http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

 

05 DE DEZEMBRO DE 2014

052ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM Á “POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO PELOS SEUS 183 ANOS DE EXISTÊNCIA”

 

Presidente: EDSON FERRARINI

 

RESUMO

 

1 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o presidente Samuel Moreira convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Edson Ferrarini, ora na condução dos trabalhos, para "Homenagear a Polícia Militar do Estado de São Paulo pelos 183 anos". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Convida os coronéis PM Benedito Roberto Meira, comandante-geral da PM de São Paulo e Leônidas Pantaleão de Santana, subcomandante da PM de São Paulo para a entrega da "Medalha Sesquicentenário da Polícia Militar" a agraciados. Dá conhecimento de mensagens encaminhadas por autoridades. Anuncia o deslocamento do Pavilhão Nacional para continência. Ressalta o trabalho da PM em prol da sociedade. Desaprova setores da mídia que, a seu ver, criticam a corporação sem ter fundamentos para tanto. Considera a Justiça brasileira lenta ao julgar processos penais e o sistema penitenciário nacional falido, como forma de punição. Cita índices de criminalidade em todo o País para afirmar que a Polícia Militar de São Paulo é das mais eficientes. Discorre sobre diversos serviços prestados pela Polícia Militar à população.

 

2 - BENEDITO ROBERTO MEIRA

Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, agradece às autoridades presentes à cerimônia. Discorre acerca do trabalho dos militares no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Afirma que é uma tarefa complexa e que, por isso, quem faz parte da instituição deve sentir orgulho. Enaltece o trabalho da Polícia Militar no Estado de São Paulo.

 

3 - PRESIDENTE EDSON FERRARINI

Destaca como grande problema do País a corrupção do sistema político. Afirma que a Polícia Militar de São Paulo é exemplo de conduta proba dentro do serviço público. Anuncia a "Canção da Polícia Militar". Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Edson Ferrarini.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Compondo a nossa Mesa para esta solenidade que comemora os 183 Anos da Polícia Militar de São Paulo, temos à nossa direita o comandante-geral da Polícia Militar, coronel PM Benedito Roberto Meira, ao seu lado, o delegado-geral, Dr. Luiz Maurício Souza Blazeck. Temos, à esquerda, o subcomandante da Polícia Militar, coronel PM Leônidas Pantaleão de Santana, e, ao seu lado, representando o general de Exército João Camilo Pires de Campos, o comandante militar do Sudeste, coronel Ricardo Piai Carmona.

Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, atendendo solicitação deste deputado, com a finalidade de homenagear os 183 anos de existência da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Convido a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela 2ª Seção da Banda do Corpo Musical da Polícia Militar, sob a regência do maestro 1º sargento Jefferson Bernardo.

 

* * *

 

- É feita a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Queremos agradecer a presença do juiz presidente do Tribunal de Justiça Militar, Dr. Paulo Adib Casseb, que esteve conosco até minutos atrás e deixou os cumprimentos a todos.

Quero cumprimentar o coronel PM Roberto Jesus Moretti, subchefe do Estado Maior, saudar o coronel PM Mauro César dos Santos Riciareli, comandante do CPRV; coronel PM Maria Aparecida de Carvalho, chefe do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar.

Tivemos há pouco, no Salão Solene da Assembleia Legislativa, a entrega da Medalha do Sesquicentenário ao comandante Roberto Meira e ao coronel Leônidas, subcomandante da Polícia Militar.

Teremos na sequência a entrega de medalhas aos coronéis indicados para serem agraciados. No momento da entrega, vamos solicitar aos senhores que se posicionem no lugar demarcado para que possam receber a medalha. Os senhores serão condecorados pelo comandante e subcomandante da Polícia Militar.

Os oficiais podem se colocar no local indicado. O major Luiz pode orientá-los.

Quero saudar o coronel PM Mauro César dos Santos, coronel Vicente Antônio Mariano. Prazer em tê-lo aqui, coronel Mariano, representando o coronel Júlio Antônio de Freitas, superintendente da Cruz Azul de São Paulo. Seja muito bem-vindo, nosso querido coronel Vicente Antônio Mariano Ferraz.

Saúdo a capitão Ana Lúcia, representando o tenente-coronel Sérgio Ricardo Morette, comandante do 1º Grupamento de Bombeiros; Dr. Paulo Roberto Rios de Abreu, delegado de polícia, grande amigo de todos nós, e chefe da Polícia Civil da Assembleia Legislativa.

