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12 DE JUNHO DE 2015

015ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO SINTAEMA - SINDICATO DOS TRABALHADORES EM ÁGUA, ESGOTO E MEIO AMBIENTE PELO SEU 40º ANIVERSÁRIO

 

Presidente: ATILA JACOMUSSI

 

RESUMO

 

1 - ATILA JACOMUSSI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência convocara a presente sessão solene, a requerimento deste deputado, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear o Sintaema - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente pelo seu 40º aniversário". Destaca a importância do Sintaema e a justeza da homenagem à entidade. Manifesta seu orgulho por fazer parte desta Casa, pelo PCdoB. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a apresentação de vídeo institucional do Sintaema.

 

2 - ALCIDES AMAZONAS

Subprefeito da Sé, parabeniza o deputado Atila Jacomussi pela iniciativa de realizar esta sessão solene. Tece elogios à sua atuação como parlamentar. Destaca a importância de homenagear uma entidade como o Sindicato de Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, sobre cujas ações discorre. Afirma que o sindicato não apenas combateu a favor dos direitos dos trabalhadores que representa, mas também participou de lutas políticas importantes na história do Brasil. Relata sua experiência na área sindical.

 

3 - PRESIDENTE ATILA JACOMUSSI

Presta homenagem, com a entrega de uma placa, ao Sr. Nivaldo Santana, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente.

 

4 - NIVALDO SANTANA

Ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, faz histórico de seu período como presidente da entidade e como deputado estadual. Afirma que o sindicato sempre primou pela forte organização nos locais de trabalho e por ativismo nas áreas de saneamento básico e meio ambiente. Comenta a interlocução da entidade com esta Casa, visto que o Sintaema representa um grande número de trabalhadores de empresas estatais, como a Sabesp. Destaca a justeza da homenagem.

 

5 - JAMIL MURAD

Ex-deputado federal, tece elogios ao deputado Atila Jacomussi pela iniciativa desta sessão solene, que, a seu ver, é uma homenagem aos trabalhadores brasileiros. Afirma que os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente têm um papel fundamental na área da Saúde. Destaca o aumento da expectativa de vida do brasileiro desde a década de 1960, que atribui, em parte, à expansão do acesso ao saneamento básico. Presta homenagem aos ex-presidentes e ao atual presidente do Sintaema. Comenta a relevância política da instituição.

 

6 - PRESIDENTE ATILA JACOMUSSI

Presta homenagem, com a entrega de uma placa, ao Sr. Helifax Pinto de Souza, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente.

 

7 - HELIFAX PINTO DE SOUZA

Ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, faz histórico da instituição. Considera notável que, a seu ver, o Sintaema faça a luta imediata pelos direitos dos trabalhadores sem perder de vista a luta política maior. Relata colaborações da entidade com vários movimentos sociais. Afirma que o Sintaema sempre incentivou o estudo e a formação de seu quadro de líderes. Enfatiza o caráter democrático da associação. Destaca a necessidade de aumentar cada vez mais a participação feminina no sindicato, que já teve uma presidente, Beth Tortolano.

 

8 - PRESIDENTE ATILA JACOMUSSI

Anuncia apresentação do "Hino do Sintaema".

 

9 - RENÉ VICENTE DOS SANTOS

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, agradece ao deputado Atila Jacomussi pela homenagem aos 40 anos do Sintaema. Afirma que a entidade é uma escola de sindicalismo e busca sempre a renovação de seus quadros. Diz que o sindicato deve estar sempre presente nas bases, em contato próximo com os trabalhadores representados e promovendo ações educacionais. Destaca a luta contra o PL 4330, sobre a terceirização. Defende uma sociedade mais justa e igualitária, sem concentração de riqueza. Tece elogios aos que o antecederam na presidência do Sintaema. Lê poema de Severino de Andrade Silva. Presta homenagem, em nome do Sintaema, com a entrega de uma placa, ao deputado Atila Jacomussi.

 

10 - PRESIDENTE ATILA JACOMUSSI

Manifesta sua alegria por presidir esta sessão solene. Saúda os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente. Tece elogios à atuação da entidade, a qual parabeniza, pelos seus 40 anos. Destaca a contribuição feita pelo sindicato à sociedade. Afirma ser obrigação desta Casa reconhecer o trabalho da entidade. Faz histórico de sua trajetória política. Critica o PL 4330, a respeito da terceirização, em tramitação no Senado. Afirma que a classe trabalhadora foi de fundamental importância nas lutas políticas da história recente do País. Diz que é preciso haver união na defesa dos direitos dos trabalhadores. Fala sobre seu pai, Admir Jacomussi, vereador em Mauá. Presta homenagem às mulheres presentes nesta solenidade. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Atila Jacomussi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Quero que, com muita honra, ao nomear as autoridades, para que elas se sentem aqui e componham a Mesa principal desta sessão.

Queria chamar aqui o presidente do Sintaema, meu grande amigo René Vicente dos Santos. (Palmas.)

Seguindo da mesma forma, um ex-deputado estadual por esta Casa, ex-presidente do Sintaema, uma pessoa que o nosso partido PCdoB se orgulha muito, o nosso grande camarada, Nivaldo Santana. (Palmas.)

Convido mais um ex-presidente do Sintaema. Aliás, não existe ex-presidente, as passagens são históricas, principalmente nas bases sindicais. Nosso grande amigo, Helifax Pinto de Souza. (Palmas.)

E com muita honra, quero estar chamando o ex-deputado estadual, que passou recentemente por esta Casa, um grande quadro do nosso partido, hoje nosso subprefeito da Sé, Alcides Amazonas. (Palmas.)

Seguindo, chamando para que faça parte também da nossa Mesa extensiva, Sr. Eduardo Anunciato, presidente da Federação Nacional de Energia e Meio Ambiente. (Palmas.)

Seguindo, também tenho a honra de estar chamando o presidente a Associação dos Funcionários da Sabesp, Sr. Pérsio Fanlin de Menezes. (Palmas.)

Seguindo, para que possa compor a nossa Mesa, representando o presidente Murilo Celso Campo, Sr. João Carlos Bibbo, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros. (Palmas.)

E para estar completando a nossa Mesa, nosso grande amigo, camarada do Sindicato Estadual dos Advogados do Estado de São Paulo, William Tapara de Oliveira. (Palmas.)

Senhoras e senhores aqui presentes, sindicalistas, nossa Mesa aqui presente, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa, que hoje não se faz presente, mas por quem tenho uma grande honra de fazer parte desta Casa, Sr. Fernando Capez, atendendo à solicitação deste deputado que vos fala, Atila Jacomussi, com a finalidade de estar homenageando o nosso grande sindicato, o Sintaema - Nivaldo Santana, a quem nos honra muito - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, que hoje está completando seu 40º aniversário.

