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10 DE DEZEMBRO DE 2012

174ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Informa que projeto de lei que trata da carreira dos médicos, em tramitação nesta Casa, prevê a redução de 2500 cargos da categoria. Combate a possibilidade de que o Hospital Pérola Byington seja transformado em Organização Social. Lamenta a possível extinção do hospital "Sapopembinha" pelo Executivo Estadual. Dá conhecimento de denúncias realizadas por funcionários do Hospital Mandaqui.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Fala sobre ocorrência envolvendo a PM, na Zona Norte da capital, neste final de semana, que culminou com a morte de duas pessoas. Informa que traficantes atearam fogo em ônibus em retaliação ao fato. Combate pronunciamento de major da Polícia Militar, que sugeriu a extinção das forças táticas da corporação.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Informa haver questionado o Secretário Estadual de Educação, Herman Voorwald, sobre denúncias relacionadas à SPPrev. Critica a entidade por não reconhecer faltas e licenças médicas para a obtenção de aposentadoria. Informa que, graças à medida, professores que já haviam se aposentado estão sendo obrigados a voltar às salas de aula. Dá conhecimento de ação judicial, ganha pelo Executivo Estadual, responsável por reduzir o salário de toda a força policial do Estado de São Paulo. Critica provas de mérito para que professores tenham reajustes salariais.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

006 - JOOJI HATO

Lamenta a morte de duas mulheres, atropeladas na calçada de aeroporto. Informa que o responsável pelo atropelamento estava alcoolizado. Sugere que, durante o final de ano, o acostamento de determinadas estradas possa ser utilizado.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Volta a comentar encontro realizado com o Secretário Estadual de Educação, Herman Voorwald. Dá conhecimento de denúncias contra o ex-Presidente da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), José Ortiz. Questiona razões que levaram o Governador a contratar o funcionário. Pede pelo cumprimento da lei que estabelece o piso salarial do magistério. Considera necessária a revogação da lei 1093/09.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

010 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Registra a presença do ex-Deputado Federal Gilberto Nascimento. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/12, à hora regimental, com a ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 19 horas, para a "Entrega do 16º Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos". Levanta a sessão.

 

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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Dando início à lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, encontra-se nesta Casa projeto de lei que trata sobre a carreira dos médicos.

Dentro da estrutura do projeto, hora apresentado, e nós já tínhamos apresentado esse debate na semana próxima passada, que o projeto apresenta uma redução de 2500 cargos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo; 2.500 cargos é a proposta que vem dentro da estrutura da referida matéria.

O projeto vem para, de alguma forma, beneficiar a carreira dos médicos do Estado de São Paulo. Só que, junto a proposta da estruturação da carreira, o Governador do Estado de São Paulo apresenta a extinção de 2500 cargos na área da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Temos percebido que no Estado de São Paulo vem acontecendo não só uma desestruturação da Segurança Pública e da estrutura metro-ferroviária, mas, agora, esse mesmo episódio passou a acontecer na área da Saúde.

Tínhamos apresentado na semana passada que o Governo do Estado de São Paulo tem a pretensão de transformar o Hospital Pérola Byington, localizado na região central da nossa cidade e que é voltado principalmente para a saúde da mulher, em uma OS. Esse importante hospital vai ser desestruturado, desmontado e transformado em uma OS em que os funcionários de carreira não se responsabilizarão pela sua gestão. O Governador e o Secretário da Saúde negam, mas está no projeto de lei a extinção de 2.500 funções da área da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

E hoje, recebemos mais uma denúncia em relação ao desmantelamento da Saúde pública do nosso Estado: o Governador quer, agora, a partir do dia 20, fechar o Hospital Sapopembinha, localizado na região do Planalto, em Sapopemba. A proposta do Governador é fechar um hospital estadual que atende a população da região de Sapopemba a partir do dia 20 de dezembro. Esse hospital atualmente apresenta parte dos leitos sem funcionamento e a proposta do Governador é fechar o que ainda resta do Sapopembinha no próximo dia 20.

