Em tradução livre, a tecnologia da "cadeia de bloqueios" é um protocolo de confiança que descentraliza informações como forma de protegê-las e armazená-las para que todas as partes envolvidas em qualquer transação tenham acesso aos registros. Adaptando para a linguagem de contabilidade, a tecnologia é uma espécie de "livro-razão" digital. O conceito e as aplicações do blockchain foram temas do Ciclo de Palestras do Instituto do Legislativo Paulista (ILP) realizado nesta segunda-feira (4/11), no auditório Franco Montoro da Alesp. Quatro palestrantes discorreram sobre a aplicação, rastreabilidade e segurança dos dados na tecnologia blockchain. Professor da Escola Politécnica da USP, Marcos Simplício detalhou como a tecnologia pode ser implementada. "A tecnologia é para conseguir dizer a ordem relativa entre eventos que aconteceram. Qualquer coisa que tenha posse, você pode identificar o dono em determinado momento e encontrando um bloco você pode reconstruir a cadeia inteira", explicou. Percival Lucena é pesquisador da IBM e contou como a criptomoeda, fonte de origem da tecnologia blockchain, pode ser aplicada em mercados diversos, como o de alimentos. "Utilizando essa rede, as empresas conectadas conseguem identificar os ativos na rede e integrar os sistemas, compartilhando informações entre si. Ela pode ser programada para a necessidade de cada tipo de negócio". O presidente do ILP, Vinicius Schurgelies, ressaltou a importância de trazer a discussão para a Casa. "A tecnologia está por trás das criptomoedas. Muito se fala sobre os investimentos, as aplicações da criptomoedas, mas temos que falar sobre a tecnologia que está por trás e como ela pode ser aplicada na atividade parlamentar", disse. Presente no evento, o deputado Ricardo Mellão (NOVO) é um entusiasta do assunto. "É um tema extremamente importante. Muitos dizem que Blockchain é a grande revolução de tecnologia depois da internet. É transparente, confiável e isso é muito relevante e pode ser aplicado principalmente na administração pública", elogiou. O evento foi uma parceria do ILP com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).