http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

 

29 DE OUTUBRO DE 2015

041ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO

 

Presidente: CORONEL CAMILO

 

RESUMO

 

1 - CORONEL CAMILO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento do deputado Coronel Camilo, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear o bicentenário do nascimento de Dom Bosco". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Pontifício" e o "Hino Nacional Brasileiro". Dá conhecimento de mensagens alusivas à solenidade, enviadas por diversas autoridades.

 

2 - ANDRÉ TORRES

Padre, discorre sobre a vida de Dom Bosco, o qual, acrescenta, é o santo da juventude. Anuncia apresentação musical e leitura bíblica. Destaca a justeza da homenagem. Faz oração.

 

3 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Anuncia a exibição de vídeo acerca da vida de Dom Bosco.

 

4 - LUIZ EDUARDO ARRUDA

Professor e ex-oratoriano salesiano de Araras, declara que os salesianos têm se dedicado aos jovens, especialmente os que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social. Afirma que tal postura segue o exemplo de Dom Bosco. Relata episódio da vida do santo. Diz que Dom Bosco ensinava autossuficiência aos jovens, tendo dado início às escolas noturnas e profissionais salesianas. Destaca a importância, em sua vida, do contato com padres pertencentes à Congregação Salesiana, inclusive na sua decisão de seguir carreira policial. Argumenta que a sociedade passa por tempos difíceis, com problemas como o tráfico de drogas. Sugere que a prática política seja pautada pelos valores defendidos por Dom Bosco.

 

5 - DOMINGOS ZAMAGNA

Docente de Teologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo, parabeniza o deputado Coronel Camilo pela iniciativa de realizar esta solenidade. Afirma que os princípios norteadores da pedagogia praticada nas escolas salesianas impressionam os educadores contemporâneos. Destaca que tais princípios primam pela simplicidade e foram elaborados tendo em vista as crianças mais necessitadas. Menciona artigo, escrito por Dom Bosco, a respeito de seu trabalho pedagógico. Informa que a Congregação Salesiana está, hoje, espalhada pelo mundo, sendo a segunda maior família católica. Destaca que a motivação de Dom Bosco vinha do Evangelho. Pede a todos que colaborem para o aprimoramento da Educação brasileira.

 

6 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Comenta seu período como comandante-geral da Polícia Militar. Fala sobre a importância da religião para os policiais. Manifesta seu sonho de que a juventude tenha os professores como seus modelos. Anuncia a exibição de vídeo com mensagem do governador Geraldo Alckmin.

 

7 - ROQUE LUIZ SIBIONI

Vice-provincial da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de São Paulo, faz histórico das atividades da família salesiana no Brasil, que tiveram início no século XIX, em Niterói. Destaca o trabalho, à época, de educação dos jovens das classes populares, com especial atenção a filhos de ex-escravos. Descreve a organização dos salesianos no Brasil, na forma de inspetorias. Ressalta a importância do trabalho conjunto com as Filhas de Maria Auxiliadora. Informa que os salesianos estão presentes em 132 países, nos cinco continentes. Diz que a Congregação Salesiana, em sua atuação a favor da juventude, sempre contou com a ajuda da sociedade. Declara que, para Dom Bosco, há uma relação estreita entre a formação educacional e a orientação espiritual dos jovens. Diz que a caridade pastoral é a inspiração dos princípios pedagógicos salesianos, a respeito dos quais discorre. Afirma que, 200 anos após o nascimento de Dom Bosco, é possível ter a exata dimensão do legado deixado por ele, assim como das responsabilidades herdadas pela Congregação Salesiana. Considera esta celebração o momento de homenagear os inúmeros homens e mulheres que dedicaram a vida a cuidar da juventude.

 

8 - PRESIDENTE CORONEL CAMILO

Presta homenagem, com a entrega de uma placa, ao padre Roque Luiz Sibioni, vice-provincial da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de São Paulo. Argumenta que é através da Educação que a sociedade pode ser transformada. Menciona iniciativas da Polícia Militar na área do ensino de crianças e jovens. Informa que a iniciativa para a realização desta solenidade partiu de Luiz Eduardo Arruda e Domingos Zamagna. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Coronel Camilo.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - IZABEL DE JESUS PINTO - Boa noite, senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Neste instante, daremos início à sessão solene com a finalidade de homenagear o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco.

Convido para compor a Mesa principal o deputado estadual Coronel Camilo, líder do PSD nesta Casa, proponente desta sessão que hoje homenageia o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco; padre Rosalvino Morán Viñayo, representando todos os diretores da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de Dom Bosco, São Paulo; irmã Alzira Nakashima, provincial das Irmãs de Caridade de Jesus; irmã Helena Gesser, provincial da Inspetoria Santa Catarina de Senna, Filhas de Maria Auxiliadora, São Paulo; xeique Hosni Abdelhamid Mohamed Youssef, da Mesquita de Mogi das Cruzes; padre Roque Luiz Sibioni, vice provincial da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, Salesianos de Dom Bosco, São Paulo.

Com a palavra, o deputado Coronel Camilo.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Boa noite a todos. É um prazer recebê-los nesta Casa de Leis para a homenagem a Dom Bosco. Muito obrigado a todos os presentes. Obrigado a todos citados componentes da Mesa - padre Roque, padre Rosalvino, nossa irmã Alzira, irmã Helena, xeique Hosni Youssef.

 Na extensão da Mesa, quero citar nosso coronel professor Luiz Eduardo Arruda, companheiro da minha turma, ex-oratoriano salesiano de Araras, secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Social; senhor Felipe Sigollo, representando o senhor governador Geraldo Alckmin - obrigado pela sua presença; dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo e responsável pela área de Educação e Juventude; professor Domingos Zamagna, docente de Teologia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo.

Senhoras e senhores, durante a solenidade, vamos citando os demais convidados.

Agradeço a todos os presentes, os deputados, àqueles que nos acompanham pela TV.

