http://www.al.sp.gov.br/web/images/LogoDTT.gif

 

 

06 DE MARÇO DE 2017

004ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS 150 ANOS DO COLÉGIO SÃO LUÍS

 

Presidente: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

 

1 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que convocara a presente sessão solene com a finalidade de comemorar os "150 anos do Colégio São Luís". Convida os presentes a ouvirem, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Anuncia a exibição de vídeo institucional do Colégio São Luís, acerca do ideal educativo da instituição e do histórico do colégio, respectivamente. Anuncia a apresentação do Coral São Luís e Orquestra Acadêmica de São Paulo.

 

2 - VICENTE PALOTTI ZORZO

Padre superior da Plataforma Sul 1 da Província dos Jesuítas do Brasil, cumprimenta os presentes. Aponta a relevância da ordem jesuíta para o desenvolvimento de São Paulo. Discorre sobre o projeto educacional do Colégio São Luís, relacionado à educação integral do ser humano e ao cristianismo. Declara o comprometimento cidadão e socioambiental da instituição. Cita trecho a respeito da caridade.

 

3 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Anuncia a apresentação do Coral São Luís e Orquestra Acadêmica de São Paulo.

 

4 - DOM CARLOS LEMA GARCIA

Bispo auxiliar de São Paulo, representando o 7º arcebispo metropolitano de São Paulo, Sr. Dom Odilo Pedro Scherer, saúda os presentes. Faz elogios à comemoração do aniversário do Colégio São Luís. Salienta a importância dos jesuítas para a fundação da cidade de São Paulo. Cita trechos de pronunciamento do papa Francisco a respeito de Dom Inácio de Loyola e da Companhia de Jesus. Indica valores educativos e humanitários adotados pelo Colégio São Luís que, a seu ver, contribuem para a excelência da formação oferecida pela instituição.

 

5 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Anuncia a apresentação do Coral São Luís e Orquestra Acadêmica de São Paulo.

 

6 - JOSÉ RENATO NALINI

Secretário de Estado da Educação de São Paulo, representando o governador do estado de São Paulo, Sr. Geraldo Alckmin, cumprimenta os presentes. Faz apelo à aproximação entre o Colégio São Luís e a ordem jesuíta e as escolas públicas estaduais, em nome do cristianismo. Deseja prosperidade à instituição.

 

7 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Enaltece a vida de São Luís Gonzaga, patrono do colégio homenageado. Anuncia homenagem, com entrega de placa, à diretora-geral do Colégio São Luís, Sra. Sônia Magalhães.

 

8 - SÔNIA MAGALHÃES

Diretora-geral do Colégio São Luís, saúda os presentes. Critica a competitividade entre escolas, sobretudo aquelas com orientação humanista. Declara-se orgulhosa pela possibilidade de dar continuidade ao trabalho realizado pelo Colégio São Luís, ao qual tece elogios. Defende recentes inovações nas iniciativas pedagógicas jesuítas. Considera o desejo da instituição de formar cidadãos globais, que respeitem a diversidade e atuem na socialização dos saberes e benefícios adquiridos por meio da escolarização. Cita pronunciamento do papa Francisco acerca da educação. Enfatiza a relevância da formação dos profissionais escolares. Faz agradecimentos aos estudantes do Colégio São Luís. Declara o compromisso da equipe pedagógica com a qualidade da instituição. Anuncia a homenagem, com entrega de placa comemorativa, aos Srs. Presidente Fernando Capez, deputado estadual; José Renato Nalini, secretário de Estado da Educação de São Paulo, representando o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; e Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo, representando Dom Odilo Pedro Scherer, 7º arcebispo metropolitano de São Paulo.

 

9 - PRESIDENTE FERNANDO CAPEZ

Lê cartas dos Srs. Dom Odilo Pedro Scherer, 7º arcebispo metropolitano de São Paulo; e Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae, com saudações pela comemoração do aniversário de 150 anos do Colégio São Luís. Anuncia a apresentação da banda de alunos do Colégio São Luís. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Fernando Capez.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Sessão solene com a finalidade de comemorar os 150 anos do Colégio São Luís na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Chamamos para compor a Mesa principal dos trabalhos Dom Carlos Lema Garcia, bispo auxiliar de São Paulo, representando o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo da cidade de São Paulo. Uma calorosa salva de palmas. (Palmas.)

Prestigiando também este evento ele, que é professor, doutor, membro da Academia Paulista de Letras, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e atual secretário de estado da Educação, S. Exa. Dr. José Renato Nalini. Também com muito carinho ela, que está desenvolvendo um trabalho notável junto ao corpo docente e discente do Colégio São Luís, nossa diretora-geral, professora Sônia Magalhães. E, também com o mesmo carinho, o padre Vicente Zorzo, superior da plataforma Sul 2, da Província dos Jesuítas do Brasil.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta não é uma sessão qualquer, esta é uma sessão solene. Sendo assim, ela obedece à rígida forma sacramental, nos exatos termos do Regimento Interno desta Casa.

Uma sessão solene só pode ser convocada por um deputado em exercício no mandato perante esta que é a maior Assembleia Legislativa do País e o segundo maior parlamento.

Feita a solicitação, ela percorre vários órgãos internos e é submetida à apreciação do Colégio que tem todos os líderes de partidos e, se aprovada e preenchidos os requisitos, é convocada pelo presidente desta Casa. Há hipóteses em que sessões são solicitadas e acabam não sendo autorizadas, porque não é o desejo e a vontade dos deputados. É necessário que o pedido se revista de notório interesse público e social.

Esta sessão solene convocada por este deputado, que também ocupa a Presidência, e foi autorizada pela unanimidade dos deputados líderes desta Casa. Então, ela foi autorizada e se realiza aqui, no plenário principal, Plenário Juscelino Kubitschek, nestas cadeiras em que os deputados tomam assento para votar as leis estaduais, e em que foi votada a Constituição do Estado de São Paulo, no ano de 1989.

Não é para menos, esta é uma sessão solene convocada com a finalidade de comemorar os 150 anos do Colégio São Luís. Há 10 anos, Dr. Luiz, fazíamos a sessão solene para comemorar os 140 anos. Passou rápido.

Comunicamos a todos os presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web e será retransmitida, Dr. Kalil, pela TV Assembleia, no próximo sábado, dia 11, às 21 horas, horário nobre. Portanto, sábado, dia 11, às 21 horas, quem tem a NET, se o sinal não cair como de costume, é só apertar o canal 7; pela TV Vivo, no canal 9; e pela TV Digital aberta, canal 61.2. No controle remoto basta colocar 61, não precisa procurar o ponto dois, automaticamente estará lá.