A partir deste instante, os oficiais serão agraciados com a Medalha do Sesquicentenário pelo coronel Roberto Meira, comandante-geral, e pelo coronel Leônidas.

Transfiro a Presidência dos trabalhos para o plenário para que eu possa auxiliar o coronel Meira na entrega das medalhas.

Coronéis agraciados com a Medalha Sesquicentenário:

Coronel PM José Mauricio Weisshaupt Perez, Comandante da Escola Superior de Soldados;

Coronel PM Rui Conegundes de Souza, Subcomandante do Policiamento do Interior-2;

Coronel PM Maximiano Cássio Soares, Diretor de Finanças e Patrimônio;

Coronel PM Adilson Pereira de Carvalho, Diretor de Telemática;

Coronel PM José Roberto Malaspina, Comandante do Policiamento do Interior-3;

Coronel PM Glauco Silva de Carvalho, Comandante do Policiamento da Capital;

Coronel PM Carlos Eduardo Falconi, Subcomandante do Grupamento Aéreo;

Coronel PM Rogério Bernardes Duarte, Coordenador Operacional do Corpo de Bombeiros;

Coronel PM Francisco Alberto Aires Mesquita, Diretor de Logística;

Coronel PM Gilberto Tardochi da Silva, Comandante do Policiamento de Trânsito;

Coronel PM Reynaldo Simões Rossi, Comandante da Academia de Policia Militar do Barro Branco;

Coronel PM Francisco Batista Leopoldo Júnior, Comandante do Policiamento do Interior -8;

Coronel PM Edvaldo Sertório do Amaral, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-2;

Coronel PM Nivaldo César Restivo, Comandante do Policiamento de Choque;

Coronel PM Cássio Roberto Armani, Comandante do Corpo de Bombeiros do Interior;

Coronel PM Dimitrios Fyskatoris; Comandante do Policiamento Metropolitano;

Coronel PM Celso Aparecido Monari, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-9;

Coronel PM Airton Iosimo Martinez, Comandante do Policiamento do Interior -4;

Coronel PM Kenji Konishi, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-3;

Coronel PM Wilson Antônio Botero, Comandante do Policiamento do Interior -10;

Coronel PM Nelson Celegatto, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-12;

Coronel PM Reinaldo Zychan de Moraes, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-11;

Coronel PM Ricardo Ferreira de Jesus, Comandante do Policiamento do Interior -6;

Coronel PM Wagner Bertolini Júnior, Comandante do Corpo de Bombeiros Metropolitano;

Coronel PM Marcelo Nagy, Comandante do Policiamento do Interior -2;

Coronel PM Claúdia Barbosa Rigon Pereira, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-6;

Coronel PM Celso Luiz Pinheiro, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-1;

Coronel PM Roberto Rodrigues Junior, Diretor de Saúde;

Coronel PM Claudir Roberto Teixeira de Miranda, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-5;

Coronel PM Eliane Nikoluk Scachetti, Comandante do Policiamento do Interior -1;

Coronel PM Reynaldo Priell Neto, Chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital;

Coronel PM Rogério de Oliveira Xavier, Comandante do Policiamento do Interior -5;

Coronel PM Carlos Ricardo Gomes, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-10;

Coronel PM Humberto Gouvêa Figueiredo, Comandante do Policiamento do Interior -9;

Coronel PM Washington Luiz Gonçalves Pestana, Chefe da Assessoria Policial Militar do Tribunal de Justiça;

Coronel PM Ernesto Puglia Neto, Comandante do Policiamento de Área Metropolitano-8.

A Medalha do Sesquicentenário da Polícia Militar foi instituída pelo Decreto 17.822, de 9 de outubro de 1981, e tem como objetivo galardoar civis, militares, policiais militares, instituições que tenham prestado relevantes serviços à corporação.

 

* * *

 

- É feita a entrega das medalhas.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Quero cumprimentar o Sr. Ney Cardoso, representando o deputado Antonio Salim Curiati; José Aparecido Campos, representando o deputado Itamar Borges; Cleusa Badanai, presidente da Associação para Valorização do Polícia Militar do estado de São Paulo, Dr. Paulo Roberto Rios.

Esta nossa sessão em homenagem à Polícia Militar do Estado de São Paulo foi assinada por todos os líderes desta Casa, representando uma homenagem do povo de São Paulo. É um agradecimento, um reconhecimento à Polícia Militar de São Paulo, pelos seus relevantes trabalhos.

