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21 DE AGOSTO DE 2015

022ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO EXÉRCITO BRASILEIRO E AO SEU PATRONO, MARECHAL LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, DUQUE DE CAXIAS

 

Presidente: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

 

1 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que convocara a presente sessão solene com a finalidade de "Homenagear o Exército Brasileiro e o seu patrono, marechal Luiz Alves de Lima e Silva, duque de Caxias". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia apresentação musical do violonista Robson Miguel; e, em seguida, exibição de vídeo institucional do Exército Brasileiro. Destaca que o Brasil é um dos poucos países capazes de fabricar radares. Faz histórico da participação do duque de Caxias na Guerra do Paraguai, e sua importância para a vitória da Tríplice Aliança.

 

2 - ISMAR PULS

Representante da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil - Libra, presta homenagem ao general João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste.

 

3 - MARCELO KANITZ DAMASCENO

Comandante do IV Comando Aéreo Regional, considera o Exército merecedor da homenagem, por ser, a seu ver, o emblema maior das Forças Armadas do Brasil. Lembra que o Dia do Soldado é comemorado em 25/08, em memória do duque de Caxias. Tece elogios ao general João Camilo Pires de Campos, que deverá deixar o posto de comandante militar do Sudeste na próxima sexta-feira, 28/08. Compara o general Campos ao marechal Emílio Mallet, patrono da Artilharia do Brasil. Destaca a parceria da Força Aérea com o Exército na defesa do espaço aéreo nacional. Afirma que o general Campos se esforçou para aproximar a sociedade civil das Forças Armadas, trabalhando na divulgação da história das corporações militares no País.

 

4 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Anuncia nova apresentação musical do violonista Robson Miguel. Presta homenagem, com a entrega de um troféu, ao general de Exército João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste.

 

5 - JOÃO CAMILO PIRES DE CAMPOS

Comandante militar do Sudeste, agradece pelas homenagens recebidas. Declara que o troféu é um símbolo da amizade entre civis e militares no Brasil. Afirma que o marechal Luiz Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, é um modelo para todos os soldados do País. Elenca as virtudes representadas pelo duque, que, a seu ver, personifica o espírito do Exército brasileiro. Destaca que o marechal foi importante na garantia da unidade nacional durante as revoltas separatistas e era conhecido por sua disposição pacificadora. Menciona a estátua em sua homenagem, na Praça Princesa Isabel, em São Paulo. Discorre sobre o esquema de segurança durante a Copa do Mundo de 2014. Presta homenagem ao cabo Michel Augusto Mikami, morto no complexo da Maré, no Rio de Janeiro, durante processo de pacificação do local, em 2014.

 

6 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Anuncia apresentação da "Canção do Exército". Menciona evento, que deve ocorrer na segunda-feira, 24/08, nesta Casa, com os presidentes de todos os Legislativos do País, além de deputados federais e senadores. Discorre sobre Alexandre, o Grande. Afirma que as corporações militares mantêm vivos os valores numa sociedade materialista. Destaca que uma solenidade como esta é importante para manter vivas as tradições na memória do povo brasileiro. Declara que as Forças Armadas expressam os valores essenciais ao Estado Democrático de Direito. Considera a profissão militar especial, por ter em sua formação a disposição de sacrificar a própria vida, se necessário. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sob a proteção de Deus iniciamos os nosso trabalhos.

Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e anuncia que estão presentes, compondo a Mesa principal dos trabalhos, S. Exa. general de Exército João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste, major brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comando Aéreo Regional, S. Exa. deputado estadual delegado Antonio Olim, mui digno presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta é uma sessão solene, portanto uma sessão que obedece a rígida forma sacramental, não pode ser convocada por qualquer finalidade, é realizada no plenário principal - onde são votadas as leis do estado de São Paulo e onde foi votada a Constituição Estadual de 1989 - e só pode ser realizada mediante prévia autorização do Colégio que integra todas as lideranças desta Casa.

Esta sessão solene foi autorizada pela unanimidade dos líderes de todos os partidos desta Casa, portanto é uma sessão que conta com todo o apoio e beneplácito dos 94 deputados desta Casa. Isso é muito raro, e revela o respeito e o apreço às Forças Armadas e, nesta data, ao Exército como patrimônio cívico, moral e cultural de toda a sociedade democrática.

