041ª SESSÃO
SOLENE EM HOMENAGEM
AO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO
Presidente: CORONEL CAMILO
RESUMO
1 - CORONEL CAMILO
Assume a Presidência e abre a sessão.
Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a
presente sessão solene, a requerimento do deputado Coronel Camilo, na direção
dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear o bicentenário do
nascimento de Dom Bosco". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino
Pontifício" e o "Hino Nacional Brasileiro". Dá conhecimento de
mensagens alusivas à solenidade, enviadas por diversas autoridades.
2 - ANDRÉ TORRES
Padre, discorre
sobre a vida de Dom Bosco, o qual, acrescenta, é o santo da juventude. Anuncia
apresentação musical e leitura bíblica. Destaca a justeza da homenagem. Faz
oração.
3 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO
Anuncia a exibição de vídeo acerca da
vida de Dom Bosco.
4 - LUIZ EDUARDO ARRUDA
Professor e ex-oratoriano
salesiano de Araras, declara que os salesianos têm se dedicado aos jovens, especialmente
os que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social. Afirma que tal
postura segue o exemplo de Dom Bosco. Relata episódio da vida do santo. Diz que
Dom Bosco ensinava autossuficiência aos jovens, tendo dado início às escolas
noturnas e profissionais salesianas. Destaca a
importância, em sua vida, do contato com padres pertencentes à Congregação Salesiana, inclusive na sua decisão de seguir carreira
policial. Argumenta que a sociedade passa por tempos difíceis, com problemas
como o tráfico de drogas. Sugere que a prática política seja pautada pelos
valores defendidos por Dom Bosco.
5 - DOMINGOS ZAMAGNA
Docente de Teologia no Centro
Universitário Salesiano de São Paulo, parabeniza o
deputado Coronel Camilo pela iniciativa de realizar esta solenidade. Afirma que
os princípios norteadores da pedagogia praticada nas escolas salesianas impressionam os educadores contemporâneos.
Destaca que tais princípios primam pela simplicidade e foram elaborados tendo
em vista as crianças mais necessitadas. Menciona artigo, escrito por Dom Bosco,
a respeito de seu trabalho pedagógico. Informa que a Congregação Salesiana está, hoje, espalhada pelo mundo, sendo a segunda
maior família católica. Destaca que a motivação de Dom Bosco vinha do
Evangelho. Pede a todos que colaborem para o aprimoramento da Educação
brasileira.
6 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO
Comenta seu período como
comandante-geral da Polícia Militar. Fala sobre a importância da religião para
os policiais. Manifesta seu sonho de que a juventude tenha os professores como
seus modelos. Anuncia a exibição de vídeo com mensagem do governador Geraldo
Alckmin.
7 - ROQUE LUIZ SIBIONI
Vice-provincial da Inspetoria Salesiana
de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de São Paulo, faz histórico das
atividades da família salesiana no Brasil, que
tiveram início no século XIX, em Niterói. Destaca o trabalho, à época, de
educação dos jovens das classes populares, com especial atenção a filhos de ex-escravos. Descreve a organização dos salesianos no
Brasil, na forma de inspetorias. Ressalta a importância do trabalho conjunto
com as Filhas de Maria Auxiliadora. Informa que os salesianos estão presentes
em 132 países, nos cinco continentes. Diz que a Congregação Salesiana,
em sua atuação a favor da juventude, sempre contou com a ajuda da sociedade.
Declara que, para Dom Bosco, há uma relação estreita entre a formação
educacional e a orientação espiritual dos jovens. Diz que a caridade pastoral é
a inspiração dos princípios pedagógicos salesianos, a respeito dos quais
discorre. Afirma que, 200 anos após o nascimento de Dom Bosco, é possível ter a
exata dimensão do legado deixado por ele, assim como das responsabilidades
herdadas pela Congregação Salesiana. Considera esta
celebração o momento de homenagear os inúmeros homens e mulheres que dedicaram
a vida a cuidar da juventude.
8 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO
Presta homenagem, com a entrega de
uma placa, ao padre Roque Luiz Sibioni, vice-provincial da Inspetoria Salesiana
de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de São Paulo. Argumenta que é através
da Educação que a sociedade pode ser transformada. Menciona iniciativas da
Polícia Militar na área do ensino de crianças e jovens. Informa que a
iniciativa para a realização desta solenidade partiu de Luiz Eduardo Arruda e Domingos
Zamagna. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Camilo.
* * *
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Boa noite, senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Neste instante, daremos início à sessão solene com a finalidade de homenagear o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco.
Convido para compor a Mesa principal o deputado estadual Coronel Camilo, líder do PSD nesta Casa, proponente desta sessão que hoje homenageia o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco; padre Rosalvino Morán Viñayo, representando todos os diretores da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de Dom Bosco, São Paulo; irmã Alzira Nakashima, provincial das Irmãs de Caridade de Jesus; irmã Helena Gesser, provincial da Inspetoria Santa Catarina de Senna, Filhas de Maria Auxiliadora, São Paulo; xeique Hosni Abdelhamid Mohamed Youssef, da Mesquita de Mogi das Cruzes; padre Roque Luiz Sibioni, vice provincial da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de Dom Bosco, São Paulo.
Com a palavra, o deputado Coronel Camilo.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Boa noite a todos. É um prazer
recebê-los nesta Casa de Leis para a homenagem a Dom Bosco. Muito obrigado a
todos os presentes. Obrigado a todos citados componentes da Mesa - padre Roque,
padre Rosalvino, nossa irmã Alzira, irmã Helena,
xeique Hosni Youssef.
Na extensão da Mesa, quero citar nosso coronel
professor Luiz Eduardo Arruda, companheiro da minha turma, ex-oratoriano
salesiano de Araras, secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento
Social; senhor Felipe Sigollo, representando o senhor
governador Geraldo Alckmin - obrigado pela sua presença; dom Carlos Lema
Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e responsável pela área de Educação e
Juventude; professor Domingos Zamagna, docente de
Teologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo.
Senhoras e senhores, durante a
solenidade, vamos citando os demais convidados.
Agradeço a todos os presentes, os
deputados, àqueles que nos acompanham pela TV.
A finalidade desta sessão é homenagear o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco.