Convido todos os presentes, neste momento, para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 1º sargento Samuel. Lembrando que não há necessidade de nos voltarmos à bandeira durante a execução do Hino, uma vez que não há precedência entre os símbolos da Nação.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agradecemos à Banda da Polícia Militar e, em especial, a esta gloriosa instituição cujos membros se arriscam diuturnamente para garantir a nossa segurança. Portanto, aos senhores que fazem a nossa segurança e das escolas de São Paulo, a nossa eterna gratidão. Contem sempre com esta Assembleia Legislativa para apoiá-los em suas ações.

Convido para vir à Mesa ele, que foi aluno, pai de alunos e é secretário de estado da Energia e Mineração, S. Exa. Dr. João Carlos de Souza Meirelles.

Peço que aqueles que não forem nominados avisem o nosso Cerimonial. O Sr. Guilherme Afif Domingos Filho, se representando, como ex-aluno, e também seu pai, nosso ex-vice-governador, senador e deputado federal, Guilherme Afif Domingos Filho, ex-aluno do Colégio São Luís; S. Exa. Desembargador José Carlos Ferreira Alves, desembargador do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, vice-presidente do São Paulo Futebol Clube - para aqueles que assim são afeiçoados - e ex-aluno do Colégio São Luís - evidentemente que se fosse vice-presidente do Corinthians as palmas seriam em maior volume. Também está aqui presente o queridíssimo professor José Luiz Farina, que é presidente do nosso coirmão Colégio Dante Alighieri - nosso rival no rugby, nos bons tempos do rugby dos colégios. Professor Dr. Fábio do Prado, magnífico reitor do Centro Universitário FEI, ligado ao Colégio São Luís também, um centro universitário de excelência; Roberto Renner, administrador da Província dos Jesuítas no Brasil; Padre Danilo Mondoni, diretor das nossas queridas Edições Loyola; padre Paulo D’Elboux, ex-reitor do Colégio São Luís.

Vamos fazer as palmas ao final.

Padre Carlos Contieri, diretor do Pateo Collegio; Irmão Marcos Epifanio Barbosa Lima, diretor-geral do Colégio São Francisco Xavier; padre Mário Sündermann, delegado da Província dos Jesuítas do Brasil para a Educação Básica; professor Valentin Fernandes, diretor-geral do Colégio Marista Arquidiocesano, querido “Arque”; padre Pedro Pereira da Silva, diretor presidente da Fundação Fé e Alegria; Silvio Calazans, da Associação dos Ex-alunos do Colégio São Luís, a ASIA, da turma de 72, mas não era para falar. Querido, Exmo. juiz de direito, meu colega de turma, Ulysses de Oliveira Gonçalves Junior, corregedor-geral dos presídios da capital, uma função espinhosa, de grande risco e de grande mérito; Pasqual Degani, da Associação dos Ex-alunos do Colégio São Luís; Renato Meirelles, presidente da Caf/Brasil, filho do nosso querido João Carlos Meirelles; Pedro Meirelles, da M10 Incorporadora e também ex-aluno; Luiz Manuel - está faltando aqui - Luiz Manuel Soeiro de Matos Pereira, diretor da Audi Center Tatuapé, nosso colega, ex-aluno do São Luís; Carlos Eduardo Moreira Ferreira, nosso querido deputado federal, ex-presidente da Fiesp, queridíssimo são paulino também e ex-aluno do Colégio São Luís; Dra. Maria Clementina de Souza, delegada de Polícia Titular da 6º Delegacia do Idoso, nossa ex-aluna; Dr. José Luiz Barbosa Bevilacqua, um dos maiores mastologistas do Hospital Sírio Libanês e do País, ex-aluno do Colégio São Luís; nosso colega Dr. Fábio Janson Angelini, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP, nosso querido ex-aluno; Marta Livia Suplicy, presidente da Libra - Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil. Eu lembro que a Marta Livia - lembro da Marta Teresa Suplicy - é a nossa senadora, cujo filho, Supla, é ex-aluno do Colégio São Luís. (Palmas.)

Muitos alunos, e estão chegando outros aqui. Evidentemente o trânsito não é fácil, mas vamos aplaudir todos.

Também está aqui o querido Kalil, meu colega de classe aqui presente. E à medida que formos identificando, vamos dar uma salva de palmas a todos os ex-alunos que vieram aqui e que ajudam a fazer a história desse grande colégio. Neste momento, assistiremos à apresentação do vídeo institucional. Eu vou falando até dar tempo do vídeo entrar no ar. Então, assistiremos ao vídeo institucional.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo institucional.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Anunciamos também a presença de S. Exa. desembargador Nestor Duarte que está aqui presente, ex-aluno também, avô de aluno aqui presente - é uma alegria muito grande; o nosso querido José Luiz Toloza, Exmo desembargador, foi juiz do 3º Tribunal do Júri de Santo Amaro e, nessa condição, em 1986 presidiu o júri simulado na São Francisco. Eu lembro, atuei lá, é uma alegria. Eu gostaria de anunciar também a presença do nosso querido Kramer, que está aqui. É uma satisfação imensa, o nosso colega, já descobriu se a quinta turma é na camisa verde ou vermelha?

O nosso querido Sigulo, que está aqui presente, também colega do São Luís; Ana Luísa, que é inclusive nossa colega da Assembleia Legislativa e uma brilhante ex-aluna, também. Está aqui presente o nosso querido professor Guedes, foi meu professor de Educação Física. Obrigado.

Inclusive, o Guedes esclareceu uma dúvida minha. Na nossa época, passava o seriado “Cyborg - O Homem de 6 Milhões de Dólares”, lembram-se? Nós perguntávamos como eles faziam para filmar o Cyborg pulando de baixo para cima. E a resposta foi: “É só voltar o filme”. Também não precisava responder dessa maneira seca, como se a pergunta fosse tola. Mas, querido Guedes, é uma alegria tê-lo aqui, já foi muito bem aplaudido, é uma alegria.

Neste momento, assistiremos à apresentação do Coral São Luís e da Orquestra Acadêmica de São Paulo, sob regência do maestro Luciano Camargo, executando o Hino de Louvor da Cantata 191, de Johann Sebastian Bach.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Essa apresentação maravilhosa ficou a cargo do Coral São Luís e da Orquestra Acadêmica, que é composta por professores e párocos. Uma fusão do Colégio com a Paróquia São Luís. Sublime, esta apresentação.

