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12 DE AGOSTO DE 2013

041ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DA COMUNIDADE ALEMÔ

 

Presidente: CÉLIA LEÃO

 

 

RESUMO

1 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Passa a nomear as autoridades presentes. Informa que a Presidência Efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento da deputada Célia Leão, na direção dos trabalhos, para prestar "Homenagem ao Dia da Comunidade Alemã". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro" e o "Hino Nacional Alemão". Relata a importância da comunidade alemã na história do Brasil. Destaca a beleza das diferenças étnicas e culturais entre os povos. Discorre sobre a imigração alemã no País. Dá conhecimento de mensagens alusivas ao evento, encaminhadas por diversas autoridades.

 

2 - STEFAN GRAF VON GALEN

Presidente do Colégio Benjamin Constant, agradece a deputada Célia Leão pela homenagem. Exalta as relações entre o Brasil e Alemanha. Discorre sobre as atividades da comunidade alemã no País.

 

3 - KLAUS-WILHELM LEGE

Presidente da Corporação Alemã em São Paulo, relata a grande presença de descendentes de alemães no meio empresarial brasileiro. Discorre sobre as relações industriais e comerciais entre Brasil e Alemanha.

 

4 - MICHAEL PEUSER

Presidente da Associação Kolping, saúda as autoridades presentes. Destaca as origens germânicas da imperatriz Leopoldina. Discorre sobre a vida e a importância da imperatriz na história do Brasil. Relata fatos históricos do 1º Reinado do Brasil. Realiza a entrega de diversos retratos comemorativos a autoridades presentes.

 

5 - DOM BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA

Chefe da Casa Imperial Brasileira, saúda as autoridades presentes. Discorre sobre a história da independência brasileira. Destaca o papel dos povos diversos que formaram a Nação brasileira. Enaltece o período de governo de Dom João VI. Agradece a deputada Célia Leão pela homenagem.

 

6 - FRIEDRICH DÄUBLE

Cônsul-Geral da República Federal da Alemanha em São Paulo, discorre sobre o histórico da imigração alemã no Brasil. Destaca os fortes laços sociais e econômicos que unem Brasil e Alemanha. Saúda a deputada Célia Leão pela homenagem à comunidade alemã.

 

7 - PRESIDENTE CÉLIA LEÃO

Anuncia homenagem, com entrega de diploma comemorativo, aos Srs. Stefan Graf Von Galen, Klaus-Wilhelm Lege, Michael Peuser, Friedrich Däuble e a Dom Bertrand de Orleans e Bragança. Lembra trechos dos discursos de cada um dos homenageados. Destaca a grandeza econômica e a beleza da Alemanha. Discorre sobre a tecnologia de produtos alemães. Declara grande admiração pelo povo alemão. Anuncia a exibição de vídeo sobre diversos monumentos históricos e paisagens alemãs. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Célia Leão.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em Plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Faremos agora a chamada e o convite para que as autoridades entrem no plenário e façam parte da Mesa desta sessão solene. Com muita honra e alegria, queremos convidar para fazer parte, nesta noite, da Mesa principal de trabalho a Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil. Por favor, uma salva de palmas para a Alteza Imperial e Real. (Palmas.)

Queremos convidar com a mesma alegria e emoção o Sr. Friedrich Däuble, cônsul-geral da República Federal da Alemanha, e sua esposa Claudia Däuble. Por favor, uma salva de palmas ao nosso Cônsul-Geral e à Sra. Claudia. (Palmas.)

Queremos convidar o Sr. Stefan Graf von Galen, presidente do Colégio Benjamin Constant; (Palmas.) com a mesma alegria e emoção, queremos convidar o Klaus-Wilhelm Lege, porta voz da comunidade alemã em São Paulo; (Palmas.) e com uma salva de palmas também, receber Sr. Michael Peuser, presidente de honra da Associação Kolping. (Palmas.)

Quero cumprimentar as senhoras e os senhores presentes. Tenham a certeza, permitam-me chamá-los de amigas e amigos, dizer que a nós da Assembleia nos honra a presença de cada um com a mesma importância, sem nenhuma diferença dessas grandes autoridades da comunidade alemã que fazem parte dessa mesa. Sintam-se todos de alguma forma também sentados na Mesa principal, se não fosse a presença de cada um, não teria razão dessa sessão solene. Portanto, cumprimentando-os, quero convidar a todos para que, de pé, ouçamos o Hino Nacional Brasileiro, regido pelo 2º tenente músico Jássen Feliciano. (Palmas.)

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Peço ainda que todos permaneçam de pé para ouvirmos o Hino da Alemanha.

 

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- É executado o Hino da República Federal da Alemanha.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada. Uma salva de palmas a ambos os hinos e comunidades, do Brasil e da Alemanha. Por favor, podem se sentar. (Palmas.)

Dando continuidade aos nossos trabalhos, nós queremos registrar que essa sessão solene acontece como solicitação do presidente desta Casa, deputado Samuel Moreira, que convocou a sessão a pedido desta deputada que, com muita alegria, muita honra, teve, pela segunda vez nessa noite, o privilégio de poder, juntamente com os presentes, viver um pouquinho da história, viver um pouquinho da lembrança que nós temos de toda a história da comunidade alemã.

São os senhores e as senhoras e milhares de outros alemães ou seus descendentes aqui no Brasil que trazem para nós um gosto diferente, um sabor gostoso de viver a Alemanha nesse Brasil tão distante da Europa; ao longo desses 189 anos em que a comunidade alemã faz parte da história do Brasil.

Quero agradecer de pronto ao sempre deputado Romeu Tuma, que foi quem teve a iniciativa, lançou o projeto e aprovou nesta Casa, desde 2009, o dia 25 de julho, dia para ser memorável e comemorado como o Dia da Comunidade Alemã. E agradecer também, não só ao deputado Romeu Tuma, que sempre fica na história e na nossa lembrança, no nosso carinho, respeito e agradecimento, mas também ao deputado Roberto Engler, que por algumas vezes teve o privilégio, assim como estou tendo, de presidir as sessões solenes e participar da festa e da festividade da comunidade alemã.

Trago aqui o abraço do deputado Samuel Moreira, Presidente, que como praxe faz a abertura das sessões solenes, mas nesta noite ele tinha algumas outras obrigações que não poderia faltar e nos delegou já de pronto a abrir, iniciar e dar continuidade aos trabalhos desta sessão solene. É uma alegria que fica não só nos anais da Casa, mas também nosso coração, na nossa lembrança, na nossa emoção e na nossa alma.

Quero, antes de passar a palavra, agradecer à banda que já se retirou, também na pessoa do nosso 2º tenente que esteve aqui. Quero fazer algumas justificativas de pessoas que não puderam estar presentes: deputado Antônio Mentor, deputado estadual; do secretário de Educação, Dr. Herman; do Dr. Rogério, secretário estadual de Desenvolvimento Social; Dr. Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo; Dra. Linamara Battistella, secretária estadual das Pessoas com Deficiência, dos Direitos das Pessoas com Deficiência; Dr. Heiner Müller, cônsul-geral adjunto alemão; Dr. Carlos Ortiz, secretário estadual do Emprego e Relação do Trabalho; vice-almirante Liseo Zampronio, comandante do 8º Distrito Naval; Sr. Márcio Elias Rosa, procurador geral de Justiça; também representando o delegado geral de Polícia Civil, Luiz Maurício Blazeck, Sr. Cristian Lanfredi; representando o coronel da PM Sr. Benedito Roberto Meira, está conosco o 1º tenente Alexandre João Salomão. A todos aqueles que justificaram e os que estão representando, também os nossos agradecimentos.

Dando continuidade à nossa noite, quero mais uma vez dizer da nossa alegria e registrar que gostaria de poder passar o microfone, e tenho certeza que se passasse aos presentes, cada um teria uma manifestação de alegria, uma manifestação de história para registrar nesta noite de 25 de julho, embora hoje não seja mais o 25 de julho. Mas não é somente a data que fica registrada, mas aquilo que alguém possa ter como história na sua vida, no seu coração. Mas é absolutamente impossível repassar o microfone a todas as pessoas presentes; portanto, algumas delas estão representando a nossa comunidade alemã.

Digo nossa comunidade, porque aqueles que estiveram aqui no ano passado, e eu faço questão de repetir, sendo filha de baiano como sou com muita honra e brasileira da gema, quero dizer que cada vez mais eu me integro na comunidade alemã, me sinto um pouquinho mais alemã. Estou pensando até em pintar meu cabelo de louro para ficar mais parecida e tomar menos sol para a pele ficar mais clarinha e bem parecida com a comunidade alemã. Mas esse carinho e essa brincadeira fazemos com muito respeito para dizer que são as diferenças e na diversidade que uma sociedade cresce. Dr. Stefan, é na diversidade, nas diferenças que as pessoas tem a possibilidade de se encontrar e encontrar caminhos para fazer uma sociedade comum.

As pessoas são diferentes, é só olhar no nosso plenário, cada um com seu jeitinho, um cabelo diferente, uma roupa, um perfume, um batom, uma altura, um modo de ser, de falar, os gestos diferentes, mas na verdade todos nós somos iguais. A essência do ser humano ou na essência do ser humano todos nós somos iguais. Mas essas belezas das diferenças fazem com que a nossa sociedade, do Brasil e de fora, procurem caminhos para viver em paz e harmonia.