A finalidade desta sessão é homenagear o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV WEB e será retransmitida pela TV Assembleia neste domingo, dia 1o, às 21 horas, pela NET, canal 7; pela TV Vivo no canal 66 analógico e 185 digital; e pela TV Digital Aberta, canal 61.2.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Pontifício e, em seguida, cantarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob a regência do subtenente PM Juarez Fonseca.

 

* * *

 

- É feita a execução do Hino Pontifício e do Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Esta Presidência agradece a nossa Banda, o nosso maestro Fonseca. Uma salva de palmas para a Banda da Polícia Militar.

Quero agradecer a todos os presentes e, principalmente, às professoras e aos professores. Defendo, nesta Casa, a educação, a cultura, a família. Criei aqui a Frente em Defesa da Família, da Cidadania e da Cultura para cultivarmos valores. Para mim, é honra muito grande estar presidindo esta sessão.

Este é o plenário principal da nossa Casa, onde, nós, os deputados, votamos as nossas leis. Aqui também são feitas as sessões solenes. Nos outros plenários da Casa, são realizados os atos solenes. As sessões aqui são sempre votadas no Colégio de Líderes, que representa os deputados, e autorizadas pelo presidente. Portanto, foi o nosso presidente Fernando Capez quem autorizou a realização desta sessão solene em homenagem a Dom Bosco. Ele nos atendeu de pronto. Todos os deputados acolheram o pedido da sessão solene e a aprovaram. Digo isso para que os senhores possam entender a diferença e a importância do evento.

Gostaria de citar também o nome do padre Douglas Verdi, diretor do Colégio Salesiano Santa Teresinha. Padre Douglas, tive um tio que também foi padre no Santa Teresinha por muito tempo, padre Alexandre Camilo. Não sei se foi da mesma época.

Quero saudar também o padre Hélio Espínula Pinto da Paróquia Santa Luzia, padre Luiz Alves de Lima, padre Fiorin de Sorocaba, padre Mauro Bombo de Sorocaba, padre Trindade também de Sorocaba, padre Assis Moser diretor do Instituto Teológico Pio XI, senhor Edivaldo Pereira, representando nosso colega de Assembleia deputado Gil Lancaster.

Gostaria de citar ainda algumas pessoas que não puderam estar presentes, mas enviaram os seus cumprimentos. Em primeiro lugar, nosso presidente Fernando Capez que, em razão de outros compromissos, não pôde comparecer; cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, que faz um agradecimento. O Sr. Edson Aparecido, secretário-chefe da Casa Civil, também impossibilitado de comparecer, deseja um bom evento a todos nós. Da mesma forma, o secretário de segurança, Dr. Alexandre de Moraes; o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato, meu colega de vereança - fui vereador dois anos em São Paulo.

Por fim, quero registrar o agradecimento especial da dona Lu Alckmin, nossa primeira-dama, uma mulher sempre empenhada nas ações sociais. Ajudou muito a Polícia Militar de São Paulo nas suas campanhas e ajuda sempre as pessoas mais carentes por meio do Fundo de Solidariedade.

Obrigado a todos.

Dando sequência a nossa solenidade, convido, para fazer uso da palavra, padre André Torres.

Quero aproveitar para dizer que é uma honra muito grande estar presidindo esta sessão.

 

O SR. ANDRÉ TORRES - No início desta sessão solene em homenagem a São João Bosco, queremos propor um breve momento de espiritualidade, de oração, para rendermos graças a Deus por nos ter dado Dom Bosco.

No dia 16 de agosto de 1815, portanto 200 anos atrás, nascia, em uma pequena cidade do norte da Itália, João Bosco - hoje São João Bosco, ou simplesmente Dom Bosco.

A casa onde Dom Bosco nasceu não existe mais. Em seu lugar, vemos hoje um majestoso Santuário. Dentro do Santuário, um lindo relicário guarda um pedaço do cérebro de nosso santo fundador, assinalando o local onde estava aquela humilde habitação. Deste lindo relicário, que marca este lugar tão especial para a família salesiana, existe uma única cópia no mundo, um fac-símile autêntico, contendo também nele um pequeno pedaço do cérebro de Dom Bosco.

Este relicário está aqui hoje, e queremos trazê-lo à frente para que nos recorde a vida e missão de São João Bosco - o santo da juventude - enquanto cantamos.

 

* * *

 

- É realizado o canto enquanto entra o relicário.

 

* * *

 

O SR. - Ouviremos, neste momento, um trecho da palavra de Deus. Leitura da carta dos Filipenses, capítulo 4, versículo de quatro a sete:

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias, apresentai a Deus as vossas preocupações mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos em Cristo Jesus”.

Palavra do Senhor.

A palavra de Deus fala da alegria, fala da bondade, aquilo que Dom Bosco semeou no mundo. Queremos transformar em prece os sentimentos que agora estão em nossos corações na alegria de celebrar os 200 anos do nascimento de São João Bosco.

Por isso, queridos irmãos e irmãs, elevemos a Deus, nosso Pai, as nossas preces, Ele que nos deu Dom Bosco, fiel servidor da igreja e educador dos jovens.

A cada prece, poderemos rezar juntos dizendo: “Deus de bondade, ouvi-nos!

 

A SRA. - Pela família salesiana, para que, atenta aos sinais do tempo como São João Bosco, encontre sempre novas energias para continuar sua missão de evangelização e formação da juventude na Igreja e na sociedade, rezemos ao Senhor.

Deus de bondade, ouvi-nos!

Pelos educadores cristãos, para que se empenhem generosamente em conduzir os jovens do nosso tempo a um amadurecimento consciente da fé e a manifestá-la por um decidido testemunho cristão em nossa sociedade, rezemos ao Senhor.

Deus de bondade, ouvi-nos!

Pelos jovens, para que encontrem em cada um de nós, membros da Família Salesiana, um amigo que os ajude a orientar a própria vida de acordo com o Evangelho e sejam na sociedade “bons cristãos e honestos cidadãos”, rezemos ao Senhor.

Deus de bondade, ouvi-nos!

Por esta Casa Legislativa, por seus deputados e deputadas, para que, no exercício de suas funções, visem sempre o bem comum, o progresso de nosso estado, o desenvolvimento e a felicidade de todas as pessoas, rezemos ao Senhor.

