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23 DE MAIO DE 2014

021ª SESSÃO SOLENE EM CELEBRAÇÃO DOS “95 ANOS DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA”

 

Presidente: WELSON GASPARINI

 

RESUMO

 

1 - WELSON GASPARINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que o presidente Samuel Moreira convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Welson Gasparini, na direção dos trabalhos, para celebrar os "95 anos da Sociedade Rural Brasileira", que transcorre no dia 23/05. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Nomeia as autoridades presentes. Faz breve histórico da Sociedade Rural Brasileira. Lista as principais funções da entidade e ressalta sua importância.

 

2 - MÔNIKA BERGAMASCHI

Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, cumprimenta os presentes. Considera que a história da agronomia paulista se confunde com a história da Sociedade Rural Brasileira. Discorre sobre o papel da entidade na defesa da economia sustentável e na abertura do mercado nacional. Elogia o presidente da Sociedade, Gustavo Diniz Junqueira e o trabalho realizado pelos seus ex-presidentes.

 

3 - GUSTAVO DINIZ JUNQUEIRA

Presidente da Sociedade Rural Brasileira, agradece o deputado Welson Gasparini por esta homenagem à Sociedade Rural Brasileira. Fala a respeito da trajetória da entidade. Informa que a Sociedade Rural busca o desenvolvimento de políticas públicas e modelos de gestão focados na modernização da agricultura e pecuária brasileiras. Ressalta o papel do estado de São Paulo no agronegócio nacional. Manifesta o apoio da Sociedade Rural Brasileira na geração de riqueza, emprego e renda nos campos e nas cidades. Entrega quadro e prêmio em homenagem a esta Casa, ao deputado Welson Gasparini.

 

4 - PRESIDENTE WELSON GASPARINI

Considera que o governador Geraldo Alckmin é um chefe de Estado comprometido com o setor da agricultura. Elogia a atuação da Sra. Mônika Bergamaschi, secretária de Agricultura e Abastecimento. Cumprimenta o Sr. Gustavo Diniz Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira. Ressalta a importância da atuação dos proprietários rurais no desenvolvimento econômico brasileiro. Comemora o crescimento do agronegócio no País. Informa participar, nesta Casa, da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético. Lamenta a crise vivida pela indústria sucroalcooleira. Pede atenção à população na escolha de seus governantes nas eleições deste ano. Destaca a importância da Sociedade Rural brasileira na vida política do país. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Welson Gasparini.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido, para tomar assento à Mesa, a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, que neste ato representa o governador Geraldo Alckmin. (Palmas.) Convido, para assumir seu lugar à Mesa, o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira. (Palmas.)

Minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Samuel Moreira, atendendo à nossa solicitação como deputado estadual, com a finalidade de celebrar os 95 anos da Sociedade Rural Brasileira.

Convidamos todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do subtenente Emerson Pereira, da 1ª Seção de Banda do Corpo Musical.

 

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- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Gostaria de registrar a presença do diretor do departamento de pecuária de corte da Sociedade Rural Brasileira, José Páscoa Teles de Menezes. Diretor da Sociedade Rural Brasileira, João Fernandes. Conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, Antonio Julio Junqueira de Queiroz. Rubens de Vilhena Resstel, conselheiro da Sociedade Rural Brasileira. Fernando Moya, assessor da Presidência do Sebrae, representando o presidente do conselho deliberativo do Sebrae, Alencar Burti. Julio Gushiken, gerente executivo de relações institucionais da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, representando Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras. Pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola e assistentes agropecuários.

Quem é a Sociedade Rural Brasileira?

Fundada em 1919, a Sociedade Rural Brasileira trabalha praticamente um século em favor do agronegócio como alavanca para o desenvolvimento socioeconômico do país.

O DNA da entidade é representar o setor rural, em especial o produtor sério, produtivo e comprometido com o crescimento econômico, o tecido social e o meio ambiente.

A Rural participou dos momentos mais marcantes da vida contemporânea do país, acompanhando toda a evolução do agronegócio brasileiro.

No papel de agente representativa a entidade reivindica melhorias e propõe políticas públicas favoráveis ao avanço do agronegócio, negociando com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Além disso, a Rural também atua como mediadora de conflitos, interesse, entre os elos das cadeias produtivas do agronegócio. A entidade mantém ainda uma extensa rede de relacionamento com as mais diversas lideranças setoriais, empresariais, da academia e da sociedade civil para o debate e a discussão de projetos e iniciativas para o Brasil, bem como para a geração de oportunidades e prestação de serviços para parceiros e associados.

