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18 DE AGOSTO DE 2014

034ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DO MAÇOM”

Presidente: ALDO DEMARCHI

 

RESUMO

 

1 - ALDO DEMARCHI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - SÉRGIO RODRIGUES JR.

Mestre de Cerimônias, anuncia a composição da Mesa.

 

3 - PRESIDENTE ALDO DEMARCHI

Informa que o presidente Samuel Moreira convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Aldo Demarchi, na direção dos trabalhos, para homenagear o "Dia Do Maçom". Nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino da Maçonaria" e o "Hino Nacional Brasileiro".

 

4 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, elogia a Maçonaria por reproduzir ideais cívicos, em prol da sociedade brasileira. Lembra que a ética, a probidade administrativa e o combate à corrupção constituem o cerne da atividade política maçônica. Clama pela renovação no Congresso Nacional.

 

5 - LUIZ CARLOS GONDIM

Deputado Estadual, confere importância ao papel da Maçonaria no que tange, sobremaneira, à valorização da ética. Informa que a instituição tem relevante função fiscalizadora. Parabeniza os instituidores do GEAP - Grupo Estadual de Ação Política.

 

6 - WELSON GASPARINI

Deputado Estadual, diz que a corrupção é a maior mazela social. Comenta a crise no sistema educacional do País. Clama por reformas eleitorais profundas. Lembra juramento dos maçons no sentido de abrigar princípios éticos e morais. Cita e comenta frases de Martin Luther King e do Papa Francisco sobre a relevância da política no cenário social. Enfatiza a importância da Maçonaria para o País.

 

7 - ITAMAR BORGES

Deputado Estadual, valoriza a ação das lojas maçônicas no desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. Alegra-se com a inserção da Maçonaria na política.

 

8 - SÉRGIO RODRIGUES JR.

Mestre de Cerimônias, faz histórico da Maçonaria no Estado. Lembra carta da instituição contra a corrupção. Destaca a contribuição dada pela Maçonaria na eleição de autoridades legislativas e executivas. Informa que um dos objetivos é substituir corruptos por cidadãos honestos e de bons costumes. Menciona a necessidade de se resgatar a dignidade no exercício do poder. Repudia a prática do voto nulo ou branco. Clama pelo voto consciente.

 

9 - JURANDIR ALVES DE VASCONCELOS

Grão Mestre, afirma que é incessante a busca da correção nos rumos da política nacional. Reafirma que se faz necessário empenho e dedicação diária em apoio à causa. Clama por patriotismo, em detrimento de interesses particulares. Cita lema da Maçonaria, qual seja, igualdade, liberdade e fraternidade. Enfatiza a moral e o civismo como norteadores da atividade maçônica. Cita e comenta José Bonifácio, Rui Barbosa e Nietzsche. Pede permanente atuação a favor dos menos favorecidos. Clama por proteção ao homem e a valores morais enraizados.

 

10 - SÉRGIO RODRIGUES JR.

Mestre de Cerimônias, anuncia eventos a realizarem-se nos dias 20/08, na Câmara de São José dos Campos, para comemorar o Dia do Maçom, e 6/09, no Museu do Ipiranga.

 

11 - RONALDO FERNANDES

Grão-Mestre, defende a liberdade, a democracia e os valores morais. Opina que as homenagens feitas são justas. Reflete sobre a relevância histórica da Maçonaria. Lembra atuação ativa na Independência do País, na extinção da escravidão, na Proclamação da República e na Revolução Constitucionalista de 1932. Ressalta que diversas instituições têm maçons como ocupantes de cargos de direção.

 

12 - SÉRGIO RODRIGUES JR.

Mestre de Cerimônias, destaca que é imperativo proteger a família maçônica.

 

13 - MARIO SERGIO NUNES DA COSTA

Grão Mestre, lembra manifesto contra a corrupção e a morte precoce do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Faz reflexão sobre a capacidade dos cerca de 60.000 maçons serem formadores de opinião, em defesa do projeto de moralização da sociedade. Menciona a importância do voto consciente, com o intuito de fazer prevalecer a ética e a moral.

 

14 - SÉRGIO RODRIGUES JR.

Mestre de Cerimônias, faz considerações sobre a atuação da Maçonaria no cenário político, pela valorização da sociedade. Anuncia que a instituição deve ser uma ouvidora social.

 

15 - PRESIDENTE ALDO DEMARCHI

Agradece aos presentes. Orgulha-se por ser membro da instituição. Lembra ideais iluministas como pilares da atividade maçônica. Faz levantamento histórico a respeito da contribuição da Maçonaria para a moderna democracia participativa, sustentada por três Poderes. Tece comentários sobre a influência de maçons a favor da liberdade de povos, principalmente no continente americano. Cita pessoas eminentes em todos os círculos sociais; em especial na Ciência, Arte, Filosofia e Política. Diz palavras de incentivo aos maçons. Afirma ser a Maçonaria escola de líderes. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Aldo Demarchi.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR.- Vamos fazer a composição da Mesa principal. Convidamos, para presidir esta sessão solene, o nobre deputado Aldo Demarchi; Grão Mestre do Grande Oriente de São Paulo, Mário Sérgio Nunes da Costa; Grão Mestre das Grandes Lojas Maçônicas do Estado de São Paulo, Sereníssimo Ronaldo Fernandes; Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, nosso irmão Jurandir Alves de Vasconcelos.

Convidamos também para formar a Mesa - apesar de sentar-se ao lado - o Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente São Paulo, Benedito Marques Ballouk Filho, presidente estadual de Ação Política; Silvio Corbari, Grão-Mestre Adjunto das Grandes Lojas Maçônicas do Estado de São Paulo; irmão Reinaldo Rosatti, presidente do Instituto Acácia de Responsabilidade Social; irmão Marcelo Januzzi, secretário estadual de Relações Internas do Grande Oriente São Paulo; Mauro Perrotti Callo, representante do Grande Oriente Paulistano no Grupo Estadual de Ação Política; Deni Irineu Rubbo, secretário de Finanças do Grande Oriente Paulista; irmão Tadashi Komata, Chefe de Gabinete das Grandes Lojas Maçônicas do estado de São Paulo; irmão Alexander Jovanovic, secretário de Relações Exteriores das Grandes Lojas do Estado de São Paulo; irmão Francisco Gomes da Silva, Past Grão-Mestre das Grandes Lojas de São Paulo; irmão J.B. Oliveira, presidente da Sociedade Amigos da Cidade e vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Santos Dumont; coronel Fernando da Silva Magalhães, representando o general de Exército João Camilo Pires de Campos, Comandante Militar do Sudeste; Marco Antônio Severo Silva, coronel da Polícia Militar, Chefe de Assessoria da Polícia Militar desta Assembleia, representando o Coronel PM Benedito Roberto Meira, Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo; vereador à Câmara Municipal de São Paulo, Eliseu Gabriel; vereador à Câmara Municipal de São Paulo, Ari Friedenbarch; vice-prefeito da cidade de Jacareí, Adel Charaf Eddine; deputado estadual Olímpio Gomes; deputado federal Protógenes Queiroz; deputado federal João Dado e deputado federal Duarte Nogueira.

Passo agora a palavra, para a abertura dos trabalhos, ao nobre deputado Aldo Demarchi

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Quero convidar, também, nosso colega desta Casa, nosso irmão Welson Gasparini, para integrar a Mesa dos trabalhos.

Quero agora fazer menção às autoridades aqui presentes. Nossos colegas da Casa: deputado Welson Gasparini, deputado Itamar Borges, deputado Olímpio Gomes, e deputado Luiz Carlos Gondim, que além de serem nossos colegas desta Casa, são nossos irmãos maçônicos. Além dos deputados federais, também, nossos irmãos, deputado Protógenes Queiroz, deputado federal João Dado, e o deputado federal, Duarte Nogueira. O vereador daqui da Capital, nosso irmão Eliseu Gabriel, o vereador Ari Friedenbach, o vice-prefeito de Jacareí, nosso irmão também, Adel Charaf Eddine, e o ex-prefeito de Jaú, Dr. Osvaldo Franceschi, e ainda, o nosso irmão, que neste ato, está representando, o coronel Benedito Roberto Meira, Comandante-Geral da PM, o nosso irmão da Assessoria Militar desta Casa, Comandante Chefe da nossa Polícia Militar, Benedito Roberto Meira.