Deus de bondade, ouvi-nos!

Por todos nós aqui presentes, para que reforcemos os vínculos da fraternidade e da comunhão para o bem da nossa sociedade, rezemos ao Senhor.

Deus de bondade, ouvi-nos!

 

O SR. ANDRÉ TORRES - Juntos, rezemos como o próprio Senhor nos ensinou. Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém!

Dom Bosco nada fez sem que estivesse presente a proteção e a mão estendida da Virgem Maria, a quem ele nos ensinou a chamar de Auxiliadora. Ele gostava de, em todos os momentos, abençoar os seus filhos com aquela bênção pedida pela intercessão de Nossa Senhora Auxiliadora.

Queremos também hoje pedir essa bênção sobre nós, sobre esta Casa e sobre todos aqueles que precisam da bênção do Senhor.

Rezemos juntos: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco! Bendita sois Vós entre as mulheres! Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus! Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte! Debaixo de vossa proteção nos refugiamos, ó Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as nossas súplicas e nossas necessidades, mas livrai-nos sempre todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita, nossa Senhora Auxiliadora! Ouvi Senhor a minha oração. O Senhor esteja convosco!

Como tantas vezes fez Dom Bosco, nós, seus filhos, queremos repetir esta bênção. Deus eterno e onipotente, que, por intervenção do Espírito Santo vos dignastes preparar o corpo e a alma da gloriosa Virgem Mãe Maria para que fosse digna morada do vosso Filho, fazei que sejamos livres da morte eterna e de todos os males e perigos que nos rodeiam! Por intercessão daquela cuja lembrança hoje sempre nos alegra e do Vosso Filho Jesus Cristo que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.

Que desça sobre todos nós, sobre esta Casa, sobre os mais necessitados, a bênção de Deus Todo Poderoso, que é Pai, Filho e Espírito Santo! Amém!

 

O SR. - Cantemos o canto número dois do folhetim.

 

* * *

 

- É entoado o canto.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Agradeço a todos. Foi muito bom ver esta Casa cheia de religiosidade.

Muito obrigado pelas palavras do nosso padre, pelas orações que fizeram por esta Casa. Peço a Deus que ilumine bastante os nossos deputados estaduais - nos quais me incluo - para que possamos fazer o melhor pelo cidadão de São Paulo.

Vamos assistir agora à apresentação de um vídeo institucional sobre a vida de Dom Bosco.

 

* * *

 

- É feita a exibição do vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - É um exemplo para nós.

Dando continuidade aos trabalhos, vamos chamar, para fazer uso da palavra, meu amigo professor Luiz Eduardo Pesce de Arruda, ex-oratoriano salesiano de Araras, que vai falar em nome de milhares de ex-alunos e ex-oratorianos salesianos do Estado de São Paulo.

O coronel Arruda, professor Arruda, um exemplo para nós, também nos ajuda aqui na Assembleia Legislativa. Tenho uma afinidade muito grande com esse menino, porque o conheço há 36 anos. Ele é da minha turma da Academia de Polícia Militar.

 

O SR. LUIZ EDUARDO ARRUDA - Nobre Deputado Coronel Camilo, em nome de quem peço licença para saudar todos os parlamentares desta Casa; padre Roque, em nome de quem peço licença para saudar todos os salesianos e salesianas presentes, colaboradores, alunos, sacerdotes; senhor secretário-adjunto do Desenvolvimento Social; caro xeique Hosni, professor Domingos Zamagna, capitão Júnior, assessores do gabinete do coronel Camilo, senhoras e senhores, boa noite.

É uma honra que reputo merecer fazer uso da palavra em nome dos milhares de oratorianos, ex-alunos, cooperadores e amigos da obra salesiana, que há 132 anos, desde 1883, tem trazido educação, formação profissional, vida saudável, amabilidade e fé ao povo brasileiro.

Irmanados às filhas de Maria Auxiliadora, presentes entre nós desde 1892, os padres e cooperadores salesianos têm se dedicado incansavelmente à juventude, especialmente àqueles que Dom Bosco chamava de “rapazes em maior perigo”, de preferência aos egressos das prisões. A eles, Dom Bosco dedicou especial amabilidade, mas não uma amabilidade sem limites ou sem regras. Amor com responsabilidade.

Os jovens sentiram que Dom Bosco se interessava verdadeiramente por eles. Ele tinha uma palavra, uma atenção especial, um sorriso para cada jovem, mas, deles, exigia que se conduzissem com disciplina e ordem. Dom Bosco abominava a violência e, mesmo com risco pessoal, protegia seus jovens da violência.

A oratória de Dom Bosco estava prestes a nascer, em 1841, e ele se preparava para celebrar uma missa em Turim quando intercedeu em favor de um menino pobre de 16 anos, artesão, órfão de pai e mãe. Ele perguntou ao menino se sabia ler e escrever. O menino disse que não. Perguntou se sabia cantar. O menino, quase chorando, disse que não. “Pelo menos, sabe assoviar?”, perguntou. O menino começou a rir. Disse a Dom Bosco que havia se confessado só quando era criança, mas nunca fizera a primeira comunhão nem frequentara o catecismo aos 16 anos. Ele queria frequentar o catecismo, mas temia ser discriminado por sua origem e até mesmo espancado pelos demais. “Fique tranquilo”, disse Dom Bosco, “você é meu amigo e ninguém vai bater em ti.

Proteger os jovens da violência - inclusive da violência institucional - é uma das grandes lições para a nossa geração. Para ele, todos os meninos são bons. Há meninos maus apenas porque não há quem cuide deles. Não basta que os jovens sejam amados, é preciso que eles saibam que são amados, disse Dom Bosco.

A partir da sua figura inspiradora, a palavra “já” e o sentido da pronta intervenção têm arrastado geração de salesianos à ação. Embora Dom Bosco ensinasse os jovens a serem autossuficientes e não dependerem da caridade do Estado ou da benesse dos poderosos, ele entendia que intervir é urgente. Sob a ótica de Dom Bosco, não se pode esperar por projetos ideais, por reformas ou revoluções do sistema. Se não agirmos sem demora, poderá ser tarde demais. Por isso, foi Dom Bosco que iniciou no mundo as escolas noturnas e as escolas profissionais salesianas.