Esta é uma sessão solene para prestar homenagem ao Exército brasileiro, e ao seu patrono, marechal Luis Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias.

Convido todos os presentes para, em pé, cantarmos integralmente as duas partes do Hino Nacional, a ser executado pela banda do Exército, sob a regência do subtenente João Batista Gomes de Souza.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Brasil de um sonho intenso, Brasil de amor eterno. Nas duas estrofes que mais comumente causam confusão quando se canta o hino, sempre se lembra: primeiro se sonha, para depois se amar eternamente este País.

Estão também presentes o general de Divisão Cláudio Cóscia Moura, comandante da 2ª Região Militar; o general de Divisão Carlos dos Santos Sardinha, comandante da 2ª Divisão do Exército; o general de Brigada Riyuzo Ikeda, chefe do Estado Maior do Comando Militar do Sudeste; o capitão de fragata José Silvio Fonseca Tavares Junior, representando o comandante do 8º Distrito Naval, vice-almirante Castilho; o general de Brigada Hedel Fayad, representante da Fundação Cultural do Exército Brasileiro, Funceb, em São Paulo; o tenente-coronel Marcelo, representando o comandante do 4º Batalhão de Infantaria Leve, tenente-coronel Malveira; o professor Josias Januário, representando o Instituto de Física da USP, o Sr. Sebastião Batista de Oliveira, radialista e empresário; o Dr. Josué dos Santos Ferreira, fundador e presidente nacional do Instituto de Estudos Legislativos Brasileiro; o Sr. Ronaldo Severo Ramos, representando o presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Sr. Fábio Meirelles; o Sr. Jorge Frederico Messas Bittar, empresário e amigo das Forças Armadas, sempre atuante e presente; a Sra. Ismar Puls, representante da Libra, Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil; o Sr. Ney Alberto Viana Cardoso, representando o deputado de 11 mandatos, 87 anos, Antonio Salim Curiati.

Esta Presidência agradece à Banda do Exército, em especial ao subtenente João Batista Gomes de Souza.

Comunicamos a todos os presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será transmitida pela TV Alesp neste domingo, dia 23 de agosto, às 21 horas, pelo canal 7 da Net, pelo canal 61.2 da TV aberta e pelo canal 185 da TV Vivo Digital.

Neste momento, assistiremos à apresentação da música “Aquarela do Brasil”, executada pelo violonista Robson Miguel.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Parabéns, Robson Miguel. Esta música alegre lembra também um dos maiores méritos pelo qual o nosso País é reconhecido. O maior e mais importante país do Hemisfério Sul, o maior e mais importante país da América Latina é um exemplo para o mundo, pois nenhum país com tamanha dimensão continental consegue conviver em paz com todos os seus vizinhos. Isso faz parte do espírito conciliador e harmônico do povo brasileiro.

A guerra só nos causa dor. A paz, queremos com fervor, embora estejamos sempre prontos a defender a Nação querida.

Parabéns, Robson.

Neste momento assistiremos a um vídeo institucional do Exército brasileiro.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Confidenciava a meu general Camilo Pires de Campos, e eu vou dizer a todos os telespectadores que nos assistem pela TV Alesp, hoje, domingo, às 21 horas e 30 minutos, que somente cinco países são capazes de fabricar radares e o Brasil é um deles. E todos os materiais, transportes bélicos produzidos pelo País estão em condições de competitividade e exportação com os maiores do mundo, mesmo sofrendo concorrência desleal, e sofrendo pressão dos chamados países ditos de primeiro mundo.

Anuncio também, prestigiando esse evento, a presença de S. Exa., minha colega do Ministério Público - porque sou procurador de Justiça - Dra. Carmen Pavão Kfouri, promotora de Justiça do Tribunal de Justiça Militar, que passa também a fazer parte desta Mesa de trabalhos.

A sessão solene que presta homenagem ao Exército Brasileiro e a seu patrono, marechal Luiz Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, procura manter viva na memória do brasileiro as suas tradições e também cultuar nosso passado glorioso.

A Guerra do Paraguai já durava quatro anos. As tropas não conseguiam passar a ponte do ribeirão Itororó para tomar a estrada para Assunção. No meio de campo de batalha surgiu um homem de 65 anos, mas em pleno vigor, montado a cavalo, dizendo “Sigam-me os que forem brasileiros”. Era o brado de comando de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Os brasileiros ultrapassam não apenas a ponte, mas todo o caminho para a tomada da capital inimiga.