Aos nossos três grãos-mestres já citados, Dr. Jurandir Vasconcelos, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja do Oriente Paulista; Dr. Ronaldo Fernandes, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo; e Dr. Mario Sergio Antunes da Costa, eminente Grão-Mestre da Grande Oriente de São Paulo.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, senhoras e senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, Samuel Moreira, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear o “Dia do Maçom”. Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o “Hino da Maçonaria” e, posteriormente, o “Hino Nacional Brasileiro”, executado pela Banda da Polícia Militar, sob a regência do maestro subtenente Rogério de Carvalho.

 

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- É feita a execução do “Hino da Maçonaria”.

 

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- É feita a execução do “Hino Nacional Brasileiro”.

 

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O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Nossos agradecimentos aos integrantes da Banda da Polícia Militar. Gostaria de comunicar a todos os presentes que esta Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Alesp no sábado, dia 23 de agosto, às 21 horas, pelo canal 07 da Net, pelos canais 66 (analógico) e 185 (digital) da TV Vivo e pelo canal 61.2 da TV Digital aberta.

Gostaria de passar a palavra aos meus colegas deputados que queiram fazer uso da palavra. Tem a palavra o nosso colega, nosso irmão, deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Excelentíssimo deputado Aldo Demarchi, há 18 anos o proponente e realizador desta cerimônia na Assembleia Legislativa; Sereníssimos Grãos-Mestres, autoridades maçônicas, a todos os nossos irmãos presentes, a toda população do estado de São Paulo, o momento é de insatisfação da população brasileira em relação aos rumos da nossa sociedade. E não há instituição que possa, de forma mais transparente e aberta, reproduzir o pensamento da sociedade brasileira do que é Maçonaria. (Manifestação nas galerias.)

Digo de forma transparente e aberta, não fazendo proselitismo político-partidário, mas pensando na essência do que a sociedade quer, espera e merece. Em todas as Lojas, no pensamento de todos os irmãos no dia a dia fica absolutamente claro o pensamento pela política-ética, pela probidade dos recursos públicos, pelo combate intransigente à corrupção e corruptos. Nós estamos numa Casa política e temos de dizer “O momento é realmente de mudança.” A Assembleia Legislativa, meus colegas e irmãos deputados, o Congresso Nacional, vêm dizendo, de eleições a eleições: “Nós somos bons demais.” Apenas um terço da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional se renova a cada quatro anos, irmão Roberval. “Porque nós somos muito bons.” E a população dizendo “Não”.

Desta feita, e numa Casa política, na expectativa daqui a 47 dias, teremos uma renovação histórica na política brasileira. Os quadros dos legislativos estaduais, a Câmara de Deputados e o Senado hão de se renovar. E aí um papel fundamental da Maçonaria brasileira no estado de São Paulo: 60 mil irmãos deste estado, com voz, com representatividade, com o passado, com o presente e com a expectativa de futuro, podem e devem dizer “Basta! Mudança na nossa sociedade, mudança na condução da nossa sociedade. Respeito à Maçonaria brasileira, respeito à Maçonaria paulista. Força a nossa Maçonaria sempre.” (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Tem a palavra o nosso irmão, deputado Luiz Carlos Gondim.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - SDD - Excelentíssimo presidente em exercício desta Casa, deputado Aldo Demarchi, em nome de todos quero cumprimentar o Sereníssimo Ronaldo Fernandes, Sereníssimo Jurandir Alves de Vasconcelos e o Sereníssimo Mario Sergio Nunes da Costa. Vou ser muito breve. Quando recebi este documento, estava na nossa Loja Oriente, em Mogi das Cruzes - digo, um grupo de ação política formada dentro da Maçonaria de São Paulo, o que não me chamou muita atenção. A Maçonaria prega a ética, e agora vai participar fiscalizando o Poder Executivo, o Poder Legislativo, como também o Poder Judiciário; mas principalmente nós, do Poder Legislativo, que somos eleitos pelo voto popular, trazendo mensagens, pregando a mesma ladainha. E não se toma atitude a favor dos menos favorecidos.

Quero parabenizar a Maçonaria pelo dia de hoje, ao deputado Aldo Demarchi pela felicidade de ter instituído essa homenagem, que é sempre cumprida no dia 20 de agosto, mas principalmente à formação do Geap. Pois assim, nós vamos realmente fazer filantropia, tomar atitude das necessidades desse país. Quero parabenizar a quem formou o grupo, a todos que participam a todos que participam e dizer: isto é ser maçom, é fiscalizar e ter ética.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Tem a palavra o nosso irmão, nobre deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente desta Sessão Solene, nobre deputado Aldo Demarchi, grão-mestres, autoridades maçônicas, irmãos, minhas senhoras e meus senhores, fico emocionado por ver, nesta solenidade, líderes que, sem dúvida alguma, em suas lojas e em suas comunidades, têm exercido um papel de destaque, propiciando ao nosso povo liberdade, igualdade e fraternidade.

Gostaria de fazer um grande apelo neste momento. A Nação brasileira vive uma época das mais trágicas de sua história. A corrupção neste País virou uma epidemia. É uma doença que atinge todas as classes e todas as áreas.

Não é só na classe política. Na classe política existe muita corrupção, mas, na realidade, hoje a corrupção está dominando quase todas as classes. Se existe um político que gosta de receber propina, existe um empresário que adora dar propina, porque com isso ele faz grandes negócios.

Há quem diga que possuímos a Justiça e que, portanto, as denúncias deveriam ser realizadas e que ela deveria funcionar. Ela não funciona. Não por culpa dos juízes e dos membros do Poder Judiciário, mas por culpa de nossa legislação, que dá tantos recursos e tantas possibilidades a quem pode pagar bons advogados.

Há pouco tempo assistimos a condenação de pessoas que levaram para seus bolsos bilhões de reais deste País, que deveriam ser destinados para a Educação e para a Saúde. Esse dinheiro foi para o bolso de espertalhões, e a Justiça demorou 12 anos para concluir os processos. Agora, eles já estão podendo trabalhar durante o dia fora da cadeia. Alguns já estão dormindo em suas casas.

É triste falar, mas é mais um grave problema que estamos enfrentando. A corrupção é, sem dúvida alguma, uma epidemia neste País.

Peço licença, mas quero dizer a vocês neste desabafo qual a grande realidade nacional. Como está a Educação em nosso País? Está uma porcaria.

Bacharéis em Direito recebem seus diplomas das faculdades, mas 80% são impedidos de exercer a profissão porque são julgados incapazes pelo exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Eles receberam certificados atestando que eles são formados em Direito, advogados.

Na área da Medicina, o que está acontecendo hoje? Não se trata apenas da necessidade de buscar médicos em Cuba. O Conselho de Medicina do Estado de São Paulo agora também está fazendo a avaliação dos formados em medicina. Neste ano, 42% dos bacharéis em medicina foram reprovados pelo conselho. Isto é, eles não estão preparados para exercer a medicina. 

 Onde estão nossas autoridades, que não tomam providências para parar com esta fábrica de gente que não está habilitada, mas paga mensalidade e recebe o certificado, o diploma?

Não quero abusar do tempo, mas citei esses casos e poderia citar muito mais em relação ao que está acontecendo em nosso País.

São necessárias reformas eleitorais. É um absurdo o que acontece hoje. Um garoto de 16 anos pode escolher o presidente da República. Porém, se ele tiver 17 anos e sete meses, pode estuprar uma moça ou matar alguém, porque ele não irá responder como um adulto.

