PROJETO DE LEI Nº 506 , DE 2005 Dá denominação de "Comandante Rolim Adolfo Amaro" ao Aeroporto de Jundiaí. A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA: Artigo 1º. Passa a denominar-se "Comandante Rolim Adolfo Amaro" o Aeroporto do município de Jundiaí. Artigo 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICATIVA Rolim Adolfo Amaro nasceu em 15 de setembro de 1942 na cidade de Pereira Barreto interior de São Paulo. O mais velho de cinco irmãos passa os primeiros anos de sua infância morando com os pais, Adolfo e Etelvina, numa casa simples, sem luz nem água. Aos 13 anos, é obrigado a deixar a escola para trabalhar - estudou até a segunda séria do ginásio. Parte para o trabalho duro. Foi ajudante de motorista de caminhão, cortou madeira, puxou tora em serraria. Com o esforço, compra seu primeiro terno na mesma época em que decide que seu sonho tem de virar realidade: quer se tornar piloto de avião. A paixão pela aviação foi despertada por seu tio Joaquim, que apresentou Rolim a seu Paulistinha (avião com dois lugares, usado no treinamento de pilotos civis) ainda na infância. Aos 17 anos, Rolim resolve tirar o brevê. Faz bicos no Aeroclube de Catanduva e consegue, apesar de todas as dificuldades financeiras, concluir o curso de piloto. Mas precisa de mais dinheiro para fazer o exame final. Vende tudo o que tem, de relógio a discos. Obtém o brevê, vai para Londrina (PR) e pede emprego no Táxi-Aéreo Star. Lá, não recebia salário. E, para se virar, fazia faxina nos aviões e comia o que sobrava do lanche dos passageiros. À noite, dormindo no hangar e sem cobertor, cobria-se com jornais. Pouco depois, ingressa no Táxi Aéreo Marília com um objetivo: ser o melhor comandante da companhia. Na época, Rolim ainda era o último piloto da escala e sabia que só pularia a lista caso o cliente o solicitasse. É por isso que, quando viajava acompanhado por um passageiro, tratava de agradá-lo. A conquista individual do cliente se tornaria uma obsessão na vida de Rolim, lição que carregaria pelo resto da sua vida e seriam aplicados anos mais tardes na TAM Linhas Aéreas. Na mesma época, trabalha para um projeto agropecuário na fazenda Musiá-Missu, na Amazônia. Rolim é o primeiro a descer no local e passa três anos transportando arroz, carne, tijolos e até animais. Voa sozinho e cuida da manutenção do avião. Ganha dinheiro, mas pega malária sete vezes. Deixa a empresa por algum tempo e vai voar no Araguaia, a convite do Banco de Crédito Nacional. O salário é alto e lhe permite economizar para comprar seu primeiro avião, um Cessna 170. Leva a família para o município de São Felix do Araguaia para morar em uma casinha de tijolo coberta com folha de coqueiro. Voando sob chuva ou sob sol, consegue fundar sua empresa de aviação, a ATA - Araguaia Transportes Aéreos. Em dois anos, chega a ter uma frota de 15 aviões. No início da década de 70, Rolim retorna à TAM e torna-se sócio, a convite do amigo e proprietário da empresa, Orlando Ometto. Assume a direção da TAM em 1972. Dos anos 70 para cá, a empresa não parou mais de crescer. Iniciativas inovadoras do comandante Rolim Amaro marcaram a evolução da TAM e da própria aviação comercial brasileira. Uma delas referia-se à postura dos funcionários e executivos frente aos problemas: "Nós precisamos de pessoas que tomem decisões. É do nosso catecismo: peque por ação, não por omissão", dizia sempre. Com sua costumeira determinação, implantou o conceito do "espírito de servir", que revolucionou a forma de tratar o cliente na aviação comercial, tornando-se referência no Brasil e no mundo. O respeito absoluto pelo cliente e a formação de equipes altamente motivadas e adequadamente treinadas encantaram os clientes da TAM e a transformaram em uma das empresas mais admiradas do país. "A TAM criou um relacionamento novo com o passageiro. O cliente é o maior bem que uma organização pode ter. Eu sempre digo aos nossos funcionários: Olha, avião para a empresa, um a mais, um a menos, não significa grande coisa. O que não podemos é quebrar esse pilar da credibilidade, da comunicação, do canal que permite às pessoas saberem que podemos resolver o seu problema. Isso não há dinheiro no mundo que pague", afirmava sempre o comandante Rolim. Baseado nesses fundamentos e em um consistente planejamento estratégico, na decisão de investir continuamente em tecnologia e na expansão e modernização da frota da TAM, o comandante Rolim construiu em pouco mais de duas décadas uma das empresas mais bem sucedidas do Brasil. Pouco antes de comemorar a marca de 13 milhões de passageiros transportados em 2001 e ainda no auge de sua carreira, o comandante Rolim morre em um acidente de helicóptero no dia 08 de julho, em Ponta Porã, aos 58 anos. Casado com dona Noemy desde 1966, deixou os filhos Maria Cláudia, Maurício e Marcos. "Toda grande obra é fruto da obsessão de um sonhador", dizia Rolim. Ante o exposto e pela contribuição dada a viação civil do Brasil, e pela projeção alcançada pelo Comandante Rolim Adolfo Amaro, esperamos que o presente projeto de lei mereça a acolhida dos nobres pares desta augusta Casa de Leis. .. Sala das Sessões, em 9-8-2005 a) Ricardo Trípoli - PSDB