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11 DE DEZEMBRO DE 2012

175ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, CARLOS GIANNAZI, WELSON GASPARINI, CAUÊ MACRIS, BARROS MUNHOZ, ROBERTO MORAIS, ANTONIO MENTOR, REGINA GONÇALVES e ANDRÉ DO PRADO

 

Secretários: ULYSSES TASSINARI, CARLÃO PIGNATARI, ALEX MANENTE, CAUÊ MACRIS, ROBERTO MORAIS, GILMACI SANTOS, CARLOS BEZERRA JR, ORLANDO MORANDO, ADILSON ROSSI, MARCOS ZERBINI, ANDRÉ SOARES e ESTEVAM GALVÃO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença de Parlamentares Jovens de Rio Claro, acompanhados do Vereador Juninho da Padaria, a convite do Deputado Aldo Demarchi.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Discore sobre a falta de renovação de convênio do Iamspe com Santas Casas do Interior do Estado. Alerta que este fato é grave porque os servidores ficam sem a devida cobertura médica. Cobra do Governo do Estado que resolva este problema.

 

003 - JOSÉ BITTENCOURT

Discorre acerca do fechamento do Hospital Local de Sapopemba, conhecido como Sapopembinha. Cobra explicações da Secretaria de Estado de Saúde sobre o ocorrido. Cita o número de funcionários dispensados e a população que deixará de ser atendida.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Discorre sobre o atropelamento, ocorrido no Aeroporto de Congonhas, que resultou na morte de uma mulher. Aborda a questão das chuvas de verão que deverão causar alagamentos. Cita lei, de sua autoria, que trata do uso dos pisos drenantes como forma de evitar enchentes. Comenta sobre os congestionamentos que deverão acontecer nas rodovias por conta das festas de final de ano.

 

006 - SEBASTIÃO SANTOS

Discorre sobre a dificuldade de municípios do Interior para sustentar a manutenção de equipamentos públicos, com a redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Pede apoio do Governador Geraldo Alckmin para a resolução da questão.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Discorre sobre a onda de violência que tem acometido o Estado de São Paulo. Critica a postura do Governo do Estado em deter policiais como forma de chamar atenção da mídia. Combate o uso de aeronaves da Polícia Militar para deslocamento de autoridades.

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença da Vereadora Karina Caroline, de São José do Rio Preto, e do Vereador eleito de Pereira Barreto, Professor Duno, a convite do Deputado Sebastião Santos.

 

010 - EDINHO SILVA

Discorre sobre a motivação histórica da fundação do Partido dos Trabalhadores. Alerta que novas denúncias contra o PT têm a motivação única de denegrir a imagem do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Afirma que o partido está unido em defesa do legado e da honra do ex-Presidente Lula.

 

011 - LUIZ CARLOS GONDIM

Discorre sobre a falta de equipamentos em hospitais públicos da Região do Alto Tietê. Critica o Secretário de Estado de Saúde por não comparecer a esta Casa para prestar esclarecimentos sobre esta questão. Clama para que o Governador tome atitudes para solucionar o problema.

 

012 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença da Sra. Dorceli do Carmo Domingues Pinheiro e do Sr. Laércio dos Santos, eleitos Prefeita e vice Prefeito de Novais, respectivamente; da Sra. Vera Lúcia de Azevedo Vallejo, Prefeita de Catiguá e dos Vereadores eleitos de Novais Caudinei Cáceres, Gil Marcos Rogério Rodrigues e Paulo César Dias Pinheiro.

 

013 - WELSON GASPARINI

Discorre sobre a penúltima colocação do Brasil em ranking internacional de educação. Denuncia a má qualificação dos médicos formados no País. Condena o sistema educacional brasileiro. Clama para que autoridades responsáveis tomem providências para alterar este quadro.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - WELSON GASPARINI

Elogia o trabalho do Governador Geraldo Alckmin no Interior paulista. Destaca o investimento do Estado na região de Ribeirão Preto. Frisa a importância do Hospital das Clínicas do município para as cidades vizinhas. Tece elogios ao Governador. Demonstra apoio ao Chefe do Executivo paulista.

 

015 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência.

 

016 - JOOJI HATO

Elenca o que considera serem os pilares da violência. Lê e comenta ação policial em fórum de São Caetano do Sul. Projeta imagens da apreensão de armas realizada pela Polícia Civil. Destaca a importância da "lei seca", de sua autoria. Combate o consumo de drogas. Defende a fiscalização de fronteiras, a fim de se evitar a entrada de entorpecentes. Cita caso de violência envolvendo ocupante em garupa de moto. Propõe a adoção de medidas preventivas no Estado para combater a criminalidade.

 

017 - EDINHO SILVA

Discorre acerca da contribuição do Partido dos Trabalhadores com a democracia. Elogia o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Destaca as mudanças sociais e econômicas ocorridas durante a gestão petista. Ressalta a aprovação popular do Governo da Presidente Dilma Rousseff. Repudia as críticas ao ex-Presidente Lula.

 

018 - MARCOS MARTINS

Lamenta a insuficiência de quórum em reunião que deveria tratar do fim de convênio estadual com o Cria (Centro de Referência da Infância e Adolescência). Faz críticas a projetos que visam à alienação de imóveis estaduais. Cita os objetos previstos para a desafetação. Recorda casos de privatização no Estado. Critica o transporte coletivo da Região Metropolitana de São Paulo.

 

019 - CARLOS GIANNAZI

Considera a violência no Estado decorrente da falta de investimentos em segurança pública. Critica a ausência de projeto para instituir um plano estadual de educação. Defende a reformulação do plano de carreira dos profissionais do setor. Pede pelo cumprimento de lei federal que instituiu o piso salarial para os profissionais do magistério público da educação básica.

 

020 - CAUÊ MACRIS

Assume a Presidência.

 

021 - MARCOS MARTINS

Pelo art. 82, explica projeto, de sua autoria, que propõe acréscimo à lei sobre proibição de uso do amianto. Fala sobre malefícios que o mercúrio pode trazer à saúde. Comenta projeto, de sua autoria, sobre a substância.

 

022 - ENIO TATTO

 Por acordo de lideranças, solicita a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

023 - Presidente CAUÊ MACRIS

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h36min.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h54min.

 

025 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Pelo art. 82, discorre acerca da separação dos poderes, prevista na Constituição Federal. Comenta julgamento em andamento no STF sobre a perda do mandato de parlamentares. Afirma que cabe ao Congresso Nacional a cassação do mandato de deputados.

 

026 - CAMPOS MACHADO

Pelo art. 82, reflete acerca das atribuições do STF. Afirma que há excesso nas decisões do tribunal. Informa que, segundo a Constituição, cabe à Câmara dos Deputados cassar o mandato de parlamentares.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Convoca sessão extraordinária para hoje, a ter início dez minutos após o término da presente sessão.

 

028 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Para Questão de Ordem, informa que, nesta Casa, a legislatura começa dia 15 de março. Faz analogia entre o início da legislatura com o início da instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito. Questiona se o prazo das CPIs começa a correr a partir do momento em que seu presidente e relator são escolhidos. Destaca a importância do fato para a oposição.

 

029 - ANTONIO SALIM CURIATI

Para comunicação, apoia o pronunciamento do Deputado Campos Machado.

 

030 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Para questão de ordem, tece comentários acerca do projeto de lei nº 598/12. Explica que a matéria trata de financiamento internacional. Recorda lei, de autoria da ex-Deputada Maria Lúcia Prandi, que estabelece requisitos para esse tipo de matéria. Questiona se o PL 598/12 está de acordo com os parâmetros estabelecidos pela mencionada lei. Indaga o procedimento a ser seguido caso a situação não ocorra.

 

031 - ED THOMAS

Pelo art. 82, informa haver solicitado audiência pública com a Secretaria Estadual da Saúde. Lamenta dificuldades encontradas para a realização do evento. Fala sobre as dificuldades encontradas na área da saúde de sua região.

 

ORDEM DO DIA

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação requerimento de alteração da ordem do dia.

 

033 - MARCO AURÉLIO

Encaminha a votação do requerimento de alteração da ordem do dia, em nome da Liderança da Minoria.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Lamenta a morosidade do legislativo na aprovação de projetos. Informa que o Senado Federal possui mais de 3000 vetos em sua ordem do dia.

 

035 - MARCO AURÉLIO

Para comunicação, compara cobertura da mídia sobre o STF e sobre os parlamentos.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Destaca o número de processos parados no Judiciário.

 

037 - JOSÉ ZICO PRADO

Solicita verificação de presença.

 

038 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quórum regimental.

 

039 - EDINHO SILVA

Encaminha a votação do requerimento de alteração da Ordem do Dia, em nome do PT.

 

040 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, tece comentários sobre especulações de mudanças do Secretário da Saúde do Estado de São Paulo. Lamenta o fechamento do hospital "Sapopembinha".

 

041 - SAMUEL MOREIRA

Para reclamação, informa que não houve troca no comando da Secretaria Estadual da Saúde.

 

042 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de alteração da ordem do dia.

 

043 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Solicita verificação de votação.

 

044 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico, que confirma a deliberação anterior.

 

045 - SAMUEL MOREIRA

Solicita a prorrogação da sessão por 02 horas e 30 minutos e 02 horas e 29 minutos.

 

046 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovada a prorrogação da sessão por 02 horas e 30 minutos.

 

047 - JOÃO PAULO RILLO

Solicita verificação de votação.

 

048 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico. Dá conhecimento de documento da Mesa de matéria que trata do aumento do subsídio do Governador. Informa o resultado da verificação de votação, que confirma a prorrogação dos trabalhos por 2 horas e 30 minutos. Coloca em discussão o PL 598/12.

 

049 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 598/12.

 

050 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência.

 

051 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

052 - JOSÉ ZICO PRADO

Solicita verificação de presença.

 

053 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quórum regimental.

 

054 - JOSÉ ZICO PRADO

Discute o PL 598/12 (aparteado pelos Deputados Carlão Pignatari e Marcos Martins).

 

055 - ANTONIO MENTOR

Assume a Presidência.

 

056 - JOSÉ ZICO PRADO

Solicita verificação de presença.

 

057 - Presidente ANTONIO MENTOR

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao contatar quórum regimental.

 

058 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

059 - CAMPOS MACHADO

Discute o PL 598/12.

 

060 - EDINHO SILVA

Discute o PL 598/12.

 

061 - REGINA GONÇALVES

Assume a Presidência.

 

062 - JOÃO PAULO RILLO

Solicita Verificação de Presença.

 

063 - Presidente REGINA GONÇALVES

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

064 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

065 - PEDRO TOBIAS

Discute o PL 598/12 (aparteado pelo Deputado Campos Machado).

 

066 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Solicita verificação de presença.

 

067 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

068 - MARCOS MARTINS

Solicita Verificação de Presença.

 

069 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que observa quórum.

 

070 - MARCO AURÉLIO

Discute o PL 598/12 (aparteado pelos Deputados Samuel Moreira, Alencar Santana Braga e Marcos Martins).

 

071 - MARCOS MARTINS

Discute o PL 598/12.

 

072 - ESTEVAM GALVÃO

Para comunicação, parabeniza a "Chapa 1" por ter vencido a eleição para o Sindalesp.

 

073 - ANTONIO MENTOR

Discuto o PL 598/12.

 

074 - ENIO TATTO

Discute o PL 598/12 (aparteado pelo Deputado Marcos Martins).

 

075 - ENIO TATTO

Solicita verificação de presença.

 

076 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe ao constatar quorum regimental.

 

077 - ADRIANO DIOGO

Discute o PL 598/12.

 

078 - ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência.

 

079 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 12/12, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 21 horas e 40 minutos. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ulysses Tassinari para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ULYSSES TASSINARI - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de vereadores do Parlamento Jovem de Rio Claro, acompanhados do nobre Vereador Juninho da Padaria, a convite do nobre Deputado Aldo Demarchi. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, venho a esta tribuna mais uma vez para cobrar do Governo Estadual providências imediatas em relação aos convênios com as Santas Casas de Misericórdia com o Iamspe, porque os nossos servidores públicos - professores, servidores da Segurança Pública, servidores do Sistema Prisional, servidores da própria Secretaria da Saúde, que estão espalhados, que trabalham por todo o nosso Estado - não têm condições de utilizar aqui o Hospital do Servidor Público Estadual, por conta da distância.

Então nós defendemos o quê? Um processo de descentralização, que o Iamspe faça os convênios com os hospitais regionais em cada região, para atender os servidores, principalmente nas regiões mais distantes. Primeiramente que o Governo pouco investe nesses convênios. Temos poucos e os existentes são, no geral, deficitários, precarizados. E temos assistido, nos últimos dias, ao cancelamento de convênios.

Citei há alguns dias a falta de renovação do convênio do Iamspe com a Santa Casa de Misericórdia da região de Santa Cruz do Rio Pardo. Até hoje - essa cobrança já fiz há um bom tempo - o convênio não foi feito, os servidores de toda aquela região de Santa Cruz do Rio Pardo estão sem atendimento médico, um absurdo. E agora estamos acompanhando outro caso, que é na Cidade de Lorena. A Santa Casa de Lorena, que atendia uma boa parte dos servidores, não só de Lorena, mas de toda aquela região, também teve agora seu contrato rompido, e com isso os servidores são obrigados a se deslocar até São Paulo.

Então, Sr. Presidente, é uma leviandade tão grande do Poder Público, uma incompetência administrativa, ou falta mesmo de interesse político em realizar esses convênios. O fato é que os nossos servidores, que já são altamente prejudicados pelos baixíssimos salários, pelas péssimas condições de trabalho, também são penalizados e prejudicados por conta dessa leviandade administrativa do Governo Alckmin, que não faz os convênios corretamente, que não descentraliza e que não investe nesses convênios, principalmente no interior paulista.

É uma situação muito grave e nós, mais uma vez, estamos aqui cobrando providências imediatas, que o Governo invista no Iamspe, que o Governo invista no Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, para que os nossos servidores tenham atendimento digno. O que não podemos mais aceitar é que em várias regiões do Estado tenhamos a suspensão de convênios com as Santas Casas que atendem os nossos servidores.

Então esse caso de Lorena é mais um que estamos aqui denunciando e exigindo que o Governo tome medidas imediatas através de sua Secretaria de Gestão Pública, porque é ela a responsável por esses convênios, juntamente com o Iamspe.

E aproveito, já que estou falando de Iamspe, para exigir também que o Governo contribua com a sua cota-parte com esse instituto, porque todo servidor público tem um desconto na folha de pagamento de dois por cento. Na verdade, o Iamspe, hoje, é sustentado com o dinheiro dos próprios servidores. O Estado não investe um centavo, a não ser quando há aprovação de emenda aqui pela Assembleia Legislativa. O fato é que o Iamspe não pode ficar refém dos humores e das vontades da base governista, porque nós da oposição sempre apresentamos propostas para que o Governo seja obrigado a dar a sua contribuição também, o que chamamos de cota-parte, de 2% por servidor.

E, ao mesmo tempo, encaminhamos muitas emendas aqui para o Iamspe. Acontece que quem decide a aprovação é a base do Governo que tem maioria quase que absoluta aqui na Assembleia Legislativa.

Diante desse fato, Sr. Presidente, nós vamos continuar lutando aqui e, sobretudo, denunciando e cobrando a Secretaria de Gestão Pública, o Iamspe e o Governador Geraldo Alckmin para que haja investimento na saúde dos servidores do Estado de São Paulo. E oferecer saúde para os servidores significa investir na assistência médica no Iamspe e, sobretudo, nos convênios realizados pelo Iamspe com os hospitais regionais, com as Santas Casas e clínicas espalhadas pelo Interior, pela Grande São Paulo e pela Baixada Santista. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores da TV Assembleia que nos assistem, na última semana nós temos acompanhado pela imprensa a notícia do fechamento do Hospital Sapopembinha, na Zona Leste. A argumentação veiculada é que o hospital ficará fechado por seis meses para reformas.

O fato é que nós estranhamos essa atitude da Secretaria da Saúde em efetuar o fechamento daquele equipamento hospitalar que é fundamental para o atendimento emergencial em uma região carente que exige mais equipamentos de saúde.

Nós temos o Hospital Estadual de Sapopemba, uma referência para aquela região; o Hospital Geral de São Mateus, outra unidade hospitalar que atende muito a população de São Mateus, de Sapopemba, do Jardim Planalto, do Iguatemi e outros bairros daquela região. E vemos esse ato da Secretaria da Saúde, fechando o Hospital Sapopembinha, com a justificativa de que vai reformar por um período de seis meses.

Com essa reforma, 400 funcionários serão demitidos, a Fundação Medicina que administra o hospital está dispensando esses funcionários, mas eu acho que não é a melhor estratégia de gestão e de saída, pois se tem que fazer alguma reforma, porque não a faz parcialmente, mantendo o hospital aberto? Nós ficamos com essa dúvida. Tanto é que o Ministério Público tomou iniciativa e já está convocando, a quem é de direito, para as explicações devidas.

Da nossa parte, vamos também fazer um requerimento de informação para que tenhamos também as explicações nesta Casa, porque nós lutamos aqui para que as políticas públicas sejam políticas de Estado. Não somente Saúde, Educação, Transporte e Segurança Pública, mas que sejam políticas definidas, e não políticas de governo que ficam a critério deste ou daquele governo, deste ou daquele partido que está no poder.

Nós também vamos fazer o nosso Requerimento de Informação, um instrumento regimental constitucional que temos aqui para também atuarmos nesse processo de fiscalização, que é uma das atribuições do parlamentar e do nosso mandato.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

Fica então, Sr. Presidente., esta colocação aqui, é bom que se reflita muito, a Secretaria da Saúde e os órgãos vinculados a ela, para que não fechem o hospital. E ao invés de fechar o hospital tem que construir novos hospitais e novas unidades de atendimento à população. Nós estamos numa situação em que a Saúde, dentro da expectativa da população, é o item de política pública mais carente. É o mais cobrado para que os Governos Federal, Estadual ou Municipal, façam as implementações necessárias para termos uma boa Saúde aqui, para a população do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência a lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas e telespectadores, nós estamos no final do ano e com as festas vêm também problemas. Recentemente, como eu disse no dia de ontem, uma senhora e a sua filha foram atropeladas em uma calçada no Aeroporto de Congonhas. Elas estavam indo para Florianópolis e, de repente, um jovem de 23 anos alcoolizado perdeu o controle do carro e atropelou essa senhora, que não resistiu e morreu, e também feriu a sua a filha, uma jovem de 27 anos que teve fraturas no membro inferior.

No final do ano também temos as chuvas que alagam e provocam enchentes. Eu, quando fui Vereador e agora como Deputado, sempre fico muito preocupado. Por isso fiz a Lei dos Pisos Drenantes, para que essas águas das chuvas sejam absorvidas pela terra como Deus assim o fez quando criou a Terra. Mas, de repente, o homem vai e impermeabiliza, vai e concreta ou asfalta.

A nossa ideia é a colocação de pisos drenantes em estacionamentos, calçadas, fazer meio-fio em ruas que não têm grande movimento de pedestres, por exemplo, na região do Ipiranga onde tinham várias indústrias. E em calçadas, ou passeio, de até cinco metros poderiam fazer um meio-fio utilizando pedrisco ou colocando gramas, ao invés de termos calçadas concretadas ou com piso que não deixam absorver as águas de chuva. A região do Ipiranga, aqui em São Paulo, é uma região de enchentes.

Então, na ocasião essa lei foi aprovada, mas poucos seguem essa lei que é vigente aqui na cidade de São Paulo. Eu praticamente não vi prefeitos executando, ou aplicando essa lei que poderia minorar as enchentes por causa da impermeabilização do solo. Eu também pediria aos cidadãos que despermeabilizassem seus quintais.

Na minha casa eu não tenho quintal com concreto. Na minha casa eu tenho um piso no subsolo e o restante é de grama. Quando a água cai, é absorvida porque não tem piso de concreto. Portanto, eu não sou responsável e nem co-responsável por essas enchentes que acontecem em São Paulo, eu estou fazendo a minha parte.

Também quero tratar aqui dos congestionamentos que temos nas estradas no final do ano principalmente quando vamos para o Litoral Norte, para o Litoral Sul ou para o interior. Vemos filas quilométricas de congestionamento e as pessoas da melhor idade dentro dos carros, no calor do verão, sem ar condicionado fazendo mal à saúde.

Então, eu peço ao Comandante da Polícia Rodoviária, ao Comandante da PM, ao Governador e aos órgãos competentes para que liberem - principalmente em lugares que não é permitido - o uso do acostamento e pedir os cuidados. As pessoas vão andar pelas rodovias sem esses congestionamentos, principalmente onde isso sempre ocorre, como por exemplo, na Rio-Santos, saindo da Piaçaguera e indo para Bertioga, para Riviera e São Sebastião. Temos lá, próximo ao restaurante Dalmo, sempre congestionamentos, porque na frente há lombadas que dificultam e fazem que as pessoas fiquem horas e horas nesse congestionamento.

Na região do Planalto, na Imigrantes, o acostamento é liberado. E por que não é liberado lá embaixo? Não precisa liberar a 60 ou 70 por hora, como acontece na Rodovia dos Imigrantes. Lá embaixo, que liberam a 20 ou 30 quilômetros por hora, e não teremos acidentes, provavelmente.

Na Rodovia dos Tamoios os acostamentos são liberados. Em todos os verões, milhares e milhares de pessoas querem descansar, têm direito a um final de ano, mas encontram um congestionamento infernal.

Solicito que, pelo menos nesse trecho, entre a Piaçaguera e próximo da Riviera, que seja liberado o acostamento, e em outras rodovias também, porque há condições técnicas para tanto. Esse é o meu pensamento.

É possível fazer economia e termos qualidade de vida. É possível dar condições melhores a todos os cidadãos, com medidas simples. Solicito que o acostamento, em locais onde sempre há congestionamento intenso, seja liberado numa velocidade compatível, que seja a 30 quilômetros por hora. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.)

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Helio Nishimoto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, temos visitado vários municípios da região Noroeste e Oeste paulista, e temos constatado muitas dificuldades.

O FPM caiu. As dificuldades para manutenção dos equipamentos públicos têm sido muito grandes. O que vemos, ao chegar às cidades, são apenas reclamações. A frota de ambulâncias, vans e ônibus, que transportam a população para os locais de Saúde, Educação, até para o Esporte, em muitos desses municípios se encontra paralisada, por falta de manutenção. Equipamentos estão sucateados, sem segurança nenhuma.

E o que estamos fazendo nesta Casa? Estamos tentando sensibilizar os Secretários, sensibilizar o Governador. Cada vez que o Governador visita a nossa região, temos procurado mostrar as dificuldades que lá existem, e temos conquistado algumas benfeitorias. Conseguimos, no ano passado, o apoio do Governador Geraldo Alckmin, o benefício em vários locais, como São José do Rio Preto que, pelo programa Cidade Legal, está regularizando 23 bairros.

O Governador liberou um total de 2,73 milhões, para fazer o asfalto, que a população já aguardava há quase 20 anos. As pessoas vêm até o nosso gabinete, ou até o nosso escritório político em Rio Preto; quando vamos até o bairro, somos muito bem recebidos. Todos são unânimes em agradecer o empenho da Secretaria de Planejamento, por essa preocupação do Estado, em retribuir novamente os impostos, que são arrecadados nos municípios e que voltam aos municípios graças ao trabalho da visita dos parlamentares a essas cidades.

Tivemos também a preocupação de visitar a Santa Casa de Pereira Barreto. O Vereador Duno foi eleito agora, e esteve conosco. A Maternidade está lá há oito anos, mas não houve ainda nenhum parto, por falta de equipamentos, e esses equipamentos podem ser destinados pelas Secretarias. Estamos fazendo um trabalho constante para que no ano que vem aquele local possa trazer novas vidas, que possamos ouvir ali o choro de crianças que virão a este mundo e se tornarão homens e mulheres que honrarão esta Nação, este Estado, e os municípios.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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É um prazer ver que o Estado, de uma forma pequena ou grande, está contribuindo com os municípios que estão sofrendo tanto pela redução do FPM. O IPI caiu; compra-se carros novos, compra-se geladeiras, compra-se fogões, só que esse valor do IPI deveria estar no FPM para os municípios. Infelizmente, por uma política do nosso País, estamos vendo vários municípios que não fecharão as suas contas neste final de ano. Os mandatos que estão sendo entregues, e os mandatos de pessoas que foram reeleitas não fecharão suas contas, por falta de uma política realmente eficiente. A política é para todos, não apenas para alguns. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, a polícia nunca prendeu tanto. É o que está dizendo o Governador, o Secretário.

Mas nunca prendeu tantos policiais. Tenho visto uma preocupação do Governo do Estado e do novo Secretário, em fazer anúncios de prisões de policiais por conduta em ocorrência, ocorrências que ainda estão em processo de apuração, aguardando laudos, sendo objeto de investigação e tentando tapar o sol com a peneira, o Governador do Estado e o novo Secretário insistem em tentar tirar o foco dizendo: “Nós estamos depurando a Polícia de São Paulo.” Atitude menor, combater a criminalidade mesmo não dá. Aliás, tivemos uma circunstância na Zona Norte de São Paulo em que morreram dois indivíduos em confronto com a Polícia, e depois, os traficantes “para se vingar”, atearam fogo em dois ônibus, mas não deixaram que duas pessoas saíssem e elas morreram carbonizadas. E olha que bonitinho! Até um garoto de 12 anos participou do incêndio de ônibus que matou duas pessoas. E aí eu vejo declarações oficiais do Governo dizendo: “Graças à mobilização da sociedade, tomamos conhecimento de outra versão.” Tocar fogo em ônibus, matar pessoas dentro de ônibus é mobilização da sociedade?

Pelo amor de Deus! Tirar o aparato da Segurança Pública! E vocês prestaram atenção que depois da assunção do novo Secretário não teve mais nenhuma ocorrência envolvendo a Rota? Sabem onde está a Rota? Fazendo escolta de presos e dentro de Paraisópolis esperando a mídia para ser fotografada. O que estão fazendo em Paraisópolis hoje, se há mais de um mês não há bandidos lá e se o tráfico de entorpecentes já parou? A Rota está lá para não ser empenhada sobre o prejuízo da segurança da população. Eu vejo isso como uma coisa triste e lamentável, e quem paga por isso é a população.