O sistema tributário também necessita de reformas. Hoje você compra um automóvel e existe um tipo de imposto pequeno cada vez sendo mais protegido. Em remédios, há 36% de tributos.

Não continuarei a apresentar este quadro. Quero pedir aos maçons para que tenham uma responsabilidade. Ao receber o título de maçom, fizemos um juramento de fidelidade a valores de vida, a princípios morais éticos. Portanto, a Maçonaria deve estar na frente nesta luta.

É triste falar, mas hoje vivemos em uma sociedade que liga a televisão à noite para saber do escândalo, da “roubalheira” do dia, mas que no dia seguinte não faz nada para mudar tudo isso.

   Martin Luther King possui uma frase que diz tudo em relação ao momento que estamos atravessando. Ele disse que o que mais o revoltava não era a corrupção dos corruptos, não era  a violência dos violentos, não era maldade dos maus, mas sim a omissão dos bons.

É isso que está acontecendo em nosso País. Onde está reação a tudo isso? Quem está reagindo? O quanto não temos ouvido de pessoas que dizem que não vão votar em ninguém, que ninguém presta, que os políticos são todos malandros.

 

Todos não, eu não sou! E tem outros que não são! Agora, se a maioria é de malandros, quem é que elege malandros para o Congresso Nacional e para as Assembleias Legislativas? Nenhum deputado assume a sua cadeira chutando a porta e dizendo: “Agora eu sou deputado”! Todos são eleitos! E eleitos por gente que não dá valor à democracia, não dá valor ao voto.

Nós, maçons, temos uma formação moral, ética e espiritual. Vamos responder à memória de Luther King. Nós não estamos omissos, nós vamos participar. No aspecto político, eu gostaria de dizer uma coisa. Em uma roda de gente de nível universitário, havia uma crítica geral sobre os políticos - e é claro que eu estava presente. Na realidade, se eu não estivesse ali, a crítica seria generalizada. Agora, eu pergunto: “Para criticar, por que não saem candidatos? Tem vaga em todos os partidos. É uma luta para que os partidos consigam completar o seu quadro de candidatos. Nós precisamos de vocações.”

Recentemente, em uma faculdade que eu estava fazendo uma palestra, um dos jovens, enquanto eu conclamava para que participassem da política, falou assim: “Mas meu pai falou para eu não entrar na política porque é coisa suja”. “Não mexa com isso, vai escolher uma profissão que dá dinheiro.” Essa é a mentalidade hoje em dia.

O Papa Francisco, veio ao Brasil no começo do ano, e, atendendo um grupo de jovens em uma audiência, um dos jovens perguntou: “Papa, o Brasil está terrível: é corrupção, é violência... O que nós podemos fazer para mudar essa situação?” E ele respondeu: “Ingressem na política, porque a política quando feita com honestidade, capacidade e idealismo é a maior prova de amor ao próximo. Um ato de um político ou de um administrador, de uma só vez, pode beneficiar milhares ou milhões de pessoas; um ato de um mau político ou de um mau administrador pode prejudicar milhares ou milhões de pessoas”. E ele concluiu dizendo: “Mas a política está suja”.

Será que não é porque os cristãos não ingressaram na política para limpá-la? É o que eu pergunto a nós, maçons. E nós temos que responder a esta pergunta com ações. Será que a política está suja assim porque nós não estamos nos envolvendo como deveríamos para limpá-la? Quem não tem vocação para ser candidato, não precisa ser, mas seja um defensor de ideias, de programas e de sentimentos. Participe efetivamente do processo.

Perdão, eu falei demais. Eu gostaria de dar um grande abraço ao meu querido deputado, amigo e irmão. Parabéns por ter elaborado o ato oficial para realizar esta Sessão Solene.

Termino dizendo que o Brasil precisa dos maçons. Vamos participar, vamos demonstrar que Luther King estava certo. O que está faltando é uma participação maior das pessoas e da gente de bem.

Muito obrigado. (Palmas)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR. - Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges, deputado estadual.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - Deputado Aldo Demarchi, presidente desta solenidade, quero cumprimentá-lo e saudá-lo por essa iniciativa que se repete. Parabéns por proporcionar nesta Casa, que é do povo de São Paulo, a homenagem à Maçonaria Paulista, a comemoração do Dia do Maçom como um ato de reconhecimento à importância do maçom e da Maçonaria. Portanto, quero saudá-lo por essa iniciativa que tem, com certeza, o respaldo de todos os colegas. A sua iniciativa deve ser ressaltada sempre aqui.

E assim saúdo os meus colegas parlamentares estaduais e federais. Quero saudar o eminente Grão-Mestre Mario Sérgio do Gosp e os Sereníssimos Grão-Mestres Ronaldo Fernandes do Glesp e Jurandir Alves do Gop por esse momento em que estamos aqui.

Autoridades maçônicas, meus irmãos, senhoras e senhores.

A Assembleia Legislativa, esta noite, se torna palco de dois momentos, de duas ações, de duas situações. A primeira é a comemoração do Dia do Maçom que ocorre no próximo dia 20. Parabéns a todos os irmãos, parabéns aos irmãos, parabéns à Maçonaria por tudo que tem feito e contribuído para o nosso Estado e para o nosso país. O segundo momento que acontece aqui é a ação de inserção da Maçonaria na política.

Eu vivi de uma forma muito direta a importância da Maçonaria na política - eu ingressei na Maçonaria em 93. Independente de no último pleito eleitoral ter participado desse momento que iniciou em 2007 como candidato a deputado estadual maçom, eu, quando prefeito em Santa Fé do Sul, tive o privilégio de viver com irmãos contribuindo com os princípios da Maçonaria no dia a dia e na condução da nossa gestão - ainda naquele momento em que a Maçonaria adotava o princípio de ocultar o que a mão direita faz, a esquerda não tem necessidade de saber e assim por diante.

Parabéns por essa ação integrada das potências maçônicas no sentido de buscar essa inserção. Quando fui prefeito de Santa Fé alcançamos resultados - porque ninguém faz nada sozinho e eu atribuo esse mérito a essa importante contribuição - como o primeiro lugar no ranking ambiental e de educação pública no País, além de desenvolvimento econômico e social.

Sempre fiz questão em minhas visitas aos grão-mestres de dizer o quanto a Maçonaria era responsável e contribuiu para que os resultados fossem alcançados. Só posso dizer aos colegas que me antecederam que esse momento vem selar, mais uma vez, um avanço na política deste País, com a presença, participação e ação direta da Maçonaria integrando, cobrando e imprimindo seus princípios para que possamos juntos, como disse o companheiro Welson Gasparini, levar a boa política, as boas práticas, os bons princípios que a Maçonaria tanto semeia e permeia neste País.

Parabéns à Assembleia Legislativa, parabéns à Maçonaria de São Paulo e do Brasil, parabéns a todos os maçons por darem sua contribuição à boa política do nosso estado e do nosso País. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Passo agora a palavra ao nosso Mestre de Cerimônias.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR. - Gostaria de agradecer a presença do nosso irmão José Augusto Viana Neto, presidente do Creci do Estado de São Paulo; do nosso irmão Osiris Monteiro Blanco, neste ato representando nosso irmão Francisco Kurimori, presidente do Crea do Estado de São Paulo; da imprensa maçônica aqui presente; do Fernando Colacioppo, da Rede Colmeia; do César Guimarães, da revista Irmão Fraterno; do Paulo Humberto do Diário Maçônico e do Claudio Silva da Associação Paulista de Imprensa.

Agradeço também a presença do irmão André Luiz Naves Silva Ferraz, defensor público federal; dos irmãos Alan Montoro e Sérgio Osicran da Associação dos Consultores Assessores e Articuladores Políticos do Estado de São Paulo, que nesta semana fez um evento muito importante; do arquiteto Gustavo Ramos Melo, presidente em exercício do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo.