Esta sessão solene, ela não é nada mais e nada menos, além de uma data oficial importante no calendário do estado de São Paulo e dos dias, 365 dias do ano que nós vivemos, o 25 de julho comemorado hoje nesta data é um dia para se pensar na comunidade alemã que está aqui no Brasil há 189 anos, fazendo história. Comunidade alemã essa que conta hoje com quase mil empresas alemãs de pequeno, micro, médio e grande porte, de escolas, colégios alemães aqui na capital e também no interior do Estado. Ou seja, não só no Rio Grande do Sul, não só em Santa Catarina, que a comunidade alemã chegou mais próxima, chegou em um primeiro momento, em primeiro lugar, mas ela se espalhou. Certamente ficou fincada muito mais no sul, depois andando e chegando ao Paraná, chegando ao estado de São Paulo, mas hoje nós encontramos a comunidade alemã de alguma forma no norte, no nordeste, no centro-oeste, por todos os rincões do Brasil.

Isso significa dizer que o coração dos alemães se mesclou e se misturou com o coração brasileiro, e dizem as boas línguas de que o coração brasileiro pulsa muito e, com isso, nós soubemos mais uma vez e aprendemos cada vez mais saber abraçá-los. E para mim que convivo de alguma forma, na minha vida do dia a dia com a minha que tem um pedacinho que é um pedação, porque meu marido e meus filhos, que têm uma história viva além da minha família, família de Daniel, Daniel que eu sei que está conosco em algum canto do plenário, eu não sei bem onde, mas daqui a pouco ele aparece, que é o meu marido, que eu queria aqui depois apresentá-lo também.

Foi o Daniel que me inseriu literalmente, de corpo e alma, na comunidade alemã. Casei-me com um alemão, de família alemã e tive filhos também que hoje têm o privilégio e a honra, cônsul, de poder portar um passaporte alemão, que não sei se para algumas pessoas isso pode parecer simples, mas é uma coisa importante. Quem tem um passaporte alemão tem porta aberta no mundo. Isso significa dizer que os alemães são importantes, então eu fiquei importante ou me sinto importante, porque tenho todos vocês perto da gente no dia a dia e aqui na Assembleia hoje.

Com esse amor verdadeiro, com esse carinho verdadeiro, quero convidar o Dr. Stefan para fazer a sua homenagem à comunidade alemã. Por favor, se o Sr. quiser se assomar à tribuna principal é uma honra para nós desta Casa, da Assembleia Legislativa. Peço uma salva de palmas ao nosso querido Stefan Graf von Galen, que é presidente do Colégio Benjamin Constant e que nesta noite tenho certeza que representa todos os colégios da comunidade alemã no Brasil e mais precisamente no estado de São Paulo. Por favor, professor Stefan, o microfone e a palavra estão com o senhor, muito obrigada pela sua presença.

 

O SR. STEFAN GRAF VON GALEN - Prezada deputada e amiga Célia Leão, seja bem-vinda de braços abertos à comunidade alemã. Sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil; prezado cônsul-geral da República Federal da Alemanha, Sr. Däuble; prezado Sr. Peuser, presidente de honra da Associação Kolping; prezado Sr. Lege, presidente da Corporação Alemã em São Paulo; prezadas senhoras, prezados senhores. Quero fazer aqui um agradecimento especial à deputada Célia Leão que mais uma vez aceitou o nosso convite para presidir este evento.

Pelo nono ano consecutivo, estamos comemorando o Dia da Comunidade Alemã e assim homenageando os nossos antepassados que desbravaram o solo brasileiro, principalmente no sul do país. A comemoração deste ano tem um significado especial, pois estamos comemorando o Ano Alemanha-Brasil, Quando Ideias se Encontram, iniciado em maio passado com a presença do presidente da República Federal da Alemanha, Sr. Joachim Gauck, e que terminará em maio de 2014.

As relações biculturais entre os dois países iniciaram-se há 189 anos, quando os primeiros imigrantes chegaram às margens do Rio dos Sinos, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Essas relações foram interrompidas durante a 2ª Guerra, porém logo retomadas com mais vigor, e hoje a Alemanha é um dos principais parceiros do Brasil e, sem sombra de dúvida, o Brasil é um dos parceiros mais importantes da Alemanha, seja na economia, na cultura etc. Nós, brasileiros, mas em especial os paulistas e paulistanos, podemos nos orgulhar de abrigar mais de 1200 empresas alemãs, micro, pequenas e médias, até grandes conglomerados automobilísticos e químicos, números que cidade nenhuma na própria Alemanha tem.

Essas empresas que, juntamente com outras empresas de outras nacionalidades ou puramente brasileiras, é que dão o impulso ao desenvolvimento do País, que apostam no futuro desta nação e transmitem a confiança para novos investimentos estrangeiros, em especial da Alemanha. Estados da Alemanha como, por exemplo, a Baviera, têm escritório de representação aqui em São Paulo, mostrando a importância da cidade, do Estado e do Brasil para a economia alemã. Para esse progresso, é significativa a contribuição das entidades alemãs como as escolas, clubes, igrejas, hospitais, câmara de comércio, entre outros, e os descendentes alemães que ultrapassam o milhão em suas inúmeras gerações. Entre esses outros, precisamos destacar o jornal Brasil-Post, que lamentavelmente deixou de circular em outubro do ano passado. A Sra. Ursula Dormien, uma batalhadora incansável que sempre trabalhou, lutou pela cultura, tradição, enfim, pela comunidade alemã no Brasil, batalhou até se esgotarem as últimas possibilidades para que o jornal não fechasse as portas.

Esperamos que no próximo ano, ao completarmos e comemorarmos os 10 anos do Dia da Comunidade Alemã e os 190 anos da imigração alemã no Brasil, possamos contar com a presença dos aqui presentes. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, professor Stefan, pela sua aula de forma sintética do que significa ou significou a vinda e a chegada dos alemães no Brasil. Brasil que tem 513 anos e, portanto, há quase 200 tem o privilégio de ter a comunidade alemã participando da nossa terra e da nossa gente.

Nós queríamos convidar agora para trazer a sua manifestação em nome de todos os outros alemães ou as suas gerações, primeira, segunda, terceira, já estamos na quarta geração em 2013, a figura, e literalmente ele é o porta voz da comunidade alemã em São Paulo, o Sr. Klaus Lege. Por favor, uma salva de palmas ao Sr. Klaus Lege, que tem a palavra também na nossa Tribuna de Honra. (Palmas.)

 

O SR. KLAUS-WILHELM LEGE - Prezada deputada Célia Leão; sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil; cônsul-geral da Alemanha, Friedrich Däuble; senhoras e senhores. A Aliança das Instituições de Língua Alemã em São Paulo é integrada por cerca de 50 instituições culturais, comunidades religiosas, escolas de ensino geral e profissional, clubes de esportes e sociais, bem como por outras instituições como hospital, sociedade beneficente, câmara de comércio, nas quais o idioma alemão era usado de forma predominante pelo menos durante a fase de sua fundação.

Atualmente, muitos associados ainda falam a língua de seus antepassados e muitos deles trabalham em empresas com capital alemão. Na Grande São Paulo, há cerca de 1.100 dessas empresas. Em todas elas o domínio do alemão é um fator diferencial importante, mesmo que a atividade do funcionário independa do conhecimento desse idioma. Os associados das muitas instituições de língua alemã de São Paulo também se interessam por produtos de consumo e bens duráveis de origem alemã, austríaca e suíça. Eles sabem onde encontrá-los e geralmente conhecem seus fabricantes. Esse não é o caso da grande maioria dos brasileiros, portanto, vou agora tratar um pouco do Dia da Comunidade Alemã e, bem breve, das empresas de capital alemão e das empresas fundadas por alemães no Brasil, bem como dos produtos alemães fabricados aqui ou em outros países do mundo e consumidos por brasileiros.

Poucos brasileiros sabem, por exemplo, que a Grande São Paulo é a maior cidade industrial alemã do mundo. A maioria das empresas industriais de origem alemã instaladas no Brasil tem sede em São Paulo. Elas produzem bens de investimento e bens para serem processados em outros setores e contribuíram de forma decisiva para o desenvolvimento do Brasil. A política de substituição das importações, logo após a 2ª Guerra Mundial, deu início à revolução industrial do Brasil dos anos 1950. Neste processo de industrialização aconteceram duas importantes iniciativas alemãs: a instalação da fábrica de aço e tubos Mannesmann, como ampla base para toda a indústria brasileira e a instalação de duas fábricas de automóveis, Volkswagen e Mercedes-Benz, junto com os seus fornecedores alemães, que abastecem muitas indústrias brasileiras até hoje. Apesar dos carros, caminhões e ônibus, os produtos alemães produzidos no Brasil e mais conhecidos entre os consumidores incluem, por exemplo, Aspirina, da Bayer; defensivos agrícolas da Basf; tintas Glasurit, também do grupo Basf; furadeiras Bosch; lentes Carl Zeiss; lápis Faber Castell; colas Henkel; pudins Oetker; creme Nivea, da Beiersdorf; softwares da SAP, S.A.P.; as motosserras da Stihl etc.