Finalmente, em 1º de janeiro de 1869, a bandeira brasileira tremulou vitoriosa quando o Exército chegou a Assunção, capital do Paraguai. O chefe militar, reconhecido por sua bravura, seus dotes de estratégia e suas virtudes de pacificador, recebeu o título de duque, tornando-se o único brasileiro a merecer essa honraria, defendendo o Brasil de uma guerra que não foi por nós iniciada. O Dia do Soldado é, portanto, comemorado no dia 25 de agosto, em uma justa homenagem a Duque de Caxias.

Neste momento, nossa querida amiga, a estimada Ismar Puls, da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil, a Libra, admiradoras das Forças Armadas, e mais do que isso, dos valores cívicos e morais cultuados e que são imprescindíveis para a política e para a administração pública - não há administração que sobreviva sem moralidade administrativa, e não há moralidade administrativa sem transparência e obediência a princípios - entregará uma homenagem ao general Campos, em agradecimento a seu carinho e respeito na ocasião da visita da Libra ao Comando Militar do Sudeste.

Convido o major-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno e o deputado Antonio Olim, para acompanharem o general no recebimento desta homenagem.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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Neste momento passo a palavra a este grande amigo do povo paulista, grande amigo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, major-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante do IV Comando Aéreo Regional.

 

O SR. MARCELO KANITZ DAMASCENO - Presidente Fernando Capez, em nome de quem cumprimento a todos nesta bela sexta-feira, que considero o início das comemorações da Semana do Exército; general Campos, nosso amigo, dileto companheiro e orientador das atividades militares do nosso estado, a quem eu, pela Aeronáutica, tenho certeza absoluta de que a Marinha muito lhe deve pelas orientações para que tenhamos aqui consenso nas ações militares.

O pressuposto do Exército é a massa. A semana do Exército, por esse pressuposto, indica que nós devamos homenagear a todos os 200 mil militares, homens e mulheres que fazem do Exército, com absoluta certeza, o emblema maior da defesa do nosso país. Mas o Dia do Soldado pressupõe também certa singularidade, e a isso que acho que me obrigo a tratar mais especificamente. O Dia do Soldado nos traz à memória, já dito pelo nosso presidente algumas vezes, a figura do Duque de Caxias, o maior soldado da história brasileira.

Temos outros três grandes soldados que representam as forças básicas do nosso Exército: Sampaio, patrono da Infantaria do comandante do Exército, general Villas Boas; Osório, marquês do Herval, patrono da Cavalaria, do nosso general Sardinha; e Mallet, homem nascido em Dunquerque, na França, mas com espírito de cidadania brasileira, patrono da Artilharia, do nosso general Moura aqui presente. Singularizo também a Artilharia, mais especificamente a Artilharia Antiaérea do nosso Exército que compõe com a Força Aérea Brasileira uma das missões cirúrgicas e mais extensas do nosso país, que é a defesa do espaço aéreo brasileiro.

Falando de Artilharia, e ainda no campo das singularidades, quero chamar atenção para a figura do general João Camilo Pires de Campos. Se nessa sexta-feira iniciamos um evento tão belo, tão denso de emoção e de civismo, nas comemorações do Dia do Exército, na próxima sexta-feira, teremos a mesma intensidade, mas com pouco mais de amargor quando ele se despede do Comando Militar do Sudeste, e deixar uma lacuna bastante grande. Não quero fazer aqui comparações do general Campos com Mallet, até porque o general Campos é um homem de grande estatura, mas muito longe dos dois metros e um de Mallet. É um homem corpulento, mas longe dos 120 quilos de Mallet. Mas por algumas atividades menos tangíveis é que considero e aproximo esses dois ícones do nosso Exército. Mallet, homem criativo, foi reconhecido por suas peças - apelidadas na época de “artilharia revólver” pela precisão e rapidez com que colocava em fogo e ação as suas máquinas.

No ano passado, o general Campos, liderando uma imensa equipe de militares, com a mesma rapidez e a mesma precisão, conseguiu congregar a todos e fazer com que a Fifa reconhecesse nessa equipe de segurança como a mais preparada, com melhores resultados de segurança terrestre a todas as delegações que se instalaram em São Paulo. E São Paulo foi aquela que teve o maior número de delegações na Copa do Mundo. Mallet também é reconhecido por ter aberto um fosso na Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da América do Sul de todos os tempos, na Guerra do Paraguai, e esse fosso, ao proteger as suas peças, criou também um grande obstáculo para o ingresso dos nossos inimigos. E vai aquela bela frase reconhecida dentro da área militar: “Que eles venham. Por aqui não passarão.