Gostaria de fazer agora uma pequena preleção sobre esse programa de ação política da Maçonaria que nós estamos tentando trabalhar. A Maçonaria está estabelecida em São Paulo desde 1831, é uma das associações mais antigas do Estado e do País. Maçons paulistas participaram, participam e participarão sempre das conquistas libertárias e democráticas do nosso Estado.

Nós, mais uma vez, comparecemos a esta Casa de Leis para comemorar o nosso dia, o Dia do Maçom, que é celebrado dia 20 de agosto. Hoje queremos homenagear nossos irmãos.

Neste mesmo local, em 2007, a Maçonaria apresentou uma carta da Maçonaria paulista contra a corrupção, que foi inclusive repetida no ano seguinte. A corrupção é epidêmica e o seu combate, apesar de ser um discurso gasto, é imperioso. Em 2008, fruto dessa iniciativa, surgiu um programa de ação política da Maçonaria paulista. Nós, na época, denominamos “reinserção da Maçonaria na política”. Formou-se, a partir dali, um grupo para cuidar desse programa, ao qual deu-se o nome de Geap, Grupo Estadual de Ação Política - vocês podem ver o logotipo logo ali - que vem, em cada município, tentando formar o Glap, Grupo Local de Ação Política.

Já naquele ano, em 2008, o Geap procurou apoiar 291 candidatos, indicados pelo programa às eleições municipais de 2008. Naquela oportunidade, desses 291, 84 foram eleitos, o que representa 28% dos indicados. Pode parecer pouco, mas nenhum partido político isoladamente conseguiu tão alto grau de aproveitamento dos candidatos que ofereciam à sociedade.

Esse trabalho continuou em 2010, quando colaboramos com a eleição de 11 membros desta Casa e de sete deputados federais, alguns hoje presentes. Em 2012 voltamos com o programa de apoio, procurando ajudar na eleição, e elegemos vários vereadores, prefeitos e vice-prefeitos. Nós estimulamos a mobilização dos irmãos em uma luta que procura homens de bem para ocupar espaços no cenário político, pois sabemos que das decisões políticas se constrói o futuro da sociedade.

Nosso objetivo, lembrando o discurso do irmão Gasparini, é substituir os corruptos e sem princípios por pessoas de bem, gente livre e de bons costumes. Não poderia uma associação de homens livres e de bons costumes, repleta de líderes bem preparados, permanecer inerte enquanto assistimos a uma sucessão de escândalos cada dia mais graves.

A história da ordem no Brasil e no mundo jamais foi de omissão. Sabem bem os maçons que as dificuldades do presente não vencidas são um ônus terrível do futuro. Neste ano, voltamos a articular nossos esforços para apoiar pessoas de bem, comprometidas com princípios éticos e valores morais, sobretudo compromissados com ética na política, moralidade pública e probidade administrativa.

Sempre tivemos muitos maçons participando da política no País, mas a ação individual, sem uma articulação coletiva e sem o apoio e comprometimento do nosso quadro de obreiros e da própria estrutura organizacional maçônica, fizeram com que nossos líderes maçons buscassem seus próprios caminhos. Sem o apoio institucional e a responsabilidade maçônica, passaram ao dístico de políticos-maçons e não de maçons-políticos.

Nossos irmãos detentores dos cargos eletivos não percebiam, na Ordem, uma base de apoio e, portanto, não a reconheciam como uma aliada de seu mandato; logo, não lhes deviam nenhum retorno, nem mesmo uma prestação de conta do seu trabalho. Agora, começam a perceber que a Ordem é uma importante ferramenta e, como tal, pode colaborar não apenas na sua eleição, mas sobretudo na sua ação política e social. O entrosamento e a participação dos irmãos, apoiando o mandato, serão sempre muito produtivos, afinal nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.

Como consequência dessa carta que lançamos em 2007 nesta mesma Casa, vivenciamos hoje uma nova realidade na Maçonaria paulista. Houve um despertar do povo maçônico feito de forma bastante consistente. A Maçonaria e os maçons, que pareciam distantes do cenário político paulista, hoje se mobilizam em todo o estado nessa importante luta pelo resgate da dignidade no exercício do poder. Assim, a cada ano, esse encontro na Assembleia Legislativa do estado, que é a Casa do povo paulista, é, para nós, mais do que a simples comemoração do Dia do Maçom. É o símbolo dessa união de esforços da Ordem e dos irmãos detentores de honroso cargo público eletivo no ideal da construção de uma sociedade mais justa e fraterna como legado às futuras gerações. Se nós queremos eleger gente boa, precisamos da inserção social; precisamos dos maçons participando das entidades de classe, das organizações sociais, dos clubes de serviço.

Ao sair daqui esta noite, cada um de nós deve levar, a cada membro sobre o qual possa fazer alguma influência, uma campanha firme contra o voto nulo e o voto branco. Precisamos dizer às pessoas que votar nulo ou branco é jogar o voto no lixo; é simplesmente delegar aos demais a escolha. Hoje, estamos nessa situação, com as pesquisas indicando alto nível de votos brancos e nulos - isso é extremamente perigoso. É confortável para quem tem uma base eleitoral: se os outros anularem, a base dele o elege. Mas, para uma renovação, para fazer uma nova política neste País, de qualidade, precisamos combater os votos nulo e branco. Essa é uma missão de todos os maçons.

Precisamos construir uma sociedade mais justa e fraterna como legado às futuras gerações. A Maçonaria se orgulha de seus feitos do passado, da proclamação da independência, da república... Mas é chegado o momento de agir no Brasil de hoje. Não vamos desistir do Brasil. (Palmas.)

Nós precisamos nos mobilizar. Como eu tenho falado em várias palestras, a política é como a televisão sem controle remoto: se você não se levanta para mudar, vai ficar assistindo o que não quer.

Então, nós precisamos mobilizar nossas lojas, nossos irmãos, em prol dessas candidaturas, contra o voto nulo. Não sabem em quem votar? Tem uma lista grande aqui para vocês escolherem. Está ótimo. É uma lista de gente abalizada.

Então, boa sorte a todos eles. Que a campanha seja proveitosa. Que a gente possa reunir uma bancada maçônica grande depois.

Para dar continuidade agora ao nosso evento, eu gostaria de passar a palavra ao Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, o nosso irmão Jurandir Alves de Vasconcelos.

 

O SR. JURANDIR ALVES DE VASCONCELOS - Querido irmão e amigo, deputado Aldo Demarchi, idealizador deste maravilhoso evento, a quem nós temos que agradecer de coração. Esta iniciativa jamais poderá ser esquecida e jamais deverá deixar de ser executada.

Meus queridos Grãos-Mestres Mario Sergio Nunes da Costa, do Gosp, meu querido irmão Grão-Mestre Ronaldo Fernandes, da Glesp, ainda, os Grãos-Mestres de honra aqui presentes, Francisco Gomes da Silva e Benedito Ballouk Filho, quero dizer a todos vocês que este momento se reveste de um valor maçônico e de uma deferência especialíssima a esta maravilhosa organização encabeçada pelo irmão Serginho.

Quero dirigir-me, neste momento, a todos os maçons de São Paulo e do Brasil um pronunciamento que nos induz a trabalharmos e a lutarmos incessantemente para corrigir os rumos da política nacional.

A nossa ordem tem por obrigação, lembrando os valores do passado, que o empenho e a dedicação diária poderão gerar frutos para que este país, que outrora apresentou crescimento na sua evolução cultural possa esboçar, nos dias de hoje, um sorriso aberto para que todos sintam em seus corações o fervor do patriotismo, e não uma mera defesa de interesses particulares.

Se existe algo que é questão de honra é empunharmos a bandeira da Maçonaria brasileira, desfraldando em seu painel liberdade, igualdade e fraternidade. Lema este que nos induz a continuarmos com uma mesma missão que temos desde a fundação de nossa ordem.

