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01 DE DEZEMBRO DE 2014

051ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DO SAMBA”

 

Presidente: LECI BRANDÃO

 

RESUMO

 

1 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento da deputada Leci Brandão, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Comemorar o Dia do Samba". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

2 - NIVALDO SANTANA

Vice-presidente Nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, cumprimenta todos os presentes. Ressalta que o samba é patrimônio cultural do Brasil. Elogia a iniciativa da deputada Leci Brandão.

 

3 - GERSON TAJES

Presidente do Sindicato dos Músicos, tece comentários acerca das conquistas do Sindicato dos Músicos. Lamenta que os músicos no Brasil sejam desvalorizados. Informa que existe no Sindicato dos Músicos um centro de educação musical. Agradece o apoio da deputada Leci Brandão.

 

4 - CARLOS JOSÉ FERNANDES NETO

Diretor da Associação dos Sambistas e Comunidades do Samba de Terreiro do Estado de São Paulo, tece considerações sobre o histórico do samba. Destaca a importância do Grupo das Tias Baianas na origem do samba. Lamenta a falta de reconhecimento da música no País.

 

5 - VERA BUCHERONI

Mestre de Cerimônias, exibe fotos e faz leitura do histórico da Comunidade de Samba Maria Cursi. Anuncia apresentação musical dessa comunidade.

 

6 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Presta homenagem, com entrega de placa, à Comunidade de Samba Maria Cursi, na pessoa do Sr. Reinan Rocha.

 

7 - REINAN ROCHA

Representante da Comunidade de Samba Maria Cursi, manifesta-se lisonjeado com a homenagem recebida. Entrega presente à deputada Leci Brandão.

 

8 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Justifica seu comportamento contido, como forma de cumprir o protocolo desta Casa.

 

9 - VERA BUCHERONI

Mestre de Cerimônias, exibe imagens e faz leitura do histórico da Comunidade de Samba Pagode da 27. Anuncia apresentação musical dessa comunidade.

 

10 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Presta homenagem, com entrega de placa, à Comunidade de Samba Pagode da 27, na pessoa do Sr. Rogério Borges.

 

11 - ROGÉRIO BORGES

Representante da Comunidade de Samba Pagode da 27, agradece a homenagem recebida. Destaca a importância do apoio recebido por sua comunidade.

 

12 - VERA BUCHERONI

Mestre de Cerimônias, faz exibição de fotografias e lê histórico do grupo das Tias Baianas Paulistas. Anuncia apresentação musical do grupo.

 

13 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Presta homenagem, com entrega de placas, ao grupo das Tias Baianas Paulistas, na pessoa de Irondina de Souza - Dona Danga. Lembra ocasião em que foi apresentada ao Grupo das Tias Baianas. Relata entrevista que dera a repórteres do programa CQC, quando foi questionada acerca de sua conduta como deputada. Ressalta a diversidade existente entre os componentes das comunidades de samba.

 

14 - IRONDINA DE SOUZA

Representante do Grupo das Tias Baianas Paulistas, manifesta-se orgulhosa com a homenagem recebida. Clama pela exaltação do samba. Faz referência à canção "Não deixe o samba morrer".

 

15 - ORLANDO SILVA

Ex-ministro do Esporte e deputado federal eleito, enaltece a conduta política e a iniciativa da deputada Leci Brandão.

 

16 - JADIR PRATES

Padrinho do Grupo das Tias Baianas Paulistas, destaca a importância do Grupo das Tias Baianas como representantes do samba.

 

17 - MAURÍCIO PESTANA

Secretário Adjunto da Secretaria Municipal da Promoção da Igualdade Racial, saúda as autoridades presentes. Menciona que o samba é uma manifestação do povo negro e uma das raízes da cultura brasileira. Parabeniza a deputada Leci Brandão por ter sido uma das poucas políticas negras eleitas no Brasil.

 

18 - PRESIDENTE LECI BRANDÃO

Enfatiza a importância do respeito a todas as religiões. Tece considerações sobre as conquistas de seu mandato. Menciona a necessidade de promoção do samba paulista. Ressalta a importância cultural e social do samba. Entoa trecho de canção. Faz agradecimentos gerais e encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Boa noite senhoras e senhores, sejam bem vindos à Assembleia Legislativa de São Paulo. Daremos início à Sessão Solene com a finalidade de comemorar o Dia do Samba.

Para compor a Mesa principal, convido a deputada estadual Leci Brandão, proponente desta sessão. (Palmas.)

O Sr. Maurício Pestana, secretário adjunto da Secretaria Municipal da Promoção da Igualdade Racial. (Palmas.)

E o nosso sempre deputado, Jamil Murad. (Palmas.)

Sambistas, comunidades, autoridades presentes, lideranças civis, artistas, senhoras e senhores, dia 2 de dezembro é celebrado o Dia do Samba, e essa Sessão Solene é um reconhecimento público por parte do Estado brasileiro, por intermédio desta Casa Legislativa.

A todos aqueles que lutaram, lutam e continuarão lutando pelo samba e suas tradições enquanto manifestação popular da resistência cultural do povo brasileiro na luta pela preservação de suas heranças e referências culturais, aspectos fundamentais, afirmação da sua singularidade, identidade, inserção social e construção da sua cidadania.

Hoje, saudamos afirmativamente as Comunidades do Terreiro do Samba de São Paulo, que têm uma importância fundamental especialmente, mas também para a cultura do samba como patrimônio de uma das mais tradicionais culturas genuinamente brasileiras.