Comunicamos aos presentes que
esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV WEB e será retransmitida pela TV
Assembleia neste domingo, dia 1o, às 21 horas, pela NET, canal 7;
pela TV Vivo no canal 66 analógico e 185 digital; e
pela TV Digital Aberta, canal 61.2.
Convido todos os presentes para,
de pé, ouvirmos o Hino Pontifício e, em seguida, cantarmos o Hino Nacional
Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob
a regência do subtenente PM Juarez Fonseca.
* * *
- É feita a execução do Hino Pontifício e do Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Esta Presidência agradece a nossa Banda, o nosso maestro Fonseca. Uma
salva de palmas para a Banda da Polícia Militar.
Quero agradecer a todos os
presentes e, principalmente, às professoras e aos professores. Defendo, nesta
Casa, a educação, a cultura, a família. Criei aqui a Frente em Defesa da
Família, da Cidadania e da Cultura para cultivarmos valores. Para mim, é honra
muito grande estar presidindo esta sessão.
Este é o plenário principal da
nossa Casa, onde, nós, os deputados, votamos as nossas
leis. Aqui também são feitas as sessões solenes. Nos outros plenários da Casa,
são realizados os atos solenes. As sessões aqui são sempre votadas no Colégio
de Líderes, que representa os deputados, e autorizadas pelo presidente.
Portanto, foi o nosso presidente Fernando Capez quem
autorizou a realização desta sessão solene em homenagem a Dom Bosco. Ele nos
atendeu de pronto. Todos os deputados acolheram o pedido da sessão solene e a
aprovaram. Digo isso para que os senhores possam entender a diferença e a
importância do evento.
Gostaria de citar também o nome
do padre Douglas Verdi, diretor do Colégio Salesiano Santa Teresinha. Padre
Douglas, tive um tio que também foi padre no Santa Teresinha
por muito tempo, padre Alexandre Camilo. Não sei se foi da mesma época.
Quero saudar também o padre Hélio
Espínula Pinto da Paróquia Santa Luzia, padre Luiz Alves de Lima, padre Fiorin de
Sorocaba, padre Mauro Bombo de Sorocaba, padre Trindade também de Sorocaba,
padre Assis Moser diretor do Instituto Teológico Pio XI, senhor Edivaldo
Pereira, representando nosso colega de Assembleia deputado Gil Lancaster.
Gostaria de citar ainda algumas
pessoas que não puderam estar presentes, mas enviaram os seus cumprimentos. Em
primeiro lugar, nosso presidente Fernando Capez que,
em razão de outros compromissos, não pôde comparecer; cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, que faz um
agradecimento. O Sr. Edson Aparecido, secretário-chefe da Casa Civil, também
impossibilitado de comparecer, deseja um bom evento a todos nós. Da mesma
forma, o secretário de segurança, Dr. Alexandre de Moraes; o presidente da
Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato, meu colega de vereança - fui
vereador dois anos em São Paulo.
Por fim, quero registrar o
agradecimento especial da dona Lu Alckmin, nossa
primeira-dama, uma mulher sempre empenhada nas ações sociais. Ajudou muito a
Polícia Militar de São Paulo nas suas campanhas e ajuda sempre as pessoas mais
carentes por meio do Fundo de Solidariedade.
Obrigado a todos.
Dando sequência a nossa
solenidade, convido, para fazer uso da palavra, padre André Torres.
Quero aproveitar para dizer que é
uma honra muito grande estar presidindo esta sessão.
O SR. ANDRÉ TORRES - No
início desta sessão solene em homenagem a São João Bosco, queremos propor um
breve momento de espiritualidade, de oração, para rendermos graças a Deus por
nos ter dado Dom Bosco.
No dia 16 de agosto de 1815,
portanto 200 anos atrás, nascia, em uma pequena cidade do norte da Itália, João
Bosco - hoje São João Bosco, ou simplesmente Dom Bosco.
A casa onde Dom Bosco nasceu não
existe mais. Em seu lugar, vemos hoje um majestoso Santuário. Dentro do
Santuário, um lindo relicário guarda um pedaço do cérebro de nosso santo
fundador, assinalando o local onde estava aquela
humilde habitação. Deste lindo relicário, que marca este lugar tão especial
para a família salesiana, existe uma única cópia no
mundo, um fac-símile autêntico, contendo também nele um pequeno pedaço do
cérebro de Dom Bosco.
Este relicário está aqui hoje, e
queremos trazê-lo à frente para que nos recorde a vida e missão de São João
Bosco - o santo da juventude - enquanto cantamos.
* * *
- É realizado o canto enquanto entra o relicário.
* * *
O SR. - Ouviremos, neste momento, um trecho da palavra de Deus. Leitura da carta
dos Filipenses, capítulo 4, versículo de quatro a
sete:
“Alegrai-vos sempre no Senhor.
Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O
senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias,
apresentai a Deus as vossas preocupações mediante a oração, as súplicas e a
ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de
guardar vossos corações e vossos pensamentos em Cristo Jesus”.
Palavra do Senhor.
A palavra de Deus fala da
alegria, fala da bondade, aquilo que Dom Bosco semeou no mundo. Queremos
transformar em prece os sentimentos que agora estão em nossos corações na
alegria de celebrar os 200 anos do nascimento de São João Bosco.
Por isso, queridos irmãos e irmãs,
elevemos a Deus, nosso Pai, as nossas preces, Ele que nos deu Dom Bosco, fiel
servidor da igreja e educador dos jovens.
A cada prece, poderemos rezar
juntos dizendo: “Deus de bondade, ouvi-nos!”
A SRA. - Pela família salesiana, para que, atenta aos
sinais do tempo como São João Bosco, encontre sempre novas energias para
continuar sua missão de evangelização e formação da juventude na Igreja e na
sociedade, rezemos ao Senhor.
Deus de bondade, ouvi-nos!
Pelos educadores cristãos, para
que se empenhem generosamente em conduzir os jovens do nosso tempo a um
amadurecimento consciente da fé e a manifestá-la por um decidido testemunho
cristão em nossa sociedade, rezemos ao Senhor.
Deus de bondade, ouvi-nos!
Pelos jovens, para que encontrem
em cada um de nós, membros da Família Salesiana, um
amigo que os ajude a orientar a própria vida de acordo com o Evangelho e sejam
na sociedade “bons cristãos e honestos cidadãos”, rezemos ao Senhor.
Deus de bondade, ouvi-nos!