Comunicamos aos presentes que esta Sessão Solene está sendo transmitida ao vivo pela TV WEB e será transmitida pela TV Assembleia neste domingo, às 21 horas, pela NET, canal 7, pela TV Aberta, canal 61.2, TV Vivo Digital, canal 185 e analógico, canal 66.

Esta Presidência agradece às pessoas que enviaram cumprimentos à Polícia Militar por esta solenidade: desembargadora Silvia Regina Pondé Galvão Devonald, presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo; Sr. Herman Voorwald, secretário do Estado da Educação; Dr. Márcio Fernandes Elias Rosa, procurador-geral de Justiça; Dr. Waldemir Caputo, secretário de Estado de Gestão Pública, Sra. Mônika Bergamaschi, secretária da Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Essas pessoas enviaram seus cumprimentos para a Polícia Militar pelos seus 183 anos, assim como Dr. João Carlos de Souza Meirelles, prefeito Fernando Haddad, deputado Aldo Demarchi, Sr. Lourival Gomes, secretário de Estado da Secretaria de Administração Penitenciária.

A Sra. Lu Alckmin, impossibilitada de participar dessa homenagem, deseja sucesso a toda a corporação. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, registra a impossibilidade de seu comparecimento e cumprimenta a Polícia Militar de São Paulo. Deputado João Caramez, da mesma forma.

Teremos agora a entrada da bandeira para o nosso dispositivo. O deslocamento do Pavilhão Nacional será conduzido pela tenente Silvana Freitas da Silva Emer, para continência dos agraciados. Isso acontecerá sob o comando do coronel Maurício.

 

* * *

 

- É feito o deslocamento.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Neste momento, a Bandeira Nacional retorna ao seu local de origem.

Os agraciados podem retornar ao seu lugar.

Esta sessão solene, na Casa do povo de São Paulo, representa a gratidão do povo paulista à sua corporação, à sua Polícia Militar, que, nós, com todo orgulho, sabemos ser das mais competentes, das mais bem aparelhadas do Brasil, ao lado da Polícia Civil, aqui representada pelo nosso Dr. Blazeck.

Temos feito os trabalhos a nosso nível, chegamos ao nosso limite, à nossa exaustão. O nosso trabalho é sempre o mais digno, embora nem sempre tão bem reconhecido. Nesta atual situação, temos visto a imprensa agir e atuar, mais ou menos, como se fosse uma manada. Eles vão todos na mesma direção. O esporte predileto da imprensa é falar mal da Polícia Militar de São Paulo. É o esporte predileto. E os que falam mal ... Sem dúvida alguma, o bairro mais populoso do inferno é dos inimigos da Polícia Militar, dos que não a reconhecem. Temos visto esta situação.

Quando a imprensa publica determinadas coisas, dizendo que a polícia de São Paulo matou mais do que a polícia dos Estados Unidos nos últimos 30 anos, são falácias, são inutilidades. Eles se esquecem de dizer que a Polícia Militar de São Paulo mantém os mais baixos índices de criminalidade do Brasil. É o estado onde menos se mata no Brasil, mas a imprensa tem o galardão, o prazer de esquecer que o sistema judiciário brasileiro é moroso. Um homicídio leva 60 meses para ser julgado, cinco anos. Os processos estão empilhados, não andam.

A imprensa não fala que o sistema penal brasileiro, o sistema penitenciário brasileiro é falido: 70% das pessoas que cometem crime voltam para o crime. E nós, de novo, vamos prendê-los. Prendemos a mesma pessoa vinte vezes. A polícia de São Paulo tem mais confrontos quando se compara com a polícia americana. É um equívoco, porque lá o bandido é preso e fica na cadeia. Aqui, não. Ele é preso e solto. A legislação do processo penal é absolutamente falha, superada. Se juntássemos um grupo de bandidos e pedíssemos que eles modificassem o Código de Processo Penal para ajudá-los, eles se reuniriam e, depois de alguns meses, diriam para deixar como está. Cumprir um sexto da pena, é ótimo. Ter cinco saídas por ano, é ótimo.