Diante disso, amanhã, às 10 horas, haverá uma manifestação dos funcionários e da população em frente a esse hospital para pedir que esse hospital não seja fechado. Gostaria, inclusive, que fosse encaminhada à Secretaria da Saúde e ao Governador do Estado de São Paulo uma solicitação para que não efetue o fechamento dessa unidade do hospital estadual em Sapopemba, o que vai atrapalhar ainda mais o atendimento da população no nosso Estado.

Após várias denúncias da Bancada do Partido dos Trabalhadores e segundo os funcionários do Hospital Mandaqui, essa unidade também sofrerá o mesmo processo de desmonte que está sendo feito no Hospital Pérola Byington

Então, aos poucos vai se apresentando à sociedade do nosso Estado quais são e onde estão os hospitais que o Governo quer desestruturar e diminuir 2.500 vagas do funcionalismo público do Estado de São Paulo voltado para a área da Saúde.

Isso demonstra que o Governador do Estado de São Paulo, o Sr. Geraldo Alckmin, que já não tem o compromisso com a Segurança Pública do nosso Estado e com a estruturação metro-ferroviária, deixando de utilizar o recurso do Orçamento na sua totalidade, agora, demonstra o mesmo comportamento em relação à área da Saúde, pois mais uma vez, estamos vendo o desmonte na área da Saúde a partir de um projeto de lei importante para os servidores médicos do Estado de São Paulo, mas que por trás há uma extinção de 2.500 cargos, como tínhamos apontado em relação ao Hospital Pérola Byington, e agora, em relação às denúncias acerca do Hospital do Mandaqui e o fechamento do Hospital Sapopembinha que está previsto para o dia 20 de dezembro, o que provocou uma manifestação que será realizada pelos funcionários e pela população no dia de amanhã cobrando ao Governador do Estado de São Paulo e ao Secretário da Saúde que não haja mais desrespeito com os funcionários e com a população, e que não seja fechado esse hospital que atende ainda a população da região de Sapopemba, e que após esse fechamento não terão mais onde ser atendidos na região na Zona Leste. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, este final de semana tivemos uma ocorrência que se desdobrou em outras consequências extremamente graves para a população. Tivemos uma ocorrência entre policiais da Força Tática do 5º Batalhão, na Zona Norte, e que, segundo a versão dos policiais, e até então não há razões outras para se desacreditar dessa versão, houve um entrevero, com a morte de dois indivíduos que ofereceram resistência a tiros a guarnições da Polícia Militar.

O desdobramento disso exatamente são traficantes indignados com a situação, que resolveram atear fogo em ônibus. E resolveram mais do que isso: atear fogo em ônibus e impedir até que as vítimas saíssem do coletivo, provocando a morte de duas pessoas.

Para o registro da ocorrência, houve a interpretação das autoridades policiais civis e militares que determinaram um auto de prisão em flagrante contra os policiais e logicamente, a partir do auto de prisão e flagrante, de todos os laudos, de todas as provas testemunhais vai se esclarecer naturalmente como é que se desenvolveu a ocorrência do entrevero entre os policiais e os dois indivíduos.

Vejo essa situação há 35 anos, desde que ingressei na Polícia, e não poderia ser diferente: mãe de bandido vai chorar porque perdeu o filho. Para ela, o filho nunca foi um bandido, nunca esteve armado, nunca enfrentou a Polícia. Acho a coisa mais natural do mundo diante de uma dor tão violenta quanto a perda do filho, mas não significando que a versão dos policiais não possa ser a verdadeira.

E venho dizer isto aqui, Sr. Presidente, porque manifestações pela Rede Globo de Televisão, dadas por um major da Polícia Militar, que é meu amigo de muitos anos, todos sabem disso, Major Luca, que tem um currículo brilhante, um dos oficiais mais bem preparados da Polícia Militar, me fazem vir a esta tribuna, porque quando não se tem o que dizer, para não dizer besteira é melhor ficar quieto. Logicamente o Luca falou a besteira pela Rede Globo e consigo rebater pela TV Assembleia. Temos aí milhões de telespectadores de forma adversa. Mas ele disse que teria que ser extinta as Forças Táticas, e isso me deixa extremamente indignado, não só pela doutrina de emprego das Forças Táticas, pela participação do Major Luca, que foi comandante do Gate, sempre um grande incentivador, um grande instrutor, que agora parece que foi sedado pela Rede Globo para dizer o que interessa só a ela, muitas vezes esquecendo o que acontece no Rio de Janeiro e achincalhando a Polícia de São Paulo, achincalhando aquilo que ele viveu durante 30 anos.