A Rural integra os maiores fóruns de decisão do agronegócio brasileiro e outros de alcance internacional, como a Federação das Associações Rurais do Mercosul.

Berço de grandes líderes, sete de seus ex-presidentes foram secretários da Agricultura de São Paulo, além de diretores que também foram secretários paulistas e em outros Estados. Três ex-presidentes foram ministros da Agricultura, e um diretor foi ministro da Fazenda.

A Rural é cofundadora e cogestora do sistema Agrishow, e realizadora do Global Agribusiness Forum.

Essa é a entidade que está recebendo, neste instante as nossas homenagens na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Desejo comunicar aos presentes, que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida pela TV Assembleia no sábado, dia 24, a partir das 21h, e no domingo, dia 25, a partir das 12h, pela Net, canal 07, pela TV aberta, canal 61, pela TV Vivo digital, canal 185 e analógico, canal 66.

Vamos passar a palavra agora à Sra. Mônica Bergamaschi, secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e representando nesta solenidade o Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin.

 

A SRA. MÔNIKA BERGAMASCHI - Bom dia, bom dia senhoras, bom dia senhores, quero cumprimentar inicialmente o deputado estadual Welson Gasparini, solicitante desta sessão solene, desde já lhe cumprimentando e parabenizando pela iniciativa, merecedora que é a nossa Sociedade Rural Brasileira, na comemoração dos seus 95 anos de intensas atividades.

Cumprimento o Gustavo Diniz Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira, recém-eleito, mais uma vez, nesta oportunidade, desejando que tenha muito êxito na condução da Sociedade Rural.

Cumprimento os ex-presidentes, parabenizando-os também todos pela participação, Cesário Ramalho; cumprimento também do Dr. Luiz Hafers, grande produtor de café; gostaria de cumprimentar Rubens Resstel, também ex-presidente, Pedro de Camargo Neto, também pela atuação que todos tiveram.

Antônio Júlio, secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, produtor rural, também assíduo membro da Sociedade Rural, por seu trabalho também à frente da instituição, Julio Gushiken, representando aqui Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, Fernando Moya, representando o presidente do conselho deliberativo do Sebrae.

Cumprimento também o Luiz Cornacchioni, diretor executivo da Abag, José Páscoa Teles de Menezes, diretor do departamento de pecuária de corte da Sociedade Rural Brasileira.

Senhoras, senhores, nosso time da Secretaria de Agricultura, Fontes, sintam-se todos abraçados. Trago um grande abraço do governador Geraldo Alckmin e é uma alegria para mim, em particular, estar aqui comemorando os 95 desta longeva sociedade.

Só pelo simples fato de estar atuante, firme, e cada vez com maior presença no nosso cenário brasileiro, a Sociedade Rural é digna de todas as notas, é digna de todas as homenagens.

E tive também o privilégio de participar, por pouco tempo, ao lado do Cesário, que me deu a oportunidade, Cesário, muito obrigada, mas ao longo de toda a carreira em atividades que tivemos aí conjuntamente defendendo o nosso grande setor.

A história da agricultura paulista e brasileira se confunde com a história da Rural. Desde 1919, dos áureos tempos do nosso café, até temas da maior atualidade, a gente vê o papel intenso da Sociedade Rural, envolvida diretamente e articulando todos os outros setores que também trabalham.

Devemos à Rural grande, o início do movimento, dessa organização da pecuária sustentável, dos registros.

Me lembro dos grandes livros que lá estavam armazenados. Dos trabalhos, também, desses grandes líderes, nossos mestres, e vejo a juventude da Rural toda aqui reunida também, o trabalho importante que tiveram também na Constituinte.

A segurança jurídica, que talvez tenha sido o alicerce dos trabalhos mais recentes, seja na defesa do direito de propriedade, aquela entidade que empunhou a bandeira e sem nenhum receio, esteve sempre à frente dessa discussão, e mais recentemente também discutindo as questões relativas ao meio ambiente para que os nossos produtores continuem tendo sempre segurança jurídica.