É, sim, a velha guarda que mantém vivas as tradições, porém, são essas comunidades que garantem a sua continuidade. Já disseram que São Paulo era o túmulo do samba. As homenagens que prestaremos hoje, não só vêm reparar tamanha injustiça contra o povo paulista, mas também vêm dar luz a brilhantes e belíssimas trajetórias, expressões coletivas em defesa da cultura popular. As Tias Baianas Paulistas, Comunidade do Terreiro do Samba do Maria Cursi, e a Comunidade do Terreiro do Samba do Pagode 27.

Nesta sessão faremos o reconhecimento simbólico a essas comunidades de São Paulo que têm o samba como referência para a construção de sua cidade, Estado, país melhor e, por intermédio delas, homenagearemos a todos e todas que lutaram e lutam em defesa da cultura brasileira, da cultura popular e todas as matrizes e tradições do samba.

Agradecemos a cada sambista, escola de samba, comunidades, terreiros e organizações que atuam em defesa do samba pelos serviços prestados ao povo brasileiro. Salve o samba! (Palmas.)

Com a palavra, a deputada Leci Brandão.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Queria registrar aqui a presença, também, do secretário adjunto da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Maurício Pestana, assim como registrar a presença do nosso sempre deputado, Jamil Murad.

Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, atendendo solicitação desta deputada, com a finalidade de comemorar o Dia do Samba.

Convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, com de Lima.

 

* * *

 

- É executado Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Comunicamos aos presentes que esta Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será transmitida pela TV Assembleia neste sábado, dia 6 de dezembro, às 21h, pela Net Canal 7, pela TV Vivo no canal 66 analógico e 185 digital, e pela digital aberta canal 61.2.

Ouviremos agora a palavra do ex-deputado Nivaldo Santana. (Palmas.)

 

O SR. NIVALDO SANTANA - Quero cumprimentar a nossa líder, deputada estadual Leci Brandão, proponente desta Sessão Solene; o deputado federal eleito Orlando Silva; o nosso ex-deputado estadual e deputado federal Jamil Murad, e o nosso secretário aqui da Prefeitura, Pestana e, em nome deles, cumprimentar toda a comunidade do samba, e dizer que eu me sinto honrado e gratificado de participar desta Sessão Solene para celebrar o Dia Nacional do Samba.

Essa iniciativa de incorporar a Assembleia Legislativa e o Estado de São Paulo nas celebrações desse que, sem dúvida nenhuma, é um dos maiores patrimônios culturais do nosso país.

Foi na época em que eu compartilhava aqui a bancada do PCdoB com a deputada Ana Martins, e nós conseguimos aprovar um projeto que se transformou em lei para celebrar, aqui na Assembleia, anualmente, o Dia Nacional do Samba. E para a nossa alegria e satisfação, nós temos hoje aqui, representando o povo de São Paulo e representando o PCdoB, um dos maiores símbolos nacionais do samba que é a nossa artista, cantora, Leci Brandão. (Palmas.)

E eu acredito que desse ponto de vista pelo simbolismo, pela representatividade e pelo grande trabalho que a deputada vem desenvolvendo nesta Casa, ela é a pessoa mais apropriada, mais qualificada para liderar a celebração do samba aqui na Assembleia, aqui no Estado de São Paulo.

Por isso eu a cumprimento por mais esta iniciativa, cumprimento pela reeleição. Cumprimento a todos os presentes, e vamos dar um grande viva ao samba brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Viva! Viva!

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Registramos as presenças do Sr. Orlando Silva, ex-ministro de Esportes e deputado federal eleito.

O Sr. Reinan Rocha, representante da Comunidade de Samba do Terreiro da Maria Cursi.

O Sr. Roberto Borges, representante da Comunidade de Samba de Terreiro do Pagode da 27.

Irondina de Souza, representante das Tias Baianas Paulistas, e a Mãe Lourdes do Rundeime de Togum, representando os Povos do Terreiro.

Com a palavra o Sr. Gerson Tajes, presidente do Sindicato dos Músicos. (Palmas.)

 

O SR. GERSOSN TAJES - Boa noite a todos e a todas. Quero agradecer a oportunidade de me fazer presente junto com a diretoria do Sindicato dos Músicos e, na pessoa da deputada Leci Brandão, parabenizá-la por este evento maravilhoso.

Isso aqui é um evento histórico, isso aqui é uma conquista de alguns anos que a gente está adquirindo através da deputada, e que agora o sindicato está vindo junto para fortalecer a deputada nas demandas que tem a ver com a música, porque o samba é música. O samba é trabalhador, uns se divertem outros vivem da música.

Então, hoje temos uma categoria de músicos sejam sambistas, sejam músicos eruditos, sejam músicos do popular, do MPB, que vêm sofrendo, que vêm sendo humilhados, que vêm sendo desrespeitados. E a gente vai acabar com isso, eu tenho certeza, com o apoio da deputada, com o apoio dessa Casa aqui, que a gente precisa acabar com esse desrespeito que vem acontecendo com os músicos.

E quero agradecer a oportunidade de dizer que o sindicato está aberto para cada um de vocês que queiram estudar música, músicos que queiram se qualificar. Tem alguns músicos que já visitaram o sindicato aqui e sabem do que eu estou falando, que a gente tem uma estrutura com alguns dos melhores profissionais do Estado, músico dando aula lá para dar condição do músico de aperfeiçoar.