Achincalhar os policiais não vai resolver a incompetência governamental, senhores Governador e Secretário. Aliás, hoje, a mídia está cobrando do Governador do Estado, através de uma matéria que saiu no jornal “O Estado de S.Paulo”, explicações sobre o uso indevido de aeronaves, pois ele usou as aeronaves do Palácio do Governo para buscar os netos e os filhos no aeroporto. Eu sei que a legislação ampara a segurança ao Governador e familiares durante o exercício do mandato, mas não adianta, viu, mesmo quando é utilizado para lambança.

Eu fiz uma representação, Deputado Edinho Silva, aqui em 2007, ao então Procurador-Geral de Justiça, mostrando que 34% das horas voadas dos helicópteros da Polícia Militar dentro da área da Grande São Paulo, eram feitas pelo Governador, pelo Prefeito de São Paulo e pelos Secretários, que para fazer economia, reduziram as aeronaves de serviço da Polícia Militar, de 14 aeronaves já chegamos a ficar só com uma para resgate e uma para voo policial. Eu coloquei aqui para o Ministério Público investigar: o Alberto Goldman quando era vice-Governador pegava o cachorrinho poodle para ir a Campos do Jordão, pois o sol estava bonito no sábado, com a aeronave de resgate da Polícia Militar. Eu fiz a representação ao Ministério Público sobre isso em 10 de setembro de 2007, quando o procurador-geral ainda era o Dr. Rabello Pinho. Depois assumiu o Dr. Fernando Grella e disse que isso era normal, e hoje ele é o Secretário de Segurança. Não quero nem perguntar o que estão fazendo hoje com as aeronaves da Polícia Militar para não desesperar mais a população. É triste isso.

Existem coisas que é direito, mas não é moral. Quando estudamos no Direito os Círculos Concêntricos de Bentham e Jellinek para falar que nem tudo que é moral é legal, e nem tudo que é legal está dentro do campo da moralidade para a população naquele cenário. Então, a matéria do jornal “O Estado de S.Paulo” poderia chocar em qualquer país.

E eu vejo uma coisa pequena, por isso chamei a atenção do Deputado Edinho Silva, Presidente Estadual do PT, que a resposta do Governo para isso é dizer: “Não! O Governo Federal tem na legislação federal amparo para isso, lá pode.” Ninguém está discutindo Governo Federal, nem nada disso, simplesmente é uma matéria dizendo que o Governador do Estado usou impropriamente os recursos públicos para algo pessoal, e ela não está assinada pelo PT e nem por nenhum partido de oposição, não. É uma matéria que está assinada pela repórter Duailibi, do jornal “O Estado de S.Paulo.” E é isso! Está moralmente questionável, mas quando questionamos até sob o aspecto da legalidade, foi arquivado dizendo que até as aeronaves do Agrupamento Aéreo têm que, sim, levar os Secretários para a sua área de interesse político-partidário, transportar o Prefeito de São Paulo quando ele quiser e transportar o Governador. E são aeronaves para patrulhamento, para socorro da população e para resgate, daí fica a pequenez comportamental do Governo do Estado, por um lado para resolver a questão da Segurança Pública está prendendo os seus próprios quadros policiais, e por outro a farra com aeronaves e o dinheiro público.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença da Vereadora Karina Caroline, de São José do Rio Preto, e do Vereador Duno, da linda cidade Pereira Barreto, junto à fronteira do Estado do Mato Grosso, acompanhados do nobre Deputado Sebastião Santos. As S. Exas. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, hoje, utilizo esta tribuna como um espaço democrático para a expressão do pensamento. Para registrar aqui algo que efetivamente tem me causado muita indignação. Certamente o que vou falar aqui hoje reflete o pensamento de uma parcela significativa da população brasileira.

Sr. Presidente, o partido que eu presido, o PT, é um partido que nasceu na luta pela construção da democracia, lutou bravamente pela liberdade de expressão e de imprensa; é um partido que na Reforma Constitucional de 1988 ampliou os poderes de investigação do Ministério Público, fortaleceu o Judiciário e os instrumentos policiais. O PT é o partido, Sr. Presidente, do qual o ex-Presidente Lula e a Presidenta Dilma fazem parte. E foi o ex-Presidente Lula quem tomou as principais medidas para o fortalecimento constitucional deste País e consequentemente as medidas para a democracia. Além disso, reestruturou a Polícia Federal, dando-lhe autonomia; tirou o cabresto da Procuradoria-Geral da República, deu autonomia ao Ministério Público para cumprir a sua função. Esse é o Partido dos Trabalhadores, em síntese. Um partido que não tem o que temer, que não tem medo de investigação, que não teme as instituições que zelam pelo interesse coletivo da nossa sociedade.

Não posso, não vou me calar e não vou colocar o Partido dos Trabalhadores na defensiva diante de tudo isso que estamos presenciando. São nítidas as iniciativas que têm por objetivo atacar a imagem do Presidente Lula. O Presidente Lula não precisa que este Deputado venha à tribuna fazer a sua defesa. A defesa do Presidente Lula é feita por milhões e milhões de brasileiros que foram beneficiados pela construção de um Brasil mais justo e igualitário, de um Brasil que efetivamente vive no espírito da democracia, no qual o Ministério Público e a Polícia Federal não têm canga e agem de acordo com os preceitos constitucionais.

Se precisar, o Partido dos Trabalhadores vai às ruas, sim, fazer a defesa do seu maior patrimônio, o primeiro operário eleito Presidente da República, o Presidente Lula. Se precisar, vamos mobilizar, sim, para defendermos a imagem desse que é um dos maiores líderes da atualidade no Planeta.

Como pode? É uma imensa contradição! Ou alguém que foi apenado por 40 anos de prisão foi injustiçado ou efetivamente alguém que foi apenado por 40 anos de prisão não pode ser interlocutor. As duas coisas não se justificam! Como pode alguém apenado virar interlocutor para desgastar a imagem de um ex-Presidente da República, de alguém que tem história, de alguém que construiu o maior processo de inclusão social que este País já viu, de alguém que fez com que o Brasil ficasse de pé perante o mundo, de alguém que ofereceu ao povo brasileiro o sonho de que é possível um nordestino retirante, que não teve oportunidade de estudo, tornar-se Presidente da República, mostrando a qualquer menino ou menina deste País que podem sonhar e buscar os seus sonhos?

Agora, a imagem do Presidente Lula é atacada por alguém que foi condenado a 40 anos de prisão. Ou a pena é injusta ou estão criando uma imensa contradição com um único objetivo: atingir a imagem de alguém que é respeitado internacionalmente.

Voltarei no Grande Expediente para dizer que o PT defende a democracia, que o PT defende as instituições democráticas e vamos zelar por elas, custe o que custar! O nosso partido não vai ficar acuado. Não vamos ficar recuados diante da tentativa de atingir a imagem do Presidente Lula. Se preciso for, o povo brasileiro fará a defesa da imagem do Presidente Lula. Se preciso for, o nosso partido vai cumprir o seu papel de defender alguém que é acusado de forma covarde e injusta, alguém que merece o respeito do povo brasileiro e das instituições, que, neste momento, sofre um ataque à imagem.

Portanto, Sr. Presidente, essa é a manifestação, sim, de um Deputado desta Casa; essa é a manifestação, sim, do Presidente do Partido dos Trabalhadores. Vamos cumprir a nossa função de defender a democracia - e defender a democracia significa defender a imagem do maior Presidente da República que este País já viu. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. Luiz Carlos Gondim - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, antes de iniciar o pronunciamento, gostaria de cumprimentar o Prefeito eleito da Cidade de Vista Alegre, Kalil, acompanhado de vereadores, e também a Prefeita de Novais. Sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa!

Peguei uma relação de coisas prometidas pelo Secretário de Saúde. Em março do ano passado, o Secretário prometeu que, em três meses, a radioterapia do Hospital Luzia de Pinho Melo estaria montada. Na mesma conduta, estão aqui suas palavras no “Mogi News”, do dia 14 de junho de 2012, em que ele prometeu uma ressonância magnética, dez leitos de UTI e um hospital para a recuperação de drogados. Sabem quantas dessas promessas foram feitas? Nenhuma! E o jornal estampa novamente: “Em abril, será montada a ressonância magnética do hospital.”

O Secretário também não veio a debate: “Perdoe-me pela não presença, mas eu estava em uma audiência e não pude chegar a tempo.” Não veio para debater o fechamento de uma clínica de apoio a jovens, com psiquiatras e psicólogos. Ele não tem consistência para ser Secretário. Como não ir a um debate para discutir uma clínica de psiquiatria para apoiar jovens que podem ir para o caminho das drogas, que estão sem uma conduta familiar correta? Tem que vir para o debate!

Lamento tudo isso. O debate é a coisa mais saudável que existe na política. É para isso que estamos aqui, para parlamentar, para discutir. Não se pode estar o tempo todo enganando a população. É o caso do Alto Tietê. O Hospital de Ferraz não atende cirurgias; o Hospital Luzia de Pinho Melo enche as portas de todos os hospitais, porque não pagaram ou porque não têm médico. Macas e macas, ambulâncias demorando e não se toma uma atitude! É preciso tomar uma atitude! O que não se pode é viver de promessa!

No sábado, na Cidade de Santa Isabel, o Governador inaugurou o conjunto habitacional, que está muito bonito. Parabéns. Perguntaram “E a Radioterapia? E o hospital para a recuperação de drogados?” A resposta foi “Radioterapia? Com certeza, montaremos no próximo ano.” Era para ter montado já em dezembro deste ano.

Não se pode brincar com a população. Prometeu? Que cumpra então. Os pacientes com câncer estão saindo de perua, de micro ou de van para vir a São Paulo às cinco da manhã. Chegam aqui para serem atendidos das sete às 14 horas. Voltam todos com fome, cansados, depois da Radioterapia, e, às vezes, Quimioterapia também. É isso que está acontecendo. Sei que o hospital errou e foi descredenciado pelo Ministério da Saúde.

Dê conforto e todas as condições que merece a população. Sr. Governador, não permita que promessas sejam feitas para não serem cumpridas depois. O senhor é médico. Faça com que cumpra, pois o Sr. Secretário não está fazendo o dever de casa. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência anuncia a ilustre presença da Prefeita eleita de Novais, Dorceli do Carmo Domingues Pinheiro; do vice-Prefeito eleito, também de Novais, Laércio dos Santos; da atual prefeita de Catiguá, Vera Lúcia de Azevedo Vallejo; dos Vereadores Claudinei Cáceres Gil, Marcos Rogério Rodrigues e Paulo César Dias Pinheiro, todos de Novais. Sejam todos bem-vindos. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: São muitos os assuntos importantes e graves merecedoras da nossa atenção  mas, indiscutivelmente, a Educação, por ser fundamental, merece um tratamento especial por  parte de todos os governantes nos municípios, nos Estados e na União. Vejo aqui uma manchete num jornal mostrando, para minha tristeza, o Brasil como o penúltimo numa classificação mundial na área da Educação.

A notícia me deixa estarrecido. Uma boa educação pode garantir o futuro do desenvolvimento econômico e social do nosso país mas, no entanto,  as notícias desta área são terríveis. Esta, por exemplo, revela o Brasil na penúltima posição em um índice comparativo de desempenho educacional feito com dados de 40 países. A classificação foi divulgada pela Pearson International e faz parte do Projeto Curva do Aprendizado O estudo mede os resultados de três testes internacionais aplicados em alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental.

Finlândia, Coreia do Sul, Hong Kong, Japão e Singapura foram os países mais bem colocados na classificação. O Brasil, só tem um país ao qual está na frente: a Indonésia. Todos os demais países, inclusive da América do Sul, estão na frente do Brasil!

Há poucos dias tivemos o resultado dos exames feitos pelo Cremesp, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, para os médicos recém-formados. Este exame não é como na Ordem dos Advogados do Brasil no qual os bacharéis em Direto reprovados não podem exercer a profissão. Na Medicina, ainda não. É apenas uma advertência feita pelo Conselho Regional de Medicina que, de público, denuncia o fato: 46% dos médicos recém-formados foram reprovados no exame. E o Presidente do Cremesp declarou: “Esses médicos não estão em condições de exercer a Medicina. Eles colocam em risco a vida daqueles que vão fazer consultas ou são internados nos hospitais.”

A instituição oficial que os congrega está dizendo para quase metade dos médicos formados no Brasil: “Os senhores não estão aptos a exercerem a Medicina.” Na Advocacia, a OAB tem feito também exame de habilitação e 82% dos bacharéis em Direito foram reprovados e não podem exercer Advocacia. No caso da OAB, realmente os bacharéis em Direito não vão poder exercer a profissão, pois existe uma Lei Federal a tal estipulando.  Na área da Medicina, ainda não existe essa lei.

Quero dizer: esse é o espelho terrível da realidade nacional nessa área educacional, conforme podemos constatar por essa classificação dada por um organismo internacional colocando o nosso Brasil no penúltimo lugar mundial em termos de qualidade da Educação. Os resultados dos exames da Ordem dos Advogados do Brasil e do Cremesp demonstram a veracidade dessa classificação. O ensino do Brasil – desculpem-me a expressão - está uma porcaria, com raras exceções. Alguém está tomando alguma providência para mudar essa situação?

Esta classificação mostra a situação no Ensino Fundamental; os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e vão passando de ano. Vão para frente e não há repetição para evitar, como dizem, que a criança fique complexada ao exclamar “Puxa, fui reprovado.”

 Mas se ela vai para frente sem saber, sem ter o ensino necessário, o que vai acontecer lá na frente? O que já está acontecendo com os médicos recém-formados e com os bacharéis em Direito: a dificuldade em exercer uma profissão para a qual não estão preparados. E isso é desde o Ensino Fundamental, o Médio e o Universitário... O mais triste é a gente não ver providências para colocar um paradeiro nessa situação.

Tenho a impressão ser importante identificar, imediatamente, quais essas escolas de Medicina têm a maioria dos formandos incapacitados de serem aprovados para o exercício da profissão. As faculdades de Direito que não preparam convenientemente os bacharéis não podem continuar entregando diplomas a pessoas, na realidade, despreparadas de fato para exercerem essas atividades.

Muito obrigado, Sr. Presidente.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esgotado o tempo do Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Por permuta de tempo com o Deputado Ulysses Tassinari, tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Por permuta de tempo com o Deputado Samuel Moreira, tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: Gostaria de falar sobre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e de fazer, com muito orgulho, observações sobre a atual administração paulista.

Todas as semanas, Geraldo Alckmin vai para o Interior do Estado de São Paulo fazer inaugurações e entregar novas obras; infelizmente, nem tudo que é reivindicado é possível e, principalmente, na velocidade desejada pelo próprio governador.

Cito sempre Ribeirão Preto. A nossa cidade e nossa região têm conseguido do Governo de São Paulo grandes realizações, principalmente na área da Saúde. Milhões e milhões de reais estão sendo investidos em Ribeirão Preto e região para poder melhorar cada vez mais o atendimento na saúde.

O hospital de Serrana, por exemplo, cidade vizinha de Ribeirão Preto onde um prédio estava parado, já por um bom período, por problemas com a empresa construtora; o governador resolveu o assunto e vai transformá-lo em um hospital regional especializado e administrado pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Também, lá em Ribeirão Preto, tanto o Hospital da Mater, como outros hospitais, o próprio Hospital das Clínicas, têm recebido investimentos maciços do Governo de São Paulo, melhorando cada vez mais o atendimento.

O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto atende toda região. São milhares de pessoas batendo nas portas desse nosso Hospital das Clínicas – dirigido pelo prof. Dr. Marcos Felipe - e tendo realmente um atendimento excepcional. O Hospital das Clínicas com sua equipe de médicos, de professores das faculdades de Medicina e das faculdades relacionadas às suas atividades, sem dúvida, têm realizado um notável trabalho nessa área da Saúde.

Quero parabenizar também o governador de São Paulo porque, ainda ontem tivemos a inauguração de um grande viaduto em Ribeirão Preto, o Viaduto Henri Nestlé, beneficiando, de imediato,                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           cerca de 80 mil ribeirão-pretanos que, em questão de minutos, poderão deixar seus bairros e ir à cidade, ao centro e a outros pontos da cidade.

Ao Governador Geraldo Alckmin, meu muito obrigado por esse viaduto. Lá esteve o Dr. Saulo, Secretário de Transportes. Infelizmente, não pude estar presente na inauguração, mas fui representado pelo Deputado Baleia Rossi, também falando em meu nome.

Dr. Saulo: Parabéns por essa inauguração e, principalmente, pela notícia dada da existência de um projeto de grande importância para Ribeirão Preto e que, se Deus quiser, já no primeiro trimestre de 2013, haverá liberação de dinheiro e do projeto para construção, na entrada da cidade, de oito viadutos de uma só vez, com várias alças. São mais de 200 milhões de reais a serem investidos nessa importante obra rodoviária para melhorar, em muito, o acesso à cidade de Ribeirão Preto.

Eu poderia citar ainda muitas outras obras do Governo de São Paulo, mas quero ressaltar: o Governador Geraldo Alckmin, indiscutivelmente, reúne aquelas três qualidades fundamentais num administrador, num político e num administrador público; em primeiro lugar, a honestidade. Podem criticar o governador sobre ações políticas ou administrativas mas, sobre a honestidade, eu nunca ouvi um só adversário, um só concorrente,  fazer um só reparo. Com toda corrupção que estamos vendo neste País em todas as áreas, corrupção que não acaba mais, no Governo de São Paulo o governador Geraldo Alckmin mantém sua personalidade com essa característica fundamental: a honestidade. A segunda qualidade: capacidade. Sem dúvida alguma, para dirigir um Estado como São Paulo é preciso ter muita capacidade. O Estado é maior do que muitos países do mundo e é, em grande parte, maior do que praticamente todos os estados brasileiros. Com grande responsabilidade em todas as áreas, o governador, com uma boa equipe administrativa, vem realizando uma boa administração e demonstrando reunir à honestidade, essa segunda qualidade fundamental: a capacidade.  

Gostaria de falar ainda de mais outra qualidade do governador de São Paulo: o idealismo. O governador sabe o que quer, a estrada que caminha e o que ele busca através de suas metas.  Por quê? Porque é um homem dotado de ideal. Ele, sem dúvida, sabe que Deus lhe deu essa missão importante de dirigir o grande Estado desta Federação, com todas as responsabilidades afins, com honestidade, capacidade e idealismo.

A quarta virtude que vejo no governador de São Paulo é a coragem, também uma virtude fundamental. No momento principalmente em que estamos atravessando, diante dos grandes obstáculos colocados à frente de administradores públicos, é preciso ter muita coragem para levar à frente todo seu ideal, sua experiência administrativa e sua honestidade para transformar tudo isso em benefícios para todos os paulistas e, porque não dizer para todos os brasileiros.

São Paulo, sem dúvida, com a sua administração, Governador Geraldo Alckmin, é um motivo de exemplo não só para todos os seus municípios como para todos os estados brasileiros. Tenho a certeza de que o governador de São Paulo continuará nas suas etapas administrativas cada vez dinamizando mais a sua administração.

Fiz um apelo aqui, no meu pronunciamento anterior, sobre a questão da educação, da saúde. Todos nós sabemos que todas as áreas de desenvolvimento social no Brasil precisam ser valorizadas com mais recursos financeiros e uma administração capaz de atender, efetivamente, o que a população espera. Tenho a certeza de que o governador de São Paulo vencerá mais obstáculos sempre com essa disposição e nós aqui na Assembleia Legislativa, membros do seu partido, o PSDB, bem como os partidos aliados, somaremos votos para dar ao Governo de São Paulo a sustentação necessária para ele poder continuar cada vez mais dinâmico e eficiente, atendendo assim às justas reivindicações da população paulista.

Tenho certeza de que o Governador continuará nessa linha e será de grande importância a atuação da Assembleia Legislativa de São Paulo, principalmente dos aliados e membros do partido; mas, também, dos partidos de oposição aos quais pedimos para ajudar a governar São Paulo fazendo críticas construtivas ou observações para melhorar ainda mais a feitura dos seus projetos nesta Casa possibilitando assim uma administração cada vez melhor para São Paulo. 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo com o nobre Deputado Beto Trícoli.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, inicialmente quero agradecer o nobre Deputado Beto Trícoli pela permuta do tempo para que eu pudesse trazer mais uma vez uma preocupação que me incomoda: a violência, essa violência que é sustentada por três pilares: corrupção, armas ilegais - armas de numeração raspada, armas contrabandeada - e bebida alcoólica/drogas, que estão acabando com a nossa juventude, que estão invadindo as nossas escolas, as nossas universidades trazendo um malefício muito grande para as futuras gerações.

A Polícia conseguiu frustrar um grande golpe de armas no Fórum de São Caetano do Sul pretendido por integrantes do PCC. Parte da quadrilha foi presa no dia 9 depois de furtar mais de uma centena de armas: fuzis, metralhadoras, pistolas e revólveres. Essas armas foram apreendidas como prova de processos e estavam em uma sala trancadas apenas com um cadeado, além disso, o local não tem vigilância no período noturno. A Polícia conseguiu recuperar parte do armamento quando os bandidos deixavam o prédio.

Vejam as fotos divulgadas pela Polícia das armas que já estavam em poder dos bandidos. Isto é apenas parte do que foi roubado. Lamentável!

Essas armas poderiam ser apreendidas através de blitz em pontos estratégicos a exemplo do que se faz nos estádios de futebol, onde todo torcedor é examinado e lá dentro não acontece nada. Se fizéssemos isso na Cidade de São Paulo, nas fronteiras do Estado e do País certamente iríamos diminuir em muito essa violência brutal que nos atinge.

O grupo era investigado havia aproximadamente 60 dias pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais. Durante a ação foram presos em uma Fiorino o pintor Diego Alves Santos, de 19 anos, que chegou a trocar tiros com a Polícia; o motorista Márcio de Oliveira Vitor, de 26, e o também pintor Luciano Brasilino de Oliveira, de 33 anos, o único com antecedentes por roubo. Segundo a Polícia, eles fazem parte de uma célula da facção com base em São Bernardo do Campo. A Polícia recuperou com o trio, 98 armas que estariam trazendo infortúnio e muita tristeza ao cidadão de bem. Pelo menos outros três integrantes do bando conseguiram fugir num Celta.

Chamou a atenção da Polícia a facilidade com que o bando chegou até as armas, que seriam depois usadas em crimes. O Fórum não tem câmeras, não tem vigilante, não tem alarme, não tem nada, só cadeado, disse o Delegado Bolsani.

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que a partir do dia 20 agora o Fórum de São Caetano terá oito seguranças armados durante o dia e três à noite e nos fins de semana. O local foi alvo de tentativa de furto de armas aproximadamente há dois anos. Em 25 de junho bandidos tentaram furtar um caixa eletrônico instalado no Fórum.

Vejam, à medida que aumenta a criminalidade, aumentam também os gastos: contratação de vigilantes, seguranças, quando essas armas poderiam ser retiradas dos marginais por blitz. O fato é que o roubo de armas em Fórum virou moda. No interior paulista esse tipo de crime alcança a média de mais de um por mês. A onda começou em 2007 e no ano passado, sete desses depósitos já tinham sido invadidos e em 2012 não houve mês em que não ocorresse pelo menos um atentado. Os Fóruns têm sido fonte de suprimento de armas para os bandidos. Não há segurança, não há policiamento, a justiça é lenta, morosa e as armas ficam à disposição dos bandidos.

Esses roubos, além de prover farto armamento à bandidagem, ainda atrapalha o andamento da Justiça gerando ainda mais impunidade. Temos 752 mil armas guardadas em Fóruns: 50 mil delas em São Paulo. Essas armas não podem permanecer nos Fóruns, não há Polícia suficiente para resguardá-las. Elas devem ser acondicionadas em depósitos regionais ou mesmo nas delegacias.

Nós precisamos parar de contribuir com a criminalidade. Este é o nosso pensamento. Se colocássemos num depósito e após a peritagem pudéssemos destruí-las em praça pública elas perderiam essa função de assassinar e matar, dentre outros delitos.

Outro pilar que sempre combati é a bebida alcoólica e drogas. Tive muitos problemas para aprovar na Câmara Municipal de São Paulo o projeto de fechamento de bares. Inicialmente estabeleci como horário para fechamento 21 horas. Depois passei para 22, 23 e 24 horas. Quanto mais cedo fecharmos os botecos, melhor para controlarmos o consumo da bebida alcoólica. Apanhei muito até chegar à sua aprovação. Apanhei de uma parte da mídia que achava que o projeto era restritivo demais, que o projeto não valia nada, que era mais uma lei que não teria nenhuma utilidade, mas depois de muitas lutas conseguimos aprová-lo e fazer com que prevalecesse depois de tantas lutas, de tantos debates, nós conseguimos aprovar e fazer com que essa lei prevalecesse depois de dez anos. E hoje, fala-se que essa “Lei Seca”, a lei do fechamento dos bares, chamada também de “Lei do Silêncio”, ela tem utilidade. Por exemplo, vejam a Cidade de Diadema, que seguiu essa lei, e teve uma repercussão muito importante. Diadema, que era a 5ª cidade no ranking das mais violentas, depois da aplicação dessa lei passou a ser uma das mais seguras, atraindo investimentos, combatendo ainda mais a violência, devido a geração de emprego.

Então, acredito que foi muito importante esse projeto que aprovamos nesta Casa; eu fiquei muito feliz com os resultados.

E as drogas ilícitas que estão campeando pelas cidades, rondando a nossa juventude, trazendo a infelicidade para muitos. Quanta mãe não sofre com um adolescente, ou um familiar que usa droga, por exemplo.

Quando estivemos na Fazenda Esperança, lá em Guaratinguetá, fomos recebidos pelo Frei Hans. Essa Frente Parlamentar anti-crack, junto com o Deputado Donisete Braga, entre outros Srs. Deputados, foi informada que há um retorno de 70% dos pacientes. Quer dizer, a cada 100 pacientes que se internam, dependentes químicos, drogados, 70% recuperam-se; é um trabalho fantástico e o Governo tem que apostar nisso.

Mas paralelamente, temos que apostar também na fiscalização das fronteiras, Bolívia com Brasil, Paraguai com Brasil, Colômbia com Brasil. Enfim, temos que apostar nisso para que as drogas não cheguem até nossos adolescentes. Esse é o pilar que temos que controlar, caso contrário dá-se o caos que atualmente estamos vivenciando.