Como olhar para o Dr. Pedro Camargo, e não lembrar do papel importante também, que teve junto às negociações internacionais nesse trabalho que temos de abrir nossos mercados e de pôr os produtos brasileiros em vista de tudo aquilo que temos embutido nele quando falamos de questões sociais, ambientais, econômicas, e também da nossa grande competitividade.

Ressalto ainda o grande relacionamento, que é muito bacana da gente ver, dos antigos presidentes, de outras pessoas, que são ícones do nosso agronegócio, reunidos em um Conselho, trabalhando lado a lado com essa juventude que chega nesse trabalho de sucessão, nesse trabalho de liderança tão importante que é para o nosso setor, que estamos aí já cansados de ouvir, que nos faltam mesmo líderes.

Então, temos aí um berço de líderes, como também foi a Rural um berço de outras tantas associações de representação do setor. (Palmas.)

Quero parabenizá-los, a todos, pelos 95 anos, pelos relevantes trabalhos prestados e, Gustavo, feliz próximos 95.

Estaremos aqui, seguramente, para comemorar.

Um grande abraço a todos.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Dando sequência a esta sessão solene, é com prazer que passamos a palavra ao presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira.

 

O SR. GUSTAVO DINIZ JUNQUEIRA - Senhoras e senhores, muito bom dia, muito obrigado pela presença de todos.

É com muito orgulho que a Sociedade Rural Brasileira recebe esta homenagem, pelos seus 95 anos, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

É uma honra para a Rural ter o reconhecimento público de uma Casa que desde 1834 ancora seu trabalho nos princípios da democracia, livre iniciativa, direito de propriedade e respeito às instituições.

Princípios esses que são também os valores da Rural.

Quero agradecer ao deputado Welson Gasparini por esta homenagem à Rural. Em seu nome, estendo os agradecimentos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e a todos os seus deputados.

Agradeço ainda a presença da secretária de Agricultura, Mônika Bergamaschi, que hoje representa o governador Geraldo Alckmin.

Todos são grandes defensores, aliados, entusiastas do agronegócio paulista. Agradeço aos senhores pela presença aqui hoje para prestigiar a nossa Rural. A Rural é um patrimônio da sociedade brasileira.

Sem exagero algum, a Rural acompanhou a construção da nossa agricultura e, consequentemente, a trajetória contemporânea de São Paulo e do Brasil.

Com uma marcante atuação, a Rural sempre trabalhou por políticas públicas e modelos de gestão voltados aos ganhos de eficiência e produtividade de nossa agricultura e pecuária.

Com isso, o setor se tornou decisivo na contribuição para o desenvolvimento socioeconômico deste Estado e de toda a nação.

São Paulo é um colosso do agronegócio.

Apesar das adversidades, a produção agrícola do estado é líder em quantidade, diversidade, produtividade e de altíssima qualidade.

São grãos, café, citrus, açúcar, etanol, papel e celulose, carnes, hortifrutis, flores, entre tantos outros produtos que fazem de São Paulo um mosaico rico e singular do agronegócio.

No ano passado, o valor da produção da agropecuária do Estado rompeu a marca de R$57 bilhões, e as exportações do agronegócio paulista passaram de US$20 bilhões. Tudo isso impulsionado por tecnologia desenvolvida nas universidades e nos avançados institutos de pesquisas espalhados pelo Estado.

Ciência e tecnologia que é incorporada com competência no dia a dia por homens e mulheres incansáveis, que dedicam suas vidas a empreender novos negócios no campo e nos centros industriais.

Isso sem contar, que por nossas estradas, dutos e portos passam boa parte da produção agrícola do país, destinada a abastecer o mundo.

E o resultado desse sucesso? O resultado é a geração de riqueza, emprego e renda para o campo, com desdobramentos positivos para os demais setores, inclusive, e de sobremaneira, para as nossas cidades.

São Paulo é um estado que valoriza e respeita o agronegócio. O investimento nessas terras é sempre bem-vindo e deve ser protegido, pois é dele que virá o futuro de nossos filhos.

O agronegócio encontra aqui campo fértil para crescer de maneira sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental.

Tudo isso faz o interior do estado de São Paulo a região mais próspera do país, com um dinamismo econômico e uma mobilidade social que devem ser replicados por todo o território nacional.

O Brasil passa por um importante momento de reflexão, e avançar, deixando para trás velhas atitudes, nunca como antes, passou a ser essencial para o bem-estar do nosso povo.