Para mim é uma grande honra como deputado estadual do PCdoB, partido que abriu as portas para que eu pudesse realmente alcançar esse grande sonho, vejo aqui muitos amigos, camaradas, que fizeram parte desse nosso trabalho. Não poderia deixar de citar dois grandes companheiros que estão ali no fundo, grande companheiro Jeremias, que fez parte desse grande trabalho, Gaúcho, enfim, todos os trabalhadores e trabalhadoras que realmente acreditaram que hoje foi possível para que a gente pudesse estar representando o nosso partido, e o nosso mandato é um mandato extensivo ao Sintema, que vai estar defendendo a classe trabalhadora em todos os sentidos.

Convido a todos os representantes para que fiquem de pé, para que a gente possa estar ouvindo o “Hino Nacional Brasileiro”, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do subtenente Emerson Pereira.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

Estão conosco o Sr. William Tapara, Sr. João Carlos Bibbo, Sr. Pérsio Faulin e Eduardo Anunciato.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo TV Web e será transmitida pela TV Assembleia, no domingo, dia 14 de junho de 2015, às 21h; pela NET, canal 7; pela TV Aberta, canal 61.2, e pela TV VIVO, no canal digital 185 e 66 analógico.

Presidente e algum deputado que se faz aqui presente, tem a palavra e pode se dirigir aqui com o direito da palavra.

Não tendo nenhum deputado aqui presente com direito à palavra, assistimos a um vídeo comemorativo pelo 40º aniversário do Sintaema, a um vídeo de 10 minutos.

 

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- É feita a exibição do vídeo

 

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O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Queria pedir aqui para que faça uso da palavra o nosso ex-deputado estadual e hoje subprefeito da Sé, nosso grande amigo e camarada, Sr. Alcides Amazonas. (Palmas.)

 

O SR. ALCIDES AMAZONAS - Bom, a todos e a todas, uma boa noite.

Quero cumprimentar e parabenizar pela iniciativa, o deputado Atila Jacomussi, que está há tão pouco tempo nesta Casa, e tem tomado tantas iniciativas importantes como esta homenagem aos 40 anos de fundação do Sintaema. Os 40 importantes anos de luta, 40 anos de história. Parabéns, deputado, e eu sei o quanto são importantes estas sessões. Passei por esta Casa, também tive esta oportunidade de homenagear diversas categorias. Isso é muito importante, mostra que seu mandato já começou bem, com bastante amplitude.

Quero cumprimentar o René, o atual presidente, que tomou posse recentemente, e tem uma jornada longa pela frente, em um momento de bastante dificuldade para os trabalhadores do nosso país. Cumprimento aqui o Nivaldo, a gente vendo os vídeos aqui, ainda podemos ter a oportunidade de ver o Nivaldo quando ele ainda tinha cabelo preto e hoje, cabelos brancos, dedicado à luta dos trabalhadores por um longo período dirigiu o sindicato, além da Beth Tortolano, não é, o Helifax.

Cumprimento a todos eles, e quero cumprimentar a todos os demais aqui que compõem a Mesa, e dizer a vocês que eu tenho aqui muitas recordações positivas de lutas com o Sintaema. Não só do meu período de lutas na vereança na cidade de São Paulo, mas por um curto espaço de tempo em que exerci o mandado de deputado estadual aqui em São Paulo, aqui nesta Casa. Tivemos a oportunidade de fazer aqui audiências importantes para discutir assuntos de interesse da categoria, dos trabalhadores representados pelo Sintaema.

Quem vê esse vídeo, vê que retrata muito bem a história. Mostra que os trabalhadores do Sintaema, as diversas diretorias do Sintaema, nunca se preocuparam com a luta cotidiana, com a luta coorporativa, a luta por melhores condições de trabalho, a luta por salário... Tudo isso é obrigação do sindicato. Mas tem muitos sindicatos que só fazem isso.

Esse vídeo, essas fotos, mostram que o Sintaema sempre esteve nas principais lutas do nosso país. Na luta pela democracia, na luta pela redemocratização de nosso país, pelas liberdades, não é, na defesa dos interesses do trabalhadores de nosso país, então está aqui retratado nesse vídeo que ilustra muito bem a trajetória desse sindicato que faz a luta corporativa cotidiana, mais que não abre mão de fazer a luta mais geral em defesa do nosso país. E luta é o que não tem faltado nesse último período, neste momento de muita dificuldade, de crise em nosso país, e o Sintaema, mais uma vez, tem participado de diversas manifestações aqui em São Paulo, em Brasília, dando a sua contribuição em defesa dos interesses dos trabalhadores, para não abrirmos mão de conquistas importantes, a luta contra a terceirização, a luta pela redução da jornada de trabalho, a luta contra o fator previdenciário que tanto mal faz aos trabalhadores. O Sintaema está sempre presente na luta dos trabalhadores. Portanto, comemorar aqui hoje, os 40 anos de aniversário, 40 anos de luta é um motivo de muita satisfação. E eu que também já exerci por um longo período um mandato do Sindicato dos Condutores de São Paulo, militei na área sindical por um longo período, sei o quanto o Sintaema tem contribuído com a luta da categoria e com o nosso país.

Eu me lembro de que na década de 1980, 1990, nós dos Condutores de São Paulo, nos juntávamos com os trabalhadores do Sintaema, para acompanhar e ajudar a organizar outros sindicatos pelo Brasil afora. Ou seja, um sindicato que sempre preservou a luta intersindical, fortalecendo cada vez mais a luta dos trabalhadores, fortalecendo a CTB, e isso é o que conta.

Portanto, fica aqui o nosso abraço, a nossa gratidão. Estou agora cumprindo mais uma tarefa à frente da Subprefeitura da Sé, e aquilo que puder contribuir como subprefeito para continuar apoiando a luta dos trabalhadores representados pelo Sintaema, pode continuar contando com a nossa modesta contribuição.

É isso, um forte abraço e viva o Sintaema.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Neste momento homenagearemos os dois ex-presidentes do Sintaema com a entrega das placas.

Convido agora o Sr. René Vicente dos Santos, atual presidente do Sintaema, para fazer a entrega da placa em homenagem ao nosso grande camarada Sr. Nivaldo Santana. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Com a palavra, nosso grande companheiro, Nivaldo Santana.