Numa sexta-feira, aqui em São Paulo, na Avenida dos Bandeirantes, um casal que vinha do litoral a caminho de Itu, foi assassinado às 20 horas - na hora do rush - naquele trânsito congestionado da Avenida dos Bandeirantes. Foram alvejados por um garupa de moto, que atirou no casal, derrubando-os e ainda voltou e deu mais três tiros, tamanha a ousadia, tamanha crença na impunidade que esses marginais - garupas de motos - têm. Numa única noite, na sexta-feira próxima passada, aqui na Cidade de São Paulo, mais de dez pessoas foram mortas; todas vítimas de garupas de motos. E no domingo, mais seis foram assassinados por garupas de moto.

Então, temos que fazer um conjunto de medidas que possam fazer a prevenção na área da segurança, objetivando melhora na qualidade de vida, que possa controlar um pouco essa violência que não interessa a ninguém.

Todos perdem nessa violência. A Polícia perde porque seus homens são assassinados. Assassinam delegado de polícia, assassinam PMs, assassinam civis que são pessoas de bem, e morrem também os marginais, que na maioria das vezes são jovens, na faixa etária de 14 a 26; e as mães desses marginais também choram pelos filhos.

Eu enquanto médico e Deputado, tenham absoluta certeza de que a minha função é fazer a prevenção para que não aconteça o que vem acontecendo em termos de criminalidade, fatos lamentáveis que vem acontecendo nas ruas da Cidade de São Paulo, onde nós escrevemos a história de nosso País.

O que acontece em São Paulo, como caixa de ressonância, se propaga pelo País inteiro. Se aqui tem violência, começa a ter violência lá em Ribeirão Preto, começa a ter violência em Campinas, lá nas Alagoas, em Recife, Maceió, no Rio de Janeiro, etc. Enfim, tudo que se faz em São Paulo é copiado pelo resto do Brasil.

Então, nós que estamos aqui no Estado mais forte da União, na Capital da maior cidade deste País e da América Latina, temos que tomar medidas.

Portanto, solicito ao Sr. Governador para que tome as medidas preventivas, as quais já falei reiteradas vezes: moto sem garupa, controlar a bebida alcoólica através de melhor fiscalização da Lei Seca, controle das drogas em geral. Enfim, daí estaremos no caminho correto e certamente traremos melhores dias para os cidadãos do Estado de São Paulo e do nosso País. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Por permuta de tempo com o Deputado João Paulo Rillo, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, pelo tempo regimental.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Welson Gasparini, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, mais uma vez volto nesta sessão a esta tribuna, e mais uma vez para tratar do mesmo assunto que já havia manifestado: a minha opinião, mesmo que rapidamente, por conta do espaço regimental que cabe a cada Deputado no Pequeno Expediente.

Retorno, para que possa aprofundar o debate sobre o tema que enfoquei durante o Pequeno Expediente.

Sr. Presidente, como disse anteriormente, tenho muito orgulho de ser Deputado pelo PT, tenho orgulho também de presidir o Partido dos Trabalhadores no Estado de São Paulo. Fui vereador pelo PT, fui prefeito pelo PT, e toda a minha vida política foi construída no Partido dos Trabalhadores, e não conheço outro partido, nunca tive vínculo a outro partido.

E o PT, ao qual me filiei em 1985, já era um Partido que tinha um projeto de nação para o povo brasileiro; um partido que lutou pela construção da democracia. Nunca teve nenhuma dúvida sobre o caminho da construção democrática neste País. Defendeu os seus princípios, participou ativamente da Reforma Constitucional de 1988, para que o Brasil tivesse uma Constituição Federal democrática. Ampliou os poderes do Ministério Público, construiu na nossa Carta Magna os preceitos de uma democracia sem limites de liberdade de imprensa, de qualquer cerceamento de opinião. Um partido que, por conta da sua trajetória, da sua coerência cresceu e elegeu pela primeira vez na história brasileira um operário Presidente da República, um operário que soube construir as condições de governabilidade, mesmo sofrendo ataques cotidianos. O Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos mais atacados da história brasileira.

Mas o Presidente Lula liderou esse processo e construiu as condições de governabilidade para que nós tivéssemos hoje um País que é orgulho para o mundo, um País que cresce economicamente, que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria, que proporcionou a ascensão social, que proporcionou a construção de um Brasil mais justo e igualitário. E fez isso através do programa “Bolsa família”, pelo ProUni, pelo crédito agrícola à pequena produção, pelas políticas de combate ao racismo, de construção da igualdade entre mulheres e homens. Pela primeira vez na história brasileira, as nações indígenas foram reconhecidas e terras indígenas foram devolvidas aos primeiros habitantes deste País.

A construção do Governo do Presidente Lula criou as condições para que outro paradigma fosse quebrado: pela primeira vez uma mulher se elege Presidenta da República. E a Presidenta Dilma tem aprofundado esse projeto, tem consolidado a democracia brasileira, e é nítido o que seu Governo alcança, porque é público que seu Governo alcança os maiores índices de aprovação da História da República. Nenhum Governo, nesse período, foi tão aprovado como o Governo da Presidenta Dilma.

Portanto, Sr. Presidente, um projeto em consolidação, com apoio popular, um Presidente que deixa o cargo e se torna uma das figuras mais influentes do mundo, uma liderança aclamada em qualquer país que chegue, que se torna orgulho do povo brasileiro, de repente, Sr. Presidente, temos assistido certamente aos maiores ataques que uma liderança pública já sofreu na história deste País. Ilações que tentam atingir a imagem pessoal do Presidente Lula. Agora estamos vendo algo que, se um observador internacional assistisse, não entenderia. Como pode alguém, condenado recentemente a 40 anos de prisão se tornar interlocutor válido e respeitado pela imprensa para atingir a imagem de uma liderança que governou este País durante oito anos? Ou o Supremo errou ou aqueles que divulgam a opinião de um condenado, alguém que se dispôs a fazer delação premiada. As duas coisas não combinam, Sr. Presidente. O Procurador-Geral da República disse que não é válida a delação premiada, porque não é interlocutor válido. Mesmo assim, de ontem para hoje, essa figura se torna interlocutora para atingir a imagem do Presidente Lula.

Quero fazer desta tribuna, Sr. Presidente, o espaço de registro, não da minha opinião, mas da opinião de muitas lideranças neste País, que certamente não têm uma tribuna; a opinião de milhões e milhões de brasileiros, que também não têm uma tribuna. O Presidente Lula, Presidente Welson Gasparini, não precisa que este Deputado o defenda. Se formos para as ruas do Brasil, veremos que a defesa do Presidente Lula é feita pelo povo brasileiro, por aqueles que nunca tiveram, na história do Brasil, vez e nem voz. Aqueles que foram alijados das políticas públicas, que não tinham acesso à alimentação, à infraestrutura, à energia elétrica, à Educação, hoje o filho da empregada vira doutor, Sr. Presidente; hoje, o filho do analfabeto vira doutor.

Um Presidente que instituiu as políticas públicas, que rompeu com o ciclo da exclusão social, é esse o Presidente que está sendo atacado. O Presidente Lula não precisa de advogado. Nenhum partido, Sr. Presidente, na História deste País, defendeu mais a democracia que o PT, mas este partido foi para as ruas, quando precisou mobilizar socialmente para construir a democracia. Este partido foi para as ruas, quando foi para dar voz à sociedade brasileira.

Queremos fazer disputa política, mas disputa política no voto popular, nos instrumentos da democracia. O que nós não aceitamos é que se crie instabilidade política, tentando manipular a opinião pública. Porque se for para fazer disputa na opinião pública, nós sabemos fazê-la. Se for para fazer ato, sabemos fazê-lo, sabemos colocar gente na rua, sabemos mobilizar para defender a democracia, porque o Governo que está aí tem projeto instituído pelo voto popular. Quem discorda desse projeto, que vá para as urnas disputar eleição! Que dispute na democracia, que dispute no voto, que dispute no debate de ideias. É assim que se constrói democracia, Sr. Presidente.

Encerro minha fala, dizendo que o Presidente Lula não precisa de advogado, porque o povo brasileiro é seu advogado, mas não vamos ficar passivos, recuados, acuados vendo ataques e afrontas sendo feitas. O Partido dos Trabalhadores, se for preciso, vai mostrar o que pensa a sociedade brasileira. Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins, em permuta com o nobre Deputado Celino Cardoso.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, estamos assomando à tribuna novamente para fazer hoje uma ponderação. Hoje tínhamos reunião da Comissão de Saúde para tratar, em primeiro lugar, do convênio com o Cria, Centro de Referência da Infância e Adolescência, que cuida de jovens com problemas mentais. O centro estava sendo ameaçado de ser desativado a partir de hoje. Representantes dessa instituição, da comissão de pais e mães e dos servidores que ali atuam estiveram na última reunião da Comissão de Saúde, e então marcamos para hoje a vinda do Secretário de Saúde, aprovada pela Comissão, ou que designasse alguém responsável. Convidamos o Ministério Público e os deputados. Simplesmente não tivemos quorum. Há bastante tempo que não acontece isso, porque se tratava de uma questão de cobrar do Estado.

Na bancada governista, uma justificativa aqui e outra acolá, mas de qualquer forma não deu quorum. Se houvesse quorum nós pediríamos a inclusão do projeto de carreira médica que não passou na Comissão de Saúde e veio de cambalhota aqui para o relator especial do Colégio de Lideres, com urgência, pulando etapas e não respeitando a comissão afim.

Nós fizemos um pedido por escrito ao Presidente da Casa, para que passasse pela Comissão, o que no mínimo deveria ser feito. E como não houve tempo de incluir na pauta, porque quando chegou ficou preso na CCJ, iríamos pautar para analisar se houvesse presença dos parlamentares, mas infelizmente não foi possível.

Outra coisa que aconteceu, Sr. Presidente, é que veio aqui a coordenadora das ações de Saúde Mental do Estado junto com o representante do Secretário da Saúde do Estado que faz a interlocução com os parlamentares, o Sr. Luiz Melo. Eu fiquei surpreso porque estava lá, mas não deu quorum. Decidi ouvir as pessoas que foram convidadas por uma questão de respeito. Essa coordenadora, muito respeitosa, entrou na sala e ficou aguardando. Antes que eu a chamasse, ela deve ter sido abordada, pois por alguma razão foi ao corredor ligar para o Secretário, ou alguma coisa nesse sentido, para saber se ela entrava.

Ela traria boas notícias, mas alguns parlamentares ligados ao Governo pediram para que ela não permanecesse na sala. Eles demoraram um pouco, mas decidiram entrar. Nós compusemos a Mesa e a chamamos. Falou a representante dos servidores que assim como ela é fonoaudióloga, dando a notícia de que será renovado esse convênio e que não haverá interrupção.

Essa representante dos servidores, do Cria, falou com todo respeito, colocando as preocupações do Centro de Pesquisa, além de atender 250 pessoas direto e mais de mil por mês, é um centro de pesquisa, juntamente com a Unifesp, onde fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais fazem pesquisas do comportamento desses jovens que são autistas e com distúrbios mentais no geral para depois poder aplicar em outras Unidades de Saúde.

Então, infelizmente, nós presenciamos isso aqui hoje, Sr. Presidente. Como V. Exa. falava de Saúde, aqui na nossa Casa, nós presenciamos esse lamentável episódio.

Temos outro fato que é importante relatarmos. A Casa recebeu dois projetos de desafetação e alienação de imóveis, o Projeto nº 604, que aliena o prédio da Secretaria da Agricultura, onde funcionam diversos departamentos, o Instituto de Geólogos e outros. Um local onde tem mata atlântica, ao lado do Zoológico e Horto Florestal, em uma região que é valorizada com uma mata que precisa ser preservada, pois se fala tanto em desenvolvimento sustentável, combate a poluição e defesa do meio ambiente. Pois bem, esses dois projetos chegaram à Casa: um está alienando o próprio público, que é a Secretaria da Agricultura do Estado. E o outro com 550 imóveis, inclusive em sua cidade, o prédio do Iamspe, quando V. Exa. falava da Saúde, quando nós tivemos o problema com a greve dos médicos no Hospital das Clinicas de lá, um deles aliena o prédio do Iamspe - Instituto de Assistência Médica aos Servidores Públicos do Estado de São Paulo, que já estão com uma série de problemas por falta de médicos, em especial do interior por falta de convênios. E V. Exa. sabe o quanto existe de demanda para os servidores públicos de todas as áreas: Segurança Pública, professores, os servidores da Assembleia Legislativa, os servidores da Saúde e tantos outros. Até isso está em jogo, além do CPD de Pinheiros, lugar bastante valorizado, também entra nesta lista; o parque em Campinas. Anotei tudo, são diversos imóveis pelo estado afora.

Privatização, transferência para terceiros, já tivermos tristes experiências aqui no Estado de São Paulo como o Banespa, um banco que mais tinha carteira agrícola no Estado de São Paulo com agências em várias cidades, mas foi privatizado e dançaram os agricultores, os camponeses e os lavradores. Outro foi a Nossa Caixa Econômica do Estado que também foi alienada. Ainda bem que o Banco do Brasil a comprou, assim ela ainda permanece pública.

Nessa audiência que tivemos hoje, o Secretário da Saúde foi convidado e V. Exa. sabe que os Secretários, de acordo com a Constituição do Estado, artigo 52a, precisam comparecer a Assembleia pelo menos duas vezes por ano. Pois bem, isso não ocorreu ainda.

Eu disse ao representante do Secretário Giovanni que todas as vezes que ele vier aqui, ele será muito respeitado, mas será cobrado também. Ele tem uma dívida conosco que é a sua presença aqui. Hoje, seria a oportunidade para ele cumprir mais essa obrigação constitucional, mas infelizmente não o tivemos aqui.

Além disso, Sr. Presidente, nós temos o problema da Segurança Pública porque a matança continua de ambos os lados: policiais sendo presos por execução e matanças. Infelizmente, na cidade em que resido, em dois bairros, no bairro do Cipava cinco ou seis jovens foram metralhados em uma praça, e no bairro Jaguaribe, outro bairro vizinho.

Para concluir Sr. Presidente., temos também os problemas do transporte coletivo. Hoje, foi em Guaianazes. Assistimos imagens na televisão que eram de entristecer: centenas de pessoas naquela estação, aguardando o trem que não vem. Lembrou-me a letra de uma música do Chico Buarque que diz “está esperando o trem, esperando o aumento do mês que vem”. Eles estavam esperando o trem que não vem. É mais uma pane no transporte coletivo numa região muito populosa. São aproximadamente 4 milhões de pessoas e grande parte desses trabalhadores vem para essa região.

Mais um problema do transporte coletivo em nossa cidade que é de responsabilidade do Estado. Se o Governador Geraldo Alckmin tem feito coisas que são importantes, tem muitas coisas que deixou a desejar, por exemplo, essas que estou sinalizando aqui hoje. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Dando sequência ao Grande Expediente, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, por permuta de tempo com o nobre Deputado Paulo Alexandre Barbosa.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, servidores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, estamos encerrando praticamente o ano legislativo e estamos acompanhando, logicamente, toda essa crise na área da Segurança Pública, que é fruto da falta de investimento.

Não temos no Estado de São Paulo um plano estadual de Segurança Pública. Nunca houve investimento nessa área. E agora explodiu a situação, e a população está pagando caro; na verdade, todos nós estamos pagando. Não há segurança mais para ninguém, inclusive para a própria polícia, para os próprios servidores da Segurança Pública.

Mas eu gostaria de entrar um pouco no tema da Educação pública, que passa por um processo muito semelhante. A situação da escola pública, a situação do Magistério público é semelhante à crise que estamos vivendo na área da Segurança Pública, primeiramente, porque o Estado de São Paulo não tem também um Plano Estadual de Educação.

Desde a aprovação da LDB, a Lei Federal 9394/96, tínhamos já que ter preparado um Plano Estadual de Educação. Foi aprovado o Plano em 2001, o Plano Nacional de Educação, mas até hoje o Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, que tem o maior orçamento estadual, nessa área do ensino não aprovou nem apresentou um projeto para ser discutido, para que pudéssemos estabelecer metas, diretrizes e objetivos para a Educação estadual, num prazo de pelo menos 10 anos. Ou seja, o Plano Estadual de Educação tem importância fundamental para a Educação pública, porque ele transforma a Educação em política do Estado, e não mais em política dos governos, dos partidos políticos, dos Secretários e do Governador.

O Plano tem que ser construído pela sociedade civil organizada, pelos professores, pelos pais, pelas entidades que militam, que atuam nessa área, desde a área da Educação Infantil, até o Ensino Superior, passando pelo Ensino Técnico e Tecnológico.

Mas nada disso aconteceu até agora, no maior Estado, o Estado mais rico da Federação. Esse é um ponto que eu gostaria de levantar, e por isso estamos mobilizados aqui e exigindo, pressionando o Governo estadual. Temos que aprovar imediatamente, discutir e aprovar um Plano Estadual de Educação, ressaltando que a elaboração tem que ser feita de uma forma coletiva, por todos os atores educacionais. O Plano não pode ser um plano do Governo.

É um plano da sociedade. O Estado de São Paulo é que vai definir qual vai ser o modelo de Educação, qual vai ser o modelo de organização escolar, qual vai ser o conceito de Educação, que tipo de Educação nós queremos oferecer no nosso Estado para nossas crianças, adolescentes e jovens, e até mesmo para os adultos, porque o Ensino Fundamental e Médio é garantido também a todos os que não tiveram acesso em idade própria.

Esse é um tema que eu gostaria de levantar. O Estado de São Paulo não deu nem um passo nesse sentido. Não temos um Plano Estadual de Educação, e o ano está se encerrando.

Ao mesmo tempo, digo que não temos um plano de carreira para o Magistério estadual. O plano existente já está defasado, é um plano que não corresponde mais minimamente às necessidades e interesses dos profissionais da Educação. É um plano que não garante evolução funcional, não garante evolução na carreira, um plano totalmente defasado, que há muito tempo já deveria ter sido reformulado.

Mas também até agora o Governo está ainda preparando um novo plano de carreira. Há quase 20 anos o PSDB governa o Estado de São Paulo, e só agora o Governo diz que esta preparando o novo plano de carreira para valorizar de fato os professores.

E valorização dos professores, valorização do Magistério para nós significa investimento em salários dignos, em formação continuada e carreira, e em uma carreira que atenda minimamente às necessidades e interesses do Magistério.

Ainda dentro desse diapasão, Sr. Presidente, eu gostaria de citar o caso que tenho citado muito, mas como a lei não é cumprida, vou aqui mais uma vez exigir que o Governo cumpra a Lei Federal 11.738, que estabeleceu, em todo o território nacional, o piso nacional salarial. Nessa lei temos também a jornada do piso, que também não é respeitada pelo Estado de São Paulo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Cauê Macris.

 

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Estamos, portanto numa luta imensa, junto com as entidades representativas do Magistério, junto com todo o Magistério estadual, pressionando o Governo a implantar a jornada do piso. E a Lei Federal é muito clara, ela diz que um terço da jornada tem que ser destinado ao trabalho do professor, que é realizado fora da sala de aula, para que o professor possa ser remunerado no trabalho em que ele prepara suas aulas, no momento em que ele prepara suas avaliações, em que ele corrige as avaliações, no momento em que ele está pesquisando, preparando o seu conhecimento. Ele tem que ser remunerado por isso.

O Estado de São Paulo não remunera, ou remunera de forma insignificante. Aliás, é um dos Estados que tem uma das menores jornadas fora da sala de aula. E a Lei Federal é muito clara em relação a esse aspecto, dizendo que no mínimo a rede de ensino tem que destinar um terço da jornada para o trabalho extra-sala.

Mas aqui em São Paulo isso não acontece, porque o Governo insiste em desrespeitar a Lei Federal 11.738, aprovada em 2008, sancionada pela Presidência da República. Foi, logicamente, confirmada pelo STF, mas até agora em São Paulo essa legislação não é respeitada.

Não posso aqui, ainda, Sr. Presidente, deixar de citar a questão do professor categoria “O”, que tanto tem prejudicado não só o Magistério, mas toda a Rede Estadual de Ensino, sobretudo os nossos alunos. O professor categoria “O” é vítima da Lei 1.093, aprovada aqui pela base do Governo, em 2009. Essa lei criou a famigerada figura da quarentena para os professores OFA/ACT. Criou também a figura da famigerada prova, a provinha, o provão, para o professor OFA/ACT, uma prova que não prova nada, porque quando ela foi criada, na época ainda do ex-Secretário Paulo Renato, já falecido, foi na verdade para tentar dividir e desmoralizar o Magistério, tentando jogar a culpa do fracasso escolar nos professores, nos profissionais da Educação.

Como o Governo não investe em Educação, ele pega um bode expiatório. O bode expiatório da crise é o professor. De todas as maneiras o Governo estadual, o Governo do PSDB tenta criminalizar os profissionais da Educação, sobretudo os professores.

Essa Lei tem que ser revogada. Nós já apresentamos um Projeto de lei, que está aqui na Assembleia, para revogar a Lei 1.093. As entidades representativas do Magistério já acionaram a Justiça, mas até agora o Governo não tomou nenhuma medida concreta para revogar essa Lei, ou para resolver a situação do professor categoria “O”, que é contratado por apenas um ano. Se o contrato vence no mês de agosto, ou setembro, ele é obrigado a sair da sala de aula e ficar 40 dias afastado, sem remuneração. Logicamente o professor perde, e os alunos também, porque quebra-se o vínculo. Normalmente a escola não consegue outro professor para substituir o professor categoria “O”, e os alunos sofrem também com a falta das aulas daquela disciplina.

É um caso muito grave. Nós já alertamos o Governo, já entramos na Justiça, já apresentamos Projeto de lei, fomos à Comissão de Educação, mas o Governo até agora não tomou nenhuma providência. É uma situação grave, gravíssima.

Temos também a questão ainda da superlotação de salas, das violências nas escolas, dos baixíssimos salários, e o nosso mandato não só denúncia e reclama, mas apresenta propostas. Apresentamos propostas para diminuir o número alunos por sala, inclusive eu apresentei um projeto de lei que já está pronto para ser votado que diminui o número de alunos por sala para que possamos de vez acabar com a superlotação de salas, e outros projetos que o nosso mandato já apresentou aqui para o Governo e, sobretudo aqui na Assembleia Legislativa.

Devido à escassez do meu tempo finalizarei a minha fala, mas voltarei ainda nesses últimos dias, em outras discussões, para relatar um pouco a situação do Magistério e da escola pública no Estado de São Paulo, relatar a situação de abandono por conta da omissão do Governo Estadual. Muito obrigado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, eu gostaria de acrescentar, Deputado Carlos Giannazi, que o Estado de São Paulo, na Avaliação da Educação Nacional, ficou em 10º lugar, perdendo para estados pobres como o Piauí, que possui poucos recursos e poucas condições. Então, quando V. Exa. fala dos problemas da Educação tem muita procedência, e estamos de acordo.

Também gostaria de falar um pouco sobre os projetos dos deputados, pois me parece que andam de rosca para serem votados. Eu apresentei um projeto ao Colégio de Líderes que é uma alteração de uma lei de minha autoria, a lei que proíbe o uso de amianto no Estado de São Paulo. É apenas uma melhoria da lei para adaptá-la a Lei Geral de Resíduos Sólidos, que consiste em imputar responsabilidade sobre o lixo a quem o produz. A partir da proibição do uso do amianto aqui no Estado de São Paulo, em 2007, as empresas que insistirem em continuar usando essa substância, que se responsabilizem em dar uma destinação correta e segura junto aos órgãos fiscalizadores como a Cetesb, para não poluir o meio ambiente e nem pôr em risco a saúde pública. Pois bem, não conseguimos ainda ter o aval dos Srs. Deputados para apenas complementar uma lei de minha autoria. E esperamos que os projetos dos deputados sejam votados.

Mandamos mais um para que fosse levado em consideração, que é a proibição do uso do mercúrio. Esse projeto proíbe os aparelhos hospitalares que usam mercúrio, pois essa substância, da qual inclusive existe a Associação Estadual dos Lesionados do Mercúrio, já deixou muitas pessoas lesadas estado afora. O mercúrio ataca o sistema nervoso central, trazendo vários desequilíbrios tanto psíquicos como de ordem física, inclusive atacando a parte gengival fazendo com que todos os dentes de uma pessoa caiam, sem contar a falta de memória e as dificuldades de raciocínio, necessitando inclusive de assistência psiquiátrica, dentre outras.

Além disso, o mercúrio tem uma volatilidade muito grande, evapora rapidamente, propiciando uma contaminação muito rápida, e ainda contamina os rios onde estão os peixes que comemos. Outro problema é a utilização na agricultura que também acabamos absorvendo parte dessa substância encontrada nas verduras, frutas e legumes que comemos. Isso sem contar com a mineração, toda aquela água, aquela lavagem vai para os rios contaminando os peixes e consequentemente a população.

Demos o primeiro passo ao proibir os aparelhos hospitalares que utilizam o mercúrio. Os hospitais de ponta no Brasil já não utilizam mais, e no exterior, países mais desenvolvidos como a Europa esses aparelhos já estão proibidos.

Apresentamos esse projeto ao Colégio de Líderes para que entre em votação, não temos nenhuma garantia que ele será sancionado, mas esperamos que seja, ao menos, votado, pois o que estamos fazendo é defender a saúde pública e o meio ambiente. Inclusive tivemos uma matéria no jornal, não sei bem se é uma portaria do Governo do Estado ou da Secretaria da Saúde, apontando para isso: a proibição do uso de mercúrio em alguns órgãos.

Queremos pedir a colaboração, o apoio dos Deputados senão para cumprir a Lei Federal de Resíduos Sólidos em que as prefeituras e as câmaras municipais têm um prazo para se adequar, que ao menos nos apóiem em relação à proibição do mercúrio que continua contaminando e matando pessoas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIOT TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAUÊ MACRIS - PSDB - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Enio Tatto e suspende a sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa a sessão às 16 horas e 36 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 54 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores, funcionários, gostaria de falar sobre os Três Poderes e a independência que existe entre eles. Isso o que diz é a própria Constituição. A independência é necessária para o estado democrático de direito, e o Brasil tem a sua democracia há pouco tempo. Desde 1985 acabou a Ditadura e temos eleições diretas. O Legislativo é um, o Judiciário outro e o Executivo outro, cada qual com a sua competência, com o seu papel e a sua representatividade. Eles têm de ser harmônicos e proteger, dentre outras coisas, os nossos direitos. Esses direitos são literalmente sagrados.