É preciso ressaltar que os salesianos são exímios planejadores, mas, acima de tudo, são homens e mulheres de ação. Oferecem educação religiosa, oferecem pão, oferecem ensino profissional e educação de altíssima qualidade. Interessam-se pelo destino profissional de seus jovens, renovando o mundo e a vida das crianças e dos adolescentes pela amabilidade. São homens e mulheres do nosso tempo.

A marca salesiana transformou minha vida; a alegria que Domingos Sávio associava à santidade, os esportes, o estudo, a vida em comunidade, o serviço aos mais vulneráveis. Durante muitos anos frequentei o Santuário Coração de Jesus na minha cidade natal, Araras. Fui coroinha, convivi com muitos salesianos. Jamais fui desrespeitado, sempre me senti acolhido e amado. Escutava histórias do padre Atílio Grossi, que, no conceito da minha cidade, foi um santo em vida. Foi ele quem ministrou a primeira-comunhão a minha mãe. Morreu muitos anos antes de eu haver nascido.

Como menino, meu modelo de sacerdote bondoso, cheio de caridade e compreensão, foi o padre Carlos Senna. Convivi com homens que exalavam odor de santidade, como o padre Luiz Bordignon. Um dia, minha mãe queria lhe oferecer um presente de aniversário e, para tanto, consultou o padre João Modesti. Deu-lhe de presente um vidro de Nescafé. Ele gosta muito, mas não se permite ao luxo de comprar um vidro de Nescafé só para si.

Convivi com o padre João Modesti, um orador privilegiado, professor de saber enciclopédico, acadêmico rigoroso, interlocutor fascinante, meu amigo. Um dia, adolescente, depois de muito pensar, decidi que não seria padre salesiano, mas policial, pois, se, por um lado, queria casar e ter filhos, por outro, queria também servir ao próximo, fascinado pela ética de Dom Bosco: Deus nos colocou no mundo para os outros.

Minha família, com exceção de meu pai, insurgiu-se contra essa decisão. “Não criei meu filho para caçar bandido”, disse minha mãe. Em ato de desespero, encaminhou-me para um teste junto ao melhor psicólogo que havia em Araras, que era exatamente o padre Modesti. Depois do mais completo e profundo psicotécnico a que me submeti em toda minha vida - na PM, fiz muitos psicotécnicos depois - o padre Modesti chamou minha mãe e, em minha presença, prolatou a sentença: “Sinto muito, minha senhora, mas seu filho vai ser mesmo policial militar.” Minha mãe chorou. Hoje, ela sorri quando nos lembramos disso e diz aos quatro ventos que tem muito orgulho de minha profissão e do destino que dei a minha vida.

Já adulto, convivi com o padre Song - grande musicista, liderança inspiradora, empreendedor de alma leve, como a de um menino. Mais tarde, bispo e missionário em São Gabriel da Cachoeira.

Admirei o padre Rosalvino, quando comandei o policiamento em uma parcela na zona leste, pelo seu trabalho social, pela sua liderança e pelo seu respeito por cada pessoa - das criancinhas ao governador do Estado. Admirei o padre Reami, padre Vicente Guedes e o afável padre Mário Quilici, em sua velhice. Mas os oratorianos mais antigos segredavam que, na juventude, ele fora um beque central impiedoso, ceifando canelas adversárias que usavam defrontar-se contra o time do Liceu. Ele não era tão bonzinho quando jogava futebol, dizem os mais velhos.

Vivemos um tempo de desafios, especialmente marcado pelo consumismo e pela presença tenebrosa das drogas e da violência. Como responder ao enorme desafio de dialogar com os jovens em situação de exclusão e risco? Com adolescentes, por vezes, autores dos mais cruéis atos antissociais? Aparentemente, lembramo-nos sempre de propor soluções de força: reduzir a maioridade penal, puni-los mais e mais duramente.

Será que, por um instante, não seria oportuno nos lembrarmos das lições de Dom Bosco, cuja proposta, cada dia, revela-se mais atual? É possível pautar-se na vida religiosa, na vida profissional, no exercício da política, segundo as regras que Dom Bosco, mais que ensinar, vivenciou. É possível viver com fé e alegria. É possível amar nossa cidade, cuidar dela, das pessoas que nela vivem - especialmente as mais vulneráveis. Atuar para que os poderosos não ajam com prepotência e que os fracos não sejam esmagados. É possível arrastar os jovens pelo exemplo e pelo afeto, resgatando-os da exclusão, da violência e da anunciada morte precoce.

Paulo VI dizia que a política é a arte mais sublime. Por isso, meu querido amigo coronel Camilo, deputado proponente desta sessão, eu o saúdo por estar fazendo de sua já longa vida pública um exemplo de dignidade e retidão, pelo qual todos nós, brasileiros, ansiamos muito.

Quero agradecer também ao professor Domingos Zamagna, meu colega de docência na Fapcom, a pessoa que deu a primeira sugestão para homenagearmos Dom Bosco no seu bicentenário nesta Casa. Prontamente, o coronel Camilo a acolheu e, depois, o presidente Fernando Capez também.

Quero saudar, muito particularmente, o capitão Júnior, um oficial da Polícia Militar, com enorme amor pelas pessoas. Aprendeu isso quando foi salesiano durante anos.

Agradeço, por derradeiro, ao meu pai e a minha mãe por levar-me ao convívio dessa grande família. Às senhoras e senhores, professores, professoras, queridos salesianos, queridas salesianas, que decidiram oferecer suas vidas para educar a juventude, a minha gratidão, o meu respeito e todo meu amor. Lembro suas lições todos os dias. Muito obrigado!

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns, professor Arruda, pelas suas palavras, por todo esse exemplo de vida que é para nós.

Gostaria de chamar agora o nosso professor Dr. Domingos Zamagna para que fizesse o uso da palavra.