 

O SR. NIVALDO SANTANA - Quero cumprimentar nosso deputado estadual do PCdoB aqui do Estado de São Paulo, o deputado Atila Jacomussi, deputado do Estado inteiro, mas liderança forte na cidade de Mauá, na região do ABC.

Cumprimento o presidente atual do Sintaema, nosso companheiro René Vicente dos Santos.

Cumprimento um dos ex-presidentes do Sintaema, o Helifax, que por acaso está fazendo aniversário na data de hoje, parabéns Helifax, pelo aniversário.

Cumprimento todos os companheiros aqui, o Bibbo, Pérsio, Chicão, o William.

Cumprimento o Alcides Amazonas, ex-deputado estadual, atual subprefeito da Sé, cumprimento a todos vocês e dar um abraço em nome de todos no Onofre de Jesus, que é o presidente estadual da CTB.

Eu estou muito contente em participar de participar do aniversário de 40 anos do Sintaema. Durante três mandatos, eu tive a possibilidade de exercer a Presidência do sindicato em um período de grande ativismo do sindicalismo brasileiro, produto deste trabalho sindical, o trabalho que nós desenvolvíamos, eu também passei 12 anos aqui nesta Casa, deputado Atila Jacomussi. O deputado disse que não vai ficar 12 anos porque ele está querendo ser prefeito de Mauá, então não vai ter tempo de ficar 12 anos aqui na Assembleia Legislativa.

Eu acho que o Sintaema sempre procurou desenvolver um sindicalismo classista, politizado, com forte organização nos locais de trabalho, um sindicato que sempre defendeu os interesses dos trabalhadores, da categoria em geral e também sempre procurou desenvolver uma grande atividade também no setor de saneamento básico e meio ambiente. E está aqui o deputado Jamil Murad, que já foi vereador e deputado também, que compartilhou conosco desse período. (Palmas.)

Eu considero que uma sessão solene como esta, deputado Atila Jacomussi, é importante porque esta é a Casa do Povo de São Paulo, tem que ser também a Casa dos trabalhadores. E nós que militamos na área do saneamento básico e de meio ambiente, temos uma forte interlocução aqui com a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, até porque as principais empresas representadas pelo Sintaema são empresas estatais, empresas públicas aqui do Estado. E a realização desta sessão solene marca um momento importante e deve se inscrever nos Anais da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo como um marco fundamental para destacar a longa trajetória de 40 anos do Sintaema.

Eu gostaria de homenagear todos e todas que compartilharam conosco esse período, mas eu vou me permitir citar apenas alguns nomes que infelizmente não estão mais entre nós: o meu antecessor na Presidência do Sintaema foi Roberto Guerra Cavalcanti, que representou um marco na renovação do nosso sindicatos e de tantos e tanto companheiros que já percorreram o nosso sindicato. (Palmas.)

Para não fazer uma lista muito grande eu queria também deixar aqui as minhas homenagens póstumas ao Apolinário, que teve um papel importante na história do Sintaema. (Palmas.)

Parabéns Sintaema, parabéns Sintaema, parabéns René, viva os 40 anos de luta e vitória a do nosso sindicato. (Palmas.)

 

O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Como nosso grande companheiro Nivaldo Santana disse, não poderíamos deixar de reverenciar nosso ex-deputado, ex-vereador, nosso grande líder, uma das pessoas uma das maiores figuras que esse país já teve, esta Casa já teve. Nosso grande companheiro e camarada, Jamil Murad, a quem eu tenho um grande orgulho, viu Jamil, de estar hoje na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e pelos corredores que eu passo aqui, eu vejo que as referências que os deputados fazem pelo seu trabalho, pela grande pessoa que você é, que você representa. Para mim é um grande orgulho, hoje, sentar em uma cadeira da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, uma cadeira que ali já esteve presente Nivaldo Santana, grandes deputados, uma cadeira que já teve aqui também, como Alcides que passou aqui também, Jamil Murad. Jamil Murad é um grande homem, uma grande deputado que passou por esta Casa e eu poderia agora pedir aqui a permissão do René e de toda a Mesa para que pudesse aqui abrir a palavra, quebrar esse protocolo, para que a gente possa ouvir uma das maiores figuras públicas que este Estado já teve, este país.

E uma salva de palmas ao grande companheiro e camarada, Jamil Murad! (Palmas.)

 

O SR. JAMIL MURAD - Boa noite companheiros e companheiras. A primeira coisa, Atila, é que você, como homem público, veio para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, poderia homenagear um desses bilionários da nossa sociedade. Mas você, como um homem de grande visão, procurou usar seu poder como deputado, seu espaço aqui, e marcar uma homenagem aos trabalhadores da Sabesp, Cetesb, Meio Ambiente, do Horto Florestal, os companheiros que se organizam no sindicato e fazendo uma homenagem aos 40 anos de fundação do sindicato.

Isso é o símbolo da sua preferência pela maioria do povo, por aqueles que sustentam o Brasil, que colocaram o Brasil na 7ª economia do mundo, homenagear os trabalhadores, não só os trabalhadores da Sabesp e da Cetesb, mas os trabalhadores brasileiros. Quando você toma esta atitude, você está homenageando só trabalhadores brasileiros de maneira geral. E isso é muito importante para o nome público, porque muitas vezes, você vê uns nomes das ruas, é sempre rua com o nome de um general, o nome de um banqueiro, de um dono de indústria, como tem alguns que são nomes de viaduto, nomes de ruas, nomes de avenidas, nomes de rodovias, não é? E depois tem outros que são avenidas, não sei o que, tal, tal Maluf, então é uma série, é do tempo do avô, do bisavô, da mãe e tal... Homenagear os trabalhadores, são poucos os políticos que têm esta visão, porque é uma visão de valorização daqueles que produzem, daqueles que trabalham, daqueles que fazem funcionar a sociedade. Como profissional de saúde pública, os trabalhadores que você homenageia hoje, têm um grande papel na saúde pública.

Em 1960, que não faz muito tempo, a vida média dos brasileiros era de 48 anos. Ali, não é, um jovenzinho que nem o Joãozinho ali, não é, João, já está perto desse negocio aí, , 48 anos. Hoje, o cidadão brasileiro, a média um pelo outro, contando o indígena, contando o que mora em uma comunidade carente, que mora no Jardim Paulista ou lá no Rio de Janeiro, ou em Belo Horizonte, essa média dá uma vida de 76 anos. De 48 para 76. Você vê o quanto que os brasileiros estão vivendo a mais e os trabalhadores de saneamento têm um papel muito importante. Além disso, o problema da alimentação, o problema da vacinação, o problema de melhorar as moradias, o problema de existir antibiótico, de existir o SUS. Depois que o indivíduo fica doente, não é mesmo? Agora, estes 76 anos têm muito do trabalho do pessoal de saneamento. E você está homenageando o sindicato em seus 40 anos, aqui é uma plêiade, uma galeria de líderes. E esses trabalhadores colocaram o deputado Nivaldo Santana, três mandatos aqui. Mostra muita consciência, muito compromisso, sabem escolher um grande representante, sempre souberam escolher um grande representante, que honrou os trabalhadores da Sabesp e os trabalhadores em geral, e honrou o povo paulista e o povo brasileiro, não é?