Tenho certeza de que se entrarmos em guerra a qualquer momento desses, o João Campos será chamado para ser o Mallet do momento: abrirá grandes fossos, maiores, mais rapidamente, com auxílio da engenharia do general Ikeda.

Estamos em paz. Reinamos, ainda, em paz. Tenho certeza de que João Campos, por ser um militar humanitário, historiador, faz o contrário. Tem tapado os fossos que dividem a sociedade civil e militar, coberto os fossos, criado pontes e trazido a sociedade para dentro do Comando Militar do Sudeste.

Sou prova disso. De todas as solenidades em que a sociedade civil, ciosa de conhecimento, de informações, de ouvir um homem culto, acercam aquele palanque, minimamente, com centenas de pessoas, por vezes, mais de milhares de pessoas, para ouvir um pouco da história do Exército que, a bem da verdade, é a história do nosso País.

Mallet era quase um campeiro. Tinha, lá em Quebracho, perto de Bagé, no meu Rio Grande do Sul, o seu lugar de repouso, no meio do mato. João Campos não é diferente. Foge, sempre que pode, para sua terra em São Pedro para imaginar o que fazer na semana seguinte em prol do Brasil e em prol do Exército.

Finalizando, eu queria deixar ao Exército Brasileiro o reconhecimento da Força Aérea Brasileira e ao Comando Militar do Sudeste o respeito do IV Comando Aéreo Regional.

E o João Campos, nesta semana que antecede sua partida, a minha amizade, o meu respeito e o grande orgulho de ter estado ao seu lado nesses quase dois anos de atividade, quando muito aprendi.

Tenha a certeza de que levarei para sempre seus ensinamentos, que marcaram muito minha passagem por São Paulo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Parabéns. Muito obrigado.

Neste momento assistiremos a outra exibição do nosso querido músico violinista Robson Miguel, com o Tema da Vitória.

 

O SR. ROBSON MIGUEL - “Recomeçar” é uma palavra que jamais deve sair da vida de um brasileiro que quer ter vitórias.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Bravo! E se a música é o Tema da Vitória, esta Presidência se sente guindada a prestar uma homenagem ao general João Camilo Pires de Campos, comandante militar do Sudeste, entregando-lhe um troféu. Peço que os membros da mesa me ajudem nesse mister.

 

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- É feita a entrega.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Com a palavra, o senhor general João Camilo Pires de Campos.

 

O SR. JOÃO CAMILO PIRES DE CAMPOS - Estimadíssimo deputado Fernando Capez, presidente da nossa Assembleia Legislativa, esta Casa de Leis do nosso querido estado de São Paulo, estimado deputado Olim, grato pela presença, brigadeiro Damasceno, V. Exa. conseguiu emocionar-me profundamente. Muito obrigado. Grato pelas palavras, pelo carinho e pelas referências. Agradeço em nome de todos os integrantes do Comando Militar do Sudeste. Sra. Ismar Puls, muito obrigado pelo presente, pela lembrança.

Deputado Fernando Capez, mais uma vez obrigado por esse belíssimo troféu. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, representando os civis que prestam homenagem ao Exército Brasileiro e ao seu patrono, Luís Alves de Lima e Silva, e o Exército Brasileiro, representado por este comandante militar de área, são duas mãos que se apertam, duas mãos que se integram, duas mãos que congraçam. É um símbolo tácito da amizade clara e patente entre civis e militares nesse nosso querido e amado Brasil.

Sentimo-nos honrados por estarmos nesta tribuna, representando 25 mil homens e mulheres que compõem o Comando Militar do Sudeste, para falar um pouco de Luís Alves de Lima e Silva, um dos mais insignes brasileiros e que faz aniversário no dia 25 de agosto, como dito pelo deputado Fernando Capez. É o nosso Duque de Caxias, o nosso patrono, o patrono do Exército Brasileiro.

Patrono significa padrão. Todos nós soldados de verde imaginamos tê-lo como nosso modelo. Devo agradecer essa belíssima homenagem que anualmente a Assembleia Legislativa do nosso Estado presta a essa figura que personifica o espírito do Exército de todos nós.