Gostaria de aproveitar para anunciar também a honrosa presença de S. Exa. desembargador Francisco Antonio Bianco Neto, está aqui também nosso ex-aluno do Colégio São Luís; padre Geraldo Lacerdine, o diretor de Humanística e do noturno do nosso querido Colégio São Luís; querido Kramer; Sigulo; Kalil; Pedro Meirelles; Ana Luísa; também o nosso professor de geografia, Fauzi Saad, professor que despertou o gosto dos alunos pela geografia com um método interessante, aulas maravilhosas e inesquecíveis. Um beijo, meu querido professor Fauze.

Também um outro brilhante ex-aluno, um dos maiores médicos do País, particularmente meu ídolo - eu já fui do tempo em que o meu ídolo era o Sócrates, o do Palim era o Ronaldo fenômeno -, meu ídolo está aqui presente, nosso ex-aluno Dr. Raul Cutait. Que alegria tê-lo aqui, grande Raul, você é um orgulho do colégio também, como todos os nossos alunos aqui.

Também está presente a ilustre promotora de justiça Dr. Valéria Capez, que não é ex-aluna, mas é esposa de ex-aluno, que também está aqui, representando o Ministério Público de São Paulo, nos prestigiando.

Agora, eu gostaria que os atuais alunos que estão presentes, alunos e alunas, se levantassem. Olha só, levantem vocês também - minhas filhas também vieram.

Palmas para os ex-alunos e ex-alunas. Depois, o Cerimonial vai passar para vocês darem o nome, eu quero falar o nome de vocês, vocês estão representando o seu colégio.

A Maria Fernanda e Maria Eduarda estão aqui presentes. Eu quero falar o nome de cada um de vocês que vieram aqui prestigiar o colégio, é uma alegria. Foi feito principalmente para vocês, o colégio é de vocês. Eu costumo dizer que todo mundo, todo estudante, tem um colégio. Todos. Todo colégio tem um estudante. O São Luís é diferente, é o estudante que tem o colégio. Minha mulher fala que é antipático dizer isso, mas o São Luís é diferente.

Neste momento, passaremos a palavra ao padre Vicente Zorzo, superior da Plataforma Sul 1 da Província dos Jesuítas do Brasil. Para a sua saudação, peço que o nosso Cerimonial conduza o nosso estimado padre ao microfone para que enderece suas palavras a todos nós. Pode escolher qualquer microfone, padre.

 

O SR. VICENTE PALOTTI ZORZO - Srs. Deputados estaduais, Dom Carlos, que está aqui representando Dom Odilo, autoridades aqui presentes, companheiros jesuítas, convidados, professores, funcionários, estudantes e antigos alunos do Colégio São Luís, obrigado pelo convite à Companhia de Jesus, para estarmos participando de um momento tão especial para nós. Quero agradecer aos representantes desta Casa na pessoa do deputado Fernando Capez, que propiciou esta solene para comemoramos os 150 anos do Colégio São Luís.

É também um bom momento para lembrarmos que a atual Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no início, foi Assembleia Legislativa da Província de São Paulo e começou a funcionar em fevereiro de 1835 no Pateo do Collegio, onde a Companhia de Jesus construiu o primeiro colégio - um grande marco do início da cidade de São Paulo e da formação da sociedade paulistana.

A Companhia de Jesus, ainda hoje, contribui na formação, fortalecimento e desenvolvimento da cidade de São Paulo e do próprio estado paulista. Por isso, não há lugar mais privilegiado para homenagear o Colégio São Luís do que esta Casa. Desde o seu início, a Companhia de Jesus olhou a formação das novas gerações com muito carinho e atenção. No berço da cultura grega, encontramos a preocupação com a questão da Paideia, educação, e da Aretê, virtude.

O pensamento grego é atual, tão atual quanto a nossa presença neste recinto. Duas palavras formam um universo no qual podemos nos contemplar. A Companhia de Jesus do Brasil, atualmente, nos seus colégios, busca formar pessoas virtuosas, conscientes, competentes, compassivas e comprometidas. Essa é a nossa proposta.

O Colégio São Luís, fundado em 1867 na cidade de Itu e instalado na Avenida Paulista desde 1918, tem uma história que dialoga continuamente com o desenvolvimento da cidade de São Paulo, tendo formado muitos que trabalharam e ainda trabalham em seu benefício.

Como parte integrante da rede jesuíta de integração, composta por mais de duas mil instituições de ensino no mundo, o Colégio São Luís compartilha do principal elemento da tradição jesuíta - a formação integral e integradora da pessoa humana. Através do caminho da educação, procura construir o bem comum, e isso só é possível com cidadãos virtuosos, com homens e mulheres que queiram servir os outros.

O risco de quando se celebra 150 anos de uma instituição é o de remeter ao passado e dar a trajetória como missão já cumprida. Mas não é o caso da instituição que está aqui sendo homenageada. O Colégio São Luís vive com alegria o presente e está, com esperança, aberto para o futuro, procurando responder à crise socioambiental que nos rodeia.

O próprio fato de que o colégio dos padres está sendo dirigido por uma mulher educadora, a competente diretora e professora Dra. Sônia Magalhães e seus auxiliares, é um sinal de que o futuro está acontecendo. O aprendizado dos anos vividos possibilita dar passos sólidos e consistentes. Os Jesuítas do Brasil se alegram com este jubileu e agradecem a todos os que contribuíram para que esta instituição, ao longo de tantos anos, formasse a juventude paulistana.

Também reitero que a missão continua. Basta olharmos nosso entorno e perceberemos que há muito a ser feito. Há descaso com o que é público, corrupção em vários níveis, exclusão, marginalização, desrespeito com a vida e com a natureza.

Nossa educação não pretende instrumentalizar as pessoas para vencer ou subir na vida, mas, ao contrário, descer alguns degraus, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, a fim de servir o próximo. Formamos pessoas hábeis em interpretar o mundo, em discernir seus rumos e em oferecer soluções aos seus problemas, visando em primeiro lugar o bem comum. E, assim, continuaremos atuando com a graça de Deus e o apoio dos amigos que nos acompanham.

Mais uma vez, meu agradecimento por esta homenagem ao Colégio São Luís, que muito nos orgulha por fazer parte da formação da sociedade paulistana. Sr. Presidente, todos e todas aqui presentes, em nome da Companhia: “Non coerceri maximo contineri minimo, divinum est”. E, para quem o latim virou mandarim: “Não ser limitado pelo maior e, no entanto, ser contido pelo menor, isto é divino”. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agora nós ouviremos o lema da Companhia de Jesus. Cantado por quem? Pelo Coral São Luís e Orquestra Acadêmica de São Paulo. Quem puder cantar, cante junto.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Maravilha. Muito bem. Eu estava lembrando aqui, Sigulo, quando a professora Ivone, de Ensino Religioso, fez aquela pergunta: “Quem foi o fundador da Companhia Jesuíta?” E nós olhamos com aquela empáfia, “Dom Inácio de Loyola”. Pois bem, mas para a pergunta: “Quando e onde nasceu?”, foi aquele zero coletivo. Então, tem coisas que traumatizam. Se vocês puderem, depois: “Do Egito escravo eu fui, sim, sim, do rei Faraó”, nós apreciaremos, porque essa música nós cantávamos muito na nossa época.