Eu não vou me estender, quero parabenizar mais uma vez a deputada e agradecer todo o apoio que a senhora vem dando aos nossos músicos. Quarta-feira agora, tem um evento na porta do Teatro Municipal. Gostaria de aproveitar a oportunidade para convidar a todos vocês para a gente mudar a história da nossa categoria, que vem sofrendo.

Muito obrigado pelo espaço, desculpe-me, deputada, se eu falei demais, mas a gente tem que aproveitar este espaço para falar do sofrimento que a gente vem tendo, e a senhora que vem nos dando o apoio, e eu estou aqui para reforçar este apoio.

Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Também registramos as presenças da senhora Rosa Anacleto, presidente da Unegro do Estado de São Paulo, e Sr. Airson Costa, representando o SOS Racismo.

Com a palavra o Sr. Carlos José Fernandes Neto, diretor da Associação das Comunidades de Terreiro de Samba do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. CARLOS JOSÉ FERNANDES NETO - Eu queria agradecer e cumprimentar primeiro a presidente da Mesa dessa solenidade, Leci Brandão, o deputado Jamil, o secretário adjunto da Igualdade Racial, todas as personalidades e representações legais que estão aqui, deputados, vereadores que porventura estejam, as Tias Baianas, a Comunidade Maria Cursi, Pagode da 27 e todos os sambistas e representantes de terreiros e comunidades do Estado de São Paulo.

É com muita alegria que a gente pode estar aqui hoje podendo falar sobre o samba. O samba como qualquer atividade não começa de repente. De repente fala assim: “o samba nasceu”. Não é assim, não é como a criança que se gesta nove meses, não é? O samba levou mais de 400 anos aqui no Brasil para poder acontecer, e ele não tem uma paternidade dentro de um estado, não é?

Ele não nasceu na Bahia, não nasceu no Rio de Janeiro, não nasceu lá no nordeste, não nasceu em São Paulo. Ele nasceu no Brasil aonde nós tínhamos o negro batuqueiro, aonde nós tínhamos aquele negro livre, que chegou escravo no Brasil através dos navios negreiros, nós temos o samba.

E a gente vê nessa solenidade a clareza da Leci com relação ao samba, não é? E fazer homenagem às Tias Baianas que são as detentoras desse embrião, não é?

Eu estava comentando, a Tia Ciata no Rio de Janeiro como mãe do samba, a Tia Olímpia em São Paulo, como a dona do samba. E essas Tias Baianas aqui maravilhosas, que fazem a continuidade desse samba. E os terreiros e comunidades do samba, que estão ocupando aquele lugar que por uma condição de impossibilidade as escolas de samba deixaram de fazer, que são os seus sambas de meio de ano, que são os seus sambas de terreiro, seus sambas de quadra. É onde as comunidades vêm ocupar este espaço.

Então, é muito importante essa lembrança e a maneira como ela está se dando. O Dia do Samba acontece no dia 2 de dezembro, porque é no primeiro dia que era liberado para as escolas de samba desfilarem.

Então, nada melhor do que se guardar esse dia como lembrança, porque o samba ainda não é livre. O samba ainda é invisível, só através de ações como essa é que a gente consegue transformar a nossa cultura popular. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Muito obrigada.

Queria registrar a presença aqui de Celso Jatene, representando o secretário municipal de Esportes de São Paulo.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Nesse instante, iniciaremos as homenagens às personalidades que tiveram e têm suas vidas como exemplo de luta em defesa do samba paulista.

A primeira homenageada é a Comunidade de Terreiro do Samba da Maria Cursi.

 

* * *

 

- É feita a exibição das fotografias.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Em julho de 2004, um grupo de amigos entusiastas do samba, resolveu se encontrar periodicamente para relembrar, resgatar e cantar sambas que ficaram marcados na história. A partir daí, esses amigos passaram a pesquisar a história desse fantástico gênero musical, que é rica e extensa, convidativa ao aprofundamento de seus fatos históricos, principalmente os fatos musicais. Despretensiosamente, algum tempo depois, esses amigos começaram a compor músicas.

Assim, o repertório de sambas cantados hoje em nossas rodas, é composto por compositores consagrados de nossa música brasileira, além de compositores da própria comunidade Maria Cursi.

Não se trata de um grupo musical ou conjunto apenas. Maria Cursi é uma comunidade, ou seja, não trabalha apenas a musicalidade. Ao se reunirem, essas pessoas têm como objetivo espalhar a cultura do samba, mostrando-a como um exemplo de cidadania e inclusão social. Essas reuniões aglutinam centenas de pessoas de todos os tipos, de diversas classes econômicas, configurando um importante trabalho social em São Mateus, periferia da zona leste da cidade de São Paulo.

A comunidade tem como representante da preservação e valorização da cultura e da história, a madrinha Tia Cida, que tem auxiliado este movimento a perseverar e atuar na comunidade desde o primeiro ano, arrecadando alimentos para doação quando da comemoração dos aniversários, Dia das Crianças, e sempre que há oportunidade.

A comunidade já realizou tributos a saudosos e imortais sambistas tais como Mussum, em 2007, e Jovelina Pérola Negra, em 2011. Contaram com a participação de representantes das várias comunidades de samba existentes na cidade.