Por esta Casa Legislativa, por
seus deputados e deputadas, para que, no exercício de suas funções, visem
sempre o bem comum, o progresso de nosso estado, o desenvolvimento e a
felicidade de todas as pessoas, rezemos ao Senhor.
Deus de bondade, ouvi-nos!
Por todos nós aqui presentes,
para que reforcemos os vínculos da fraternidade e da comunhão para o bem da
nossa sociedade, rezemos ao Senhor.
Deus de bondade, ouvi-nos!
O SR. ANDRÉ TORRES - Juntos,
rezemos como o próprio Senhor nos ensinou. Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa
vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém!
Dom Bosco nada fez sem que
estivesse presente a proteção e a mão estendida da Virgem Maria, a quem ele nos
ensinou a chamar de Auxiliadora. Ele gostava de, em todos os momentos, abençoar
os seus filhos com aquela bênção pedida pela intercessão de Nossa Senhora
Auxiliadora.
Queremos também hoje pedir essa
bênção sobre nós, sobre esta Casa e sobre todos aqueles que precisam da bênção
do Senhor.
Rezemos juntos: Ave Maria, cheia
de graça, o Senhor é convosco! Bendita sois Vós entre as mulheres! Bendito é o
fruto do vosso ventre, Jesus! Santa Maria, mãe de Deus, rogai
por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte! Debaixo de vossa proteção
nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as
nossas súplicas e nossas necessidades, mas livrai-nos sempre todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita, nossa Senhora Auxiliadora! Ouvi Senhor a minha
oração. O Senhor esteja convosco!
Como tantas vezes fez Dom Bosco,
nós, seus filhos, queremos repetir esta bênção. Deus eterno e onipotente, que,
por intervenção do Espírito Santo vos dignastes preparar o corpo e a alma da
gloriosa Virgem Mãe Maria para que fosse digna morada do vosso Filho, fazei que
sejamos livres da morte eterna e de todos os males e perigos que nos rodeiam!
Por intercessão daquela cuja lembrança hoje sempre nos alegra e do Vosso Filho
Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Que desça sobre todos nós, sobre
esta Casa, sobre os mais necessitados, a bênção de Deus Todo Poderoso, que é
Pai, Filho e Espírito Santo! Amém!
O SR. - Cantemos o canto número dois do folhetim.
* * *
- É entoado o canto.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Agradeço a todos. Foi muito bom ver esta Casa
cheia de religiosidade.
Muito obrigado pelas palavras do
nosso padre, pelas orações que fizeram por esta Casa. Peço a Deus que ilumine
bastante os nossos deputados estaduais - nos quais me incluo - para que
possamos fazer o melhor pelo cidadão de São Paulo.
Vamos assistir agora à
apresentação de um vídeo institucional sobre a vida de Dom Bosco.
* * *
- É feita a exibição do vídeo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - É um exemplo para nós.
Dando continuidade aos trabalhos,
vamos chamar, para fazer uso da palavra, meu amigo professor Luiz Eduardo Pesce de Arruda, ex-oratoriano
salesiano de Araras, que vai falar em nome de milhares de ex-alunos e ex-oratorianos salesianos do Estado de São Paulo.
O coronel Arruda, professor
Arruda, um exemplo para nós, também nos ajuda aqui na Assembleia Legislativa.
Tenho uma afinidade muito grande com esse menino, porque o conheço há 36 anos.
Ele é da minha turma da Academia de Polícia Militar.
O SR. LUIZ EDUARDO ARRUDA - Nobre Deputado Coronel Camilo, em nome de quem peço
licença para saudar todos os parlamentares desta Casa; padre Roque, em nome de
quem peço licença para saudar todos os salesianos e salesianas
presentes, colaboradores, alunos, sacerdotes; senhor secretário-adjunto do
Desenvolvimento Social; caro xeique Hosni, professor
Domingos Zamagna, capitão Júnior, assessores do
gabinete do coronel Camilo, senhoras e senhores, boa noite.
É uma honra que reputo merecer
fazer uso da palavra em nome dos milhares de oratorianos, ex-alunos,
cooperadores e amigos da obra salesiana, que há 132
anos, desde 1883, tem trazido educação, formação profissional, vida saudável,
amabilidade e fé ao povo brasileiro.
Irmanados às filhas de Maria
Auxiliadora, presentes entre nós desde 1892, os padres e cooperadores
salesianos têm se dedicado incansavelmente à juventude, especialmente àqueles
que Dom Bosco chamava de “rapazes em maior perigo”, de preferência aos egressos
das prisões. A eles, Dom Bosco dedicou especial amabilidade, mas não uma
amabilidade sem limites ou sem regras. Amor com responsabilidade.
Os jovens sentiram que Dom Bosco
se interessava verdadeiramente por eles. Ele tinha uma palavra, uma atenção
especial, um sorriso para cada jovem, mas, deles, exigia que se conduzissem com
disciplina e ordem. Dom Bosco abominava a violência e, mesmo com risco pessoal,
protegia seus jovens da violência.
A oratória de Dom Bosco estava
prestes a nascer, em 1841, e ele se preparava para celebrar uma missa em Turim
quando intercedeu em favor de um menino pobre de 16 anos, artesão, órfão
de pai e mãe. Ele perguntou ao menino se sabia ler e escrever. O menino disse
que não. Perguntou se sabia cantar. O menino, quase chorando, disse que não.
“Pelo menos, sabe assoviar?”, perguntou. O menino começou a rir. Disse a Dom
Bosco que havia se confessado só quando era criança, mas nunca fizera a
primeira comunhão nem frequentara o catecismo aos 16 anos. Ele queria
frequentar o catecismo, mas temia ser discriminado por sua origem e até mesmo
espancado pelos demais. “Fique tranquilo”, disse Dom Bosco, “você é meu amigo e
ninguém vai bater em ti.”
Proteger os jovens da violência -
inclusive da violência institucional - é uma das grandes lições para a nossa
geração. Para ele, todos os meninos são bons. Há meninos maus apenas porque não
há quem cuide deles. Não basta que os jovens sejam amados, é preciso que eles
saibam que são amados, disse Dom Bosco.