Neste momento, terá a palavra Dom Carlos Lema Garcia, representando o 7º arcebispo de São Paulo, Sr. Odilo Pedro Scherer.

 

O SR. CARLOS LEMA GARCIA - Prezados membros da Mesa, que cumprimento e saúdo na pessoa do deputado Fernando Capez; ilustríssimos senhores, deputados e deputadas, superiores representantes dos Jesuítas, aqui representados pelo Padre Vicente; professores, alunos e funcionários, eu não vou me estender muito. Eu gostaria de congratular essa iniciativa de promover uma sessão solene em comemoração aos 150 anos do Colégio São Luís. Nós sabemos que é muito justo celebrar esta data - é a maior dívida de gratidão que a cidade de São Paulo tem em relação à Companhia de Jesus.

Eu costumo dizer na minha função na arquidiocese, no Vigariato para Educação e Universidade, que a cidade de São Paulo foi inaugurada em uma missa celebrada no dia 25 de janeiro de 1554, no Pateo do Collegio.

Ou seja, a origem da cidade de São Paulo está vinculada à educação. Era uma escola e estava vinculada também aos jesuítas, aos missionários que vieram até aqui - José de Anchieta, o grande nome dos missionários jesuítas, e Manuel da Nóbrega. E, também, anos depois, em 1867, há 150 anos exatamente, o Colégio São Luís iniciava suas atividades na cidade de Itu e, depois, como já foi mencionado, se transladou para a Avenida Paulista.

Então, nós devemos pensar. É difícil, para nós, imaginarmos a quantidade de pessoas - gerações e gerações de alunos, pais, filhos e netos - que passaram pelas salas de aula do Colégio São Luís e também de outros colégios, evidentemente da nossa cidade.

Eu gostaria de trazer aqui algumas palavras do Papa Francisco, também ilustre jesuíta. Em uma reunião com alunos e professores de colégios jesuítas da Itália e da Albânia, em Roma, no dia 7 de junho de 2013 - logo no primeiro ano em que o Papa foi eleito - ele se dirigiu em primeiro lugar aos alunos, dizendo o seguinte: “Gostaria de dizer a vocês, antes de tudo, uma coisa que se refere a Santo Inácio de Loyola, o nosso fundador. No outono de 1537, foi a Roma com o grupo de seus primeiros companheiros e se perguntou: ‘Se nos perguntarem quem somos, o que responderemos?’ Vem espontânea a resposta: ‘Diremos que somos a Companhia de Jesus’”. E o Papa faz um comentário interessante: “Santo Inácio e os seus companheiros entenderam que Jesus ensinava a eles como viver bem, como realizar uma existência que tenha um sentido profundo, que dê entusiasmo, alegria e esperança. Entenderam que Jesus é um grande mestre de vida e um modelo de vida, e que não somente os ensinava, mas os convidava também a segui-lo neste caminho”.

É bonita essa expressão - Companhia de Jesus -, no sentido de uma organização. Mas também “companhia de Jesus” no sentido de acompanhamento. Estamos seguindo Jesus, estamos seguindo os passos do mestre. Estamos aprendendo a reconhecer a dignidade da pessoa ouvindo os ensinamentos de Jesus. Estamos tendo o contato com as raízes mais profundas da nossa civilização, que são as raízes cristãs, conhecendo e seguindo Jesus.

E, depois, ele diz algumas palavras aos educadores, aos jesuítas, aos professores, aos trabalhadores das escolas e aos pais: “Não percam a coragem diante das dificuldades que o desafio educacional apresenta. Educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser”.

Educar não é simplesmente um trabalho que se vai e se cumpre - transmite um conteúdo em uma sala de aula. Educar é muito mais do que isso, é um modo de ser. Para educar é preciso sair de si mesmo e estar no meio dos jovens, acompanhá-los nas etapas de seu crescimento e estar ao seu lado.

É um acompanhamento, é uma trajetória. Como foi visto e dito aqui pelo padre Vicente, educar é conduzir, é acompanhar, é ajudar os alunos a ganhar não só uma instrução, não só uma qualidade de excelência acadêmica, mas serem verdadeiras pessoas, crescerem em humanidade. É isso o específico do Colégio São Luís, assim como todas as escolas confessionais.

Ou seja, não é só excelência acadêmica - que é indiscutível. Pelas apresentações que o deputado Capez fez aqui, de ex-alunos que hoje são magistrados, são deputados, que são pessoas importantes na sociedade, já se mostra que a excelência acadêmica é elevada. Isso é muito importante, mas, além disso, ou eu até diria, mais do que isso, um colégio, como o Colégio São Luís, que tem um fundamento antropológico cristão profundo, também transmite valores que são aqueles que sustentam a convivência na sociedade - que é o respeito, a dignidade da pessoa, a capacidade de convivência.

Eu sempre tento, ao visitar as escolas como o Colégio São Luís - porque a minha função em São Paulo é essa -, dizer que o grande benefício que essa escola dá é precisamente essa formação humana profunda. Quero dizer que esses alunos, no futuro, pelo que aprendem nas salas de aula e na convivência, vão ser pessoas mais bem formadas, mais bem preparadas para conviver no mundo do trabalho e na família.

E o Papa continuou: “Deem aos jovens esperança, otimismo para o seu caminho no mundo. Ensinem-nos a ver a beleza e a bondade da criação e do homem, que conserva sempre a marca do Criador. Mas, sobretudo, sejam testemunhas com a vossa vida daquilo que comunicam”.

Nós sabemos que a força de um educador provêm do seu exemplo, da sua vida, da sua capacidade de não só dizer o que os alunos têm que fazer, mas de ir à frente. Um educador jesuíta, professor, trabalhador e pai transmite conhecimento e valores com as suas palavras, mas será incisivo sobre os alunos se for acompanhado do seu testemunho, com a sua coerência de vida - sem coerência não é possível educar. Todos vocês são educadores e não há como delegar neste campo.

Eu penso que eu não fui aluno do Colégio São Luís, fui aluno do Colégio Arquidiocesano, que está mais ou menos na mesma linha, mas é a mesma coisa. Os alunos veem nos professores, e as antigas gerações viam nos padres, porque estavam mais presentes, modelos de vida.