O atual presidente, nosso companheiro René, eu estava vendo a história dele, ele tem uma escola de peso. O pai dele era um líder ferroviário perseguido pela ditadura, punido pela ditadura e nunca abandonou a luta porque foi perseguido e punido, e julgado anistiado, não é? Tudo comprovado, uma história de compromisso com o nosso trabalhador, com o nosso povo. E certamente o René aprendeu muito desde criança olhando as atividade de sindicalista de seu pai.

Companheiro Alcides Amazonas, que também já passou por aqui, um homem público com uma larga folha de serviços prestados ao nosso povo, o nosso companheiro, não é? Nosso companheiro presidiu o sindicato com grande valor, com grande sabedoria, a companheira Beth Tortolano que eu não estou vendo aqui, mas foi uma mulher que presidiu o sindicato, liderou o sindicato, além de outros, alguns até que faleceram, faleceram mais precocemente.

Mas a nossa homenagem a você deputado Atila Jacomussi, por esta sua atitude, que enobrece o seu mandato, enobrece o nosso partido, ao representar o nosso partido, e a nossa homenagem também a todos os trabalhadores, a todos os líderes das várias gerações e aos trabalhadores brasileiros.

Para encerrar eu queria dizer o seguinte: tem uma sede ali, o Nivaldo que era o presidente quando inaugurou, os trabalhadores são tão importantes que nessa sede compareceram dois homens públicos muito respeitados. Um deles já falecido, que era o governador Covas. E o outro veio a ser presidente da República, que é o presidente Lula.

Isso mostra a história deste sindicato, a história desses trabalhadores e isso não é um prédio, não são as cadeiras e as mesas. São a sabedoria, a inteligência e o compromisso dessas lideranças que representam essa categoria. Então, parabéns por homenageá-los neste dia.

Um grande abraço, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Convido novamente aqui o nosso grande presidente, o nosso companheiro, René Vicente dos Santos, para fazer a entrega ao nosso homenageado, o Sr. Helifax Pinto de Souza. (Palmas).

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Dando sequência, agora com a palavra o Sr. Helifax Pinto de Souza.

 

O SR. HELIFAX PINTO DE SOUZA - Boa noite deputado Atila Jacomussi, parabéns pela iniciativa.

Eu me lembro de que você é um deputado estadual, mas é de Mauá e quando o Nivaldo foi presidente do Sintaema, nós discutimos um pouco a distribuições de área, lembra?

Uma das áreas que eu e o companheiro Messias fomos incumbidos de cobrir foi o extremo leste, compreendendo algumas áreas da zona leste, mas principalmente os municípios do Alto Tietê.

Naquela oportunidade nós cobrimos Mauá, também, Mauá era operada pela Sabesp. E o que ficou de lembrança, além das boas reuniões que a gente fazia com os funcionários da Sabesp, é que no processo de retomada dos serviços pelo município, nós fomos a uma sessão da Câmara e eu me lembro de que o Chico do Judô era um dos vereadores que articulavam a saída da Sabesp de lá, pelos motivos que ele tinha e quando nós chegamos lá teve um tumulto e nós tivemos que sair meio que correndo de Mauá para não apanhar, porque tinha uma pessoa lá faixa preta que era bom de briga, e eu com este tamanho aqui não dá para encarar esse tipo de negócio, não é?

Mas foi um evento bastante interessante, depois encontrei com o Chico do Judô em um evento da Marginal e falei “Olha, esse tipo de violência não vale em política”, e ele disse “Aquilo não era violência, era só para a gente...”. Mas foi uma experiência lá na nossa terra, viu? Então, parabéns mesmo pela iniciativa.

Também quero saudar René Vicente, que é o nosso presidente, um grande amigo que eu tenho. E em nome do René, saudar a atual diretoria do Sintaema, saudar toda a categoria representada por esse sindicato, e saudar também todo o corpo funcional, de funcionários e funcionárias do sindicato, alguns estão aqui, outros não estão mais entre nós. E a vida vai sendo assim, um vai sucedendo o outro. Esse é um processo dialético, um processo educativo-pedagógico e no movimento sindical também isso acontece.

Quero saudar também os demais companheiros, componentes da Mesa. Aqui, nossos companheiros de outras entidades, amigos velhos de guerra, já com bastantes janeiros nas costas, mas com muita saúde, muito vigor.

E dizer também algumas palavras, não é? A gente vai ouvindo aqui as mensagens, as intervenções...

Nós vínhamos na viagem com o Mairton, onde está o Mairton, que é nosso diretor do sindicato, junto com o Mano, onde está o Mano? E a gente estava conversando um pouco, e eu lembro que nesta conversa a gente trabalhou um pouco algumas ideias deste sindicato e da nossa trajetória.

Não vou contar a minha trajetória, que não é o assunto aqui, mas dizer um pouco do sindicato. Este sindicato tem uma coisa que me chama a atenção: ele consegue combinar isso que os oradores disseram, mas que o Jamil trabalhou bastante aqui, que é saber fazer a luta imediata, mas não perder de vista a luta política. Não perder de vista a luta política.

Eu vejo, eu lembro assim que o Movimento Sem Terra, Jamil, às vezes eles vinham pelas estradas e quando eles iam à subsede do Incra aqui em São Paulo ele não podiam entrar, ou eles eram agredidos até às vezes agredidos, ele não tinham onde ficar. E nós, quantas vezes dissemos: “Podem vir para cá”. Comprávamos colchões, comprávamos lanche, eles dormiam, pernoitavam no sindicato, eles iam para a atividade. E uma coisa importante que eles faziam, eles deixavam a casa mais limpa do que eles encontravam e lá o sindicato é limpo. Mas eles varriam, passavam pano, cada um com a sua tarefa.

E assim, outros movimentos, Movimento dos Sem Teto, e outros movimentos sociais, ali encontraram guarida, por esta compressão maior de que o sindicato não é a entidade de uma categoria em si, sim, ele é da categoria que paga, que mantém aquela estrutura, mas ele é uma entidade política também, que pode extravasar o campo corporativo e fazer a solidariedade de classes, não é? Isso é muito importante. O Sintaema é uma escola para isso. Sinceramente é uma escola. Então, este é um aspecto que eu queria, neste pequeno tempo, dizer: é uma escola.