A partir da sua figura
inspiradora, a palavra “já” e o sentido da pronta intervenção têm arrastado
geração de salesianos à ação. Embora Dom Bosco ensinasse os jovens a serem
autossuficientes e não dependerem da caridade do Estado ou da benesse dos
poderosos, ele entendia que intervir é urgente. Sob a ótica de Dom Bosco, não
se pode esperar por projetos ideais, por reformas ou revoluções do sistema. Se
não agirmos sem demora, poderá ser tarde demais. Por isso, foi Dom Bosco que
iniciou no mundo as escolas noturnas e as escolas profissionais salesianas.
É preciso ressaltar que os
salesianos são exímios planejadores, mas, acima de tudo, são homens e mulheres
de ação. Oferecem educação religiosa, oferecem pão, oferecem ensino profissional
e educação de altíssima qualidade. Interessam-se pelo destino profissional de
seus jovens, renovando o mundo e a vida das crianças e dos adolescentes pela
amabilidade. São homens e mulheres do nosso tempo.
A marca salesiana
transformou minha vida; a alegria que Domingos Sávio associava à santidade, os
esportes, o estudo, a vida em comunidade, o serviço aos mais vulneráveis.
Durante muitos anos frequentei o Santuário Coração de Jesus na minha cidade
natal, Araras. Fui coroinha, convivi com muitos salesianos. Jamais fui
desrespeitado, sempre me senti acolhido e amado. Escutava histórias do padre
Atílio Grossi, que, no conceito da minha cidade, foi
um santo em vida. Foi ele quem ministrou a primeira-comunhão a minha mãe.
Morreu muitos anos antes de eu haver nascido.
Como menino, meu modelo de
sacerdote bondoso, cheio de caridade e compreensão, foi o padre Carlos Senna.
Convivi com homens que exalavam odor de santidade, como o padre Luiz Bordignon. Um dia, minha mãe queria lhe oferecer um
presente de aniversário e, para tanto, consultou o padre João Modesti. Deu-lhe de presente um vidro de Nescafé. Ele gosta muito, mas não se permite ao luxo de
comprar um vidro de Nescafé só para si.
Convivi com o padre João Modesti, um orador privilegiado, professor de saber
enciclopédico, acadêmico rigoroso, interlocutor fascinante, meu amigo. Um dia,
adolescente, depois de muito pensar, decidi que não seria padre salesiano, mas
policial, pois, se, por um lado, queria casar e ter filhos, por outro, queria
também servir ao próximo, fascinado pela ética de Dom Bosco: Deus nos colocou
no mundo para os outros.
Minha família, com exceção de meu
pai, insurgiu-se contra essa decisão. “Não criei meu filho para caçar bandido”,
disse minha mãe. Em ato de desespero, encaminhou-me para um teste junto ao
melhor psicólogo que havia em Araras, que era exatamente o padre Modesti. Depois do mais completo e profundo psicotécnico a
que me submeti em toda minha vida - na PM, fiz muitos psicotécnicos depois - o
padre Modesti chamou minha mãe e, em minha presença,
prolatou a sentença: “Sinto muito, minha senhora, mas seu filho vai ser mesmo
policial militar.” Minha mãe chorou. Hoje, ela sorri quando nos lembramos disso
e diz aos quatro ventos que tem muito orgulho de minha profissão e do destino
que dei a minha vida.
Já adulto, convivi com o padre Song - grande musicista, liderança inspiradora,
empreendedor de alma leve, como a de um menino. Mais tarde, bispo e missionário
em São Gabriel da Cachoeira.
Admirei o padre Rosalvino, quando comandei o policiamento em uma parcela na
zona leste, pelo seu trabalho social, pela sua liderança e pelo seu respeito
por cada pessoa - das criancinhas ao governador do Estado. Admirei o padre Reami, padre Vicente Guedes e o afável padre Mário Quilici, em sua velhice. Mas os oratorianos mais antigos
segredavam que, na juventude, ele fora um beque central impiedoso, ceifando
canelas adversárias que usavam defrontar-se contra o time do Liceu. Ele não era
tão bonzinho quando jogava futebol, dizem os mais velhos.
Vivemos um tempo de desafios,
especialmente marcado pelo consumismo e pela presença tenebrosa das drogas e da
violência. Como responder ao enorme desafio de dialogar com os jovens em
situação de exclusão e risco? Com adolescentes, por vezes, autores dos mais cruéis
atos antissociais? Aparentemente, lembramo-nos sempre de propor soluções de
força: reduzir a maioridade penal, puni-los mais e
mais duramente.
Será que, por um instante, não
seria oportuno nos lembrarmos das lições de Dom Bosco, cuja proposta, cada dia,
revela-se mais atual? É possível pautar-se na vida religiosa, na vida
profissional, no exercício da política, segundo as regras que Dom Bosco, mais
que ensinar, vivenciou. É possível viver com fé e alegria. É possível amar
nossa cidade, cuidar dela, das pessoas que nela vivem - especialmente as mais
vulneráveis. Atuar para que os poderosos não ajam com prepotência e que os
fracos não sejam esmagados. É possível arrastar os jovens pelo exemplo e pelo
afeto, resgatando-os da exclusão, da violência e da anunciada morte precoce.
Paulo VI dizia que a política é a arte mais sublime.
Por isso, meu querido amigo coronel Camilo, deputado proponente desta sessão,
eu o saúdo por estar fazendo de sua já longa vida pública um exemplo de
dignidade e retidão, pelo qual todos nós, brasileiros, ansiamos muito.
Quero agradecer também ao
professor Domingos Zamagna, meu colega de docência na
Fapcom, a pessoa que deu a primeira sugestão para
homenagearmos Dom Bosco no seu bicentenário nesta Casa. Prontamente, o coronel
Camilo a acolheu e, depois, o presidente Fernando Capez
também.
Quero saudar, muito
particularmente, o capitão Júnior, um oficial da Polícia Militar, com enorme
amor pelas pessoas. Aprendeu isso quando foi salesiano durante anos.
Agradeço, por derradeiro, ao meu
pai e a minha mãe por levar-me ao convívio dessa grande família. Às senhoras e
senhores, professores, professoras, queridos salesianos,
queridas salesianas, que decidiram oferecer
suas vidas para educar a juventude, a minha gratidão, o meu respeito e todo meu
amor. Lembro suas lições todos os dias. Muito obrigado!
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns, professor Arruda, pelas suas
palavras, por todo esse exemplo de vida que é para nós.
