, como tenho denunciado
exaustivamente, consome mais de 680 milhões por ano do erário público desse
orçamento, todavia ela acaba perdendo a sua função.
O Parecer votado na Comissão de
Finanças foi tão deprimente que até a base governista, que votou a favor porque
tem que votar, por ser base do governo, votou com restrições. Dos sete
deputados que votaram, cinco da própria base governista votaram com restrições
porque o Orçamento é antissocial, como disse. Um Orçamento que negou a demanda
do Hospital das Clínicas que solicitou uma emenda de 35 milhões de reais. O
mesmo aconteceu com o Hospital do Câncer, que atende milhares e milhares de
pessoas. Foi negada ao diretor geral desse hospital, que no próximo governo
assumirá o cargo de Secretário de Estado da Educação, uma emenda de 15 milhões
de reais. Também nessa área, tivemos a redução dos valores para as campanhas de
vacinação e para o Programa Saúde da Família. Sem contar em áreas estratégicas
como a Educação. Na área de Coordenadoria de Infância e Juventude, do
Judiciário: de 26,7 milhões, houve uma redução para o valor simbólico de 10
reais. O governador vai ter uma margem de remanejamento de mais de 40 por cento.
Por isso digo que a peça
orçamentária, da forma como está sendo discutida aqui, coloca em xeque a
existência da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Dá impressão de que
a Assembleia não tem utilidade alguma, que as propostas que apresentamos
juntamente com as entidades da sociedade civil não foram levadas em conta na
construção desse orçamento, nem pelo Palácio dos Bandeirantes, muito menos pelo
relator do orçamento que, na verdade, foi extremamente passivo e submisso aos
interesses, principalmente do novo governo. Na sessão Painel do jornal “Folha
de S.Paulo”, foi publicada ontem uma nota dando conta de que o relator do
orçamento, da base governista, Deputado Bruno Covas, será indicado Secretário
de Assistência Social do governo Alckmin. Talvez isso explique tanta submissão
e tanta passividade em torno desse relatório. Parece que o Deputado Bruno Covas
elaborou o parecer junto com o Governador Alckmin. Não houve discussão alguma
aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Tanto é que não
assistimos aqui a base governista defendendo esse orçamento. Então, preocupa-nos
imensamente essa situação.
Durante o debate e a votação do
orçamento, quero voltar a esse tema. Tenho dito que esse orçamento é contra a
população do Estado de São Paulo. Um orçamento que destina apenas 0,34% do
orçamento para a assistência social; dos 142 bilhões, apenas 450 milhões serão
destinados à área de assistência social do nosso Estado, que tem 42 milhões de
habitantes; uma pobreza imensa, miséria, grandes gargalos sociais. É ou não,
Sr. Presidente, um orçamento antissocial?
A população tem de reagir. Há
tempo para isso. O telespectador que está nos assistindo tem de reagir contra
essa peça orçamentária que vai prejudicar toda a população do nosso Estado.
Como você pode reagir, telespectador? Ligando para o deputado aqui na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, mandando e-mails, fax, vindo
pressionar para que os deputados votem uma emenda aglutinativa canalizando os
recursos desse orçamento para as áreas sociais.
Vamos ter novamente o
desrespeito à data base salarial dos servidores públicos do Estado de São Paulo
- da Educação, da Segurança Pública, do Sistema Prisional, do Judiciário, que
vive uma grande crise. Se o acordo entre o Tribunal de Justiça do nosso Estado
e as entidades representativas dos servidores do Judiciário não for respeitado,
ou seja, da concessão de um reajuste de 20,16%, vamos iniciar o ano de 2011 com
uma grande e prolongada greve da Justiça.
Portanto, é muito importante
que seja revisto esse corte de 54% - criminoso - feito pelo Palácio dos
Bandeirantes no Orçamento do Judiciário, pois vai inviabilizar a Justiça do
Estado de São Paulo; cortou na coordenadoria da infância e da juventude, cortou
na implantação das mais de 200 varas que deveriam ser instaladas no Estado de
São Paulo, e cortou, também, na área do reajuste dos servidores do Judiciário.
Isso é grave, Sr. Presidente.
Estamos já há um bom tempo
acompanhando a crise relacionada aos servidores do Judiciário. O Tribunal de
Justiça do nosso Estado assumiu um compromisso, assinou um compromisso salarial
trabalhista e agora terá que cumpri-lo, caso contrário - repito - teremos - e
com razão - uma greve na Justiça; os servidores têm razão de fazer greve, fazer
paralisação porque estão sendo, agora, enganados pelo Governo; aqui fica nosso
alerta; o mesmo pode acontecer nas outras áreas.
Sr. Presidente, a própria
Educação também já está mobilizando-se para entrar em greve no mês de
fevereiro, porque não tem mais data-base para os professores, o vale-refeição
vai continuar na faixa de quatro reais para os professores, para os servidores
da Segurança Pública do sistema prisional, os servidores da Saúde.
Então, temos que mudar esse
Orçamento; do jeito que foi encaminhado para a Assembleia Legislativa e do
jeito que o relatório do parecer for aprovado, vamos ter uma grande crise já em
fevereiro e março do ano que vem; vamos começar o ano muito mal.
Portanto, os 94 deputados têm a
responsabilidade de interferir no curso da aprovação desse Orçamento. Isso
ainda é possível; basta vontade política e entendimento entre as bancadas. A
Bancada do PSOL vai continuar mobilizada, apresentando propostas e exigindo que
esse parecer seja totalmente revertido.