No projeto Canta São Paulo, realizado pela comunidade em 2010, foram homenageados sambistas da cidade como Chapinha, Wilson Sucena, Mano Heitor, Marco Antônio da Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde, Rubão das Mulheres, Pagode da 27 -Grajaú: Dodô e Nino Miau.

Além dos trabalhos executados na própria comunidade em São Mateus, também ocorreram inúmeras apresentações, sendo elas de cunho artístico, cultural, beneficente ou de entretenimento.

Atualmente, as rodas de samba são realizadas semanalmente, aos sábados, na zona leste de São Paulo, bairro de São Mateus, na Avenida Maria Cursi, 799.

A comunidade é composta pelos seguintes componentes: Reinan, Emerson Madureira, Marcelo Max, Júlio Sete Cordas, Elton Matias - o Tigrão, Edgard Santos, Lindomar, Junior, Roberto Alemão, Roberto Rocco, Kleber Sorriso e as Cabrochas Ainá Margot, Eliana Alves, Karylê e Vanete, além de várias outras pessoas que muito contribuem para que o projeto aconteça.

Neste momento assistiremos a apresentação da Comunidade Maria Cursi.

Pode se colocar a comunidade para fazer a sua apresentação. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. - Vou cantar mais um samba aqui. Este samba a gente gosta demais.

No Dia Nacional do Samba nós não poderíamos deixar de cantá-lo.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Convido o Sr. Gerson Tajes, presidente do Sindicato dos Músicos, para juntamente com a deputada Leci Brandão, fazer a entrega de placa em homenagem à Comunidade Terreiro do Samba da Maria Cursi, na pessoa de Reinan Rocha. (Palmas.)

Por favor, Sr. Reinan.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Reinan, com muito prazer, muito prazer, muita honra aqui nessa Casa Legislativa poder passar para você humildemente esta placa aqui em homenagem ao Dia do Samba.

Agora, além desta placa, eu gostaria que a comunidade por gentileza, viesse aqui. A gente faz questão de cumprimentar a cada um de vocês. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa. (Palmas.)

 

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O SR. REINAN ROCHA - Queria, primeiramente, dar boa noite a todos, saudar esta Mesa seleta aqui, com a deputada Leci Brandão, Maurício Pestana, Celso Jatene, Jamil Murad.

Queria pedir licença para pedir a bênção às Tias Baianas aqui, a bênção aí, muito obrigado por vocês estarem aqui.

É uma honra para a gente estar recebendo esta homenagem junto com essas maravilhosas Tias Baianas, o Pagode da 27, que são nossos irmãos. Obrigado, é uma honra para a gente. (Palmas.)

Eu queria deixar registrado aqui, Tia Leci, nossa imperatriz e madrinha Estelita Márcia. (Palmas.)

Obrigado pela presença.

Olha, é até difícil para a gente falar, a gente fica nervoso essas horas, porque é uma homenagem que a gente não esperava. A nossa comunidade não esperava, foi uma grata surpresa para a gente.

Muita gente poderia estar sendo homenageada hoje aqui, a gente é apenas um embrião, Pagode da 27, a gente, Maria Cursi, com muita simplicidade. Nós somos embriões disso que está acontecendo aqui em São Paulo hoje, que é o lance das comunidades.

Eu queria, poxa vida! Falar até o nome de todas aqui, mas não ia conseguir enumerar o tanto de comunidade que tem, e que faz um trabalho legal, faz um trabalho sério.

Para nós é uma grande honra e eu quero agradecer demais a nossa comunidade que veio aí também (Palmas.)

E queria deixar um pequeno souvenir aí para a Tia Leci, meu sobrinho vai trazer aqui.

Tia Leci, é um presente muito simples, mas é de coração aberto que a comunidade agradece a você por esta iniciativa de nos homenagear hoje.

Muito obrigado gente! (Palmas.)

 

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- É feita a entrega do presente. (Palmas.)

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu vou só quebrar o protocolo aqui. Vou pedir licença aqui ao Cerimonial, porque eu estou um pouquinho incomodada.

Esta solenidade está muito quieta, está muito devagar e eu estou acostumada... Porque tem uma coisa do protocolo e aí, por exemplo, eu queria descer, mas eu não posso descer, porque eu estou presidindo a sessão e tenho que ficar aqui em cima sentada, e isso me desespera muito.

Mas, eu quero que vocês entendam que aqui dentro é desse jeito, até porque as pessoas às vezes não estão muito acostumadas nesse espaço a receber o samba, não é? Principalmente comunidade, mas como eu sou comunidade tem que ser desse jeito. Eu só queria explicar isso aí. (Palmas.)

Vamos agilizar, vamos agilizar! Quero todo mundo sorrindo, batendo na palma da mão, porque senão eu levanto. Quebrei o protocolo!

 

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- É feita a exibição de fotografias.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Passaremos agora para a segunda homenageada que é a Comunidade Pagode da 27, que pode se preparar para a apresentação daqui a pouquinho. (Palmas.)

No dia 26 de agosto de 2005, um grupo de amigos oficializou os encontros que aconteciam todos os domingos em lugares aleatórios no bairro do Grajaú, na zona sul da capital paulista. As ruas eram numeradas e a maioria desses encontros eram realizados na Rua 27. Surge assim, o Pagode da 27, que nada mais é, na definição de seus fundadores, do que um encontro de amigos para cantar sambas de compositores já consagrados.