Gostaria de chamar agora o nosso
professor Dr. Domingos Zamagna para que fizesse o uso
da palavra.
Mais uma vez, deixo meu
agradecimento a todos vocês professores. Ainda sonho que o professor vai ser a
imagem que tive do professor no fundamental, quando terminei o quarto ano
primário. Muitos dos professores talvez não saibam o que é o primário, porque
são jovens. Fiz a admissão - havia curso de admissão - e, quando saí do
primário, queria ser professor. Sonho que nossos alunos futuros possam ter esse
mesmo sonho que eu tinha de querer ser professor. Depois, fui ser policial como
o Arruda, mas queria ser professor.
Professor Zamagna,
a palavra é sua.
O SR. DOMINGOS ZAMAGNA - Exmo.
senhor presidente, nobre deputado Coronel Álvaro
Camilo, senhor secretário-adjunto de Desenvolvimento Social; Dr. Felipe Sigollo, representando o governador Geraldo Alckmin; demais
autoridades do Estado e do Município; Revmo. padre Roque Sibioni, representante
do Revmo. padre Edson Donizetti Castilho, inspetor provincial salesiano, em nome
de quem saúdo a família salesiana, salesianos presentes,
colegas professoras, professores e queridos estudantes, minhas senhoras, meus
senhores; Exmo. xeique Hosni,
cumpro o agradável dever de agradecer à família salesiana
e ao gabinete do deputado Camilo, por ter sido escolhido para dirigir ao plenário
uma breve palavra sobre a pedagogia de São João Bosco.
É uma honra que não tenho como
retribuir. Certamente, não sou a pessoa mais indicada, mas, como jornalista e
professor, pelo menos, sou testemunha e beneficiário de uma pedagogia que já
tem 150 anos de existência de experiência, contínuo aperfeiçoamento e
comprovada eficiência, a ponto de tornar-se paradigmática para quantos se
preocupam e se devotam à formação de crianças, adolescentes, jovens e suas
famílias.
Como não sou
especialista, valho-me do relato que ouvi pessoalmente de um especialista
isento, Dr. Walter Fanganiello Maierovitch,
ilustre magistrado, professor emérito da Universidade Mackenzie, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, ex-ministro da Secretaria de Combate às Drogas do Governo Fernando
Henrique Cardoso, juiz corregedor dos presídios do Estado de São Paulo,
consultor das Nações Unidas da Comunidade Europeia e membro do Instituto
Giovanni Falcone de Luta contra a Criminalidade. Inclusive alguém bem conhecido nos meios de
comunicação da nossa capital.
Ele estava preocupado com a
situação de crianças e jovens moradores de rua e com a delinquência juvenil.
Estudando diversas iniciativas e empreendimentos para tentar sanar essa
situação, veio conhecer a pedagogia de Dom Bosco. Dirigiu-se a Turim, na
Itália, para estudá-la em profundidade no seu nascedouro.
Cito literalmente as suas
palavras: “Ali encontrei a solução. Não precisaríamos inventar mais nada. Era
inspirar-se no ensinamento e na atividade de Dom Bosco, adaptando naturalmente
o que fosse preciso para nossa realidade.”
Senhor presidente, senhoras e
senhores, o que poderá ter impactado tão profundamente uma reconhecida
autoridade de nossa sociedade, sobretudo se levarmos em conta o currículo do
Dr. Maierovitch, que fiz questão de externar?
Certamente não foram as minudências de um Piemonte e
de uma Itália dos 800. Isso seria um anacronismo. O que impressiona os
educadores de antanho e de hoje são os princípios que nortearam e norteiam a
pedagogia de Dom Bosco e dos seus discípulos e discípulas.
Terei o cuidado nos próximos dias
de oferecer ao gabinete do nobre deputado Camilo, para que examine e encaminhe
à biblioteca desta Casa de Leis, uma bibliografia básica produzida pela Rede Salesiana de Escolas e pelas Inspetorias Salesianas do Brasil a respeito do sistema pedagógico de
Dom Bosco.
Considero tarefa humanamente
impossível, ao menos para este obscuro professor, resumir a grandiosidade
contida em tais estudos. Mas, como Dom Bosco sempre foi avesso
a atitudes artificiais, grandes, eloquentes ou espalhafatosas, primando pela
singeleza em todas suas ações, essa pedagogia pode ser resumida em três
palavras italianas, que rapidamente evoco e são do conhecimento de todos que
passaram pelas escolas salesianas.
Primeiro, “amaverolezza”. Precisaríamos encontrar neologismos para traduzir algumas dessas
palavras. “Amaverolezza” designa bondade afetuosa,
uma atitude cheia de acolhimento, de sorriso, de amizade calorosa, capaz de
instaurar rapidamente um relacionamento fraterno.
Segundo, “familiarità”.
Difícil falar de pedagogia, de educação, sem o espírito de família, sem a
valorização da família. É preciso criar um clima onde cada qual se sinta
acolhido e bem em sua casa. O educador há de cultivar a arte de deixar as
pessoas à vontade, sem constrangimentos, cada qual encontrando seu lugar, seu
espaço. E há de se sentir importante.
Terceiro, “allegria”. Alegria é o fruto de um coração unificado e tendente para a prática do
bem. A alegria é um estimulante educativo, acompanhada sempre da música, da
dança, do teatro, dos espetáculos, do acampamento, do esporte, de um lanchinho, do contato com a natureza, do amor pelos
estudos, o conhecimento, o convívio fraterno.
Não nos deixemos impressionar
pela simplicidade desses princípios. É uma pedagogia para os simples. São
princípios pensados primeiramente para urgências sociais, para crianças que
reincidiam em comportamentos antissociais, que vegetavam pelas ruas causando
pânico nas cidades.
Foi delas que se aproximou Dom
Bosco e as acolheu com amabilidade, como sua família, fazendo-as reconhecer -
ou, quem sabe, conhecer - uma alegria que a crueza da vida lhes roubara. Foi
daí que tudo partiu. Em vez da repressão, como era o costume da época, Dom
Bosco pautou sua vida pela pedagogia da prevenção.
Senhor presidente, peço a V. Exa, que acolha, como parte integrante desta singela
comunicação, as páginas que não posso ler neste instante, mas que seguirão
anexas - um artigo escrito pelo próprio Dom Bosco em 1877, na maturidade de 40 anos
de educador, que ilustra a qualidade de uma nova pedagogia, toda baseada na
prevenção, na confiança, na amizade.