Sr. Presidente, queremos
registrar ainda a nossa total contrariedade em relação ao Projeto de lei
Complementar nº 45/10, que privatiza a Saúde do Estado de São Paulo, que vende,
praticamente, as vagas e o atendimento dos hospitais públicos para as empresas
de Convênios de Saúde, para os mercadores da Saúde do Estado de São Paulo e do
Brasil.
Na quinta-feira da semana
passada, conseguimos obstruir a votação por meio de um requerimento de votação,
mas o projeto vai entrar em votação amanhã.
Portanto, Sr. Presidente, é
importante que a população também pressione os 71 deputados da base governista
para que possamos reverter essa situação, e a referida propositura seja
rejeitada nesta Casa.
Se o Projeto de lei
Complementar nº 45/10 for aprovado, vamos ter duas filas em hospital público: a
fila de quem usa o SUS, Sistema Único de Saúde, e outra fila para quem paga
convênio médico. Isso é um verdadeiro absurdo! Isso é uma agressão ao Sistema
Único da Saúde e à Constituição Federal.
Sr. Presidente, voltarei a esta
tribuna para fazer mais intervenções nesse sentido, mas estamos dispostos a
varar as madrugadas para que esses crimes não sejam cometidos contra a
população do Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ADRIANO
DIOGO - PT - Tem a palavra o nobre
Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos
Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia
Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado
Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra
a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice
Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.)
Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos
passar à Lista Suplementar.
Tem a palavra o nobre Deputado
José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem
a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado
Donisete Braga. (Pausa.)
* * *
- Assume
a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre
Deputado Adriano Diogo.
O
SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Deputado Carlos Giannazi, quero transmitir para as pessoas que assistem à TV
Assembleia a dificuldade que esta Assembleia Legislativa tem para funcionar.
Hoje, apenas dois deputados de oposição estão no plenário abrindo a sessão: o
Deputado Carlos Giannazi, na Presidência, e este Deputado.
A obrigação era dos deputados
do Governo virem aqui para o plenário funcionar. Pois bem, é tão grande a crise,
que a base governista não tem coragem de vir ao plenário. Por quê? Na semana
passada, tentaram votar - o Governo, sua base de sustentação - o projeto de lei
da Saúde, que vende 25% dos leitos do SUS para os planos de Saúde.
Na quinta-feira à noite, antes
da nossa diplomação, que foi na sexta, o que aconteceu? Muitos deputados que
dão sustentação ao Governo não compareceram, não houve quorum e o projeto de
lei que privatiza a Saúde não pôde ser votado. O que é uma ótima notícia!
Graças a Deus não houve essa votação. E era para ter sido votado o Orçamento e
encerrados os trabalhos.
Como consequência de não ter
havido a votação do projeto de lei da Saúde, vamos continuar os trabalhos esta
semana. E o Secretariado do novo Governador era para estar montado. Vejam o
tamanho da crise: o atual Governador de plantão, aquele senhor, o Sr. Goldman,
está pedindo emprego no novo Secretariado e não está conseguindo, porque o
Governador novo, Geraldo Alckmin, não quer nem saber dessa turma do Serra e nem
do Kassab. Isso está gerando a maior crise. Então o PMDB, corajosamente, não
votou; o PDT não votou; o PSB, com exceção de um deputado, não votou, e a crise
está instalada. O PPS, que tem uma expectativa de participar do Governo, até
para melhorar a condição aqui da Assembleia, não está sendo atendido. E o PV,
que tinha uma expectativa de nomear o Secretário de Justiça, também está
descartado. Enquanto isso Saulo Abreu continua como “primeiro-ministro”.
Essas são as notícias da
“província”, sem dizer que na semana passada foi lembrado o dia 17 de dezembro
de 1968, quando foram presos no Crusp 700 estudantes. O Crusp foi cercado às 5
horas da manhã e às 5 da tarde todos foram presos e levados para o Presídio
Tiradentes. Ali tiveram suas vidas destruídas e dilaceradas. No dia 16 de
dezembro de 1976, aconteceu a chacina da Lapa, quando a direção do Partido
Comunista, toda reunida numa casa na Lapa, foi fuzilada. Recentemente, um
general ligado ao Governo da época, falou que ele mesmo mandou fuzilar e matar
todas as pessoas.
No dia 13 de dezembro,
aconteceu o AI-5. Também ocorreu em dezembro a primeira adesão pública do PCdoB
ao Sr. Kassab, na Câmara Municipal. O defunto nem esfriou e a viúva já arrumou
um amante. Embora as pessoas digam que agosto é o mês do mau agouro, dezembro
na História do Brasil é um mês terrível. São essas, portanto, as notícias da
província.
Sr.
Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito
o levantamento da presente sessão, para ver se alguém do Governo aparece para
trabalhar. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta
Presidência adita à Ordem do Dia o PDL 68/10, que aprova as contas anuais do
Poder Executivo relativas ao exercício financeiro de 2009, e o Projeto de lei
711/10, que orça a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de 2011,
e informa ainda que na Sessão Ordinária de amanhã, por expressa determinação da
Constituição, no Art. 28 § 6º, constarão na Ordem do Dia, além das proposições
ora aditadas, os projetos de autoria do Governador com solicitação de urgência
constitucional e os projetos de lei vetados.
Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em
plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V.
Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a
Ordem do Dia será a mesma da sessão de 17.12.10 e os aditamentos ora
anunciados.
Está
levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e seis minutos.
* * *