Com o passar do tempo, os realizadores perceberam a necessidade de, além de contar a história do samba, também tentar fazer parte dessa história. Dessa forma, durante os encontros, as composições inéditas passaram a ganhar destaque. A ideia agradou tanto que não demorou para que o Pagode da 27 gravasse seu primeiro CD “A Comunidade Chegou”, de 2010. O segundo trabalho veio dois anos depois com a gravação de “Filhos da Favela”.

Em 2015, o Pagode da 27 completa 10 anos de existência e, nesse período, vários artistas marcaram presença no Pagode da 27, demonstrando o respeito e o reconhecimento que o trabalho desenvolvido na comunidade do Grajaú conquistou no universo do samba: Osvaldinho da Cuíca, Criolo, Chapinha da Vela, Leci Brandão, Reinaldo, Luizinho São Paulo, Almirzinho, Toninho Gerais, Wanderley Monteiro, Aluísio Machado, Waldir 59, jogador Luizão, entre outros.

O Pagode da 27 já dividiu palco com nomes como Milton Nascimento, Criolo, Diogo Nogueira e Trio Preto, além de ter participado dos programas de TV como “Esquenta”, “Manos e Minas” e “Mulheres”.

A responsabilidade de atuar junto à comunidade também está presente no Pagode da 27, que desenvolve com frequência ações para arrecadar alimentos que são doados para instituições sociais.

As cores escolhidas para representar a comunidade são o vermelho, que simboliza a paixão pelo samba, e o branco simbolizando a paz que eles desejam não só para a sua comunidade, mas para o Brasil e para o mundo.

O Pagode da 27 é realizado sempre aos domingos na Rua Manoel Guilherme dos Reis, 71, Grajaú.

Então, neste momento, assistiremos à apresentação da Comunidade Pagode da 27. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. - Agora a gente vai cantar aqui para vocês, o título do nosso último trabalho, “Filhos da Favela”.

Uma música na qual nós tivemos a participação do Crioulo nosso irmão, um beijo. O Crioulo não pôde estar aqui hoje, mas fica registrado.

Um beijo, Kleber. (Palmas.)

Como a Madrinha Leci falou, vamos cantar todo mundo junto, está bom? Só uma única voz, a voz do samba.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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O SR. - Obrigado a todos. Obrigado Maria Cursi, às Baianas, muito obrigado também toda a comunidade, valeu.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Convido Rogério Borges para vir receber das mãos da deputada Leci Brandão e de Flávia Costa, diretora da Associação de Sambistas e Comunidades de Samba de Terreiro do Estado de São Paulo, uma placa em homenagem à Comunidade de Terreiro do Samba do Pagode, do Terreiro do Pagode da 27. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Pagode da 27, ainda estou com os pés e os braços ainda amassadinhos da última vez que eu estive lá, porque eu sou pequenininha e o pessoal segurou, amassou, uma delícia, uma maravilha.

Viva o Pagode da 27! Viva a zona sul! (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa. (Palmas.)

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Vocês podem ter certeza de que não houve nenhuma escolha, não houve nenhuma distinção para que essas duas comunidades estivessem aqui. É porque a gente sabe que ambas têm uma coisa muito importante chamada legitimidade, e essas pessoas estão aqui por causa disso. (Palmas.)

 

O SR. ROGÉRIO BORGES - Gente, primeiramente boa noite a todos. Quero agradecer à madrinha Leci, a todos aqui que compõem a Mesa.

Quero agradecer à nossa comunidade que veio também fortalecer nessa data que vai ficar na história, um marco na história para a gente.

Então, falar o que, não é? Eu quero agradecer, muito obrigado. Isso aqui, essa homenagem é de vocês.

Nós estamos aqui apenas transmitindo e repassando, mas quem faz jus a esta linda homenagem são vocês, ok?

Muito obrigado e uma salva de palmas para vocês. (Palmas.)

Manifestação do público. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Gostaria de registrar a presença de Hudson Pinheiro, presidente da Flor da Vila Dalila, Estelita Oliveira, Império dos Baluartes do Samba, e Isis Rangel, do Terreiro de Compositores. (Palmas.)

Agora vamos homenagear as Tias Baianas Paulistas. (Palmas.)

 

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- É feita a exibição de fotografias.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Entre os anos de 1994 e 1995, Valter Cardoso, o Valtinho das Baianas, como era conhecido, reuniu com sua mulher, Dona Nadir, e sua cunhada, Dona Neuzinha, e integrantes da ala das baianas de diversas escolas de samba, entre elas Nenê da Vila Matilde, Camisa Verde e Branco, Vai-Vai, Tom Maior, Leandro de Itaquera e Unidos do Peruche, formando assim o grupo Tias Baianas Paulistas.

Desde então, o grupo promove e resguarda a cultura e a história das alas das baianas em diversos eventos públicos e privados.

Por chefiar essa ala nos desfiles, acompanhando o cotidiano das integrantes e seus compromissos como baianas de suas escolas, e conhecendo as suas dificuldades, Valtinho foi motivado a formar um grupo de valorização da história e do papel da baiana no desfile e nas agremiações, mas que também tivesse autonomia e desenvolvesse atividades independentes em relação às escolas.

Desta forma o grupo Tias Baianas Paulistas também proporciona, às suas integrantes, a oportunidade de mostrar as suas habilidades pessoais, aprender mais sobre a sua função no Carnaval, a sua história e discutir sobre as condições de desfile.

