Objetivo principal da ButanVac é atender os países mais pobres, diz presidente do Butantan

Em entrevista exclusiva à Rede Alesp, Dimas Covas falou sobre as vacinas para a Covid-19
01/07/2021 17:52 | Entrevista | Matheus Batista - Foto: Matheus Batista

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Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270079.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dimas Covas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270080.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270081.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270082.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dimas Covas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270083.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A ButanVac, primeira vacina produzida integralmente em solo brasileiro, recebeu nesta quinta-feira (1º/7) a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar a fase de testes clínicos em humanos. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, falou com exclusividade para a Rede Alesp sobre a produção do imunizante.

Com o aval do Conep, o Instituto Butantan aguarda apenas a conclusão dos estudos clínicos e a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para colocar à disposição da população as 10 milhões de doses já prontas do imunizante. De acordo com o instituto, a fase clínica deve durar 17 semanas.

Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, Dimas Covas falou sobre as principais características da nova vacina. "É uma vacina de baixo custo e que é produzida numa plataforma industrial já disseminada no mundo. Poderemos ter um quantitativo de vacinas muito grande disponível para o mundo inteiro", disse.

A ButanVac é a primeira vacina brasileira que não dependerá de insumos estrangeiros para sua fabricação. Ela é desenvolvida a partir da inseminação do vírus Sars-CoV-2 desativado em ovos de galinha, mesmo princípio utilizado na produção da vacina da gripe. O Butantan é um dos maiores produtores de vacina da gripe do mundo, e usa essa mesma fábrica para a produção da ButanVac.

Covas afirmou que assim que o imunizante estiver disponível, "o Brasil estará em condições de enviar vacinas para outros países, principalmente os mais pobres."

Para incrementar a produção de vacinas, o Instituto Butantan conta atualmente com duas obras em sua planta em São Paulo. Uma para ampliação da fábrica que produz a vacina contra a Influenza, e que passará a produzir também a ButanVac, e outra para a construção de uma nova fábrica que produzirá integralmente a CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, sem a necessidade da importação de insumos.

Para Dimas Covas, o aumento da produção no Instituto é reflexo da valorização da pesquisa no Estado. "No Brasil existem dificuldades, mas aqui no Butantan a gente valoriza o cientista e a pesquisa. Eu espero que todos os ensinamentos que estão aparecendo em relação ao combate a essa pandemia possam estimular nossas autoridades a entender a importância da nossa ciência no desenvolvimento do país".

O diretor afirmou ainda que vê a necessidade de novas campanhas de vacinação contra a Covid no futuro. "Enquanto o vírus circular, nós temos a necessidade de medidas de proteção. Na minha projeção, nos próximos anos vamos precisar de uma vacinação anual."

Além da produção de vacinas, o Butantan trabalha também na produção de soluções para o tratamento da Covid-19. Está em estudo no Instituto a utilização do soro contra a doença e do plasma humano para casos graves da doença.

O soro, retirado de cavalos, e o plasma, coletado do sangue de pessoas que apresentam altos níveis de anticorpos, deverão servir como medicamentos para uso em ambiente hospitalar. O princípio é o mesmo do usado no caso de ataques de animais peçonhentos. "Diferente da vacina que é uma prevenção, o soro é um tratamento", explicou Dimas Covas.


alesp