Sou testemunha de que é um dos melhores, mas não tem o direito de dizer besteira. E ainda dizer: “se extinguirem as Forças Táticas, de cada duas viaturas de Força Tática se faz três de Rádio Patrulha”. Mas a Força Tática, e você sabe até melhor do que eu isso, Luca, é o irmão mais velho justamente do patrulheiro da Rádio Patrulha, é a força de emprego tático e de apoio justamente a quem está atendendo a população.

Se você está sedado ou esqueceu que mataram 101 policiais militares nesse ano, deveria se lembrar. Pelo menos no dia em que recebe o holerite, porque para começar a agredir a própria história poderia abrir mão do salário. Eu vejo alguns caras fazendo isso. Agridem a própria instituição, mas não abrem mão do que a instituição acaba proporcionando.

Então, eu venho dizer que lamento profundamente a tremenda besteira que foi dita por um canhão de audiência. Por alguém que, até esse momento, para mim tinha muita credibilidade, mas passou do seu limite de falar besteira e parece que desaprendeu tudo que conhece de Polícia para poder estar na “Vênus Platinada”, que cobra isso dos seus.

Mas eu tenho que dizer à população: não tem que matar a vaca para acabar com o carrapato não. Nós temos distorções comportamentais em qualquer área de serviço: nós temos juiz corrupto, promotor corrupto; nós temos médico que faz aborto, nós temos médico que abusa sexualmente das pacientes. Enfim, em todas as áreas temos profissionais com desvios comportamentais, na Polícia não há ser diferente, mas nem por isso nós vamos acabar com a profissão de ginecologista; nem por isso nós vamos acabar com a profissão de juiz, de promotor ou de policial. Não podemos generalizar e dizer que vamos acabar com as Forças Táticas. Que vergonha!

Nós estamos tentando reativar as Forças Táticas no interior e começar a utilizá-las só para escolta de presos porque nós estamos vendo a explosão da criminalidade no interior.

Eu quero dizer à população que confie na Polícia, pois se houver desvio comportamental, ele tem que ser apurado. Aliás, o próprio Luca fala isso no final de sua fala, mas se ele contradiz, pois o começo da sua fala não bate com o final. Um homem experiente como ele não tem o direito de se contradizer em um texto só.

É lamentável uma condição dessas, para todos os policiais militares, para todos os policiais civis e para todos os componentes de Força Tática que estão aí, dando a vida pela sociedade.

Aqui ninguém compactua com equívoco, não. Aqui ninguém é escolhido a laço, não. São feitas pré-seleções, existem cursos hoje, e muitos cursos. E o Luca foi instrutor de muitos desses cursos. Foi multiplicador de muitos desses cursos de uma doutrina de emprego de equipes táticas. Agora para falar uma besteira desse tamanho, não dá.

Gostaria de ter a oportunidade de debater isso no mesmo campo, olhando nos olhos e dizendo: “Olha para o teu passado, olha para o que você é e veja se vale a pena achincalhar os seus.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz .(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectadores da TV Assembleia, eu gostaria de, em primeiro lugar, dizer que na semana passada, quando o Secretário da Educação, professor Herman, esteve presente na audiência pública da Comissão de Educação nós o questionamos, em relação ao que vem acontece em SPPrev, a São Paulo Previdência, o órgão de autarquia que cuida da aposentaria dos servidores do Estado de São Paulo, principalmente dos professores da rede estadual.