Em toda a sua trajetória, a Rural sempre atuou com convicção, nunca por conveniência, para desenvolver uma sociedade mais justa.

Em nome da Sociedade Rural Brasileira, reitero meus cumprimentos a esta Casa pelo seu papel histórico em favor do cidadão paulista, e entrego o prêmio “A Rural”, de 2014, à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aqui representada pelo deputado Welson Gasparini.

Muito obrigado. (Palmas.)

Deputado, queria entregar o prêmio “A Rural”, que é um símbolo da nossa casa a esta Casa que tanto nos ajuda e tanto nos representa.

Está aqui o quadro.

 

* * *

 

- É feita a entrega do prêmio. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - WELSON GASPARINI - PSDB - Secretária da Agricultura Mônika Bergamaschi, a senhora representa, neste instante, o governador Geraldo Alckmin, que, sem dúvida alguma, tem sido um governador, principalmente para o setor do agronegócio, um governador que respeita e que sabe a importância desse setor, não só para a economia do Estado, mas para o desenvolvimento nacional.

E tanto considera o setor importante, que colocou a senhora como secretária da Agricultura, e que vem desenvolvendo um papel muito bonito com a sua administração.

E, ainda recentemente, estando em Ribeirão Preto, na Agrishow, o governador Geraldo Alckmin liberou uma verba de R$30 milhões para a construção e começo do funcionamento do Museu da Agricultura lá em Ribeirão Preto, que, sem dúvida alguma, vai ser o maior museu desse setor em nível nacional.

Peço, então, que a senhora transmita ao governador Geraldo Alckmin nosso abraço e nosso reconhecimento pelo que ele representa.

Doutor Gustavo Diniz Junqueira, a sua juventude, o seu ideal, nos atestam que a Sociedade Rural Brasileira vai continuar e vai desenvolver um papel muito importante para o setor, não só no estado de São Paulo, mas em nível nacional.

Ainda hoje, eu estou informado, o senhor estará num almoço com a presidente Dilma, e sem dúvida alguma, terá a grande oportunidade de apresentar a ela os problemas do setor, as reivindicações, e trará, eu tenho a certeza, boas notícias para todos nós.

Quando eu requeri esta sessão solene, eu queria realmente prestar uma homenagem a uma sociedade que tanto tem feito pelo setor da agricultura. Nós vivemos uma transformação muito grande.

Anos atrás, o produtor rural era um homem que vivia da porteira para dentro da sua propriedade, nada mais lhe interessava no que diz respeito à situação nacional.

Hoje, o produtor sabe que, além do que ele faz dentro da sua propriedade, é muito importante que a sua atuação fora, da porteira para fora, como é que ele age para fazer com que as suas justas reivindicações, os seus justos procedimentos, sejam reconhecidos. E um dos primeiros papéis, é importante a associação.

A Sociedade Rural Brasileira congrega a todos aqueles produtores que querem, sem dúvida alguma, ter voz junto aos nossos governantes.

E hoje, mais do que nunca, nós precisamos disso, de entidades fortes, entidades que possam ter o diálogo com os nossos governantes de cabeça erguida, porque, infelizmente, até algum tempo atrás, os produtores rurais eram massacrados pela grande opinião pública nacional. É como se fossem pessoas que só cuidavam de si, e as suas produções, não eram para toda a comunidade nacional.

Hoje, o Brasil e os nossos governantes começaram a entender a importância do agronegócio.

Ah, se não fosse o agronegócio nos anos que nós estamos enfrentando no nosso país! Todas as nossas exportações fazem com que haja um equilíbrio maior nas finanças do nosso país. E mesmo a produção para consumo nacional tem sido das mais notáveis.

Agora, infelizmente, é preciso sacudir os nossos governantes.

Eu presido aqui nesta Casa, sou um dos coordenadores da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, que está atravessando uma das maiores crises da sua história. Cerca de 50 usinas de açúcar e álcool do nosso país, nos últimos anos, fecharam as suas portas. Só na região de Ribeirão Preto, nesses últimos anos, mais duas usinas fechando as suas portas também, e outras em situação de recuperação judicial.

E o que está sendo feito, pelo governo federal, para atender esse importante setor? Esta oportunidade que o nosso presidente da Sociedade Rural Brasileira vai ter, essa oportunidade, em Brasília, num diálogo com a presidente Dilma Rousseff, que leve essas justas reivindicações de setores como o do agronegócio do setor sucroenergético.