Homenagear Caxias é se render inapelavelmente aos valores que ele não só pregou, como os praticou durante todos os dias de sua vida. São valores como a ética, honestidade, responsabilidade, coragem moral e amor à Pátria. São apenas algumas das inúmeras virtudes que Caxias nos legou.

Ser caxias hoje é um adjetivo. Apesar de rígido e intransigente com a indisciplina e com o erro, Caxias soube conviver com as diferenças, ser conciliador nas negociações e humano no perdão. No período conhecido pelas revoltas separatistas, venceu todas as batalhas e garantiu a unidade nacional. Depois de cada vitória, convenceu os vencidos de seus equívocos e os anistiou, reintegrando-os às boas causas da Pátria. Por isso, ficou conhecido como “O Pacificador”. Por sua forma tranquila e serena de tratar os seus subordinados e os seus inimigos, praticando sempre aquilo que chamamos de sereno rigor, foi chamado de grande herói tranquilo.

A ligação de Caxias com São Paulo se dá na revolução liberal de 1842, quando o marechal, mais uma vez, venceu os revoltosos. No entanto, sua vitória se deu de forma tão tranquila que nenhuma mácula restou. Antes, pelo contrário, ficou a admiração e o respeito que o povo paulista dedica ao herói nacional, tanto é que em 1941, praticamente 100 anos depois, o povo paulista, liderado pelo seu prefeito Prestes Maia, pelo arcebispo Dom José Gaspar e pelo comandante da 2ª Região Militar, general Maurício Cardoso, mandou erguer na Praça Princesa Isabel a maior estátua equestre do mundo em homenagem ao Duque de Caxias. Até os operários de São Paulo contribuíram com 5% de seus vencimentos para que esse monumento fosse erigido.

No campo internacional, Caxias comandou as Forças da Tríplice Aliança na guerra contra o Paraguai, como foi demonstrado pelo deputado Fernando Capez, no seu mais legítimo e espetacular episódio.

Imaginem um homem de 65 anos, à frente de milhares de homens que partiram em direção ao inimigo, montando o seu cavalo e dizendo: “Sigam-me os que forem brasileiros”. O seu cavalo é abatido nesse evento, deputado Fernando Capez, e chega do outro lado correndo com a sua espada em punho, ao seu lado, logo em seguida, postou-se o seu fiel escudeiro, Osório.

Desde então, o Exército brasileiro vem seguindo os ensinamentos de seu patrono. Nos dias de hoje continuamos a agir movidos pelo ideal de paz, que é o objetivo de todo Exército e, mormente, o Exército tem como patrono o pacificador.

Assim é que, desde o ano 2004, portanto, há mais de 10 anos, o Exército brasileiro detém o comando geral das forças de pacificação no Haiti. Além disso, cumprindo fielmente a nossa missão constitucional, a nossa destinação constitucional temos agido em colaboração com as forças de segurança para garantia da lei e da ordem.

Nesse contexto, participamos ativamente do esquema de segurança da Copa do Mundo 2014, que foi considerada a melhor segurança de todas as copas, e agimos como uma força de pacificação no Complexo do Alemão e no Complexo da Maré e estamos prontos para atuarmos, daqui a um ano, nos Jogos Olímpicos de 2016.

Neste momento, quero abrir um parêntesis para render homenagem a outro herói nacional, esse um herói contemporâneo. Trata-se do 3º sargento Michel Augusto Mikami, que foi morto em ação de pacificação no Complexo da Maré, em 28 de novembro do ano passado. Foi a primeira morte em combate, em patrulha de combate em ambiente urbano do Exército do Brasil desde a 2ª Guerra Mundial. A morte do sargento Mikami, no entanto, antes de nos trazer sentimento de revolta e desejo de vingança, faz nos retornar aos ensinamentos de Caxias, que sempre soube tratar com dignidade os seus inimigos.

Terminando minhas palavras, quero novamente agradecer à Assembleia Legislativa do estado de São Paulo na pessoa do seu presidente, deputado Fernando Capez.

Nesta homenagem, que anualmente faço ao nosso patrono, quero afiançar que nós, os integrantes do exército de Caxias, continuaremos sempre unidos na defesa da pátria em consonância com os valores legados pelo nosso patrono.