Portanto, eu quero terminar dizendo que, de fato, esta comemoração é muito importante para que nós lembremos as raízes, a origem da nossa cidade, e para que nós lembremos e agradeçamos a Deus e à Companhia de Jesus pelo esforço feito para educar essas gerações.

Os meus parabéns à iniciativa do deputado Fernando Capez de fazer essa celebração, que me parece muito oportuna. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agora, a Orquestra Acadêmica de São Paulo vai executar o tema “Oboé de Gabriel”, da trilha sonora do filme “A Missão”. É com o Robert De Niro esse “A Missão”? Aquele filme do Robert De Niro que passou nos anos 80? Esse filme é muito bom, peguem na locadora o cassete. De Ennio Morricone, com o solista André Narde, o Oboé.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Bravo, lindo. Eleva a alma.

Anunciamos a presença do Sr. Irineu Villares, diretor administrativo do Colégio São Luís; Sra. Dulce Alves, diretora acadêmica do Colégio São Luís. Eu estou vendo o Castilho, meu colega está aqui. Alguns eu não estou enxergando e o Cerimonial vai nos auxiliar.

Neste momento já nos encaminhando para a parte final. Tem começo e tem um fim, infelizmente. Passo a palavra para S. Exa. Dr. José Renato Nalini que, na qualidade de secretário da Educação, falará em nome dos secretários, representando o governador Sr. Geraldo Alckmin.

 

O SR. JOSÉ RENATO NALINI - Muito boa noite a todos. Na pessoa do presidente Fernando Capez, eu trago o abraço do governador Geraldo Alckmin a toda esta comunidade, que merece as homenagens, as reverências e a gratidão do povo paulista. Na verdade, nós estamos comemorando a educação jesuítica, que teve início em 1554 e V. Exa., deputado Fernando Capez, é um privilegiado.

Eu digo que não há coincidência. Coincidência é lógica de Deus. Mas V. Exa. pôde, quase ao término de uma Presidência dinâmica, muito aberta, transparente e extremamente simpática, ter o privilégio de homenagear o colégio onde V. Exa. aprendeu os atributos que hoje ainda adornam a sua personalidade e onde hoje estudam as suas filhas.

Assim, o governador Geraldo Alckmin me encarregou de trazer o abraço do governo, o seu reconhecimento e gratidão a toda a Companhia de Jesus. E também trago seu apelo, de que esta comunidade tão bem formada, tão acalentada e adornada daqueles atributos que realmente fazem uma educação integral e inspirada nos ensinamentos do cristianismo e do catolicismo, se aproxime da rede pública. Assim como o Colégio São Luís já faz uma obra meritória, propiciando aos alunos no curso noturno um aprendizado que vai completar a sua formação.

A rede pública da educação paulista, por uma série de motivos e de circunstâncias que os senhores conhecem, atravessa momentos difíceis, momentos críticos, e precisa de um abraço, precisa de um carinho, precisa daquilo que nos caracteriza - nós, cristãos -: o amor.

Essa palavra que é tão utilizada no discurso mas tão ausente da nossa prática diária. Eu não tive o privilégio, Sr. Presidente, de ter sido aluno do Colégio São Luís, mas fui aluno de sacerdotes salvatorianos, e nós entoávamos em todas as festas um hino muito bonito que falava a São Luís, patrono da nossa juventude, modelo de virtude, flor do jardim celeste.

Eu espero que São Luís continue produzindo flores para esta comunidade tão necessitada de humanismo, de carinho, de amor, por mais 150 anos e tantos outros, se a providência permitir. Parabéns a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Bom, eu já tinha visto o Castilho ali, José Paulo Ferreira de Castilho; Graziela Mendes Mihara; Yuri Cesar Trindade; Francisco de Souza Kanaan; Melissa Penteado; Fábio Penter Lino; Francisco Elias Pacheco e Silva; Jorge Eduardo de Almeida Bezerra; Caroline Lamanta Andrade; Lia Vergueiro da Silva Rosário; Lucas Oliveira Andrade.

Quem eu não falei aqui? Eu falei o seu nome? Fiquem em pé os nossos alunos que eu não citei. Aluno do Colégio São Luís que eu não falei o nome, pode ficar em pé e se identificar aqui. Tem bastante, não falei.

Tiago Penteado; João Pedro Coelho. Vocês já podem sentar. João Pedro Lamaita; Leonardo Lamaita; Guilherme Sedreno; Catarina Sedreno; Mateus Lopes; Maria Weiss.

Isso é para os colegas que não puderam vir ficarem com ciúmes quando aparecerem na televisão. Leticia Reis; Pedro Oliveira; Giordano Freitas; Heberval Gadelha; Luis Henrique; Leticia de Campo; Pedro Monteiro; Gabriela Pelegrino; Clara Alvares; Marina Alvares; Lucas Cremaschi; Lucas Taborda; Victor Port; Izadora Passos; Carolina Beirão; João Pedro Salgado; Giovana Oliveira; Ana Flávia Peterlini.

E, na galeria. Marcos Amêndola Zaidan, que se formou conosco e foi o único nome que não apareceu no convite de formatura, tivemos que escrever à mão. Francisco Amarante, carioca que já virou paulista há muito tempo; Mônica Tannus, que também foi colega nossa; Paulo de Medeiros Gath Júnior, também a duras penas aprovado e conosco até hoje; Pedro Gomes Filho, grande Pedrão, craque do time de rugby, chegou à seleção brasileira; Claudio Marcelo Biah, nosso querido Claudio Marcelo; André Mendes de Almeida; Orlando Luis de Andrade Santarém, não vou falar o seu apelido, pode ficar tranquilo, até porque você cortou o cabelo; Jacqueline Annita Dadian, irmã do Marcelo. Filha? Irmã? Está aqui a irmã do Marcelo. Marcio Fernando Ometto Casale; Tatiana Maria Ometto Casale; Lorenzo Casanova Tâmbara. Esse é neto do Dr. Tâmbara, não é?

Eduardo Setubal de Moraes; Diego Guimarães Nuñez; Camila Guimarães Nuñez; Theodoro Marques Ometto Casale; Catarina Marques Ometto Casale; Eduarda Haddad; Isabel Leonis Cintra Codorniz; Valentina Pereira; Ana Gutiérrez Sallet.

Todos aqui alunos e ex-alunos, nos prestigiando com enorme alegria nesta sessão tão bonita, tão gostosa, tão família.

São Luís Gonzaga, que alma, trilhou caminhos brancos da neve, era o jogral que nós fazíamos na época.