Em um século e meio, a família salesiana se semeou no mundo inteiro. É, hoje, a segunda
maior família religiosa da Igreja Católica. Possui desde escolas infantis até
universidades e centros de excelência pelo mundo afora; centros de educação,
ciência, cultura, tecnologia, obras sociais, paróquias, missões.
Estão presentes
sobretudo onde há mais urgência e necessidades, entre os pobres, os aprendizes,
os operários, os índios, os ribeirinhos, os doentes e os marginalizados.
De onde vem
essa força, essa energia, tamanha resiliência? De um
encontro pessoal com o jovem carpinteiro Jesus de Nazaré, sua mãe Auxiliadora e
seu pai José, protetor dos valores contidos na mensagem evangélica que
encantaram um jovem piemontês há exatamente 200 anos, que quis contagiar outras
pessoas com a beleza, a maravilha divina humana deste encontro transformador de
pessoas e comunidades.
Senhor presidente, não quero
finalizar esta singela locução sem cumprimentá-lo pela iniciativa de honrar o
santo educador Dom Bosco no bicentenário do seu nascimento. É um ato de
grandeza de V.Exa. associar
o povo paulista, através do seu Parlamento, às festividades que, na Igreja Católica
e no mundo inteiro, são feitas para venerar a figura do santo dos jovens.
Saiba que, para nós, V.Exa. também é um exemplo e um
estímulo. Especializado nas artes da segurança e nos recursos da força e das
armas, quando se fazem necessários, V.Exa. mais acreditou na prevenção e na educação como forma de
dotar o nosso estado da verdadeira segurança. Sabemos que sempre odiou a
violência, que lutou e luta para que seja banida da nossa sociedade. Após
décadas de busca, de superar a criminalidade pelos caminhos convencionais da
vida castrense, dedica-se agora, como legislador, a otimizar as veredas que
conduzem à convivência e ao trabalho entre os cidadãos pela
prevenção, pela convivialidade, pela negociação, pela
tolerância, o diálogo, pela educação, a tudo antepondo o bem supremo da
sociedade que, nunca o confronto, é a paz.
Acho justo que sonhemos nesta
noite que se firme ou se reafirme um pacto entre os legisladores, os educadores
e os religiosos para o bem das crianças, dos jovens e suas famílias. Exatamente
para quê, senhor presidente, senhoras e senhores? Exatamente para que o slogan
do atual mandato presidencial não seja apenas um alarido, um palavreado oco.
Que a “Pátria Educadora” desvista
de sua fantasia e passe a trabalhar de fato com competência, eficiência e
honradez, para que saiamos da vergonhosa situação em que se encontra a educação
brasileira e venha a ser realidade entre nós a profecia de um colega de V.Exa., também deputado no
Parlamento francês. Refiro ao padre Henri Lacordaire,
contemporâneo de Dom Bosco, também sacerdote, jornalista e educador que nos
ensinou: “Cada vez que se abre uma boa escola, eis a melhor maneira de se
fechar uma prisão.”
Senhor presidente, senhor vice-inspetor, autoridades salesianas,
senhoras e senhores, muito grato pela atenção. Não nos
esqueçamos por que estamos aqui reunidos.
Viva Dom Bosco!
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Agradeço as palavras do nosso professor Dr. Zamagna, que citou minha experiência - e faço questão de
reforçar. Tenho uma experiência muito boa na área de Segurança Pública, são 33
anos; nos últimos três anos como comandante-geral da Polícia Militar de São
Paulo. Vamos vencer a criminalidade com inteligência, dizendo não ao
enfrentamento, trabalhando de uma forma que possamos educar os nossos jovens e
evitar que entrem no crime. Ou seja, trabalhando na prevenção, respeitando as
pessoas dentro da filosofia da Polícia Militar de Direitos Humanos, também
trabalhando com a polícia comunitária, interagindo com o cidadão. É por aí que
vamos melhorar, sem sombra de dúvida, professor, toda nossa sociedade.
Citamos no início que dona Lu
Alckmin nos deixou uma mensagem. Estive ontem com nosso governador Geraldo
Alckmin - padre Rosalvino também conversou com ele -
que, por não poder estar presente, mandou uma mensagem que vamos assistir.
* * *
- É feita a exibição de vídeo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns ao nosso governador Geraldo Alckmin
pelas palavras. Pediria ao nosso secretário-adjunto, Felipe Sigollo,
que transmita nossos agradecimentos ao senhor governador.
Passo a palavra ao Revmo. Padre Roque Luiz Sibioni, vice-provincial dos salesianos de São Paulo, representando
neste ato o padre Edson Donizetti Castilho,
provincial salesiano em viagem ao Chile.
Reforço mais uma vez que o
enfrentamento não é a solução. A solução para a segurança e todos nossos
problemas está no que estamos vendo aqui: nos professores, nas nossas escolas e
na nossa educação. Por isso, com muito orgulho, presido esta solenidade.
Quero destacar ainda que, como
comandante-geral, tentamos levar ao máximo a religiosidade dentro da Polícia
Militar de São Paulo. São perto de 100 mil homens e mulheres que estão, no dia
a dia, enfrentando as agruras da vida, vendo muita coisa não
tão boas. Portanto, também precisam da religião.
Padre Roque, a palavra é sua.
O SR. ROQUE LUIZ SIBIONI - Senhoras
e senhores, autoridades presentes, boa noite.
A Inspetoria Salesiana
de São Paulo sente-se muito honrada por receber esta homenagem da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, por ocasião da celebração dos 200 anos do
nascimento de São João Bosco. Agradecemos todas as autoridades e demais pessoas
que estiveram presentes na proposição desta honrosa homenagem e solenidade
neste cerimonial.
Em nome do nosso provincial,
padre Edson Donizetti Castilho, ausente por
compromissos no Chile com os superiores gerais, estendemos nosso agradecimento,
alegria, estima e gratidão a todas as autoridades e pessoas presentes.