É extremamente importante que nós nos unamos, pois as três potências juntas possuem uma força política, social e cultural ilimitada. Assim sendo, cabe a nós, maçons, impor, participar e dividir com todos os brasileiros as condutas de moralização e civismo que, nos dias de hoje, pouco se põe em prática.

Gostaria muito de citar uma frase que marcou um dos discursos de José Bonifácio: “A política degenerou, entre nós, em arte maquiavélica, em instrumento mesquinho de paixões facciosas”.

O grande Rui Barbosa, quando da participação na Conferência de Paz de Haia, fez um pronunciamento que ficou marcado para sempre. Vi todas as nações do mundo reunidas e aprendi a não me envergonhar da minha.

Medindo de perto os grandes e fortes, achei-os menores e mais fracos do que a Justiça e o Direito. Conclamo todos os irmãos da ordem para que, numa força conjunta, possamos atuar muito mais em prol dos menos favorecidos e nos engajarmos, constantemente, na missão cultural a nível escolar, pois, só assim, evitaremos que a marginalidade se alastre neste País, recebendo de nossa parte um golpe fatal, reduzindo sobremaneira tanta injustiça social em nosso meio.

Os amanhãs que nos esperam não dependem de nenhum determinismo e de nenhuma fatalidade. Não serão os dias queridos das providências nem os dias preparados por uma magia qualquer. Nossos amanhãs serão os que tivermos feito, os que soubermos prever e preparar.

Neste trabalho prospectivo, alguns pontos fixos podem e devem nos guiar, como marco permanente de nossas obras e justificação de nossa existência. São eles: I - o sentimento aprofundado a se tornar instinto de fraternidade;  II - o sentimento cívico do Estado universal, que é a nossa vocação própria; III - enfim, a proteção do homem e de valores que ele representa, com o que caracteriza, essencialmente, a aquiescência à razão, os valores morais permanentes e a liberdade.

Pois, saber não é tudo. É necessário, primeiro, compreender e querer compreender. É mister amar e também querer amar. Quando da iniciativa do nosso grupo estadual de ação política, no sentido de agregar e exigir dos candidatos empenho, dedicação, retidão de conduta, em nome das três potências, estávamos determinando condições para que possamos, dentro da moral política e social, sonharmos todos com um futuro melhor.

Encerro este pronunciamento com um pensamento do grande filósofo Nietzsche, que diz o seguinte: “Não há razão para buscar o sofrimento, mas se ele surgir em sua vida, não tenha medo. Encare-o de frente, com altivez e de cabeça erguida.” (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR. - Eu gostaria de aproveitar para convidar todos os maçons e nossos amigos e amigas aqui presentes para dois eventos importantes que vão acontecer em breve.

Um deles será no dia 20 de agosto, às 20 horas, na Câmara Municipal de São José dos Campos. O Conselho da Maçonaria joseense e os vereadores da Casa estarão celebrando, também, o “Dia do Maçom”.

No dia 6 de setembro, teremos, às 9 horas e 30 minutos, no Monumento à Independência, no Museu do Ipiranga, a substituição do Pavilhão Nacional. Como ato de civismo, os maçons estão convocados para essa solenidade.

Passo agora a palavra ao Sereníssimo Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, o irmão Ronaldo Fernandes. (Palmas.)

 

O SR. RONALDO FERNANDES - Boa noite a meu querido e estimado irmão, deputado Aldo Demarchi - meu companheiro de longos anos na cidade de Rio Claro, onde eu exerci uma atividade -, a meu fraterno irmão Mario Sergio Nunes da Costa, eminente Grão Mestre do Gosp, a Jurandir Alves Vasconcelos, Sereníssimo Grão Mestre do Gop e a todos os convidados.

Querido irmão, deputado Aldo Demarchi, presidente desta sessão solene - em que temos a honra de, como maçons, sermos homenageados pelo Parlamento paulista -, autoridades públicas e maçônicas, meus irmãos aqui presentes, que representam as lojas maçônicas espalhadas pelo estado de São Paulo, senhoras e senhores, os membros desta nobre Casa de Leis, reconhecendo o papel e desempenho dos maçons no decorrer da história do mundo e, em especial, da história do Brasil, na defesa da liberdade, da democracia, do desenvolvimento social e, principalmente, dos bons costumes e dos valores morais mais elevados, resolveram instituir no estado de São Paulo, pela Lei nº 3889, de 1983, o dia 20 de agosto como a data comemorativa do “Dia do Maçom”.

As homenagens do “Dia do Maçom” promovidas ao longo dos anos por esta Casa de Leis são justas, porque os maçons participaram ativa e decisivamente em todos os momentos que fizeram os marcos de nossa história - na Independência, na Abolição da Escravatura, na Proclamação da República. Lá estavam os maçons como figuras de proa. No estado de São Paulo, citando apenas um momento, a Revolução Constitucionalista de 1932 foi organizada dentro das lojas maçônicas, tendo como grande líder Júlio de Mesquita Filho, coincidentemente membro da Loja União Paulista, hoje presidida pelo irmão Dermeval Demarchi, filho do presidente desta sessão.

Já no presente, embora não aparente, há participação política dos maçons efetiva. Tanto é que só nesta nobre Casa de Leis temos mais de 15 irmãos que aqui têm assento como deputados. Além disso, a Maçonaria brasileira, como em todos os países do mundo, em que se pese a sua presença na política, também tem dedicado muito esforço às causas sociais. Só em nosso Estado, maçons participam efetivamente na administração e manutenção de pelo menos alguns hospitais de renomado nome. Também no campo da assistência à Saúde, a grande maioria das Santas Casas e clínicas filantrópicas de assistência aos dependentes químicos existentes no Estado, também contam com maçons na sua direção.

Entretanto, essa nossa notada participação nas obras de serviço assistencial, nas suas mais variadas vertentes, nos levaram a constatar que, apesar dos grandes esforços envidados para a mitigação do sofrimento dos humildes, ainda faltam recursos para que se consigam mudanças significativas. Exemplo: por mais que os maçons trabalhem e preservem para obtenção de recursos para prover as Santas Casas, ainda não se consegue equilibrar os orçamentos daqueles nosocômicos isto porque o que o Poder Público paga pelo procedimento realizado é significativamente inferior aos custos dos mesmos e o governo ao manter esse estado “statu quo” alega não poder mudar a tabela de pagamento do SUS por falta de recursos orçamentários. Porém, todos sabem que muito dos recursos públicos, em vez de ser direcionado para atendimento das necessidades da sociedade, perde-se no caminho da corrupção e do desvio de verbas. (Palmas.)

A corrupção tem sido talvez, meus irmãos e convidados, o maior câncer no corpo da sociedade brasileira e me corrijam se eu estiver errado os irmãos presentes Dr. Jurandir, Sereníssimo Grão-Mestre do Gob, Dr. Osvaldo ex-prefeito de Jaú, ambos médicos - o Dr. Osvaldo em particular, especialista no assunto. Acredito que, como no corpo humano, o câncer da corrupção é a mais nefasta e perversa doença que corrói o tecido social de nosso País. Acredito nisto porque há cinco anos o Dr. Lawrence Gitman, grande especialista e estudioso, em pesquisa da ONU no fenômeno da corrupção no mundo, em sua passagem pelo Brasil estimou que os recursos drenados pela corrupção aqui nas várias esferas do poder pode atingir a cifra de 30% do orçamento nacional. E isto foi citado na época pelo presidente desta sessão em seu memorável discurso no Dia do Maçom daquele ano.

Ora, se sabemos que o orçamento nacional se aproxima dos 1,2 trilhões, podemos estimar, segundo as constatações do Dr. Gitman, que pode estar sendo desviado pelos corruptos montante de 300 bilhões, valor que se aplicado aos benefícios da sociedade poderia mudar o cenário social deste País.