E outra coisa importante, no Sintaema, que eu destaco, e em particular isso se deve muito ao nosso primeiro grande líder, que eu considero, Nivaldo Santana. Nosso sindicato que sempre incentivou estudo. Qualquer diretoria do sindicato que passou por lá, os diretores não se reciclaram, não se formaram, se não quiserem, porque eles tiveram todas as condições. Aprender sobre política, sobre a história do movimento sindical, para procurar se preparar melhor para fazer uma intervenção junto aos trabalhadores, para ser o portador de uma mensagem política politizada, revolucionária. Isso no sindicato sempre existiu.

E acho que precisamos dar nome aos bois, às vezes. O sindicato é feito pelo conjunto da categoria, mas pela retomada do sindicato, realmente, o José Roberto Guerra, quando o Nivaldo ainda era suplente do Conselho Fiscal, não é, Nivaldo? O Roberto Guerra era presidente do sindicato. Sucedeu ao Santiago que foi um presidente que presidiu o sindicato. Nos nove anos que ele presidiu o sindicato foi presidido por um estatuto oficial do Ministério do Trabalho, no período da ditadura, o chamado sindicato “pelego”. Depois isso foi se transformando e o sindicato passou a ser um sindicato em uma transição classista, democrática, de luta, ampla. Um sindicato consequente na atuação por esses aspectos e por esta concepção.

Bom, para eu já ir caminhando para o final, outra coisa que eu gostaria de destacar, e não poderia ser diferente, nós precisamos ajudar as mulheres a se apoderar do poder, não é isso, não é um desafio que nós temos? Ajudar a luta da mulher para ela ter mais participação na vida política, ocupar postos importantes no mundo do trabalho, este é um trabalho que nós estamos fazendo, desenvolvemos, e essa categoria nossa, ela tem... pelo menos, não sei se os dados atuais... Pelo menos eu li lá no balanço da Sabesp, no relatório que ela fornece para os seus acionistas e para a população, anualmente, ela tinha aproximadamente... as categorias também que nós representamos além da Sabesp, que são várias, Cetesb e outras empresas... O sindicato hoje representa quantas empresas, René, mais ou menos? Umas 80 empresas públicas, privadas, mistas, enfim, é um sindicato que vem ampliando nesta frente muito bem. Mas é uma categoria eminentemente masculina, até pela característica do trabalho. E ela foi presidida por uma mulher, que aliás, em minha opinião - não sei qual é a opinião dos demais aqui - foi o período mais difícil no sindicato foi o período que a Beth Tortolano, junto com a diretoria, passou por lá, porque foi o período em que foi instituído o modelo neoliberal no Brasil. Foi instituído pelo Fernando Collor de Mello, ele foi desenvolvido pelo Fernando Henrique Cardoso, e quando o Nivaldo foi eleito, em 1994, deputado, ela, por um período efêmero e depois ela foi eleita por duas vezes presidente. E foi nesse período que tivemos os maiores ataques aos direitos trabalhistas. Houve uma mudança brutal na Constituição brasileira. Houve desindustrialização das empresas quebrando em função da política estabelecida na época, teve desemprego, e teve retirada de direitos, o Sintaema não ficou imune a isso. Não ficou imune a isso. Chegou uma época em que nós só tínhamos o direito de colocar o quadro de avisos e mais nada. Perdemos tudo. Aí fizemos até seminário e eu me lembro de uma ideia desse seminário foi deste companheiro aqui, chamado Salame, ele está aqui, um veterano de guerra, fica de pé, Salame. Um diretor antigo, antigo, antigo, antigo. (Palmas.)

Nós não sabíamos, o Salame lembra-se disso, nós não sabíamos o que fazer direito, ficamos lá no seminário, na colônia de férias, pensando no que fazer para a gente recuperar, reconstruir, como disse a Beth Tortolano, tijolo por tijolo. Reassentar tijolo por tijolo. Surgiram algumas ideias, mas uma foi ele quem deu, ele falou “Vamos fazer uma operação pente fino”. “Que bicho é esse?”. Ele falou: “Operação pente-fino é a gente ficar na porta das empresas, e carro que tiver com seta queimada, com para-choque torto, não sai”. E não saiu mesmo. Ali começou, lembra? Reconstituímos nosso acordo e chegamos até hoje. Este foi o reinício de uma situação de dificuldade na época. Nós comentamos na estrada isso, hoje.

Bom, se eu for contar história aqui, o livro aí não tem nem graça, então são só alguns elementos da história que é importante narrar, e dizer que também, não é, que o nosso sindicato é feito pelo conjunto. Ele tem duas instâncias de decisão muito importantes. Aliás, são as duas únicas, que são o congresso da categoria e as assembleias da categoria. Isso o sindicato sempre respeitou. O Onofre, nosso presidente do CTB sabe disso. Esses fóruns sempre são respeitados e o nosso estatuto diz isso. Então, essas figuras aqui que já foram presidentes, o Nivaldo e a Beth, evidentemente que a diretoria do sindicato, tem uma responsabilidade de administrar os cursos do sindicato, a estrutura do sindicato. E da direção também.

Mas quem define, quem decide, são os congressos e assembleias. Nós conquistamos desde o primeiro congresso, lá em 1990, naquela transição sobre a qual já falei, do nosso ex-companheiro falecido, esse presidente, José Roberto Guerra, encabeçando um processo, e depois o Nivaldo na Presidência. Então o Sintaema é um pouquinho deste monte de coisas que a gente já ouviu aqui, que está no livro, mas tudo isso retrata alguns aspectos, não é, ele dá uma visão muito aproximada da história, mas a história mesmo é muito mais rica, compõe muito mais coisas...

A gente começa a lembrar aqui, como a viajar um pouco, quantas coisas que o Jamil candidato foi tomar café conosco, na zona sul para fazer uma abordagem na porta das empresas pedindo votos, e outros também... Quantas vezes confusões, brigas, falta de entendimento necessário... Aqui nesta Casa mesmo, deputado, quando foram vendidas as ações da Sabesp, o Nivaldo era deputado, eu lembro bem, o Nivaldo ia embargando aqui as votações, ele usava os recursos disponíveis aqui do Regimento Interno, juntamente com outros deputados para ir brecando as votações, o negócio começou às 17h e a votação foi sacramentada mesmo de manhã, Nivaldo, coisa de 7h, 8h, talvez. Está nos Anais, mas foi uma coisa assim.