Quero saudar inicialmente as
autoridades que compõem esta Mesa solene - Exmo. senhor
deputado Álvaro Batista Camilo, coronel Camilo, autor da proposição desta
homenagem; Exmo. senhor professor Luiz Eduardo Arruda,
ex-oratoriano salesiano de Araras, em nome dos
milhares de ex-alunos e ex-oratorianos salesianos de
todo estado de São Paulo; professor Dr. Domingos Zamagna,
docente de Teologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo; irmã Helena
Gesser, provincial da Inspetoria Santa Catarina de
Senna; filhas de Maria Auxiliadora, São Paulo; irmã Alzira Nakashima,
provincial das irmãs de Caridade de Jesus; padre Rosalvino;
padre Justo Ernesto Piccinini, diretor financeiro da
Inspetoria Salesiana de São Paulo, na pessoa de quem
cumprimento todos os salesianos e salesianas
presentes. Cumprimento também as demais pessoas e
autoridades que se fazem presentes neste momento.
A presença da família salesiana no Brasil teve início em 14 de julho de 1883, a
pedido de Dom Pedro Maria Lacerda, então bispo do Rio de Janeiro. Convite feito
pessoalmente a Dom Bosco em Turim em1877. Na época, a congregação tinha 18 anos
de existência e já estava presente na Argentina e no Uruguai.
O primeiro grupo de salesianos
que aqui chegou era formado de sete sacerdotes ordenados pelo inspetor padre
Luiz Lasagna. Em razão de um surto de febre amarela
que assolava a capital fluminense, esses salesianos estabeleceram-se na cidade
de Niterói. O foco da educação dos jovens filhos das classes populares,
especialmente os ex-escravos e imigrantes, foi fator
preponderante da fundação da segunda obra dos salesianos no Brasil.
O Liceu Coração de Jesus em São
Paulo, no dia 5 de junho de 1885. Em 1892, chegaram em
Guaratinguetá as primeiras filhas de Maria Auxiliadora, para estender às
meninas o carisma educacional de Dom Bosco e madre Mazzarello.
Em junho de 1894, iniciou-se a ação missionária entre os povos indígenas, em
Cuiabá, Mato Grosso.
A Inspetoria Nossa Senhora
Auxiliadora foi fundada em 1883. A sua primeira sede foi o Colégio de Vila
Colón em Montevidéu, Uruguai, passando, em seguida, para o Ginásio São Joaquim,
em Lorena, em 1896 e, finalmente, para o Liceu Coração de Jesus em 1908, onde
está situado atualmente.
No Brasil, os salesianos de Dom
Bosco estão organizados em seis inspetorias que compõem a Conferência das
Inspetorias dos Salesianos de Dom Bosco no Brasil, chamada Cisbrasil.
As filhas de Maria Auxiliadora têm nove inspetorias que formam a Conferência
das Inspetorias das Filhas de Maria Auxiliadora - CIB. As duas conferências,
desde 2012, trabalham conjuntamente em algumas frentes de ação pastoral por
meio da Rede Salesiana Brasil.
A presença salesiana
no Brasil atua em escolas, ensino superior, centros de formação
profissionalizante, oratórios, obras assistenciais e sociais, missões com os
povos indígenas e paróquias. No mundo atualmente, o carisma de Dom Bosco está
presente em 132 países nos cinco continentes.
Dom Bosco e madre Mazzarelo, a cofundadora das Filhas de Maria Auxiliadora, entregaram
suas vidas e gastaram todas as suas forças na educação e evangelização da
juventude. Para isso, sempre contaram com o apoio, a ajuda e parcerias das
pessoas de bem, poderes e autoridades políticas e religiosas, voluntários,
pessoas de influência na sociedade, a fim de angariar recursos e apoio para
oferecer aos jovens e às jovens mais pobres dignidade,
estudo de qualidade, qualificação profissional, formação humana, cristã,
cidadã; a fim de conquistarem com dignidade o sustento, encontrarem o sentido
para a vida e serem pessoas honestas e distintas na sociedade.
Dom Bosco é um pastor educador.
Há nele uma relação muito estreita entre a missão educativa e a orientação
espiritual dos jovens. Sempre teve a preocupação de criar um ambiente educativo
bem ordenado, rico de propostas formativas e de relações humanas, a fim de
poder conquistá-los para Deus para, depois, acompanhá-los passo a passo na
formação cristã da própria personalidade por meio de um processo educativo
pleno.
A sua ação educativa, o cuidado
pela relação paternal e amigável não se reduz à dimensão pedagógica e
assistencial. Tende a um acompanhamento formativo que tem o seu vértice no
acompanhamento espiritual que não se reduz a um simples serviço social, mas
visando à perfeição cristã, parte essencial e necessária da pedagogia salesiana. A relação de acompanhamento tem tonalidades e
graduações diversas conforme o tempo, o contato, a incidência que se tem com os
jovens.
O método educativo de Dom Bosco
não é elitista nem seletivo, porque se caracteriza por forte tensão
missionária. Ele queria atingir todos os jovens de um território, começando
pelos mais pobres e abandonados, por aqueles que estavam em perigo, mais
distantes, a fim de levar todos para Deus, através de percursos graduais,
itinerários educativos e espirituais adaptados a cada um. Para isso, Dom Bosco
tende a criar comunidades de vida, nas quais, por meio do encontro cordial e da
presença contínua, da proximidade empática de educadores, se possam estabelecer
relações de confiança e amizade.
Ele mira a conquista dos
corações. Para isso, emprega instrumentos comunicativos, linguagens e
experiências que possam sentir o oratório, a obra social e profissionalizante,
a escola, a universidade, a paróquia, como a sua casa, onde estão à vontade.
Por outro lado, que todos possam dar-se conta do fascínio e da atração da
proposta cristã.
Na proposta e ação educativa, a
prevenção é essencial ao modelo formativo de Dom Bosco e ao seu método, tanto
para proteger quanto para promover os adolescentes e jovens.
O princípio inspirador da
proposta educativo-pastoral de Dom Bosco é a caridade pastoral. Desenvolveu o
sistema preventivo a partir das necessidades e realidades dos jovens. Proposta
pedagógica e espiritual adequadas aos jovens, à realidade, à linguagem, ao
tempo em que vivem.
O sistema preventivo é a fonte e
inspiração de uma forma concreta e original de viver e atuar a missão salesiana, que chamamos pastoral juvenil salesiano. O
sistema preventivo é a proposta educativa integral. Articula-se
substancialmente em duas direções: proposta de vida cristã e metodologia
pedagógica prática.