O Legislativo é considerado a Casa do Povo porque aqui está a pluralidade das representações, seja do ponto de vista ideológico, partidário, de segmento de trabalhadores, empresários, profissionais liberais, dentre outros setores. São diversos os setores populares. A Constituição Federal, por exemplo, no seu Art. 55, § 2º, diz claramente a quem compete a cassação dos mandatos dos respectivos parlamentares, para que preservemos a independência e o estado democrático de direito.

Não estou fazendo ataque a nenhum dos poderes, a nenhuma instituição, mas estou fazendo uma consideração sobre um julgamento, no caso específico, que está tratando sobre a perda, ou não, do mandato para o deputado condenado criminalmente que, por ventura, tenha os seus direitos políticos cassados, suspensos.

Nobre público que nos acompanha, a Constituição é expressa: cabe ao Congresso Nacional, à Câmara dos Deputados Federais, cassar o mandato, ou declarando, dependendo da hipótese, cassação do mandato dos seus respectivos membros, assim como compete ao Senado Federal, a esta Casa e aos Parlamentos municipais. Eis que, de repente, no curso de uma ação criminal, antes mesmo de o julgamento terminar, veja que curioso: ontem, um dos ministros mudou o voto, absolvendo alguns membros que são réus nesse processo. Ele mudou o seu voto e acabou gerando uma absolvição. Estamos discutindo se, quem é deputado, vai ter ou não o seu mandato cassado.

Ora, se no curso desse processo já teve mudança de voto discutindo outra questão, por que os ministros estão discutindo - na Ação Penal 470 - se os deputados perdem ou não o mandato? Espere então o processo terminar e vamos respeitar o que diz a nossa Constituição: somente com trânsito em julgado o deputado perderá o mandato, e a perda será declarada pela Câmara Federal.

Por que o STF está fazendo, neste caso, o inverso? Qual é o propósito se ainda cabem recursos, se os deputados podem apresentar embargos, se ainda teremos novas discussões? Novos ministros poderão se manifestar, de repente, sobre a matéria. Mas parece-me que o objetivo, pelo menos a partir daquilo que está sendo realizado, não é o de termos um processo justo, com respeito aos princípios mais basilares do Direito, da nossa Constituição, dos princípios de Justiça. Porque o Direito Penal trata de uma das coisas mais sagradas que qualquer ser humano tem: é a liberdade. A vida é também sagrada, mas, depois que a perdemos, infelizmente, não temos outra. A liberdade não. Sempre lutaremos por ela, como lutamos pela vida. Então, parece que o objetivo é outro, fazer o julgamento tão somente político.

Os ministros, infelizmente, já passaram por cima de outras leis, de outros princípios de Direito, das normas constitucionais e continuam com o mesmo propósito. Literalmente com o mesmo propósito. Ainda falta um voto. Esperamos que esse ministro pondere, reflita bastante, analise bem a Constituição e vote não de acordo com a vontade de “a”, com a vontade de “b”, pela pressão popular, pressão da imprensa ou de qualquer outro setor. Mas vote de acordo com a tradição do próprio Supremo, que vote com respeito à nossa Constituição. Qualquer cidadão que ler o Artigo 55, não importa se é formado em Direito ou não, terá a clareza de que compete ao Congresso a última palavra sobre cassação de mandato.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, silenciar,  quando se deveria protestar,  transforma os homens em covardes.

Compete ao Supremo Tribunal Federal, pela Constituição Federal, julgar. Mas, agora, eis que, de repente, o Supremo Tribunal Federal, tendo em vista o nosso imobilismo, tendo em vista a passividade do Legislativo, entendeu também de legislar. Começou a ditar regras, normas e ingerências em todos os campos da atividade, enquanto os Legislativos Estaduais e o Legislativo Federal permaneciam calados. Agora, além de julgar e legislar, eles querem executar o Judiciário, querendo abraçar os três tentáculos da democracia: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

O Ministro Luiz Fux, que só foi indicado depois de jantar na casa do meu amigo, Deputado João Paulo Cunha, depois de visitar gabinete por gabinete de deputados, depois de frequentar almoços, prometendo inclusive que iria examinar autos com imparcialidade, para poder ser indicado ministro do Supremo Tribunal Federal, depois que defendia a democracia, virou um caudatário do Ministro Joaquim Barbosa.

Unam-se os culpados, mas não subtraiam os poderes de quem tem. O Supremo não pode cassar mandatos de deputados. Não sou eu que falo, é o Art. 55 da nossa Constituição Federal. Quem tem que cassar os deputados federais é a Câmara dos Deputados. Quem tem que cassar senadores, é o Senado. Quem tem que cassar deputados estaduais, é esta Assembleia Legislativa. Mude a Constituição, então.

O que nós do legislativo vamos fazer? É o Deputado Campos Machado pretender que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo tome a frente? Mas esta Assembleia Legislativa é a maior Assembleia da América do Sul.

Apresentei uma moção de apoio ao Deputado Marcos Maia, Presidente da Câmara, que foi corajoso. Lá não vai ter interferência. Lá quem tem que cassar deputado é a Câmara dos Deputados. Não posso cassar o eleitor. Chegando lá, a sentença transitada em julgado, a Câmara vai tomar as providências cabíveis. O que não é permitido pela Lei Constitucional é que o Supremo tome conta de tudo. “Ah, mas é perigoso ir contra o Supremo”. É perigoso ir contra a consciência. Não podemos ser vassalo de ninguém, ser lacaio. O Supremo não pode mandar na Câmara, nem no Senado e nem aqui. “Mas acontece que o Deputado João Paulo Cunha é do PT”. Não estou preocupado com o partido. O Deputado João Paulo Cunha é por sinal meu amigo. Estou preocupado com a interferência, com a ingerência, com o avassalamento do Ministro Luiz Fux que só conseguiu ser ministro captando favores através de almoços e jantares.

Quero aqui pedir o apoio, Sr. Presidente da Assembleia Legislativa, de V. Exa. que já foi prefeito, secretário de Estado, ministro do Estado, para que esta Assembleia Legislativa se manifeste em apoio ao Art. 55, da Constituição Federal.

Não podemos nos silenciar, Deputado Enio Tatto. Faço um apelo à Bancada do PT,  aguerrida, através do seu líder. Meu amigo Deputado Alencar, vamos juntos lutar até o fim para impedir que o Supremo Tribunal Federal continue avacalhando essa tal de independência dos poderes. Para os ministros a independência só quer dizer 7 de setembro, quando foi proclamada a independência do Brasil. Portanto, não dá para se curvar, cair de quatro diante da injustiça.

Esta Assembleia Legislativa tem a obrigação de se colocar contra essa ingerência indevida do Judiciário, do Legislativo ou senão é hora de entregar as chaves, apagar as luzes e dormir novamente nos braços da ditadura.

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Projeto de lei 598/12, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES -, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento ou outras instituições financeiras internacionais, bancos privados nacionais e internacionais, agências multilaterais de garantia de financiamentos.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, quero apresentar a questão de ordem que julgamos da máxima importância porque esta Casa Legislativa é formada de oposição e situação e algo está prejudicando o trabalho de toda Casa, em especial da oposição.

A legislatura na Assembleia Legislativa, diferentemente de algumas outras casas, começa no dia 15 de março quando tomamos posse. Temos que eleger, logo de imediato, a Mesa Diretora e dentre a Mesa Diretora a Presidência, para que esta Casa possa ter um comando. Mas, se, porventura, ocorrer nesse dia algum desentendimento, as discussões se prolongarem e se acabarmos por alguma razão não eleger, algum deputado, de acordo com que manda as nossas leis, assumirá a presidência da Casa.

O mesmo problema se observa nas Comissões Parlamentares de Inquérito.

Senhor Presidente, com fundamento no artigo 260 e seguintes do Regimento Interno, formulo a presente Questão de Ordem para obter a interpretação de Vossa Excelência com relação ao § 3º do artigo 34, bem como ao artigo 34-A, ambos de nosso Regimento Interno.

Os artigos 34 e 34 A, B, C, D regulam, como é de conhecimento de Vossa Excelência, o funcionamento das Comissões Parlamentares de Inquérito.

Dispõe o § 3º do artigo 34 que “constituída mediante Ato do Presidente da Assembleia publicado no “Diário da Assembleia”, a Comissão será instalada em reunião convocada, dentro de cinco dias, pelo mais idoso de seus membros efetivos, para eleição do Presidente e Vice-Presidente”.

Não existe, no artigo 34, outro parágrafo que preveja a possibilidade de prorrogação desse prazo de cinco dias e nem mesmo as consequências de não se eleger o Presidente da CPI no prazo estabelecido.

Perguntamos: uma CPI que deixa de eleger seu Presidente no prazo de cinco dias, contados do ato de sua constituição, deve ser, automaticamente, considerada extinta, uma vez que não foi instalada no prazo regimental?

Quanto ao artigo 34-A, esse estabelece que “a Comissão terá o prazo de 120 dias, prorrogável por até a metade, mediante aprovação de maioria absoluta de seus membros, para conclusão de seus trabalhos”.

O dispositivo não determina o termo inicial para a contagem do prazo de 120 dias, o que nos leva a propor os seguintes questionamentos:

1. A contagem do prazo será iniciada na data do ato de criação, do ato de constituição, quando são nomeados os membros da CPI, ou do ato de instalação, quando é feita a eleição do Presidente?

2. No caso das CPIs que foram objeto do Mandado de Segurança impetrado pelo Deputado António Mentor, quando deve ser iniciada a contagem do prazo: na data do julgamento do mérito do mandado, na data da intimação do respectivo acórdão ou na data da eleição do Presidente?

O esclarecimento dessas questões é muito importante, tendo em vista as situações que vêm ocorrendo com relação a três CPIs:

1. A CPI da Reprodução Assistida foi constituída em 09/05/2012. Se adotarmos essa data como início do prazo, os 120 dias venceriam em 06/10/2012. Como a reunião que aprovou a prorrogação ocorreu no dia 09/10/2012, a prorrogação teria sido irregular e a CPI deveria ter sido dada como extinta.

A secretaria da Comissão está contando o prazo a partir da datada eleição do Presidente, ou seja, para eles, o prazo de 120 dias expirou em 16/10/2012 e a prorrogação, ocorrida no dia 09/10/2012, foi feita, portanto, de forma regular. O Relatório Final dessa CPI foi, inclusive, votado na data de hoje.

2. A CPI do consumo abusivo de álcool foi constituída em 13/04/2011, mas esteve suspensa por força da liminar concedida pelo TJ-SP. Se considerarmos a data o julgamento do mérito do mandado de segurança (14/03/2012) como o início da contagem do prazo, a CPI deveria ter sido encerrada em 11/08/2012. Se considerarmos a data da intimação do acórdão (07/05/2012 - Diário Eletrônico 1177), a CPI deveria ter sido encerrada em 03/10/2012.

A Secretaria da Comissão considerou como termo inicial a data da eleição do Presidente (20/06/2012) e, portanto, os 120 dias foram considerados vencidos em 17/11/2012, não tendo sido aprovada a prorrogação dos trabalhos.

3. A CPI dos Serviços Odontológicos foi constituída em 13/04/2011 e também esteve suspensa por força da liminar. Jamais elegeu seu Presidente. A partir de quando deve ser contado o prazo de 120 dias? Se considerarmos a data da intimação do acórdão (07/05/2012 - Diário Eletrônico 1177), a CPI deveria ter sido encerrada em 03/10/2012. Além disso, tendo em vista que o prazo de eleição, que é de cinco dias, nos termos do § 3º do artigo 34, não foi cumprido, qual a sanção que deveria ter sido aplicada a essa CPI? Observe-se que esta CPI consta até hoje das informações oficiais como em andamento. Decorridos tantos meses da sua instituição, não houve interesse sequer na eleição do Presidente, do Vice-Presidente e na escolha do Relator. Isso evidencia o caráter protelatório dos requerimentos de CPI protocolados pela bancada governista no início da Legislatura.

Senhor Presidente, aguardamos a resposta de Vossa Excelência, com a urgência que o tema requer, aos questionamentos formulados nesta Questão de Ordem, resposta essa que reputamos de suma importância para a garantia do direito das minorias de investigar as ações do Governo do Estado através do instituto da CPI.

 

O SR. ANTONIO SALIM CURIATI - PP - Sr. Presidente, quero apenas deixar registrada minha solidariedade ao nobre Deputado Campos Machado em relação à sua Moção. Estou inteiramente de acordo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Senhor Presidente, com fundamento no artigo 260 e seguintes do Regimento Interno, formulamos a presente Questão de Ordem para solicitar as providências de Vossa Excelência no sentido de sanar as irregularidades constantes da instrução do Projeto de Lei nº 598/2012, de iniciativa do Senhor Governador, por descumprimento das exigências da Lei 9.790, de 26 de setembro de1997.

O Projeto de lei nº 598/2012, encaminhado a esta Casa através da Mensagem A-nº 108/2012, de 10 de outubro de 2012, dispõe sobre autorização ao Poder Executivo, para realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, o Banco do Brasil - BB, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - Bird, ou outras instituições financeiras internacionais, bancos privados nacionais e internacionais e agência multilateral de garantia de financiamentos.

Como se percebe pela leitura da ementa do PL598/2012, a autorização para realizar operações de crédito abrange instituições financeiras nacionais e internacionais. Quando se trata de empréstimos externos, existe, no âmbito do Estado de São Paulo, desde 1997, a lei n° 9.790, de 26 de setembro, originária de projeto de lei de autoria da Deputada Maria Lúcia Prandi, do PT, que estabelece exigências específicas.

Dispõe seu artigo 1° que “todo pedido de empréstimo externo, a qualquer título, efetuado pelo Poder Executivo, deverá ser dirigido à Assembleia Legislativa, acompanhado de detalhado projeto operacional que conterá:

I - esboço do conteúdo, estrutura e objetivos do projeto;

II - resumo das estratégias de execução de cada sub-componente contido no projeto;

III - indicação clara dos órgãos ou Secretarias de Estado que executarão o projeto;

IV - vetado;

V - cronograma de ações importantes e sua execução;

VI - disposições claras quanto às obrigações contraídas pelo Estado e a forma de pagamento;

VII - vetado."

Em seu artigo 4º, a lei n° 9.790, de 1997, estabelece que, ausentes os requisitos nela previstos, o pedido dirigido à Assembleia Legislativa será arquivado.

A consulta feita aos autos do processo que consubstancia o PL598/2012 nos permite concluir que não foram encaminhados, com a mensagem governamental, os itens exigidos pela lei 9.790/1997. Ao receber o expediente enviado pelo Governador, os setores competentes desta Casa não se detiveram na análise do conteúdo dos documentos protocolados, pois, se o tivessem feito, teriam devolvido os documentos ao Palácio, por incompletos.

Tampouco foi suficientemente criteriosa a análise do Relator Especial, designado em substituição à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, pois não apontou, em seu parecer, essa grave falha.

Ocorre que a proposição se encontra, desde o dia 27 de novembro último, incluída na Ordem do Dia, para discussão e votação. Não podemos, entretanto, dar andamento a essa fase do processo legislativo, antes que se cumpram as exigências da lei 9.790, de 1997.

Estas são, pois, as razões da questão de ordem que ora propomos e cuja resposta aguardamos com a urgência que o tema requer.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, trabalhadores desta Casa, meu muito obrigado pelo que fazem pelo meu mandato.

Venho à tribuna falar do encerramento de convênios de saúde em alguns municípios do Pontal do Paranapanema, em especial nas cidades de Teodoro Sampaio, Rosana e Euclides da Cunha.

Há questão de 30 dias pedi uma audiência na Secretaria da Saúde, ocasião em que levaria estes prefeitos, em especial o prefeito eleito pelo PSB em Teodoro Sampaio, dada a preocupação do Executivo com o término desse convênio porque Saúde é prioridade. Estava no aguardo desta audiência. Logo depois fiquei sabendo que a audiência teria sido marcada pela Secretaria, mas não com o prefeito do partido a que este Deputado pertence. Entrei em contato com a Secretaria da Saúde solicitando informações e a resposta foi que a audiência que eu solicitava seria marcada para o dia 18.

Procurei o digno promotor Dr. Mário Coimbra, da cidade de Presidente Prudente, que tem um trabalho ligado à Saúde juntamente com prefeitos e vices e nos reunimos no dia de ontem. Qual não foi minha surpresa ao saber que a audiência se efetivou e que a questão estava sendo resolvida aqui em São Paulo - felizmente resolvida - e este Deputado na sua base sem nada saber.

Vamos lembrar que a Secretaria da Saúde havia marcado a audiência para o dia 18. Então quer dizer que alguém da Secretaria mentiu para este Deputado. Acho que não deveria haver diferenciação de siglas partidárias, mas infelizmente há e em todos os segmentos.

Tenho certeza de que o Governador do Estado não compactua com essa situação, mas foi constrangedor para este, reunido na sua base com o digno promotor, com vice-Prefeito, com Prefeito, por que não fui atendido? Porque sou do PSB? Mas o PSB não é base na Assembleia Legislativa, ou é apenas a base maquiagem, que se usa quando necessária e depois se retira voltando a usar quando for necessária? Enfim, usa-se quando se quiser usar.

Há algumas situações em que o Governador quando visita a região, muitas vezes, esse Deputado fica sabendo pela Imprensa - quem sabe não tenha o meu e-mail, ou meu telefone. E todos sabem do respeito que tenho pelo Governador Geraldo Alckmin, da amizade e pelo carinho que tenho pelo Governador.

Felizmente isso não acontece em todas as Secretarias, de maneira nenhuma. Mas há um cerceamento; há um favorecimento do outro lado.

Eu sempre uso esse microfone para poder dizer do meu respeito, da minha gratidão, da minha amizade, da minha ética; mas é que não se agiu realmente com respeito político de maneira nenhuma. Será que é pela minha votação ser distrital? Será que vale isso? O número de votos? Ou pela sigla ser pequena, ou por que a sigla do partido tenha crescido? Por quê?

Então, eu quero pedir a atenção do Sr. Governador do Estado, do novo chefe da Casa Civil, com experiência política, o Deputado Edson Aparecido, que está assumindo no lugar do Deputado e Secretário Sidney Beraldo, e agora no Tribunal de Contas, para que se atente a esse respeito ao mandato de Deputado.

Eu não visito nenhuma Secretaria para pedir nada para mim, e não preciso de nada para mim, mas preciso para a minha região que tem uma Saúde debilitada, em dificuldade, que é a região mais distante do Estado - são 660 quilômetros - e que estou sempre presente junto quando o Governador está; mas parece que muitas vezes somos pessoa não grata, porque não há um comunicado. Parece que o Governador vai estar na quinta-feira na região; eu soube pela imprensa.

Então aqui fica só um pedido de respeito acima de tudo àqueles que estão nas Secretarias, nomeados pelo Governo do Estado. A minha nomeação, como a de todos nesta Casa, vem das ruas e através do voto; e acho que tem que ter, certamente, um tratamento que, se não for de igualdade, pelo menos de respeito.

É isso que este Deputado vem pedir, por favor, àqueles que nos devem atender e recebem e são pagos para isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Há sobre a mesa o seguinte requerimento: “Requeiro, nos termos regimentais, que a disposição da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade:

a) que o item 644, referendo ao Projeto de Lei nº 598/12 passe a figurar como item 1.

b) renumerando-se os demais.”

Em votação.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pela Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em nome da Minoria, tem o nobre Deputado Marco Aurélio, o tempo necessário para encaminhamento da votação do requerimento.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, estou aqui em nome do PT, para fazer uma defesa contrária à inversão da Ordem do Dia.

Para você que está assistindo agora pela TV Assembleia, para que possa entender o que está sendo votado eu digo o seguinte: nesta Casa, todos os projetos, ao serem protocolados, possuem determinada ordem para serem votados; projeto 1, projeto 2... e assim sucessivamente. E para ser votado aqui no plenário, há necessidade de se obedecer a essa ordem. Então primeiro será votado o número 1 da lista, depois o 2 e assim sucessivamente. E o que está sendo votado agora? Está sendo votado um requerimento para que o projeto saia dessa ordem e venha a ocupar o número 1, renumerando-se os demais. Ou seja, o projeto que está como número 1 passa a ser 2 ou 3 e assim sucessivamente.

E por que nós aqui do PT estamos fazendo o encaminhamento contrário a este requerimento? Num primeiro momento não há problema inverter essa sequência da pauta; você inverte de acordo com a necessidade, de acordo com o momento; você inverte sem problema nenhum. Mas o problema é que estamos tendo um certo desrespeito aos projetos que estão aqui na Casa. O número de projetos que já estão na lista aguardando para serem votados é muito grande. Se nós tivéssemos desses projetos na ordem que eles se encontram, e num determinado momento, por exceção, por um momento excepcional você queira inverter, é uma situação normal. Mas nós temos uma grande dificuldade de votar os projetos que estão na Ordem do Dia.

Vou dar um exemplo: há um ano eu tive o meu primeiro projeto de lei votado por esta Casa. Qual foi o projeto? O governo Serra enviou um projeto de lei a esta Casa, que foi aprovado, portanto se tornou lei, instituindo o benefício por resultado aos professores. O que diz essa lei? Essa lei diz o seguinte: que os professores, no ano anterior, que tiverem um índice de freqüência e também uma aprovação satisfatória, ganham um benefício por resultado; uma lei ótima. Só que diz também a mesma lei que evidentemente você não pode faltar, salvo algumas faltas tais como: férias, licença prêmio - também é justo. Só que nessa lei aprovada não foi considerada falta por licença nojo. E o que é licença nojo? É que a pessoa falta por óbito na sua família; quando morre o pai, ou a mãe, ou o filho, morre um irmão etc.

Então, quando acontece um óbito dessa natureza, em que o servidor se ausenta a título de licença nojo, essa falta prejudica o benefício para o resultado. Ou seja, além da dor da perda de um ente querido da sua família, você ainda tem o desconto do benefício por resultado.

Então o que acontece? Eu fiz um projeto de lei dizendo o seguinte: que a licença nojo, ou seja, as faltas que por ventura venham a acontecer por motivo de óbito na família, estas faltas não sejam descontadas do benefício por resultado.

E esta Casa entendeu o projeto e votou de forma unânime o projeto, exatamente há um ano. Claro que eu fiquei contente, voltei para a base e fiquei pensando o seguinte: poxa o meu primeiro projeto aprovado que traz um bom resultado aos professores. Mas este projeto foi vetado pelo Governador.

Quando o projeto é vetado ele volta para a Casa e entra na Ordem do Dia para que esse veto seja julgado. Então, na verdade, esse projeto de lei que foi aprovado no ano passado, ainda não terminou o seu ciclo; ele foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa, foi para o Governador para que o sancionasse. Mas como o Governador não sancionou e o vetou, então ele voltou para a Casa. Portanto, ele precisa de uma nova votação; uma votação do veto. Daí a Assembleia Legislativa vai dizer se o veto deve permanecer, ou se o veto deve cair. Se o veto permanecer, morreu o assunto, o projeto está rejeitado. Mas, se o veto cair, o projeto fica aprovado.

Portanto, é preciso que se tenha o julgamento do veto. Só que o julgamento do veto entrou para esta Casa e ocupou então a lista de projetos a serem votados; se não me engano, Sr. Presidente, o projeto a que me refiro está na 34ª posição.

Então, o que acontece? Esse projeto está lá na lista. Vamos supor que ele esteja na 30ª posição; então vão ter que ser votados o primeiro, depois o segundo, e assim sucessivamente até chegar ao 30º projeto da lista, que será discutido e votado.

Agora, se a cada sessão que for ter uma votação de projeto, se aprova o requerimento, tirando um projeto de lei que está lá no final para vir ao começo, renumerando-se os demais, ou seja, o Item 1 passa a ser 2, o 2 passa a ser 3, e assim por diante, é lógico que o meu, que seja o Item 30, passará a ser Item 31. É votado o projeto que passa a ser o Item 1 e os demais acabam aguardando.

Volto a dizer que o Regimento Interno desta Casa prevê a possibilidade de se alterar alguma ordem, para não ficarmos engessados, para que uma vez ou outra possamos fazer uso desse instrumento, para que um determinado projeto não seja prejudicado pela ordem em que se encontra. No entanto, o que estamos percebendo é que aqui só se vota projetos recolocados na Ordem do Dia. O que ocorre? Os demais projetos, independentemente de maior ou menor importância, mas de iniciativa de parlamentares desta Casa, não são votados.

É por isso que nós, do Partido dos Trabalhadores, estamos pedindo para que não se vote favoravelmente à inversão da Ordem do Dia, para que possamos fazer um mutirão. Quem sabe votarmos os projetos da Ordem do Dia para vermos a fila andar, porque são muitos projetos. E agora, chegando ao final do ano, nós, parlamentares, somos cobrados constantemente pela imprensa; ela quer saber qual o projeto de nossa autoria, qual os projetos que votamos. E vamos dizer o quê? Vou dizer que não tive nenhum projeto meu votado e pelo contrário, eles entraram na Ordem do Dia e na mesma posição em que estavam em janeiro de 2012 estão em dezembro. Quer dizer, ficamos numa dificuldade muito grande de levar para a comunidade a realidade do que está acontecendo aqui. E nem é justo que os parlamentares sejam julgados por não terem projetos aprovados, porque estamos aqui para discutir e para votar. Agora, que bom se esporadicamente um ou outro projeto fosse alterado devido a sua importância, mas que ordinariamente possamos fazer a votação dos projetos que estão na Ordem do Dia. E diga-se de passagem a grande maioria de projetos da Ordem do Dia são julgamentos de vetos.

Citei meu projeto como exemplo, mas qualquer deputado que estivesse ocupando esta tribuna, com certeza teria algum projeto pessoal aprovado por esta Casa e também vetado. Já que ainda temos dois anos de mandato, é importante que façamos um grande mutirão para que a próxima legislatura não pegue uma pauta tão carregada, com 600 projetos a serem votados, porque a Casa Legislativa tem como missão principal votar projetos. Pode até rejeitar, é evidente, mas não votar projetos, de fato não é a função da Assembleia Legislativa.