Nós estamos vivendo um fato inusitado dentro desse contexto de ataques do PSDB do Governador Geraldo Alckmin, aos servidores públicos do nosso Estado. Estamos vivendo a seguinte situação: a SPPrev não está reconhecendo para fins de aposentadoria especial do Magistério público as faltas médicas e as licenças médicas. Na nossa opinião, Sr. Presidente, são faltas que devem constar, sim, como faltas válidas, no sentido de que elas devem ser reconhecidos do ponto de vista da aposentadoria especial.

Qualquer trabalhador que tenha uma licença médica, ou mesmo uma falta médica, está amparado por um atestado, por uma junta médica, por uma perícia médica. Ele não consegue ter o abano de uma falta médica sem o atestado, sem o aval do médico, e muito menos uma licença, porque para obter uma licença, muitas vezes, passa-se até por uma perícia médica, ou no Hospital do Servidor Público, ou no Departamento de Perícias Médica. Enfim, há um controle em relação à concessão dessas faltas, em caráter mais emergencial. No entanto, a SPPrev não está reconhecendo.

O fato inusitado é que nós estamos assistindo agora à seguinte situação: professoras estão tendo que voltar a trabalhar, por conta dessa interpretação que, na nossa opinião, está errada. Ela não coincide com a legislação vigente no nosso País, sobre esse tema. Então, professoras que já se aposentaram são obrigadas agora a voltar para repor esses dias, dos períodos em que ficaram fora da sala de aula, por licença médica.

E as doenças do Magistério são todas adquiridas do trabalho, por conta das péssimas condições de trabalho, da superlotação de salas, da violência escolar, da falta de infraestrutura humana e material, para que os professores possam realizar um trabalho pedagógico que possa oferecer qualidade de ensino. As condições extremamente precarizadas de trabalho têm levado os nossos professores, o Magistério como um todo, ao adoecimento.

Cresce cada vez mais o número de licenças médicas e de faltas médicas do professorado, porque não há investimento nessas condições de trabalho, e também não há investimento na saúde dos profissionais da Educação. Juntando essas duas coisas, teremos um professor adoecendo cada vez mais.

Não é à toa que o Hospital do Servidor Público tem atendido muitos professores, todo o pessoal da Educação, professores com problema de voz, problemas psiquiátricos, com síndrome do pânico, com depressão, enfim, com várias doenças mentais e emocionais, por conta de toda essa situação. Todo esse quadro leva de fato a um adoecimento.

E agora o Governo tenta punir esses professores, recusando, não reconhecendo essas faltas para o tempo de aposentadoria. É um verdadeiro absurdo. Queremos contestar mais uma vez essa decisão da SPPrev e da própria Procuradoria do Estado, que deve ter uma interpretação mais humana, que possa beneficiar os servidores.

Os servidores estão cansados de serem atacados pelo Governo. O Deputado Major Olímpio estava falando agora da situação da Polícia Militar. Eu me lembro que o Governo fez um ataque agora aos servidores da Polícia Militar, descontando mais de 20% dos salários de mais de 80 mil PMs, por conta de uma ação que o Governo ganhou agora no STF, em cima do recálculo, tanto do quinquênio como da sexta-parte. E com isso mais de 80 mil servidores da Polícia Militar tiveram desconto de acima de 20%. Perdem, na verdade, em todos os seus pagamentos, a partir de agora, mais de 20% dos seus proventos. É um Governo que parece que detesta os servidores públicos de todas as áreas.

E mais ainda, dentro desse contexto, Sr. Presidente, gostaria de citar o caso da prova de médico, da falsa meritocracia que está sendo implantada também para os agentes de organização escolar, que é aquele funcionário de escola pública estadual que faz o serviço na secretaria, por exemplo. Esse servidor ganha muito mal, R$ 700,00, R$ 800,00, um pouquinho mais que o salário-mínimo.

Para ter um reajuste salarial, esse servidor terá que fazer prova. Se não passar na prova, não terá reajuste. Se isso vira moda no funcionalismo público, todo servidor público, para ter reajuste, terá que fazer uma avaliação. Isso é um absurdo.