Para você conhecer o colégio que você estuda, conheça a vida deste santo. Conheça o sacrifício e como ele morreu, São Luís Gonzaga. Vocês terão uma ideia do que o colégio representa.

Neste momento a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o segundo maior parlamento do País, depois do Congresso Nacional, a maior Assembleia Estadual da América Latina, fará a entrega de uma homenagem ao Colégio São Luís, entregando uma placa à sua competente, exigente e, ela ainda não sabe, temida. Vai devagar. Diretora-geral do Colégio São Luís, professora Sônia Magalhães.

Peço a todos os integrantes da Mesa que me auxiliem na entrega. Bom, eu vou passar à leitura da placa. Logo oficial da Assembleia Legislativa, o que significa que se trata de um documento oficial. É um documento, embora na forma de placa e não por meio de papel.

 

* * *

 

- É entregue a placa.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Isso é muito importante, sou ex-aluno, mas não foi uma homenagem minha, pessoal, foi uma homenagem do Poder Legislativo do Estado de São Paulo, dos 94 deputados eleitos para essa legislatura. “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em sessão solene, homenageia os 150 anos de existência do Colégio São Luís, que vem formando gerações de profissionais com forte base humanística, técnica e, sobretudo, cristã, contribuindo assim para o pleno desenvolvimento da personalidade humana, a cristalização de valores e princípios éticos, aliada a um ensino de elevada qualidade. Forma profissionais preparados para vencer no mercado de trabalho e, como foi dito aqui, muito mais importante do que isso, exercitar a solidariedade ao próximo. Por essa razão, enaltecendo os relevantes préstimos ao Brasil e ao estado de São Paulo, outorga-se a presente homenagem. Assino eu, como presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo.”

 Sônia, muito obrigado por tudo que o Colégio São Luís e a senhora representam nesta ocasião. Nesse momento, com a palavra, a direção, professora Sônia Magalhães, diretora do Colégio São Luís.

 

A SRA. SÔNIA MAGALHÃES - Depois de tantos elogios, inclusive o último que me foi feito, convém que seja breve, também para evitar que nos tombem mais dos pequenos que já estão acometidos pelo sono e que a essa hora já deveriam estar na cama.

Pois, muito bem. Exmo. Deputado Fernando Capez, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, antigo aluno do Colégio São Luís que nos acolhe nesta Casa hoje. Reverendíssimo Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo, encarregado da área da Educação, aqui também representando a sua eminência, reverendíssimo cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo; demais autoridades civis presentes nesta Mesa e nesta Casa; reverendo padre Vicente Zorzo, superior da Plataforma Sul da Província dos Jesuítas do Brasil, aqui também representando o padre João Renato Eidt, superior da Província dos Jesuítas do Brasil; reverendos padres e irmãos jesuítas, entre os presentes há desde o padre Paulo D’Elboux - que foi meu primeiro reitor, que me contratou em 1975 -, até alguns que foram meus professores - padre Danilo e outros tantos, padre Contieri, que foi meu colega e, outros, com quem eu tenho trabalhado nesses tantos anos. Jesuítas que, além de me contratarem profissionalmente, me deram também a honra de compartilhar com eles desta missão que assumem no campo da educação formal como apostolado.

Eu também gostaria de fazer uma saudação aos amigos Roberto Renner e Fábio do Prado, superintendente administrativo da Província do Brasil e reitor da FEI, respectivamente, companheiros de outras tantas jornadas, nas quais dividimos as responsabilidades de colaborar com os jesuítas em diferentes frentes.

Amigos, Dr. Luiz Farina e Valentin Fernandes, diretores e presentes do Colégio Dante Alighieri e diretor do Colégio Maria Ester Arquidiocesano - colégios também centenários da cidade de São Paulo, com quem estamos tentando uma investida de maior abertura, comunhão e partilha, no sentido de caminharmos juntos, entendendo que a competição entre as escolas, especialmente as escolas de finalidade humanista, é algo que já foi ultrapassado e precisa ser superado.

Caros educadores e educadoras, docentes e não docentes do Colégio São Luís, estimados antigos e antigas, alunos e alunas, prezados pais, mães, queridos alunos, queridas alunas, celebrar 150 anos é sem dúvida motivo de orgulho e, nós que estamos atualmente no Colégio São Luís, podemos dizer isso com liberdade, porque sabemos que o lastro que sustenta o bom nome de uma escola é herança recebida. Daqui 20 ou 30 anos saberemos se há motivo para se orgulhar do trabalho que nós estamos realizando hoje. Por hora, sentimos este orgulho pelo trabalho feito por aqueles que nos antecederam e a cada um deles, jesuítas e não jesuítas, rendemos a nossa homenagem.

No entanto, mais que orgulho, move-nos a responsabilidade de honrar a herança recebida, trabalhando com competência e coragem, visão e foco, esperança e fé. Oxalá com uma parcela de ousadia, daquela que tiveram os jesuítas que chegaram a Itu em 1867. A celebração dos 150 anos do Colégio São Luís não poderia acontecer em momento mais fecundo.

Precisamente em 2017, encerrasse um ciclo de revisão do apostolado educativo da Companhia de Jesus, em nível mundial, que nos afeta diariamente. Iniciado em Boston, em 2012, este movimento tem tripla finalidade. A primeira é reconhecer o rosto educacional da Companhia de Jesus no mundo, neste início de século 21, e buscar estratégias para garantir unidade em meio à tamanha diversidade.

A segunda finalidade é buscar e encontrar caminhos eficazes de renovação da prática educativa nestas escolas. A terceira e última, um tanto mais prática, é a elaboração de um novo documento que norteia o apostolado educativo da Companhia de Jesus, nos diversos cantos do mundo.

No evento em Boston, os relatos e experiências trocadas nos mostraram e demonstraram que no Ocidente e no Oriente, no hemisfério Norte e no hemisfério Sul, a vida está mudando, às vezes à força, mas as coisas seguramente não permanecem iguais.

Não obstante, no mesmo evento, constamos que as escolas, via de regra, têm passado ao largo da maioria destas mudanças e continuam a realizar muito bem, inclusive incrementando mais do mesmo.

Em 2014, em um evento realizado em Manresa - um seminário de pedagogia e espiritualidade inacianas, que reuniu aproximadamente 80 especialistas nestas duas áreas -, após uma semana de intensos trabalhos, ficou claro que precisávamos mudar. Assim como ficou claro que muitos de nós temíamos a mudança e as reações que esta provocaria.