Existem também empresas fundadas por alemães no Brasil sem capital da Alemanha, entre as quais se destacam Gerdau, ferro e aço; Hering, têxteis; Mangels, autopeças; Odebrecht, construção civil, petroquímica; Renner, têxtil, porcelana e H. Stern, Hans Stern, joias. Como os produtos com a marca de uma empresa alemã são produzidos não só na Alemanha ou no Brasil, mas também em outras partes do mundo, os importadores ocupam um papel de destaque especialmente no que se refere à distribuição. Nesse grupo de produtos, podemos incluir as especialidades da indústria alimentícia, produtos de marcas ligadas ao lazer e à aventura, bem como marcas de luxo. Alimentos alemães importados são, por exemplo: Marzipan, da Niederegger, chocolates Sarotti Stollwerck, Trumpf, cervejas König Pilsener, Krombacher, Paulaner-Brauerei e muitos outros. Além dos carros, entre os produtos alemães importados vale citar: tênis e calçados esportivos Adidas e Puma, moda praia e roupa íntima Bruno Banani, roupas masculinas Hugo Boss, perfumes Kölnisch Wasser, etc.

Mesmo que não haja restrições orçamentárias e mesmo que o preço não influencie a decisão de compra, a fase de pós-vendas é de grande importância para a satisfação do cliente. As empresas alemãs no mundo inteiro estão bem preparadas para esta fase, beneficiando desta forma também os seus clientes brasileiros da maior cidade industrial alemã.

Já no início do século XIX, dois alemães, Johann Karl August von Oeynhausen e Daniel Peter Müller, se destacaram em São Paulo. Eles contribuíram, e muito, para a solidificação da unidade nacional brasileira. Assim, São Paulo foi a única província que se solidarizou com o príncipe regente Dom Pedro, quando aconteceu a dissociação de Portugal. Portanto, esses dois alemães foram os precursores do império junto com a arquiduquesa Leopoldina, sobre a qual ouviremos agora do nosso amigo Michael Peuser.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas. Muito obrigada pelas suas palavras, com mais um pouco da história do que representa a Alemanha e do que representa a Alemanha no Brasil. Com muita alegria, neste momento, também convidamos o presidente de honra da Associação Kolping, Sr. Michael Peuser.

 

O SR. MICHAEL PEUSER - Exma. deputada estadual Célia Leão; Alteza Imperial e Real Dom Bertrand Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil; exmo. Cônsul-geral da Alemanha, Friedrich Däuble; exmo. Sr. Graf von Galen; exmo. Klaus Lege; exmos. presidentes e diretores das entidades alemãs; prezados senhoras e senhores, o tema do meu discurso hoje é a influência alemã na história do Brasil através da Imperatriz Leopoldina. Por ocasião da minha visita à capela imperial, na cripta, no monumento do Ipiranga, juntamente com meu filho Oliver, era minha intenção ficar apenas alguns instantes e em silêncio diante do sarcófago da Imperatriz Leopoldina. Em vez de minutos, fiquei uma hora inteira. Meu filho e eu tivemos a oportunidade de conversar com os três funcionários encarregados por aquele santuário nacional.

Em diálogo com esses funcionários, podemos constatar o pouco e superficial conhecimento da história e, principalmente, em relação ao papel da Imperatriz Leopoldina na formação da nação brasileira. Não recebeu a Imperatriz Leopoldina, em seu tempo, as mais altas honrarias que um país pode conceder como, por exemplo, mãe da independência brasileira, mãe da nação, matriarca da independência, anjo da guarda do povo? Não devia justamente no Ipiranga, não só queimar a eterna chama independência, mas estar presente uma guarda de honra como é de costume em outras nações? Não seria justo prestar-lhe homenagem a essa grande personalidade na nossa história? Não é nos ensinado que uma nação sem passado não tem futuro? É nossa obrigação preservarmos esse passado e aprendermos a amar os personagens da história que formaram esta grande nação que hoje é a nossa pátria.

Nascia num domingo de 22 de janeiro de 1797, na corte de Viena, a arquiduquesa Leopoldina, filha do Imperador do Sacro-Império Romano-Germânico Francisco II, da casa Habsburgo-Lorena. Estavam os pais de comum acordo quanto à educação honrosa dos filhos. Era dever dos instrutores educá-los para serem sinceros e abertos, que tivessem aversão às mentiras, às frases de duplo sentido, falsidade, fofocas, intrigas e que cultivassem a única paixão que deveriam ter em relação à humanidade, a compaixão e o desejo de tornar o seu povo feliz. Tinham que direcionar os seus sentimentos em favor dos menos afortunados, se um de nós herda um país, não é mais um bem pessoal adquirido, mas uma carga muito pesada. Temos que quebrar a cabeça para conseguir reinar com a máxima sabedoria.

A jovem Leopoldina cresceu desenvolvendo ao máximo suas inclinações espirituais e interesses científicos. Na idade em que as outras crianças ainda brincavam, ocupava-se ela com física, astronomia e mineralogia. Na sala de mineralogia, ficava muitas vezes o dia todo. Da mesma forma dedicava-se à zoologia e à botânica e seguia seus dons musicais. Seu talento para desenho era incomum. Tocava piano como uma concertista. Para aquela época era incomum uma menina ter estes dons e, portanto, Leopoldina via-se isolada.

Leopoldina era a única das irmãs que tinha um envolvimento com a religião e que traduzia em prática o amor ao próximo. Sua compaixão pelos desfavorecidos era notória. Se tivesse algum pedido a fazer ao pai, com certeza não era para si e sim para outros. Em 1806, perdia Leopoldina sua segunda mãe, Maria Ludovica. E numa breve observação do seu pai, o Imperador, descobre que em breve teria que deixar o círculo familiar. Insegura, escreve à sua irmã mais velha, Maria Luísa, em Parma, perguntando mais detalhes. A mesma responde que não tinha conhecimento de nada, mas teme por saber que tudo estaria nas mãos de Emer. Emer não era ninguém mais que o chanceler do estado, senhor todo poderoso sobre o destino das crianças de Habsburgo em idade de se casarem. Após ter arranjado o casamento de Maria Luísa com Napoleão e Maria Clementina com o Príncipe de Salerno, brincava ele com a ideia de, pela primeira vez na história, uma princesa europeia ser enviada ao novo mundo, à América. Sua escolha recaiu sobre a inocente Leopoldina. O escolhido chamava-se Dom Pedro, da Casa de Bragança, futuro herdeiro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. As negociações para o casamento não ocorreram através de Lisboa, mas através do Rio de Janeiro, onde a família real portuguesa, em 1807, havia se refugiado da invasão de Napoleão a Portugal.

Brasil é um país grande como a Europa. Pouco povoado e com 3 a 5 milhões de habitantes, tinha somente 900 mil europeus. Estava dividido em diversas províncias independentes, mas todas ligadas diretamente a Portugal. Leopoldina, ainda em Viena, atirou-se entusiasmada ao estudo de livros e mapas do Brasil e Portugal. E aprendeu rapidamente o português. Em 15 de maio de 1807, consolidou-se o seu casamento por procuração em Viena. Enquanto esperava impaciente a viagem ao Brasil, Leopoldina escrevia em um pequeno livro intitulado: “Minhas Resoluções, Viena 1807”, o seguinte: “Guardarei em meu coração todos os bons ensinamentos que recebi dos meus pais. Longe de mim, vestidos vistosos demais, nada de gastos inúteis, mas muitos donativos para distribuir o máximo que puder. Longe de mim, luxo, prejudicar, ambiguidades e mentiras, vou considerar uma peste da sociedade. Longe de mim, postura soberba, serei séria, branda, amável e gentil diante dos grandes e dos pequenos. Não quero ter amigas que não sejam virtuosas”.

Nove dias duraram as festividades por ocasião da chegada de Dona Leopoldina no Rio de Janeiro. O auge das festividades foi em 15 de novembro, dia onomástico da Dona Leopoldina, quando então Dom João IV declara esse dia como feriado nacional em sua homenagem. Mais tarde, as relações com Portugal tornavam-se tensas. Portugal decaiu em insignificâncias políticas e estava praticamente ocupado pela Inglaterra. Houve uma revolta militar e os ingleses foram expulsos. Dom Pedro deveria ser enviado a Portugal, porém, sem a esposa. Depois de muitos desentendimentos com a Corte, decidiu-se que o casal de príncipes viajaria junto após o nascimento do filho.

Grande foi a alegria de Dona Leopoldina com a chegada do herdeiro e a possibilidade de retornar à Europa. Maior então, no entanto, foi a sua desilusão quando Dom João VI muda seu plano e opta ir pessoalmente a Portugal, levando consigo os dois netos. Dom Pedro deveria ficar no Brasil como príncipe regente, que em caso de impedimento, doença ou morte, Dona Leopoldina seria então comandante suprema.