Desde 1997, as Tias Baianas Paulistas se apresentam como um grupo vocal e símbolo do samba.

Atualmente, o grupo é composto 18 integrantes. São elas: Dona Nadir, Dona Neusinha, Dona Danga, Dona Ione, Dona Odete, Dona Lourdes, Dona Madá, Dona Ciete, Dona Geraldinha, Dona Lindinha, Dona Clara, Dona Oneide, Dona Maria José, Dona Maria Luiza, Dona Elma, Dona Rôxa, Dona Nena e Dona Lourdes de Carvalho.

Então agora, assistiremos à apresentação das Tias Baianas Paulistas, por favor. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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A SRA. - Agora eu vou cantar uma que todo mundo vai acompanhar as Tias Baianas, todo mundo sabe.

 

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- É feita a apresentação musical. (Palmas.)

 

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A SRA. - E viva o samba! (Palmas.)

Muito obrigada Leci Brandão, por esta oportunidade que você nos deu. Deus que te abençoe e dê muita saúde e muita proteção.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Aqui está verde e estou pensando que está ligado.

É, veja bem, a senhora não tem que agradecer absolutamente nada, nenhuma das senhoras. Isso aí é obrigação nossa, é nosso dever. A gente que gosta de samba, que aprendeu, que nasceu, não é, de barriga de sambista também, a gente tem que fazer isso assim com a maior consciência do mundo, a gente tem que parabenizar as senhoras por existirem e ter nos ensinado tanta coisa. (Palmas.)

Eu vou quebrar o protocolo mais uma vez e vou descer para entregar esta placa lá embaixo, dá licença. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Nesse momento a deputada Leci Brandão transfere a presidência para a parte de baixo do plenário para fazer a entrega de uma placa acompanhada do secretário Maurício Pestana, o secretário Celso Jatene, às Tias Baianas Paulistas.

 

A SRA. PRESIDENTE LECI BRANDÃO - PCdoB - Que Deus abençoe, proteja e ilumine a todas vocês. Eu não vou falar nada agora, não, porque antes de entregar esta placa, meu amigo querido, fale o seu nome para todas as pessoas questão aqui.

 

O SR. JADIR PRATES - Primeiramente a sua bênção, axé.

Meu nome é Jadir, o Jadir do Samba, e eu sou o padrinho das Tias, eu fui convidado, tenho a honra e a primazia de ser o padrinho dessas lindas crianças aqui, que eu considero e amo demais. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa. (Palmas.)

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Um dia, este cidadão que está aqui chegou lá no gabinete com muita humildade para falar sobre este projeto. Você vê como é que o tempo, não é? A história é uma coisa muito fantástica.

Eu jamais poderia imaginar que dentro do ano de 2014, não é? Em primeiro de dezembro, antes do Dia Nacional do Samba, nós tivéssemos aqui dentro do plenário da maior Assembleia desse país homenageando estas senhoras. Muita gente esquece que a Assembleia é a Casa do Povo, a Assembleia Legislativa é a Casa do Povo, tem muita gente do povo que não sabe disso.

Eu me lembro que - eu estou quebrando protocolo, continuo quebrando - no 1º de maio de 2011 o “CQC” e o “Pânico” me pegaram na festa dos trabalhadores e fizeram a seguinte pergunta para mim: “E aí, tem samba lá no seu gabinete?”. Eu falei: “Não! Lá eu trabalho, tal. A gente está estudando para fazer, criar os projetos, enfim, defender as causas sociais”. “E tem malandragem? E os malandros?” Eu digo: “Malandro? Não tem malandro! Os malandros que eu conheço são malandros elegantes, são malandros que sempre tiveram uma boa conversa, sempre souberam conduzir, não é, uma escola de samba”. “E mulata, tem mulata?” Eu falei “Não! Tem negras, inclusive eu sou uma delas”.

Eu queria dizer para aqueles rapazes que me entrevistaram em 1º de maio de 2011, que foi o primeiro ano que eu estava como deputada, que eles poderiam estar aqui hoje para ver o que é um samba que a gente respeita, o samba que a gente sempre manifestou sabe? Uma vontade de poder cantar não só o nosso como o dos outros também, e dizer que aqui tem gente de todas as idades, tem pessoas de todas as etnias, tem pessoas de todas as escolas de samba e que eu tenho muita honra de ser uma carioca que sempre respeitei o samba de São Paulo.

A brincadeira do Vinícius de Moraes dizendo que São Paulo é o túmulo do samba, é como eu disse, fui à Barra Funda, fui ao Bixiga e fui lá na Nenê. Me perdoe, poeta, mas hoje na Assembleia Legislativa de São Paulo é o Dia do Samba e as nossas baianas estão aqui, só isso. (Palmas.)

 

O SR. JADIR PRATES - E tem samba na Casa do Povo, sim senhora.

 

A SRA. IRONDINA DE SOUZA - Eu quero agradecer à Leci Brandão em nome do nosso grupo Tias Baianas Paulistas, esta grande homenagem. Muito obrigada Leci Brandão, em nome do nosso samba, e vocês continuem, não deixem o samba morrer viu gente? (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Eu queria pedir licença e solicitar uma mensagem do nosso querido ex-ministro Orlando Silva, que é um homem que gosta muito do samba também, e tem nos ajudado bastante. (Palmas.)