Nos Estados Unidos, por que é menor o número de confrontos? Porque lá o sujeito é preso e fica na cadeia. Para ter qualquer benefício, qualquer saída temporária, ele tem de cumprir 85% da pena. Aqui já não se cumpre. Quando cumpre pena, já é um privilégio. Aqui é um país com um dos mais altos níveis de corrupção do mundo. Estamos vendo aí a Petrobras. Estamos vendo que ladrões antigos se transformam em verdadeiros trombadinhas diante do que estamos vendo nos jornais de hoje; verdadeiros batedores de carteiras, comparado com os bilhões que se furtam do povo nos dias de hoje. E a Polícia Militar de São Paulo consegue fazer com que baixem os índices de criminalidade. Nos termos da ONU, quando se atingem dez por cada cem mil, é um índice razoável. Nós queremos melhorar muito mais. Estamos em torno de 11,7 de crimes violentos por mil habitantes. É a polícia em doze anos. Os homicídios, no estado de São Paulo, graças à polícia de São Paulo, tiveram uma queda de 70 por cento.

Comparado com outros estados, Rio Grande do Sul é o que vem em seguida - comparado com os índices de criminalidade de São Paulo. No Rio Grande do Sul, são 19,5 mortes por cem mil habitantes. A taxa é 66% maior.

Quando temos, por exemplo, a realidade de estados governados por um partido que está no poder ... No Acre, por exemplo, é 27,1 por cem mil habitantes - 137% a mais que São Paulo. Na Bahia, 37,9 por cem mil habitantes - 224% mais alto do que o índice de São Paulo.

Essa polícia de São Paulo, que temos orgulho de servir, essa farda que uso como minha segunda pele, essa farda que uso na minha alma - e todos nós vamos usar pelo resto de nossas vidas - consegue fazer com que ... Imagine o estado de Sergipe, 42,2 por cem mil habitantes - 260% a mais que o índice de São Paulo.

E a imprensa insiste em ter, como seu esporte predileto, falar mal da Polícia Militar de São Paulo que só age nas consequências. Ela não age na má distribuição de renda, ela não age na paternidade irresponsável, ela não age nesse sistema penitenciário falido. Ela não pode agir. A Polícia Militar de São Paulo, com os mais baixos índices de corrupção deste país, com uma Corregedoria que vai buscar aqueles que saíram do caminho da correção ... Nós mesmos vamos prendê-los.

Essa é a Polícia Militar de São Paulo. Fantástica. Se não tem como buscar o doente, vem o SAMU atrás como pode. Nós temos uma corporação que, orgulhosamente, é o pronto-socorro de todas as falências do estado de São Paulo. Tudo que não dá certo, chama a Polícia Militar. Ela vai lá e conserta.

E a imprensa, como uma manada, tem o prazer de, todos os dias, buscar alguma coisa errada. Quando fazemos as desapropriações, que somos obrigados para dar força ao oficial de Justiça, pela lei, todas as vezes que dá certo, não interessa à imprensa. Não faz mal. É assim há 138 anos. Era assim, quando meu pai me contava, como soldado, que já, na Revolução de 32, sentia essa injustiça da imprensa. Quando São Paulo estava querendo a Constituição, ele, soldado da Força Pública, subia no bonde e todos desciam, porque tinham espalhado que a Força Pública queria separar São Paulo do Brasil. Era uma injustiça.

É a mesma injustiça que estamos encontrando hoje. Mas não faz mal. É a nossa vida. Escolhemos esta profissão. E que orgulho pertencer a essa fantástica Polícia Militar de São Paulo!

Nosso brilhante comandante-geral, coronel Meira, fará uso da palavra. Coronel Meira, o microfone é seu.

 

O SR. BENEDITO ROBERTO MEIRA - Bom dia a todos e a todas. Quero agradecer à Presidência desta sessão solene, nosso coronel Edson Ferrarini, nosso deputado estadual, ao nosso colega, nosso companheiro, Dr. Luiz Maurício de Souza Blazeck, delegado-geral de polícia, na pessoa de quem cumprimento todos os policiais civis presentes, ao coronel Leônidas Pantaleão de Santana, nosso subcomandante, na pessoa de quem cumprimento todos os coronéis da Polícia Militar presentes, ao coronel Ricardo Carmona, chefe da seção de Comunicação Social do Comando Militar Sudeste, neste ato, representando o general João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste.

Quero aproveitar este momento para externar meu agradecimento ao coronel Carmona. Esta semana, tive um convite inusitado do Exército brasileiro, em especial do general Campos. Tive oportunidade, junto com o coronel Nivaldo, o tenente-coronel Tenório, o tenente-coronel Balestiero, de conhecer o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, que está ocupado pelas Forças Armadas desde abril, dois meses antes da Copa. O Exército se faz presente lá. São três batalhões do Exército e um batalhão dos Fuzileiros Navais, da Marinha.