O ano em que celebramos os 200
anos do nascimento de Dom Bosco tem uma dupla face. Uma, a exterior, mas
pública e oficial. Por exemplo, esta sessão que estamos vivendo neste momento,
e outra, a interior, mais íntima. Duzentos anos desde o nascimento Dom Bosco,
suscitado pelo Espírito Santo com a intervenção de Maria, é um tempo suficiente
para ver e compreender o que herdamos.
Primeiramente, a vida de um homem
de Deus, no santo que, com o coração de pai, viveu o que prometera. “Prometi a
Deus que, até meu último alento, seria para meus pobres jovens.”
Herdamos a responsabilidade de
viver e fazer com que a realidade, a autenticidade de um carisma, que não
nasceu de projeto humano, mas da iniciativa de Deus, possa colaborar na
salvação e educação da juventude.
Celebrar o bicentenário do
nascimento de Dom Bosco na sociedade, nas cidades com o povo de Deus,
permite-nos reconhecer o que significa, para nós, ter Dom Bosco como pai. É a
oportunidade de nos sentirmos agradecidos a Deus, porque, 200 anos depois do nascimento
de Dom Bosco, estamos aqui como dom de Deus para os
jovens.
Oportunidade de reconhecer Deus
presente em nossa história, pois constatamos que Ele, o Deus da vida, sempre
nos precedeu. É o momento de nos comprometermos mais com a força do Evangelho,
que deve chegar de modo especial aos jovens, entre eles, os mais humildes,
àqueles que sem terem feito nada para isso foram excluídos da festa da vida.
É o momento oportuno de propor
novamente a atualidade de um carisma que se coloca no centro dos problemas do
mundo de hoje, de modo especial do mundo dos jovens, porque Dom Bosco continua
a ter hoje palavras e propostas para o jovem do mundo. Embora tenham sido
alteradas as situações e os contextos, o coração dos jovens, de cada jovem,
continua a ter as mesmas palpitações de entusiasmo e de abertura à vida.
O carisma salesiano foi e é o dom
que nosso Deus faz ao mundo, tendo escolhido Dom Bosco para isso. Portanto,
insistamos muito, com convicção, no fato de Dom Bosco ser um bem da Igreja e de
toda a humanidade, não só dos salesianos, não só da família salesiana.
Ele formou-se, ao longo dos anos,
dos primeiros momentos da existência, nos braços de mamãe Margarida. A amizade
que teve com bons mestres de vida, sobretudo na vida cotidiana com os jovens,
que plasmando no cotidiano o seu coração, ajudaram-no a ser
mais de Deus, mais dos homens e mais dos próprios jovens.
Esta celebração significa
reevocar 200 anos da história de homens e mulheres que deram a vida por este
ideal, muitas vezes de maneira heróica, em condições
difíceis, às vezes, também extremas. É um tesouro inestimável que só Deus pode
valorizar na justa medida e, a Ele, o confiamos.
Estamos entre os que acreditam
que 1815, com o chamado de Joãozinho Bosco à vida e a sua eleição da parte do
Senhor, foi apenas o início de uma longa corrente de testemunhas. Também nós,
como Dom Bosco, queremos nos esforçar para ajudar a escrever o futuro da vida,
a vida de homens e mulheres de fé, dos jovens, entre eles dos mais carentes,
com as cores da esperança, do entusiasmo e da alegria.
Mais uma vez, a nossa gratidão
como família salesiana a Deus por ter suscitado Dom
Bosco, com a intervenção de Maria, para a Igreja, para a sociedade e para os
jovens, e a todas as pessoas que acreditam na atualidade do carisma salesiano,
da educação e evangelização das juventudes que doam a própria vida por esta
missão e causa.
Reitero nosso agradecimento como
inspetoria, como família salesiana a todas as pessoas
que permitiram que este momento acontecesse, celebrando aquele que é o Pai
Mestre da juventude.
Muito obrigado a todos.
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Muito obrigado, padre Roque, por estas belas
palavras, por esse exemplo. Todos nós aprendemos um pouco mais hoje aqui.
Mais uma vez, é pela escola que
vamos mudar nossa sociedade. A Polícia Militar, de onde sou oriundo, acredita
muito nisso, tanto que usa um programa de prevenção muito forte, chamado Proerd, dentro das escolas, para que nossas crianças,
nossos jovens, possam evitar as drogas e seguir o caminho do bem.
Para materializar este momento da
homenagem ao bicentenário do nosso querido Dom Bosco, vamos
oferecer uma placa ao padre Roque Sibioni.
Chamo aqui o padre Rosalvino, irmã Helena, irmã Nakashima,
o xeique para fazermos essa entrega em conjunto.
* * *
- É feita a entrega da placa.
* * *
O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhoras e senhores, vou ler a placa com os dizeres da homenagem pelo bicentenário de Dom Bosco.
“Por ocasião do bicentenário de Dom Bosco, o reconhecimento do povo paulista à obra salesiana, modelo de ética, virtude e serviço ao próximo, tornada realidade por meio da educação de nossa juventude. Sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo, 29 de outubro de 2015. Coronel Camilo, deputado estadual.”
Muito obrigado. Parabéns mais uma vez a toda a obra de Dom Bosco.
Quero deixar um agradecimento a todos os professores, agradecer ao padre Rosalvino, irmã Nakashima, irmã Helena, padre Roque, que representou aqui o padre Edson Castilho, xeique Youssef pela presença.
Agradeço ainda a Dom Carlos Lema Garcia, ao secretário-adjunto, Dr. Felipe, professor Luiz Eduardo de Arruda e professor Zamagna.
Quero deixar registrado que os primeiros a me trazerem a ideia da realização desta sessão foram o professor Arruda e o professor Zamagna, a quem agradeço pela oportunidade.
Agradeço a presença dos senhores nesta Casa de Leis e a coloco à disposição de todos. O que eu puder fazer, assim como os demais deputados, para melhorar a vida dos professores, da nossa sociedade, nós faremos. O nosso gabinete - como o do presidente Fernando Capez, e de todos deputados desta Casa - está à disposição dos senhores e senhoras.
Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades, a minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.
Declaro encerrada a sessão, convidando todos para um coquetel que será servido no Hall Monumental.
Viva Dom Bosco e que Deus nos abençoe.
Está encerrada a sessão.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 48 minutos.
* * *