 

O SR. ORLANDO SILVA - Pode ser daqui Leci? Leci, não, deputada Leci Brandão. Porque o protocolo, às vezes, nós temos que respeitar, sobretudo quando é para dizer que nós temos muito orgulho de ter a deputada Leci Brandão. (Palmas.)

Pessoal, boa noite. Eu quero só agradecer a gentileza da Leci que quebrou o protocolo para permitir que eu falasse. Eu deveria só agradecer Leci, primeiro a sua existência como artista, a sua liderança como referência da cultura brasileira paulista e à sua sensibilidade de permitir essa noite.

Eu ouvindo aqui as Tias Baianas Paulistas falando, cantando, celebrando, ver a turma do Maria Cursi, Pagode da 27. Hoje é uma exaltação à nossa tradição, à tradição do Brasil, à cultura do Brasil. Hoje é uma exaltação aos nossos antigos, aos que fundaram a Nação brasileira, porque nós somos uma raiz da Nação brasileira.

Eu só devo dizer muito, mas muito obrigado mesmo por ter esse deputado do meu partido, do PCdoB.

Você nos enche todo dia de orgulho pela sua sensibilidade, pela sua liderança. Parabéns pela iniciativa, parabéns ao samba de São Paulo. Boa noite a todos. (Palmas.)

 

O SR. JADIR PRATES - Boa noite. Eu tenho a péssima mania de falar alto. Mas eu gostaria de proferir algumas palavras para vocês. Para quem não conhece, vocês vão achar assim, “bom, mas ele é mais novo do que elas, como ele pode ser padrinho?”

O Valtinho, esposo da Dona Nadir, começou com este grupo, a gente começou lá atrás, acalentando essa estrutura para que todos conhecessem a importância da baiana. Muitos de vocês conhecem as escolas de samba, torcem, desfilam por várias escolas de São Paulo, Rio, não importa aonde seja.

Mas se não fossem as baianas, não existiriam escola de samba. Isso está disponibilizado no Facebook das Tias. A gente pode estar passando para todo mundo conhecer o que é a importância e o que elas representam para as escolas de samba, para o mundo do samba.

Então, quando a Dona Danga diz “não deixe o samba morrer”, começa desde aí, não deixem as baianas morrerem. Porque se vocês cortarem uma planta na raiz, ela não vai germinar nunca, e se não fosse a Tia Ciata e todas as baianas de lá de trás, de lá do início da história, não existiria escola de samba, ponham isso na cabeça de vocês, porque só tem escola de samba devido a essas senhoras aqui. (Palmas.)

E às zeladoras de orixá, que são zeladoras de orixá de cada uma dessas casas. Sua bênção (Ininteligível.).

E das senhoras todas. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Voltarei ao meu lugar. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Ouviremos agora as palavras do Sr. Maurício Pestana, secretário adjunto da Secretaria Municipal da Promoção da Igualdade Racial.

 

O SR. MAURÍCIO PESTANA - Boa noite a todas e a todos.

Quero saudar aqui à nossa querida deputada Leci Brandão, que nos coroa com esta bonita festa no dia de hoje. Quero também saudar o nosso deputado eleito Orlando Silva; nosso sempre deputado estadual, federal Jamil Murad, presidente do municipal do PCdoB. Quero saudar o secretário Jatene, nosso grande Nivaldo Santana, candidato a vice-governador, que está aqui presente.

Queria dizer, Leci, poucas palavras nessa noite tão maravilhosa em que já foram homenageadas tantas pessoas e dizer que a história do samba se confunde com a história de luta do povo brasileiro, não é?

Eu acho que, quando você pega a história do samba, o samba que foi perseguido e muito perseguido no começo do século passado. Ele também era perseguido porque ele era a forma de manifestação do povo negro que estava acabando de sair do regime escravocrata, não é?

E o samba, como é que o samba respondeu durante quase todo o século XX, não é? Respondeu com o Carnaval, respondeu com o que há de melhor na cultura brasileira, respondeu com a música popular brasileira. Se hoje essa música é conhecida no mundo a gente sabe que a raiz dela é o samba, é a luta de resistência, do nosso povo.

E mesmo nos momentos mais difíceis, não é? Como a ditadura dos 20 anos, pós 1964, naquele período se fez samba maravilhosos e o samba responde mais uma vez.

Eu estava ali pensando o que falar e lembrar de tantos sambas bons, mas eu falei eu vou lembrar do “Bêbado e da Equilibrista”, que falava da resistência, mas falava também de um grande líder negro que foi João Cândido.

E o samba sempre respondeu dessa forma, e eu acho que o samba, se trouxermos para a contemporaneidade, ele respondeu de uma outra forma melhor, que foi através do samba e pelo samba, e que nós agradecemos ao samba que também ajudou muito a eleger a segunda mulher negra nessa Casa, Leci Brandão que é uma das maiores representantes dessa área. (Palmas.)

Quero dizer que me sinto duplamente aqui homenageado também. Homenageado por estar do seu lado, por estar num dia tão fantástico como esse dessa comemoração, mas por ver aqui o pessoal lá do meu pedaço, eu que sou do Jardim Santo André, de São Mateus, perto da Maria Cursi, sendo homenageado. (Palmas.)

Um grande salve e muita alegria e muito samba para nós e que o samba continue fazendo o que tem feito, nos ajudado nessa luta do nosso povo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - VERA BUCHERONI - Com a palavra, a deputada Leci Brandão.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Que Deus abençoe, proteja, ilumine todas e todos que aqui estão.