Mais uma vez, deixo meu agradecimento a todos vocês professores. Ainda sonho que o professor vai ser a imagem que tive do professor no fundamental, quando terminei o quarto ano primário. Muitos dos professores talvez não saibam o que é o primário, porque são jovens. Fiz a admissão - havia curso de admissão - e, quando saí do primário, queria ser professor. Sonho que nossos alunos futuros possam ter esse mesmo sonho que eu tinha de querer ser professor. Depois, fui ser policial como o Arruda, mas queria ser professor.

Professor Zamagna, a palavra é sua.

 

O SR. DOMINGOS ZAMAGNA - Exmo. senhor presidente, nobre deputado Coronel Álvaro Camilo, senhor secretário-adjunto de Desenvolvimento Social; Dr. Felipe Sigollo, representando o governador Geraldo Alckmin; demais autoridades do Estado e do Município; Revmo. padre Roque Sibioni, representante do Revmo. padre Edson Donizetti Castilho, inspetor provincial salesiano, em nome de quem saúdo a família salesiana, salesianos presentes, colegas professoras, professores e queridos estudantes, minhas senhoras, meus senhores; Exmo. xeique Hosni, cumpro o agradável dever de agradecer à família salesiana e ao gabinete do deputado Camilo, por ter sido escolhido para dirigir ao plenário uma breve palavra sobre a pedagogia de São João Bosco.

É uma honra que não tenho como retribuir. Certamente, não sou a pessoa mais indicada, mas, como jornalista e professor, pelo menos, sou testemunha e beneficiário de uma pedagogia que já tem 150 anos de existência de experiência, contínuo aperfeiçoamento e comprovada eficiência, a ponto de tornar-se paradigmática para quantos se preocupam e se devotam à formação de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias.

Como não sou especialista, valho-me do relato que ouvi pessoalmente de um especialista isento, Dr. Walter Fanganiello Maierovitch, ilustre magistrado, professor emérito da Universidade Mackenzie, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ex-ministro da Secretaria de Combate às Drogas do Governo Fernando Henrique Cardoso, juiz corregedor dos presídios do Estado de São Paulo, consultor das Nações Unidas da Comunidade Europeia e membro do Instituto Giovanni Falcone de Luta contra a Criminalidade. Inclusive alguém bem conhecido nos meios de comunicação da nossa capital.

Ele estava preocupado com a situação de crianças e jovens moradores de rua e com a delinquência juvenil. Estudando diversas iniciativas e empreendimentos para tentar sanar essa situação, veio conhecer a pedagogia de Dom Bosco. Dirigiu-se a Turim, na Itália, para estudá-la em profundidade no seu nascedouro.

Cito literalmente as suas palavras: “Ali encontrei a solução. Não precisaríamos inventar mais nada. Era inspirar-se no ensinamento e na atividade de Dom Bosco, adaptando naturalmente o que fosse preciso para nossa realidade.

Senhor presidente, senhoras e senhores, o que poderá ter impactado tão profundamente uma reconhecida autoridade de nossa sociedade, sobretudo se levarmos em conta o currículo do Dr. Maierovitch, que fiz questão de externar? Certamente não foram as minudências de um Piemonte e de uma Itália dos 800. Isso seria um anacronismo. O que impressiona os educadores de antanho e de hoje são os princípios que nortearam e norteiam a pedagogia de Dom Bosco e dos seus discípulos e discípulas.

Terei o cuidado nos próximos dias de oferecer ao gabinete do nobre deputado Camilo, para que examine e encaminhe à biblioteca desta Casa de Leis, uma bibliografia básica produzida pela Rede Salesiana de Escolas e pelas Inspetorias Salesianas do Brasil a respeito do sistema pedagógico de Dom Bosco.

Considero tarefa humanamente impossível, ao menos para este obscuro professor, resumir a grandiosidade contida em tais estudos. Mas, como Dom Bosco sempre foi avesso a atitudes artificiais, grandes, eloquentes ou espalhafatosas, primando pela singeleza em todas suas ações, essa pedagogia pode ser resumida em três palavras italianas, que rapidamente evoco e são do conhecimento de todos que passaram pelas escolas salesianas.

Primeiro, “amaverolezza. Precisaríamos encontrar neologismos para traduzir algumas dessas palavras. “Amaverolezza” designa bondade afetuosa, uma atitude cheia de acolhimento, de sorriso, de amizade calorosa, capaz de instaurar rapidamente um relacionamento fraterno.

Segundo, “familiarità”. Difícil falar de pedagogia, de educação, sem o espírito de família, sem a valorização da família. É preciso criar um clima onde cada qual se sinta acolhido e bem em sua casa. O educador há de cultivar a arte de deixar as pessoas à vontade, sem constrangimentos, cada qual encontrando seu lugar, seu espaço. E há de se sentir importante.

Terceiro, “allegria. Alegria é o fruto de um coração unificado e tendente para a prática do bem. A alegria é um estimulante educativo, acompanhada sempre da música, da dança, do teatro, dos espetáculos, do acampamento, do esporte, de um lanchinho, do contato com a natureza, do amor pelos estudos, o conhecimento, o convívio fraterno.

Não nos deixemos impressionar pela simplicidade desses princípios. É uma pedagogia para os simples. São princípios pensados primeiramente para urgências sociais, para crianças que reincidiam em comportamentos antissociais, que vegetavam pelas ruas causando pânico nas cidades.

Foi delas que se aproximou Dom Bosco e as acolheu com amabilidade, como sua família, fazendo-as reconhecer - ou, quem sabe, conhecer - uma alegria que a crueza da vida lhes roubara. Foi daí que tudo partiu. Em vez da repressão, como era o costume da época, Dom Bosco pautou sua vida pela pedagogia da prevenção.

Senhor presidente, peço a V. Exa, que acolha, como parte integrante desta singela comunicação, as páginas que não posso ler neste instante, mas que seguirão anexas - um artigo escrito pelo próprio Dom Bosco em 1877, na maturidade de 40 anos de educador, que ilustra a qualidade de uma nova pedagogia, toda baseada na prevenção, na confiança, na amizade.