Então isso faz parte, essa riqueza que nós temos. A atual diretoria, que lança este livro, René, você está de parabéns e o deputado que promoveu esta solenidade em homenagem ao Sintaema está de parabéns. Merecido. É um sindicato que tem essas caraterísticas principais, em minha opinião.

E como partícipe dele, e como sócio, dele hoje, podem contar, já disse hoje em uma mensagem inicial para a diretoria, podem contar com a nossa pequena experiência, podem contar com a nossa disposição para ajudar avançar cada vez mais no rumo classista, amplo, democráticos, mas profundamente preocupado com o dia de amanhã, porque é uma sociedade transformada, que é uma sociedade que não tem explorados, não tem exploradores.

E cumpriu este papel, em minha opinião, cumpriu muito bem, é o seu legado que ele pode deixar para os nossos do passado, do presente, mas principalmente do futuro, porque o futuro é nosso.

Boa noite. (Palmas.)

 

O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Queria também saudar aqui a presença da grande companheira Francisca Adalgisa da Silva, presidente da APU, Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp. (Palmas.)

E agora, dando seguimento, vamos ouvir o “Hino do Sintaema”. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Depois de ouvir o nosso “Hino do Sintaema” , não poderíamos aqui deixar de ouvir as palavras do nosso presidente, Sr. René Vicente dos Santos. (Palmas.)

 

O SR. RENÉ VICENTE DOS SANTOS - Boa noite, companheiros, companheiras, trabalhadores e trabalhadoras.

Gostaria de começar agradecendo a iniciativa do nosso deputado Atila Jacomussi para marcar esses 40 anos de Sintaema que é um marco importante na luta da classe trabalhadora. O Sintaema tem desenvolvido um papel muito profícuo, como falaram o Helifax, o Nivaldo, que é uma escola de sindicalismo, e que tem buscado a renovação, acho que é umas marcas mais profundas do Sintaema, essa questão da renovação, da transferência de direção, sempre dentro de um diálogo, de uma composição e o Sintaema tem renovado. Você olha para o mundo sindical, o Sintaema é um dos sindicatos que mais renovou a diretoria nos últimos anos, nos últimos mandatos. Então, acho que isso é importantíssimo nós frisarmos.

E agradeço a presença como da Gisa da APU, do companheiro Bibbo que sempre foi um eterno parceiro, a gente sempre mantem um diálogo muito importante nas campanhas. O Pérsio, nosso presidente aqui da Federação, o Chicão, que também é um parceiro dos eletricitários e está aí presente. O presidente da CTB estadual, o Onofre. Jamil Murad, dispensa palavras, porque esse companheiro nos últimos anos, todas as lutas políticas nos últimos anos que o Sintaema esteve presente, passeata na Paulista, atos em Brasília, se tem uma figura que você olha para o lado e vê, é o Jamil caminhando conosco.

Então acho que isso é um exemplo de luta em defesa do povo brasileiro, e o Sintaema tem esse papel de transcender a luta econômica, nós temos de transcender, educar o trabalhador, lutar pelas condições materiais do trabalhador, de sobrevivência, melhor salário, melhor benefício, melhor tíquete, melhor VA, melhorar o plano médico, esta é a luta diária nossa.

Mas também estar presente na base, eu acho que essa é uma das características mais importantes do Sintaema. Estar presente, fazendo setorial, ouvindo os trabalhadores, nós nunca nos furtamos do debate. Mesmo em momentos mais difíceis, quando eu entrei na Sabesp, há 18 anos, em 2000, nós perdemos tudo, como Helifax falou. Com a companheira Beth Tortolano. E o sindicato não fugiu do debate, no outro dia estava o Apolinário lá, o grande Apolinário, debatendo com a gente, conversando, dialogando, mostrando quais eram os limites, as dificuldades que nós tivemos.

Mesmo conosco, quando nós assumimos no lugar do Helifax, que vinha com uma linha de privatização, atacando direitos, atacando os trabalhadores e nós estivemos presentes na base, assinando acordo e no outro dia, indo no olho do furacão, olhando olho no olho do trabalhador e falando: “Olha, nós tomamos essa decisão devido a isso e isso...”. Explicando, organizando, porque nós não podemos ter medo do trabalhador. O trabalhador tem suas críticas, muitas vezes são justas, muitas vezes são infundadas, mas a gente tem de estar debatendo.

Uma vez, eu estava fazendo uma setorial na Mooca, um companheiro olhou para mim e disse “Esse Nivaldo Santana está rico” e eu disse “Onde que esse cara está rico, rapaz?”. Um exemplo de lutador, andando de ônibus não é, Nivaldo? É ônibus, trem, está junto com a gente na luta. “Ele tem uma casa no Morumbi”, eu falei “Para com essa história, companheiro, você tem de romper essa cerco dessa mídia que não...”. Nós temos pessoas que são defensores da classe trabalhadora, que são compromissados com a classe trabalhadora, o capital não consegue comprar todo mundo, não. Temos deputados nesta Casa que estão a favor do trabalhador.

Então, a gente faz esse debate no dia a dia. A gente não se furta de fazer esse debate, que é importantíssimo.

Outro dia nós recebemos críticas, eu recebi e-mails, onde os trabalhadores criticavam - alguns poucos, não é, mas a gente tem de dar atenção - porque o Sintaema estava em Brasília lutando contra a PL 4330, porque nos não estávamos dando notícias da PPR. A PPR é importante, é, nós lutamos, fizemos assembleia, mas a luta contra um projeto, o PL 4330, que precariza, que retira direitos dos trabalhadores, é de suma importância, é que aquele trabalhador não se vê no fato de que se esse projeto for aprovado, o primeiro a correr risco e perder o emprego é ele. Então, esta tarefa é difícil, é árdua. Então, nós temos muitas vezes de nos doar, sem esperar nada em troca mesmo, o trabalhador não tem que...

A nossa tarefa é difícil, é educadora, é estar presente e o Sintaema faz este debate. Ele dialoga com os movimentos sociais. Ajudamos muitos movimentos sociais. O MST, MTST, parceiros da Consulta Popular, do Brasil de Fato, que nos ajudam, que fazem um jornal progressista. É o Barão de Itararé, são várias entidades que a gente dialoga, que fazem um debate diferente com a sociedade, que apontam um caminho diferente, uma perspectiva diferente, de rompermos um cerco do economicismo e lutarmos por uma sociedade mais junta, fraterna, igualitária na sua essência. Onde se rompem esse cerco que nós vivemos em um país onde 15 mil famílias detêm segundo dados lá do Marcio Pochmann, detêm 80% do PIB, Quer dizer, é uma concentração de riqueza muito grande, isso tem que acabar. A classe trabalhadora tem de abrir os olhos para isso. Tem que valorizar o trabalho, nós temos que colocar o país dentro de uma linha de desenvolvimento, que é a nossa bandeira classista, a bandeira da CTB, que é desenvolvimento com valorização do trabalho, com geração de emprego, distribuição de renda e valorização do trabalho. Esse é o norte que nos guia na luta política, que muitas vezes nós temos que fazer a aliança. Da um passo para frente, um passo atrás, recuar, mas sempre fazendo o debate.