Após muito vai e vem, consegue Dona Leopoldina ficar com a guarda das crianças no Brasil. O estilo de governo de Dom Pedro era confuso e independente. Ele se perdia em insignificâncias e logo perdeu a visão sobre o País, que ameaçava desmoronar em partes. Algumas províncias se libertaram do governo central do Rio, outras queriam estreitar laços com Portugal. Outras, no entanto, desejavam, espelhando-se nas colônias espanholas, formar estados independentes.

O senso de responsabilidade de Leopoldina fez com que ela permanecesse firme nessa situação crítica. Quando se tornou claro que o rei em Portugal não tinha nenhuma possibilidade de voltar a governar e não era mais do que um prisioneiro da corte que, com um simples traço de pena, seriam anuladas todas as liberdades e direitos do Brasil. Iniciou-se um movimento popular de patriotas no Brasil, onde Leopoldina, saindo da sombra, colocou-se à frente desses movimentos. Ela reconheceu que somente um país unificado poderia escapar de um destino semelhante às colônias espanholas desligadas entre si, em constantes guerras internas. De Lisboa, recebe Dom Pedro a ordem de retorno imediato para prestar contas. Leopoldina faz tudo para impedir a viagem. Sabia o que estava fazendo e agia de olhos abertos. Estava disposta a viver eternamente exilada, e escrevia ela: “O bom povo brasileiro passou a ter prioridade sobre os meus desejos pessoais”. Graças à sua intensa persistência, Dona Leopoldina consegue convencer Dom Pedro a ficar.

É o Dia do Fico, que entrou na história como histórica frase proferida por Dom Pedro. “Se é para o bem da nação, diga ao povo que fico”. Como fracasso do esquema de monarquia atual defendida pelos brasileiros nas cortes, a preservação da autonomia passava a pressupor a separação. Caminhava-se, portanto, lentamente para o projeto da independência. Quanto ao príncipe Dom Pedro, embora há meses não viesse cumprindo as ordens da corte de Lisboa, parecia titubear, como escreveu sua esposa, Dona Leopoldina a Jorge Antônio Fonseca em 1822. “O príncipe está decidido, mas não tanto quanto eu desejava. Os ministros vão ser substituídos por filhos do País. Que sejam capazes. O governo será orquestrado de modo análogo aos Estados Unidos da América do Norte”. Fonseca contratou mais tarde aproximadamente 5 mil imigrantes alemães para o Brasil.

Dom Pedro informava-se com a esposa sobre muitas coisas da Europa. Além de possuir uma boa visão política, era ela a pessoa que mais podia influenciar o príncipe a renunciar o retorno a Portugal. O príncipe regente Dom Pedro viajou a São Paulo em agosto de 1822 para apaziguar a política. No dia 13 de agosto de 1822, entregou Dom Pedro, antes da viagem, todos os poderes constitucionais a Dona Leopoldina, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e princesa regente interina do Brasil com poderes legais para governar o País durante a sua ausência. Partia, então, Dom Pedro para apaziguar São Paulo.

Os brasileiros já estavam cientes de que Portugal pretendia chamar Dom Pedro de volta, rebaixando o Brasil para estatuto de simples colônia, em vez de um reino unido ao de Portugal. Havia temores de que uma guerra civil separasse a província de São Paulo do resto do Brasil. A princesa regente recebia as notícias de que Portugal estava preparando ações contra o Brasil e sem tempo para aguardar o retorno de Dom Pedro, aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reúne-se na manhã de 2 de setembro de 1822, com os conselheiros de Estado e assina o decreto da independência, declarando assim o Brasil separado de Portugal.

A princesa regente, Dona Leopoldina, envia a Dom Pedro uma carta, juntamente com outra de José Bonifácio, além dos recém-chegados comentários de Portugal criticando a atuação do marido e Dom João VI. Oficiais chegam ao príncipe em 7 de setembro de 1822, cinco dias depois da decretação oficial da independência pela regente Leopoldina. Dona Leopoldina aconselha a Dom Pedro que proclame a independência do Brasil e encerra a carta. “O pomo está maduro, colha-o já, senão apodrecerá”. E Dom Pedro, de comum acordo com a esposa, confirma a independência com seu grito das margens do Ipiranga. “Independência ou morte”.

Enquanto se aguardava o retorno de Dom Pedro, Leopoldina, matriarca da independência do Brasil e governante interina de um Brasil já independente, idealiza-se a bandeira do Brasil, na qual uniu o verde da casa real de Bragança e o amarelo-ouro da casa imperial Habsburgo-Lorena no reino. Outros autores opinam que João Batista Debret, o artista francês, desenhou o que via no Brasil nos anos 1820, sendo autor do pavilhão nacional que substitui o da vetusta corte portuguesa, símbolo da opressão do antigo regime. Divisa Debret o projeto da bela bandeira imperial em colaboração com José Bonifácio de Andrada e Silva, em que o retângulo verde dos Braganças e o retângulo amarelo, cor da dinastia Habsburgo-Lorena no reino, representava a feliz união de duas dinastias. Segundo as investigações do especialista em heráldica, João Francisco Pereira Lessa, estas cores já haviam sido esboçadas muito antes pelo próprio rei Dom João VI, quando o filho Dom Pedro, herdeiro deste, casara com a arquiduquesa, Dona Leopoldina.

Através desse casamento, o Reino Unido de Portugal, Brasil, Algarves ligaria a casa de Bragança a uma das mais fortes monarquias europeias, além da possibilidade de se livrar do jugo político da Inglaterra. Já para a casa de Habsburgo-Lorena, era a possibilidade de participar do comércio de produtos tropicais. Sob essa proposição verde e amarela, colocavam-se, depois de setembro de 1822, as armas imperiais brasileiras que flutuavam à frente de nossos soldados e marinheiros na defesa de nossos brios e da nossa honra nacional, lembrada em todos os cantos do Brasil, onde a discórdia fizera periclitar a própria unidade da pátria.

No dia 12 de outubro de 1822, o príncipe regente é aclamado imperador do Brasil como Dom Pedro I, e Leopoldina, imperatriz. Dona Leopoldina acompanha Dom Pedro em muitas apresentações oficiais e é ela que desenvolve, em seguida, um programa intensivo de imigração. Dezenas de milhares de camponeses, artesãos e soldados vinham da Alemanha, Áustria e Suíça, seguindo o chamado da imperatriz. Ela costumava receber os colonizadores pessoalmente no porto e se fazia de intérprete. Isso informou uma testemunha que se percebia claramente seu tom suave vienense. Os primeiros assentamentos dos imigrantes, por ela convidados, em solo brasileiro receberam o nome de São Leopoldo em sinal de respeito, admiração com uma mulher que revelou no estilo de seu tio-avô, imperador José II, com uma espécie de imperatriz do povo. Assim, sempre era permitido a cada um se apresentar aos aposentos da imperatriz. Quando saía para cavalgadas ou de carruagem era alegremente saudada e estava sempre disposta a conversar e dar conselhos quando consultada.

Até a chegada dos imigrantes de língua alemã em 5 de junho de 1824, todo o trabalho no Brasil era realizado pelas mãos de escravos africanos e índios. Os latifundiários portugueses consideravam qualquer trabalho físico como desonroso. A mudança só aconteceu com a chegada dos imigrantes convocados por Leopoldina. Formou-se uma sociedade moderna de pequenos proprietários rurais. O sistema latifundiário foi substituído principalmente por uma democracia rural que é indispensável para criar um verdadeiro amor à pátria, ajudando a assegurar as fronteiras no sul.

Posteriormente, as relações se consolidavam graças ao lorde Cochrane, chamado e nomeado por Leopoldina, que montou uma grande frota e conseguiu satisfazer as províncias que ainda estavam sob influência de Portugal, conseguindo assim finalmente a unidade nacional. Graças a uma concessão moderna e liberal, Leopoldina entrega sua obra prima diplomática com uma intensiva correspondência, conseguindo o reconhecimento de seu império pelas outras grandes nações, e Portugal passa a considerar o Brasil como um reino de igualdade de direitos.

Espero que esta pequena palestra contribua para retificar esse equívoco em relação à Dona Leopoldina, acerca do movimento de emancipação política. Nenhuma mulher, com exceção de sua neta, a princesa Isabel, teve em na nossa história papel de tamanho destaque. A ela seria dado fazer tanto com inalterável discrição, habilidade e persistência. Sem dúvida, seriam esses, aliás, dons e qualidades constantes das tradições de muitas princesas e príncipes de sua família de Habsburgo-Lorena. Dona Leopoldina os teve no mais alto grau. Orgulhemo-nos desta grande personagem alemã da independência oficial do Brasil, que foi filha do imperador romano-germânico Francisco II, casada com o imperador Dom Pedro I, mãe do imperador Dom Pedro II, o qual reinou quase cinco décadas no império Brasil, mãe da rainha de Portugal, Maria II casada com Ferdinando II da casa alemã Saxe-Coburgo-Gotha, assim dando início à dinastia alemã em Portugal, da mesma casa real a qual pertence atualmente a rainha Elisabeth II da Grã-Bretanha, foi avó da princesa Isabel, imperadora do Brasil, libertadora dos escravos e atualmente em processo de beatificação no Vaticano. E Dona Leopoldina foi também cunhada do imperador Napoleão I.