Espero que, com este encaminhamento, possamos ter um grande acordo nesta Casa para fazer com que os projetos sejam votados, independentes de serem de bancada situacionista, oposicionista, do Governo atual, do Governo anterior, mas que sejam votados para que possamos exercer a nossa missão nobre, que é votar projetos do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência quer fazer um esclarecimento: ninguém mais do que este Presidente gostaria de votar mais projetos, sobretudo projetos de deputados. Ocorre que o nosso Regimento impede que, quando não há entendimento, que se vote um número razoável de vetos ou de projetos. Aliás, esse é um vício dos Parlamentos, não só de São Paulo, inclusive do Congresso Nacional. Num dos meus momentos de insônia, que lamentavelmente são muito frequentes, assisti, na madrugada passada, não sei em qual canal, porque fico passando por todos, a uma manifestação de alguém que dizia que não é concebível que o Senado tenha 3.070 vetos para serem votados.

Concordo em número, gênero e grau, só que temos que nos atualizar. O Parlamento brasileiro, às vezes, parece o Supremo Tribunal Federal para votar: aquela lengalenga, aquelas lições majestáticas, coisas de dois mil anos atrás. É tudo jogando para a televisão. Nós também precisamos nos modernizar, essa que é a grande verdade. Se não fica assim mesmo, e podemos até correr o risco e a tentação de dizer que temos poucos vetos para serem votados, só temos 600, porque os outros têm muito mais. Repito: o Senado, se não me engano - pode ser a Câmara - tem 3.070 vetos.

Lamento profundamente, não estou justificando. Concordo com que o Deputado Marco Aurélio falou - o Deputado Hamilton falou sobre isso também recentemente. É uma angústia vermos uma pauta como essa.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, em primeiro lugar quero agradecer sua atenção ao meu pronunciamento, e gostaria de fazer só um pequeno reparo. Quando V. Exa. fala que aqui parece o Supremo Tribunal Federal, há uma diferença: o Supremo tem uma cobertura favorável da mídia, que ficamos sem entender por que essa cobertura tão positiva. E o nosso Parlamento tem a cobertura sempre negativa. Tem alguma coisa que tem que ser esclarecida ainda. Mas será, se Deus quiser. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - E até no mesmo sentido, podemos até falar sobre o número de vetos dos Parlamentos. Mas já pensou se falarmos dos processos parados no Supremo e nos outros tribunais? Aí então não falaremos de milhares e nem de centenas. Falaremos de milhões.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Sem contar, Sr. Presidente, que recentemente foi votado um aumento de salário dos juízes, que a mídia viu com tranquilidade. Agora, nas Casas Parlamentares qualquer coisa que se fale em relação a despesa parece crime. Então acho super interessante esse debate, porque de fato nenhum poder é maior que outro.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É verdade.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Os três poderes são importantes, mas têm que ser harmônicos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sou eu quem agradece.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, gostaria de indicar o nobre Deputado Edinho Silva para encaminhar pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, pelo prazo regimental.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Mas antes, Sr. Presidente, gostaria de pedir uma verificação de presença, porque é o Presidente do nosso partido quem vai usar a tribuna neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Carlão Pignatari e Alex Manente para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata número regimental de Srs. Deputados, e agradece aos nobres Deputados Carlão Pignatari e Alex Manente.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores desta Casa, público que nos assiste pela TV Assembleia, a minha fala é muito mais no sentido de fazer um apelo à base do Governo nesta Casa.

Nós, que somos dos partidos que defendemos um outro projeto político para o Estado de São Paulo, que apoiamos uma outra candidatura, e portanto não fazemos parte da base do Governo, tanto eu como todos os demais Deputados dos partidos ditos de oposição, ficamos perplexos porque temos na pauta de votação desta Casa projetos importantes, projetos de interesse da sociedade paulista.

Para o público de casa, que nos assiste, não vou elencar todos os projetos de interesse dos servidores, projetos de interesse de diversas representações profissionais, mas vou elencar aqui o projeto de financiamento de organismos do Governo Federal, do Governo da Presidenta Dilma.

Temos um projeto em votação nesta Casa, que autoriza uma operação de crédito no BNDES, que é o banco do Governo Federal, na Caixa Econômica Federal, que é o banco do Governo Federal, e também no BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento, onde o avalista também é o Governo Federal.

Portanto, são projetos importantes, de interesse da sociedade paulista, como por exemplo, o prolongamento da Linha Verde do Monotrilho, do trecho da Vila Prudente ao Hospital Cidade Tiradentes. É um investimento importante da Linha Verde, do Metrô, o programa para investimentos em infraestrutura no Estado de São Paulo, projetos hoje sob a responsabilidade do DER, projetos vinculados à área ambiental, do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica, e projetos de infraestrutura coordenados pela Dersa, que vão proporcionar o escoamento da nossa produção até o Porto de Santos, projetos importantes para o povo paulista, financiados pelo Governo da Presidenta Dilma.

E esses projetos não serão votados porque não há acordo na base do Governo. Não há acordo com os Deputados que formam a base do Governo. Espero, Sr. Presidente, que o Líder do Governo, que a articulação política do Governo, que eu espero que esteja acompanhando esta sessão, e que efetivamente consigam construir coesão na base de apoio, para que possamos aprovar projetos importantes, de interesse do povo paulista.

Não pode o Governo da Presidenta Dilma autorizar uma operação de crédito. São R$ 800 milhões para que possamos melhorar o transporte público na Grande São Paulo. São mais 600 milhões de dólares para podermos investir na área de logística. São mais 210 milhões de reais para podermos investir na área ambiental. E mais 506 milhões de dólares também para podermos investir na área logística, melhorando o escoamento da produção até o Porto de Santos.

E por que não se vota? O Governo Federal autorizou o empréstimo, o financiamento para o Governo de São Paulo. O Governo Federal autorizou ser avalista desse financiamento no BID. E por que esta Casa não vota? Porque não há acordo na base do Governo. A oposição está aqui dizendo que quer votar.

A oposição está aqui dizendo que quer autorizar os investimentos para resolver problemas do povo paulista. E por que não se vota? Porque não tem acordo na base do Governo; falta articulação política na base do Governo.

Estou representando a minha bancada, como Presidente do PT, um partido de oposição, dizendo que precisamos aprovar esse projeto e outros tantos desta Casa que são de interesse da população do Estado de São Paulo, para que possamos melhorar a vida do povo paulista. São projetos importantes, que vão refletir investimentos do Governo Federal no nosso Estado, que vão resolver demandas antigas de transporte público, como a integração da Zona Leste com a Grande São Paulo. São projetos de financiamento e investimento do Governo da Presidenta Dilma. São projetos que estão nesta Casa e não são votados porque não há coesão na base governista, porque a base governista não fala a mesma língua, porque não existe unidade na base do Governo para aprovar projetos tão importantes como esses.

Fazemos um apelo: que a base do Governo se entenda. A base do Governo tem que se entender nesta Casa. Não pode a base do Governo falar duas ou três línguas. A oposição querendo aprovar projetos de investimento e não se vota porque o Governo não tem acordo. Vamos travar esta Casa? Vamos paralisar a Assembleia Legislativa por falta de unidade da base do Governo?

Espero que esse apelo faça com que os partidos que formam a base do Governo reflitam. Que o Palácio dos Bandeirantes use a sua capacidade de liderança e unifique a base do Governo na Assembleia Legislativa. Possamos construir uma agenda positiva, aprovando projetos importantes. Que, em 2013, o Estado de São Paulo tenha condições de responder à crise nas áreas de Segurança Pública, Saúde, Educação e Infraestrutura. O Governo da Presidenta Dilma está fazendo a sua parte; o Governo Federal faz a sua parte. A oposição está querendo votar os projetos: falta apenas a unidade na base do Governo. Muito obrigado.

 

O SR. Adriano Diogo - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, acabou de terminar o mandato do Secretário da Saúde, Dr. Giovanni. Ele não é mais o Secretário de Saúde do Estado de São Paulo e quem vai assumir o lugar, segundo indicações, é o Sr. Barjas Negri, ex-Prefeito de Piracicaba, ex-Presidente da CDHU, entre outras faces do seu currículo.

Por que estou fazendo esse comunicado? Estou comemorando? Estou triste? Estou alegre? Não, estou lamentando que um hospital na Zona Leste da Cidade de São Paulo, em Sapopemba, conhecido como Sapopembinha, gerido pela Fundação Faculdade de Medicina da USP, tenha fechado. Esse hospital foi construído ao longo dos anos. A grande contribuição foi do professor Adib Jatene. Mesmo sem função pública nenhuma, na base do voluntariado, o Dr. Adib construiu um hospital público.

Pois bem, a Secretaria do Estado de Saúde está abandonada. A notícia da substituição saiu agora, mas a Secretaria está abandonada há muitos meses. Não sei se o atual Secretário vai ser candidato a reitor, porque ele é tão importante, tão multimídia, tão multifacetado, que não sabemos qual a função que está desenvolvendo.

O problema é que essa vacância está trazendo um problema gravíssimo para uma população paupérrima. A que ponto chegamos! Fechar um hospital público em Sapopemba, uma das regiões mais carentes, de maior fragilidade! Lamento essa acefalia, essa falta de resposta, essa falta de correspondência e sinceridade. E todos os funcionários da Fundação Faculdade de Medicina, mais de 100, foram demitidos.

O Deputado Samuel Moreira, uma pessoa da maior respeitabilidade, está se inscrevendo para falar. Talvez ele traga informações importantes, por que o Hospital de Sapopemba fechou. Por isso, estamos entrando em contato com a Secretaria, pedindo ajuda ao Deputado Samuel Moreira e ao nosso Presidente, para que o povo saiba por que um hospital público fechou na região de Sapopemba. Muito obrigado.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, quero dizer que não há nenhuma evidência sobre qualquer afastamento do Secretário Giovanni, que está muito firme à frente da Secretaria neste momento.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Parabéns ao nobre Secretário Giovanni e ao nobre Secretário Barjas Negri.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. Alencar Santana Braga - pt - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - Barros Munhoz - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, na eventualidade de nós termos 47 Deputados, e V. Exa., como Presidente, poderia votar?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Nobre Deputado, houve um quorum de 48 Deputados: 47 votaram “sim” e um na Presidência, razão pela qual está aprovada a inversão.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, para requerer a prorrogação dos nossos trabalhos por duas horas e 30 minutos e duas horas e 29 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência coloca em votação o pedido de prorrogação por duas horas e 30 minutos. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao pedido de prorrogação, queiram conservar-se como se encontram. Aprovada a prorrogação.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Antes, porém, por ser de interesse das Sras. Deputadas e de Srs. Deputados, até porque afeta um grande segmento do Funcionalismo Público, esta Presidência informa que acaba de assinar, juntamente com os demais membros da Mesa, a elevação do subsídio do Sr. Governador.

Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

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- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Participaram do processo de votação 52 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 51 votaram ‘sim’ e este Deputado na Presidência, quorum que aprova a prorrogação dos trabalhos por duas horas e 30 minutos.

- Discussão e votação - Projeto de lei nº 598, de 2012, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, o Banco do Brasil - BB, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - Bird, ou outras instituições financeiras internacionais, bancos privados nacionais e internacionais, agência multilateral de garantia de financiamentos. Com 12 emendas e com mensagem de aditamento. Pareceres nºs 1584 e 1585, de 2012, respectivamente, de relator especial pela Comissão de Justiça e Redação e da Comissão de Finanças, favoráveis ao projeto e à Mensagem Aditiva e contrários às emendas de nºs 1 a 12. (Artigo 26, da Constituição do Estado).

Para falar a favor, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, o projeto em debate trata de mais um empréstimo.

Acabamos de aprovar empréstimo para a Linha 5 do metrô, aprovamos um projeto para a duplicação da Tamoios e outro que ajuda a debater a reestruturação do Estado de São Paulo, o projeto que discute a questão dos investimentos no Estado de São Paulo.

Antes de entrar na discussão do projeto quero dizer que no dia de hoje tivemos uma reunião da Comissão de Finanças e Orçamento para apreciar as contas do Governador no exercício de 2011 e detectamos alguns itens que o Tribunal de Contas do Estado apontou como irregulares.

O primeiro ponto foi planejamento orçamentário ineficaz e falta de gestão por resultados comprometendo a qualidade do gasto público.

Aprovamos no ano passado um empréstimo de sete bilhões de reais, este ano mais um de cinco bilhões de reais e ainda um outro de três bilhões e 800 milhões de reais. Portanto, os deputados desta Casa têm dado condições para que o Estado de São Paulo faça investimentos.

Mas o que temos notado neste ano de 2012 são crises em algumas áreas do Governo. Primeiro, crise na estrutura metro-ferroviária da Cidade de São Paulo.

Conversando com o presidente do Metrô e da CPTM pudemos perceber que os recursos do orçamento destinados para a CPTM e metrô não foram utilizados na sua totalidade. Aí vemos crise na CPTM, crise no metrô. A mesma coisa na Segurança Pública. Do recurso do orçamento destinado para a área da Segurança Pública não foi utilizado nem 50 por cento. A mesma coisa em 2011, demonstrando a incapacidade dos gestores do Estado de São Paulo em aplicarem na sua totalidade os recursos destinados. É o Tribunal de Contas do Estado que apresenta irregularidades em relação ao planejamento, à transparência e eficácia dos gastos do Governo no Estado. De novo: falta de planejamento orçamentário, orçamento ineficaz, falta de gestão por resultados comprometendo a qualidade dos gastos públicos.

Vejam que não é o Partido dos Trabalhadores que está falando. Não é o PCdoB, não é PSOL. É o Tribunal de Contas do Estado que está apontando irregularidades em relação às contas do Governador no exercício de 2011.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Roberto Morais.

 

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Outro ponto: falta de informações sobre os investimentos detalhados das empresas estatais não dependentes. Mais uma vez é o Tribunal de Contas que aponta um item importante.

Prossegue: falta de transparência do orçamento em relação às propostas populares feitas nas audiências públicas.

Temos dito de forma reiterada que são importantes - e devem ser valorizadas - as audiências públicas para discutir o orçamento via Comissão de Finanças e Orçamento. Muitas vezes a população é ouvida na comissão, só que a executiva não acata as sugestões feitas. É o Tribunal de Contas do Estado que fala da falta de transparência orçamentária em relação às propostas populares feitas nas audiências públicas.

Prossegue: inexistência das leis específicas para abertura de créditos suplementares e remanejamento conforme a Constituição do Estado; falta de transparência orçamentária em relação aos recursos dos royalties do pré-sal; baixa recuperação da dívida ativa; ineficiência e ineficácia na aprovação de recursos humanos na Polícia Militar - toda semana temos visto policiais e a população da periferia serem assassinados; falta de transparência em relação aos valores disponíveis para pagamento dos precatórios judiciais; irregularidades e falta de transparência na FDE - que é inclusive objeto de CPI na Assembleia Legislativa - e falta de transparência nas despesas da Copa do Mundo.

Estas irregularidades foram apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado nas contas do Governador do Estado de São Paulo.

Acontece que o Governador Geraldo Alckmin tem dito de forma permanente que o Estado de São Paulo é um estado transparente, que o Estado de São Paulo é um estado eficaz, que o Estado de São Paulo é um estado que vem trabalhando na linha do bom gerenciamento. E percebemos, nas orientações do Tribunal de Contas do Estado, nobre Deputado José Bittencourt, que não é isso que acontece seja em relação à Copa do Mundo, seja em relação às audiências públicas sobre o Orçamento, seja em relação aos empréstimos aprovados por esta Assembleia Legislativa. E nós estamos aprovando mais um.

Já é o terceiro empréstimo aprovado pela Assembleia Legislativa para que o Governador possa ter tranquilidade de fazer os investimentos. E o Tribunal de Contas do Estado aponta irregularidades a partir da aplicação dos recursos dos empréstimos hora aprovado.

Agora, há um problema mais sério e que não está apontado pelo Tribunal de Contas do Estado. A auditoria do Tribunal de Contas do Estado apontou irregularidades em relação ao Detran; foram várias irregularidades.

Está aqui o relatório do Tribunal de Contas do Estado. A auditoria do Tribunal de Contas do Estado levanta que todas as obras e benefícios executados por recursos públicos serão incorporadas ao patrimônio do locador, sem ressarcimento ao Estado, contrariando o parecer da consultoria jurídica. Foram R$ 7.792.000,00. Ainda em relação ao Novo Detran: projetos elaborados com falhas, ocasionando acréscimo no custo da obra e prorrogação no prazo da entrega, 2 bilhões e 734 milhões. Obras realizadas sem autorização, repito, obras realizadas sem autorização para o Novo Detran: 1 bilhão e 247 milhões. E por aí vai, totalizando um valor de 18 milhões e 843 milhões de irregularidades levantado pela auditoria do Tribunal de Contas do Estado. Mas essas informações não são apresentadas no relatório do Tribunal de Contas do Estado, demonstrando claramente que houve irregularidade, teve problema de gestão, e mesmo assim o Tribunal de Contas do Estado não inclui com apontamento.

Diferente do que aconteceu nos anos anteriores, cada vez que a auditoria do Tribunal de Contas do Estado encontrava irregularidade, era apontado nas contas do tribunal, era apresentado no parecer. E pela primeira vez, o Tribunal de Contas do Estado, mesmo tendo irregularidades apontadas e apresentadas pela auditoria, não inclui nas contas do Governador.

Então, esse é um problema sério. Nós estamos percebendo que muitas obras que estão sendo feitas no Estado de São Paulo, vem o parecer do Tribunal de Contas do Estado só depois de quatro ou cinco anos, depois que a obra já foi executada com irregularidade.

Esse é um problema sério que acontece hoje no Estado de São Paulo, a forma pela qual as obras estão sendo realizadas.

E aí vem o Governador falar de transparência, de gestão gerencial. Nós estamos percebendo que os recursos que estão sendo destinados ao Governador do Estado de São Paulo não estão sendo aplicados na sua totalidade. Informação trazida pelo Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, na reunião da Comissão de Finanças e Orçamento, nós teríamos 21 bilhões de reais para ser utilizado em investimentos em 2011, foram executados apenas 13 bilhões de reais e tínhamos 21 bilhões para serem utilizados no ano passado. Em 2012, eram para ser executados mais 21 bilhões de reais, e vão ser executados, no máximo, Deputada Leci Brandão, apenas 17 bilhões. Então, em 2011 era para ter sido usado 21 bilhões e o Governo usou apenas 13 bilhões. Em 2012, eram para ser usar pelo menos 21 e mais a diferença de 2011, e vai ser utilizado apenas 17 bilhões. E nós aqui na Assembleia Legislativa aprovamos empréstimos atrás de empréstimos. E o Governador não está conseguindo usar sequer o recurso destinado pelo Orçamento, recurso que já está estruturado pelo PPA, recurso que estava no Orçamento. E aí vemos a crise na área da Segurança Pública, a crise na estrutura metro-ferroviária, na Educação, vemos que só tem 1 bilhão de reais para a agricultura no Orçamento, vemos que só tem apenas um bilhão de reais destinados para a Cultura, e tem muito recurso que era para ser utilizado em infraestrutura no nosso Estado, e não está sendo usado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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A Bancada do Partido dos Trabalhadores, mais uma vez vai dar um voto de confiança indicando a aprovação do empréstimo hora apresentado, do projeto de lei que o Governador apresenta. Mas é importante que, de fato, o Governador utilize esse recurso destinado no Orçamento, que o Governador realmente utilize, de fato, o recurso que foi aprovado no Plano Plurianual. São 21 bilhões por ano de investimento; dois anos consecutivos que não se utiliza o recurso. O ano passado usou apenas 13 bilhões de reais, esse ano vai usar 17 bilhões de reais. E em 2013? Será que o Governo vai conseguir utilizar todo o recurso, todo o empréstimo aprovado, todo o recurso destinado no Orçamento? E aí percebemos que não se usou o recurso na Segurança Pública, não usou o recurso no Metrô, não usou o recurso na CPTM, e havia dinheiro disponível, Deputado Marco Aurélio, mas não foi utilizado.

Depois vem falar que é um Estado bom de gestão, vem falar que é um Estado que consegue aplicar bem o recurso do Estado.

No ano passado aumentou em 10 bilhões a arrecadação no ICMS. Esse ano vai arrecadar em torno de 6 bilhões de reais; arrecada mais do que está previsto no Orçamento, mas está investindo cada vez menos. E quem sofre com isso é a população, que hoje está insegura. Quem sofre é a população porque está andando em trens cheios, isso quando o trem da CPTM funciona.

Esse é o Estado que se fala que é um Estado gestor, um Estado bom de gestão, mas não consegue sequer usar o recurso destinado pelo Orçamento e no Plano Plurianual do Estado de São Paulo.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores, mais uma vez, vai dar o voto de confiança e vai votar no projeto de empréstimos que o Governador indica. Mas nós vamos cobrar que de fato os recursos têm que ser bem utilizados e bem investidos no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, solicito uma verificação de presença, para possamos abrir o debate dessa questão do empréstimo aqui nesta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Roberto Morais e Cauê Macris, para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata quorum visual, e passa a palavra então ao nobre Deputado José Zico Prado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Quero começar este meu pronunciamento para lembrar que aqui na Casa já votamos, durante este ano, vários projetos de lei de empréstimos para o Governo do Estado de São Paulo. E a Bancada do PT, constantemente, tem votado favoravelmente a esses projetos, porque achamos que o Estado de São Paulo tem que entrar no ritmo do Brasil, do desenvolvimento.

Pegando os estados em que o PSDB não administra, vemos o quanto eles têm aproveitado do Governo Lula e Dilma para fazer avançar os programas de desenvolvimento de seus estados. É só acompanharmos Pernambuco, que vemos a diferença e o desenvolvimento que aquele estado se encontra hoje.

Mas quero aqui, em primeiro lugar, lembrar da importância dos valores que os tucanos têm reclamado do Governo Lula e Dilma; dizem que não mandam dinheiro para São Paulo. No Governo Sarney, Collor e Itamar, o Estado de São Paulo recebeu 06 bilhões e 53 milhões de reais; no Governo Fernando Henrique Cardoso, dos tucanos, recebeu, em seus oito anos, 04 bilhões e 920 milhões; os Governos Lula e Dilma já mandaram para o Estado de São Paulo 38 bilhões e 07 milhões de reais. Portanto, estamos fazendo um governo que atende os estados, independentemente da cor partidária, e esse é o papel do Governo. Quando fazemos emendas para as prefeituras do PT, queremos ter o mesmo tratamento que o Governo Federal tem com o Governo do Estado. Estamos batalhando e trabalhando para que isso aconteça também no Estado de São Paulo.

Digo isso porque queremos lembrar que o Governo Federal participa diretamente de todos os empréstimos para o Rodoanel. Poderíamos aqui elencar uma série de obras em que o Governo Federal faz parceria com o Governo do Estado.

Cedo um aparte ao Deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Em primeiro lugar obrigado pelo aparte. Vossa Excelência sabe do grande respeito que tenho por Vossa Excelência. Fui prefeito na região onde V. Exa. atua, e V. Exa. me ajudou todos os anos com suas emendas parlamentares do Governador do PSDB, e todas elas foram liberadas, graças ao seu trabalho parlamentar.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Não fiz mais do que minha obrigação, porque V. Exa. fez um bom Governo.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Obrigado, Deputado. Mas gostaria de saber se todos esses levantamentos tão bem feitos pela assessoria do Partido dos Trabalhadores, pela sua assessoria, mostram que é dinheiro a fundo perdido.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Deputado, o Governo Federal não pode sair distribuindo a fundo perdido para todo o Estado. Nenhum outro estado no Brasil recebeu todos os empréstimos a fundo perdido, porque não é assim que funciona. Vossa Excelência foi prefeito e V. Exa. nunca fez obras em sua cidade só com dinheiro a fundo perdido. Esses empréstimos têm que ser pagos.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Têm que ser pagos. Será que é pela eficiência do Governo que se faz o empréstimo, ou é porque é o Estado de São Paulo?

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - O Governo Federal olha o Brasil e tem colaborado com São Paulo, como V. Exa. viu aqui, e apresentamos resultado.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Um empréstimo que será pago mensalmente, com plano de carência. Isso é obrigação e dever do Estado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - E por que o Governo Fernando Henrique Cardoso não fez a mesma coisa?

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Vossa Excelência sabe que na época o poder de endividamento do Estado de São Paulo era menor do que hoje. Conforme foi evoluindo o Governo dos tucanos, tão criticado pelo seu partido, foi melhorando a capacidade de pagamento, pela eficiência do Governo. Por isso que nós aumentamos. Muito obrigado. Era só isso que gostaria de saber.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Quero dizer que gostaria muito de compartilhar com a ideia de que foi a eficiência do Fernando Henrique Cardoso, mas, Deputado, eu era metalúrgico no começo do Governo Fernando Henrique Cardoso e via fábricas fechando o tempo todo. Víamos cada vez menos qual era a taxa de desemprego do Governo Fernando Henrique Cardoso, qual era a situação do dólar no Governo Fernando Henrique Cardoso. Esse debate para mim já é passado, quero discutir o futuro do Estado de São Paulo e do projeto que estamos discutindo aqui, porque estamos mandando o recurso.

Quero dizer que as aplicações desse recurso são para uma linha que nos interessa muito. Para o trecho Vila Prudente até Cidade Tiradentes, reivindicamos o Metrô. Toda a Bancada do PT, de vereadores e deputados, reivindica o Metrô para a Zona Leste. Mas como os tucanos sempre fazem, para pobre mandam monotrilho; para o centro expandido, para os ricos, Metrô. Mas não quero aqui criticar, porque precisamos urgentemente tirar a população daquela parte da Zona Leste de uma situação de calamidade pública. Ninguém entra e sai daqueles ônibus. Quem sai da Cidade Tiradentes sabe do que estou dizendo.

Então, nada mais justo do que fazermos esse debate e aprovarmos este projeto de lei. Inscrevi-me para falar contra, porque fazemos o contraponto aqui na Assembleia Legislativa, mas quero dizer a V. Exa. que a Bancada do PT tem um entendimento de votar favoravelmente. Queremos que os tucanos apareçam aqui no plenário e abram esse debate junto conosco, porque dizer que isso é graças ao Governo do Fernando Henrique Cardoso é muito pouco, sem apresentar resultado concreto do desenvolvimento que o Brasil teve no Governo Lula e Dilma.