E nesses 40 anos, o Sintaema particularmente para mim foi uma escola, onde eu tive o prazer de atuar ao lado desse companheiro, muitas vezes discordando - o que é natural - discordando, mas fazendo um debate amplo, sincero, eu não tive a oportunidade de atuar junto com o Nivaldo, entrei depois, mas a gente sabe da história desse companheiro, vi a Beth Tortolano atuando, acompanhei os embates.

A minha data de filiação ao Sintaema é 1º de junho de 1998, foi a data em que eu entrei na empresa. O primeiro documento que eu assinei lá foi o de sindicalização, não sabia nem quem estava no sindicato, mas eu falei “O caminho é a luta”. Não tenho dúvida disso, independente do que for, o caminho é a luta.

E eu me orgulho de ter encontrado durante esse tempo, companheiros como o Nivaldo Santana, a Beth Tortolano e o companheiro Helifax, que eu sucedi com muito orgulho, que lutou com muita braveza, e a gente está aí no terceiro mandato tocando esta tarefa, levando adiante essa tarefa, no dia a dia, sempre presente, é difícil, não é fácil, mas a gente tem de estar presente e orgulhoso e conversar com o trabalhador de cabeça erguida, sabendo qual caminho a gente vai apontar, fazendo os embates políticos e ideológicos, para que a gente alcance uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária como a gente falou.

E, eu sei que hoje está todo mundo ansioso porque hoje é um dia complicado, . Além do aniversário do Helifax, Dia dos Namorados, você tira o homem de casa e ainda é aniversário dele? A mulher dele vai bater nele quando ele chegar em casa. Mas faz parte, faz parte.

Eu gostaria de encerrar, e antes de encerrar, ler um poema para vocês, que tinha um diálogo lá no início do século, uma cidadezinha lá no sertão de Pernambuco, que tinha um peta que se chamava Zé da Luz e eles falavam que para ele, para fazer poesia de amor, a pessoa precisava ser culta, letrada, que tinha que ter um português correto. Esse poeta era um poeta do povo, um escritor de cordel, e ele fez um poema para falar de amor, e o nome do poema era “Ai se sesse”, que é para fazer um contraponto ao português clássico, não é?

Então o poema do Zé da Luz é “Ai se sesse”.

“Se um dia nóis se gostasse

Se um dia nóis se queresse

Se nóis dois se empareasse

Se juntim nóis dois vivesse

Se juntim nóis dois morasse

Se juntim nóis dois drumisse

Se juntim nóis dois morresse

Se pro céu nós assubisse

Mas porém se acontecesse de São Pedro não abrisse

as portas do céu e fosse te dizer qualquer tolice

E se eu me arriminasse

E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse

E a minha faca puxasse

E o bucho do céu furasse

Talvez que nóis dois ficasse

Talvez que nóis dois caísse

E o céu furado arriasse

e as virgi toda fugisse”

Então é o poema do Zé da Luz que eu dedico ao dia dos Namorados, todo mundo aqui tem uma namorada. (Palmas.)

E eu gostaria de encerrar aqui a minha fala, fazendo também uma homenagem ao deputado Atila Jacomussi, que eu gostaria de entregar para ele, e dizer que o Sintaema está presente na luta ontem, hoje e sempre.

Viva o Sintaema! (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa.

 

* * *

 

O SR. Presidente - ATILA JACOMUSSI - PCdoB - Fico muito feliz de estar aqui neste dia, tão especial que se comemora o Dia dos Namorados, mas fiz questão de estar aqui presente, como disse aqui o René, Nivaldo Santana, Alcides Amazonas, companheiro Helifax, nosso grande líder Jamil Murad, enfim, todos os companheiros que se fazem presentes nesta Mesa, quero saudar a todos da mesma forma. Mas saudar principalmente, René, os trabalhadores e trabalhadoras, saudar o grande trabalho que o Sintaema tem com a nossa sociedade, com a classe trabalhadora, com os trabalhadores da área de Saneamento.

Para mim é um grande orgulho e é a minha obrigação hoje, como deputado estadual do PCdoB para que eu viesse neste dia tão especial, para que ao lado de todos os trabalhadores e trabalhadoras, nós pudéssemos realmente saudar o grande trabalho e a grande importância que o Sintaema tem para a classe trabalhadora. É nossa obrigação, é obrigação em nome do nosso partido político, Jamil, o PCdoB. E em nome do PCdoB, quero deixar um grande abraço também do nosso deputado federal e presidente estadual do nosso partido, Orlando Silva, que não pôde estar aqui presente por força maior, mas acabou de me ligar, de mandar uma mensagem, René, para que mande um abraço, Helifax, para todos os trabalhadores.

Para mim é um grande orgulho fazer parte do PCdoB e tive também um grande orgulho e uma grande responsabilidade, porque houve muitos companheiros e camaradas que realmente me ajudaram a construir essa caminhada, para que hoje eu pudesse estar sentado aqui na Assembleia Legislativa, representando todo o povo do Estado de São Paulo, toda a região do ABC, mas representando, principalmente, sendo um braço e uma extensão do nosso mandato, e eu coloco nosso mandato nas mãos do sindicato, René, para que a gente possa defender aqui todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Ouvindo atentamente aqui o discurso do Nivaldo Santana, nosso grande líder, do Jamil, do René, a luta que nós temos que continuar lutando pelos direitos dos trabalhadores. Hoje, nós temos uma PL que é a 4330 que fere o direito de luta de todos os trabalhadores desse país. Luta que muitos dos trabalhadores da década de 1980, de 1970 lutaram, foram oprimidos, muitas vezes marginalizados, muitas vezes execrados, para que hoje nós tivéssemos nossos direitos.