Em primeiro lugar, temos que valorizar o salário-base de todas as categorias profissionais, incorporando as bonificações, inclusive, acabando com essa política de bônus e gratificações. O servidor precisa é de um salário digno, um salário-base decente, e que a sua carreira tenha uma evolução funcional. O que o governo está fazendo é invertendo a lógica, jogando tudo para a falsa meritocracia, justamente para não oferecer nenhum tipo de reajuste salarial.

Isso é tão sério que o governo nem respeita a data-base salarial, que vence no mês de março de cada ano. Desde a aprovação da lei, em 2006, até hoje, essa lei não foi respeitada no nosso Estado.

Esse é o quadro de ataques aos servidores do Estado de São Paulo, em todas as áreas: Educação, Segurança Pública, Sistema Prisional. Essa da aposentadoria é demais. A SPPrev não reconhecer as faltas médicas e as licenças médicas como tempo de aposentadoria é um verdadeiro absurdo. Isso só mostra o desprezo e a falta de vontade de resolver a situação, sobretudo a falta de vontade e de interesse político em investir na valorização dos nossos servidores. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O Sr. Presidente - Carlos Giannazi - PSOL - Srs. Deputados, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. Jooji Hato - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp, vi pela televisão uma cena chocante, que aconteceu perto da Assembleia Legislativa. No Aeroporto de Congonhas, foram atropeladas Clarice da Costa, de 56 anos, e Camila Ariela, de 27 anos.

Elas estavam embarcando para Florianópolis, buscando encontrar os familiares no final do ano, e foram atropeladas na calçada por um jovem de 23 anos, que, acredito, deva estar sofrendo, porque quem mata, quem atropela, também sofre. Ele parece ser uma pessoa de bem. Estava numa festa de final de ano e, de repente, ingeriu bebida alcoólica e errou o caminho quando fazia o retorno na Washington Luiz para ir ao centro. Estava em alta velocidade e acabou atropelando a Dona Clarice, e a sua filha, Camila, está internada com fraturas na perna.

Na minha vida pública sempre tentei melhorar a violência, controlando a bebida alcoólica e drogas. Fizemos a Lei Seca, do fecha-bar ou do silêncio. Muitos me contrariaram, chegaram até a me ofender pelas ruas, mas mantivemos essa postura; e, após 10 anos, a lei foi sancionada e reconhecida. Demorei quase dois anos para aprovar essa lei na Câmara Municipal de São Paulo e ela acabou se tornando uma lei nacional.

Precisamos controlar a bebida alcoólica. Não há problema um jovem ingerir bebida alcoólica, o que não pode é beber e sair dirigindo, como aconteceu em Congonhas. O atropelamento tirou a vida da Dona Clarice e feriu Camila, de apenas 27 anos. O motorista vai ser condenado por ato irresponsável. Tudo isso é muito lamentável.

Nós buscamos sempre a qualidade de vida dos cidadãos. Como acontece todo final de ano, temos muita festa de despedida, muitos viajam para a Baixada Santista ou para o interior. Trabalhamos o ano todo e as estradas ficam congestionadas nessa época. Estou enviando a minha sugestão ao Comandante Geral da Polícia Rodoviária e ao Governador, para que libere alguns trechos de acostamentos - ainda que trafegue a 20, 30 km por hora, com segurança - que ficam muito congestionados. As pessoas da melhor idade sofrem muito dentro do carro, que fica parado neste calor infernal. Muitos carros nem tem ar condicionado.

Cito o exemplo da Rodovia Rio-Santos para ir a Bertioga, a Riviera, a São Sebastião e outras cidades. Há um trecho, perto do Restaurante Dalmo, que tem muita lombada. Por causa disso, é muito comum formar um intenso congestionamento. Se a Polícia, em vez de colocar cavaletes impedindo que se use o acostamento, liberasse o seu uso, melhoraria em muito o fluxo. Na Tamoios, por exemplo, o acostamento é liberado. Mas isso não acontece na Rio-Santos, o que acho estranho.