Em um século e meio, a família salesiana se semeou no mundo inteiro. É, hoje, a segunda maior família religiosa da Igreja Católica. Possui desde escolas infantis até universidades e centros de excelência pelo mundo afora; centros de educação, ciência, cultura, tecnologia, obras sociais, paróquias, missões.

Estão presentes sobretudo onde há mais urgência e necessidades, entre os pobres, os aprendizes, os operários, os índios, os ribeirinhos, os doentes e os marginalizados.

De onde vem essa força, essa energia, tamanha resiliência? De um encontro pessoal com o jovem carpinteiro Jesus de Nazaré, sua mãe Auxiliadora e seu pai José, protetor dos valores contidos na mensagem evangélica que encantaram um jovem piemontês há exatamente 200 anos, que quis contagiar outras pessoas com a beleza, a maravilha divina humana deste encontro transformador de pessoas e comunidades.

Senhor presidente, não quero finalizar esta singela locução sem cumprimentá-lo pela iniciativa de honrar o santo educador Dom Bosco no bicentenário do seu nascimento. É um ato de grandeza de V.Exa. associar o povo paulista, através do seu Parlamento, às festividades que, na Igreja Católica e no mundo inteiro, são feitas para venerar a figura do santo dos jovens.

Saiba que, para nós, V.Exa. também é um exemplo e um estímulo. Especializado nas artes da segurança e nos recursos da força e das armas, quando se fazem necessários, V.Exa. mais acreditou na prevenção e na educação como forma de dotar o nosso estado da verdadeira segurança. Sabemos que sempre odiou a violência, que lutou e luta para que seja banida da nossa sociedade. Após décadas de busca, de superar a criminalidade pelos caminhos convencionais da vida castrense, dedica-se agora, como legislador, a otimizar as veredas que conduzem à convivência e ao trabalho entre os cidadãos pela prevenção, pela convivialidade, pela negociação, pela tolerância, o diálogo, pela educação, a tudo antepondo o bem supremo da sociedade que, nunca o confronto, é a paz.

Acho justo que sonhemos nesta noite que se firme ou se reafirme um pacto entre os legisladores, os educadores e os religiosos para o bem das crianças, dos jovens e suas famílias. Exatamente para quê, senhor presidente, senhoras e senhores? Exatamente para que o slogan do atual mandato presidencial não seja apenas um alarido, um palavreado oco.

Que a “Pátria Educadora” desvista de sua fantasia e passe a trabalhar de fato com competência, eficiência e honradez, para que saiamos da vergonhosa situação em que se encontra a educação brasileira e venha a ser realidade entre nós a profecia de um colega de V.Exa., também deputado no Parlamento francês. Refiro ao padre Henri Lacordaire, contemporâneo de Dom Bosco, também sacerdote, jornalista e educador que nos ensinou: “Cada vez que se abre uma boa escola, eis a melhor maneira de se fechar uma prisão.

Senhor presidente, senhor vice-inspetor, autoridades salesianas, senhoras e senhores, muito grato pela atenção. Não nos esqueçamos por que estamos aqui reunidos.

Viva Dom Bosco!

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Agradeço as palavras do nosso professor Dr. Zamagna, que citou minha experiência - e faço questão de reforçar. Tenho uma experiência muito boa na área de Segurança Pública, são 33 anos; nos últimos três anos como comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo. Vamos vencer a criminalidade com inteligência, dizendo não ao enfrentamento, trabalhando de uma forma que possamos educar os nossos jovens e evitar que entrem no crime. Ou seja, trabalhando na prevenção, respeitando as pessoas dentro da filosofia da Polícia Militar de Direitos Humanos, também trabalhando com a polícia comunitária, interagindo com o cidadão. É por aí que vamos melhorar, sem sombra de dúvida, professor, toda nossa sociedade.

 Citamos no início que dona Lu Alckmin nos deixou uma mensagem. Estive ontem com nosso governador Geraldo Alckmin - padre Rosalvino também conversou com ele - que, por não poder estar presente, mandou uma mensagem que vamos assistir.

 

* * *

 

- É feita a exibição de vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Parabéns ao nosso governador Geraldo Alckmin pelas palavras. Pediria ao nosso secretário-adjunto, Felipe Sigollo, que transmita nossos agradecimentos ao senhor governador.

Passo a palavra ao Revmo. Padre Roque Luiz Sibioni, vice-provincial dos salesianos de São Paulo, representando neste ato o padre Edson Donizetti Castilho, provincial salesiano em viagem ao Chile.

Reforço mais uma vez que o enfrentamento não é a solução. A solução para a segurança e todos nossos problemas está no que estamos vendo aqui: nos professores, nas nossas escolas e na nossa educação. Por isso, com muito orgulho, presido esta solenidade.

Quero destacar ainda que, como comandante-geral, tentamos levar ao máximo a religiosidade dentro da Polícia Militar de São Paulo. São perto de 100 mil homens e mulheres que estão, no dia a dia, enfrentando as agruras da vida, vendo muita coisa não tão boas. Portanto, também precisam da religião.

Padre Roque, a palavra é sua.

 

O SR. ROQUE LUIZ SIBIONI - Senhoras e senhores, autoridades presentes, boa noite.

A Inspetoria Salesiana de São Paulo sente-se muito honrada por receber esta homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por ocasião da celebração dos 200 anos do nascimento de São João Bosco. Agradecemos todas as autoridades e demais pessoas que estiveram presentes na proposição desta honrosa homenagem e solenidade neste cerimonial.

Em nome do nosso provincial, padre Edson Donizetti Castilho, ausente por compromissos no Chile com os superiores gerais, estendemos nosso agradecimento, alegria, estima e gratidão a todas as autoridades e pessoas presentes.