Conclamo que unifiquemos todos os nossos esforços para não deixá-la cair em esquecimento e, em justa homenagem, trabalhamos para edificar o monumento à sua real grandeza.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, Sr. Peuser, por trazer mais um pedaço importante da história e contribuição da comunidade alemã, de pessoa, especificamente, que certamente a maioria das pessoas não conhecia, esse lado da história e que o senhor nos traz. Muito obrigada.

 

O SR. MICHAEL PEUSER - No ano passado, no Dia da Imigração Alemã, tivemos a oportunidade de entregar ao Colégio Imperatriz Leopoldina um quadro da imperatriz. É nosso desejo que seja tradição durante muitos anos no Dia da Imigração Alemã brindar uma instituição alemã com um quadro. No dia de hoje queremos entregar um quadro da imperatriz Leopoldina ao Colégio Benjamin Constant, e solicitamos a gentileza do representante do mesmo comparecer para receber o quadro. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas ao Sr. Peuser e também ao Sr. Stefan, que recebe este presente em nome de toda a comunidade. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega do quadro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Podemos aplaudir. (Palmas.) Mais uma vez, também, pelo gesto do Sr. Peuser.

 

O SR. MICHAEL PEUSER - A instituição alemã que, no ano anterior, recebeu o quadro da imperatriz Leopoldina, irá receber no ano seguinte o quadro do pai da imperatriz Leopoldina, o imperador Francisco II, do Império Sacro-Romano da Nação Germânica. Convido o representante do Colégio Imperatriz Leopoldina que receberá o quadro, Dona Eveline Matos. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega do quadro.

 

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O SR. MICHAEL PEUSER - Temos hoje a grande honra da presença de sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil e descendente direto da imperatriz Leopoldina. É para nós uma grande alegria podermos presentear a Casa imperial com um quadro de Dona Leopoldina. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Por favor, Sua Alteza Imperial e Real, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, para receber este presente das mãos do Sr. Peuser, o quadro da imperatriz Leopoldina.

 

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- É feita a entrega do quadro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Uma salva de palmas pelo presente e por Sua Alteza Imperial. (Palmas.)

 

O SR. MICHAEL PEUSER - No Dia da Imigração Alemã, V. Exa., deputada Célia Leão, da Assembleia do Estado de São Paulo, é para nós também um grande prazer podermos presentear esta Casa com um quadro da imperatriz Leopoldina, o qual quero entregar a Sua Excelência, a deputada Célia Leão. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Eu vou pedir, Sr. Peuser, por gentileza, que o senhor possa entregar ao Daniel, meu esposo, este quadro e depois, ao final, traremos para a Mesa dos trabalhos. Com muita honra e alegria, se possível entregar ao Daniel, é entregar a mim também, muito obrigado. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega do quadro.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Só um pouquinho, Sr. Peuser, onde o senhor está, na tribuna principal, depois de toda essa história que nos trouxe - é um ensinamento, muitos de nós não conhecíamos esse lado da história -, além do carinho com um presente tão importante, tão significativo. Peço a todos os nossos convidados uma forte salva de palmas ao Sr. Peuser. Muito obrigada pela presença aqui na Assembleia. Muito obrigada. (Palmas.)

Dando continuidade aos nossos trabalhos nesta Sessão Solene, que certamente todos estão vendo, de forma direta, a importância da noite, a importância da sessão, a participação das grandes lideranças. Nós queremos comunicar que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV WEB e será transmitida no dia 18 de agosto, próximo domingo, às 20 horas, pela TV Assembleia, NET, canal 13, TVA, canal 66, TVA digital, canal 185 e TV digital aberta, canal 61.2. Muito obrigado a todo o pessoal da imprensa por transmitir ao vivo esta sessão.

Continuando as falas, pois todas elas contribuem muito para nosso crescimento, conhecimento, fica nos Anais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo a história contada em verso e prosa por quem conhece a história. Quero chamar nosso próximo orador e dizer que, ao longo da nossa vida, principalmente quando somos jovens, ainda nos nossos sonhos - porque todos nós sonhamos, quem não sonha não vive, e a realização dos nossos sonhos e a felicidade que nós alcançamos em cada vitória que conquistamos. Quero dizer a Sua Alteza Imperial Dom Bertrand Orleans e Bragança que eu sempre sonhei, quando assistia filmes, principalmente desenhos, que são tão lindos e tão bem projetados hoje em dia, penso, imagino, Sua Alteza Imperial, que todas as pessoas, e de forma mais direta as mulheres - como foi cantada em verso e prosa a imperatriz Leopoldina agora pelo Sr. Peuser -, que todas as meninas e todas as mulheres sempre sonharam um dia em ficar perto de um príncipe. Eu, particularmente, sempre sonhei. Eu tenho o meu príncipe, o Daniel, mas assim, príncipe de verdade, não é? De sangue, de alma e de nome.

Para nós da Assembleia Legislativa é uma alegria especial, é uma honra, como eu disse, receber todos, todos são importantes, mas de forma diferenciada, porque não é o nosso dia a dia, nem a nossa vida do cotidiano e nem na Assembleia Legislativa receber Sua Alteza Imperial - para nós uma alegria diferenciada que ficará, mais do que nos anais da Casa, na história da Assembleia, mas ficará no meu coração. Vou poder dizer à minha filha, que só tem 18 anos e, portanto, sonha com seu príncipe, que esta noite eu estive ao lado de um príncipe. Com muita honra, passo a palavra a Sua Alteza, por favor. Podemos aplaudir. (Palmas.)

 

O SR. BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA - Exma. deputada Célia Leão; meu caro amigo Von Galen; Sr. Cônsul, Friedrich Däubler; meu caro amigo professor Von Galen, Graf von Galen, aliás neto, sobrinho-neto de um grande homem alemão, León de Münster Graf von Galen; meu caro amigo professor Michael Peuser; minhas senhoras e meus senhores, toca-me profundamente o coração esta homenagem feita esta noite por iniciativa da deputada Célia Leão para a comunidade alemã e minha tetravó, Dona Leopoldina. De fato, a nossa história somou, não só os alemães que aqui vieram, mas uma das características do povo português foi exatamente a grandeza de alma, daquele pequenino país que, com menos de um milhão de habitantes, conquistou a metade do mundo. Porque, em 1500, Portugal tinha menos de um milhão de habitantes e plantou os marcos com a cruz de Cristo nos quatro cantos da humanidade, aquele pequeno país fez uma obra maravilhosa aqui no Brasil.

O Brasil era considerado a joia da coroa de Portugal. De fato, nosso desenvolvimento, nós tivemos no início da colonização, ainda na dinastia de Avis, até 1580; depois tivemos o período dos Felipes, do qual a coroa portuguesa passou para a Espanha, de 1580 a 1640. E em 1640 a dinastia de Bragança passou a reinar em Portugal. A partir dessa data, o Brasil passou a ser o Estado do Brasil, era uma continuação de Portugal.

Há um aspecto interessante que seria importante que se ressaltasse na nossa história: que o Brasil, do ponto de vista jurídico, nunca foi colônia. Não há nenhum documento, quer seja na Torre do Tombo de Lisboa, quer seja no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, em que, anterior a 1822, anterior a este grande ato da princesa Leopoldina, dia 2 de setembro de 1822, quando de fato, do ponto de vista jurídico, foi decidida a independência do Brasil, não há nenhum documento que se refira ao Brasil como sendo colônia. Pelo contrário, era o Estado do Brasil. Os deputados brasileiros, na corte em Portugal - a corte era a câmara dos deputados em Lisboa - tinham os mesmos direitos dos deputados portugueses; como hoje em dia um deputado do Acre tem o mesmo direito que um deputado paulista em Brasília, é um estado do Brasil.

O príncipe herdeiro da coroa de Portugal tinha o título exatamente como Príncipe do Brasil, como hoje, na Inglaterra, o príncipe herdeiro da Inglaterra tem o título de Príncipe de Gales. O Brasil desenvolveu-se, o Brasil acolheu a todos os povos que aqui chegaram. Em primeiro lugar, vieram os portugueses, depois vieram colonos de várias partes do mundo, vieram os africanos, houve aí uma benção da nossa civilização, que foi a miscigenação. Em que foram se somando as características dos diversos povos que aqui se encontraram. Em primeiro lugar, nós somamos ao espírito empreendedor e à fé do espírito português a intuição e o espírito maravilhado dos índios, nós devemos enormemente a nossa cultura aos índios. Mesmo o nosso modo de falar português é diferente dos portugueses de Portugal, nós falamos de uma forma muito mais aberta, por conta da influência dos índios. A intuição brasileira vem dos índios. Seria um detalhe um pouco prosaico, a nossa sacrossanta mania de tomar banho todo dia vem dos índios, na Europa não se toma banho todo dia.

Depois aqui vieram os negros e a bondade, a força, o afeto, o calor humano, característico do povo brasileiro, vem dos negros. Depois aqui foram chegando povos do resto do mundo, nós fomos somando as qualidades desses diversos povos. Donde dá esse povo fascinante que é o povo brasileiro.