Conheço bem a região e espero que o Governador, que a Polícia, possa melhorar o acostamento, dando às pessoas o direito de ir e vir com mais tranquilidade e conforto. Temos de evitar esse congestionamento infernal porque as estradas, nessa região, são de péssima qualidade. Se na Tamoios é permitido trafegar no acostamento, quando há congestionamento, inclusive na Imigrantes, no Planalto, por que não fazer o mesmo na Rio-Santos, próximo ao Restaurante Dalmo? As lombadas são proibidas, na verdade. Elas deveriam ser retiradas. A população já paga muitos impostos e não deveria sofrer ainda mais, principalmente nos momentos em que busca o descanso tão merecido.

Esperamos que sejamos ouvidos, e os acostamentos, nos pontos nevrálgicos, sejam liberados, desde que se trafegue numa velocidade segura. Pedimos aos usuários que não deixem de abastecer o tanque de combustível do seu carro porque, de repente, ele pode parar no acostamento atrapalhando o trânsito.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Olimpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André do Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto a esta tribuna para continuar falando sobre a audiência pública com o Secretário da Educação, que ocorreu na última quarta-feira aqui no Plenário Paulo Kobayashi. Fizemos várias indagações, questionamentos e cobranças ao secretário, sendo uma espécie de porta-voz da Rede Estadual de Ensino e dos profissionais da Educação.

Falei, há pouco, sobre a questão das faltas médicas, das licenças médicas que não são consideradas para o tempo de aposentadoria, por SPPrev. Questionamos esse comportamento do governo, que é um verdadeiro absurdo.

Mas, Sr. Presidente, volto a um tema que eu havia explanado em algumas ocasiões, mas que discutimos e cobramos do secretário, que é a questão da FDE - Fundação para o Desenvolvimento do Ensino. O atual presidente da FDE está afastado pela Justiça. O Ministério Público entrou com uma ação contra ele. A Justiça aceitou a liminar e ele está praticamente suspenso da presidência porque é acusado de improbidade administrativa.

Estou referindo aqui ao Sr. José Ortiz, que já responde a muitos processos de improbidade administrativa na Justiça. Mas, mesmo assim, em 2011 foi nomeado a esse cargo pelo Governador Geraldo Alckmin e agora, como era de se esperar, ele aprontou mais uma e está envolvido num outro escândalo. Agora, na compra de mochilas escolares. Uma compra, segundo o Ministério Público, superfaturada. Parece que sem licitação de 35 milhões de reais.

Agora, o fato mais interessante e mais revoltante ao mesmo tempo é que o Governador Geraldo Alckmin não tomou nenhuma providência. Foi a Justiça que tomou providência. Na verdade, o Ministério Público que entrou com a ação. Ele foi suspenso, mas está recebendo o salário de 14 mil reais. Ele está afastado do cargo de confiança. O Governador deveria ter, no mínimo, a dignidade de ter exonerado ou exonerar o Sr. José Ortiz da presidência da Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE - porque ele já nomeou uma pessoa que não tinha a mínima condição de exercer esse cargo. É uma pessoa que estava sob suspeita, investigada. Parece que ele respondia a mais de dez processos na Justiça de ações por improbidade administrativa, ações que foram provocadas pelo próprio Ministério Público Estadual na época em que ele era prefeito de Taubaté. Mesmo assim, sabendo dos processos, ele foi nomeado presidente de uma autarquia importante, estratégica na Secretaria da Educação que faz a gestão de aproximadamente 3 bilhões de reais por ano. Essa autarquia é a responsável pela construção de escolas, de reformas escolares, compra de material didático.

Sempre digo aqui que quando o Governador Alckmin nomeou o José Ortiz para a FDE, ele, na verdade, colocou a raposa para tomar conta do galinheiro. Aconteceu de novo. Mais um processo contra ele. Está afastado pela Justiça e recebendo salário, um salário de 14 mil reais. Isso é uma afronta à população do Estado de São Paulo, que paga impostos e que sustenta todo o aparato do Estado.