Se aplicados equitativamente somente nos campos básicos de responsabilidade do estado, qual seja, Educação, Saúde, Segurança, em menos de uma década o atendimento à população deixaria de ser calamitoso e teríamos cidadãos preparados para verdadeiramente dar um salto de qualidade na vida e no impulso rumo ao desenvolvimento nacional.

Por essa razão, meus irmãos e convidados, no dia 30 de junho passado nós, maçons das Grandes Lojas de todos os estados do Brasil representados pelos seus respectivos grão-mestres, sensíveis ao estado de calamidade política e moral que assola o nosso País copilamos a Carta de Belo Horizonte que tomo a liberdade de pronunciar o seu conteúdo rapidamente:

“A Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, CMSB, instituição que congrega as Grandes Lojas Maçônicas de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, reunida na 43ª assembleia ordinária no período de 26 a 30 de junho de 2014 em Belo Horizonte, Minas Gerais, manifesta-se contundentemente no sentido de conclamar os brasileiros, em especial os eleitores, para que com vista ao fortalecimento da democracia e para restituir a credibilidade da legítima representação política decorrente no exercício do voto, não vendam os seus votos, não votem em branco, nem anulem seu voto; não votem em quem quer comprar o seu voto, não elejam políticos antiéticos e de comportamento descomprometido com o moral; não apoiem candidatos oportunistas e interessados em enriquecer ilicitamente no exercício dos mandatos eletivos. Acompanhem e participem ativamente das ações que têm sido empreendidas a favor da decência nas relações sociais.

Que os futuros mandatários atuem de acordo com os princípios constitucionais da legalidade, probidade e moralidade administrativa, principalmente mostrem comprometimento com a solução dos problemas do povo brasileiro.

Reiteramos sua firme disposição de seguir participando nas iniciativas destinadas a coibir a impunidade e erradicar a corrupção.

As autoridades constituídas das Grandes Lojas Maçônicas Confederadas continuarão adotando postura junto à sociedade a fim de esclarecer o verdadeiro significado da cidadania, assumindo compromisso de exercê-la em sua plenitude, utilizando-se inclusive dos meios de comunicação; alertar a sociedade brasileira e as entidades estatais constituídas que patrocinará projeto de lei de iniciativa popular com o objetivo primordial de neutralizar a corrupção e erradicar a impunidade e convidar a população brasileira a aderir os movimentos em curso e aos que virão visando o aperfeiçoamento das regras institucionais que legitimam e consolidam o estado democrático de direito.

Assinaram em Belo Horizonte, em 30 de julho de 2014, todos os grão-mestres presentes naquela reunião.”

Mais uma vez, fazendo uma analogia com a prática médica, já há muito tempo foi feito diagnóstico dos males que contaminam o Brasil e impede o desenvolvimento do nosso País e a plena felicidade do nosso povo. É a contaminação social que permite o alastramento da burocracia desmedida e da corrupção e até o momento só foram ministrados analgésicos para combater essa grave infecção advinda da deterioração dos valores morais, como a decência, honestidade, civilidade, fraternidade que vigora no seio da nossa população.

Por esta razão, por tudo o que estamos vendo acontecer e por estarmos em um ano eleitoral, reitero a Carta de Belo Horizonte conclamando a todos os maçons do estado de São Paulo a que fortaleçam a Maçonaria unida por São Paulo e que sejam vetores da mudança por um mundo melhor resgatando os valores do bem, apoiando o trabalho para que sejam eleitos homens de bem, de bons costumes que estão tendo a coragem de enfrentar o processo eleitoral, tomando o lugar, o espaço daqueles que aí estão apenas com o intuito de somente levarem vantagem.

Nesse sentido, encontramos aqui vários irmãos que acredito preencham os requisitos necessários para serem bons deputados. Uma vez eleitos e reeleitos, serão obreiros necessários para desbastar as imperfeições na construção de uma sociedade mais justa fraterna e perfeita.

Meus irmãos, cumpramos a nossa missão como maçons, que é trabalhar pela edificação de um mundo onde prevaleça o bem sobre o mal, a luz sobre as trevas e assim a humanidade possa ser mais feliz.

Para isso, temos ferramentas necessárias que são os elevados valores morais pregados pela filosofia da doutrina da Maçonaria e a força de trabalho de todos os obreiros que, se unidos, tornam-se um exército invencível na luta a favor do progresso social. Tenhamos a coragem de sair da inércia e da omissão, tenhamos a coragem de sermos arautos da verdade e tenhamos a coragem de sermos verdadeiros maçons. Assim construiremos um país mais justo.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR. - Antes de conceder a palavra ao eminente irmão Mario Sérgio, gostaria de lembrar mais uma vez, como disse o nosso presidente, que esta sessão será transmitida no próximo sábado, dia 23, às 9 horas da noite, pela NET, canal 07; pela Vivo, canal 66 analógico e 185 digital; e pela TV digital aberta, canal 61.2.

A Maçonaria, dentre todos os valores que prega, talvez o mais importante seja a família. Nesse sentido, ela procura abrigar a família em atividades que nós chamamos de ações paramaçônicas. Nós temos os meninos na Ordem DeMolay, nós temos as esposas, as cunhadas na Fraternidade Feminina e as nossas sobrinhas nas Filhas de . Hoje nós temos aqui presentes a Mariana e a Rosângela Domingos Nunes que são, respectivamente, rainha do Bethel UD Hórus e guardiã. Peço que fiquem em pé. Parabéns a vocês e obrigado, muito obrigado pela presença. (Palmas.)

Quero anunciar a presença do Sr. Ralfi Silva. Agradeço a todas as autoridades maçônicas presentes, são vários secretários das três organizações, delegados distritais, regionais, coordenadores, enfim, temos bastantes autoridades maçônicas presentes e não seria possível nominar todos. Quero agradecer a todos pela presença e pelo apoio. (Palmas.)

Convido o eminente irmão Mario Sergio Nunes da Costa, Grão-Mestre do Grande Oriente São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. MARIO SERGIO NUNES DA COSTA - Boa noite a todos. Boa noite, querido e irmão Aldo Demarchi, que preside esta cerimônia e completa a sua maioridade - é o 18º ano consecutivo que o irmão tem a iniciativa parlamentar de brindar a todos com esta solenidade em homenagem ao Dia dos Maçons.

Querido irmão Jurandir Vasconcelos, Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista; querido irmão e amigo Ronaldo, Grão-Mestre da Grande Loja do Estado de São Paulo; em suas pessoas cumprimento todos os maçons presentes nesta noite.

Vou correr o mesmo risco que o nosso irmão Gasparini, vou falar de improviso. Ao falar de improviso, dois riscos imediatamente vêm a nossa mente: o da memória, de cometermos um ato falho de esquecimento, e o da emoção, que foi o que tomou conta da fala do irmão.

Queria lembrar o ano de 2007 saudando a presença dos nossos irmãos Benedito Marques Ballouk Filho e Francisco Gomes da Silva, e não presente o nosso irmão José Maria. Foram esses três grão-mestres, à época, que tiveram a ideia, a iniciativa de, naquele ano, usar a tribuna para homenagear os maçons do estado de São Paulo, de fazer um manifesto que se insurgisse contra a corrupção naquele momento. Um ato difícil, que corria um grande risco de ser mal compreendido, porque vir a uma Casa de Leis para falar de corrupção política poderia ser mal interpretado, mas pretendia e pretende separar o joio do trigo. E é o que fazemos. (Palmas.)

Hoje esta cerimônia é engrandecida com a participação direta e objetiva do Geap. Nós temos consciência, temos um noticiário a nos martelar sistematicamente os dramas de nossa sociedade. Acabamos de passar por uma tragédia política, a perda precoce de um jovem líder, Eduardo Campos. (Palmas.)