Eu tenho muitos parentes europeus, alemães, não só de Dona Leopoldina, mas minha mãe também é alemã, minha mãe é princesa da Baviera, tenho parentes franceses pelo lado Orleans, tenho parentes ingleses, tenho parentes austríacos, húngaros, de todos os quatro cantos, de toda Europa, mas todos vêm ao Brasil com frequência; eles ficam fascinados não apenas com as belezas naturais do Brasil, mas, sobretudo, com o calor humano brasileiro. Há algo que distingue o povo brasileiro, que é exatamente este calor. Nós fomos somando as qualidades de diversos povos, acolhendo esses povos com os braços abertos e todos colaboraram de uma forma extraordinária para o nosso progresso.

Hoje nós estamos homenageando exatamente os descendentes, os povos germânicos, quer sejam alemães, austríacos ou de qualquer parte da Alemanha, da Baviera, por exemplo. Nós acolhemos todos estes povos e essa é uma das principais características do povo brasileiro. Isso nós devemos a quem? À alma grande do povo português, daquele povo empreendedor, que saiu para a conquista do mundo, para expansão, em primeiro lugar, da fé. Está na carta de Pero Vaz de Caminha, no fim da carta, em que o escriba da esquadra de Cabral diz ao rei de Portugal, Dom Manuel: “Mas, senhor, o melhor que podeis fazer a esse povo é dar-lhe a fé católica, aquilo que a Vossa Majestade tanto deseja”. E essa foi a característica do povo brasileiro, dizia Gilberto Freyre, que foi certamente um dos maiores sociólogos da nossa história, um dos maiores sociólogos, dizia: “O que cimentou a unidade nacional foi exatamente a fé”.

A dinastia de Bragança reinou em Portugal e em 1808 para cá veio. Napoleão Bonaparte, com qual não simpatizo em nada, odiava a Dom João VI porque, dizia ele, “foi o único rei que me enganou”. Nós aqui, os descendentes alemães aqui presentes, os brasileiros sabem, há uma expressão que nós usamos quando nós faltamos a um compromisso, ou quando alguém falta ao compromisso conosco, nós dizemos “deixou a ver navios”. A origem desta expressão exatamente vem do fato que Dom João VI deixou as tropas napoleônicas, chefiadas pelo general Junot, que queria exatamente prender o rei de Portugal, como fez com todos os outros reis da Europa, com exceção do czar da Rússia e do rei da Inglaterra, queria prender o rei e submetê-lo a seu serviço. Quando as tropas do general Junot chegaram às colinas que circundam Lisboa, elas viram as velas das naus portuguesas que para cá vinham. Ficaram a ver navios.

E aqui chegando, Dom João, como regente - Dona Maria I ainda vivia -, deu-se conta que um estudo, um projeto de um deputado brasileiro na corte em Portugal, um grande paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva, era de fato o futuro do mundo luso. José Bonifácio havia apresentado um estudo que sugeria a formação de uma comunidade língua lusa, que englobasse Portugal, Brasil, Algarves, Angola, Moçambique, Índia, Macau, Timor, todo o mundo luso, com capital no Rio de Janeiro. E isso explica a obra extraordinária de Dom João VI aqui no Brasil.

Diz Euclides da Cunha, republicano histórico, portanto insuspeito para fazer essa afirmação: “Nunca na história do Brasil se sentiu a ação benéfica do governo central com tanta intensidade como quando no período de Dom João VI”. Ele lançou todos os fundamentos da nossa nacionalidade. Ele criou o Jardim Botânico, a Biblioteca Nacional, que ele trouxe de Portugal. Criou o Banco do Brasil, que foi o primeiro banco da história do Brasil, da história de Portugal, ele criou a Escola Naval, ele criou a Academia Militar - hoje a Academia Militar das Agulhas Negras tem um busto em homenagem ao Dom João VI, como sendo seu fundador, no hall de entrada. Ele nunca teria uma academia, uma escola naval ou uma academia militar se ele quisesse manter o Brasil submetido a Portugal.

E ele mesmo ficou no Brasil durante muitos anos depois da queda de Napoleão. Napoleão caiu em 1814 e ele só voltou a Portugal por causa da Revolução Liberal do Porto, que ameaçava criar um caos em Portugal. Mas ao partir, na sua sabedoria - ele era muito sábio, muito bom político -, ele deixou aqui seu filho, o príncipe herdeiro; e ele lhe deu um último conselho: “Meu filho, considere que o futuro não está na Europa, não está em Portugal pequenino, mas está neste País grandioso. Mais cedo ou mais tarde, o Brasil será independente. Ponhas tu esta coroa em tua cabeça, antes que um aventureiro o faça”. E graças a isso exatamente nós mantivemos nossa unidade territorial, a nossa unidade política, a nossa unidade social, até a nossa unidade psicológica, tão invejada por nossos vizinhos hispano-americanos.

Enquanto a nossa independência foi muito mais a emancipação de um filho a conselho paterno, a independência dos países hispano-americanos resultou das ambições dos caudilhos que queriam ser presidentes da república em suas respectivas áreas de influência. Daí a grande diferença da harmonia social extraordinária que há no Brasil em comparação com o resto da América Latina; eu diria até com o resto de toda a América. Isto nós devemos à sabedoria do Dom João VI, mas também devemos a Dona Leopoldina, porque, como disse muito bem o professor Michael Peuser, Dona Leopoldina, aqui chegando, assumiu inteiramente a nação brasileira como a sua pátria, a pátria do seu coração. Ela tinha saudade da Áustria, mas o seu coração estava no Brasil e foi ela que, na plenitude dos poderes, como chefe de Estado, assinou a ata de independência do Brasil, ato do conselho, da reunião de Conselho de Estado. Decidiu-se a independência de nossa pátria em 2 de setembro de 1822. Ela foi a primeira chefe de Estado da nossa história. A segunda foi a princesa Isabel, nas três regências na ausência de seu pai.

Perdoe-me, mas uma das características do Brasil, sua mudança de clima, e um resfriado forte.

Essa foi a grande sabedoria da Dona Leopoldina; e o Brasil desenvolveu-se, o Brasil cresceu e hoje nós temos no Brasil um país com um futuro absolutamente extraordinário pela frente. Uma das características do povo brasileiro, segundo um sociólogo inglês, em um estudo que li recentemente, é ser um dos países que têm mais esperança com relação ao seu futuro. Eles sabem que eles têm nos desígnios da grande Providência uma grande missão a realizar.

Essa missão iniciou-se com a chegada dos portugueses em 1500, com a formação do Brasil, o Estado Brasil em 1640, com nossa independência em 1822, a qual, como eu disse aqui, foi mais uma emancipação de um filho a conselho paterno, e hoje nós temos esse País extraordinário, acolhedor, no qual os povos de origem germânica tanto colaboram para a sua realização.

Portanto, eu felicito a deputada Célia Leão por ter acolhido os alemães, hoje à noite, nessa comemoração da comunidade alemã, que faz anualmente em agradecimento ao progresso que a comunidade alemã tem proporcionado a nossa pátria já há tantos anos.

A todos, muito obrigado. Peço a Deus que, todos unidos, que Deus, nosso Senhor, nos ajude a realizarmos esse destino extraordinário em nossa pátria. Dessa pátria acolhedora, desta pátria que aqui recebe os alemães e a maioria dos quais, muitas vezes, vêm aqui como presidentes de algumas empresas, terminam o seu mandato na presidência da empresa e aqui permanecem. Permanecem por quê? Por causa do aspecto acolhedor do povo brasileiro, essa principal característica do povo brasileiro; mas também uma das nossas características é a gratidão com relação a tudo que os povos germânicos fizeram pelo progresso de nossa pátria.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, nós é que agradecemos. Uma salva de palmas e agradecemos a presença da Sua Alteza aqui conosco nesta noite.

Já estamos chegando ao final dessa sessão solene. Na verdade, na vida da gente, no dia a dia, nós sempre usamos do tempo, o tempo é nosso, o tempo é para nós, usamos o tempo para estar com a nossa família ou estar no trabalho, ou na escola ou nos estudos, ou para um passeio, ou para ficar se cuidando, ou num cabeleireiro, ou onde for, nós usamos o tempo. Nós gastamos o tempo. Quando falamos “gastamos”, parece mais pejorativo, mas o gastar o tempo é gastar, empreender em coisas que nos satisfaçam, em coisas boas.

Embora nossa sessão esteja um pouquinho adiantada e com certo atraso de 30 minutos, pelo trânsito e por tudo que dificultou a chegada tanto do cônsul quanto da Sua Alteza - e nós fizemos questão absoluta de aguardar a ambos -, mas tenho certeza que esse tempo que nós estamos usando, empreendendo ou gastando nesta noite, na verdade, é um momento de alegria e felicidade a todos nós. Afinal de contas, durante um ano para fazermos essa sessão solene que sempre aguardamos com muita emoção.

Daqui a pouco finalizaremos, mas ainda temos alguns momentos de prazer, de satisfação e de marcar a história nesta noite. E nada mais forte, nada mais importante para marcarmos definitivamente a sessão solene para celebrar a comunidade alemã, o dia 25 de julho, celebrado hoje no 12 de agosto da comunidade alemã, do que ouvirmos literalmente a voz viva de alguém que representa toda esta comunidade alemã no nosso País, no nosso Brasil acolhedor, como disse Sua Alteza nesse momento na sua fala.

