PROJETO DE LEI Nº 635, DE 2006 Dá a denominação de "Alcides Munhoz" à E. E. Jardim Maria Helena III, em Barueri A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO decreta: Artigo 1º - Passa a denominar-se "Alcides Munhoz" a Escola Estadual Jardim Maria Helena III, no Município de Barueri. Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data da sua publicação. JUSTIFICATIVA Nascido na cidade de João Ramalho, em 23 de outubro de 1935, Alcides Munhoz era filho de Joaquim Antunes Munhoz e Alzira de Oliveira Munhoz. Viveu sua infância na cidade de Assis. Com 18 anos ingressou no Exército e serviu em Mato Grosso, chegando à patente de cabo, quando deu baixa para retornar para São Paulo. Em 23 de janeiro de 1958, casou-se com Apparecida Antonia Zimerman. Dessa união, que durou até 1985, quando se divorciaram, nasceram 5 filhos: Jaques Artur Munhoz, que se formou advogado e seguiu a carreira política do pai, sendo Vereador e Vice-Prefeito de Barueri; Jane Alzira Munhoz, professora e advogada; Jeane Aparecida Munhoz, advogada; Josely Ângela Munhoz, professora e pedagoga e Alcides Munhoz Junior, também advogado e militante na política. Como estudante de Direito, Alcides era engajado no movimento estudantil. Quando trabalhou na extinta Estrada de Ferro Sorocabana, fez parte da diretoria do sindicato, tendo participação ativa nos movimentos trabalhistas e sindicais, sendo um dos fundadores da União dos Ferroviários. Por lutar pelos seus direitos e dos demais companheiros e trabalhadores, foi perseguido e considerado subversivo, agitador e comunista. Candidato a deputado estadual em 1966, teve aproximadamente 8.000 votos. Em seus comícios pregava a derrubada do militarismo com o voto. Fundador do MDB na região, foi Presidente do Diretório Municipal do partido em Carapicuíba, lutando pelos ideais da democracia sem qualquer uso de armas ou violência. Ainda assim, foi vítima da ditadura, sendo preso em 1969 e torturado por cerca de 20 dias. Mesmo após a sua libertação, a família continuou sendo perseguida pela ditadura, fugindo para o Guarujá. Passado o pesadelo, a família Munhoz teve que recomeçar do zero, passando sérias dificuldades, pois, Alcides, em razão da fama de terrorista, não conseguia arrumar emprego. Em Barueri, onde passou a residir, voltou a se envolver na política, embora relutante, desta vez pela ARENA, pois a democracia estava em seu sangue e a vontade de conquistar melhores condições de vida para a população. Foi uma das primeiras vozes a clamar por anistia ampla, geral e irrestrita no Brasil, sendo sempre lembrado como um grande líder, incansável na luta contra a ditadura e a repressão. Por este motivo, seu falecimento em 29 de outubro de 2005, representou uma grande e lastimável perda para a família, amigos e para a política regional. Por toda esta história de vida, exemplo para toda a comunidade de Barueri, nada mais justo que esta Casa preste uma homenagem póstuma ao saudoso Alcides Munhoz, perpetuando seu nome em um estabelecimento de ensino na cidade onde viveu por muitos anos. Sala das Sessões, em 28/9/2006 a) João Caramez - PSDB