Cedo um aparte ao Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Apenas para fazer uma lembrança, Deputado, acompanhando V. Exa., que vem discorrendo muito bem sobre o quadro dramático em que o Estado de São Paulo vive hoje, e não é por falta de recurso, é por outra coisa. Hoje, não sei se V. Exa. viu na televisão, os trens da CPTM lá em Guainazes, que absurdo aquilo! A quantidade de pessoas naquela estação, aguardando o trem que nunca vem. Que sofrimento!

É um problema que se repete, quase todo dia. Por semana, são duas ou três panes, por problemas nos trens, além do metrô. E a população se espreme, cinco a seis por metro quadrado, em pé, como se fosse uma penitenciária. Eu quis lembrar V.Exa. desse quadro.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Agradeço pela lembrança, porque hoje ainda a Imprensa está repercutindo toda a situação dos trens lá em Guaianazes. Mas não é só em Guaianazes. Na região metropolitana, segundo a Globo, que não tenho esses números, foram mais de 150 panes no ano. E por que isso acontece?

Gostaria muito que o Presidente da CPTM, o Bandeira, viesse aqui explicar para nós qual o problema, na roda do trem ou na roda da falta de aplicação dos recursos, que nós aprovamos no orçamento do ano passado. Eu gostaria de saber do Presidente da CPTM: se não aplicou, por que não aplicou os recursos; se aplicou, por que não resolveu os problemas mais sérios, por que é difícil?

Deputado Carlão Pignatari, V.Exa. mora numa cidade do interior, pequena. Votuporanga hoje já tem trânsito. É só passar lá na Euclides da Cunha, você olha do viaduto, e já está parado. E graças a Deus, o Governo Lula/Dilma deu a oportunidade para que os brasileiros aumentassem a frota aqui no País; temos que registrar isso.

Mas o que quero dizer com relação a esse progresso que estamos vivendo, essa dificuldade que vivemos hoje, é que nós precisamos fazer que o Estado de São Paulo entre no mesmo ritmo em que está o Brasil. Citei aqui no começo do meu discurso a questão de Pernambuco, só para elucidar. Depois nós podemos percorrer de Norte a Sul do País, para analisar Estado por Estado.

Mas aqui também os números já mostram o quanto o Governo Federal tem aplicado. Mas quero me ater à Linha 2 do monotrilho, até a Cidade Tiradentes. Estou acompanhando porque moro em São Mateus, e lá vai passar o monotrilho. Ainda não sei como é esse transporte. Nunca andei de monotrilho, tenho visto em foto. Você sabe como é a estação. Os técnicos do metrô, quando vêm, mostram um filminho que é muito bonito. Mas na realidade eu não sei se é aquilo.

Eu gostaria muito de saber como vão ficar as estações, porque com o metrô nós sabemos onde há estação, o entorno da estação. O que era o Carrão antes do metrô, e o que é hoje, depois do metrô. O que era o Tatuapé, e assim podemos dizer até Itaquera/Corinthians, todo aquele percurso, e eu tenho dúvida de que a região da Anhaia Melo, Sapopemba vão ter o mesmo desenvolvimento com as estações do monotrilho, porque ele vai passar a uma altura de 10 a 15 metros. O cidadão que desce lá embaixo como vai embarcar para ir para a casa dele? Se ele mora perto, vai a pé, mas e a questão da Segurança Pública?

Estamos vivendo em São Paulo um momento perigoso. Tenho conversado sobre isso. Naquelas escadas que descem das estações do monotrilho, que são tão altas, o cidadão vai ter que pagar pedágio para descer até lá embaixo? Porque é muito alto, vai ficar isolado, e vai ficar um trenzinho passando lá em cima, e o povo descendo lá embaixo.

Essa é a discussão que vamos ter com os técnicos do Metrô, que vão até São Mateus, na quinta-feira. Queremos aproveitar esse dinheiro, esses recursos que temos, para fazer um debate, para levar o progresso para aquela região da Zona Leste.

Moro em São Mateus há 43 anos e sei o quanto temos sofrido. Quando eu era metalúrgico, quantas vezes não cheguei atrasado! Lembro isso para dizer quantos trabalhadores hoje naquela estação de Guaianazes tinham que chegar à fábrica onde trabalham, encontrar o chefe, e dizer: chefe, mais uma vez deu pane no trem, e estou chegando atrasado. O chefe não quer nem saber, vai mandá-lo embora.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Antonio Mentor.

 

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Precisamos conversar sobre essa questão aqui. É dinheiro do povo brasileiro, é dinheiro nosso. E nós queremos abrir esse debate com o Governo do Estado de São Paulo, com o Metrô, com a CPTM, com todas as empresas, com o DER, onde vai ser investida uma boa parte; com certeza vamos ter duplicação de rodovias e vai ajudar a pagar uma parte da rodovia Euclides da Cunha, que está sendo terminada.

Cedo um aparte do nobre Deputado Carlão Pignatari.

 

O SR. CARLÃO PIGNATARI - PSDB - Na última reunião da Comissão de Transportes, V.Exa. recebeu toda a aplicação do recurso do DER, que será investido, para melhorar a 310, a 461. Nossa região será muito beneficiada com essas melhorias. A SP-320 é coisa do passado, já está terminando.

Esse recurso, e V.Exa. está há algum tempo nesta Casa e sabe que se aprovado neste fim de ano, vamos conseguir começar a usar esse recurso no fim do ano que vem, ou no começo de 2014, devido à parte burocrática.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Espero que em 2014 nós possamos ver aplicados esses recursos. Temos muito ainda a debater sobre essa questão do empréstimo.

Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - ANTONIO MENTOR - PT - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Carlão Pignatari e Gilmaci Santos para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Srs. Deputados, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Carlão Pignatari e Gilmaci Santos.

Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. Campos Machado - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, minhas queridas amigas, excepcionais Deputadas, é impressionante a importância da presença das mulheres nesta Casa, em qualquer evento que se faça. Sem as mulheres, tudo não passa de um céu sem estrelas e de um jardim sem flores.

Temos um carinho especial pelas mulheres. Vou até mencionar Victor Hugo, que disse que “o homem está colocado  onde termina a terra; a mulher onde começa  o céu”. Dessa maneira, homenageio as mulheres presentes no plenário e as que se encontram nesta Casa.

Não vou nem discutir esse projeto porque quem é contra recursos para o metrô? Quem é contra recursos para o monotrilho? Deputado Edinho, meu amigo, dizia da importância de se votar projetos. Sim, a população precisa de projetos dessa envergadura. Todos temos carros - alguns até anseiam por carros blindados. Enquanto isso, estamos discutindo, até de maneira extenuante. E o Deputado Marcolino, inclusive, inscreveu-se para falar a favor. Como alguém não vai votar esse projeto que vai trazer qualidade de vida ao povo de São Paulo?

Assomo à tribuna, Deputado Barros Munhoz, para ler algumas mensagens de apoio ao projeto que apresentei referentemente ao consumo e uso de bebidas. Vamos lá, para ver se essas pessoas que hipotecaram apoio a esse projeto merecem o nosso respeito.

Bruno Covas, Secretário de Estado do Meio Ambiente: “Trata-se de uma providência digna, que visa a minimizar os prejuízos morais e materiais causados a toda a sociedade, indiscriminadamente.”

“O projeto de lei é de grande relevância e objetiva a evitar o uso indiscriminado de bebida alcoólica.” Secretária de Estado Linamara Battistella.

Esse é meu amigo, Luiz Carlos Borges D’Urso, Presidente da OAB. Acabamos de ganhar a eleição contra o candidato do PT, Alberto Toron, que foi apoiado pelos advogados ligados à Defensoria Pública. Perdemos na Capital, e exatamente os advogados conveniados deram a vitória ao Deputado Marcos da Costa, derrotando o candidato apoiado pela Bancada do PT.

Embora tenha sido adversário, hoje é amigo do ex-Presidente Lula e da Presidenta Dilma, Fernando Collor de Mello: “Meus parabéns, amigo Campos Machado, pela iniciativa que busca uma sociedade menos violenta.”

Associação das Senhoras Cristãs. Antônio Domingos de Camargo, provedor; Dr. José Carlos Teixeira, Conselho Deliberativo: “Somos solidários com os esforços para aprovar esse projeto.”

Atenção Bancada do PSDB; atenção Líder do Governo. Mensagem de S. Exa., meu amigo, meu irmão, Senador Aloysio Nunes Ferreira: “Caro amigo Campos Machado, com satisfação registro o recebimento de correspondência contendo proposta de lei de sua autoria, que versa sobre a exposição em recinto público de bebida alcoólica.” Diz o Senador Aloysio Nunes que iniciativas como essa, com o objetivo de inibir e restringir o consumo de bebidas alcoólicas, devem ser apoiadas, pois reverte positivamente para o indivíduo e sociedade. “Conte comigo em tudo e em qualquer circunstância.” Assinado, Senador Aloysio Nunes Ferreira, eleito pelo PSDB; Deputado Welson Gasparini, ex-prefeito, também é favorável à aprovação deste projeto da bancada do PSDB; “Cumprimento o amigo e o parabenizo pela iniciativa”, Michel Temer, vice-Presidente da República; “Conte comigo em todo o caminhar deste projeto”, Deputado Arnaldo Faria de Sá; “Li o projeto e o mérito é louvável. Certamente, terá todo o meu carinho e atenção”, Senador Randolfe Rodrigues; “É preciso estancar uma crescente sangria, que acomete o nosso país, que é a violência e a morte praticada pelo excessivo consumo de bebida alcoólica, especialmente dos jovens menores de 18 anos”, assinado Senador Paulo Paim, Partido dos Trabalhadores; Apoio ostensivo do Senador Eduardo Amorim; minha amiga e Deputada Maria Lúcia Amary - nem vou ler o texto porque é favorável, e é suspeita; o mesmo diz respeito ao Senador Álvaro Dias - “O projeto apresentado por V. Exa. enriquece o debate e merece atenção não só minha, como de todos”; Deputado Antonio Mentor, meu amigo, “Quero colocar o nosso apoio para a aprovação do projeto”; apoio esmagador de Armando Toledo, diretor da Escola de Magistratura de São Paulo; Senador Inácio Arruda, Líder do PCdoB; Senador Magno Malta, apoio; Deputado Federal Antonio Brito, apoio; Senador Armando Monteiro, PTB, meu amigo - “Meu total apoio, me coloco a sua disposição”.

Deputado Barros Munhoz, será que preciso de mais alguma coisa? Será que o Senador Aloysio Nunes Ferreira não tem credibilidade, meus amigos e companheiros da bancada do PSDB? E as entidades? E o Senador Randolfe, Deputado Carlos Giannazi?

Quero, portanto, fazer uma indagação. A quem interessa a não aprovação deste projeto? Eis a primeira pergunta. As entidades? As igrejas evangélicas e católicas? Não, essas entidades se preocupam com a saúde dos jovens. A Liga das Senhoras Católicas, as Federações Espíritas? A quem, portanto, interessa a não aprovação deste projeto, quando se trata de um círculo vicioso, primeiro o álcool, depois a maconha, a cocaína e o crack? Não consigo acreditar que nos corredores desta Casa possa sentir os odores de cerveja, ou de uísque. Isso é inadmissível. Fico indagando. Médico, Dr. Pedro Tobias, oncologista de renome formado na França, que sabe dos malefícios do álcool, e sabe dessa cadeia que existe de dependência, os menores de 13, 14 anos começam no álcool, nos postos de gasolina, ou em frente aos postos, aqueles barzinhos, quantos pais passam por aí e vêem os seus filhos não apenas bebendo? Ou alguém acredita que nesses quiosques da vida não se vendem maconha?

As grandes empresas de bebidas não querem este projeto aprovado e querem influenciar. É o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, querendo julgar, legislar e executar. E nós, subservientes, aceitamos passivamente que o Supremo Tribunal Federal queira usurpar atribuições dos Poderes. Passe isso de maneira analógica para a questão das empresas de bebida. Qual é o interesse que tem a AmBev em ver este projeto aprovado? Ou alguns acreditam que AmBev é sócia de algum convento, que frequenta alguma igreja dominical? É isso que quero deixar claro neste plenário. “Ah, a lei é muito ampla.” Respondo eu: “Quantas vidas podem ser salvas por uma iniciativa desta Casa?” Para mim, seria mais cômodo seguir minha vida. Para que enfrentar as poderosas empresas, como as AmBevs da vida? Doadoras de campanhas milionárias? Para quê? Que faço eu, como um Dom Quixote sem o cavalo Rocinante, e o escudeiro Sancho Pança, acreditar que vale a pena lutar contra moinhos e ventos? O que ganho eu? Para que enfrentar os fortes, os poderosos, as patrocinadoras de eventos?

A mesma resposta eu tive aqui quando defendi que a Assembleia Legislativa tinha de indicar os membros do Tribunal de Contas do Estado. Conversei com alguns parlamentares desta Casa e achei que tinha alguns pontos que poderiam ser resolvidos. Talvez pudesse ter uma emenda que os melhorasse, e concordei. O que não posso é simplesmente ignorar uma realidade que existe. De onde vieram os viciados em crack? Quem sabe o que é crack? Alguém sabe que a maconha está sendo vendida misturada com crack para ser mais barata? Quem é que sabe? O problema não é meu. É nosso, sim. Como o crack é muito barato, os traficantes estão misturando maconha com crack; Estão empurrando em cima de quem? Em cima da juventude. Mais de 550 cidades, o Deputado Pedro Tobias sabe disso, do Estado de São Paulo tem mais de 50% de consumo de crack. Alguém já soube de algum viciado em crack que conseguiu se recuperar?

Cá estou eu dizendo dos meus sonhos e minhas esperanças. Dizem alguns deputados: o Deputado Campos Machado? Só voto projeto dele depois que ele votar os projetos dos deputados, o projeto dele. Não posso aceitar interferência indevida de empresários desta Casa. Esta Assembleia não é Pão de Açúcar, um supermercado. Não vou aceitar a interferência indevida. Já tive a oportunidade de mostrar a nossa grandeza aqui quando do Tribunal de Contas do Estado. Tivemos que abaixar as nossas cabeças, recuar os nossos propósitos e jogar os nossos sonhos no chão.

Quero, portanto, comunicar novamente às bancadas desta Casa que se fosse outro projeto eu até admitiria abrir mão, mas o projeto que acredito que é um projeto da família, aí não. Eu vou desacreditar de político como Aloysio Nunes Ferreira, como Álvaro Dias? Esta a indagação que faço aqui esta noite.

A família paulista está em jogo. Quem tem família sabe o que estou dizendo. Portanto, faço um apelo: esta não é a hora de covardes. É a hora de homens de cabeça erguida. É a resposta que a Assembleia Legislativa de São Paulo, a maior da América Latina, tem que dar nesse momento: ou se confirma a dignidade ou se rasga a bandeira dessa mesma dignidade.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Para falar a favor, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Regina Gonçalves.

 

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O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, servidores desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, esta Casa está diante de uma pauta, uma agenda extremamente positiva, uma agenda de interesse da sociedade paulista, da nossa população. Muitos foram os projetos elencados no último período para que os parlamentares da Assembleia Legislativa se posicionassem. Muitos projetos de interesse dos servidores, de interesse de setores sociais, de interesses diversos, mas, evidentemente, projetos importantes. Mas, certamente, o projeto que trata de investimentos, de infraestrutura para o Estado de São Paulo, projeto que autoriza o Governo de São Paulo a participar do plano de investimentos do Governo Federal certamente esse projeto é diferenciado, que se destaca por mais que os demais também sejam importantes.

Sr. Presidente, o Governo da Presidente Dilma, numa postura republicana, numa postura de um governo que pensa no Brasil como um todo, numa postura de iniciativas para que o Brasil efetivamente possa responder à crise econômica internacional investindo, melhorando a qualidade de vida do nosso povo, constrói uma parceria com o Governo de São Paulo extremamente importante.

Estamos falando de 800 milhões de reais para investimento em transporte público, enfrentando um grave problema de interligação da Zona Leste da Capital com a Região do ABC. Estamos falando de 600 milhões de dólares para fortalecer a estrutura logística do Estado de São Paulo. Estamos falando em 210 milhões de reais em programas de investimento na sustentabilidade e estamos falando em mais de 500 milhões de dólares em investimento em infraestrutura para melhorar a ligação das regiões produtivas do Estado de São Paulo com a Baixada Santista. Dinheiro do BNDES, o banco de fomento do Governo Federal, dinheiro da Caixa Econômica Federal, banco do Governo Federal, e também do BID, onde quem é o avalista, o garantidor também é o Governo Federal. Isso mostra que o Governo da Presidente Dilma não olha a cor partidária, não olha posições partidárias e, sim, os interesses da população do nosso Estado.

Investimentos importantes: se tivéssemos um pouco mais de coesão na base do governo, certamente já teríamos inclusive aprovado esse projeto, mas ainda estamos aqui debatendo.

O Governo da Presidente Dilma com essas medidas incentivando investimentos no Brasil, como acontece aqui hoje quando a Assembleia Legislativa debate um plano arrojado de investimento para São Paulo, fomenta medidas anticíclicas para que o Brasil possa romper com a dinâmica da economia internacional que tem aprofundado a crise econômica em muitos países da Europa, em países importantes do sistema capitalista internacional como os Estados Unidos e Japão.

O Brasil, mais uma vez, mostra o receituário de enfrentamento à crise que não passa pela recessão, pelo desemprego. É por isso que a Presidente Dilma tem desonerado o setor produtivo, como aconteceu na semana passada quando anunciou uma redução significativa na tarifa de energia elétrica. Mas, infeliz\mente, o governo de São Paulo não aderiu ao programa de desoneração da produção por meio da redução da tarifa de energia elétrica. Nós vimos São Paulo e Minas cerrando fileira contra a redução da tarifa de energia elétrica, contra uma medida anticíclica para enfrentar a crise econômica e também para desonerar o consumidor final. Portanto, estamos vendo um Governo que age independente da questão partidária, construindo com o Governo de São Paulo projetos importantíssimos. Por outro lado, vemos o Governo de São Paulo não aderir a uma medida tão importante para manter o padrão produtivo do Brasil como a redução da tarifa da energia elétrica. Ao contrário, vimos o Governo de São Paulo enfrentar essa medida.

Nós queremos que o Governo do Estado de São Paulo entenda que o esforço do Governo da Presidenta Dilma é o esforço de um governo que luta a todo custo para que o Brasil não entre na ciranda da crise econômica internacional, para que o Brasil possa continuar crescendo, gerando emprego e enfrentando aquilo que é o cenário internacional de recessão, de desemprego e desorganização de políticas públicas.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Sra. Presidente, solicito uma verificação de presença.

 

A SRA. PRESIDENTE - REGINA GONÇALVES - PV - O pedido de V. Exa. é regimental, A Presidência convida os nobres Deputados Cauê Macris e Ulysses Tassinari para a auxiliarem na verificação de presença requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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A SRA. PRESIDENTE - REGINA GONÇALVES - PV - A Presidência constata número regimental em plenário, pelo que interrompe a verificação de presença e agradece a colaboração dos nobres Deputados Cauê Macris e Ulysses Tassinari.

Continua com a palavra o nobre Deputado Edinho Silva.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, constatado o quorum regimental nesta Casa quero dar continuidade a minha intervenção quando eu chamava a atenção para os investimentos que estão acontecendo no Governo de São Paulo, para a pauta desta Casa quando autoriza a construção de uma parceria entre o Governo de São Paulo e o Governo da Presidenta Dilma para enfrentar problemas graves no Estado de São Paulo de transporte público, principalmente nas regiões mais empobrecidas, fazendo a interligação da Cidade de São Paulo com a Grande São Paulo e não é o primeiro projeto que esta Casa aprova autorizando financiamento do Governo da Presidenta Dilma. São vários os projetos, o que mostra a postura de um Governo que hoje é referência no mundo todo.

O Brasil é referência no combate à crise porque combate a crise gerando riqueza e distribuindo riqueza.

Estamos vendo países da Europa serem obrigados a fazer reformas profundas, reformas de desorganização das políticas públicas, da redução de direitos adquiridos historicamente pelo povo europeu.

No Brasil isso não acontece porque é um Governo que enfrenta a crise investindo e gerando emprego. Eu chamava a atenção porque na semana passada uma das medidas anticíclicas tomadas pelo Governo da Presidenta Dilma foi um incentivo ao setor produtivo reduzindo o custo de um dos principais insumos na produção: a tarifa de energia elétrica não só para o setor produtivo, mas também para o consumidor final.

Infelizmente vimos o Governo de São Paulo virar as costas para esta iniciativa.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Mas nós vamos continuar trabalhando. A Bancada do Partido dos Trabalhadores vai continuar aprovando projetos nesta Casa que fortaleçam a economia de São Paulo, projetos que possam continuar gerando empregos no Estado, para que São Paulo possa contribuir com o Brasil no enfrentamento da crise porque este é o nosso projeto. É o projeto que deu certo, é o projeto que teve início com o Governo do Presidente Lula. O Presidente Lula que tem sido atacado com o objetivo de desgastar a sua imagem.

Eu disse hoje no início dos trabalhos desta Casa tanto no Pequeno Expediente como no Grande Expediente que o Presidente Lula não precisa deste Deputado como não precisa de ninguém para defender a sua imagem porque quem defende a imagem do Presidente Lula é o povo brasileiro. São milhões e milhões de brasileiros que não tinham condições de se alimentar e hoje têm; que não tinham capacidade de consumir o básico e hoje têm; que não tinham energia elétrica e hoje têm; que não tinham o sonho do ensino e hoje têm; milhões e milhões de brasileiros que não tinham acesso à dignidade e hoje têm. São estes os brasileiros que advogam para o Presidente Lula, são estes os brasileiros que restabelecem a verdade todos os dias. Portanto, os ataques à imagem do Presidente Lula são inócuos, não surtirão efeito, porque estamos falando de um homem que doou a sua vida em prol do povo brasileiro, de alguém que se tornou um instrumento de construção da democracia, de alguém que mostrou ao povo brasileiro que, sonhando é possível realizar o sonho. E sonhou e se tornou o primeiro operário eleito na história deste País.

E como Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, formulou um projeto que hoje é respeitado internacionalmente. Mesmo aqueles que querem desgastar a imagem do Presidente Lula são obrigados a verem pela imprensa internacional o Presidente Lula sendo acolhido e ovacionado pelo mundo todo. E a sua história é a história de um projeto que hoje contagia toda a América do Sul, a América Latina, contagia a África e os países pobres, que enxergam no Presidente Lula um interlocutor de uma aspiração da construção de um mundo que seja mais justo, do rompimento desse ciclo vicioso entre Primeiro Mundo e os países sem nenhuma condição de sobrevivência do seu povo.

O Presidente Lula representa o combate à fome no mundo, um modelo de desenvolvimento que seja igualitário, que não haja tantos países ricos e tantos países miseráveis. É por isso, Sr. Presidente, que a imagem do Presidente Lula, jamais será destruída como muitos esperam.

Sr. Presidente, temos um partido que respeita a democracia e que investiu a sua existência no fortalecimento da democracia;mas se precisar, vai às ruas para defender a sua maior liderança, porque o Presidente Lula representa a construção da democracia. Se querem disputar projeto conosco que o façam no voto, disputem na sociedade, no debate às ideias, e não na manipulação da verdade e na institucionalização da mentira. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra, para falar contra, o nobre Deputado Pedro Tobias, pelo tempo regimental.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, meu líder do Governo, acho que nós precisamos falar pouco, porque o cidadão que está nos vendo através da TV Assembleia, só vê a oposição falando como se deles fosse a verdade absoluta. Deputado Edinho Silva, Presidente do PT estadual, nós também reconhecemos muitas coisas feitas pelo Presidente Lula. Mas hoje quem está defendendo-o é o José Sarney, esse novo amigo, meio petista.

Vi hoje na internet que a cúpula do PT no Congresso Nacional não quer que o Marcos Valério venha para uma Comissão. Até ontem Marcos Valério estava protegido pela cúpula do PT, trabalhou, costurou tudo, mas agora ele não serve mais ao Partido dos Trabalhadores, tudo bem. Mas acho que, no mínimo, tanto o Congresso Nacional quanto o Ministério Público Federal devam apurar, porque é uma denúncia muito grave.

Até semana passada, no escritório da Presidência da República em São Paulo, uma mulher que tinha um relacionamento com o Presidente Lula mandava e desmandava. Isso é muito grave Srs. Deputados. O Presidente Lula fez mil coisas, mas ele não pode fazer o que quiser; ele não é Luis XIV que dizia: “o Estado sou eu”; “ L’ État c’est moi”.

Sr. Presidente, todas as semanas aparecem novas denúncias. Vocês, do PT, criticam muito o Judiciário, o Ministério Público. Oito dos Ministros do Supremo foram nomeados pelo PT, foram nomeados pelo Presidente Lula, ou pela Presidenta Dilma Rousseff. Eles não são da direita ou da oposição, pois foram nomeados por vocês mesmos ou será que vocês erraram na nomeação, e nomearam alguém incompetente? Não, acho que todos são muito competentes.

Sr. Presidente, até no terceiro mundo, no Egito, há uma manifestação atrás da outra, porque o Presidente tentou interferir no Judiciário; o Judiciário é a única segurança para todos nós.

Acho que essas denúncias têm que ser apuradas. Eu contava sempre com vocês da oposição. Porém, estranho hoje que vocês queiram defender o indefensável. Quem defende hoje o PT é José Sarney. Se lembrarmos, há coisa de anos, José Sarney estava tão mal politicamente quem nem sei o que falar; do Fernando Henrique Cardoso tenho muito orgulho. Fernando Henrique deixou uma boa herança para o Presidente Lula, que o ajudou a governar o País por oito anos. Agora você vê o crescimento. Essa política por vezes demagoga, porque, na verdade, o País não cresceu nem 1%, voltamos num ciclo abaixo. Passados oito anos, o mundo inteiro cresceu mais do que o Brasil, e nós não aproveitamos a oportunidade para acompanhar o crescimento internacional.

Hoje, o PT faz bonito - Presidente Lula - tirando o IPI dos carros, tira o IPI também da linha branca, e agora a energia, e joga para o Estado bancar. Coisa bonita do Governo Federal, que faz bonito ajudando, mas Governos Estaduais e Municipais - todos vocês sabem - que as receitas, a FPM caiu mais do que a metade. Quase todos os prefeitos que estão saindo agora, mal estão pagando a folha de pagamento. Isso precisa ser dito à população.