Nós não podemos ter neste país, principalmente nesse setor do agronegócio, política de curto prazo.

O produtor rural depende muito de segurança.

E o que acontece?

Hoje, infelizmente, para resolver o problema da inflação, não se deixa aumentar o preço da gasolina, e todo mundo sabe que o álcool, para ser vantajoso para o consumidor, ele não pode ter um preço maior do que 70% do preço da gasolina. Como resultado final, veio a crise no setor, mas uma crise dramática.

Consegue-se segurar a inflação, quebra-se a Petrobras, com bilhões de prejuízos por esse tipo de economia, mas quebra também grande parte da indústria sucroalcooleira, e como consequência, do produtor rural que planta a cana-de-açúcar.

São mais de 50 mil trabalhadores desse setor que perderam os seus empregos nessas crises, e todo mundo sabe também, que grupos internacionais, que estavam vindo para o Brasil e investindo nesse importante setor, hoje já estão colocando à venda suas usinas que compraram, porque acham que o setor já não está correspondendo.

Agora, e qual a reação dos nossos governantes? Qual a reação do governo federal para atender essa grave crise do setor?

Estou citando uma, mas são vários produtores rurais que, muitas vezes, dependem, e principalmente o produtor rural, depende muitas vezes do período de chuvas, disso e daquilo, não têm segurança como deveriam ter para produzir com tranquilidade.

Então, para isso é que nós precisamos de entidades fortes como a Sociedade Rural Brasileira, e líderes como este jovem que, sem dúvida alguma, continuará os passos do passado da Sociedade Rural Brasileira, dinamizando cada vez mais a entidade.

Nós vamos ter este ano um ano para renovação de governos, em todos os níveis - governo estadual, governo federal -, e vamos ter as eleições para novas Assembleias, para a Câmara Federal, para o Senado Federal. E é preciso, mais do que nunca, que a gente conclame a Nação brasileira a aproveitar as oportunidades das eleições para termos governantes que tenham três qualidades fundamentais:

Honestidade, e como está faltando honestidade neste país, presidente, é um escândalo atrás do outro. São bilhões e bilhões de reais roubados da Educação, da Saúde, e que vai para os bolsos de espertalhões.

Infelizmente, porque nós temos um Congresso Nacional que demora para fazer leis corretas, leis objetivas.

Nós temos um Poder Judiciário que não tem juízes em quantidade suficiente, não tem funcionários em quantidade suficiente, e o código de processo civil, criminal, penal, é uma vergonha. O último grande roubo neste país demorou 13 anos para ter o seu julgamento. O caso, agora, de um ex-presidente, que foi cassado na época, 23 anos para a Justiça dizer se o processo estava correto ou não.

Agora, quem é que reclama contra isso?

Nós estamos tendo manifestações nas ruas, nas rodovias.

Ainda ontem eu vinha na estrada e assisti a queima de pneus, de veículos, protestando os sem-teto. Outra hora são os sem-terra. Outra hora protestando pela Saúde. Bom, mas o que eles querem?

Além do protesto, é preciso, mais do que nunca, que haja uma reação.

Hoje a Nação brasileira parece que ela está adormecida no que diz respeito a uma ação correta. Desculpem aproveitar esta oportunidade, presidente, para dizer isso. Nós temos de reagir, caso contrário nós vamos sofrer neste país uma das maiores crises econômicas, sociais e políticas da nossa história.

O que é preciso?

Nas eleições, votar em gente competente, em gente que tem as mãos limpas.

Agora, o que está sendo feito para que isso aconteça? Muito pouco. O dinheiro continua corrompendo os processos eleitorais. Quem tem dinheiro se elege com maior facilidade.

Eu fui deputado federal, 513 deputados federais, não tem cadeira para todo deputado sentar. Aqui mesmo nesta Casa, nós somos 94 deputados. É preciso uma reforma eleitoral e política grande neste país. Não precisamos de tantos deputados. Nós precisamos de deputados bons, competentes, e que ajam de acordo com a opinião pública, que necessita de muita atenção.

Então, presidente, na sua juventude, quero demonstrar a confiança de que a sua entidade estará lutando por novos dias no nosso país.