Vou falar para vocês em poucas e breves palavras - o Nivaldo é testemunha do que estou falando aqui; já comentei com alguns coronéis - que temos de ter orgulho de servir à nossa Polícia Militar. Muito orgulho, pelo que eu vi, pelo que presenciei e pelo que testemunhei no Rio de Janeiro. Tivemos o testemunho de um general, o general Canhaci, que esteve na África, em um país que estava em guerra civil, esteve no Haiti, e agora é o comandante da tropa que ocupa o Complexo da Maré, que, aliás, tem quatro facções criminosas.

Seu testemunho é o seguinte: o Complexo da Maré, a situação do Rio de Janeiro é a pior dos outros dois países que ele serviu como Força de Pacificação, tamanho é o problema, tamanha é a complexidade de viver em uma zona como aquela.

Percorremos vielas, ruas e observamos todas as residências com tiros de fuzis, máquinas de casa de caça-níquel, jogo do bicho ... Respeito à legislação do trânsito, não existe. Enfim, uma verdadeira desordem generalizada e uma briga incessante de facções criminosas.

Por que estou falando isso? Porque tive oportunidade de receber esse convite e ir lá. Tenho a convicção de que nós, as Forças Policiais de São Paulo - Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica -, estamos cumprindo a nossa lição de casa e honrando o compromisso que temos com a sociedade paulista. Coisa que, infelizmente, não vi no Rio de Janeiro. Se a situação lá está daquele jeito é porque, de uma certa forma, houve conivência, seja de governantes, seja de policiais, seja dos nossos comandantes, seja dos nossos companheiros. Temos uma expectativa de que aquilo se reverta, mas não é tão fácil assim. Não é do dia para a noite que aquilo ali vai se reverter.

Aqui no estado de São Paulo, aqui na capital, não temos um local, uma comunidade sequer, em que a Polícia Militar não entre, não se faça presente. Nós não temos nenhum lugar do nosso estado que tenha domínio de crime organizado, de facção criminosa. Aqui quem manda é a polícia. Quem ocupa o estado de São Paulo são as forças legais, e não facções criminosas. Isso, graças ao trabalho de todos os senhores que aqui estão e que, em tese, estão representando todo nosso contingente da Polícia Militar.

Muito obrigado a todos os senhores que executam, que exercem, que comandam e que, realmente, vestem a camisa da nossa Polícia Militar.

Aproveito para agradecer ao nosso colega e peço que estenda a todos os policiais civis do nosso estado de São Paulo.

Quero agradecer ainda ao coronel Mariano, neste ato, representando o coronel Freitas, superintendente da Cruz Azul, e parabenizar o coronel Adilson Pereira de Carvalho, diretor de Telemática, que hoje nos brinda com seu aniversário. Para quem não conhece, o apelido dele entre os coronéis é Caboclo.

Quero agradecer a todos os senhores oficiais, praças, que aqui se fazem presentes.

Senhoras e senhores, sejam as nossas primeiras palavras de profundo agradecimento a todos os integrantes desta Casa de Leis, em especial ao coronel Ferrarini, pela homenagem prestada à nossa Polícia Militar de São Paulo, na passagem dos seus 183 anos.

Além de reconhecer o tributo histórico, esta homenagem também reforça o nosso compromisso com a causa pública. São quase 100 mil homens e mulheres que, todos os dias, deixam suas casas para combater o crime, preservar a ordem e auxiliar o cidadão.

Estamos fechando este ano de 2014 com mais de 40 milhões de chamadas pelo telefone 190; mais de 30 milhões de intervenções policiais; mais de 120 mil criminosos presos em flagrante; mais de 10 mil armas de fogo apreendidas; mais de 100 toneladas de drogas apreendidas; mais de 50 mil veículos recuperados.

Somos a única instituição que está presente dia e noite nos 645 municípios do estado de São Paulo, sendo, para muitos, a única esperança quando o assunto é emergência pública.

Apesar disso, somos vítimas de uma triste e vergonhosa estatística nacional: o morticínio de policiais. Os dados divulgados recentemente pelo anuário de segurança a respeito das mortes dos PMs são verdadeiramente alarmantes. Só no ano passado, 369 policiais foram mortos fora de serviço e 121 policiais em serviço. Números muito superiores a qualquer outro país desenvolvido e sem a cultura da violência.

O anuário aponta que a morte de policiais no Brasil é três vezes maior do que nos Estados Unidos, como o próprio coronel acabou de mencionar. Na Grã Bretanha, desde 1900, apenas oito policiais perderam suas vidas em decorrência da profissão. Nesses países, raramente os policiais são vitimados fora do serviço, ao contrário do Brasil, onde matar um policial hoje se tornou um vestibular para muitos que almejam servir em facções criminosas.