Nós queremos baixar o custo das tarifas de energia elétrica sem dúvida alguma. Qualquer usuário gostaria que baixasse esse custo da tarifa da energia elétrica, mas só com os impostos federais tira 20 por cento. Não é preciso pedir para o Estado, mas eles querem fazer bonito às custas do Estado e dos municípios, porque o ICMS é dividido com os municípios.

Esses discursos que fazem aqui contra São Paulo são totalmente inconsistentes. Vocês sabem que todo o imposto que o Governo Federal arrecada mais de 40% é proveniente de São Paulo, só voltam 2% dessa arrecadação. Um a dois por cento é a média por mês ou por ano. E o Deputado se vangloria que o Governo Federal está ajudando São Paulo? Emprestaram por doze anos, o Deputado do PT que falou desta tribuna, ajudaram com 30 milhões.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, solicito uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Carlos Bezerra Jr. e Orlando Morando para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência constata quorum regimental e agradece os nobres Deputados Orlando Morando e Carlos Bezerra Jr.

Devolvo a palavra ao nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Presidente, queremos debater. Acho que há limite para obstrução. O salário dos médicos está sendo negociado há mais de um ano. Tentamos votar, mas não estamos conseguindo. Mando aqui recado para todos os profissionais de Saúde, aos médicos, sindicato, APM, CRM: cobrem a Bancada do PT, que não deixa votarmos sobre a carreira dos médicos. Querem obstruir, porque para o PT quanto pior melhor. O PSDB não; nunca temos essa postura em Brasília. Falam tanto desse empréstimo. A grande parte dos empréstimos é internacional. O BNDES dá uma peça pequenininha para São Paulo. Só para Belo Monte, o Governo Federal está dando mais de 20 bilhões em empréstimo. É o que emprestaram para São Paulo em dez anos, e se vangloriam. Fizeram empréstimo com aval para São Paulo, nunca dinheiro a fundo perdido. O Governo Federal não faz mais que a obrigação. São Paulo é prejudicado. Hoje, em Alagoas, um cidadão recebe quatro vezes mais para a Saúde do que em São Paulo. Acabaram com as Santas Casas no Brasil todo. Vou mostrar que uma moça de 22 anos está há mais de seis meses para operar um câncer de mama.

É esta nossa Saúde. Por quê? Porque toda a tabela do SUS dá prejuízo para as Santas Casas. Elas estão quebradas. O PT fala que gosta de pobre? Quem é atendido nas Santas Casas? Rico ou gente mais humilde? O PT é bom de discurso, bom de plateia. São a favor de pobre. Hoje os canaviais estão nas mãos das multinacionais. E eles falam que gostam de pobre! Quero ver uma mínima ajuda às Santas Casas, porque pessoas estão morrendo.

Cedo um aparte, com todo prazer, ao meu líder, ao nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Deputado Pedro Tobias, não ouvi direito o que V. Exa. disse, que o PT gosta de pobre? O PT agora frequenta Sonia Racy, da coluna social de "O Estado de S.Paulo"; Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo"; esse é o PT moderno, o PT de festas, o PT da família Diniz, da família Randal. Não tem PT de pobre. O que escutamos é faça o que digo, mas não faça o que faço. A verdade é que esta Casa, a chamada situação, não está enfrentando a chamada oposição.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Isso.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - É preciso mostrar, com devido respeito, que aqui se conversa muito e se faz pouco. A verdade é que a Bancada do PT prega uma filosofia que não tem. Gosto muito do Deputado Edinho Silva, mas não entendi o que ele quis dizer. Gostaria de entender o que o Deputado Edinho Silva, ilustre Presidente do PT Estadual, meu amigo, homem correto, sério, quis falar. Não entendi. Dá a entender que Geraldo Alckmin, o Governador, acorda todos os dias pela manhã, vai ao espelho, olha em seus olhos e pergunta: “diga, espelho meu, que maldade vou fazer ao povo de São Paulo hoje?” Isso não corresponde à realidade. Falar em ética é fácil. Hoje se fala em regras, regras morais. Onde estão as regras morais? Se fala em coragem; não vi ainda ninguém defendendo o Deputado João Paulo Cunha aqui. Ainda não tive a felicidade de ver a Bancada do PT defender José Dirceu. Eu defendi o Deputado João Paulo Cunha, porque acredito que ele foi vítima. Gostaria de ouvir a Bancada do PT. Fiquei sabendo que só o Deputado João Paulo Rillo colocou em seu blog um apoio ao Deputado José Dirceu. E os outros 23 deputados?

Portanto, Deputado Pedro Tobias, V. Exa. aborda uma questão importante, fundamental e relevante, que é difícil falar aquilo que não se sente, e aquilo que não faz. Vossa Excelência está agindo com coragem e determinação.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Obrigado, Deputado Campos.

Faço um apelo ao pessoal do Governo: a melhor defesa é o ataque. Chega de ficarmos encolhidos. Não temos vergonha de nós, políticos. Não temos vergonha de nosso dirigente. Tenho muito orgulho. Agora criticam porque usou o helicóptero para pegar o filho no aeroporto. Não temos secretária de gabinete de Presidência, não sei que relação ela tem com o ex-Presidente. Nem o que aconteceu com o dinheiro. Isso precisamos debater aqui.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V.Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados Adilson Rossi e Marcos Zerbini para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

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- É iniciada a chamada.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a Presidência constata número regimental de Srs. Deputados em plenário, pelo que dá por interrompido o processo de verificação de presença, agradece a colaboração dos nobres Deputados Adilson Rossi e Marcos Zerbini e devolve a palavra ao nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Faço um apelo: precisamos votar esse projeto do empréstimo, sim, para fazer metrô, para fazer Rodoanel, para fazer hospitais, para fazer vicinais, enfim, fazer muitas obras para o Estado de São Paulo.

Vamos aprovar o projeto que aprova o salário dos médicos, sonho de todos os médicos. Estuda-se por tanto tempo para serem médicos: 20 horas, sete mil; 40 horas, 14 mil. Enfim, eles querem obstruir.

O povo elegeu Geraldo Alckmin no primeiro turno. Daqui a dois anos teremos eleição. Vamos ao embate político na eleição, sim, mas deixem o homem trabalhar. O povo de São Paulo quer que São Paulo avance. São Paulo é trabalho. Se vocês querem debater ética, debater seriedade conosco, estamos à disposição, em qualquer nível.

É preciso assumir o que está acontecendo, com todas as suas lideranças. Em Brasília o ex-Presidente Lula sumiu do mapa. O crescimento já foi para o brejo. Defendem até que o Ministro da Economia fique. Essa política é só demagogia, e a sua vida é curta.

Povo de São Paulo, vamos cobrar deles que esta Casa ande. Faço apelo aos partidos aliados, em especial o PSDB. Tudo deve ser respondido; qualquer falatório, qualquer ataque, vamos fazer um debate sério, debate ético, o debate que é melhor para São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio, para falar a favor.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Casa, telespectadores da TV Assembleia, estamos debatendo neste momento o Projeto 598, que fala sobre autorização que esta Casa Legislativa pode dar, ou não, ao Governo do Estado de São Paulo, para contrair empréstimos no BNDES, Banco do Brasil , Caixa Econômica Federal, BID, BIRD e outros organismos financeiros privados do Brasil ou fora do Brasil.

Eu me inscrevi para falar a favor do projeto. No entanto, como antes de mim o Deputado Pedro Tobias fez algumas colocações que não têm absolutamente nada com o projeto que está em votação, eu me vejo na necessidade de usar parte do meu tempo para também colocar algumas coisas com relação ao que ele disse.

Por exemplo, ele falou aqui que existe um projeto de reajuste dos médicos, que não se vota porque o PT não quer. Bem, para vocês entenderem, esse projeto deu entrada nesta Casa em outubro, e o relator da Comissão, do PSDB, gastou 30 dias para dar o parecer. E aí, vem o Presidente do PSDB aqui, e fala que é o PT que não quer votar.

Você que está nos assistindo, entenda uma coisa. A Assembleia Legislativa é composta de 94 Deputados. Dos 94, o PT tem apenas 24 que, somados com os demais parlamentares que se unem à oposição, chegamos a 28. Então, 94 menos 28, são 66 parlamentares.

Na última vez em que se foi votar o projeto dos médicos, e não se conseguiu votar, foi porque não havia 24 Deputados da base governista aqui, para dar quorum. E somos nós, do PT, que não queremos votar? 66 Deputados compõem a base governista. Para que uma sessão possa ser realizada, há necessidade de presença em plenário de 24 Deputados.

E quando o PT pede a verificação de quorum, é porque queremos saber o seguinte: esse projeto do Governo vocês querem aprovar? Mas nem presente estavam. Foram embora, não sei, não ficaram aqui.

E vem o Presidente do PSDB e diz que é o PT que não quer aprovar. Já que ele mandou cartinha para os médicos, ele deveria mandar cartinha pedindo desculpas aos médicos, porque os Deputados da base do Governo não ficam no plenário para votar o projeto que é do próprio Governo.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Samuel Moreira.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sem querer polemizar, apenas uma pergunta: quantos deputados o PT tem aqui?

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - O PT tem 24 parlamentares.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sim, mas neste momento. É que V.Exa. está questionando a responsabilidade da base aliada de aprovar um projeto. Vossa Excelência está questionando e colocando a responsabilidade da base aliada. Quero contar com a colaboração da oposição para aprovar o projeto da carreira dos médicos. Gostaria de fazer uma pergunta: acredito que V.Exa. seja a favor do projeto. Vossa Excelência é a favor do projeto?

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Já me declarei a favor. Agora me diga uma coisa. Vossa Excelência, com 66, não consegue por 24 aqui?

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Estou pedindo a sua colaboração.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - Vou fazer uma proposta: que essa câmera que está filmando V.Exa., filme todo o plenário. Se V.Exa. concordar, nós fazemos um acordo com o Presidente, para que a câmera mostre ...

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Estou absolutamente à vontade, todo o meu consentimento, não tenho problema nenhum.

 

O SR. Marco Aurélio - pt - Vocês não estão conseguindo permanecer aqui, 24 parlamentares, para dar quórum num projeto importante...

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Os senhores já pediram verificação de presença várias vezes e ainda não obtiveram sucesso. Não conseguiram derrubar a sessão. Tentaram também obstruir para que não houvesse uma prorrogação dos trabalhos. Perderam. Não vamos entrar nesse mérito. Acho que essa é uma questão um pouco mais complicada.

Gostaria que vocês colaborassem conosco. Queria pedir o apoio do PT para votar o financiamento que trata de obras para beneficiar a população.

 

O SR. Marco Aurélio - pt - Por que o projeto demorou 30 dias para receber o parecer? Um deputado do PSDB demorou 30 dias para dar parecer num projeto tão importante. Por quê? Aí vem o Presidente do seu partido dizer que somos nós que não queremos aprovar? Não aceito. Vamos colocar as coisas às claras.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Vou dar uma sugestão, para que todo mundo fique em paz. Vamos votar o projeto agora.

 

O SR. Marco Aurélio - pt - Vamos votar também outros projetos.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Aproveito para dar uma sugestão. Já dissemos, na semana passada, que a Bancada do PT é favorável ao projeto dos médicos. Tanto é que fez a emenda para que ele seja retroativo. Entendemos que é justo que esse reajuste seja retroativo para que os médicos não tenham essa perda. Afinal de contas, houve o tempo que se perdeu nas comissões. O parecer que não foi dado por um deputado da base acabou prejudicando que esse projeto fosse votado a tempo de o salário vir no mês passado e em dezembro.

Deputado Marco Aurélio, a Bancada do PT de fato é favorável, como V. Exa. disse.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Gostaria do seu aparte, Deputado.

 

O SR. Marco Aurélio - pt - Se for muito rápido. Gostaria que V. Exa. se inscrevesse para falar porque o Deputado, Presidente Estadual do PSDB, vem aqui e fala que quer debater. Venho aqui para debater e o Líder do PSDB diz que é para votar. É para debater ou para votar?

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - É uma prerrogativa de V. Exa. me dar o aparte ou não. Estou lhe pedindo um aparte e vai ser muito breve.

Gostaria de dizer que não é verdade o que o Deputado Alencar falou. O projeto não foi votado por conta de uma obstrução do PT. Não foi por conta de relator, não foi por conta de nada. O projeto ficou pronto para ser votado no mês passado e não foi votado por uma obstrução do PT.

 

O SR. Marco Aurélio - pt - O seu aparte está concluído e vou lembrar a V. Exa. o seguinte: o Deputado Carlos Bezerra, Líder do PSDB, veio ao microfone e perguntou: “Vamos fazer o acordo para votar o projeto?” E o Deputado Alencar falou: “Vamos. Então, a gente aprova a emenda do PT, que retroage os vencimentos.” Aí não houve acordo! E somos nós que não queremos votar! Vamos lembrar as coisas da forma como aconteceram.

 

O SR. Marcos Martins - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Vossa Excelência deveria pedir para outros se inscreverem e deixarem o seu tempo livre, assim como outros usaram o tempo. É uma forma de escamotear e pegar o seu tempo.

Com relação ao projeto dos médicos, é bom registrar que, em primeiro lugar, não passou pela Comissão de Saúde. De cambalhota, com urgência, veio para cá, ficou um mês na CCJ e foi direto para o Congresso de Comissões. Foi anulado porque não permitiram que a bancada de oposição lesse o voto em separado. Agora, chegou na Comissão de Saúde. Hoje, não deu quórum. Se fosse possível, iríamos pedir para incluir, porque chegou atrasado. A base do Governo não estava presente, não deu quórum. Aí, não foi possível discutir o projeto. Eles boicotaram; eles obstruíram. Agora, vêm com essa conversa que defendem médico? Há quantos anos os médicos aguardam esse reajuste? Agora, com urgência, no Dia do Médico, fazem aquela propaganda para dizer que estão salvando a Saúde? O que é isso?

 

O SR. Marco Aurélio - pt - Excelente registro, nobre Deputado. Eu não sabia que hoje, na Comissão de Saúde, mais uma vez, não deu quórum porque a base governista não compareceu. O projeto dos médicos, que o Presidente Estadual do PSDB disse que o PT não quer votar, não está possível de votação porque não tinha gente do PSDB para avalizar o projeto. Vejam como são as coisas! Por isso é bom o debate.

Continuando o debate, não reconhecer o número de pessoas que ascendeu à classe médica, não reconhecer que o salário mínimo subiu, não reconhecer que o emprego voltou é uma pequenez muito grande.

Marquei a questão do Pinheirinho para falar porque, até hoje, o Deputado Samuel está me devendo uma resposta. Quando denunciei essa questão, ele falou que verificaria tudo e traria uma resposta. Estamos em dezembro e, em janeiro, vai fazer um ano do acontecido. As pessoas continuam sem casa, sem nenhuma política habitacional do Governo do Estado.

A Operação Pinheirinho foi comandada pelo Coronel Messias, que já caiu; pelo Coronel Antonio Ferreira, que já caiu; pelo Prefeito Eduardo Cury, que já perdeu a eleição. Só falta o Governador cair. As pessoas envolvidas no caso Pinheirinho, uma a uma, estão caindo.

Vamos voltar ao projeto. Peço que a câmera pegue esse valor, que é o que o Governo do Estado de São Paulo conseguiu de financiamento no Governo Collor/Sarney. Aqui, é o que conseguiu de financiamento no Governo Fernando Henrique Cardoso. E aqui é o que já conseguiu de financiamento no Governo do PT. Lembrando que o Governo Federal é PT e o Governo Estadual é PSDB.

Não adianta dizer, como já foi mencionado aqui: “Mas é porque agora o Estado tem competência, tem condições...” Não é isso. A questão é que agora o Governo Federal, nesse projeto de desenvolvimento do Brasil, disponibiliza o dinheiro para qualquer prefeitura e para qualquer estado. Não adianta vir aqui dizer: “Não, também iríamos fazer isso...” Primeiro, se fosse o PSDB que estivesse no Governo Federal, nem Banco do Brasil teria, porque já estaria privatizado. Caixa Econômica Federal também não. Como deu tempo de segurar a onda de privatizações.

Cadê o Banespa e a Nossa Caixa para financiar programas agrícolas no Estado de São Paulo, para financiar programas de moradia no Estado de São Paulo? Não tem mais! Esse volume de recursos que estamos prontos para aprovar é um conjunto financeiro, na base de empréstimos, que irá viabilizar desenvolvimento no nosso Estado. Se é para desenvolver, não tem que ver cor de partido nenhum. Se o Governo Federal é do PT e o Governo Estadual é do PSDB, não tem cor partidária. É para aprovar, é para vir dinheiro, é para desenvolver, é para gerar emprego porque é isso que queremos: um Estado de São Paulo andando na velocidade que o Brasil está andando. O problema é que, às vezes, na condução do Estado, fica aquele negócio de não vai, dá dois passos para frente e três para trás.

O Governo do Estado precisa de mais agilidade, precisa ter foco, precisa ter competência. Do jeito que está... Vocês acham que pode ser sinônimo de competência ficar negando o problema da Segurança, até bem pouco tempo atrás? “Não, não tem problema, está tudo certo.” Controle de quem? Você tem que ser claro, enxergar o problema e enfrentá-lo.

Espero que esse projeto seja mais um sinal nosso, da bancada de oposição, que está dando apoio ao Governo de São Paulo, para que pegue esse dinheiro de financiamento, e faça um bom uso no desenvolvimento e na geração de emprego. Nós não aguentamos mais o Estado de São Paulo andando para trás. Queremos o nosso Estado andando para frente, gerando emprego, se desenvolvendo e sendo a locomotiva deste país. É isso que queremos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Com a palavra, para falar a favor, o nobre Deputado Marcos Martins, pelo prazo regimental.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de pelo menos corroborar e reafirmar o que o meu amigo, Deputado Marco Aurélio, falou aqui. Meu caro Deputado Antonio Salim Curiati, que é médico e conhece o Projeto dos Médicos, este projeto precisa passar pela Comissão de Saúde, é lógico. Mas não envia para a Comissão de Saúde, vem de cambalhota para o Congresso de Líderes porque ficou preso na CCJ e o Governador pede urgência. Não consegue levar à frente no Congresso de Líderes porque a maneira de conduzir foi truculenta, não permitindo que se fizesse voto em separado. Nem isso. E volta à Comissão de Saúde só agora, depois de tudo isso e ter sido anulado o Congresso de Líderes. Veio com urgência à Comissão de Saúde e iríamos tentar incluir hoje se houvesse quorum. Mas não houve. E a responsabilidade agora é da oposição? Faça-me o favor.

Estamos aqui para falar um pouco sobre o empréstimo. É o Projeto de lei 598, de 2012, com urgência. Por falar em urgência, estava dando uma olhada nos vetos: de quinhentos e poucos projetos, quatrocentos e poucos que constam na pauta hoje são de vetos. São vetos de projetos de deputados. E os que foram votados levaram uma canetada. A maioria dos projetos dos deputados é vetada. Basta pegar a Ordem do Dia para dar uma olhada.

Temos um projeto de nossa autoria e que foi colocado no Colégio de Líderes: é um projeto para fazer apenas uma adequação da Lei Federal de Resíduos Sólidos. Ele obriga a quem produzir o lixo dar destinação correta, principalmente o lixo perigoso que precisa de um aterro tipo 1, como o amianto, que é cancerígeno. Precisa ter uma destinação das empresas, que enviaram o material proibido no Estado de São Paulo. Depois de 2007, quando foi aprovada essa lei, as empresas são obrigadas a dar destinação ao lixo que produziu. São três mil tipos de aplicações aproximadamente na utilização de amianto, mais comum na construção civil: caixas d’água, telhas. Há também fios cirúrgicos, juntas de cabeçotes, até Paviflex, Durepox, chapas de forração e divisórias de parede. Não podemos jogar esse tipo de lixo em um aterro comum e os lixões têm um prazo para se adequar à Lei Federal.

O que estamos fazendo é uma adequação da nossa lei, que foi aprovada por esta Casa. Passou por uma maratona de problemas jurídicos, por questionamentos da FIESP. Essa barreira foi vencida e foi ao Supremo Tribunal. Depois de muito ser debatido, por sete a três, em 2008, a lei foi considerada constitucional. O Supremo analisou pelo menos dois pontos: primeiro, que ela protege mais a saúde e o meio ambiente; segundo porque temos uma convenção internacional, OIT, em que o Brasil é signatário, Convenção 162, em que os estados membros têm de aceitar os encaminhamentos do Estado Maior. Ele recomenda o banimento do amianto em todos os estados que assinaram a Convenção 162, da OIT. A Organização Mundial de Saúde também faz uma estimativa: em torno de 110 mil pessoas morrem, por ano, em função do amianto. E a Secretaria de Saúde do Estado, através da Vigilância Sanitária, fez um levantamento com o Ministério do Trabalho: de 160 empresas que utilizavam este produto cancerígeno, 158 já fizeram a conversão. Duas apenas insistem em continuar usando amianto. Imagine se voltarmos todo processo atrás? Vamos prejudicar 158 empresas para beneficiar duas? Imagine o número de trabalhadores que será prejudicado.

Estamos apenas tentando fazer essa emenda para que o Estado fique alinhado com a Lei Federal de Resíduos Sólidos, e se adequar. Os municípios terão de fazer isso também; e que a responsabilidade das despesas sejam dessas empresas que não respeitaram a Lei do Estado. É preciso se adequar à Lei Federal. Apenas isso. Mas até agora não isso não foi aceito no Congresso de Líderes. É uma emenda à lei de minha própria autoria.

É preciso votar os projetos de deputados. Vamos votar só projetos do Governo do Estado, que vêm de cambalhota e com urgência? Precisa votar correndo porque o Governo fica bravo com alguns? Não dá.

Diz o projeto: Autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, o Banco do Brasil - BB, o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD, ou outras instituições financeiras internacionais, bancos privados nacionais e internacionais, agência multilateral de garantia de financiamentos.

Valor total das operações de crédito: 800 bilhões, 600milhões, mais 210 e mais 507 bilhões de dólares, de 20.12.2011. O valor do dólar 1.87 e 58. Total em reais: 3.806.747.860 - três bilhões, oitenta e seis milhões, setecentos e quarenta e sete mil e oitocentos e sessenta reais. Aonde serão aplicados os recursos? Obrigatoriamente na execução dos seguintes projetos:

Item 1 - prolongamento da Linha 2 - Verde, monotrilho, trecho Vila Prudente, Hospital Tiradentes a cargo da Companhia Metropolitana de São Paulo - Metrô - até o valor de 800 milhões de reais. Espero que esses valores a Alstom não esteja dando risada.

Item 2 - programa de logística e transporte do Estado de São Paulo a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo - DER - até o valor equivalente a 600 milhões de dólares norte americano.

Item 3 - programa água limpa, a cargo do Departamento de Águas e Energia - DAEE - até o valor de 210 milhões e 800 mil reais.

Está mesmo precisando de tratamento de água e esgoto. O Estado de São Paulo trata muito pouco e muitas redes precisam ser substituídas.

Existem duas cidades que fizeram substituição das redes de amianto, Deputado Salim. Estou-me dirigindo a V. Exa. porque V. Exa. é de Avaré e sabe a quantidade de amianto que estava lá abandonada, que já havida tido audiência pública na Câmara Municipal, já havia a cobrança da Secretaria do Meio ambiente, do promotor público um monte de ações para que isso fosse retirado.

Fizemos uma ação e saíram de lá aquelas toneladas de amianto. Nas três carretas estavam escrito: “Avaré, livre de amianto”. Material perigoso tipo 1: destino Tremembé.

Por falar em Tremembé, só existem duas cidades que tem aterro apropriado para o amianto, que é reconhecido pelos órgãos do meio ambiente, Cetesb e outros, que é Tremembé e São José dos Campos.

O que estamos fazendo com esse nosso projeto? Para o Estado não pagar no aterro privado, porque não existe aterro público para depositar esse material perigoso, cancerígeno. Não existe aterro público para depositar isso. Vai lá para o aterro de Tremembé, que é privado e cobram caro. Para transportar, precisa ter controle especial. Precisa ser acompanhado de batedores, transportado fechado, embalado com todo cuidado. E, para se manusear isso, as pessoas precisam usar capacete, máscara, macacão e é preciso jogar em cima uma cola para que não desprenda nenhuma fibra. Não pode ser uma empresa rápida, uma tal de Rápida 900, que está proibida de transportar, mas que está transportando tombando carretas aqui pela Anhanguera afora. Não pode fazer isso. Não existe uso seguro, controlado. A única forma é o banimento. Então, o Estado de São Paulo, que já deu um passo à frente com vistas à saúde pública e meio ambiente, proibindo o uso desse produto, nada mais justo que se faça completo. Quem produz o lixo que dê a destinação correta também, arcar com as despesas e não deixar a saúde pública com essas despesas.

Volto aqui aos valores onde serão empregados.

Item 4 - projeto de melhoria logística e de infraestrutura de acesso ao Porto de Santos, a cargo da Secretaria de Logística e Transporte, órgão responsável pela execução do projeto por meio do Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A, até o valor equivalente de 506 milhões e 700 mil dólares norte americano.

Para finalizar a minha fala, quero dizer que vamos votar favorável, mas deixo bem esclarecido de que o Governo Federal tem feito investimentos.

O nosso companheiro Marco Aurélio mostrou, mas, infelizmente, a TV não conseguiu ver os valores. Então, permita-me, Sr. Presidente, dizer rapidamente os três valores aqui: Sarney, Collor e Itamar de 85 a 94, 6,53 bilhões; FHC, 95 a 2002, isso investimento aqui em São Paulo, menos que os outros, 4.92; o Governo Lula e Dilma 38 bilhões de investimento aqui no Estado de São Paulo. Então, o Governo republicano que tem ajudado o País a crescer, a se desenvolver com a inclusão social e com responsabilidade. Muito obrigado.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só quero saudar e cumprimentar a Chapa 1, da Sindalesp, Sindicato aqui desta Casa e do Tribunal de Contas, que encabeçada pela funcionária da liderança, a Desiree como Presidente, a Márcia também faz parte, foi a vencedora.