Mas todos nós concordamos que a alternativa da inércia seria o início de um caminho pouco promissor. Encerramos este evento em Manresa definindo o método e a equipe para elaboração do novo documento. Esta tarefa foi delegada a um grupo de especialistas de universidades jesuítas de todas as partes do mundo, e foi parcialmente criticada por profissionais de escolas jesuítas de muitos países. O documento, provisoriamente intitulado “Novos finais dos tempos: educação primária e secundária no século 21”, já está em sua terceira versão e será submetido à apreciação final em um encontro mundial dos delegados de educação, que acontecerá em outubro deste ano na cidade do Rio de Janeiro, sede da Província dos Jesuítas do Brasil.

Como veem, não haveria melhor momento para celebrar os 150 anos do Colégio São Luís. Temos participado intensamente deste movimento e, na plenitude dos seus 150 anos, o colégio é desafiado a rever a sua organização curricular e as suas práticas de gestão pedagógica.

Assim como é desafiado a rejuvenescer, para estar em melhores condições de acolher e dialogar com as novas gerações que recebe e continuará recebendo. Que bela oportunidade, não? Reinventar-se aos 150 anos. Talvez um dos grandes desafios deste processo seja carregar os 150 anos de história do Colégio São Luís, com tal leveza que, por mais que nos pese e nos impeça de avançar - por apego, nostalgia ou vaidade -, estes 150 anos nos servirão de combustível para reinventar uma escola que, de fato, prepare estas crianças e estes jovens para uma vida adulta - que nós fazemos a mais mínima ideia de como será.

Dizia o padre Jose Alberto Mesa, secretário mundial para a educação básica da Companhia de Jesus, em visita ao São Luís em março de 2016: “A Companhia de Jesus não precisa de museus educativos. Precisamos de escolas com leveza e agilidade, com a competência para lidar com a rapidez das mudanças. O desafio do Colégio São Luís ao completar 150 anos é ser capaz de refundar-se sem perder a conexão com a seiva da raiz de sua fundação, que o trouxe até aqui.

Neste movimento de refundação, em uma sociedade tão fortemente marcada pelo individualismo, trabalhamos para que os nossos alunos e alunas cheguem ao final de sua educação básica conscientes do privilégio que tiveram e suficientemente lúcidos e sensíveis para reconhecer que aquilo que receberam, por melhor que tenha sido, será sempre insuficiente para um projeto de vida, de realização e felicidade.

A missão estará plenamente realizada quando, além de competentes para ingressar nas melhores universidades, se assim o quiserem, nossos alunos egressos estejam comprometidos com a busca do bem comum - porque aprenderam no Colégio São Luís que o bem individual não tem lugar em uma sociedade que não garanta o bem comum. Porque também construíram gradativamente a compreensão de que os bens oferecidos a uns precisam, em mínima medida, estarem disponíveis para todos.

Outro desafio que nos interpela neste movimento de revitalização é a formação de cidadãos globais. Porém, aqui vale uma ressalva. O pressuposto de que a formação de uma cidadã ou um cidadão global começa pela proficiência em diversos idiomas e pelo conhecimento de diversas partes do mundo é entendido por nós como condição necessária, mas seguramente insuficientemente para alcançar tal fim.

O que efetivamente forma um cidadão global, que, por definição, é alguém que conhece, aprecia e se apropria do que é a sua identidade local, é a capacidade de dialogar e apreciar a diversidade em todos os níveis, respeitando o que de mais valioso há em cada pessoa humana - que é a sua dignidade.

Egressos de colégios da Companhia de Jesus, portanto, também Aluisianos, devem ser capazes de atuar com competência e criatividade, de maneira consciente, comprometida e compassiva, em qualquer contexto. Adaptando-se a maiores dificuldades, convivendo com pessoas de diferentes religiões, culturas, orientações sexuais, condições sociais, sem perder, com isso, a sua referência de identidade. Ao contrário, enriquecendo-a nesta convivência plural, porque aprenderam no Colégio São Luís o valor e a riqueza da diversidade. Aprenderam também a importância da divergência - condição de desenvolvimento da ciência da humanidade.

Aqui, não posso deixar de citar a exortação do Papa Francisco por ocasião do encontro mundial de educação católica em novembro de 2015. Quando interpelado sobre o papel da formação religiosa nas escolas católicas, respondeu: “Que as escolas católicas não se distraiam com o que é periférico na formação humana e religiosa de seus alunos e concentrem os seus esforços na formação de homens e mulheres de boa vontade.

Obviamente, no contexto em que essa frase foi dita, não houve exclusão do que é específico da formação religiosa. Mas, ao estilo Papa Francisco - todos nós ouvimos a mensagem -, no mesmo curso do processo de revitalização, estamos investindo de maneira particular do outro lado, na nossa formação como profissionais. Assumimos que as nossas competências precisam ser utilizadas e desenvolvidas. E teremos, neste ano, um marco importante no mês de setembro - um seminário de educação em que discutiremos novos modos de “ser escola”, com educadores de outras instituições educativas de educação básica e ensino superior, de diversas partes do País.

Antes de finalizar, eu quero agradecer em nome da comunidade de profissionais do Colégio São Luís, agora sim, ao antigo aluno Fernando Capez, como presidente desta Casa, pela iniciativa de nos chamar essa honrosa homenagem.

Ao Dom Carlos Lema pelo incondicional apoio que tem nos dado e como responsável pela vicária da educação nesta arquidiocese. Aos amigos diretores de colégios centenários, Dr. Luiz Farina, professor Valentin Fernandes. Aos antigos e antigas alunas do Colégio São Luís, fiéis escudeiros da educação recebida e que dela dão um testemunho visível nos diferentes campos da vida social e profissional. Às famílias dos nossos atuais alunos e alunas, pela confiança depositada na Companhia de Jesus, compartilhando com o Colégio São Luís uma parte da educação de seus filhos. E a vocês, crianças e jovens, alunos e alunas do Colégio São Luís, neste ano da graça de 2017, marcado pela celebração do centésimo quinquagésimo aniversário do colégio - para vocês vai uma palavra de agradecimento e um compromisso.

Obrigada por retardarem o nosso envelhecimento. Por garantirem que aquilo de que muitas vezes nos queixamos como fonte de cansaço nos seja trazido por vocês todos os dias como um verdadeiro elixir da juventude. O contato com vocês e com o que vocês nos obrigam a ouvir, ver e sentir nos afeta no sentido mais inaciano do termo e nos anima a acompanhar a evolução dos tempos.

Agora o compromisso, e ouçam com atenção isso para que possam dizer aos seus colegas, saibam que, ainda que não pareça, ou que muitas vezes pareça inclusive o contrário, nós estamos todos - mas todos mesmo - trabalhando muito e com muito amor para que vocês tenham uma escola cada vez melhor - para aprender, para aprender a ser e para aprender a conviver.