Dessa tragédia e dessa reunião podemos desenvolver um raciocínio, uma analogia. Imediatamente ocorrido aquele fato, o Ibope faz uma pesquisa simulando a intenção de voto. Por uma questão do drama que ocorreu ou por uma alternativa política que talvez fosse a preferida do eleitor, a Marina Silva tem hoje 21 por cento. A capacidade de comunicação, a transmissão da emoção talvez seja o maior fator desse resultado.

Se for verdade que nós somos 60 mil no estado - e não somos 60 mil eleitores, somos 60 mil formadores de opinião -, temos o dever, não só de juramento, mas de consciência, de sermos o transmissor da comunicação. Sessenta mil cabos eleitorais desse projeto que pretende apoiar para que aquelas pessoas, hoje em cargo eletivo ou que pretendam assumir, ocupem o bom espaço, não deixem o espaço por repúdio à classe política generalizada erroneamente. (Palmas.)

Como disse o Serginho, vamos trocar o canal desse aparelho de televisão para não ficarmos chorando as consequências. Nós temos sistematicamente repetido e não sistematicamente nos mobilizado. Esta cerimônia de hoje tem um caráter peculiar. É a primeira vez que o tema eleitoral e a responsabilidade cívica de cada um de nós toma uma importância maior do que simplesmente a celebração de 20 de agosto. Perdoem o pleonasmo, mas isso prova a provocação, como fez o nosso irmão Gasparini, como faz o projeto do Geap-SP, sobre a reflexão da importância do voto e do exercício cívico do voto para o destino de nossa pátria.

Devemos usar essa capacidade de formação de opinião no meio de cada um de nós, maçons, para fazer a diferença, para fazer prevalecer a ética e a moral, para não estarmos aqui, no ano que vem, lamentando mais uma série de denúncias e escândalos.

Muito mais do que festejar o Dia do Maçom, vamos sair daqui com as nossas convicções, com a nossa obrigação como cidadãos. Não vamos nos resguardar à individualidade do voto. Vamos propagar nossa relação com esses candidatos que apoiamos. Vamos, no campo prático, fazer isso se transformar em uma realidade.

São 75 candidatos apoiados. É um número expressivo. Se tivermos o mesmo resultado de anos atrás, elegeremos vinte e poucos candidatos. É uma bancada de respeito para apoiar e se somar a esta que temos aqui, a esses bons exemplos de irmãos e políticos que honram as tradições desta Casa e os juramentos que fizeram em suas iniciações. Tenho dito. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - SÉRGIO RODRIGUES JR. - Quero anunciar a presença do Dr. Ronaldo. (Palmas.)

Meus irmãos, esse trabalho é longo e árduo. Ele vem sendo feito desde 2008. Começou com aquela carta da Maçonaria paulista contra a corrupção e prossegue. Não é apenas um programa eleitoral. É um programa que visa ocupação de espaços na sociedade, nas organizações sociais, nas entidades de classe e que vem crescendo com o esforço de vários irmãos, que voluntariamente estão trabalhando neste projeto.

Quero agradecer a todos que colaboram conosco no Grupo Estadual de Ação Política - Jairo, Roque, Alexsandro, Ricardo Duriger, Romildo, Olavo, Fernando Canineu, Isídio, Adel, Francisco Além, Mauro Caló e Eduardo Adiloave. Esse grupo tem trabalhado desde 2008. André Naves Ferraz, que está presente, tem trabalhado desde 2008 procurando desenvolver esse programa, que ainda é uma pedra bruta, como costumamos dizer. Com o apoio de cada um, com a participação de todos, ele vai crescendo e vai melhorando.

Todos estão convidados a participar. O grupo não é fechado. É um grupo aberto da Glesp, do GOP e do Gosp. Vocês podem tomar parte do grupo e podem constituir seus grupos locais de ação política nos diversos municípios. Enfim, é um programa grande e que não dá para ficar agora detalhando tudo, mas vem se desenvolvendo e vem crescendo.

Pretendemos que a Maçonaria se torne cada vez mais uma ouvidora social. Que nossas lojas possam trazer para esses irmãos, que vão ser eleitos e estão aqui, as demandas sociais de suas localidades. Nós jamais vamos procurar os eleitos para pedidos pessoais devido à nossa proximidade. Isso não tem sentido, mas para as demandas públicas, para aquilo que a sociedade precisa, temos que fazer esse trabalho conjunto. Muitas vezes o prefeito de uma cidade pequena não tem acesso a verbas parlamentares, mas em grupo podemos trabalhar e ajudar todas as cidades. Essa é a ideia do programa. Vamos ocupar espaço, vamos combater o voto nulo.

Vamos passar a palavra e agradecer, mais uma vez, ao nosso presidente Aldo Demarchi, que todos os anos abre as portas da Assembleia Legislativa do Estado para que a Maçonaria possa celebrar o seu dia e possa trazer seus programas e sua mensagem. Depois isso vai pela televisão e atinge um número imenso.

Quero, nesse momento que me despeço de vocês, agradecer a presença de cada um e a colaboração. Mais uma vez, boa sorte a todos os candidatos. Faço em nome da Ana Abreu, a única mulher que está aqui à frente. A todos vocês, boa campanha e boa sorte. Estamos juntos. Vamos trabalhar. Muito obrigado. (Palmas.)

Esse programa começou em 2007, como disse o Marin, e até hoje é presidido e comandado pelo nosso irmão Benedito Ballouk, para quem peço uma salva de palmas. De pé, por favor, Ballouk. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Gostaria de agradecer a presença do presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo, nosso irmão Alexandre Tirelli. Ele chegou um pouco atrasado, mas felizmente veio aqui nos prestigiar. Quero agradecer também os meus colegas da Casa que vieram prestigiar este ato solene, nossos irmãos Welson Gasparini, Itamar Borges, Luiz Carlos Gondim, Olímpio Gomes e Dilador Borges, que também se faz presente nesta noite. Agradeço também nossos irmãos e deputados federais Duarte Nogueira, delegado Protógenes e João Dado.

Gostaria de, na pessoa das três maiores autoridades maçônicas presentes, cumprimentar todos os irmãos das três potências, nossas cunhadas e nossos sobrinhos. Dr. Jurandir Vasconcelos, Sereníssimo Grão Mestre do Grande Oriente Paulista; Dr. Ronaldo Fernandes, Sereníssimo Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, que sucedeu o Grão Mestre Francisco Gomes da Silva, e o Dr. Mario Sergio Nunes da Costa, eminente Grão Mestre do Grande Oriente de São Paulo, que também sucedeu o Grão Mestre Benedito Marques Ballouk.

Senhoras e senhores, meus irmãos, todos nós, iniciados e membros da Ordem Maçônica, temos o orgulho de pertencer a essa instituição, que no decorrer da existência sempre teve, nos seus quadros, pessoas ilustres, com muitas qualidades intelectuais e morais.

Ao estudarmos a história da civilização, podemos comprovar que a filosofia moderna, embasada em ideais humanistas e de liberdade, teve uma grande contribuição de maçons, que tendo sido pilares do movimento Iluminista, revolucionaram os valores e os ideais da civilização ocidental. Paralelamente a isso, podemos dizer que a ciência moderna também teve como estruturadores um valioso grupo de maçons, todos membros da Real Sociedade de Londres. A Maçonaria, tal qual a conhecemos hoje, durante os séculos sempre participou das conquistas da civilização.

A partir do século XVII, os maçons londrinos foram figuras primordiais para criar o que modernamente chamamos de ciência, saindo da especulação para a prática de uma ciência calcada em uma metodologia para comprovar as suas teses. Também a partir desse período, justamente devido à utilização do método científico, é que tivemos um grande avanço no desenvolvimento da tecnologia, ou seja, da ciência aplicada em benefício da humanidade.

Já no século XVIII, os maçons foram os baluartes do desenvolvimento da filosofia humanista, onde não bastava a busca do mundo ideal e sim era necessário se pensar no bem-estar do homem no seu próprio tempo, no hoje, porque amanhã todos poderemos estar mortos.