Nós exigimos que o Governador tenha o mínimo de dignidade e o exonere imediatamente, porque é cargo de confiança. O Sr. José Ortiz não foi nomeado através do concurso público de provas e títulos. Trata-se de cargo de confiança. Da mesma forma que ele entrou ele pode sair através de uma decisão do Governador Geraldo Alckmin. Mas nada disso foi feito porque eles são amigos, porque são aliados políticos principalmente na região do Vale do Paraíba, enfim. O fato é que a população não pode pagar por essa amizade. A população não pode pagar por tanta improbidade administrativa. Portanto, exigimos exoneração sumária, já que estamos falando de uma pessoa que foi afastada pela Justiça por improbidade administrativa e trata-se de cargo de confiança.

Gostaria ainda de falar nesta oportunidade de um outro tópico importante: nós voltamos a cobrar do Secretário a implantação da jornada do piso salarial. Essa jornada não foi implantada até agora. A lei federal foi aprovada em 2008 no Congresso Nacional, sancionada pela presidência da República, confirmada pelo Supremo Tribunal Federal e até agora o Estado de São Paulo não cumpriu a lei, não implantou a jornada do piso, que diz que os professores devem ter um terço da jornada dedicada ao trabalho extrassala, aquele momento em que o professor prepara suas aulas, prepara as avaliações, corrige as avaliações, quando o professor tem de fazer as pesquisas, as reuniões pedagógicas, é quando ele investe na sua formação. Ou seja, ele tem de ser remunerado em no mínimo um terço da sua jornada por conta desse trabalho, mas aqui a Secretaria da Educação insiste em não respeitar a Lei 11.738/08 em vigência em todo o território nacional. Isso é uma afronta.

Nós já fomos à Justiça através das entidades representativas do magistério, mas o Secretário disse que só vai cumprir a lei quando houver uma decisão da Justiça. Ora, não há necessidade de uma decisão da Justiça já que a lei está em vigência desde 2008, é a lei do piso nacional salarial que também estabelece a jornada do piso.

É um absurdo a omissão deste Governo em não cumprir uma legislação, especialmente em relação a uma lei tão importante como a jornada do piso, que na prática redunda na oferta da qualidade de ensino.

Concluo dizendo que cobramos intensamente do Secretário - não só nessa reunião, mas em outras ocasiões - a efetiva revogação da Lei 1093 para resolver a situação do professor categoria ‘O’, aquele contratado em caráter extremamente precarizado e que é obrigado a entrar em quarentena. Após o vencimento do seu contrato ele fica impedido de renová-lo por 40 dias, o que significa que ele fica sem salário e os alunos ficam sem as aulas daquele professor, daquela disciplina. Uma verdadeira excrescência esta Lei 1093 aprovada aqui pela base do Governo e estamos tomando providências para que ela seja revogada. Inclusive já apresentei projeto de lei para anular esta nefasta Lei 1093 que criou a categoria da quarentena e essa famigerada prova para os professores OFAs, professores ACTs, uma prova que não prova nada porque temos de ter prova para a efetivação do concurso de provas e títulos. Agora prova para que o professor continue trabalhando como temporário por um ano é um absurdo, é um ataque ao magistério estadual.

Portanto, defendemos a imediata revogação da Lei 1093 que criou a famigerada figura da quarentena e essa situação em que o professor categoria ‘O’ não tem direitos trabalhistas, não tem direitos previdenciários, o professor não tem direito à utilização do Hospital do Servidor Público Estadual, não tem direito à aposentadoria pela SPPrev.

Sr. Presidente, continuamos cobrando o Secretário e o Governador Geraldo Alckmin, por conta dessa excrescência dessa legislação. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa., nobre Deputado Carlos Giannazi. Antes de levantarmos os trabalhos esta Presidência quer registrar a presença do nobre colega, que foi Vereador, Deputo Estadual nesta Casa por muitos anos e também Deputado Federal, Gilberto Nascimento. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária nº 172, lembrando-os ainda da sessão solene às 19 horas, com a finalidade de efetuar a “ Entrega do 16º Prêmio Santo Dias, de Direitos Humanos”. Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 16 minutos.

 

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