Isso evidencia a completa banalização da vida do policial militar, cujo evento não interessa aos meios de comunicação e não mais incomoda a consciência das pessoas. Na sala de Imprensa da Polícia Militar, é comum jornalistas ligarem pela manhã para atualizar o número de policiais militares mortos, como se isso fosse uma estatística cotidiana e meramente contábil.

Estamos vivendo um fenômeno definido pelo filósofo francês Baudelaire como a transparência do mal, ou seja, o mal está tão transparente que as pessoas estão ficando insensíveis às atrocidades.

Por que isso acontece? Em parte, essa realidade é o reflexo direto da impunidade e fragilidade das nossas leis, as quais perderam o poder instrumental de dissuasão ao crime. Para se ter uma ideia, na maioria dos estados americanos, a resistência à ação policial enseja ao agressor uma pena dobrada. No Brasil, as penas, para quem tira a vida de um cidadão policial ou de um cidadão civil, são exatamente as mesmas.

Se quisermos reverter este estado de coisas, precisamos valorizar o trabalho policial com leis e medidas capazes de dar mais garantias ao exercício da profissão. Afinal, o policial militar é o agente do estado no seio da sociedade e, bem por isso, merece ser valorizado.

Valorizar significa se importar com o próximo. Em outras palavras, a sociedade e seus institutos precisam mostrar que, de fato, se importam com o policial militar. E uma forma de fazer isso é penalizar com mais rigor quaisquer atos de agressão injusta que se praticar contra ele.

Estou encerrando minha carreira. Já tenho 33 anos de serviço e não vou chegar a completar 34 anos. Tenho absoluta convicção de que foram 33 anos de serviços bem prestados à Polícia Militar e ao povo paulista. Além da certeza do dever cumprido, saio também com as esperanças renovadas, pois, neste último pleito eleitoral, conseguimos eleger quatro deputados - dois federais e dois estaduais. Tenho convicção de que tais representantes irão pautar esse tema tão urgente em suas respectivas Casas de Leis, em busca da valorização que o nosso policial militar tanto merece.

Homenagens como esta talvez sejam o ponto de partida. Muito obrigado a todos. Que Deus ilumine todos vocês!

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - As palavras do coronel Meira mostram, sem dúvida alguma, o entusiasmo com que a Polícia Militar trabalha, o entusiasmo com que buscamos cada vez mais títulos de excelência, cada vez mais ISO, cada vez mais atuando na direção de bem servir a população.

Sabemos que o problema está na legislação federal. O problema da legislação federal é que, no Brasil, o crime compensa. Um país onde o candidato à presidente da República derrotado diz: “Eu não fui derrotado politicamente, eu fui derrotado por um grupo de bandidos, eu fui derrotado por um grupo de marginais.” Ele disse isso se referindo àqueles que estão no poder.

E nós da Polícia Militar, diante de toda essa situação, vamos buscar o delinquente seja qual for o calibre da sua arma, seja qual for a situação. Os nossos irmãos mortos ... Em alguns momentos, perdemos a paciência - o coronel Meira da mesma forma -, ficamos emocionados com aquilo tudo. Precisamos de melhores salários, melhores condições de trabalho, e esta polícia precisa continuar sendo reconhecida cada vez mais. Um país em que temos vergonha quando abrimos um jornal e vemos o sistema político, o sistema nacional, ocupando as páginas policiais. Isso, realmente, é uma vergonha muito grande.

Na Polícia Militar, na polícia de São Paulo - o Dr. Blazeck aqui está -, conseguimos ter os mais baixos índices de corrupção neste país, os mais altos números de eficiência, como disse o coronel Meira agora, pelo número de ocorrências que atendemos. Não faz mal. Isso vai melhorar. Nós confiamos no Brasil.

Vamos agora ouvir a “Canção da Polícia Militar”.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Peço aos senhores agraciados que retirem os complementos da medalha no Hall Monumental.

Esgotado o objeto da presente sessão, quero desejar a todos os senhores, extensivos a todos os integrantes da Polícia Militar, um Feliz Natal, e que Deus nos abençoe.

Agradecendo a presença de todos os senhores, está encerrada esta sessão em homenagem aos 183 Anos da Polícia Militar de São Paulo. Parabéns!

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 11 horas e 10 minutos.

 

* * *