Este honrado senhor de 150 anos, chamado Colégio São Luís, só tem forças para se renovar porque vocês estão lá todos os dias. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Muito bem. Coisa linda.

 

A SRA. SÔNIA MAGALHÃES - Então, nós vamos fazer agora a entrega da placa comemorativa do centésimo quinquagésimo aniversário do Colégio São Luís a três pessoas que nos acompanham nesta Mesa: ao presidente Fernando Capez, pedirei ao padre Geraldo, se puder se deslocar com alguma facilidade, que venha fazer essa entrega. Também ao excelentíssimo professor José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo; e ao Dom Carlos Lema, que é nosso pastor neste apostolado educacional, e que hoje representa também Dom Odilo Scherer.

 

* * *

 

- São entregues as placas comemorativas.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Muito bem, obrigado professora. Bom, está acabando. Em nossas sessões solenes, eu gosto de começar sempre no horário, e, do horário, transcorrer no máximo uma hora. Mas sempre ultrapasso. Então, a professora está me autorizando a dizer que, o aluno que veio à sessão solene, se quiser perder a primeira aula amanhã, se quiser dormir um pouco mais, pode. Só a primeira aula, para vocês poderem ficar conosco - não vai dar falta para ninguém. Aí vocês dormem um pouco mais.

Também porque ela me chamou de aluno antigo, mas eu estou brincando, falou que eu sou um antigo aluno e não um aluno antigo, porque o Gath, sim, é aluno antigo, está até com cabelo branco, está certo?

Mas eu gostaria também de me desculpar, porque eu disse que ele passou a duras penas, mas ele foi um bom aluno. É que lá na minha classe havia uma panelinha do time de futebol de salão, e eles me deixavam sempre no recreio de meião, shortinho e camiseta, chorando para esperar a minha entrada - e nunca deixavam, me puniam. Então, eu gostaria de me vingar aqui. Não sei se existe essa expressão, mas me xingavam de “CDF” e me discriminavam na escola. Então, está feita a vingança.

Também acho que antigo é elogio. O meu tio-avô tinha uma lojinha que era em Cravinhos, chamava-se “Casa Libanesa”, de comércio de móveis usados. E ele tinha duas placas na porta: “Compram-se móveis velhos” E, na outra: “Vendem-se móveis antigos”. O móvel entrava como velho e virava antigo na hora de vender.

Bom, eu quero anunciar aqui, também, a presença, ainda em tempo, dos alunos Pedro Melo e Álvaro Melo, que estão aqui, já vão poder dormir até mais tarde amanhã; e dos ex-alunos José Amaral Lattes e Thiago Lattes; a Marta Suplicy; e o Supla, não veio.

Gostaria de dizer também que nós recebemos uma carta muito simpática, com votos de parabéns, do nosso coirmão Colégio Santo Inácio, comunidade escolar do Colégio Santo Inácio, parabenizando o São Luís pelos seus 150 anos. Então, um beijo enorme para a professora Albanisa Gomes. Pelo DDD 085, é de Fortaleza - está nos parabenizando. Também quero pedir um pouquinho mais de paciência, está acabando a carta de dois parágrafos: “Recebi e agradeço o convite para a sessão solene da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com a finalidade de comemorar os 150 anos do Colégio São Luís. Manifesto o meu apreço e congratulo-me com esta Casa pela iniciativa. De fato, o Colégio São Luís sempre se destacou por oferecer valores cristãos da juventude paulistana, contribuindo para a formação integral de seus alunos. Que Deus continue a iluminar e abençoar o “staff” do Colégio São Luís em sua missão. Saudação e votos de êxito para a sessão. Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo”. Que lindo, que orgulho nós recebermos.

Também telefonei para o nosso amigo que já foi vice-governador de São Paulo, senador, chegou a liderar uma campanha a presidente da República, mas ele está em Brasília e lamentou. Está aqui com o seu filho, o Guilherme Afif Domingos, uma linda carta dizendo: “Tenho minha vida com forte ligação ao Colégio São Luís. Por longos anos frequentei seus bancos, o que me possibilitou uma formação com os mais elevados princípios morais e éticos, a par de eficiente ensinamento intelectual - ingredientes que sempre deram a tônica na minha vida privada, profissional e de homem público. Arrendo ao nosso querido Colégio São Luís e seu centésimo quinquagésimo aniversário, as minhas homenagens e a gratidão por tudo que colocou em minha bagagem. Uma sólida orientação, principalmente para discernir o que é justiça, lealdade e idoneidade”.

Muito bem, que lindo, ? Agora, por último mas não menos importante, vamos assistir a essa apresentação da banda de alunos do Colégio São Luís, para fechar com chave de ouro.

 

* * *

 

- É feita a apresentação musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Que lindo. Muito bem. Olha que execução. Você, como é que chama o cantor? Rafael. Fale o nome de cada um dos integrantes da banda e do professor de sociologia de vocês.

 

O SR. RAFAEL - Meu nome é Rafael, e esses são a Nicole, Vitória, Júlia, Taborda, Cremaschi, Vaiteca e Edson.

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - O professor é o Edson? Parabéns. Olha, maravilhoso, vocês estão de parabéns, os pais de vocês têm que ter muito orgulho. A “Aquarela” do Toquinho, para quem não reconheceu.

Cantaram maravilhosamente bem. Eu diria que uma música difícil como essa só pode ser cantada tão bem por uma banda de alunos do Colégio São Luís, e só pode ser composta por um compositor corintiano como o Toquinho. Então, um beijo enorme para vocês. Tem mais música, ou não? Então, estão de parabéns mesmo assim, foi maravilhoso, lindo.

Bem, eu estava no Jardim Zoológico, e minha filha Maria Eduarda, quando tinha dois anos de idade, estava chupando um picolé de limão com tanto gosto, ela olhou e falou: “Pai, já acabou?”.

O que é bom passa rápido, foi uma sessão longa, mas não cansativa. Foi uma sessão gostosa, bonita, humana, uma sessão família, como é o Colégio São Luís.

De todos aqueles que falaram tão bonito nesta sessão, convido a todos - menos os que estão nos assistindo pela televisão, porque já será sábado - para irem ao Hall Monumental, o nosso belíssimo Hall Monumental, para o coquetel que será servido. Que Deus os abençoe.

Os que estão na galeria, são dois andares, e os que se encontram aqui, o Hall Monumental é logo atrás de vocês. Quem está nos vendo pela televisão, faz um lanchinho.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, à Mesa, à minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Imprensa, à TV Legislativa, às assessorias das Polícias Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 21 horas e 56 minutos.

 

* * *