Chamou-me a atenção, primeiro porque ele chegou de forma muito simples. E diz que a grandeza de um homem está na sua simplicidade. Quem olhasse de fora e a ele não fosse apresentado, talvez, assim como eu, não soubesse de quem se tratava. Além do mais, veio falando um português bastante bom e interessante. E eu fiquei pensando, “nossa, esse senhor deve ter ficado na Alemanha - quer dizer, eu não sei em que parte do planeta ele estava antes de vir para cá, mas estivesse onde estivesse, deve ter ficado estudando muito português para poder falar como ele está falando”. E para surpresa minha, isso junto à sua simplicidade, com certeza competência, inteligência, ele de forma simples disse: “Estou aqui há cinco, seis semanas”. E aí perguntamos a ele: “Não veio com esse português?”; e ele: “Não, foi aqui mesmo que aprendi”. E eu fiquei muito entusiasmada. Eu não sei se em cinco, seis semanas, se eu tiver o privilégio de poder ficar esse tempo na Alemanha, eu falarei melhor do que duas palavras que já aprendi até hoje, mas eu vou me esforçar. E é com essa alegria que nós recebemos na Casa esse novo cônsul que chega ao Brasil - e tenho certeza, cônsul, que o povo brasileiro e esse País acolhedor, como disse o nosso príncipe, assim vai acolhê-lo, aliás, já o acolheu.

Com muita satisfação queremos receber a fala, as palavras e o coração do cônsul geral da República Federal da Alemanha, aqui também com sua esposa, Claudia Däuble, o Sr. Friedrich Däuble, por favor. Uma salva de palmas. (Palmas.)

 

O SR. FRIEDRICH DÄUBLE - Exma. Sra. deputada Célia Leão, muito obrigado por essas palavras muito gentis; Sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand; apreciado Sr. Von Galen; apreciado Sr. Lege; apreciado Sr. Peuser. Há mais de seis gerações, teve início a imigração alemã para o Brasil. Para um novo mundo, para um país extenso e promissor.

Os imigrantes alemães queriam fugir das precárias condições de vida em seu país. Eles foram motivados por uma expectativa de vida melhor. O Brasil acolheu-os de braços abertos. A fertilidade desse País, o clima e, sobretudo, a simpatia de seus habitantes facilitaram o recomeço de todos os imigrantes alemães de seis gerações atrás até os dias de hoje.

Eu, pessoalmente, não imigrei para o Brasil, apenas viverei aqui por alguns anos. A minha família e eu também apreciamos a hospitalidade brasileira. Estamos em São Paulo há seis semanas e nos sentimos muito, muito bem.

Os imigrantes de então esperavam encontrar no Brasil mais liberdade e um futuro melhor para suas famílias. Aqui no estado de São Paulo, mas também no Rio Grande do Sul e no Paraná, em Santa Catarina e no Espírito Santo e mais tarde em muitas regiões do País. O sucesso dos alemães no Brasil não caiu do céu. As doenças tropicais contra as quais ainda não existiam remédios, a terra que ainda tinha que ser desbravada, assim como outras circunstâncias iniciais desfavoráveis, custaram vidas. Esse sofrimento também tinha expressão literária. Mas a grande maioria não se deixou abalar e construiu confiantemente uma nova existência no Brasil, ao lado de seus concidadãos brasileiros. Uma prova viva desse fato é a presença de um número tão grande de membros bem sucedidos da comunidade alemã e que hoje se encontram aqui reunidos.

Considera-se que 10% de todos os brasileiros têm antepassados alemães; com isso, a imigração contribuiu significativamente para a construção da identidade brasileira. Em todo o mundo globalizado, as atenções estão voltadas para o dinamismo econômico do Brasil e para o imenso potencial desse País. Também os brasileiros, como esses alemães, colaboraram de maneira significativa para esse desenvolvimento, através de seu trabalho e de seu espírito empreendedor, com a sua persistência e com uma vontade de construir uma nova existência. Eles também prepararam o terreno para o grande engajamento econômico da Alemanha no Brasil; todas essas empresas alemãs de renome estão representadas nesta cidade. O Sr. Lege mencionou muitas.

Sem a comunidade alemã, não existiria necessidade dessa forte presença cultural alemã, fato surpreendente também para mim, que sou um novato aqui. Temos em São Paulo duas escolas binacionais alemãs, uma delas com mais de 10 mil alunos. Eu não sabia que no Brasil existiam não apenas estas escolas - nós contamos também com um grande número de instituições culturais com estreitos laços tanto com a Alemanha como com o Brasil.

A conexão entre os nossos dois países encontra-se sobre uma base sólida. Para isso contribuíram os imigrantes alemães, a comunidade alemã no Brasil e vocês. Para mostrar a profundidade, a confiabilidade e a força dessas adesões, a presidente brasileira Dilma Rousseff e o presidente da República Federal da Alemanha abriram juntos, em maio, o Ano da Alemanha no Brasil. Neste âmbito, aconteceram muitos eventos interessantes e muitos ainda serão realizados também aqui em São Paulo. A celebração dessa noite encerra-se perfeitamente nessa moldura.

Agradeço muitíssimo à Assembleia Legislativa de São Paulo, representada pela deputada Célia Leão que novamente organizou a cerimônia esse ano. O fato do estado de São Paulo realizar anualmente essa comemoração mostra os fortes e contínuos laços com a Alemanha. Espero que eu também possa contribuir para o aprofundamento desses vínculos nos próximos anos, contando com a colaboração dos senhores para isso.

Sra. deputada, você me permite uma palavra em alemão?

(Pronuncia-se em alemão)

Meus parabéns para o Dia da Comunidade Alemã no Brasil. Agradeço a atenção de todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada por suas palavras. De verdade, eu não entendi quando o cônsul falou em alemão, mas pelo olhar, pelo rosto, pelo semblante, pelos olhinhos, o brilho das pessoas, certamente falou no coração de cada um que pôde entender esse idioma difícil e maravilhoso.

Dando continuidade a nossa sessão, e agora já chegando verdadeiramente ao final, de forma muito singela, nós preparamos um mimo muito simples a cada uma das pessoas que aqui estão nesta Mesa. Quero entregar este mimo que a Assembleia Legislativa, o presidente Samuel Moreira - tenho certeza que um pedacinho do coração dele está nessa sessão também -, acompanhado de um vaso, de uma flor muito singela também, mas que marca um povo, um pouco do nosso povo mais que acolhedor, como disse Sua Alteza nas suas palavras, repetida por demais oradores, a pimenta. A pimenta brasileira, que faz o sabor da nossa comida, mas também um pouquinho do nosso povo brasileiro. Um povo forte, corajoso, destemido, um povo que deixa a sua marca, como a pimenta deixa na comida.

Nós queremos aqui convidar e já para fazer essa entrega o Sr. Stefan Graf von Galen, que representa todos nós nessa noite; ao Sr. Klaus Lege, que também vem aqui em cima para receber este diploma da Assembleia e a nossa pimenta; ao Sr. Michael Peuser, por gentileza, também Sua Alteza Imperial e Real, Dom Orleans e Bragança e nosso cônsul Friedrich Däuble.

Vou pedir escusas a Sua Alteza, que deem a ele nossa pimenta, mas nosso diploma chegará ainda esta semana. Eu vou convidar também a Sra. Claudia Däubler, para que receba flores em nome de toda a nossa comunidade. Então, todos em pé, eu farei a entrega, tiramos as fotos, para depois chegarmos ao encerramento desta sessão.

 

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- É feita a entrega das flores, diplomas e pimentas.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Pediria aos homenageados que mostrassem o quadro, para que toda a comunidade pudesse ver que receberam. E receberão suas pimentas também, Sua Alteza, Sra. Claudia Däubler, esposa do cônsul.

Estamos chegando ao final. Quero dizer da alegria, de forma muito rápida, transformar em palavras um pouco da nossa emoção nesta noite. Não poderia deixar de registrar, além das pessoas que nos ajudaram, já estarei fazendo daqui a pouquinho, mas marquei, na hora da fala de cada um de nossos convidados, lideranças e oradores, de tudo que trouxeram de conteúdo, de verdade, de história. Quando o Sr. Peuser falou, deixou uma marca muito forte, dizendo que, se não existe passado, não há futuro. E é verdade. Tanto o Sr. Stefan quanto o Sr. Klaus Lege trouxeram, de forma sintética, importante, a contribuição que a comunidade alemã trouxe para o Brasil. E certamente levou para todos os rincões do planeta, onde essa comunidade pôde se fincar e viver. Sua Alteza Real trouxe para nós mais do que história, literalmente trouxe a história viva, porque Sua Alteza é esta história viva. Com sua família, com seus antepassados, dá a todos nós o privilégio de ser brasileiro. Assim podemos chamá-lo, com a família diversificada em todo mundo, todas as partes do planeta, como o senhor mesmo nos disse.