Precisamos, e com urgência, reagir, e a reação não é incendiando ônibus, não é fazendo greve todo dia, sem saber sequer o que está sendo reivindicado. Nós precisamos de líderes neste país.

Agora, o que acontece?

Nas famílias, quando um jovem chega para o pai e diz “Olha, eu estou pensando em entrar na Juventude de um partido, eu quero entrar na política”, o pai fala: “Você está louco, política é coisa suja. Não mexa com isso. Vai para uma profissão que dá dinheiro, que dá tranquilidade. A política é suja”.

Faltam vocações. Todos os partidos, sem exceção, não conseguem completar as suas chapas de candidatos. Nas cidades, quando vai ter eleição municipal, não se consegue completar chapas de candidatos a vereadores. Colocam nomes de familiares, de assistentes, para fingir que tem líderes disputando as eleições.

Agora, qual a reação da comunidade?

É votar em candidato que dizem que pior do que está não fica? Elegeu três candidatos, além dele, mais três, com um slogan dessa natureza. E as reações, onde estão?

Estou aproveitando esta oportunidade, porque falo para uma entidade séria que está sendo homenageada, uma entidade que tem hoje um líder jovem, que entende tudo isso que nós estamos vivendo.

Agora, vocês ajudem, prestigiem a entidade, participem ativamente de todas as promoções, levem ao presidente sugestões, para que a Sociedade Rural Brasileira seja cada vez mais forte e tenha uma voz forte para falar aos nossos governantes.

Desculpem eu ter saído, pode parecer que eu saí um pouco do assunto da homenagem, mas não, eu tinha de falar isso porque vejo aqui nas pessoas presentes, a começar da secretária da Agricultura, do presidente da sociedade, pessoas idealistas, pessoas que acreditam que nós temos a obrigação de participar.

Falou-se que a política é suja.

Na recente visita do Papa Francisco ao nosso país, no Rio de Janeiro, atendendo a um grupo de jovens numa audiência, um jovem perguntou a ele: “Papa Francisco, o que nós podemos fazer para melhorar a situação do nosso país, diminuir, pelo menos, se não acabar, tanta corrupção, tanta malandragem, tanta sujeira que tem hoje nas administrações públicas?”.

E o papa respondeu: “Qual a melhor solução? Ingressem na política”. Ele não falou ingressem num partido, tal, isso ou aquilo. “Ingressem na política”, e continuou, porque a política, quando feita com honestidade, decência, idealismo”, disse ele, “é a maior prova de amor ao próximo”.

É através de um ato político administrativo que uma pessoa pode fazer o benefício de uma só vez a milhares de milhares de pessoas. Como se for um malandro, um incapaz, ele pode prejudicar de um só ato administrativo milhares e milhares de pessoas.

Agora, hoje, nessa última pesquisa do Datafolha, 66% das pessoas disseram que não tinham vontade de participar das eleições. Como eles querem consertar, então, o país? Querem ir bater às portas dos quartéis e chamar de novo os militares para tomar conta do nosso país?

A história mostra que ditadura não dá certo. Se a democracia não é a melhor forma, mas não se inventou nada melhor ainda, de governo, do que o sistema democrático.

Então, temos de participar.

Participar em entidades como a Sociedade Rural Brasileira, que tem um ótimo comando. Vamos participar ativamente para que todos os seus atos representem efetivamente aquilo que essa grande quantidade de produtores rurais realmente vem fazendo de bem para o nosso país, e que precisa ser bem conduzida nas suas reivindicações.

Presidente, seja feliz no seu governo. O senhor aceite esses conselhos, independente de religião, que o Papa Francisco deu, porque ser presidente de uma entidade é fazer política. Não é política partidária, é política social, é se preocupar com, no caso da Sociedade Rural Brasileira, com os membros que atuam economicamente e socialmente nesse setor.

Que Deus abençoe o seu trabalho e que, pelos anos afora, a Sociedade Rural Brasileira receba sempre as grandes homenagens por prestar grandes serviços, não só aos seus associados, mas a este Estado e ao nosso país. Muito obrigado. (Palmas.)

Esgotado objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às entidades presentes, à nossa equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial da Secretaria-Geral Parlamentar, à Imprensa da Casa, à TV Alesp e às Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade.

Senhoras e senhores, está encerrada a presente sessão. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11horas e 17 minutos.

 

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