Quero saudar inicialmente as autoridades que compõem esta Mesa solene - Exmo. senhor deputado Álvaro Batista Camilo, coronel Camilo, autor da proposição desta homenagem; Exmo. senhor professor Luiz Eduardo Arruda, ex-oratoriano salesiano de Araras, em nome dos milhares de ex-alunos e ex-oratorianos salesianos de todo estado de São Paulo; professor Dr. Domingos Zamagna, docente de Teologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo; irmã Helena Gesser, provincial da Inspetoria Santa Catarina de Senna; filhas de Maria Auxiliadora, São Paulo; irmã Alzira Nakashima, provincial das irmãs de Caridade de Jesus; padre Rosalvino; padre Justo Ernesto Piccinini, diretor financeiro da Inspetoria Salesiana de São Paulo, na pessoa de quem cumprimento todos os salesianos e salesianas presentes. Cumprimento também as demais pessoas e autoridades que se fazem presentes neste momento.

A presença da família salesiana no Brasil teve início em 14 de julho de 1883, a pedido de Dom Pedro Maria Lacerda, então bispo do Rio de Janeiro. Convite feito pessoalmente a Dom Bosco em Turim em1877. Na época, a congregação tinha 18 anos de existência e já estava presente na Argentina e no Uruguai.

O primeiro grupo de salesianos que aqui chegou era formado de sete sacerdotes ordenados pelo inspetor padre Luiz Lasagna. Em razão de um surto de febre amarela que assolava a capital fluminense, esses salesianos estabeleceram-se na cidade de Niterói. O foco da educação dos jovens filhos das classes populares, especialmente os ex-escravos e imigrantes, foi fator preponderante da fundação da segunda obra dos salesianos no Brasil.

O Liceu Coração de Jesus em São Paulo, no dia 5 de junho de 1885. Em 1892, chegaram em Guaratinguetá as primeiras filhas de Maria Auxiliadora, para estender às meninas o carisma educacional de Dom Bosco e madre Mazzarello. Em junho de 1894, iniciou-se a ação missionária entre os povos indígenas, em Cuiabá, Mato Grosso.

A Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora foi fundada em 1883. A sua primeira sede foi o Colégio de Vila Colón em Montevidéu, Uruguai, passando, em seguida, para o Ginásio São Joaquim, em Lorena, em 1896 e, finalmente, para o Liceu Coração de Jesus em 1908, onde está situado atualmente.

No Brasil, os salesianos de Dom Bosco estão organizados em seis inspetorias que compõem a Conferência das Inspetorias dos Salesianos de Dom Bosco no Brasil, chamada Cisbrasil. As filhas de Maria Auxiliadora têm nove inspetorias que formam a Conferência das Inspetorias das Filhas de Maria Auxiliadora - CIB. As duas conferências, desde 2012, trabalham conjuntamente em algumas frentes de ação pastoral por meio da Rede Salesiana Brasil.

A presença salesiana no Brasil atua em escolas, ensino superior, centros de formação profissionalizante, oratórios, obras assistenciais e sociais, missões com os povos indígenas e paróquias. No mundo atualmente, o carisma de Dom Bosco está presente em 132 países nos cinco continentes.

Dom Bosco e madre Mazzarelo, a cofundadora das Filhas de Maria Auxiliadora, entregaram suas vidas e gastaram todas as suas forças na educação e evangelização da juventude. Para isso, sempre contaram com o apoio, a ajuda e parcerias das pessoas de bem, poderes e autoridades políticas e religiosas, voluntários, pessoas de influência na sociedade, a fim de angariar recursos e apoio para oferecer aos jovens e às jovens mais pobres dignidade, estudo de qualidade, qualificação profissional, formação humana, cristã, cidadã; a fim de conquistarem com dignidade o sustento, encontrarem o sentido para a vida e serem pessoas honestas e distintas na sociedade.

Dom Bosco é um pastor educador. Há nele uma relação muito estreita entre a missão educativa e a orientação espiritual dos jovens. Sempre teve a preocupação de criar um ambiente educativo bem ordenado, rico de propostas formativas e de relações humanas, a fim de poder conquistá-los para Deus para, depois, acompanhá-los passo a passo na formação cristã da própria personalidade por meio de um processo educativo pleno.

A sua ação educativa, o cuidado pela relação paternal e amigável não se reduz à dimensão pedagógica e assistencial. Tende a um acompanhamento formativo que tem o seu vértice no acompanhamento espiritual que não se reduz a um simples serviço social, mas visando à perfeição cristã, parte essencial e necessária da pedagogia salesiana. A relação de acompanhamento tem tonalidades e graduações diversas conforme o tempo, o contato, a incidência que se tem com os jovens.

O método educativo de Dom Bosco não é elitista nem seletivo, porque se caracteriza por forte tensão missionária. Ele queria atingir todos os jovens de um território, começando pelos mais pobres e abandonados, por aqueles que estavam em perigo, mais distantes, a fim de levar todos para Deus, através de percursos graduais, itinerários educativos e espirituais adaptados a cada um. Para isso, Dom Bosco tende a criar comunidades de vida, nas quais, por meio do encontro cordial e da presença contínua, da proximidade empática de educadores, se possam estabelecer relações de confiança e amizade.

Ele mira a conquista dos corações. Para isso, emprega instrumentos comunicativos, linguagens e experiências que possam sentir o oratório, a obra social e profissionalizante, a escola, a universidade, a paróquia, como a sua casa, onde estão à vontade. Por outro lado, que todos possam dar-se conta do fascínio e da atração da proposta cristã.

Na proposta e ação educativa, a prevenção é essencial ao modelo formativo de Dom Bosco e ao seu método, tanto para proteger quanto para promover os adolescentes e jovens.

O princípio inspirador da proposta educativo-pastoral de Dom Bosco é a caridade pastoral. Desenvolveu o sistema preventivo a partir das necessidades e realidades dos jovens. Proposta pedagógica e espiritual adequadas aos jovens, à realidade, à linguagem, ao tempo em que vivem.

O sistema preventivo é a fonte e inspiração de uma forma concreta e original de viver e atuar a missão salesiana, que chamamos pastoral juvenil salesiano. O sistema preventivo é a proposta educativa integral. Articula-se substancialmente em duas direções: proposta de vida cristã e metodologia pedagógica prática.