Dessa forma, os filósofos iluministas, muitos deles maçons, como nós, pensaram profundamente nos sistemas políticos, elaborando os princípios da moderna democracia participativa e dos modernos sistemas de governo sustentados por três poderes. Se isso não é a perfeição, após três séculos ainda não inventaram nada melhor.

Desse desenvolvimento da nova ciência política, e guiados pelo ideal iluminista da liberdade, da igualdade, da fraternidade, como não poderia ser diferente, maçons passaram a lutar pela liberdade de povos e a edificar novas nações livres, principalmente no continente americano.

Para falar de maçons famosos e seus feitos, o tempo que dispomos aqui é insuficiente, porque tivemos em nossas fileiras pessoas eminentes em todos os círculos sociais, filosóficos e científicos. Todos esses maçons, cada um em seu tempo, estando atentos aos acontecimentos da época e seguindo os ensinamentos e a essência moral da nossa ordem, fizeram a história. Tendo contribuído para a edificação da civilização moderna, também se tornaram parte da história universal.

Podemos citar Newton, Mozart, Rousseau, Voltaire, Benjamin Franklin, George Washington, Simon Bolivar, San Martin, Gonçalves Ledo, José Bonifácio. Todos fizeram sua história na ciência, na arte, na filosofia e na política. Eles criaram e mudaram, mudaram o seu tempo, mudaram a humanidade sempre para melhor. Desnecessário dizer o que eles, todos irmãos de ordem, fizeram pela humanidade. Durante esses mais de 17 anos que nos reunimos aqui, estando agora na nossa 18ª edição, falamos sobre todos e sobre tudo do passado da Maçonaria. Além disso, enaltecemos a nossa doutrina, que é a essência filosófica e moral da nossa instituição, bem como externamos palavras de incentivo para que todos os maçons de São Paulo se engajassem num objetivo de aprender os elevados valores e o conhecimento desenvolvido dentro dos nossos templos e os disseminassem na sociedade.

Desse preâmbulo, quero fazer uma ligação entre a Maçonaria e os acontecimentos presentes em nosso País. Neste último ano, nesta mesma data, não conseguimos fazer essa sessão aqui no plenário maior. Fizemos, sim, numa sala reservada, porque tínhamos aqui na frente da Assembleia manifestantes acampados para protestar. Presenciamos uma série de movimentos e manifestações que demonstraram e comprovaram a insatisfação do povo brasileiro, iniciando-se com uma revolta contra o aumento das tarifas de ônibus em várias cidades. O povo saiu às ruas para protestar contra o fato. Entretanto, o que pudemos constatar é que o dito Movimento Passe Livre era apenas a ponta do iceberg de descontentamento e revolta do cidadão quanto às mazelas e desmandos que vigoram em nossa sociedade, no nosso sistema de poder.

Ninguém está imune às críticas, seja por participação ou por omissão no que se refere a esses fatos que culminaram nessa insatisfação generalizada, principalmente os que se intitulam pessoas esclarecidas, livres e de bons costumes.

Durante as manifestações, meus irmãos, começando pelo preço das tarifas de ônibus, pudemos ver um crescente de demonstrações de insatisfação por diversas razões: falta de moradia, problemas com a saúde, segurança pública e tantos outros motivos que levaram milhões de brasileiros às ruas. E por um bom período eles lá se mantiveram, até que o poder aquiesceu em ouvi-los e a tomar alguma providência, mesmo que isso fosse apenas uma figuração para desmoralizar e enfraquecer o dito movimento. A razão desse enfraquecimento foi que, embora os brasileiros já estejam fartos da situação em que vivemos, não foi detectada nenhuma liderança com credibilidade suficiente para conduzir o processo de negociação com os donos do poder.

Nos movimentos anteriores que levaram o povo às ruas sempre tivemos líderes identificados. Nas diretas já, vocês se lembram bem, o meu conterrâneo - o pessoal da minha cidade está aqui - Ulysses Guimarães e Tancredo Neves foram ícones. No “Fora Collor”, o presidente da UNE, o líder dos “Caras Pintadas”, Lindbergh Farias, desempenhou um papel fundamental, que foi reconhecido pela população que depois o elegeu deputado federal, prefeito e hoje senador da República.

Todos esses citados e mais tantos outros nomes se tornaram referências em movimentos em que estiveram à frente, justamente porque eles tinham três coisas: objetivo definido, credibilidade e capacidade para liderar. Dessa combinação veio a mobilização popular e o sucesso. No decorrer das manifestações pudemos verificar que todos os antigos ícones de liderança estavam desgastados. Políticos, partidos políticos, sindicalistas, lideranças estudantis ou classistas: tudo o que indicava o modo tradicional de representação foi rechaçado.

Os próprios participantes das manifestações nos faziam baixar as bandeiras para que pudessem continuar ali. O povo estava e está farto de pseudorrepresentantes, que antes de defender os interesses da comunidade, veem, sim, o seu próprio interesse. Por essa principal razão, pela falta de credibilidade das instituições e das pessoas, a força do movimento arrefeceu. Mas faço uma pausa aqui e pergunto: mas e os maçons?

Ora, a Maçonaria é, ou pelo menos deveria ser, como foi, uma escola de líderes. Tanto é que, se olharmos alguns países como Estados Unidos, Portugal, Itália e o próprio Brasil, no seu passado, não tão distante, muitos de seus dirigentes são egressos da ordem maçônica. Esses maçons, levando a sério os ensinamentos da ordem, com apoio dos irmãos e reconhecendo que os grandes feitos têm a maior chance de lograr êxito quando feitos em conjunto, tornaram-se os ditos dirigentes e líderes nacionais e até mundiais. E no Brasil de hoje? Encontramos maçons em posições que o permitam mudar o rumo do nosso País? Essas perguntas ficam para reflexão de todos nós.

Meus queridos irmãos, pelo que já falamos nesses quase vinte anos que nos reunimos aqui e pelo que vemos e ouvimos nas ruas, creio que é hora de partirmos para a ação e nos espelharmos naqueles maçons que no dia 20 de agosto de 1822, sob a liderança do irmão Joaquim Gonçalves Ledo, tomaram a decisão de pressionar o príncipe regente D. Pedro para que ele proclamasse a independência do Brasil.

Aqueles maçons, a seu tempo, ouviram o clamor do povo e dentro da loja maçônica deixaram que aquela voz ecoasse nos seus corações e decidiram fazer história, como fizeram. Foram os artífices da independência do nosso País. E por essa razão, o Brasil homenageia os maçons nesta data de 20 de agosto. É o Dia do Maçom, e não o Dia da Maçonaria. Isso porque o agente é cada indivíduo da instituição e não a instituição.

Para terminar, não querendo falar sempre dos mesmos temas - combate à corrupção, resgate de valores e outros mais - gostaria de deixar aqui um tema para reflexão: a voz das ruas está sendo ouvida em nossos templos. E dentro dos templos? Está sendo ecoada em nossos ouvidos? E dos nossos ouvidos? Está se reverberando em nossos corações? Se a resposta for não, meus irmãos, temos que detectar a razão da insensibilidade. Se for sim, temos que refletir o porquê da nossa incapacidade de reagir de forma racional e eficaz, tal como fizeram os nossos antecessores, para o bem da humanidade. Qual a resposta, meus irmãos?

Hoje estou aqui em presença das maiores lideranças da Maçonaria paulista e me coloco de pé para refletir junto com vocês e ser, sempre que necessário, um instrumento da excelsa ordem maçônica de São Paulo e do Brasil.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ALDO DEMARCHI - DEM - Primeiramente, agradeço ao mestre de cerimônias por sua eficiência.

Está esgotado o objeto da presente sessão. Agradeço às autoridades, à minha equipe e aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, da Ata, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Assembleia Legislativa e das Assessorias Policial Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Boa noite e bom regresso às suas casas. Muito obrigado. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 12 minutos.

 

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