Muito obrigado; bom dia a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Esta experiência de integração entre sociedade civil e forças militares, desempenhada na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, será levada a todas as assembleias do País.

Na próxima segunda-feira, dia 24, estarão presentes, nesta Casa, todos os presidentes de assembleias do País. Estarão aqui também senadores, o presidente da Câmara dos Deputados e o governador de São Paulo para discutirmos uma integração de procedimentos.

Que a competência legislativa que, hoje, está totalmente concentrada na União - parece que apenas o Congresso Nacional pode fazer leis - possa ser, por meio de uma proposta de emenda constitucional, transferida às assembleias estaduais, que assim poderão legislar sobre direito penal, processo penal, normas gerais de licitação, direito trabalhista e outras questões.

Chega a ser surpreendente que, em um país com dimensões continentais, queira-se regular, de Brasília, o procedimento em todos os estados, como se a realidade, por exemplo, de Roraima e Acre fosse a mesma da de São Paulo. Cada um tem as suas peculiaridades e deve legislar de acordo com elas.

Convido todos os presentes para, com entusiasmo, cantarmos o Hino do Exército, executado pela Banda do Exército.

 

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- É feita a execução do Hino do Exército.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Esta Presidência registra também a presença do nosso querido deputado Itamar Borges.

Queridos Srs. Militares, Srs. Civis, estamos chegando ao epílogo desta sessão solene.

Talvez o mais vitorioso general da história da humanidade, Alexandre Magno, filho de Filipe II da Macedônia, no Séc. IV A.C., desde os Bálcãs conquistou territórios até a Índia, fundando no Egito a cidade de Alexandria. Uma breve, mas marcante e vitoriosa passagem pelo mundo.

Em vida ainda, manifestou seus três últimos desejos: quando morresse, gostaria que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos melhores médicos da época; que fossem espalhados pelo caminho até o túmulo todos os tesouros conquistados, como prata, ouro e pedras preciosas; e, finalmente, que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de tudo.

Indagado por um de seus generais o motivo de tais desejos insólitos, explicou: “Quero dizer a todos que nenhum médico ou pessoa humana tem poder de cura sobre a morte; que todos os bens materiais que aqui em vida acumulamos e conquistamos, aqui permanecem; e quero que minhas mãos balancem ao vento para que todos vejam que de mãos vazias chegamos a este mundo, e de mãos vazias dele partimos”.

Em uma sociedade materialista, em que vivemos uma depravação de valores, motivada pelo desejo de acúmulo de bens materiais a qualquer custo, pelo desejo de tomar atalhos, caminhos mais fáceis para atingir objetivos que nada mais são que satisfação de ganância, vaidade e prepotência, aqueles valores do ser, da evolução de se doar ao próximo, ficaram relegados a um segundo plano. Nisso avulto a necessidade de mantermos permanentemente vivas nossas tradições e a chama dos valores éticos, que são encontrados à saciedade nas corporações militares.

Falíveis são os seres humanos, ninguém é perfeito, e nenhuma instituição, como reflexo de seus seres, atinge a perfeição, mas, em seu bojo, em sua imensa maioria, as Forças Armadas expressam esses valores essenciais ao Estado Democrático de Direito.

Todas as profissões são belas, mas a do militar tem algo de especial. Ele é o único formado para, se necessário for, doar a sua vida em serviço ao semelhante e à pátria. Não há maior sentimento de amor e de solidariedade do que fazer o gesto supremo de sacrificar a própria vida em prol de seu semelhante.

É por isso que esta sessão solene sempre será realizada aqui na Assembleia enquanto eu nela permanecer. (Palmas.)

Esgotado o objeto da presente sessão, em nome da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, quero agradecer às autoridades aqui presentes, que vieram e mantiveram viva a lembrança de Duque de Caxias e do Dia do Soldado. Quero agradecer aos funcionários desta Casa, que se esforçaram e se esmeraram em cada detalhe para esta sessão solene. Quero que a chefe do cerimonial, Vera, e a assessora Delmindia Costa sejam portadoras, em nome dos servidores, destas homenagens. Parabenizo os deputados Delegado Olim e Itamar Borges, que prestigiaram, e todos os demais que colaboraram para o êxito desta sessão.

Está encerrada a sessão ao som de Robson, “Amigos para Sempre”. A banda vai executar e o Robson acompanhará.

 

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- É feita apresentação musical.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 04 minutos.

 

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