O ano em que celebramos os 200 anos do nascimento de Dom Bosco tem uma dupla face. Uma, a exterior, mas pública e oficial. Por exemplo, esta sessão que estamos vivendo neste momento, e outra, a interior, mais íntima. Duzentos anos desde o nascimento Dom Bosco, suscitado pelo Espírito Santo com a intervenção de Maria, é um tempo suficiente para ver e compreender o que herdamos.

Primeiramente, a vida de um homem de Deus, no santo que, com o coração de pai, viveu o que prometera. “Prometi a Deus que, até meu último alento, seria para meus pobres jovens.”

Herdamos a responsabilidade de viver e fazer com que a realidade, a autenticidade de um carisma, que não nasceu de projeto humano, mas da iniciativa de Deus, possa colaborar na salvação e educação da juventude.

Celebrar o bicentenário do nascimento de Dom Bosco na sociedade, nas cidades com o povo de Deus, permite-nos reconhecer o que significa, para nós, ter Dom Bosco como pai. É a oportunidade de nos sentirmos agradecidos a Deus, porque, 200 anos depois do nascimento de Dom Bosco, estamos aqui como dom de Deus para os jovens.

Oportunidade de reconhecer Deus presente em nossa história, pois constatamos que Ele, o Deus da vida, sempre nos precedeu. É o momento de nos comprometermos mais com a força do Evangelho, que deve chegar de modo especial aos jovens, entre eles, os mais humildes, àqueles que sem terem feito nada para isso foram excluídos da festa da vida.

É o momento oportuno de propor novamente a atualidade de um carisma que se coloca no centro dos problemas do mundo de hoje, de modo especial do mundo dos jovens, porque Dom Bosco continua a ter hoje palavras e propostas para o jovem do mundo. Embora tenham sido alteradas as situações e os contextos, o coração dos jovens, de cada jovem, continua a ter as mesmas palpitações de entusiasmo e de abertura à vida.

O carisma salesiano foi e é o dom que nosso Deus faz ao mundo, tendo escolhido Dom Bosco para isso. Portanto, insistamos muito, com convicção, no fato de Dom Bosco ser um bem da Igreja e de toda a humanidade, não só dos salesianos, não só da família salesiana.

Ele formou-se, ao longo dos anos, dos primeiros momentos da existência, nos braços de mamãe Margarida. A amizade que teve com bons mestres de vida, sobretudo na vida cotidiana com os jovens, que plasmando no cotidiano o seu coração, ajudaram-no a ser mais de Deus, mais dos homens e mais dos próprios jovens.

Esta celebração significa reevocar 200 anos da história de homens e mulheres que deram a vida por este ideal, muitas vezes de maneira heróica, em condições difíceis, às vezes, também extremas. É um tesouro inestimável que só Deus pode valorizar na justa medida e, a Ele, o confiamos.

Estamos entre os que acreditam que 1815, com o chamado de Joãozinho Bosco à vida e a sua eleição da parte do Senhor, foi apenas o início de uma longa corrente de testemunhas. Também nós, como Dom Bosco, queremos nos esforçar para ajudar a escrever o futuro da vida, a vida de homens e mulheres de fé, dos jovens, entre eles dos mais carentes, com as cores da esperança, do entusiasmo e da alegria.

Mais uma vez, a nossa gratidão como família salesiana a Deus por ter suscitado Dom Bosco, com a intervenção de Maria, para a Igreja, para a sociedade e para os jovens, e a todas as pessoas que acreditam na atualidade do carisma salesiano, da educação e evangelização das juventudes que doam a própria vida por esta missão e causa.

Reitero nosso agradecimento como inspetoria, como família salesiana a todas as pessoas que permitiram que este momento acontecesse, celebrando aquele que é o Pai Mestre da juventude.

Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Muito obrigado, padre Roque, por estas belas palavras, por esse exemplo. Todos nós aprendemos um pouco mais hoje aqui.

Mais uma vez, é pela escola que vamos mudar nossa sociedade. A Polícia Militar, de onde sou oriundo, acredita muito nisso, tanto que usa um programa de prevenção muito forte, chamado Proerd, dentro das escolas, para que nossas crianças, nossos jovens, possam evitar as drogas e seguir o caminho do bem.

Para materializar este momento da homenagem ao bicentenário do nosso querido Dom Bosco, vamos oferecer uma placa ao padre Roque Sibioni.

Chamo aqui o padre Rosalvino, irmã Helena, irmã Nakashima, o xeique para fazermos essa entrega em conjunto.

 

* * *

 

- É feita a entrega da placa.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CORONEL CAMILO - PSD - Senhoras e senhores, vou ler a placa com os dizeres da homenagem pelo bicentenário de Dom Bosco.

“Por ocasião do bicentenário de Dom Bosco, o reconhecimento do povo paulista à obra salesiana, modelo de ética, virtude e serviço ao próximo, tornada realidade por meio da educação de nossa juventude. Sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo, 29 de outubro de 2015. Coronel Camilo, deputado estadual.”

Muito obrigado. Parabéns mais uma vez a toda a obra de Dom Bosco.

Quero deixar um agradecimento a todos os professores, agradecer ao padre Rosalvino, irmã Nakashima, irmã Helena, padre Roque, que representou aqui o padre Edson Castilho, xeique Youssef pela presença.

Agradeço ainda a Dom Carlos Lema Garcia, ao secretário-adjunto, Dr. Felipe, professor Luiz Eduardo de Arruda e professor Zamagna.

Quero deixar registrado que os primeiros a me trazerem a ideia da realização desta sessão foram o professor Arruda e o professor Zamagna, a quem agradeço pela oportunidade.

Agradeço a presença dos senhores nesta Casa de Leis e a coloco à disposição de todos. O que eu puder fazer, assim como os demais deputados, para melhorar a vida dos professores, da nossa sociedade, nós faremos. O nosso gabinete - como o do presidente Fernando Capez, e de todos deputados desta Casa - está à disposição dos senhores e senhoras.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades, a minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Declaro encerrada a sessão, convidando todos para um coquetel que será servido no Hall Monumental.

Viva Dom Bosco e que Deus nos abençoe.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 21 horas e 48 minutos.

 

* * *