Queria agradecer aqui a presença do nosso querido amigo e sempre deputado Jamil, agradecer a presença também do Celso Jatene, secretário municipal de Esportes. Agradecer ao Pestana que é o nosso editor da “Revista Raça”, agradecer a esse querido amigo, camarada Orlando Silva.

Pedir a bênção para quem é de bênção, motumbá pra quem é de motumbá, kolofémukuiu. E que Deus e todo os orixás protejam todas as pessoas que aqui estão. Todas as vezes que eu ocupo esta tribuna eu não posso deixar de citar a nossa religião também, respeitando todas as religiões.

Eu quero aliás, um aplauso para todas as pessoas de todas as religiões questão aqui. (Palmas.)

Bom, ao longo dos últimos quatro anos, o nosso mandato se manteve aberto para ouvir e encaminhar as demandas do mundo do samba. A partir dessas provocações, mas também, muitas vezes, tomando a iniciativa do diálogo realizamos ações que assumiram os mais diversos formatos.

Foram audiências, debates, mediação com os Executivos do municipal e do estadual, apresentações de projetos e realização de Sessões Solenes, entre outras ações, dando continuidade ao trabalho de parlamentares que passaram por aqui antes de nós.

A gente sempre ressalta, porque seria uma leviandade a gente achar que só nós estamos fazendo as coisas pelo samba pelas culturas populares. Muita gente chegou aqui antes de nós, nós temos cerca de 40 projetos que foram engavetados e que discutem os mesmos assuntos que nós discutimos hoje.

Sabemos que nem todas as ações atenderam plenamente as necessidades que a grandeza da cultura do samba exige, mas acreditamos na força do trabalho cumulativo.

Nesse sentido, preciso destacar esse momento específico do samba de São Paulo que, nos últimos 15 anos, vem se fortalecendo através das comunidades de samba, e vem se mantendo de forma independente e autônoma em relação ao poder público. Vocês conseguiram fazer os seus CDs, conseguiram fazer as suas festas de forma independente. Isso é muito importante que a gente registre aqui.

Reconhecendo a legitimidade desse movimento, nosso mandato realizou no dia 16 de maio de 2013, uma audiência pública para ouvir a voz dos sambistas exigindo o fortalecimento de suas comunidades e a visibilidade por parte do Estado. Hoje, realizamos esta Sessão Solene na véspera do Dia do Samba, e homenageamos as comunidades Pagode da 27, Samba Maria Cursi e o Grupo Tias Baianas Paulistas, para quem eu peço muitos aplausos, para os três. (Palmas.)

É uma forma de homenagear o trabalho coletivo a partir do qual se construiu e se mantém este movimento. As comunidades realizam suas atividades semanalmente, tendo a roda de samba como referência e atraindo como público pesquisadores, estudantes, apreciadores, sambistas, ativistas em defesa da cidadania, e do público em geral.

Em torno da roda reúnem-se milhares de pessoas. São crianças, adultos, idosos que, ao refazerem este encontro, resgatam, promovem, divulgam e preservam o samba paulista como manifestação popular, não é? Manifestação popular.

A resistência cultural, a resistência da população, além de contribuir para revitalização das regiões onde essas rodas acontecem. Essas comunidades se incluem entre as inúmeras estratégias de ações desenvolvidas pela sociedade civil organizada.

Ações que têm como principal ingrediente a imaginação e a criatividade, implica o vínculo com a vida coletiva e comunitária, restringindo o distanciamento da comunidade, pois articulação em grupo é a expressão natural da vivência das pessoas. É o testemunho real e da consciência do valor daquela manifestação cultural, fruto da cultura do povo, e não do povo da cultura.

Encerro minha fala reafirmando o nosso compromisso com o samba e com todos os seus modos de existência por reconhecer nessa expressão toda a importância cultural e social.

Vou dar três exemplos aqui das coisas que eu ouvi, que eu achei que teria que falar aqui. “Não tem vergonha, não! Bate na palma da mão. Essa comunidade transmite alegria, energia e união. Ei, Tia Cida, uma mulher de coragem e uma lição de vida”.

“Grajaú já é cultura popular e a zona sul também pode se orgulhar. Deus proteja essa comunidade, cada domingo que passa ela deixa saudade. São as Tias Baianas Paulistas, baianas de várias escolas. Claridade, amor e glória. Terceira idade, sentimento da história”.

Salve o samba, salve os sambistas de São Paulo e o seguinte: “ O poeta falou que São Paulo enterrou o samba, que não tinha gente bamba e não entendi porquê. Fui à Barra Funda, fui lá no Bixiga, fui lá na Nenê. Me perdoa, poeta, mas discordo de você.”

Obrigada! Deus abençoe, viva o samba! Viva as Baianas! Viva o Pagode da 27! Viva Maria Cursi! (Palmas.)

 

O SR. - Pessoal, ainda tem um pedacinho de protocolo, e depois eu acho que vai ter uma coisa alegre aí.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades. Quero agradecer à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial, à Secretaria-Geral Parlamentar, à Imprensa da Casa, à TV Legislativa, às Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que com as suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade.

E quero comunicar que agora teremos um pequeno coquetel, para que a gente possa ter uma legitimidade nesse encontro, porque afinal de contas é uma Sessão Solene em homenagem ao samba. E o povo do samba gosta de um quitute.

Só isso, muito obrigada. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 12 minutos.

 

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