E o cônsul-geral, na sua forma simples de falar, certamente de viver e de trabalhar, disse em toda sua fala que os imigrantes alemães queriam fugir dos dias difíceis da Alemanha e, portanto, vieram ao Brasil. E nesses quase 200 anos houve a imigração da comunidade alemã ao Brasil. No momento difícil naquele país, as pessoas procuravam aquilo que é mais sagrado para todos nós, que se chama paz. Saíram da Alemanha, certamente fugidos, refugiados para procurarem aquela paz. E nesse Brasil maravilhoso, acolhedor, como disse Sua Alteza, certamente encontraram, tanto que aqui ficaram. Tanto que são várias gerações no Brasil de filhos, netos, bisnetos, construindo o Brasil também com sentimento e a inteligência alemã, o que muito trouxe de progresso para a nossa comunidade.

Mas eu tenho que, ao encerrar as minhas palavras, dizer de que, se as pessoas fugiram naquele momento da Alemanha procurando um porto seguro e encontraram no Brasil um pedacinho desse porto seguro, hoje a história está invertida.

Hoje somos 200 milhões e lamentavelmente nem todos podem; estamos crescendo, somos uma economia bem-vista pela comunidade mundial, do nosso trabalho, do nosso povo, do nosso PIB, mas ainda estamos caminhando, então não são todos os brasileiros que têm o privilégio de ir à Alemanha. Mas tenha a certeza de que se pudessem ou se pudéssemos, nós fugiríamos para lá também, só que no século atual e no ano de 2013, tal ficou a beleza da Alemanha. A guerra quase terminou com aquele país, dizimou o seu povo, fez sofrer milhares de pessoas, mas mais do que a questão financeira - que também é importante, não podemos abrir mão dela, certamente, professor Stefan, que a questão financeira ajudou na construção e reconstrução da Alemanha, mas foi mais do que o dinheiro. Foi a força de um povo, foi a crença das pessoas, foi a união da sociedade, foi querendo construir novamente a vida sob a ótica alemã e da Alemanha, que hoje é um país, literalmente, no bom sentido, invejável.

Não há quem não queira comprar da ciência, da pesquisa e da tecnologia alemã. Vou falar com propriedade de algo que conheço, convivo e agradeço. Tenho liberdade hoje, os senhores e senhoras estão me vendo em uma cadeira de rodas, coisas da vida e da fragilidade humana; foi em um acidente de automóvel, há pouco mais de 38 anos e que, ao longo dessas quatro décadas, aprendemos a viver e a reviver com alegria e com vontade de realizar os sonhos porque os sonhos continuam.

Mas não tenha dúvida que para poder estudar, que para poder casar, Daniel está ali, depois eu o encontrei num canto aqui do Plenário, para poder ter meus filhos, para poder ser deputada, para poder viver, nós precisamos de equipamentos que nos ajudem, porque eles não são inimigos, eles são amigos e são bonitos. Esses equipamentos nos ajudam a dar liberdade e certamente uma cadeira de rodas, no meu caso específico, com outras deficiências existem outros equipamentos para apoio e ajuda, mas no meu caso específico é uma cadeira de rodas que hoje é minha amiga e minha companheira, para me dar a liberdade, a vida, a paz, a alegria e o amor. Não foi coincidência eu ter uma cadeira que é alemã. Há outras, de outras nacionalidades e também tem a questão financeira, para quem pode adquirir essa ou aquela; a minha família, eu própria e meu marido fomos procurar a melhor, aquilo que pudesse ser as minhas pernas, e foi uma cadeira de rodas alemã, com alta tecnologia, que me fez viver novamente com a liberdade que eu tenho para poder fazer de tudo.

Em um simples exemplo, quero aqui dizer quantos alemães são importantes, quantos, permitam-me por um segundo chamá-los de vocês e não de senhores e senhoras, que merecem ter o meu respeito, mas chamá-los de vocês. Talvez vocês não saibam, não imaginam quanto é importante a tecnologia, o trabalho, a ciência, a pesquisa, a grandeza, a competência dos alemães, mas mais do que isso, a importância de vocês descobrirem, no Brasil, um lugar em que podem crescer e fazer o brasileiro, o povo do Brasil, crescer.

Quero encerrar dizendo que o Sr. Stefan que está à minha esquerda, ao lado do meu coração e não é por acaso, é um dos grandes responsáveis por esta noite e ele não me deu sossego. Ele ligava, fez um encontro, queria saber o andamento das coisas para que a sessão acontecesse e a sessão aconteceu. Quero fazer um agradecimento especial ao professor Stefan, que nos ajudou muito nessa noite, para que a sessão pudesse ser realizada.

Quero ainda acrescentar, voltando ao nosso cônsul - e com ele eu quero terminar – que, se de lá fugiram e hoje nós brasileiros queremos voltar, essa é uma verdade inconteste.

Ano passado eu disse que cada vez mais meu coração de baiano iria ser alemão, e é verdade. Tenho três filhos, como já contei no ano passado, para quem não sabe, está ali Daniel, meu marido, com os nossos três filhos, Rodrigo, de 25 anos, Diogo, de 23, fez agora e a Stephanie Vitória está com 18. Por escolha deles, e fico feliz com isso para ajudar a nossa comunidade, o nosso Brasil, por escolha deles, eles pensaram, estão estudando para serem médicos, os três. Os três estudaram em um colégio alemão, que é o Porto Seguro, estudaram em Valinhos. Devem estar aqui representantes do colégio, diretor do currículo B, o Sr. Matthias Holtmann e o Dr. Marcos, presidente da Fundação Visconde de Porto Seguro, e talvez a professora Celina, diretora do colégio.

Para nossa surpresa, no ano passado meu filho fez uma prova para poder fazer um estudo durante um ano fora, fazer medicina, ele podia eleger a Espanha, Estados Unidos ou Alemanha. Ele aprendeu um pouco de alemão no colégio, mas não foi o melhor nem o mais brilhante aluno; chegou um dia, ele nos comunicou, cônsul, que ele tinha escolhido onde ele queria fazer um ano do curso de medicina: ele disse que era a Alemanha. Hoje faz exatos 15 dias que o Diogo Guilherme está na Universidade de Münster, na Alemanha, o que para mim é uma emoção, uma alegria, porque eu tenho certeza que os senhores, através da Alemanha, onde ele está, farão do meu filho um grande homem. Ele já é um grande jovem, porque tem em casa berço, amor, carinho e educação, e o principal, os valores da vida, isto é importante, é o básico. Mas só isso não basta para ser um grande homem. Tem que ter cultura, aprendizado e sabedoria e tenho certeza que quem dará isso ao meu filho são os alemães na universidade onde ele está.

É assim que encerro, dizendo que esta filha de baiano está cada dia mais se tornando uma alemã, aprendendo a respeitar o povo, a conhecer a história e amar as pessoas, não necessariamente só aqueles alemães que nasceram lá, mas aqueles que têm o sangue e a história do povo alemão.

Quantas vezes o professor Stefan me convidar, me conclamar ou me obrigar - entre aspas - com o amor e carinho dele a fazermos mais uma sessão solene, eu só não farei uma sessão solene para prestigiar e celebrar e parabenizar a comunidade alemã o dia em que eu não for mais deputada. Mas o dia em que isto acontecer, eu espero que demore, algum deputado fará a celebração para a comunidade alemã e esta “alemãzinha” estará sentada aí embaixo junto com a comunidade para aplaudir as lideranças alemãs e também o deputado que fizer essa sessão.

Portanto, foi para mim uma alegria, uma honra poder crescer ao lado de pessoas como as senhoras e senhores. E, para finalizar, tem um vídeo que nós criamos. E eu quero agradecer a TV Assembleia; o serviço de som, Machado e Claudemir; o serviço de atas, o Márcio; a fotografia, Vera; a TV Legislativo, Alexandre Rodrigo; o cerimonial, a Vera e o Edson; o nosso gabinete, nas pessoas da Vera, que é minha chefe de gabinete, a Samanta, que ajudou a fazer o vídeo, a Sônia e a todos os meus amigos, funcionários e assessores da cidade de Campinas, que nos ajudaram a fazer esta sessão nesta noite.

Para encerrar, convido a todos para assistir a um vídeo que, Daniel, meu marido, ajudou a escolher as fotos e a música para que todos apreciem de forma muito rápida o que significam - mais uma vez eu peço licença de chamá-los de vocês - o que significam vocês no Brasil para esses 200 milhões de brasileiros.

Muito obrigada, uma salva de palmas e depois nós encerramos a sessão. (Palmas.)

 

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É feita a exibição do vídeo.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada. Tudo isso foram as senhoras e os senhores que construíram e Deus abençoou. Agora nós vamos para o coquetel que está sendo servido no Hall Monumental, e que o Clube Transatlântico, o Colégio Benjamin Constant e a Livraria Livro Fácil patrocinaram para todos nós esta noite. Eu estou melhorando, meus professores são ótimos, o cônsul e o professor Stefan me ajudaram. Para encerrar quero dizer “dankeschön.

Muito obrigada. Não havendo mais nada a ser tratado, estão encerrados os nossos trabalhos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 27 minutos.

 

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