Estou aqui, em nome da bancada para cumprimentá-la e desejar sucesso nos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência também parabeniza a todos que concorreram, especialmente a Chapa vencedora.

Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor.

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aqueles que nos assistem através da TV Assembleia, amigos que visitam o nosso plenário, quero saudar a todos e dizer que ouvindo atentamente as manifestações dos nossos companheiros deputados da Bancada do PT, os deputados que compõem a base do Governo Alckmin nesta Casa, mesmo respeitando as opiniões diversas, penso que seja fundamental para o esclarecimento da população que alguns comparativos sejam aqui estabelecidos porque não se vive apenas de trololó. É preciso que os números, as estatísticas, os resultados possam servir como referência nas nossas manifestações. E é nesse sentido que quero recuperar alguns resultados ocorridos no Brasil nos últimos 20 anos para que pudéssemos fazer justiça aos governos que se sucederam na nossa República.

O maior crescimento durante os oito anos do Governo Fernando Henrique Cardoso foi de 2,3% do PIB.

É verdade que o nosso crescimento em função da crise violenta que se abate sobre os Estados Unidos e Europa é diminuto, nós reconhecemos isso porque estávamos num ritmo de crescimento econômico bastante avantajado. Enfrentamos a crise de 2008/2009 e agora a crise de 2012 na Europa. Evidentemente que isso reflete na nossa economia, mas comparativamente aos anos do tucanato no Governo Federal não estamos tendo nenhuma surpresa.

Mas as exportações brasileiras durante os oito anos do Governo Fernando Henrique Cardoso atingiram 50 bilhões de dólares anuais.

O Governo do Presidente Lula, que viajou o mundo, fez caravanas com dezenas e dezenas de empresários, que levou ao conhecimento de países com os quais não tínhamos tratativas comerciais os nossos produtos, a nossa produção agrícola, multiplicou os valores das nossas exportações por cinco. Hoje o Brasil exporta 250 bilhões de dólares por ano, cinco vezes mais que a média do Governo do PSDB. Ao mesmo tempo estas exportações provocaram um aumento da nossa produção na agroindústria, nas commodities e nos manufaturados, gerando emprego no Brasil.

Durante os oito anos do Governo do Presidente Lula foram mais de 15 milhões de empregos novos com carteira assinada, que levou os índices de desemprego deste País a índices nunca antes conhecidos. Os 6% de desempregos anotados pelos indicadores nos dão conta tecnicamente de pleno emprego no nosso País. Foi por conta da política expansionista de mercados implantada no Governo do Presidente Lula que fortaleceu no passo seguinte o mercado interno, ampliou as linhas de crédito, reduziu os juros e vejam: por conta de uma ação corajosa do Governo da Presidenta Dilma, que enfrentou o mercado financeiro, e através de operações junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES e outros instrumentos do mercado financeiro controlados pelo Governo, a taxa de juros chegou a números que nunca imaginávamos ver neste País. Esta é a verdade, o resto é trololó de quem quer falar de questões que são insufladas por uma mídia comprometidíssima com a elite, que não suporta ver este projeto liderado pelo PT e seus aliados, liderado pelo Presidente Lula e pela Presidenta Dilma obter os resultados que obtivemos nestes últimos 10 anos.

É muito triste ver que o grande catedrático, o príncipe dos sociólogos que governou este País por oito anos não atingiu nem de perto nem de longe os resultados econômicos e sociais que foram conquistados pelo Governo do PT e ainda com inovações importantes.

O Programa Luz para Todos levou energia elétrica para os rincões mais distantes, para as corrutelas mais pobres deste País, abrindo essa possibilidade para aqueles que nunca tinham tido chance de acender um bico de luz nas suas casas. Além de ter o conforto da energia elétrica, com a geladeira, com a televisão, com a iluminação, ainda promoveu o desenvolvimento econômico para a produção agrícola, para a produção de hortifruti, para as granjas. O Programa Luz para Todos levou energia elétrica para 10 milhões de brasileiros. Dez milhões! Se isso não bastasse, a criatividade, a inovação, a inventiva, a capacidade de gerar novos projetos deste Governo estabelece no nosso País a grande revolução educacional que começa com a creche incluída como o primeiro passo na educação da criança. Incluir a creche no Fundeb foi uma atitude importantíssima para que o País pudesse investir de fato na Educação.

Mas não parou por aí. Ampliou o número de campi universitários. Várias e várias faculdades. Extensões universitárias. Escolas técnicas que no Governo anterior eram proibidas de serem construídas com verbas do Governo Federal, proibidas! Havia um decreto do Presidente Fernando Henrique Cardoso que impedia o Governo Federal de implantar escolas técnicas no Brasil e o Presidente Lula rompeu com isso e ampliou de maneira significativa o número de escolas técnicas. Aqui no Estado de São Paulo foram várias e pelo Brasil afora inúmeras.

Se fosse só isso já era muita coisa. Mas além disso, criou um mecanismo de financiamento da educação daqueles que mais precisam. Trabalhadores e filhos de trabalhadores que provavelmente não teriam condições de arcar com uma mensalidade de mil, mil e quinhentos, dois mil reais por mês, hoje através do ProUni estão formados, são profissionais capacitados, homens e mulheres que adquiriram condições de enfrentar o mercado de trabalho, em igualdade de condições com aqueles mais abastados, mais de dois milhões de jovens atendidos pelo ProUni. Será que isso tudo isso é conversa fiada? Será que tudo isso não é palpável, não é dimensionável, não é possível de ser visto concretamente? Se fosse só isso já seria suficiente.

Mas, o mais importante de tudo que nós comentamos, a geração de empregos, a distribuição de renda, o ProUni, o Luz para todos, o Bolsa-Família, tudo isso tem um único objetivo, o mais fundamental entre todos, o mais importante de todos os objetivos é tirar aqueles miseráveis da condição subumana em que viviam; é oferecer oportunidade para que essas pessoas tenham uma vida digna. Eram 44 milhões de brasileiros que em 2002 viviam abaixo da linha da pobreza.

O que significa viver a abaixo da linha da pobreza? Significa não comer todos os dias, significa fome, significa miséria. É isso mesmo: significa fome, significa miséria.

E foi através desses programas sociais, através desse conjunto de ações articuladas que resultou na ascensão de milhões e milhões de brasileiros, que não tinham o menor acesso ao mercado de consumo, e que hoje estão trabalhando, gerando riqueza para o nosso País, fortalecendo o nosso mercado interno.

Novamente eu pergunto: será que quem tem razão quando expressa aqui as suas opiniões são aqueles que vivem do imaginário, que vivem da crítica fácil, que vivem do ataque, que vivem da cobrança?

O Brasil, felizmente, é um País especial. O Brasil com a sua miscigenação, com a construção de uma sociedade múltipla, acabou por encontrar o seu verdadeiro caminho, acabou por identificar os seus objetivos maiores.

Somos quase 200 milhões de brasileiros e brasileiras, em que pese o ataque frontal de setores comprometidos da mídia, tentando disseminar o ódio contra o Partido dos Trabalhadores, de alguma maneira atacar a maior liderança popular da história desse País, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e não conseguem.

Uma coisa é a fantasia criada por alguns, a outra é a realidade que cada um vive nas suas casas, nas suas famílias, nas suas escolas. O que fala mais alto é a vida real, na concretude do dia-a-dia, é a sua condição de vida melhorada, é sem dúvida alguma esse Brasil novo que há dez anos está experimentando uma nova esperança, um novo modelo, um novo amanhã, que certamente ainda nos trará, além das que nós já conquistamos, muitas e muitas alegrias.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Para falar a favor, tem a palavra o Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, antes de entrar no mérito do projeto, só quero lembrar que o nosso Líder, Deputado Alencar Santana, leu uma Questão de Ordem hoje, e que ainda não foi respondida. Essa Questão de Ordem é baseada numa lei aprovada nesta Casa em 97, de autoria da querida Deputada Maria Lúcia Prandi, que passou por esta Casa deixando sua marca, inclusive, na aprovação dessa lei.

Essa lei diz que todos os empréstimos encaminhados a esta Casa, precisam vir acompanhados de um esboço de conteúdo, estrutura e objetivos do projeto; resumo das estratégias de execução de cada subcomponente contido no projeto; indicação clara dos órgãos ou Secretarias de Estado que executarão o projeto; cronograma de ações importantes e sua execução; disposições claras quanto às obrigações contraídas pelo Estado e a forma de pagamento. E o art. 4º dessa Lei 9790/97, da querida Maria Lúcia Prandi, estabelece que “Ausentes os requisitos previstos nesta lei, o pedido dirigido à Assembléia Legislativa será arquivado”.

Sr. Presidente, nós já estamos praticamente terminando a discussão desse projeto e não sei se isso é legal. Se existe uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo Governador, e essa lei não está sendo cumprida, por isso, inclusive, que foi feita a Questão de Ordem. Como é que estamos discutindo esse projeto?

Lembro de outras vezes que nós levantamos esses problemas, Deputado Marco Aurélio, e foi interrompida a discussão enquanto não chegassem esses requisitos que estão estabelecidos em lei. E hoje foi lida uma Questão de Ordem pelo Deputado Alencar Santana Braga, nosso Líder, e o barco foi andando, foi tocando. Está se discutindo o projeto e estamos chegando ao final. Numa dessas colocamos o projeto até em votação e se aprova com essas ilegalidades, caberão ações judiciais, apesar de ser um projeto que a Casa toda, inclusive a Bancada do Partido dos Trabalhadores, se colocou favorável. Mas há de se cumprir aquilo que foi aprovado por nós Deputados e sancionado pelo Governador à época tucano também, do PSDB, em 1997.

Então, Sr. Presidente, não sei se V. Exa. vai responder essa Questão de Ordem, ainda no decorrer da discussão, se dá tempo, e caso não dê, que essa resposta seja apresentada, enfim, que sejam atendidos esses requisitos, antes de colar esse projeto em votação. É o mínimo que precisamos exigir nesta Casa; que se cumpra a lei por nós aprovada, e sancionada pelo Governador.

Muitos parlamentares, principalmente os do PT, já fizeram colocações a respeito desse empréstimo - projeto em questão. Inclusive o Deputado Marcos Martins fez questão de repetir, mais uma vez, a boa vontade da oposição nesta Casa, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e principalmente a boa vontade do Governo Federal em relação ao Estado de São Paulo; e os dados que temos aqui não mentem; são dados concretos; são dados do Governo do Estado de São Paulo.

Governo Sarney, Governo Collor e Governo Itamar, de 85 a 94, o Estado de São Paulo recebeu 6,53 bilhões de empréstimos. No Governo Fernando Henrique Cardoso, os oito anos, Governo tucano, e o Governo do Estado de São Paulo também tucano. Então haveria uma facilidade, uma parceria para virem esses empréstimos, mas foi menos que no Governo Itamar, Collor e Sarney, 4,92 bilhões. Por que será, se tinha o Governo Federal na mão, tinha uma maioria que aprovava tudo quanto é projeto no Congresso, aprovava até reeleição, que não existia, para Fernando Henrique Cardoso, até com o episódio da compra de votos, painel eletrônico, tudo no Governo Fernando Henrique Cardoso, tudo no Governo tucano. Pois bem, mandaram menos dinheiro, menos empréstimo para o Estado de São Paulo que na época de Itamar, Collor e Sarney. E agora no Governo Lula, no Governo Dilma, com um governo tucano também no Estado de São Paulo, até dezembro de 2011, 38,07 bilhões de reais chegaram ao Estado de São Paulo.

Como V. Exa. colocou, Deputado Marcos Martins, isso é um Governo republicano. Isso é um Governo dinâmico, que não persegue, Governo que atende os interesses da população, pensa no povo. E fez isso com todos os estados brasileiros; não privilegiou os tucanos aqui em São Paulo, ou um Governo do PT em qualquer estado do Brasil. Ele simplesmente foi republicano e atendeu todos os governadores, não importa de que partido fosse. Por isso que o Brasil melhorou, por isso que o povo brasileiro está mais feliz, mais contente. O povo brasileiro melhorou de vida. O Deputado Antonio Mentor colocou aqui dados do crescimento econômico. Hoje, o brasileiro tem orgulho de ser brasileiro. Hoje, o brasileiro viaja para o exterior com orgulho de ser brasileiro. Chega até puxar assunto e tem coragem de dizer que é brasileiro. E o povo de lá reconhece e pergunta como está nosso país, como este Governo conseguiu fazer o Brasil crescer, se o mundo todo está em crise, com crescimento baixo.

O Deputado Pedro Tobias, Presidente do PSDB do Brasil, colocou que o País cresceu pouco. Cresceu pouco, queríamos que crescesse mais, em relação a outros países cresceu pouco. Deputado Pedro Tobias, dê uma olhadinha para ver o quanto esses países tinham de negativo no crescimento para V. Exa. comparar com o nosso País.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, solicito regimentalmente uma verificação de presença, até mesmo porque gostaria que a base governista ouvisse o que quero falar.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Convido os nobres Deputados André Soares e Estevam Galvão para auxiliarem a Presidência na verificação de presença ora requerida.

 

* * *

 

- É iniciada a chamada.

 

* * *

 

 O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É constatado quorum regimental. Esta Presidência agradece os nobres Deputados André Soares e Estevam Galvão e devolve a palavra ao Deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Então o povo brasileiro está feliz da vida.

Não vou deixar de falar também sobre o que o Presidente do PSDB falou aqui sobre a questão de denúncias de corrupção. No Governo Lula, no Governo do PT a Polícia Federal funcionou, e funciona. O Ministério Público funciona; o Procurador-Geral da República funciona. No seu Governo tudo era encoberto, ia para debaixo do tapete. Só para dar um exemplo, há CPI para tudo quanto é coisa em Brasília, nos oito anos de Governo Lula e nos dois anos de Governo Dilma. E aqui em São Paulo, nesta Casa, qual foi a CPI aberta da oposição ou de qualquer denúncia feita pelos meios de comunicação? O FDE, que foi denunciado, foi aberto processo, e o Governo do Estado segurou o Presidente, até uma hora em que não conseguiu mais. E agora ficamos sabendo que afastou, e ele continua recebendo salário, salário do povo do Estado de São Paulo.

A Linha 4 do Metrô, onde houve mortes, um escândalo atrás do outro: foi aberta CPI? Não. A Linha Lilás, a Linha 5, da nossa querida Zona Sul de Santo Amaro, que a "Folha de S.Paulo" antecipou em seis meses quem iria ganhar os lotes. O Ministério Público suspendeu as obras, mas não foi aberta CPI aqui. A história do Paulo Preto, do Rodoanel, não foi abeta CPI aqui, ninguém falou nada. A questão da Alstom, da Siemens, não foi aberta CPI aqui. E o Detran, que no relatório o Tribunal de Contas, para aprovar as contas do Estado de São Paulo, faz ressalvas e um prejuízo enorme, um desvio enorme. E não é aberta CPI aqui. Faz mais de 15 anos que não se abre uma CPI da oposição na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nessas CPIs abertas, até os membros que participam delas se sentem envergonhados por participar, tanto é que se fizermos um levantamento, tenho certeza de que 70%, no mínimo, das sessões não deram quorum. Nem os membros da base governista não vão dar quorum, porque se sentem envergonhados, CPIs feitas para não deixar abrir CPIs importantes para se investigar aqui no Estado de São Paulo.

É por isso que não tem nada sendo apurado aqui no Estado de São Paulo, porque o Governo do Estado omite, não deixa apurar, enquanto que em Brasília as coisas vêm às claras, doa a quem doer. Sr. Presidente, essa é a realidade do Estado de São Paulo. E não é à toa que na última pesquisa o Governo Geraldo Alckmin, o Governo tucano, caiu 20 pontos no ótimo/bom. Isso é uma grande sinalização do povo, que está cansado do Governo tucano no Estado de São Paulo.

Nós nem falamos de Segurança Pública, nem falamos dos desmandos vários que temos por aí.

Cedo um aparte do nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Recebemos dois projetos de alienação de bens, o 604 e o 650. Cerca de 550 imóveis serão alienados: o Detran do Villa-Lobos, o CDP de Pinheiros, o ginásio de esportes aqui do nosso lado. Já estão sendo feitas licitações desses imóveis, e o projeto não foi sequer votado aqui. Aliás, temos até o Iamspe de Ribeirão Preto, e os servidores públicos estão cheios de problemas, há falta de médicos, para marcar uma consulta. É muito sofrimento.

São bens dos servidores públicos. Eu quis fazer apenas essa lembrança para Vossa Excelência.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Obrigado, Deputado Marcos Martins, por sua intervenção. Todo apoio ao seu projeto no combate incansável ao amianto. Espero que seu projeto seja votado ainda neste ano. Que nós votemos projetos de Deputados, e que o seu projeto entre em pauta e seja votado.

Sr. Presidente, eu não poderia deixar de falar também, sobre o Governo tucano, sobre o que está acontecendo agora no Brasil. A Presidenta Dilma resolveu diminuir os juros, o que os tucanos não tiveram coragem de fazer. O setor financeiro ganhou muito dinheiro no Brasil, e continua ganhando.

Mas a Presidenta teve a coragem de diminuir os juros. Começou pelos bancos estatais, e então os outros tiveram que vir atrás. Por isso é bom ter patrimônio estatal, da União, ter força - Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal. Se tivessem vendido, como os tucanos fizeram, de vender a Nossa Caixa Nosso Banco, isso não poderia ser feito: diminuir os juros e melhorar a vida das pessoas. Diminuiu as prestações, o custo das compras.

Diminuiu o IPI da linha branca, do automóvel, o que aqueceu a economia, para enfrentar a crise internacional. E agora manda um projeto para o Congresso, inimaginável alguns anos atrás, diminuindo em 20% a conta da energia elétrica, para setor produtivo e para o cidadão.

E quem se colocou contra? Três Governadores tucanos: o Governo do Estado de São Paulo, através da Cesp; o Governo do Paraná, através da Copel, do PSDB: e o Governo de Minas Gerais, através da Cemig. Difícil de acreditar que governos tucanos querem impedir a diminuição da conta de energia elétrica do cidadão brasileiro.

Depois reclamam quando nós falamos que eles não gostam de povo, que não estão a favor dos pobres. Eles estão a favor de quem, nesse projeto? Eles estão a favor dos acionistas, das grandes empresas, que compraram esse setor na época em que eles privatizaram. E hoje, quando o padrão é o lucro de 20%, eles chegam a lucrar 77%.

Os governos tucanos são contra diminuir o custa da energia elétrica para todo o setor produtivo do Brasil e para o cidadão. Imaginem a dona de casa receber uma conta, e ficar sabendo que a partir de janeiro vem um desconto de 20%. Imaginem o tanto que vai ajudar na produção, vai aquecer a economia.

Fica claro, realmente, quem está do lado do povo, e quem está contra o povo. Quem está do lado dos acionistas, das empresas, que ganham dinheiro. Elas podem continuar ganhando, investindo no Brasil, mas dentro de um padrão, dentro de um limite.

Esse projeto da energia elétrica realmente vai dar o que falar. É uma sinalização, realmente, do que pensa o Governo do PSDB, em todos os Estados onde governa, e o que pensa do Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo, para falar contra.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o Projeto de lei que estamos discutindo agora é o veto parcial ao Projeto de lei do então Deputado, nosso querido e saudoso Deputado José Cândido, uma pessoa maravilhosa, correta, honesta, que morreu em circunstâncias tão difíceis, dentro do quadro da Saúde pública brasileira.

Eu me inscrevi nessa linha da obstrução, que a nossa bancada está organizando, por conta da votação do fim de ano. Todos estamos cansadíssimos, mas foi a tática utilizada pela nossa bancada, para que houvesse uma finalização de ano mais respeitosa, para que não saíssemos, nós da oposição, tão desmoralizados aqui da negociação da Assembleia Legislativa, no que concerne a aprovar Projeto de lei de Deputados, discutir as emendas do orçamento, e esse turbilhão de Projetos de lei que são mandados nos últimos 15 dias de governo, para que possamos votar sem discutir.

Na medida em que houve uma mudança no Regimento Interno da Assembleia Legislativa, a nossa capacidade de obstrução ficou bem diminuída, como se nós estivéssemos no corredor da morte, que a única escolha que poderíamos ter diante da pena de morte é escolher o método, se vou morrer na cadeira elétrica, se na câmara de gás, por fuzilamento. As opções que os tucanos nos oferecem são essas.

 

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- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.

 

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Aqui nesses confortáveis tapetes, nessas almofadas maravilhosas, parece que a política brasileira é alguma coisa civilizada. Mas amanhã, no STF, vai ser discutido o rumo da política brasileira, o rumo da democracia, e aponta no caminho de uma séria crise institucional, que é a cassação do mandato dos parlamentares do processo do chamado Mensalão, onde vai haver um desempate, que está em 4x4, e o Ministro Celso de Mello vai votar se o STF pode cassar os Deputados.

Amanhã é a encruzilhada da democracia. Esse processo irá para a Câmara e lá vai se discutir se a decisão do Supremo prevalece sobre a Constituição.

Há pessoas felizes, achando que o grande atingido do processo do Supremo é o PT e as pessoas que estão aliadas com o PT no Governo Federal. Há pessoas mais felizes ainda, achando que, se o rumo da votação continuar, com o voto de cinco a quatro, nossos companheiros e os demais partidos poderão ser cassados.

Então, estamos diante da crise, da crise anunciada. Qual o objetivo dessa crise? Cassar a legenda do PT e atingir o Presidente Lula. A manchete do Jornal “O Estado de S.Paulo” de hoje, dia 11 de dezembro de 2012, vai no sentido da cassação da legenda do PT e da cassação do mandato político e dos direitos políticos do Presidente Lula. O objetivo é anular o Presidente Lula, como foi feito em 1947 com a legenda do PCB e a cassação de Vargas, e com a cassação de João Goulart em 1964.

Publicados, 15 dias atrás, a pesquisa de opinião pública sobre a aceitação popular da Presidenta Dilma, os índices de aceitação popular do Governo Geraldo Alckmin e o publicitário de Brasília que disse que Lula seria candidato ao Governo do Estado de São Paulo, instalou-se uma verdadeira batalha jurídica e de comunicação contra o PT para atingir o Presidente Lula. O alvo dessa campanha toda é pegar o Presidente Lula.

Aí, as pessoas vão dizer: “Ótimo pegar o Lula, pegar o PT. Já não chega o estrago que o Lula fez na Cidade de São Paulo, virando o jogo, ajudando Fernando Haddad a se eleger, derrotando Serra?” Ainda dizem “Lula aliado de Maluf”.

Lógico que o Merval Pereira e a Renata Lo Prete não podem ser comparados com Carlos Lacerda, mas a mesma perseguição foi feita contra Getúlio Vargas, o que levou ao suicídio de Vargas. Criou-se uma crise institucional no nosso País, que foi até a eleição de Jânio Quadros, a posse de Goulart, a derrubada de Goulart, ao golpe e à ditadura.

A situação é gravíssima. Qual é o problema da Assembleia Legislativa? Aparentemente, somos todos irmãos. Apresentem um projetinho de deputado para votar, acertemos as emendas de Orçamento e sairemos todos contentes, aprovando projetos extraordinários, de grande magnitude do Governo do Estado de São Paulo. Não é por aí. Nos bastidores, as forças políticas que estão nos cassando estão no Governo do Estado, estão no Governo Federal.

Assim que saí da Prefeitura, organizaram cinco processos de improbidade administrativa contra mim. E sabem o que o PT fez, na vitória de Fernando Haddad? Nomeou o procurador-geral do município da administração Kassab para o Governo do PT. O que quer dizer isso? Nenhuma indisposição, nenhuma vontade de cassar, de perseguir, de judicializar a política. Não me perguntem a minha opinião. Estou dando uma informação.

Nesse terreno dos punhos brancos, das luvas, dos minuetes, da verborragia do tempo do Império, de V. Exas., data vênia, tem muita apunhalada, muita traição, muita cassação. Todo mundo sabe que José Genoino é uma pessoa absolutamente honesta, que não teve variação patrimonial. Todo mundo sabe que, se houve captação de recursos, foi para utilizá-lo na política. Mas o PT fez a captação de recursos e tem que ser condenado à morte. E Lula está, todos os dias, nas páginas dos jornais como um grande chefe de quadrilha.

Há aqueles que falam: “Oba, o PT vai ser cassado; Lula vai para o gueto.” Iremos todos. Quando Ademar de Barros bateu os tambores e pediu o golpe, ele estava na lista do Segundo Ato Institucional. Não saiu no Ato Institucional nº 1, saiu no nº 2, mesmo com toda a família dele lá, redigindo os Atos de Exceção. Não nos enganemos. Estão nos perseguindo, querem cassar o mandato de todas as pessoas que estiveram próximas do Lula, todos, todos, todos.

Mas o objetivo é pegar o Lula. Se possível, colocá-lo na cadeia; se possível, tirá-lo da política, como em 1964, quando as pessoas que eram suspeitas de serem comunistas tinham suas casas apedrejadas. Professores, funcionários públicos, juízes eram perseguidos e achincalhados. Suas crianças iam à escola e eram desmoralizadas e perseguidas, como o Deputado Marcos Martins conta as histórias do interior do Paraná, da sua família.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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Esse rapapé parlamentar de plenário tem uma faca enorme enfiada nas nossas costas. Esse rapapé de plenário não me emociona, pelo contrário. Outro dia, para lançar uma candidatura à Presidência da República, Hugo Chávez, o grande ditador da América Latina, por causa de uma reincidência de câncer, denunciou o câncer e chamou novas eleições na Venezuela. No Brasil, Tancredo Neves morreu e Sarney assumiu na condição de vice-Presidente, sem eleições. E Ulysses Guimarães, que tinha de assumir a Presidência da República; como Presidente do Congresso não assumiu. Foi dado um golpe - não gosto dessa expressão -, e Sarney assumiu como Presidente. Essa é a história do Brasil.

Querem cassar o PT, querem cassar Lula, nos desmoralizar e colocar o PT na cadeia. Querem fazer com Lula como fizeram com Getúlio, com João Goulart. Não farão. Resistiremos, não nos cassarão, não nos perseguirão. O povo brasileiro vai lutar conosco. Viva o PT, viva a democracia, viva o Presidente Lula. Fora fascistas, fora golpistas! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo da sessão, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária a realizar-se amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia do dia de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se às 21 horas e 40 minutos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 30 minutos.

 

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