E hoje nós vemos alguns homens que não tiveram e não acompanharam esta passagem tão difícil, onde muitos companheiros e companheiras não estão mais aqui, mas fizeram a sua parte para que hoje todos os companheiros e trabalhadores tivessem direitos trabalhistas, hoje realmente adquiridos. E nós vemos aí alguns homens do Congresso Nacional e eu fiz uso desta tribuna recentemente, clamando a todos os líderes de todos os partidos políticos desta Casa, para que dialogassem com seus deputados federais, para que a gente lute contra essa lei, que é uma opressão à classe trabalhadora, que fecha a porta dos direitos de luta deste país, direitos de luta que os trabalhadores desse país lutaram para que fossem estabelecidas as Diretas Já nesse país. Esses mesmos trabalhadores que foram às ruas com os estudantes, e eu que fiz parte da UNE, da UMES ao lado desse grande amigo que eu tenho, grande orgulho, João Gaspar, para que a gente pudesse realmente, fazer o impeachment do Collor. Foi a classe trabalhadora que realmente defendeu e realmente honrou as cores do nosso país.

E nós aqui, hoje representantes públicos, Jamil, não podemos nos calar. Nós não podemos virar as costas para aqueles que lutaram. Temos é que seguir em frente. Caminhando, mas rumo à democracia. Não podemos, muitas vezes, fechar os olhos ao que está acontecendo no nosso país. As eleições acabaram no ano passado, mas tem uma meia dúzia aí, Nivaldo Santana, que ainda quer que a eleição continue, com um 3º turno que não acontece.

Nós temos é que realmente lutar pelas coisas do nosso país. Lutar pela democracia. Nos momentos mais difíceis, nós temos é que dar as mãos pela luta dos direitos do povo. Não é simplesmente, muitas vezes, querer se esconder através de manifestações que não representam realmente os direitos dos trabalhadores, nós temos é que realmente fazer manifestações para que nos momentos de crise, nos momentos difíceis, nós temos é que dar as mãos independentes das bandeiras partidárias e dos pontos ideológicos, para que a gente possa fazer o nosso país continuar crescendo. Para que o nosso país possa crescer em nível internacional. Mas também, para que a gente continue lutando, para que a gente possa diminuir a questão do desemprego, aumentar os direitos trabalhistas e hoje eu vejo aqui o grande papel que o Sintaema realmente realiza.

Porque na minha cidade, eu vejo o que o Sintaema luta na questão que representa hoje os trabalhadores da Odebrecht Ambiental, e eu vejo ali muitos companheiros que estão aqui, o Gaúcho, o Jeremias, muitas vezes, de madrugada... E estive de madrugada com os companheiros em algumas questões de luta e nós vimos ali que o Sintaema nunca fechou os olhos para os direitos dos trabalhadores, e não é agora, nesses grandes momentos, que vai estar fechando.

E eu quero me colocar mais uma vez aqui René, Helifax, que estive com o Sintaema em vários protestos na luta pelos direitos dos trabalhadores, e vou estar, vou procurar estar terça-feira, quarta-feira, próxima, para que a gente lute pelos direitos dos trabalhadores. Para que este país aqui, que tem dentro do seu “Hino Nacional” uma frase “eis que um filho teu não foge à luta”, o Sintaema como sindicato não foge à luta pela classe trabalhadora. Vai continuar presente.

E eu quero aqui comemorar ao lado de cada um de vocês esse 40º aniversário, Nivaldo Santana, companheiro Amazonas, companheiro Jamil e todos os companheiros aqui presentes, toda a classe trabalhadora e todos os companheiros do sindicato.

 É um sindicato que, com 40 anos, são 40 anos de luta e de nome limpo, construído por homens que iniciaram, por mulheres, que realmente honraram, que realmente esta história seja escrita. Uma história que está sendo contada neste livro, com letras maiúsculas de luta. Com letras maiúsculas pela liberdade de direito de cada trabalhador e trabalhadora deste país.

Então, para mim, eu fico muito feliz de fazer parte. Para mim, aqui, ser hoje deputado estadual, representa muito. Representa um sonho. E hoje quando eu subo neste púlpito muitas vezes para estar discursando os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e também dos direitos de cada cidadão aqui do nosso município, para mim, Jamil, é um grande orgulho.

Porque quando eu olho para você, Jamil, eu lembro do meu pai, Admir Jacomussi, que é vereador na cidade de Mauá e hoje está cumprindo o 8º mandato na cidade de Mauá e você, Doni, que foi vereador na cidade vizinha de Ribeirão Pires.

E para mim é um grande orgulho dar sequência ao trabalho do meu pai, porque quando eu iniciei a minha carreira política, eu tinha duas obrigações: a primeira, a obrigação o político com o cidadão e a cidadã. Eu não podia nunca, René, como você, sujar a história política que meu pai iniciou há 40 anos. Eu teria, Helifax, de desempenhar um grande mandato e cada vez que eu entro aqui nesta Casa aqui, eu piso com o pé direito e piso com o coração aberto e com a alma lavada para que eu possa desempenhar um grande trabalho.

E neste dia tão especial, eu, como homem, não poderia deixar de lembrar todas as mulheres, neste dia tão especial, as mulheres que são tão importantes nas nossas vidas. (Palmas.)

Quero deixar e fazer até um segmento na sua fala, René, a D. Andréia lá em casa também está um pouco brava, está ali me esperando. Mas eu queria fazer uma menção para a minha esposa, grande companheira, que ser mulher de político, não é, Jamil, não é fácil. Muitas vezes não temos hora para sair de casa, não temos hora para chegar. Muitas vezes nos momentos de vitória, muitas vezes nos momentos de dificuldade, é ela que me dá o ombro para que eu possa no outro dia continuar seguir lutando.

Então, eu queria dizer aqui que homenageando a minha esposa Andréia, que eu possa estar homenageando todas as mulheres e dizer que há um ditado que diz que “atrás de um grande homem tem uma grande mulher”, mas não é isso não, é “ao lado de um grande homem tem uma grande mulher”. E vocês fazem a grande diferença.

E o Sintaema é composto também por muitas mulheres, que enobrecem esse sindicato e que fazem parte desta história de 40 anos.

Meu muito obrigado de coração. (Palmas.)

Esta Presidência agradece a todas as autoridades presentes, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, ao Cerimonial desta Casa, à Secretaria Geral Parlamentar, à Imprensa da Casa, à TV Legislativa, às Assistências da Polícia Civil e Militar, bem como a todos aqueles que estão presentes aqui e colaboraram com muito êxito para que esta solenidade fosse um sucesso.

Convido a todos agora, após o encerramento, será servido no Hall Monumental um coquetel para que todos possam realmente, comemorar este grande aniversário do Sintaema.

E eu quero neste momento aqui encerrar a presente sessão.

Meu muito obrigado a todos de coração. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 52 minutos.

 

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